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ABSTRACT
The act of playing can help a lot in the integral development of the student, as it is a pleasant activity, which
arouses the interest and attention of the student, who is a specialist in playing. It is within early childhood that this
moment should be stimulated, due to the child's maturational characteristics, which will be much more likely to
participate in the proposed activities if they are playful. This work is justified by the need to value the act of playing
within the teaching methodologies, as a valuable aid tool for the student's literacy, so it was decided to work with a
bibliographic research using as reference several authors who have relevant works in the studied area. . The article
is divided into three distinct topics, starting with a debate about the child's relationship with playing, followed by the
importance that this practice has for the child, ending with a discussion about playing as an aid to student literacy.
We can perceive at the end of this work that the child, especially the one of the studied age group, who is in the
process of literacy and literacy, loves the act of playing, because it is an activity that has been playing for a long
time, since its conception, and we teachers must encourage the child to play and we take ownership of these
pedagogical moments, so that along with the act of playing the child is also learning.
O trabalho está subdividido em três tópicos prática, que em nossa sociedade assume diversos
diferentes para facilitar a compreensão do leitor. O papeis, sendo utilizada como atividade lúdica, que
primeiro tópico discute a relação que a criança possui busca o prazer, um divertimento, como uma forma de
com o ato de brincar, que à acompanha desde usufruir dos momentos livres, para se aprender a
sempre, e do qual ela possui total propriedade, já no viver em sociedades, aprender seu espaço dentro de
segundo tópicos procurou-se elencar a importância cada grupo social, dentre outras alternativas
que tal pratica possui, pois, a mesma aos olhos dos (BROUGÈRE, 2010).
adultos tende a ser desvalorizada, por não Tal prática acompanha a humanidade desde
conseguirem entender os benefícios e aprendizagens seus primórdios, não sendo possível precisarmos
delas decorrentes. No terceiro tópico finalizamos com quando realmente iniciou. No entanto, sabe-se que
uma discussão sobre como podemos utilizar o brincar por muito tempo as crianças apenas reproduziam
alfabetização e letramento do aluno da pré-escola. que estavam inseridas. Tais práticas eram
valorizadas por prepararem as crianças para
Ao final pode-se perceber que o brincar se desempenharem seus papeis quando estivessem
reveste de um significado bem mais amplo, podendo mais velhas, logo, o ato de brincar, por séculos foi
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marcado por representações sociais, não está sempre em busca de novidades, pois está
possibilitando e nem estimulando um uso maior da habituada a um processo dinâmico de evolução, onde
imaginação. os brinquedos e jogos tendem a ficar obsoletos em
Tal situação dava-se por conta da visão que as uma velocidade nunca antes vista dentro de qualquer
sociedades antigas tinham da criança, que para eles outra sociedade.
era apenas um adulto em miniatura, que deveria ser A relação entre a criança e o brincar só veio se
tratada como tal, e impelida a assumir seus papeis expandindo ao longo do tempo, sendo perceptível as
sociais o quanto antes. Esta situação perdurou por alterações dos modos e brinquedos utilizados por
séculos, só sendo possível percebermos uma cada geração, do brincar de jogos populares como
mudança relevante por volta do século XVIII, que foi pega-pega, amarelinha, João-ajuda dentre outros,
quando ocorreu uma ressignificação do papel social evoluiu-se para o brincar com a utilização de jogos
exercido pela criança até então, Coelho (2001, p.76) eletrônicos, que cada vez mais vem se tornando mais
aponta que tal mudança ocorreu motivada pela realistas, o que em consequência acabam sendo
“ascensão da burguesia e reestruturação familiar, a mais chamativos para as crianças. Neto (1995, p.9)
criança começou a ser reconhecida como indivíduo reafirma essa posição ao destacar:
diferente do adulto, com atribuições diferentes”. Esta As alterações ocorridas na estrutura
social e econômica das sociedades,
nova visão oportunizou a estas crianças exercitar
devidas ao processo de modernização e
mais a sua imaginação e ter tempo para relacionar-se inovação tecnológica, têm vindo a criar
diversas transformações nos hábitos
com seus iguais.
cotidianos da vida dos homens e na sua
Com mais tempo e tendo o direito de ser relação com os fatores ecológicos.
tratada como um ser em processo de construção
Por tanto, as brincadeiras de rua vêm a cada
cognitiva e social, a criança, melhora a sua relação
geração perdendo mais espaço dentro das gerações,
com o brincar, passando assim, mais tempo dedicado
que passam cada vez menos tempo brincando ao ar
a esta atividade, paralelo a isso, com o
livre. Com o advento dos jogos eletrônicos percebe-
desenvolvimento da indústria, proporcionado pela
se que a criança passa cada dia mais tempo
revolução industrial, passa-se a produzir brinquedos
realizando esta atividade, que apesar de estimular a
voltados para as crianças, que antes disso, tinham
coordenação motora fina de suas mãos, acaba
que produzir seus próprios brinquedos, este fato
acarretando mais danos do que benefícios para o seu
revoluciona a relação da criança com o brincar, pois
desenvolvimento intelectual e social (KETZER, 2003).
