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AVAMEC

Formação em Ciências da Natureza


e suas Tecnologias
Apresentação
Sejam bem-vindos(as) à Formação em Ciências da Natureza e suas
Tecnologias!
Neste curso, buscamos trazer uma proposta de conteúdo teórico e
prático para o aperfeiçoamento de professores ligados à área de
Ciências da Natureza e suas Tecnologias, do PROJETO
OEI/BRA/18/002, e em conformidade com o Termo de Referência - N°
7051 6799 do Edital nº 077/2021.
O objetivo geral do curso é criar condições reflexivas e práticas para
desenvolver competências nos professores da área de Ciências da
Natureza e suas Tecnologias quanto à implementação da BNCC
(2018). Além disso, espera-se fortalecer o trabalho interdisciplinar no
que tange às disciplinas de Química, Física e Biologia no Ensino
Médio, com foco nas competências e habilidades a serem
desenvolvidas nos estudantes.
Espera-se que, ao final do primeiro módulo, o professor de Ciências
da Natureza seja capaz de planejar suas aulas nas unidades temáticas
previstas no Currículo do seu Estado, em consonância com a BNCC
(2018), e desenvolvendo as competências previstas na BNC Formação
(2019).
Neste contexto, buscou-se refletir sobre as Ciências da Natureza e
suas Tecnologias no âmbito cultural, histórico e diagnóstico;
compreendendo o sentido das competências e das habilidades da
Formação Geral Básica em relação às competências gerais e
específicas, e como elas se relacionam entre si e com os objetos de
conhecimento. Além disso, veremos quais são as competências
esperadas do professor no desenho do novo Ensino Médio e como
tudo isso é refletido na proposta dos planos de aula nesta área do
conhecimento.
Dessa forma, este presente curso trata-se de um espaço de
familiarização com o Currículo do seu Estado e de reflexão sobre a
sua prática docente neste contexto.
Para uma melhor visualização dos conteúdos deste Curso, veja o
sumário a seguir.

Sumário
Módulo 1 - Ciências da Natureza na Formação Geral Básica e
Específica

 Unidade 1 - Ciências da Natureza: dos primórdios aos tempos


atuais

o 1.1 Visitando os acervos nacionais de Ciências da


Natureza
o 1.2 Pinceladas na História da Ciência no contexto da
Ciência da Natureza
o 1.3 A importância das descobertas científicas na nossa
vida
 Unidade 2 - Competências e habilidades: BNCC e a área de
Ciências da Natureza na Formação Geral Básica do Ensino
Médio

o 2.1 BNCC e as Competências Gerais


o 2.2 As Competências específicas da área de Ciências da
Natureza
o 2.3 A relação das Competências Gerais com as
Competências e Habilidades da área de Ciências da
Natureza
 Unidade 3 - Planejamento de aulas na área de Ciências da
Natureza para a FGB do Ensino Médio

o 3.1 A Prática docente segundo a BNC-Formação


o 3.2 Preparando plano de aula de Ciências da Natureza a
partir do Currículo do seu Estado
 Considerações finais

 Referências
Módulo 2 - Ciências da Natureza nos Itinerários Formativos

 Unidade 1 - Itinerários Formativas na área de Ciências da


Natureza e suas Tecnologias

o 1.1 Entendendo o Itinerário Formativo na formação do


Ensino Médio
o 1.2 Aprendizagem Baseada em Problemas
o 1.3 Ciências da Natureza nos Itinerários Formativos
 Unidade 2 - Itinerário Formativos integrados com a área de
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

 Considerações finais

 Referências
MA - Módulo Avaliativo

 Atividade - Atividades de Fixação


Esperamos que aproveitem da melhor maneira possível os assuntos
contidos neste curso e bons estudos!
MÓDULO 1
Ciências da Natureza na Formação Geral Básica e Específica
Apresentação
Seja bem-vindo(a) ao primeiro módulo da Formação em Ciências da
Natureza e suas Tecnologias!
Este módulo intitulado Ciências da Natureza na Formação Geral
Básica e Específica é dividido em três unidades: a primeira
compreende uma rápida imersão em museus nacionais que retratam
a história da ciência, a visão histórica da evolução das Ciências da
Natureza no que tange à Química, Física e Biologia e uma reflexão
acerca do impacto da evolução da ciência nos tempos atuais.

Na segunda unidade o foco está na BNCC, em que o cursista


conhecerá as competências gerais que devem permear toda a
formação do estudante e também as competências e habilidades
específicas da área de Ciências da Natureza no Ensino Médio. Neste
momento é importante que o participante do curso conheça as
diretrizes do Currículo proposto para o seu Estado.
A terceira e última unidade deste módulo aborda a formação docente
segundo a BNC-formação, provocando uma autoavaliação do
participante do curso, culminando no exercício de elaboração de um
plano de aula com o olhar nas competências e habilidades a serem
desenvolvidas ao se considerar uma unidade temática. Ao final de
cada tópico você será convidado(a) a executar alguma atividade para
ajudar na reflexão do tema.
Veja o sumário, a seguir, para visualizar melhor o que te espera neste
primeiro módulo.

