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A sistematização envolve um conjunto de ações que são executadas pelo enfermeiro e são
estabelecidas a partir de várias etapas com a junção de vários elementos que são organizados para
que possam, de uma forma dinamizada e uniforme, dar sequência às ações. O início de uma ação vai
repercutir em todas as as outras etapas das ações do enfermeiro.
Sistematizar é organizar o nosso processo de cuidado e pensar de uma forma mais gerencial.
❖ PROCESSO DE ENFERMAGEM
O processo de enfermagem contém 5 etapas que são estabelecidas pelo COFEN, na Resolução
358/2009. São elas: Coleta de dados, Diagnóstico de Enfermagem, Planejamento da Assistência de
Enfermagem, Implementação da Assistência de Enfermagem e Avaliação da Assistência de
Enfermagem.
1) COLETA DE DADOS → Obtenção do estado de saúde: é definida como coleta de dados, que são
obtidos a partir da anamnese, exames físicos, laboratoriais e complementares. A partir deles, é
possível assimilar e identificar todas as respostas de saúde, ou seja, as condições de saúde .
O processo de enfermagem acontece o tempo todo dentro do cuidado. Todas as vezes que o
enfermeiro conversa com o paciente, ele colherá mais dados e ao mesmo tempo, também poderá
avaliar se a implementação da assistência de enfermagem está funcionando. As etapas do processo
de enfermagem são interdependentes (podem acontecer ao mesmo tempo).
O processo de enfermagem é feito de forma contínua, mas registrado em etapas determinadas.
Isso é parte das ações obrigatórias de todo enfermeiro: realizar todo o processo e registrá-lo.
A SAE anda em associação com o processo de enfermagem. Para ser realizado o cuidado, é
preciso de materiais, pessoal, ambiente, protocolos que orientem como o cuidado deve ser realizado,
ou seja, tudo faz parte da gestão. Ex: quando o enfermeiro vai realizar um curativo com potencial
integridade tissular prejudicada, isso é o diagnóstico de enfermagem que faz parte do processo de
enfermagem, que vai ser estabelecido para cada paciente. O registro de enfermagem, outra obrigação
por parte da equipe de enfermagem, é realizado sempre com base nas 5 etapas do processo de
enfermagem, pois está ligado diretamente ao cuidado, orientado pelo COFEN. A SAE facilita e
orienta como vai ser estabelecido esse processo.
→ Sistemas de Classificação: uniformização para que se possa definir o que é diagnóstico e ter
conceitos claros em relação ao diagnóstico, intervenções e resultados, através de sistemas de
classificação padronizados. Os sistemas de classificação utilizados na disciplina são NANDA, NIC e
NOC. Os sistemas de classificação orientam e auxiliam na identificação de etapas específicas dentro
do processo de enfermagem.
Exemplo popular do processo de enfermagem: criança com excesso de coceira no couro cabeludo.
A partir disso, inicia-se a coleta de dados, através da anamnese, inspeção e avaliação do couro
cabeludo. Os achados potências foram lêndeas e piolhos através de lupas e zooms, e a partir desse
achado é identificado o problema. Dentro do planejamento, é preciso avaliar se há a necessidade de
uso de medicamentos para ter como meta a resolução do problema. Como intervenção do enfermeiro,
é necessário o uso do shampoo específico (escabin) e pente fino, para a remoção dos piolhos. Após
a ação, deve-se checar e avaliar se realmente o problema foi resolvido.
É preciso seguir toda a sequência de coleta de dados e identificação do problema para determinar o
diagnóstico de enfermagem, fazer o planejamento da intervenção, a ação e, por fim, a avaliação.
❖ RESOLUÇÕES
▪ Resolução COFEN 358/2009: "Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a
implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre
o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências".
Essa resolução determina as ações privativas do enfermeiro no cuidado diário. As resoluções são
implementadas em qualquer ambiente que tenha um enfermeiro na prática diária realizando o cuidado.
▪ Resolução COFEN 429/2012: "Dispõe sobre o registro das ações profissionais no prontuário do
paciente e em outros documentos próprios da enfermagem, independente do meio de suporte -
tradicional ou eletrônico".
É uma obrigação, enquanto profissional, fazer o registro de todas as ações realizadas com o paciente,
e isso é orientado pela resolução 429/2012. O processo de enfermagem e o registro são bases da
prática diária do profissional enfermeiro.
Toda teoria de enfermagem é baseada em uma vivência prática. O conhecimento é o mesmo, mas
com uma orientação teórica para que outros profissionais enfermeiros possam se basear/utilizá-lo.
Isso faz parte da junção do processo de enfermagem com a implementação na prática, a partir de uma
teoria. Dentro dos pilares, a teoria vai fundamentar as funções do profissional, a fundamentação
teórica das ações e a operacionalização do cuidado.