tendo cada vez mais acesso a brinquedos que
Tal alteração é explicada por estudiosos como
estimulam a sua imaginação as crianças puderam
Silvestrini e Pereira (2014, p. 06) ocasionados por
ampliar as possibilidades desta prática (POSTMAN,
diversos fatores, dentre os quais destacaram-se os
1999).
seguintes:
Atualmente este nicho de mercado é um dos
O alto índice de violência das grandes
mais lucrativos, e chega até as crianças das mais cidades privou muitas crianças de
variadas formas, seja através de anúncios televisivos, brincarem nas ruas. O trânsito dos carros
aumentou, a velocidade em que
que passam entre as propagandas dos desenhos, percorrem as ruas também se tornou
seja através das redes sociais, onde as crianças elevada. Os ataques repentinos dos
traficantes contra os cidadãos civis e
estão sendo inseridas cada vez mais precocemente. militares. Todos esses fatores
Esta situação leva a uma geração imediatista, que influenciaram para que o espaço do
brincar se tornasse reduzido.
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modernos e possibilitando uma maior imersão dentro desta etapa utilizam-se de ferramentas lúdicas não
dos jogos. Estes jogos estão presentes no cotidiano impositivas como afirma Mukhina (1995, p.166):
destes indivíduos cada vez mais cedo, não se
O pré-escolar começa a estudar
restringindo, como antigamente, a apenas os brincando. O estudo é para ele uma
consoles de videogame, que necessitavam da TV espécie de jogo dramático com
determinadas regras. A criança assimila
para funcionar, mas assumindo novas plataformas e sem se dar conta, os conhecimentos
aparelhos. Os jogos eletrônicos estão presentes nos elementares. Para o adulto, o estudo é
algo muito diferente do jogo. Influenciada
celulares de praticamente todas as pessoas pelo adulto a criança vai mudando de
(CARVALHO, 2005). atitude: o estudo passa a ser algo
desejado. Ao mesmo tempo, cresce sua
Tal situação carece de um maior debate e capacidade de estudar.
compreensão, para que seja possível entender até
Podemos ver até aqui que o ato de brincar
que ponto esta relação com os jogos eletrônicos
possui um imenso significado, não restringindo-se a
afetam a criança e a utilização dos jogos e
somente uma atividade sem fim ou propósito. Ao
brincadeiras historicamente desenvolvidas, um fato é
brincar a criança faz representações simbólicas de
notório, as brincadeiras de rua e os jogos populares
situação, utiliza-se de sua imaginação e inteligência
vem ano a ano perdendo espaço dentro das novas
para transportar-se para outros momentos e viver
gerações.
outros personagens. E a pré-escola é o ambiente
propício para esta prática, do brincar. Tanto dirigido,
2.3 O letramento e o brincar
como livre, estes momentos são muito importantes
para a criança, que nem sempre tem tempo e
Inclui-se o terno letramento pois, diversos
espaços adequados para brincar em casa ou na rua.
autores dentre eles Soares (2001) acreditam que
Ao adotar metodologias lúdicas que incentivam
existe uma grande impossibilidade de dar um sentido
a participação e despertam o interesse, o professor
mais amplo ao termo alfabetização, segundo a autora
consegue aproximar o aluno e iniciar o seu processo
“Não basta aprender a ler e escrever. As pessoas se
de letramento e alfabetização, sem necessariamente
alfabetizam, aprendem a ler e escrever, mas não
utilizar aquela metodologia arcaica de repetição de
necessariamente incorporam a pratica da leitura e da
vogais e sílabas,preparando-o melhor para os
escrita” como podemos ver a autora nos fala que o
próximos níveis de ensino que se sucederão. E o
aluno que não possui este letramento pode até ser
brincar na educação infantil é fundamental como nos
alfabetizado, no entanto, ele não conseguirá
diz os Parâmetros Curriculares Nacionais em seu eixo
desenvolver as competências necessárias para
do brincar:
utilizar-se de tal ferramenta em seu cotidiano.
a) É imprescindível que haja riqueza e
diversidade nas experiências que lhes
Para alcançar estes objetivos os professores são oferecidas nas instituições;
utilizam-se de técnicas e ferramentas que auxiliam o b) A brincadeira é uma linguagem
infantil;
processo de adaptação destes educandos, pois os c) No ato de brincar, os sinais, os gestos,
mesmos, muitas das vezes tem dificuldades para os objetos e os espaços valem e
significam outra coisa daquilo que
cortar os laços de convivência entre seus familiares, e aparentam ser;
passar certos períodos com a atenção focada nas d) Ao brincar as crianças recriam e
repensam os acontecimentos que lhes
tarefas a serem feitas. Para isso, os professores deram origem, sabendo que estão
brincando;
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