Sumário
Módulo 1 - Ciências da Natureza na Formação Geral Básica e
Específica

 Unidade 1 - Ciências da Natureza: dos primórdios aos tempos


atuais01

o 1.1 Visitando os acervos nacionais de Ciências da


Natureza02
o 1.2 Pinceladas na História da Ciência no contexto da
Ciência da Natureza05
o 1.3 A importância das descobertas científicas na nossa
vida09
 Unidade 2 - Competências e habilidades: BNCC e a área de
Ciências da Natureza na Formação Geral Básica do Ensino
Médio10

o 2.1 BNCC e as Competências Gerais10


o 2.2 As Competências específicas da área de Ciências da
Natureza13
o 2.3 A relação das Competências Gerais com as
Competências e Habilidades da área de Ciências da
Natureza18
 Unidade 3 - Planejamento de aulas na área de Ciências da
Natureza para a FGB do Ensino Médio19

o 3.1 A Prática docente segundo a BNC-Formação19


o 3.2 Preparando plano de aula de Ciências da Natureza a
partir do Currículo do seu Estado22
 Considerações finais25

 Referências26

 Unidade 1 - Ciências da natureza: dos primórdios aos


tempo atuais
 Nesta primeira unidade, iremos refletir acerca da evolução da
ciência e o impacto nos tempos de hoje, resgatando a unicidade
das Ciências da Natureza no ensino, sendo abordada, de forma
fragmentada, nas unidades curriculares de Química, Física e
Biologia.
 1.1 Visitando os acervos nacionais de Ciências da Natureza
 Segundo o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), existem cerca
de 3.505 museus registrados em todo o Brasil, com os mais
diversos temas. É possível conhecer um pouco do passado da
humanidade, onde buscamos informações acerca da nossa
origem, sobre como vivia a humanidade e quais espécies
habitavam o nosso planeta.
 O Museu Nacional, localizado no Rio de Janeiro, é a mais antiga
instituição científica do Brasil. Quando completou 200 anos teve
grande parte do acervo destruído, hoje é possível conhecer o
Museu na sua plenitude através de uma visita virtual.


 Venha fazer uma visita virtual ao Museu Nacional, clicando no
link abaixo.

 https://artsandculture.google.com/streetview/museu-nacional/
uwEZsf0cq9-FFg?sv_lng=-43.22634515757049&sv_lat=-
22.90570966031403&sv_h=296.83763022841276&sv_p=1.485687
6390421547&sv_pid=28ZlW_OgBeizODvMIqyuCw&sv_z=0.029662
17908307278


 Veja que no Museu Nacional é possível conhecer uma coleção
egípcia, considerada a maior da América Latina e uma coleção de
arte e artefatos greco-romanos, com peças recuperadas,
principalmente, nas escavações realizadas em Herculano e
Pompéia. As coleções de  Paleontologia incluem um dinossauro
proveniente de Minas Gerais e o mais antigo fóssil  humano já
encontrado no país, batizada de “Luzia”. Nas coleções de
Etnologia é possível  conhecer objetos que mostram a riqueza da
cultura indígena, cultura afro-brasileira e culturas  do pacífico. Na
Zoologia destaca-se a coleção Conchas, Corais e Borboletas.
 O Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP) é
um dos museus públicos mais antigos do Brasil e possui um dos
maiores acervos de história natural da América Latina, estimado
em mais de 8,5 milhões de espécies preservadas.

 Faça, a seguir, uma visita virtual ao MZUSP:



 https://vila360.com.br/tour/mzusp/

 Na biodiversidade deve ser considerada todas as formas de
vida, assim como os genes contidos em cada indivíduo, e as
inter-relações, ou ecossistemas, onde a existência de uma
espécie afeta diretamente muitas outras. Com a exposição da
biodiversidade, é possível conhecer espécies já extintas, as
ameaçadas de extinção e outras que fazem parte do nosso
planeta. Em uma análise temporal, é possível refletir acerca do
comportamento da humanidade e suas consequências para o
amanhã.
E os oceanos? Faça, também, uma visita ao Museu Oceanográfico
Univali.

https://tour360.meupasseiovirtual.com/016262/91846/museu-
oceanografico univali---balneario-picarras-sc/tourvirtual/

Nesta visita é possível conhecer a maior coleção privada de tubarões


e raias do mundo. A visita inclui ainda a maior coleção de tartarugas
marinhas da América do Sul; a maior coleção de mamíferos marinhos
e conchas do Brasil; a maior coleção de peixes e invertebrados
marinhos do sul do Brasil e a segunda maior coleção de aves
marinhas do Brasil.
Visitando os museus naturais, é possível visualizar as inúmeras
espécies que fizeram ou fazem parte do nosso planeta.
Mas e fora do planeta Terra, o que há para ver?
Você pode fazer uma visita ao Museu de Astronomia e Ciências Afins
(MAST), que é uma instituição pública voltada para a divulgação da
história da ciência e da tecnologia no país. Criado em março de 1985,
em São Cristóvão, Rio de Janeiro, o MAST também funciona como
uma unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia,
Inovações e Comunicações (MCTIC) e abriga o importante acervo do
Observatório Nacional.
Em 2020 o Museu disponibilizou a primeira exposição “O Homem na
Lua” como oportunidade de experiência da realidade virtual, que
pode ser acessada pelo
link https://web.superviz.com/projects/207c9489-ae3a-4ac0-
bdae06ac73a43d6d
Assim como o Museu WEG, o Brasil conta com diversas outras
iniciativas, privadas e públicas, para registrar a história e fomentar a
ciência e tecnologia em diferentes espaços. Por acreditar que o
intercâmbio, a troca de conhecimento e o aprendizado contribui para
o enriquecimento cultural e científico, apresentamos aqui outros
museus no país que tem a interatividade como um dos seus pontos
fortes e, acima de tudo, a ciência e tecnologia no seu DNA.
Visite mais alguns museus:
 Museu de Ciência e Tecnologia (MCT) – PUCRS
(https://www.pucrs.br/mct/institucional/) ;
 Catavento Cultural e Educacional;
 Museu de Astronomia e Ciências Afins – MAST;
 Museu de Ciência e Técnica da Escola de Minas