Fala sobre os déficits do autocuidado e a partir disso discorre sobre as ações que o enfermeiro
precisa ter para que o paciente consiga realizar o autocuidado e gerenciar seus próprios
problemas. A partir da orientação, auxílio e suporte, o paciente consegue se estabelecer.
• Foco: cuidar e ajudar o paciente a atingir o autocuidado total;
• Ação: o enfermeiro ajuda o paciente a realizar o autocuidado e gerenciar seus problemas de saúde.
Toda orientação é voltada para o cuidado, para que o paciente atinja o seu autocuidado total. O
enfermeiro não somente realiza a ação de cuidado, mas também ensina ao paciente a participar do
processo de cuidado, ou seja, o enfermeiro ajuda o paciente a realizar o autocuidado e gerenciar seus
problemas de saúde. Essa teoria é muito utilizada na APS, principalmente com idosos, para que de
fato tenham condições de se cuidar em casa, e em pacientes pós cirúrgicos. Sempre quando
trabalham com educação do paciente, na reabilitação por exemplo, a intenção é estimular que o
paciente aprenda a fazer aquilo por si mesmo.
É um processo adaptativo, a partir de alguma situação que aconteceu e que modificou a situação.
• Foco: identificar os tipos de demandas exigidas pelo paciente, avaliar a adaptação às exigências
e ajudar o paciente a se adaptar.
• Ação: o enfermeiro ajuda o paciente a se adaptar às mudanças nas necessidades fisiológicas, no
autoconceito, no desenvolvimento de papéis e nas relações durante o processo de saúde e a
doença.
Temos os mecanismos de enfrentamento necessários, e são realizados estímulos de adaptação que
trabalham nesse mecanismo e, a partir disso, são geradas respostas. A todo momento, os pacientes
são orientados e participam do processo adaptativo e, cada vez mais, as metas e melhorias são
alcançadas.
Dentro do processo adaptativo, o estímulo e as respostas tem atuação dentro do plano psicológico do
autoconceito, na interdependência e na função de papel, gerando diferentes respostas
comportamentais que são parte do processo adaptativo. Não é um processo unidirecional e sim
contínuo, ou seja, a cada momento que se faz um estímulo, se adapta melhor.
Essa teoria é muito utilizada em pessoas que adquiriram uma deficiência, que precisam passar por
uma amputação ou com uma lesão medular. A teoria envolve as mudanças em que o enfermeiro atua
para que o paciente consiga se adaptar à nova realidade. As teorias têm uma associação com o perfil
e a população que o enfermeiro tem na prática do cuidado diário.
TEORIA DAS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS (NHB) – Wanda Horta, 1970: Abraham
Maslow: pirâmide das hierarquias das necessidades.
É conhecida como a teoria da Wanda Horta, estabelecida em 1970, baseada na pirâmide das
hierarquias de Maslow (das necessidades humanas básicas). Parte da questão de priorizar o que é
essencial para o indivíduo.
Essa teoria faz associação com o sistema de linguagens padronizadas, que são os padrões funcionais
de saúde. Foi criada pela Gordon, em 1982, e organiza as respostas humanas em 11 categorias,
chamadas padrões funcionais de saúde, que vão desde os domínios fisiológicos, psicológicos e sociais
que fazem parte da organização dos domínios diagnóstico da NANDA.
• Foco: promover o alcance dos padrões funcionais de saúde do paciente e identificar o problema.
• Ação: o enfermeiro busca satisfazer os padrões funcionais de saúde do paciente e, a partir disso,
estabelecer suas ações.
1. Percepção e Controle de Saúde: Caracterizado pelo relato e condutas do indivíduo acerca de sua
própria saúde.
2. Metabólico - Nutricional: Relacionado a alimentação, ingestão hídrica, ganho e perda de peso.
3. Eliminação: Compreende a função excretora do organismo.
4. Atividade e Exercício: Direcionado a capacidade de desenvolver atividades diárias, de lazer e
recreação.
5. Sono e Repouso: Relacionado ao relaxamento e descanso.
6. Cognitivo - Perceptivo: Que se destina a memória, pensamento e linguagem.
7. Autopercepção e Autoconhecimento: Caracterizado pela percepção do indivíduo sobre ele
mesmo.
8. Desempenho de Papéis e Relacionamento: Que descreve o envolvimento e as interações
sociais.
9. Sexualidade - Reprodução: Relacionado à satisfação ou insatisfação com questões sexuais e
reprodutivas.
10. Resposta e Tolerância ao Estresse: Compreendido como a capacidade do indivíduo de conduzir
suas respostas e buscar fontes de apoio frente ao estresse.
