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A I refletindo sobre o processo de aprendizagem da criança.

Ana Carolina; Josiane Souza da Costa; Juliana Gonçalves Ramos.

RESUMO

Tendo em vista a importância da Alfabetização na idade certa, este estudo teve o


objetivo de entender como se dá a Alfabetização na educação infantil, e refletir sobre
como o lúdico auxilia no processo ensino-aprendizagem da criança. O estudo teve como
instrumento, uma pesquisa de campo do tipo qualitativa, que foi realizada na escola
Municipal Pequeno Príncipe. Para obter embasamento teórico foi necessário realizar
buscas em bases teóricas em livros da área do conhecimento investigado,
fundamentamos o estudo na autora: Magda Soares (2003). Aplicamos questionário há
uma professora que respondeu sem nenhum problema. Diante das análises, verificamos
que a professora utiliza o lúdico como ferramenta no aprendizado dos alunos em
momentos esporádicos não existe em seus planejamentos indícios de práticas lúdicas
frequentes, entretanto, ela afirma que a ludicidade é uma constante nos seus fazeres
diários, sabe da importância da ludicidade enquanto elemento inovador e que contribui
com a aprendizagem das crianças.

Palavras-chave: Atividade lúdica. Prática do Professor. Educação Infantil.

INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo entender a importância da Alfabetização na


educação infantil, e também refletir como o lúdico auxilia no processo ensino
aprendizagem da criança, pois sabemos que a criança tem direitos assegurados por lei,
de uma educação de qualidade, considerando o texto descrito na BNCC: Brincar
cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes
parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções
culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências
emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.
(BRASIL, p. 2018)
Compreendemos o quão importante é trazer essa temática sobre Alfabetização e
a ludicidade para o processo ensino aprendizagem na educação infantil, uma vez que,
nessa fase as crianças estão em pleno desenvolvimento das suas habilidades cognitivas,
sociais, afetivas e motoras e as atividades lúdicas são fortes aliados dos professores para
ajudar nesse processo de desenvolvimento da criança. Como afirma Magda Soares
(2003):" letramento é mais que alfabetizar, é ensinar a ler e escrever dentro de um
contexto onde a escrita e a leitura tenham sentido e façam parte da vida do aluno".

CAMINHOS METODOLOGICOS DA PESQUISA

O estudo teve como base uma pesquisa de campo de abordagem qualitativa por
se tratar de um estudo que requer uma investigação mais profunda, assim como, a
inserção em um período determinado de tempo na realidade a ser investigada, neste tipo
de abordagem de acordo com Bogman e Biklen (1994).

Nesse tipo de pesquisa a preocupação com o processo é muito maior que o


produto, logo o interesse do pesquisador ao estudar determinado problema e verificar
como ele se manifesta nas atividades, nos procedimentos e nas interações cotidianas.
Bem como a pesquisa qualitativa permite um aprofundamento de dimensões da vida
social que não podem ser quantificadas, como é o caso desse estudo.

O Lócus de pesquisa foi a Escola Municipal Pequeno Príncipe, que fica


localizada em uma área bem localizada no bairro Central na cidade de Macapá, no
estado do Amapá. Foi escolhida essa escola por estarmos realizando estágio nas
referidas escolas e por observarmos o trabalho realizado pelas professoras nas escolas
escolhidas para a realização da coleta de dados e, por entendermos também, que a
realidade da escola é diferente de muitas outras.

Aplicamos questionário para uma professora, (10) questões sendo elas questões
abertas e fechadas. As perguntas tiveram por finalidade entender como a professora
trabalha a Alfabetização e os jogos de forma lúdica na sua prática pedagógica na
educação infantil, para que assim possamos conhecer mais a fundo como acontece a
questão da Alfabetização na turma de 1° período da educação infantil, na escola
Municipal Pequeno Príncipe.
RESULTADOS E DISCUSSÕES

A pesquisa foi realizada com uma professora da escola pública da educação


infantil, suas atividades são desenvolvidas no turno da tarde. Para a coleta dos dados, foi
aplicado um questionário organizado com oito questões sendo elas abertas e fechadas.

Para que fosse realizada a entrevista com a professora marcou-se um dia e local,
no entanto, a professora se encontrava ocupada e não pôde responder na hora então
decidiu levar para casa e em outro dia entregaria como combinado. É importante
destacar que as questões foram todas relacionadas ao tema de jogos na alfabetização e
letramento na prática do professor.

Neste estudo a professora será identificada pela sigla P1, para que seja mantido o
sigilo profissional da participante e respeitemos o código de ética científica.