 Visitamos museus brasileiros buscando visualizar a evolução da


humanidade, do conhecimento de espécies extintas, da origem
das formas de vida que conhecemos e do universo do qual
fazemos parte. Entretanto, é importante orientar estas visitas
quando as mesmas são feitas pelos estudantes.
 Massarani e Almeida (2008) trazem reflexões e iniciativas
importantes envolvendo a mediação praticada em diferentes
museus e centros de ciência da América do Sul e de outros
continentes, destacando a importância da mediação e do papel
dos mediadores em diferentes categorias de organizações, bem
como a diversidade de concepções e estratégias adotadas.
Reforçam, também, que não há uma receita a ser seguida.
Vasconcellos e colaboradores (2016) reforçam que os visitantes
que dialogam durante a visita conseguem ir mais a fundo nos
tópicos que estão sendo abordados. Souza e Cerqueira (2020)
chamam a atenção para as várias possibilidades de
questionamentos que perpassam pelas visitas em museus.


 Marandino e Ianelli (2012) identificaram os modelos de educação
em ciências que fundamentam as visitas orientadas realizadas
em dois museus: o zoológico Quinzinho de Barros, em
Sorocaba/SP, e o Museu de Zoologia da USP/SP, onde o modelo
predominantemente identificado foi o construtivista. Em menor
grau, foram identificados os modelos de redescoberta, CTS,
tradicional e tecnicista.
 A seguir, realize uma atividade de fixação do conteúdo
estudado nesta primeira unidade.
 Atividades de Fixação
 Questão 1
 Diante do exposto até o momento, é recomendável que as
visitas virtuais aos museus, espaços não formais de ensino,
sejam feitas visando, entre outras coisas:
 I. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente
construídos sobre o mundo físico,  social, cultural e digital para
entender e explicar a realidade;  
II. Promover o exercício da curiosidade intelectual e recorrer à
abordagem própria das  ciências, incluindo a investigação, a
reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para
investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e
resolver problemas e criar soluções;  
III. Argumentar com base em fatos, dados e informações
confiáveis, para formular,  negociar e defender ideias, pontos
de vista e decisões comuns com posicionamento ético em
relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta; 
IV. Analisar e utilizar interpretações sobre a dinâmica da Vida,
da Terra e do Cosmos para  elaborar argumentos, realizar
previsões sobre o funcionamento e a evolução dos seres vivos e
do  Universo, e fundamentar e defender decisões éticas e
responsáveis. 
 Julgue as afirmativas acima e assinale a alternativa
correspondente.

 a
 Apenas as afirmativas I, II e IV são verdadeiras.

 b
 Nenhuma afirmativa é verdadeira.

 c
 Apenas as afirmativas II, III e IV são verdadeiras

 d
 Todas as afirmativas são verdadeiras.

 e
 Apenas as afirmativas II e IV são verdadeiras
 Refazer Atividade
 Respondida 1 de 1 questão
 1.2 Pinceladas na História da Ciência no contexto da
Ciência da Natureza
 A História da Ciência mostra que o ser humano vem buscando
respostas para a sua existência e a do mundo em que vivemos
por muitos anos. Muitos são os nomes que transitam pela área
da Ciência da Natureza quando buscamos entender seja acerca
da Vida, Terra e Cosmo, seja acerca da Matéria e da Energia.
 Rosa (2012), na sua obra “História da ciência: a ciência e o
triunfo do pensamento científico no mundo contemporâneo”,
argumenta que uma nova era científica teve início no século XX,
com o definitivo triunfo do espírito científico no meio intelectual
e reconhecida a função social, laica e positiva, tem reconhecida
sua função social. A partir desta obra segue algumas pinceladas
na História da Ciência, Física, Química e Biologia, para posterior
compreensão do presente.
 O período entre a publicação de “Sobre a revolução dos orbes
celestes” de Nicolau Copérnico (1543) até os “Princípios
matemáticos da Filosofia natural” de Isaac Newton (1687), mudou
significativamente a história. A Física provou que a Terra é quem
girava em torno do Sol, bem como diversos outros
comportamentos e fenômenos da natureza, que antes eram
explicados pela igreja como fenômenos divinos. A matemática
descreveu verdades e o humanismo tornou os pensamentos
mais críticos. Entre os grandes nomes que contribuíram com o
avanço da ciência neste período estão: Isaac Newton, Galileu
Galilei, René Descartes, Francis Bacon, Nicolau Copérnico e Louis
Pasteur.