11. Valores e Crenças: Que pontua os princípios, concepções e aquilo em que a depositado confiança
e fé.
PROCESSO DE ENFERMAGEM
A coleta de dados só é possível através da comunicação, ela possui como o objetivo a obtenção
de informações. Pode ser voltada para um único paciente ou pode ser com foco na família nas CF’s,
não necessariamente é preciso coletar dedados de apenas um indivíduo, pode-se coletar dados de
uma família, de um grupo ou de uma comunidade, sempre fazendo uso da comunicação.
A comunicação pode ser verbal, que é tudo aquilo que é falado (LIBRAS é uma língua verbal) ou
não verbal, que se dá basicamente por gestos, pela face, por expressões, tudo que remete a algo
sem ter uma comunicação verbal.
Em algumas instituições existem instrumentos próprios que auxiliam na coleta de dados, ofícios
desenvolvidos pelo setor ou pela educação permanente que auxiliam a coleta de dados de uma
forma mais objetiva, sem fugir do que é necessário.
Exemplo de sinal e sintoma associados: paciente refere dor durante a palpação (paciente relata e
profissional observa gestos de dor durante o exame).
Quando os dados coletados são, em sua maioria, sinais vitais, a teoria que fundamenta essa coleta
é a das Necessidades Humanas Básicas, de Wanda Horta (necessidades psicobiológicas,
oxigenação e circulação). Quando o instrumento de coleta de dados é dividido em padrões funcionais
(relacionamento, cognição, atividade/exercício, sono/repouso), a teoria que fundamenta é a de
Gordon, a Teoria dos Padrões Funcionais de Saúde.
É importante que a coleta de dados seja fundamentada com base em uma ou mais teorias de
enfermagem, pois facilita as etapas posteriores do processo de enfermagem.
É portador de Diabetes Mellitus tipo 2 há 7 anos. Relata que ingere 2 comprimidos diários, pela
manhã, de Glibenclamida. Nega internações anteriores. Neste momento são identificadas as
condições pregressas a condição atual. (histórico de doenças e internações anteriores).
Em relação à nutrição, ingere diariamente água, sucos de frutas naturais, leite, café, arroz e carne.
Raramente come doces. Refere que é muito difícil seguir a dieta prescrita, mas procura evitar doces
e comidas gordurosas. Urina 5 vezes ao dia. A urina possui coloração amarelo-límpida. Nega disúria.
Relata evacuar uma vez ao dia, à noite. As fezes possuem coloração marrom e aspecto endurecido.
Porém, há 2 dias não evacua. Em relação ao sono e repouso, dorme, em média, 8 horas por noite e
não acorda em nenhum momento. Sente-se descansado e cheio de energia quando acorda. Relata
que as suas principais atividades de lazer são assistir televisão e ir à Igreja. Aqui a teoria utilizada foi
a das necessidades humanas básicas. (avaliação das necessidades de saúde).
Todas essas etapas dependem do tipo de teoria utilizada, pois o registro pode ser feito com base
nas necessidades de saúde (Wanda Horta), nos padrões funcionais de saúde (Gordon), nas
necessidades de autocuidado (Dorothea Orem) e etc. Tudo vai depender da teoria escolhida para
fundamentar a coleta de dados.
No exame físico são aplicadas as técnicas propedêuticas que são: inspeção, palpação, percussão e
ausculta. E a depender da região essa ordem pode ser alterada, como no caso do abdômen que
primeiro se faz inspeção e ausculta antes de percussão e palpação, para não alterar os sons e
movimentos peristálticos.
Caso não haja a confirmação dessas identificações através de exames, pode-se dizer que “o
paciente possui urina com coloração indicativa de hematúria/piúria (termo que vai utilizar)” ou “urina
com coloração hematúrica”. Nós avaliamos de acordo com o aspecto apresentado.
Paciente alerta. Comunicativo, sem alterações na linguagem. Orientado no tempo, espaço e pessoa.
Ausência de alterações visuais e auditivas. Pele normocorada com manchas hipercrômicas nos
MMII, turgor cutâneo e elasticidade preservados, textura fina e enrugada, higiene satisfatória.
Cabeça simétrica, ausência de massas ou abaulamentos, distribuição capilar preservada. Pupilas
isocóricas e fotorreativas. Conjuntiva normocorada. Cavidade nasal e mucosa oral íntegras. Região
cervical simétrica, com linfonodos não palpáveis. Tórax simétrico, com expansibilidade preservada.
Ausência de massas e abaulamentos. Apresenta murmúrios vesiculares sem ruídos adventícios e
som claro pulmonar do tipo ressonante. Bulhas cardíacas nomorrítmicas e normofonéticas. Abdome
simétrico com formato globoso. À ausculta abdominal, apresentou ruídos hidroaéreos hiperativos.
