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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS

MARILENE BAMBIL DOS SANTOS

SURDES E A LINGUA DE SINAIS NA PRIMEIRA INFÂNCIA

Projeto de pesquisa apresentado à disciplina


Prática de Pesquisa em Educação, 6º semestre
do Curso Pedagogia, Faculdade de Ciências
Humanas e Sociais do Centro Universitário da
Grande Dourados-UNIGRAN.
Orientadora: Profa. Dra. Sonia Maria Borges de
Oliveira

DOURADOS
2021
SUMÁRIO
1 Introdução ......................................................................................................... 3
2 Referencial teórico............................................................................................. 6
3 Metodologia ...................................................................................................... 7
4 Recursos ............................................................................................................ 8
5 Cronograma ....................................................................................................... 8
6 Referencias ........................................................................................................ 9
1 INTRODUÇÃO

Esse projeto tem como objetivo falar sobre a Língua de Sinais na primeira infância,
seus benefícios para o desenvolvimento sociocultural e cognitivo e defender o
ensino da mesma como primeira língua para os surdos. Através da língua de sinais
o surdo se desenvolve cognitiva e socialmente, com sua aquisição pode interagir
com o mundo surdo, mas também com o mundo ouvinte. A comunidade surda tem
sua própria cultura, sua própria identidade e língua, que varia de um país para o
outro, a criança surda deve se orgulhar em narrar-se como surda e perceber que
não é deficiente, apenas diferente e percebe o mundo de forma visual. A linguagem
é essencial no desenvolvimento de qualquer criança, pois a linguagem é um
instrumento de poder e aos surdos não pode ser negado o direito de usufruir dos
benefícios de uma língua, portanto, aceitar a diferença do surdo e conviver com a
diversidade humana é um desafio proposto à sociedade. A língua de sinais é uma
ferramenta que permite ao surdo maior mobilidade nas formações discursivas, como
também incentivas que o ajudam na constituição de suas identidades frente às
imposições culturais do ouvinte. O tema da surdez envolve algumas questões
históricas e, acredito que ainda há muito que estudar e contribuir para educação de
surdos. Portanto, discutirei a questão do desenvolvimento cognitivo, cultural do
sujeito surdo por meio da interação social e da aquisição da sua língua natural,
língua de sinais, que lhe é garantida por direito, mas ainda assim pouco reconhecida
pela comunidade ouvinte, que forma a parte predominante da nossa sociedade.

A inclusão de crianças surdas na sala de aula é de suma importância para uma


aprendizagem eficaz. Atualmente, muitos alunos surdos enfrentam dificuldades ao
ingressarem numa instituição de ensino, devido à falta de infraestrutura e
preparação dos profissionais do local. Quando se trata da questão da alfabetização
para o grupo citado, encontra-se uma defasagem ainda maior, visto que são a partir
dessa etapa que se desenvolvem as habilidades fundamentais de escrita e leitura,
as quais são levadas por toda vida.

As crianças que ingressam na educação infantil, na maioria das vezes, nunca


tiveram contato com a língua de sinais. Geralmente, é através da dramatização, dos
gestos e mímicas que começam a ocorrer às primeiras relações de comunicação
entre a criança surda e sua família. A Educação Infantil é de grande importância
para todas as crianças, mas para a criança surda é muito importante, nesse
momento, ter um professor surdo, para que este sirva de mediador entre os gestos e
a língua oficial. Skliar (2001, p. 147) afirma que a “presença do professor e da língua
de sinais na escola se converte na melhor garantia de uma eficiente educação”. Mas
é relevante mencionar que todo este processo de transição da comunicação familiar,
em forma de gestos, para a comunicação oficial de surdos, a Libras, deve se dar de
forma natural e gradativa, e não imposta, pois cada criança tem seu próprio ritmo.

Como as outras crianças, a criança surda observa e vivencia a sala de aula, a rua, a
cidade, desenvolvendo sua visão de mundo e desenvolvendo-se cognitivamente. O
contato e a interação com diferentes materiais como livros, histórias em quadrinhos,
tiras humorísticas, charges de jornais, jogos de sequência lógica, quebra-cabeças,
gravuras e filmes são importantes para incentivar à curiosidade, desenvolver a
atenção, a observação e a memória visual dos surdos, pois eles percebem e ouvem
o mundo através dos olhos. O ensino das Libras é uma dramatização das palavras,
o surdo lê e ouve através dos sinais, de símbolos visuais. À medida que a criança se
desenvolve, a linguagem serve como impulso para o pensamento e, na sequência,
esse contribui para a aquisição de novas formas de comunicação, enriquecendo
ainda mais a linguagem. O professor deverá, nesse processo, respeitar os saberes
dos alunos e a partir destes saberes, questioná-los, indagá-los e desafiá-los para a
construção dos novos saberes. Madalena Freire (1983, p.15) afirma: Quando se tira
da criança a possibilidade de conhecer este ou aquele aspecto da realidade, na
verdade se está alienando-a da sua capacidade de construir seu conhecimento.
Porque o ato de conhecer é tão vital como comer ou dormir, e eu não posso comer
ou dormir por alguém. Da mesma forma, para Freire (1983) são também vitais o jogo
e o ato de brincar para as crianças de todas as faixas etárias, mas principalmente
para as crianças da Educação Infantil. Tânia Fortuna (2000, p. 159), citando
Winnicott (1975, p. 80) também nos diz que “é somente no brincar que o indivíduo,
criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral, e somente
sendo criativo pode descobrir seu eu”.