 Os trabalhos dos alquimistas, Paracelso (1493-1541) e André
Livabius (1555-1616) tiveram grande impacto e influência na
época. Embora os métodos alquímicos fossem contestados por
alguns, seus métodos foram adotados posteriormente pela
química, física, biologia e medicina, por constituírem uma
metodologia de observação, análise, contestação e
experimentação.
 A partir da Física (Copérnico, Galileu, Descartes, Newton), que
unificou a Mecânica (Terra) com a Astronomia (Céu), seguiram-se
eventos similares em épocas posteriores, com a fundação da
Química (Lavoisier, Dalton) e da Biologia – Genética (Darwin,
Mendel). Áreas específicas avançaram rapidamente e se
consolidaram com o reconhecido triunfo dos resultados
diretamente aplicados dos processos tecnológicos, também
pautados por eventos considerados revolucionários: a primeira
Revolução Tecnológica vinculada à mecânica e termodinâmica, a
segunda ao eletromagnetismo, óptica e transformações
químicas.
 Em meados do século XIX, a História da Ciência aponta uma
unificação das ciências clássicas com intensa repercussão em
níveis intra e interdisciplinar, estabelecendo elos entre
conhecimentos antes distintos e demarcados pelas fronteiras
disciplinares. Trata-se da Conservação e Degradação da Energia,
com seus princípios e extensão aos universais conhecimentos
disciplinares (Termodinâmica e Mecânica Estatística), mais
inclusão dos campos aplicados como a Medicina, a Engenharia e
a Tecnologia.
 A Física Quântica (Planck, 1900) e a Relatividade Restrita (Einstein,
1905) efetivamente romperam com as bases universais da Física
Clássica, sem apagar os seus êxitos. Passamos a conviver então
com teorias novas e tradicionais no escopo da Física, agora
clássica e moderna.


 Na história da evolução da Física, o século XX corresponde ao
início de uma nova era, chamada Física moderna, em sucessão
à Física clássica, originada no começo do século XVII, com os
trabalhos de Galileu no campo da Dinâmica. Dado o sucesso da
Mecânica na explicação dos movimentos planetários e
terrestres, firmou-se a convicção de que todos os fenômenos
físicos poderiam ser também elucidados em termos de
movimento e matéria. O calor seria associado ao movimento de
um fluido calórico, por exemplo.
 Experiências em diversos campos mostraram fenômenos até
então não identificados e para os quais a comunidade científica
não encontrava esclarecimentos e respostas adequadas na
Física mecanicista, provocando a necessidade de revisão, de
reformulação e de inovação teórica. Por outro lado, a
impossibilidade de esclarecer a estrutura da matéria criaria um
impasse entre a “atomista” (Clausius, Maxwell, Boltzmann) e a
“escola energetista” (Mach, Ostwald), que seria um dos aspectos
dominantes das divergências teóricas, apenas solucionadas no
início do século XX.

 Nesse contexto, sete grandes descobertas experimentais do final
do século XIX devem ser consideradas, uma vez que teriam um
impacto decisivo nas teorias que fundamentaram a Física
moderna: a teoria dos raios catódicos, por William Crookes (1879)
e Eugen Goldstein; a do efeito fotoelétrico, por Heinrich Hertz
(1887); a dos raios-X, por Wilhelm Conrad Roentgen (1895); a dos
elétrons, por Joseph John Thomson (1897); a da radioatividade,
por Henri Becquerel (1896) e pelo casal Pierre e Marie Curie
(1898); a do Efeito Zeeman (1896); e as radiações alfa e beta, por
Ernest Rutherford (1897), e gama, por Paul Villard (1900).
 Era necessária a reformulação de teorias para substituir
concepções que se tornaram inadequadas, quando aplicadas às
dimensões atômicas. A falta de explicações racionais e lógicas
para fenômenos recém-descobertos colocava em risco e sob
questionamento a própria validade dos princípios, leis e
conceitos adotados. A aplicação da Mecânica, da Termodinâmica
e do Eletromagnetismo aos átomos e partículas, pela lógica
clássica, levava a conclusões em desacordo com a experiência.
 Desta forma, nos primeiros anos do século XX, conceitos como os
de Matéria, Tempo, Espaço e Força seriam revistos, noções como
as de átomo seriam refinadas e as ideias modernas de
relatividade e incerteza seriam inseridas.
 Como ocorrido em outros ramos da Ciência, a Química seria
palco, igualmente, de um extraordinário e renovador
desenvolvimento teórico e experimental na Época
Contemporânea. Novos conceitos, princípios e noções se
imporiam para fundamentar as bases teóricas de uma Química
em expansão e em grande atividade, em diversos domínios, boa
parte motivada pelas crescentes demandas de uma Sociedade,
principalmente a partir da Primeira Guerra Mundial, em processo
acelerado de industrialização e urbanização.
 A imensa contribuição da Química industrial ao desenvolvimento
econômico e social teria um imediato reconhecimento popular e
determinaria o interesse público e empresarial em seu
desenvolvimento e expansão, como se observa até hoje na
indústria petroquímica, na de alimentação e na farmacêutica.


 As pesquisas se intensificaram, os laboratórios se multiplicaram,
a tecnologia aprimorou a qualidade dos equipamentos e a
Química alcançou âmbito mundial, deixando de ser restrita à
Europa. Países como os EUA e Canadá surgiram, na primeira
metade do século XX, com significativas contribuições para o
entendimento dos fenômenos químicos, que se estenderia,
posteriormente, a outros centros, por meio do fenômeno da
internacionalização, uma das características da Ciência no século
XX.
 A independência teórica e experimental da ciência química, no
entanto, se deve a Dalton, Gay-Lussac, Berzelius, Avogadro,
Wohler, Liebig, Mendeleiev, Berthelot, Kekulé, Pasteur, Würtz,
Van’t Hoff, Emil Fischer, Albrecht Kossel, Arrhenius, Ostwald e
Marie Curie que foram fundamentais para a compreensão dos
fenômenos, e decisivos para a expansão de diversos setores da
Química.
 Somente na segunda metade do século XIX, seriam formulados
princípios, leis e conceitos baseados em observações,
investigações e comprovações, sem resquícios dogmáticos e pré-
determinados, para o entendimento dos fenômenos biológicos.
 Ao dar um tratamento científico à questão da evolução da
espécie animal no planeta, Darwin traria uma explicação para um
tema até então supostamente pacífico entre o criacionismo e o
evolucionismo. Apesar do abandono das ideias do vitalismo, da
geração espontânea e do fixismo diante das evidências
experimentais, o evolucionismo continua a ser alvo de críticas de
setores do meio científico e de grande segmento da opinião
popular, ainda influenciados por considerações religiosas e
preconceituosas.