Percussão com ruídos timpânicos. Ausência de dor e massas durante a palpação. Membros
inferiores e superiores simétricos, eutróficos. Mobilidade ativa e coordenação motora preservada.
Perfusão tissular menor que 2 segundos.
Também temos a coleta de dados da enfermagem e as ações específicas a serem realizadas, quem
as define são os diagnósticos de enfermagem (DE), ou seja, os DE ajudam a definir quais são as
ações e metas que o enfermeiro precisa ter no dia-a-dia para atender demandas exclusivas que só
o enfermeiro pode resolver.
A partir da coleta de dados o enfermeiro, a partir do raciocínio clínico, deve estabelecer ações
especificas que nenhum outro profissional pode fazer.
Exemplos:
Em 2018 os fatores relacionados se dividiram em: fatores relacionados (causas em que o enfermeiro
tem autonomia para estar realizando o cuidado), população em risco (questões gerais de população
que não tem uma ação especifica) e condições associadas (áreas especificas para outros profissionais
que atuam em conjunto com o enfermeiro).
Os sistemas eletrônicos têm códigos dos diagnósticos que são utilizados e são números padrões para
todo o mundo.
Exemplo de diagnóstico de enfermagem REAL (p. 398 do NANDA):
> Título: Recuperação cirúrgica retardada – extensão do número de dias de pós-operatório
necessários para iniciar e desempenhar atividades que mantêm a vida, a saúde e o bem-estar.
– Código do diagnóstico: 00100;
– Características definidoras: adiar retorno ao trabalho, desconforto, mobilidade prejudicada,
necessita de ajuda para o autocuidado, etc.
– Fatores relacionados: desnutrição, dor, obesidade, reação emocional pós-operatória.
– População em risco: extremos de idade, história de atraso em cicatrização de ferida.
– Condições associadas: agente farmacêutico, contaminação do sítio cirúrgico, diabetes
mellitus, mobilidade prejudicada e etc.
Esse tipo de diagnóstico entende a complexidade das respostas humanas que fazem parte de um
conjunto de manifestações clínicas (sinais e sintomas). Um conjunto de diagnósticos atuais/reais
leva a um diagnóstico de síndrome.
O que tem de diferente nas características definidoras do diagnóstico de síndrome é que eles são
constituídos por diagnósticos reais. O conjunto de diagnósticos reais leva a uma resposta sindrômica.
O perfil das características definidoras é o que permite identificar o perfil sindrômico/diagnóstico
sindrômico.
RELEMBRANDO:
SAE – Tríade: {pessoas, métodos e instrumento} faz parte da gestão do cuidado do enfermeiro ≠
Processo de Enfermagem – é a representação do cuidado efetivamente realizado ao paciente,
estabelecido em 5 etapas (é esperado que o enfermeiro sempre registre suas ações durante as
etapas).
1. Coleta de dados
2. Diagnóstico de enfermagem
3. Planejamento
4. Implementação da Assistência
5. Avaliação
Como estabelecer um Diagnóstico de Enfermagem (DE) NANDA-I?
1. A partir da coleta de dados, identifica-se as necessidades de saúde do indivíduo/família/
comunidade.
2. Identificar o(s) domínio(s) em que as necessidades estão inseridas.
3. Identificar a(s) classe(s).
4. Escolher o(s) título(s) do(s) provável(is) DE(s).
5. Ler o enunciado do(s) DE(s) e verificar se o mesmo reflete as necessidades de saúde do
indivíduo/ família/ comunidade.
6. Confirmar o(s) DE(s), apontando as características definidoras/ fatores relacionados/ fatores de
risco.
É importante sempre lembrar da sequência, que é sempre do mais subjetivo para o mais objetivo, que
é o Diagnóstico de Enfermagem que será determinado.
Exemplo: paciente XX relata dor e rigidez nas pernas, demora na movimentação e fácil desequilíbrio.
Após essas etapas será avaliado se a definição e as características definidoras representam o que
está sendo buscado. A partir do relato do idoso, o profissional deverá buscar as evidências nas
características definidoras que representam e que vão confirmar o diagnóstico de enfermagem. As
características definidoras são extremamente importantes para confirmar o diagnóstico e neste
caso, são instabilidade postural (relatada como desequilíbrio) e movimentos lentos, que confirmam a
presença desse diagnóstico. Além disso, o paciente relata a questão álgica e a rigidez muscular para
confirmar a presença do diagnóstico
Redação Diagnóstica: Mobilidade física prejudicada (diagnóstico de enfermagem) relacionada a dor
e rigidez articular (fatores relacionados) manifestada/caracterizada/evidenciada por movimentos
lentos e instabilidade postural (características definidoras).