Quadro 01: Idade da professora.

PROFESSORAS IDADE TEMPO DE SERVIÇO FORMAÇÃO ACADÊMICA

P1 45 anos 8 meses Graduada em Pedagogia

Fonte: As pesquisadoras.

Os dados mostram que a professora não possui ensino superior com qualificação
para atender a modalidade de ensino que atua, entretanto, a professora (P1) ao longo dos
seus 8 meses na educação infantil não possui curso de especialização na área da
educação. Esse ponto nos chamou atenção, pois é sabido que quanto mais o professor se
qualifica, melhor será sua contribuição em sala de aula.

A próxima pergunta feita a professora foi se ela gostava de trabalhar na


educação infantil. A (P1) respondeu que “sim”, é importante mencionar que ela não
deixa claro quais são as suas motivações nesse segmento, o que a faz gostar tanto de
trabalhar com esse público, em relação as atividades que ela mais gosta na educação
infantil, a resposta foi evasiva. Observa-se que não fica claro qual dinâmica é a sua
motivação, o que nos leva a entender que não se tem motivação em trabalhar com a
educação infantil.

Quanto a concepção de alfabetização e letramento, (P1) afirmou que é de


fundamental importância pois, “os dois precisam andar juntos, pois um complementa o
outro, não adianta o indivíduo saber escrever se ele não saber o que está escrevendo ou
não saber interpretar o que está escrevendo”.

Conforme a resposta acima, a professora julga a importância da alfabetização e


letramento no processo de ensino aprendizagem das crianças em sala de aula, pois a
partir dessa experiência com as letras e palavras, elas se desenvolvem com mais rapidez
e segurança desde que sejam bem trabalhadas, de fato, complementares, apesar de
guardarem diferenças entre si, para isso, se faz necessário um bom planejamento para
que a aprendizagem aconteça de forma coerente e significativa para as crianças. De
acordo com Soares (2001).

“Alfabetizar e letrar são ações distintas, mas que a


escola deveria alfabetizar letrando, de maneira a
ensinar a ler e escrever no contexto das práticas
sociais da leitura e da escrita, para que o indivíduo
se tornasse tanto alfabetizado como letrado”

Essa concepção é aceita por vários estudiosos que afirmam que a escola não
deveria negligenciar o domínio do sistema de escrita, nem tampouco descontextualizar a
escrita de seus usos sociais (Albuquerque, 2005; Morais & Albuquerque, 2007;
Santos,2005). Perguntamos sobre as principais dificuldades enfrentadas durante a
alfabetização, (P1), deixou claro que seria “a falta de concentração das crianças e o não
acompanhamento das mesmas em casa “. Ao nosso ver, a falta de se trabalhar a
alfabetização em sala, pode ter causado esse desânimo nas crianças, mesmo que a
professora tenha dito ao contrário, (P1) deixa a desejar. Sobre o lúdico afirma
Kishimoto (2003, p.32).

“O lúdico é uma atividade antiga praticadas


por sociedades primitivas, considerada como uma
atividade cultural, com suas definições menos
rigorosa e muito mais ampla, para buscar a
essência e o prazer de brincar. Com isto chegou a
chamar o homem de “homo Ludens” (homem que
brinca), para ele a capacidade de jogar e brincar
são tão importantes para a nossa espécie quanto o
raciocínio e a construção de objetos. ”

Trabalhar o lúdico com a criança nessa fase é essencial, despertando seu


interesse nas atividades e com isso sua evolução no ensino-aprendizagem em sala de
aula, trabalhando de maneira dinâmica e ao mesmo tempo alfabetizando e letrando
aquele aluno. (P1) fala sobre a relação entre família e escola, a instituição deve estar
preparada para receber essas famílias do século XX, de modo que ambas criem relações
de respeito e companheirismo em prol da educação da criança. Diante dessa perspectiva,
Tiba (1996, p.140), afirma que: “O ambiente escolar deve ser de uma instituição que
complete o ambiente familiar do educando, os quais devem ser agradáveis e geradores
de afeto. Os pais e a escola devem ter princípio muito próximos para o benefício do
filho\aluno. (1996, p. 140) ”. Logo essa interação entre ambas as partes deve ser
harmônica, sempre dialogando a respeito do aluno, o papel que a família exerce na vida
da criança é de grande relevância para o seu desenvolvimento escolar.