 A redescoberta, em 1900, da obra de Mendel, seria um marco
fundamental na história da Biologia. Além de estabelecer as leis
da hereditariedade, Mendel seria o primeiro a se utilizar da
estatística em Biologia. Em 100 anos apenas, o trabalho de
Mendel evoluiria a ponto de viabilizar o desenvolvimento da
clonagem do embrião adulto e a descoberta do
sequenciamento do genoma humano.
 As tradicionais áreas de competência da Biologia continuariam a
ser objeto de investigação, beneficiando-se, inclusive, de avanços
em outros ramos científicos, como na Bioquímica, da inovação e
aperfeiçoamento de instrumentos, como o microscópio
eletrônico e de novas técnicas e métodos, como a ressonância
magnética.


 Objeto de particular atenção e prioridade investigativa da
Biologia, o exame do sistema nervoso, com avanços no século XX,
mas ainda insuficientes para sua compreensão adequada, teria
como desdobramento e reconhecimento de sua importância a
estruturação de um novo ramo da Ciência, a Neurociência. A
Genética e a Neurociência, segundo Rosa (2012) serão,
provavelmente, as duas grandes áreas de atividade de pesquisa
na Biologia nos próximos decênios.
 SAIBA MAIS
 Realize a seguinte atividade e siga em frente até o próximo
tópico.
 Atividades de Fixação
 Questão 1
 Qual o papel da Ciência nos dias de hoje?


 Atividade Respondida
 Respondida 1 de 1 questão
1.3 A importância das descobertas científicas na nossa vida
Para iniciarmos a discussão deste tema, sugerimos a leitura dos
seguintes textos:

 “Benefícios da Ciência”, produzido pela Universidade de Lisboa. Você


pode acessá-lo por meio deste
link: https://saberciencia.tecnico.ulisboa.pt/artigos/ciencia-em-acao-
18.php

 “Um modo científico de ver a vida: O kit de ferramentas de ciência”,


que apresenta exemplos de várias situações onde a ciência entra na
discussão. Acesse-o através do
link: https://saberciencia.tecnico.ulisboa.pt/artigos/ciencia-kit-de-
ferramentas-01.php
Nos últimos tempos tem-se feito um grande esforço de popularização
da ciência. Ferreira (2014) avaliou o comportamento do campo da
popularização da ciência no Brasil em face das políticas públicas de
caráter nacional, colocadas em prática no período de 2003 a 2012 e
observou que houve forte avanço da popularização da ciência em
relação à situação anterior, que há tendência de crescimento dessa
área e que existe uma visão positiva em relação ao processo nas
Unidades da Federação. Em parte, já foi implantada uma “política
pública nacional” de popularização da ciência e, nessa área, o país
ainda está muito aquém da realidade de países que estão na
vanguarda deste movimento.

Segundo Camargo (2018), foi a explosão da internet desde fins do


século XX, sobretudo com o advento de novas tecnologias de
interação que permitiriam qualquer pessoa com acesso à rede
expressar e comunicar suas ideias. Em tempos de “pós-verdade”, em
que “bolhas” se formam nas diversas plataformas interativas, a
contribuição da ciência cada vez mais se perde em meio ao ruído de
fundo das convicções estabelecidas.
SAIBA MAIS
Uma proposta de ciências em tirinhas, publicada na revista pesquisa
da FAPESP, traz algumas dicas de publicações em quadrinhos. Veja
quais são:

 “Antarctic Log”, de Karen Romano Young


- https://www.karenromanoyoung.com/antarctic-log
 “Brain Trippers, de Mickaël Tanter e Clayton Junior
- https://www.erccomics.com/comics/brain-trippers “Cartoon
Abstracts” - https://think.taylorandfrancis.com/cartoon-abstracts/
 “Heróis do Clima”, de Caco Galhardo
- http://www.metro.sp.gov.br/pdf/herois-do-clima/herois-do-
clima.pdf
 “Os Braços de Nildo e Rony”, Cepid Neuromat
- https://neuromat.numec.prp.usp.br/static/media/hq/hq_neuro
mat.html
 “PhD Comics”, de Jorge Cham - http://phdcomics.com/;
 “Cientirinhas”, de Marco Merlin
- https://dragoesdegaragem.com/cientirinhas/
Atividades de Fixação
Questão 1
Corpo de Texto.Poderíamos passar horas, meses e talvez anos
buscando a importância da Ciência nas  nossas vidas e as várias
formas nas quais podem ser expressas. 
Você já se perguntou o que os estudantes conhecem acerca das
Ciências da Natureza? 
Conseguem compreender os  quadrinhos, tirinhas, filmes ou
desenhos animados com contexto científico? 
Reflita a respeito  e expresse suas ideias no espaço que segue. 

