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UNIDADE CURRICULAR: Pedagogia do Ócio e dos Tempos Livres

CÓDIGO: 11026

DOCENTE: Luísa Aires & Ricardo Palmeiro

A preencher pelo estudante

NOME: Cátia Filipa Domingues Correia Aires

N.º DE ESTUDANTE: 2103853

CURSO: Licenciatura em Educação.

DATA DE ENTREGA: 24 de Abril de 2023.

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TRABALHO / RESOLUÇÃO:

1. Foram convidados, um elemento do sexo feminino (F) – Entrevistado 1, e um


elemento do sexo masculino (M) – Entrevistado 2, ambos com 20 anos para a realização
da entrevista, foi-lhes mencionado o propósito e para que efeito a mesma representaria,
deixando claro que serviria apenas para coleta de informação de forma anónima. As
entrevistas foram elaboradas pela via online nas redes sociais, com resposta às
perguntas na própria tabela, curtas e diretas, não oportunizando qualquer anexo da
mesma.
2.

Perguntas Entrevistado 1 Entrevistado 2

1.Em que ano nasceu? Nasci em 2003. Nasci em 2003.

2.Em que concelho Resido no Concelho


Resido no Concelho de Almada.
reside? de Almada.

3.1. Frequenta a Sim, Instituto Politécnico de


Escola/Universidade? Setúbal.
3.2. Se respondeu “sim”, Curso Técnico Superior Não.
indique o nome e o ano Profissional em Gestão de Turismo
do curso que frequenta no 1ºano.

4.1. Desempenha uma Sim, trabalho.


actividade profissional?
Trabalho a tempo
4.2. Se respondeu “sim”,
Não, apenas estudo. inteiro, no Almada
mencione a actividade
Fórum, na empresa
que desempenha.
Nós
Telecomunicações

Gosto de ver filmes,


5. Como ocupa os seus Gosto de Sair com os amigos, ir ao
jogar videojogos,
tempos livres neste cinema, passear com o namorada e
jogar futebol e sair
momento? estudar.
com os amigos.

6. Porque ocupa os seus Porque divirto-me e porque não


Porque é o que mais
tempos livres nestas posso reprovar nos estudos, mas

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atividades? também porque tenho que gosto de fazer.
aproveitar a vida.

7. O que gostaria de
Ir às compras sem olhar ao preço, Já faço o que mais
fazer nos seus tempos
porque iria dar-me muita satisfação. gosto.
livres?
Porquê?

3. Hoje o que determinamos de Ócio e de Tempos Livres, no passado atribuía-se a


festas, às tradições e cultos das sociedades pré-industriais, que no decorrer dos anos e
aos movimentos migratórios, na otica social, política e económica, foram modificados
pelos comportamentos, valores e mentalidades, carregando por muito tempo a expressão
“criador de todas as obsessões”.
A palavra Ócio no termo espanhol, deriva do latim Otium, traduzida para
palavra em português - lazer, designa proveito das horas livres, descontração, repouso,
remetendo como definição ocupação prazerosa, levando bastante tempo até que o ócio
conseguisse largar o sinónimo de preguiça, e começar a representar um vocábulo com
poder, na sua forma pessoal, gratuita e não pela vertente social, mas sim como uma
experiência recriadora.
Por questões culturais envolvidas globalmente, nomeadamente quando o senso-
comum simetriza a ociosidade, os conceitos chave como ócio, lazer e tempo livre,
estabelecem entre si diferentes significados a partir dos aprendizados do ser humano,
inerentes à existência, persistidas no presente do cidadão contemporâneo, podendo o
tempo livre ser empregue ao ócio, se as nossas atitudes, ações e vivências forem
conscientemente direcionadas para a contingência do ócio, como entendimento da
liberdade.
O tempo livre é extrínseco ao sujeito, o que na verdade é apenas soberano ao
trabalho, uma vez que os encargos biológicos e sociais subsistem, e o seu uso nas
diversas formas, fazem parte do nosso quotidiano, quer no sentido público ou privado,
tanto como objeto científico como nos seus métodos de planeamento de políticas
públicas, propícias ao bem-estar. Este tem vindo a ganhar terreno, criando-se uma
enorme variedade de teorias que explicam o fenómeno, em especial pelo consumismo
de bens e pacotes turísticos, ocupando-se também das áreas da comunicação e
informação.