Na questão seguinte perguntamos se ela costumava ouvir músicas com seus alunos,
quais seriam e de qual forma a (música) contribui para o desenvolvimento da criança.
(P1), respondeu que ‘Sim’, usa as músicas como instrumento de ensino, e que a mesma
contribui para a socialização, expressão corporal, concentração e comunicação.
Acreditamos que a música, sim, possa possibilitar todos esses conceitos, e muito mais,
(P1) no período que estávamos em sala com a mesma não citou nenhuma atividade
relacionada a música, dando a entender que não faz parte do seu planejamento
educacional, sendo uma modalidade de ensino que cativa as crianças.

A música na Educação Infantil é um recurso importante para o desenvolvimento


de diversas habilidades artísticas, físicas, emocionais e sociais da criança, além de
favorecer a aprendizagem linguística das mesmas. A música tem a habilidade estética de
traduzir as emoções, atitudes e valores culturais de um povo ou nação.

As escolas de Educação Infantil têm um grande desafio com a educação em um


século de constantes e rápidas mudanças sociais e tecnológicas. A inserção da música na
escola constitui-se como instrumento contributivo no processo ensino-aprendizagem e
de outras habilidades nas crianças.
E para que tal ação aconteça de maneira efetivamente eficaz, os PCN’s em Arte
(2001, p. 79) determina que é:

Estabelecendo relações com grupos musicais da localidade e da região,


procurando participar em eventos musicais da cultura popular, shows, concertos,
festivais, apresentações musicais diversas, a escola pode oferecer possibilidades de
desenvolvimento estético e musical por meio de apreciações artísticas. Várias
manifestações musicais, tais como os movimentos que têm vigorosa mistura entre som
internacional e os ritmos locais permitem sentir e refletir sobre suas respectivas
estéticas, percebendo influências culturais de várias ordens e a presença da cultura oral.
O quando e como trabalhar os vários tipos de música levados para a sala de aula vai
depender das opções feitas pelo professor, tendo em vista os alunos, suas vivências e o
meio ambiente, e vai depender da bagagem que ele traz consigo: vai depender de seu
“saber música” e “saber ser professor de música.

Partindo do princípio acima elucidado o ensino de música na escola, será


ministrado compreendendo a realidade regional do aluno, entendendo e refletido sobre
as manifestações culturais locais e internacionais que rodeia o espaço de convivência do
aluno.

Questionamos a (P1) se a mesma utiliza os conteúdos do Referencial Comum


Curricular Amapaense em suas aulas, e se ela achava importante trabalhar os conteúdos.
(P1), na concepção dela ‘Sim’ é importante, mas não especificou o porquê, a professora
não define qual é a importância de se trabalhar os conteúdos que estão na lei como
métodos de ensino, percebemos que é uma fala vazia de conhecimento sobre o tema
tratado, o que nos remete a falta de leitura sobre as metodologias que estão no RCA,
para serem trabalhadas em sala.

Art. 10- O Referencial Curricular Amapaense prevê par a Educação Infantil,


práticas cotidianas centradas nas experiências, nas interações e na brincadeira, para que,
por meio delas, as crianças desenvolvam e ampliem suas potencialidades, construindo
significados e descobertas.

Art. 11 - As normas e princípios da Educação Infantil no Sistema Estadual de


Ensino são as estabelecidas na Resolução n° S6/2015 CEE/AP e devem ser observadas
na adequação e/ou elaboração da Proposta Pedagógica Curricular da instituição de
ensino.
Art. 12 - O currículo da Educação Infantil está organizado por campos de
experiências nos diversos grupos etários: bebês (0 al ano e 6 meses); crianças bem
pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 1l meses); crianças pequenas (4 a 5 anos e 11
meses).

Após as análises, podemos afirmar que a metodologia utilizada pela professora


na escola é a tradicional pois o foco ainda é o professor, que transmite seu
conhecimento através de exercícios e atividades que fixam uma relação autoritária
onde o aluno deve ser disciplinado com atenção de cumprir seus deveres. “Na formação
da educação e na construção do conhecimento, tem que haver um grande cuidado, pois
o conhecimento da criança é algo de grande importância na sua construção, de caráter e
sua formação como pessoa, pois a partir deles que elas vão criar sua personalidade”.
(SOUZA; ROIM, S/D, p.5).

Sabemos que o professor é a peça chave nesse processo, pois ele será sempre o
mediador dessa pratica, é de suma importância que os educadores compreendam o que é
o processo de alfabetização e letramento, como ele se dá dentro da prática pedagógica,
para que o aluno aprenda dentro do que é esperado para cada faixa etária.