Atividade Respondida
Respondida 1 de 1 questão
Unidade 2 - Competências e habilidades: BNCC e a área de
Ciências da Natureza na Formação Geral Básica do Ensino
Médio
Esta unidade tem o objetivo de fazer com que o cursista conheça as
competências gerais da BNCC e as competências específicas da área
de Ciências da Natureza no processo de exploração do currículo
proposto pelo seu Estado.
2.1 - BNCC e as Competências Gerais
As aprendizagens essenciais definidas na Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) devem concorrer para assegurar aos estudantes o
desenvolvimento de dez competências gerais no decorrer da
educação básica que, diz o documento, “consubstanciam, no âmbito
pedagógico, os direitos de aprendizagem e desenvolvimento”.
Competência é definida na BNCC como a “mobilização de
conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas,
cognitivas e sócio-emocionais), atitudes e valores para resolver
demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da
cidadania e do mundo do trabalho”. No texto, os educadores
destacam a necessidade das competências “inter-relacionarem-se e
desdobrarem-se no tratamento didático proposto para as três
etapas”, o infantil, o fundamental e o médio.
Segundo a BNCC, as competências gerais para a formação do
cidadão, que devem ser atingidas também na formação do Ensino
Médio, são:

 Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos


sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar
a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de
uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
 Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria
das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a
imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar
hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive
tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

 Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das


locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da
produção artístico cultural.

 Utilizar diferentes linguagens - verbal (oral ou visual-motora, como


Libras e escrita), corporal, visual, sonora e digital -, bem como
conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para
se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e
sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem
ao entendimento mútuo.

 Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e


comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas
diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar,
acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver
problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e
coletiva.

 Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se


de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as
relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas
ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade,
autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

 Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para


formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões
comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a
consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito
local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao
cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
 Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional,
compreendendo se na diversidade humana e reconhecendo suas
emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com
elas.

 Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a


cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e
aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade
de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas
e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

 Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade,


flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base
em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e
solidários.

Fonte: BNCC (Brasil, 2018)


Agora que você já conhece as competências gerais da BNCC, vale a
pena ouvir e refletir um pouco mais a respeito delas. A série de 10
vídeos curtos, a seguir, apresenta as 10 competências, demonstrando
exemplos de práticas pedagógicas e das habilidades que devem ser
inseridas nos currículos, possibilitando uma visão mais concreta de
como as competências gerais estarão presentes na formação dos
estudantes.
Para ver o vídeo, clique no link, a seguir:
https://youtu.be/zFw36byGr2Q
Cabe, neste momento, uma reflexão acerca de cada uma das
competências gerais da BNCC e sua relação com a área de Ciências da
Natureza:
A Competência Geral 1 é o centro do processo de construção do
saber, com o estudante ativo, que consegue compreender e
reconhecer a importância do que foi aprendido, somado ao refletir
sobre como ocorre a construção do conhecimento. Desta forma se
desenha a autonomia do estudante para estudar e aprender. Nas
Ciências da Natureza a experimentação, a contextualização e o uso de
situações-problema são bastante utilizados para o desenvolvimento
desta competência, valorizando a utilização prática do conhecimento.
O desenvolvimento do raciocínio e a busca por soluções são
privilegiados fortemente na Competência Geral 2. A capacidade de
investigar está presente em tudo quando se trata do universo do
conhecimento, o que faz essa competência se conectar com todos os
componentes curriculares, inclusive com Ciências da Natureza, que
tem em curiosidade e investigação palavras-chave para a
aprendizagem da disciplina.

Por meio do desenvolvimento da Competência específica 3, de


modo articulado às competências anteriores, os estudantes
apropriam-se de procedimentos e práticas das Ciências da Natureza
como o aguçamento da curiosidade sobre o mundo, a construção e
avaliação de hipóteses, a investigação de situações-problema, a
experimentação com coleta e a análise de dados mais aprimorados,
proporcionando-lhes autonomia no uso da linguagem científica e na
comunicação desse conhecimento.
A Competência 4, cuja proposta vai além da linguagem verbal,
promovendo o desenvolvimento da escrita, da leitura, da expressão
corporal e artística, pode ajudar o estudante a entender e utilizar as
várias linguagens, mídias e plataformas para se comunicar. Tal
competência abrange a capacidade de escuta e diálogo para
promover entendimento mútuo.
A necessidade de usar bem a tecnologia é marcada na Competência
5. Nas Ciências da Natureza, ela surge como instrumento para
investigar e também como meio de produzir informações e
conhecimento.
A Competência Geral 6 compreende a capacidade de gerir a própria
vida. Os estudantes devem conseguir refletir sobre seus desejos e
objetivos, aprendendo a se organizar, estabelecer metas, planejar e
perseguir com determinação, esforço, autoconfiança e persistência
seus projetos presentes e futuros. Inclui a compreensão do mundo
do trabalho e seus impactos na sociedade, bem como das novas
tendências e profissões.
Na Competência Geral 7 o destaque é para a capacidade de
construir argumentos, conclusões ou opiniões de maneira qualificada
e de debater com respeito às colocações dos outros. Inclui a
consciência e a valorização da ética, dos direitos humanos e da
sustentabilidade social e ambiental como referências essenciais no
aprendizado dessa competência para orientar o posicionamento dos
estudantes. Nas Ciências da Natureza esta competência é
considerada ao fazer o estudante compreender como utilizar as
informações e evidências de investigações científicas para construir
argumentos.