OBS: ao realizar outra coleta de dados, é possível que sejam encontrados outros dados e o
diagnóstico mude.
❖ PRINCIPAIS DIFICULDADES E QUESTÕES
Ao realizar a coleta de dados, tem-se uma infinidade de informações que são coletadas e que podem
gerar diferentes diagnósticos, mas o mais importante e o essencial é saber como elas estão
aglutinadas.
→ Questão 1: Cada sinal/sintoma (características definidoras) geram um único diagnóstico de
enfermagem?
R: Não, é importante aglutinar as informações e entender como isso vai gerar uma resposta humana
comum (que é o diagnóstico de enfermagem). O que se espera é que se consiga identificar para um
mesmo diagnóstico mais de uma característica definidora. A NANDA não determina um número
mínimo de características definidoras para se chegar a um diagnóstico, mas é importante pensar que
é preciso ter uma característica definidora forte e que seja efetivamente representativa do diagnóstico
de enfermagem. Por exemplo, o diagnóstico de enfermagem “recuperação cirúrgica retardada” (ex.
de diagnóstico real) apresenta como característica definidora “desconforto”, que pode ser a
relacionado a diversas diagnósticos que apresentam essa característica definidora comum. Febre
também é um sinal comum a diferentes diagnósticos médicos. Por isso, nessa mesma perspectiva é
preciso encontrar uma característica definidora que seja efetivamente representativa. No caso da
“recuperação cirúrgica retardada”, uma evidência mais forte para esse diagnóstico seria a pessoa
adiar o tempo de retorno para o trabalho ou demora no tempo de cicatrização mais do que o esperado
para aquele procedimento cirúrgico. Sendo assim, é importante ver quais são as evidências que vão
fundamentar aquele diagnóstico de enfermagem, pois quanto mais características definidoras tiver,
mais assertivo será diagnóstico.
Dúvida: mobilidade prejudicada x deambulação prejudicada → Mobilidade física prejudicada é um
termo mais amplo, ligado mais ao equilíbrio e aos movimentos no geral. E a deambulação é um termo
mais restrito, relacionado ao ato do movimento em si exclusivo, da marcha (do andar). Na dúvida, faz-
se necessário ler a definição e as características definidoras no NANDA.
→ Questão 2: Outro exemplo com diferentes características definidoras e de como elas podem ser
associadas para chegar a um único diagnóstico de enfermagem. Paciente chega com relato de
muitas queixas físicas, dor, letargia, diminuição na capacidade de concentração, instabilidade
emocional, relato de falta de energia, libido diminuído, propensão a acidentes.
R: A partir dessas características definidoras pode-se pensar em diferentes diagnósticos de
enfermagem. Porém, todas essas características associadas levam apenas a um diagnóstico de
enfermagem = FADIGA (relacionada ao desequilíbrio de energia).
Existem alguns diagnósticos mais objetivos como hipotermia e integridade da pele prejudicada, e
outros que são mais subjetivos, e por isso é importante coletar o máximo de informações que
representem aquele diagnóstico. Para uma assertividade maior faz-se necessário uma avaliação
clínica na prática.
Todas as classes que envolvem o domínio saúde psicossocial estão relacionadas, por isso fazem
parte do mesmo domínio.
Não é preciso decorar quantos domínios, classes e resultados a NOC apresenta, o importante é que
se entenda como ela é estruturada. Dentro de cada domínio tem uma série de classes, e dentro de
cada classe tem uma série de resultados esperados.
Lembrando que sempre que for pensar no resultado esperado dos diagnósticos, deve-se seguir uma
ordem de prioridade. Pois, não é possível planejar uma assistência para um paciente que possui um
DE que não é prioritário, porque o profissional estará perdendo tempo. É preciso de uma ação rápida
para a equipe, por isso, a partir da lista de diagnósticos daquele paciente, deve-se escolher o que é
prioridade. Por isso, os diagnósticos de enfermagem são sempre apresentados por ordem de
prioridade, e a partir dessa prioridade se estabelece as ações de assistência.
Ex: A ansiedade é um diagnóstico de enfermagem e pode ser prioridade. Mas supondo que o paciente
apresente como diagnóstico de enfermagem dor aguda e ansiedade, provavelmente a ansiedade está
acontecendo porque o paciente apresenta dor. Logo, muitas vezes resolvendo a questão da dor aguda
primeiro, a ansiedade também será resolvida, pois ela estava sendo manifestada pela dor.