O processo de ensino e aprendizagem não vem com manual de instruções, e cabe


ao professor estar apto e qualificado para entender as necessidades de aprendizagem de
seus alunos, visto que ensinar é um caminho cheio de desafios a serem enfrentados e o
educador não está ali apenas para ensinar, mas sim para também aprender todos os dias
com o seu trabalho enquanto mediador de conhecimentos, sempre buscando evoluir para
assim também alcançar a evolução de seus alunos.

Questionamos a professora sobre a importância dos jogos no desenvolvimento


da criança e ela afirmou que: (P1) “os jogos têm um papel fundamental no processo de
ensino e aprendizagem, pois a partir deles muitos aspectos são trabalhados e
desenvolvidos, principalmente nos jogos coletivos.

Ao analisarmos a resposta da professora entendemos que ela tem uma visão


superficial e frágil sobre a importância do jogo no desenvolvimento da criança, e como
já foi observado essa professora não trabalha com os jogos de forma educativa, e sim,
de forma recreativa, como forma de manter as crianças entretidas. E de acordo com
Piaget (1976) estas não são uma forma de desafogo ou entretenimento, precisam
proporcionar uma assimilação das realidades intelectuais.
O Jogo e o brincar, portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício
sensório-motor e de simbolismo, proporciona uma assimilação do real à atividade
própria, fornecendo a este seu alimento necessário e transformando o real em função das
necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de educação das crianças
exigem todos que se forneça as crianças um material conveniente, afim de que, jogando
e brincando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem isso,
permanecem exteriores a inteligência infantil. (PIAGET 1976, p.160)
Logo quando chegamos,
observamos que uma das crianças
estava sozinha em uma mesa e
nenhuma criança quis sentar-se com
ela. Logo cuidamos de incluí-la aos
demais alunos da classe, e foi tão
satisfatório ver aquele garotinho
interagindo e feliz com cada letrinha
que ele conseguia escrever ou
aprender.

Fizemos contação de Histórias


que traziam reflexões sobre
aparência, como a história da
“Menina bonita do laço de fita” e
“O patinho feio”. Através dessas
histórias conseguimos passar
para as crianças que cada uma
tem as suas singularidades e isso
É importante também que a faixa etária do jogo seja faz delas únicas. E que elas
adequada para a idade das crianças para que haja uma devem se amar do jeitinho que
são, pois são os traços dos nossos
pais que resultaram no que
somos, e que elas devem ter
orgulho disso.

Trabalhamos o alfabeto com as crianças para Em outro momento trabalhamos novamente o


prepará-las para o jogo “Pescaria do alfabeto com a Caixa das letras. Ensinando-as de
alfabeto” uma forma mais interessante.

melhor compreensão do que se quer ensinar.

FOTOS DA PRÁTICA:

Ajudamos na realização das atividades que Eles aprenderam brincando na pescaria do


estavam no planejamento da professora e na alfabeto. Além de exercitarem sua coordenação
que levamos, com a inicial de seus nomes. motora.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da busca teórica e em campo, foi possível compreender que a educação
infantil necessita que a escola alfabetize letrando, de maneira a ensinar a criança a ler e
escrever no contexto das
práticas sociais da leitura e
da escrita. E se faz
necessário usar a ludicidade,
pois dessa forma as crianças
terão uma aprendizagem
mais completa e divertida.

Diante do exposto,
entendemos que os professores possuem papel fundamental no processo de ensino-
aprendizagem dos seus alunos, por isso, é importante que os professores se qualifiquem,
pois, ensinar requer perseverança, e vão surgir desafios em que eles precisam saber
como agir diante de cada um deles. Para assim exercerem seus papeis da melhor forma,
entendendo como se dá o processo de alfabetização e letramento e possam ensinar as
crianças o que é esperado para cada faixa etária.

REFERÊNCIAS

(Contribuição da Educação Infantil para o Letramento: Um Estudo a Partir do


Conhecimento de Crianças sobre Textos, Maria Tarciana de Almeida Barros[1], a &
Alina Galvão. Alfabetização e letramento na fase inicial da escolarização. Maria Iolanda
Monteiro. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL:
ANALISANDO PRÁTICAS NA PRÉ-ESCOLA, Daniela Cardoso Espinosa1Thaise da
Silva. A importância da família no processo de ensino aprendizagem dos alunos da
escola Maria de Nazaré Oliveira na Turma de Jardim II, Brasil Escola. O ENSINO DA
MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL, MARIA TOMAZ DA SILVA FERREIRA.
REFERENCIAL COMUM CURRICULAR AMAPAENSE.

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