Eu escolhi esse tema porque as matérias que mais me agradaram no decorrer do


curso foram relacionadas à Educação Especial em especial a libras. Eu gosto tanto
do tema que pretendo fazer uma pós um curso de extensão de Língua Brasileira de
Sinais (Libras). Minha escolha se deu porque pretendo pesquisar aspectos sobre a
importância do ensino da língua de sinais para surdos na primeira infância e a
formação de sua identidade e cultura; como também a importância para o
desenvolvimento cognitivo e social dos sujeitos surdos. Os temas Surdez e a língua
de sinais na primeira Infância são os que eu mais gosto de ler, escolhi escrever
sobre o que gosto no meu projeto de pesquisa, principalmente por ser um tema que
acredito ainda haja muita coisa a se acrescentar e defender. A constituição brasileira
(1988) assegura o direito de diferentes expressões culturais no povo brasileiro,
assegurando também os direitos culturais dos surdos. A constituição ainda conta
com a legislação que não legitima a exclusão, possibilitando o pleno direito à
diferença. Estas legislações estabelecem alguns fatos obrigatórios, como por
exemplo, a educação especial, a educação inclusiva que, mesmo não garantindo o
acesso à cultura surda, garantem o direito à educação. A Lei 10.436 de 24 de abril
de 2002 garantiu a língua de sinais como língua nativa da comunidade surda. No
mesmo caminho, o Decreto 5.626 de 22 de dezembro de 2005 trouxe importantes
inovações para educação de surdos, pois identificam os surdos como aqueles que
interagem com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando, assim, sua
cultura principalmente pelo uso da língua de sinais. Essa lei garante ainda um
intérprete/tradutor para alunos surdos nas escolas onde eles se encontram,
assegurando também o seu direito de ser diferente. No campo da pesquisa sobre as
políticas voltadas para este segmento, Skliar (1998) defende que as crianças surdas
devem crescer bilíngues, sendo a primeira língua a de sinais e a segunda língua, a
originária de seu país. A aquisição da língua de sinais garante ao surdo o
desenvolvimento linguístico e, além disso, permite o desenvolvimento cognitivo,
afetivo-emocional e o desenvolvimento da identidade e da cultura surda. Behares
(2000), por sua vez, apresenta um argumento de reconstrução do processo
educacional, a fim de inserir o surdo no mundo dos ouvintes pela percepção de que
eles são diferentes e não anormais ou deficientes. O autor propõe que reconheça
que o melhor para o surdo é uma Educação Bilíngue Bi cultural, pois através da
identidade bi cultural da criança surda seu acesso à cultura ouvinte é maior, tendo
como ponto de vista a utilização da língua de sinais da comunidade e todos os
benefícios socioculturais e intelectuais que sua aquisição proporciona para permitir o
acesso rápido e natural da criança surda a comunidade ouvinte. A partir dessa
orientação, o projeto aqui apresentado tem como perspectiva de analise as
concepções do mundo da surdez.
2 REFERENCIAL TEÓRICO

Vigotski (2012) aponta que as pessoas que nascem surdas não sofrem
diretamente a experiência da perda, mas, habitando um mundo cujos códigos
sociais e demais parâmetros utilizados na vida diária são na maioria das vezes
auditivos, não tardam a ter a experiência da deficiência. A plenitude de sua vida e a
amplitude de seu território existencial depende bastante dos cuidados e da
estimulação que recebem, bem como das oportunidades que lhes são oferecidas.
Sendo assim, na perspectiva vigotiskiana a estimulação precoce é essencial para o
desenvolvimento do sujeito, uma vez que quanto mais cedo for estimulado à
aprendizagem pode ocorrer com mais plenitude e facilidade.
Para Vygotsky (1998), que propõe a teoria sócia interacionista, o ser humano
já nasce inserido num meio social, que é a família, e é nela que estabelece as
primeiras relações com a linguagem na interação com os outros, é essa interação
uma das maiores responsáveis pelo desenvolvimento da criança. O processo de
formação de pensamento é despertado pela vida social e pela constante
comunicação que se estabelece entre crianças e adultos, é um processo
fundamental, pois sem linguagem não há pensamento, portanto a interação social
torna-se o motor do desenvolvimento.
Nesta abordagem teórica, a criança é concebida como sujeito cultural, social e
histórico. Vigotsky ressalta que a aprendizagem possibilita a aprendizagem, o que
significa dizer que a criança se desenvolve aprendendo e aprende se
desenvolvendo.
Stuart Hall