Após o diagnóstico de enfermagem estabelecido pela NANDA, a terceira é etapa é ir na NOC para
buscar os resultados esperados para esse diagnóstico. No final da NOC tem-se a ligação entre a
NANDA-NOC, ela traz tudo pronto, porém não substitui o raciocínio do enfermeiro. E no meio do livro
(NOC) tem todos os resultados de enfermagem com a listagem de indicadores e a escala para cada
um dos indicadores.
Para o diagnóstico de hipotermia, a NOC traz uma série de resultados de enfermagem que se
relacionam com o diagnóstico de enfermagem e profissional selecionará qual ou quais resultados
serão utilizados como resultados esperados para aquele paciente.
Para hipotermia, tem-se como resultados sugeridos pela NOC:
1) Resultados sugeridos: sinais vitais; termorregulação; termorregulação: recém-nascido.
2) Resultados associados adicionais: estado neurológico: autônomo; nível de conforto.
A NOC apresenta sempre duas listas, os resultados sugeridos que são os mais amplos e os
resultados associados adicionais que podem ter mais relações com as características definidoras
e os fatores relacionados de um diagnóstico, ele vem a título de complementação. Se tiver
necessidade, os resultados associados são utilizados. Em caso de dúvida entre os resultados (por
exemplo: sinais vitais e termorregulação), o profissional deve c onsultar a NOC e procurar esse
resultado de enfermagem, que no exemplo foi “hipotermia” e identificar pela definição qual o melhor
se aplica aquele diagnóstico de enfermagem. Nesse caso foi termorregulação.
O resultado de “termorregulação” apresenta tantos indicadores que não cabem em uma página da
NOC, existem resultados com 3 páginas de indicadores, mas isso não quer dizer que o profissional
deverá usar todos os indicadores daquele resultado para o paciente. O profissional deve escolher os
indicadores de acordo com o que se aplica a situação.
Sempre que pensar no resultado dos diagnósticos é necessário seguir uma ordem de prioridade pois
não pode planejar a assistência pra um paciente que apresenta diagnostico de enfermagem que não
e prioritário. Dependendo do diagnostico se faz necessário uma ação rápida da equipe. A partir
daquele que é primeira prioridade estabeleço o planejamento da assistência de enfermagem para
ganhar tempo.
Lembrando que o diagnóstico de enfermagem será o guia para determinação dos resultados e os
resultados são essenciais para avaliar como o paciente está evoluindo e se teve a melhora do DE ou
não. Os resultados são importantes para determinar efetivamente o quanto de melhora teve esse
paciente. Além disso, são inúmeros os indicadores relacionados aquele resultado esperado (no
exemplo, termorregulação) e para cada um dos indicadores existe uma possibilidade de pontuação de
1 (pior) a 5 (melhor).
A classificação qualitativa varia de acordo
com cada indicador, por exemplo, para o
indicador temperatura da pele aumentada
ou diminuída o numeral 1 corresponde a
grave, e para “tremores quando está frio” o
1 = gravemente comprometido.
(Profª deu um exemplo sobre tremor e disse
que estava com a classificação errada no
NOC 2008, e então ela usou a pergunta
abaixo como exemplo para entender o
porquê tremor não deveria estar
enquadrado em gravemente comprometido,
mas sim em grave).
Como existem indicadores para verificar os resultados, se não tem o momento presente?
R: antes de pensar no resultado esperado (que é a meta), deve-se avaliar o paciente naquele
momento (pontuações acima) e a partir daí vai de acordo com a percepção do enfermeiro. Para todos
os indicadores que estão apresentados acima eu quero que o paciente que apresenta pontuação 1
(severo) para “tremor quando está frio” apresente a pontuação 5 (ausente/não comprometido), assim
como o “conforto térmico relatado” que apresenta 3 (moderado) quero que passe a ser 5 (ausente) e
quero que a “FR” se mantenha no que foi apresentado = score 5 (ausente) e não agrave.
OBS: Podem existir casos em que não será possível alcançar a pontuação desejada.
➢ Registro de Enfermagem da NOC:
– Resultado esperado (objetivo geral, algo mais amplo): deve ser escrito considerando o DE
estabelecido;
– Indicadores (objetivo específico): devem ser escritos considerando os elementos do DE e os
critérios para avaliação dos resultados.
Sabemos que o resultado esperado, por exemplo, a termorregulação é o objetivo geral, ele deve ser
descrito considerando o diagnóstico como um todo e os indicadores são objetivos específicos,
devendo considerar os elementos do diagnóstico. Ou seja, deve considerar a característica definidora,
os fatores relacionados, os fatores de risco e os critérios de avaliação dos resultados.
Os resultados esperados são estabelecidos para o indivíduo, família e comunidade, ou seja, para
quem o cuidado está sendo ofertado e tem como foco o paciente.