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Concebido pela modernidade, estes conceitos relacionam-se com a dicotomia
trabalho-diversão, exímio como um direito ao trabalho, favorecendo a participação, quer
seja ela de reflexão, artística, religiosa ou de encontro com a natureza, na cisão entre o
sujeito e o mundo, sendo cruciais à promoção da saúde mental e física, passando ao
homem o papel de garantir a sua subsistência, reprodução e realização na procura do
prazer, “é uma realidade em contínua mudança…como sinal de qualidade de vida de
forma direta”(Lopez, 2009), constituindo a família como uma comunidade de ócios, à
quantidade de atividades conjuntas realizadas nos tempos livres.
Em termos educativos, estes devem entender como processo de formação,
acarretadas de possibilidades, conhecimentos e opiniões, que concedam a socialização
no sentido da aprendizagem, de forma consciente e responsável, contribuindo para o
desenvolvimento da criança, estas mudanças surgem com as atividades na escola, extra-
escolares, no desporto, nas creches e ATL, bibliotecas e Ludotecas, tirando partido
dessas vantagens para que conheça todas as alternativas que tem ao seu dispor e o
permita escolher, cabendo aos professores e familiares encaminhá-los nesse sentido.

4. O âmbito não-especifico da pedagogia do ócio, abrange o meio escolar, familiar,


urbano e os meios de comunicação de massa, como por exemplo uma viagem em
família, uma ida ao parque ou cinema, na escola, o recreio ou intervalo das aulas.
O meio escolar tem um caráter ambíguo, e prepara indiretamente o discente para o seu
tempo livre em torno do percurso e para o futuro, “tornando-se também por outro lado,
alienante, como tempo não livre… uma instituição que controla boa parte do tempo
socialmente obrigatório pouca ajuda oferece à educação no ócio e para o ócio” (Puig &
Trilla, 2004).
Já a família é a principal instituição social, mesmo que não possua todas as
carateristicas, ela determina as exigências e necessidades responsáveis ao tempo
exterior à escola, dando um reforço positivo quando permite que as atividades sejam
escolhidas pelos próprios filhos, facultando ao meio urbano a parte das festas, do
desporto e das atividades culturais.
No âmbito específico, este retrata os atributos e alternativas educativas
intrínsecas, através de planos pedagógicos das instituições a tempo parcial, exigindo
situações próprias de intervenção, como refeições e dormidas, por exemplo, os
escuteiros nos acampamentos, como nas colónias de verão dos jovens, representando a
primeira desvinculação da criança com a família, no contato com um meio ambiente
diferente, coletivo, aprendendo outros modelos, a viver e a criar vivências, nas diversas

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metodologias pedagógicas, descobrindo-se a si próprio, por meio da participação e
realização de projetos, propiciando assim interatividade entre gerações, como “ócio de
composição heterogénea e polivalente”(Puig & Trilla, 2004).

5. Estamos a tornar-nos em um país metódico e hermético no que toca a relações


pessoais, nos grupos conflituosos, nas instituições e culturas, tornando-se crucial a
intervenção social, como o bem-estar e o estímulo à coesão. É neste sentido, que a
mediação atua e urge no interesse social e educativo, nas diversas atividades, contextos
formais e informais, e nas múltiplas instituições, através de um perfil traçado de
competências específicas, conhecedor dos códigos linguísticos da população e
particularidades com quem trabalha. Deve ser formado essencialmente em competências
no terreno, cuidados, princípios, valores e atitudes, como participante ativo na resolução
de confrontos e problemas, no combate a alienação e ócio negativo e padronizado,
contendo uma postura responsável, assertivo e imparcial, capaz de identificar
problemas, bom ouvinte, como bom observador, tendo como capacidade imperativa a
flexibilidade, a disponibilidade e motivação na sua função.
É de considerar três perspetivas: Tecnocrática, Interpretativa e Crítica. A
tecnocrática é centrada em metodologias de mediação, em princípios intrínsecos e
deontológicos, focada na orientação, já a interpretativa cria uma união com a
individualidade, existindo a necessidade da competência e comunicação aberta, na ação
cooperativa e de solidariedade, remetendo-se sempre com base no diálogo, por outro
lado a perpetiva critica, evidencia-se na liberdade social, regendo-se pela sua
transformação, fortemente canalizada na justiça equitativa como no bem social.
No enquadramento educativo, muitas vezes com uma profunda expressão
conflituosa, nas questões comunitárias e interculturais, o mediador socioeducativo, deve
proceder com resiliência, paciência, criatividade, humor e autocontrolo para interagir
com estas adversidades, sendo primordial promover ao discente uma atuação ativa,
instituindo o respeito, a valorização pessoal, auxiliando no processo da sua evolução,
como “ponte” entre família-jovem-escola, num acompanhamento psicológico e
emocional, orientando na informação e socioeducativa familiar, profissional e social,
através da colaboração, entreajuda, como um confidente disponível e neutral, presente
no acolhimento, encaminhando na criação de condições pelos que desenvolvem
processos de auto-análise na procura de soluções.

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Referências Bibliográficas:

Otero López, J.C.(coord.) (2009).La pedagogía del ócio: nuevos desafíos. Lugo: Axac;

Puig Rovira, J.; Trilla Bernet, J. (2004). A Pedagogía do Ócio. Brasil: Artmed. S.A.

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