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Cintia Borges1
1 Introdução
No relato a professora declara que iniciou o ano letivo com 17 alunos, uma
sala heterogênea e com dificuldades para acompanhar o conteúdo a ser dado,
diante da mudança do ensino para nove anos, todos os alunos deixaram de
contemplar a etapa do jardim II na Educação Infantil.
Dos 17 alunos quatro deles não frequentaram a educação infantil, daí a
necessidade de um trabalho individual para desenvolver as habilidades até mesmo
no uso do material escolar.
Tirando cinco crianças que escreviam seu nome com autonomia os demais
necessitavam de intervenções individuais para nomear e traçar as letras do seu
nome, oito alunos da turma são migrantes de outros estados, tendo eles um
vocabulário diferente do nosso e muitos com dificuldades fonoaudiológicas, se
tornando mais um dos desafios a ter que ser enfrentado nesta turma.
As atividades com nome, que deram início ao trabalho, foram diversificadas e
replanejadas, com o propósito de levar todos a terem o seu nome como referência
para suas tentativas de leitura e escrita.
Após um mês com este trabalho realizei a primeira sondagem onde percebi
avanços e pude analisar melhor o perfil geral da sala para então planejar as
atividades levando até os mesmos conhecimentos que lhes fossem significativos e
interessantes ao mesmo tempo, pois era difícil prender a atenção, os alunos muito
falantes, curiosos e sem disciplina me fazia ao mesmo tempo desacreditar em que
sozinha conseguisse levá-los a alcançar a meta proposta para o ano letivo e
confiante de que este desafio seria importante para fortalecer a minha opinião
quanto à alfabetização.
Passei horas e dias pesquisando, planejando uma busca para criar
oportunidades e garantir as crianças à construção de sua identidade e da autonomia
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tão envolvida na aprendizagem que a ideia que tive no início de descrença já não
passava mais pela minha cabeça.
No segundo semestre as crianças desenvolviam seus saberes a toda prova e
a cada dia eu buscava mais e mais, o que levar até eles com o intuito de desafiá-los.
Iniciei um projeto que deslanchou a aprendizagem, a intervenção e o
desenvolvimento deles com as aulas se tornava gratificante, até mesmo as
conversas os deslocamentos de seus lugares diminuíram com o empenho que
demonstravam na realização de seus trabalhos.
Enfim chegamos ao final do ano e pude comprovar que o aprendizado quando
planejado, replanejado, ampliado, incluído, participativo e interagido com os
familiares tem sucesso e um sucesso gratificante que brilha nos olhos de um
educador e faz o sorriso brotar nos seus lábios, com sabor de dever cumprido,
fortalecendo a crença de que todo ser é capaz.
O ponto de partida essencial é entender que o pré-requisito fundamental para
aprender a ler e escrever é ter o domínio da linguagem oral. Qualquer leitor que
aprendeu a ler em Português conhece também o alfabeto do Inglês (já que é o
mesmo), mas nem por isso pode entender textos em inglês se não sabe falar em
inglês (não aprendeu a fonologia do inglês). É preciso, portanto, reconhecer que a
linguagem escrita representa, isto é, registra a linguagem falada. De tal modo, que
quando as crianças entram na Educação Infantil, aos 4 ou 5 anos, elas já estão
dominando um importante pré-requisito que é a linguagem oral.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Não é preciso tratar o assunto da alfabetização como algo difícil e cruel, basta
reconhecer que com atividades simples é possível estimular e ensinar as crianças,
desde muito cedo, a conhecer letras e seus sons.
Não apenas a minha opinião, mas as evidências científicas mostram que
esses conhecimentos vão ajudar e muito as crianças a aprender a ler e escrever
com mais sucesso e prazer.
REFERÊNCIAS