Exemplo de DE sem utilizar a NOC:
➢ Diagnóstico de Enfermagem: “conhecimento deficiente” (sobre sua doença: hipertensão arterial
sistêmica), relacionado a informações insuficientes manifestado por comportamento inapropriado e
seguimento de instruções inadequadas.
BIZUS DE DIAGNÓSTICOS:
Qual o tipo desse diagnóstico? • Síndrome: “síndrome” como prefixo;
R: diagnóstico atual/real, pois o paciente já apresenta a • Risco: “risco de” como prefixo;
HAS, por isso não é um diagnostico de promoção à • Promoção à saúde: de diagnóstico
saúde, nem de risco, pois ele já apresenta o de síndrome: “disposição para” como
desconhecimento sobre a HAS no momento. prefixo.
Qual a meta para o conhecimento deficiente?
R: O ideal é pensar no título do diagnóstico, ou seja, se tenho um conhecimento deficiente a meta a
ser alcançada será o conhecimento eficiente/satisfatório do paciente sobre a sua doença.
➢ Resultado esperado: conhecimento eficiente (sobre sua doença).
➢ Indicadores: deve-se verificar todos os elementos do diagnóstico, logo, a professora sem olhar o
NOC traçou os seguintes indicadores:
✓ O paciente deverá ser capaz de descrever o processo da doença (fatores de risco, sinais e
sintomas, complicações, tratamento, formas de prevenção);
✓ O paciente deverá ser capaz de descrever os efeitos adversos do uso do tabaco sobre a saúde;
– Nesse caso, o paciente era tabagista e não tinha conhecimento sobre sua situação;
✓ O paciente deverá ser capaz de descrever as razões para a dieta recomendada;
✓ O paciente deverá ser capaz de citar as medicações e o horários de administração das mesmas.
O termo “o paciente” deve ser precedido em todos os indicadores pois é para ele que o profissional
está estabelecendo as metas. Pode ocorrer do enfermeiro traçar DE para equipe de enfermagem
(ex.: desenvolvendo um procedimento de forma errada, sem assepsia, logo, a equipe está
apresentando conhecimento deficiente), e nesse caso a equipe é o ser cuidado. O diagnóstico foi
traçado para equipe, logo, os indicadores serão pensados para equipe de enfermagem (é mais
comum na educação permanente).
01:21:22 a 01:31:22 → Dúvida se a NOC funciona como um guia/dicionário.
NIC – Classificação das Intervenções em Enfermagem que também tem conexão com a NANDA-I.
Intervenções de enfermagem → “são ações baseadas no julgamento e conhecimento clínico,
realizadas por um(a) enfermeiro/técnico/auxiliar de enfermagem, que visam alcançar bons
resultados para o indivíduo/família/comunidade” que foram traçados com a NOC. O profissional
determina os resultados esperados, a partir deles determina as intervenções para equipe de
enfermagem.
A NIC é composta por uma árvore de 7 domínios, 30 classes e 565 intervenções de enfermagem.
Domínios (classes)
I. Fisiológico básico: controle de atividade e exercício; controle de eliminação; controle de
mobilidade; suporte nutricional; promoção de controle físico e estímulo de autocuidado;
II. Fisiológico complexo: controle eletrolítico e acidobásico; controle de medicação; controle
neurológico; cuidado perioperatório; controle pele/feridas; termorregulação e controle de
perfusão tissular.
III. Comportamental: promoção de comportamentos saudáveis; terapia cognitiva; melhora da
comunicação; assistência no enfrentamento; educação do paciente e promoção de conforto
psicológico;
IV. Segurança: controle de crise e controle de risco;
V. Família: cuidado puerperal; cuidado à crença e cuidado ao(s) se(es) humano(s) no ciclo da vida;
VI. Sistema de saúde: intermediação no sistema de saúde; administração do serviço de saúde e
controle de informações;
VII. Comunidade: Promoção do bem-estar da comunidade e controle de riscos na comunidade.
Exemplo da NIC:
É possível observar
definições e conjuntos
de atividades para
essa intervenção.
A intervenção é uma
estratégia, às vezes
chamada de estratégia
de intervenção, pois é
algo amplo.
Dentro da intervenção
existe uma série de
atividades que a
equipe precisa realizar
para alcançar a meta.
Exemplo:
✓ DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM: Hipotermia relacionada a
exposição a ambiente frio e inatividade manifestado por tremor e relato
de desconforto térmico.
✓ Buscar o título do DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM: HIPOTERMIA
Os VERBOS utilizados nas intervenções (monitorar, promover, enrolar) são verbos no infinitivo, ou
seja, estão dando uma ordem. Todas as atividades relacionadas as intervenções se destinam para a
equipe de enfermagem, por isso as atividades dentro das intervenções realizadas pelo enfermeiro
são com verbos no infinitivo.