Conforme Hall (2002), se a linguagem atribui sentido, os significados só


podem ser partilhados pelo acesso comum à linguagem, que funciona como sistema
de representação. Desse modo, a representação através da linguagem é central
para os processos pelos quais é produzido o significado.

Livro O Vôo da Gaivota:

Emmanuelle Laborit: Num relato comovente e vigoroso, uma jovem surda-


muda conta como venceu preconceitos e a descrença e conquistou o sucesso. A
surdez profunda e congênita de Emmanuelle Laborit não a impediu de se tornar atriz
e de receber o cobiçado prêmio Molière de teatro. Não foi, porém, um caminho fácil.
Desde pequena assolada pela sensação de aprisionamento num universo
silencioso, na primeira infância ela só conseguia gritar. Por causa de seus gritos
estridentes e desesperados seus pais a apelidaram de gaivota.

Um apelido profético: Emmanuelle, contra todas as expectativas, conseguiu alçar


grandes vôos. Neste livro, ela revê sua trajetória, da infância à vida adulta. Suportar
o preconceito da sociedade e da escola, conquistar o direito a uma linguagem, viver
as primeiras paixões adolescentes, afirmar-se como mulher, atriz e escritora... Cada
passo foi um desafio, um exercício de coragem e perseverança. Com um estilo
poético, Emmanuelle Laborit expõe suas dúvidas e fragilidades ao mesmo tempo em
que derruba os mitos que cercam a deficiência. Ao final do depoimento, fica a
certeza de que, longe de ser uma limitação, para a atriz a surdez foi um dom, uma
enriquecedora possibilidade de crescimento.

Parte do trabalho que expõe a base teórica que fundamentará a pesquisa.


Devem-se apresentar os autores que servirão de referência teórica, ou
seja, autores cujas concepções sobre o tema serão utilizadas, expondo suas
principais ideias e contribuições para a sua temática. Lembre-se de colocar o
sobrenome do autor e ano da obra. Se quiser colocar o nome completo do autor e
também o nome da obra também é aceitável.

3 METODOLOGIA

Pesquisa de abordagem qualitativa com objetivo exploratório que envolve a


pesquisa bibliográfica e de campo.
A pesquisa bibliográfica ........
Na pesquisa de campo será utilizada a técnica .....
4 RECURSOS

(Apenas ilustrativo para terem uma ideia do que é, podem preencher com outros
tipos de materiais)
4.1 Material permanente

Quadro 1 – Material Permanente da pesquisa

Material Quantidade Valor Unitário (R$) Total (R$)

4.2 Material de Consumo

Quadro 1 – Material de consumo da pesquisa

Material Quantidade Valor Unitário (R$) Total (R$)


Resma de papel
sulfite
Cartucho de
impressora
Xérox
Encadernação
Espiral
Encadernação
Capa Dura
Total

5 CRONOGRAMA

PROCEDIMENTOS ANO: 2021


Meses
fev mar abr maio jun jul
Levantamento de literatura sobre temática
Estudo da literatura levantada
Produção da parte bibliográfica
Preparação do levantamento de dados
Levantamento de dados e entrevistas
Produção da parte da pesquisa de campo
Revisão gramatical e de formatação do
artigo.
Entrega do artigo

6 REFERÊNCIAS
BEHARES, Luis Ernesto. Novas correntes na educação do surdo: dos enfoques
clínicos aos culturais. Santa Maria, UFSM, 2000.
SKLIAR, Carlos. A surdez: um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre: Mediação
1998.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A,
2002.

O Voo da Gaivota – Emmanuelle Laborit ano 1996.

. Lei nº 10.436 de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais –


Libras e dá outras providências. Disponível em . Acesso em: 26 nov. 2011.
VYGOTSKY, L.S. (2012). A aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade
escolar. In: VYGOTSKY, L.S.; LURIA, A.R.; LEONTIEV,A.N. Linguagem,
desenvolvimento e aprendizagem. 12º edição. São Paulo: Editora Ícone, pp.103-117.

Colocar os que foram usados no item 2. Nas normas da ABNT. CONSULTE A


APOSTILA

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