Não é preciso utilizar todo o conjunto de atividades de cada diagnóstico, em alguma situação
específica pode até ocorrer de todas serem utilizadas, mas é preciso fazer a leitura e por meio do
julgamento do enfermeiro, ele decidirá quais são as atividades que se relacionam com a situação.
Essas foram as atividades selecionadas que serão desenvolvidas conjuntamente com a equipe.
→ ATIVIDADES (ações): relata as ações do (s) profissional (is) que deverão ser executadas para o
alcance do resultado esperado, com a estratégia norteando-as.
Exemplo sem utilizar a NIC:
– Diagnóstico de Enfermagem: Conhecimento deficiente (sobre sua doença: hipertensão arterial
sistêmica), relacionado a informações insuficientes manifestado por comportamento inapropriado.
– Intervenção de Enfermagem: ORIENTAÇÃO quanto à sua doença.
Atividades (traçadas sem utilizar a classificação NIC):
✓ Informar ao paciente o significado da doença (hipertensão arterial sistêmica), suas causas e suas
manifestações clínicas;
✓ Apresentar ao paciente figuras sobre o efeito deletério do fumo;
✓ Dialogar com o paciente sobre os benefícios da alimentação adequada;
✓ Informar quanto a necessidade de fazer o controle da pressão arterial periodicamente;
✓ Instruir o paciente quanto às medicações que faz uso (via, dosagem, horário).
Vão ter momentos que será imprescindível o treinamento do paciente sobre o seu tratamento, como
por exemplo, um paciente diabético quanto a aplicação da insulina.
PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM
Determinar intervenções não é fazer a prescrição de enfermagem. Para que a prescrição seja
realizada, além dessas intervenções traçadas e do conjunto de atividades é preciso dizer de quem é
essa responsabilidade e o aprazamento (de quanto em quanto tempo, se será realizado de forma
contínua). Exemplo de aprazamento:
“Mudança de decúbito de 2h em
2h está errado”, o correto seria
colocar: REALIZAR mudança
de decúbito de 2h em 2h ou
mudar o paciente de decúbito
de 2h em 2h.
O planejamento da assistência
é função do Enfermeiro.
É preciso lembrar que o paciente é o protagonista das ações da enfermagem, portanto, o cuidado
deve ser singular e exclusivo para eles, e a equipe precisa se adaptar à realidade dele.
A comunicação é primordial para todo processo.
Caso o paciente não queira trocar o curativo ou tomar uma medicação por exemplo, é importante fazer
essa observação no registro para que o enfermeiro tenha respaldo. A NIC apresenta uma organização
por especialização, lá vai mostrar a intervenção específica para cada área. Cada uma dessa
intervenção funciona com um protocolo de atividades.
É através da pontuação dos indicadores (escala tipo Likert, que é individual para cada paciente) que
é possível fazer toda essa avaliação. E se baseando nesses indicadores vamos definir se o resultado
esperado foi alcançado ou não.
• Relate apenas por si mesma (nunca anotar por outra pessoa, pois a responsabilidade pode recair
sobre você);
• Registre todos os fatos (a partir disso vem o respaldo profissional);
• Faça anotações de forma legível;
• Comece cada registro com data e hora, termine com sua assinatura, cargo/função e número de
registro do Coren;
• Não deixe espaços em branco nas anotações;
• Corrija todos os erros imediatamente;
• Não aplique corretivo ou rabisque os erros cometidos durante o registro. Trace uma única linha
sobre o erro, escreva a palavra “erro" entre parênteses ou “digo” entre vírgulas;
• Não documente julgamento sobre o paciente/acompanhante e comentários de retaliação ou
crítica;
• Se uma prescrição for questionada, registre que foram pedidos esclarecimentos (importante
relatar a conduta);
• Evite usar frases vazias como “estado inalterado”, “relatou bom dia “, “apresentasse normal” (o
que é normal?);
• É proibido registrar informações parciais e inverídicas sobre a assistência prestada; (ex.: relatar
que acompanhou o banho de um paciente sem ter acompanhado);
• É proibido assinar ações de Enfermagem que não executou, bem como permitir que suas ações
sejam assinadas por outro profissional.
Todas as etapas do Processo de Enfermagem devem ser registradas.
❖ COMO ORGANIZAR O REGISTRO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM?
Utilização do método SOAP.
S dados subjetivos (anamnese) – tudo o que o paciente relata;
O bjetivos (exame físico) – tudo o que o enfermeiro observa;
A valiação (diagnóstico da Enfermagem) – caso é julgamento;
P lano de cuidados (planejamento da assistência de Enfermagem);
Os dados subjetivos e os objetivos são referentes a coleta de dados.