Já a Competência Geral 8 trata do aprendizado que estudantes


devem adquirir a respeito de si mesmos, conseguindo identificar seus
pontos fortes e fragilidades, lidar com suas emoções e manter a
saúde física e o equilíbrio emocional. As Ciências da Natureza têm
forte contribuição para desenvolver esta competência. É nesta área
que os alunos acessam conhecimentos para entender o
funcionamento do corpo e aprender a cuidar dele, reforçando os
hábitos de higiene. Sempre que oportuno propiciar a discussão de
como evitar situações de risco, refletindo sobre quais hábitos e
comportamentos geram qualidade de vida. O entendimento científico
do universo das emoções é algo a ser aprendido em Ciências da
Natureza. É fundamental um ambiente escolar que proporcione ao
estudante vivenciar situações e construir relações baseadas em
respeito, tolerância e solidariedade.
Na Competência Geral 9 é destacado o desenvolvimento social do
estudante, propondo posturas e atitudes que devem ter em relação
ao outro, respeitando a diversidade cultural, econômica, política e
social, exercitando a tolerância e a resiliência. O trabalho em equipe
também é exercício possível em Ciências da Natureza, com atividades
de investigação em grupo, onde os estudantes terão de definir a
divisão de tarefas e a união dos saberes de cada um para chegar à
solução do problema. Esta competência extrapola o âmbito da sala de
aula e deve estar presente no cotidiano escolar.
Por fim, a Competência Geral 10 estabelece a necessidade de
desenvolver no estudante a consciência de que ele pode ser agente
transformador na construção de uma sociedade mais justa, solidária
e sustentável. Em Ciências da Natureza, a BNCC já prevê várias
habilidades correlacionadas com o aprendizado sobre o uso
adequado dos recursos naturais e a preocupação com a
sustentabilidade. Cabe ao docente reforçar iniciativas possíveis para o
aluno incorporar em seu cotidiano comportamentos responsáveis em
relação ao meio ambiente. A construção da autonomia e a tomada de
decisões são aspectos importantes desta competência.
2.2 As Competências específicas da área de Ciências da
Natureza
Na definição das competências específicas e habilidades da área de
Ciências da Natureza e suas Tecnologias foram consideradas as que
dão continuidade à proposta do Ensino Fundamental e à relevância
do ensino de Física, Química e Biologia. Dessa forma, a BNCC da área
de Ciências da Natureza e suas Tecnologias propõe um
aprofundamento nas temáticas Matéria e Energia, Vida e Evolução,
Terra e Universo, nas quais os conhecimentos conceituais associados
permitem aos estudantes investigar, analisar e discutir situações-
problema em diferentes contextos socioculturais, além de
compreender e interpretar leis, teorias e modelos, aplicando-os na
resolução de problemas individuais, sociais e ambientais.
Dessa forma, os estudantes podem reelaborar seus próprios saberes
relativos a essas temáticas, bem como reconhecer as potencialidades
e limitações das Ciências da Natureza e suas Tecnologias.
O Movimento pela Base elaborou um vídeo acerca da área de
Ciências da Natureza no Novo Ensino Médio. Entenda qual é a
proposta da Base para essa área e veja como é possível colocar em
prática projetos comuns entre seus três componentes: Biologia, Física
e Química.
Veja o vídeo através do link, a seguir: https://youtu.be/vOdYvWhhqMA
Agora, vamos conhecer detalhadamente a organização da área de
Ciências da Natureza e suas Tecnologias na BNCC, onde está
organizada em 3 competências específicas e 26 habilidades.
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 1
Analisar fenômenos naturais e processos tecnológicos, com base nas
interações e relações entre matéria e energia, para propor ações
individuais e coletivas que aperfeiçoem processos produtivos,
minimizem impactos socioambientais e melhorem as condições de
vida em âmbito local, regional e global. (BRASIL, 2018)
Nessa competência específica, os fenômenos naturais e os processos
tecnológicos são analisados sob a perspectiva das relações entre
matéria e energia, englobando objetos de conhecimento tais como:
estrutura da matéria; transformações químicas; leis ponderais;
cálculo estequiométrico; princípios da conservação da energia e da
quantidade de movimento; ciclo da água; leis da termodinâmica;
cinética e equilíbrio químicos; fusão e fissão nucleares; espectro
eletromagnético; efeitos biológicos das radiações ionizantes;
mutação; poluição; ciclos biogeoquímicos; desmatamento; camada de
ozônio e efeito estufa. (BRASIL, 2018).

Os processos produtivos também são considerados como obtenção


do etanol, da cal virgem, da soda cáustica, do hipoclorito de sódio, do
ferro-gusa, do alumínio, do cobre, entre outros.
Veja, a seguir, quais são as habilidades que englobam esta primeira
competência:

 (EM13CNT101) Analisar e representar, com ou sem o uso de


dispositivos e de  aplicativos digitais específicos, as
transformações e conservações em sistemas que envolvam
quantidade de matéria, de energia e de movimento para realizar
previsões sobre seus  comportamentos em situações cotidianas e
em processos produtivos que priorizem o  desenvolvimento
sustentável, o uso consciente dos recursos naturais e a
preservação da vida  em todas as suas formas.  
 (EM13CNT102) Realizar previsões, avaliar intervenções e/ou
construir protótipos de  sistemas térmicos que visem à
sustentabilidade, considerando sua composição e os efeitos  das
variáveis termodinâmicas sobre seu funcionamento,
considerando também o uso de tecnologias digitais que auxiliem
no cálculo de estimativas e no apoio à construção dos
protótipos.  
 (EM13CNT103) Utilizar o conhecimento sobre as radiações e suas
origens para  avaliar as potencialidades e os riscos de sua
aplicação em equipamentos de uso cotidiano, na  saúde, no
ambiente, na indústria, na agricultura e na geração de energia
elétrica.  
 (EM13CNT104) Avaliar os benefícios e os riscos à saúde e ao
ambiente,  considerando a composição, a toxicidade e a
reatividade de diferentes materiais e produtos, como também o
nível de exposição a eles, posicionando-se criticamente e
propondo soluções individuais e/ou coletivas para seus usos e
descartes responsáveis.  
 (EM13CNT105) Analisar os ciclos biogeoquímicos e interpretar os
efeitos de  fenômenos naturais e da interferência humana sobre
esses ciclos, para promover ações individuais e/ ou coletivas que
minimizem consequências nocivas à vida.  
 (EM13CNT106) Avaliar, com ou sem o uso de dispositivos e
aplicativos digitais,  tecnologias e possíveis soluções para as
demandas que envolvem a geração, o transporte, a distribuição e
o consumo de energia elétrica, considerando a disponibilidade
de recursos, a eficiência energética, a relação custo/beneficio, as
características geográficas e ambientais, a produção de resíduos
e os impactos socioambientais e culturais. 
 (EM13CNT107) Realizar previsões qualitativas e quantitativas
sobre o  funcionamento de geradores, motores elétricos e seus
componentes, bobinas,  transformadores, pilhas, baterias e
dispositivos eletrônicos, com base na análise dos  processos de
transformação e condução de energia envolvidos - com ou sem o
uso de  dispositivos e aplicativos digitais -, para propor ações que
visem a sustentabilidade.  

Fonte: BNCC (BRASIL, 2018)

COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 2
Analisar e utilizar interpretações sobre a dinâmica da Vida, da Terra e
do Cosmos para elaborar argumentos, realizar previsões sobre o
funcionamento e a evolução dos seres vivos e do Universo,
fundamentar e defender decisões éticas e responsáveis. (BRASIL,
2018)
Reconhecer que os processos de transformação e evolução
permeiam a natureza e ocorrem das moléculas às estrelas em
diferentes escalas de tempo e entender a vida em sua diversidade de
formas e níveis de organização proporcionam aos estudantes refletir
sobre a imprevisibilidade de fenômenos, as consequências da ação
antrópica e os limites das explicações e do próprio conhecimento
científico, assim como inteirar-se da evolução histórica dos conceitos
e das diferentes interpretações e controvérsias envolvidas nessa
construção.
Ao realizar previsões relativas às heranças genéticas ao longo das
gerações ou à queda de um corpo no nosso planeta é possível
conhecer um pouco do futuro e pensar sobre o alcance dos
conhecimentos científicos.
Alguns conhecimentos conceituais são sugeridos na BNCC para serem
mobilizados nesta competência: origem da vida; evolução biológica;
registro fóssil; exobiologia; biodiversidade; origem e extinção de
espécies; políticas ambientais; biomoléculas; organização celular;
órgãos e sistemas; organismos; populações; ecossistemas; teias
alimentares; respiração celular; fotossíntese; neurociência;
reprodução e hereditariedade; genética mendeliana; processos
epidemiológicos; espectro eletromagnético; modelos atômicos,
subatômicos e cosmológicos; astronomia; evolução estelar;
gravitação; mecânica newtoniana; previsão do tempo; história e
filosofia da ciência; entre outros.
As habilidades relativas a esta competência estão detalhadas, a
seguir:

 (EM13CNT201) Analisar e discutir modelos, teorias e leis


propostos em diferentes épocas e culturas para comparar
distintas explicações sobre o surgimento e a evolução da Vida, da
Terra e do Universo com as teorias científicas aceitas atualmente.
 (EM13CNT202) Analisar as diversas formas de manifestação da
vida em seus diferentes níveis de organização, bem como as
condições ambientais favoráveis e os fatores limitantes a elas,
com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais
(como softwares de simulação e de realidade virtual, entre
outros).
 (EM13CNT203) Avaliar e prever efeitos de intervenções nos
ecossistemas, seus impactos nos seres vivos e no corpo humano
com base nos mecanismos de manutenção da vida, nos ciclos da
matéria, nas transformações e transferências de energia,
utilizando representações e simulações sobre tais fatores, com
ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais
(como softwares de simulação e de realidade virtual, entre
outros).
 (EM13CNT204) Elaborar explicações, previsões e cálculos a
respeito dos movimentos de objetos na Terra, no Sistema Solar e
no Universo com base na análise das interações gravitacionais,
com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais
(como softwares de simulação e de realidade virtual, entre
outros).
 (EM13CNT205) Interpretar resultados e realizar previsões sobre
atividades experimentais, fenômenos naturais e processos
tecnológicos, com base nas noções de probabilidade e incerteza,
reconhecendo os limites explicativos das ciências.
 (EM13CNT206) Discutir a importância da preservação e
conservação da biodiversidade, considerando parâmetros
qualitativos e quantitativos, e avaliar os efeitos da ação humana e
das políticas ambientais para a garantia da sustentabilidade do
planeta.
 (EM13CNT207) Identificar, analisar e discutir vulnerabilidades
vinculadas às vivências e aos desafios contemporâneos aos quais
as juventudes estão expostas, considerando os aspectos físico,
psicoemocional e social, a fim de desenvolver e divulgar ações de
prevenção e de promoção da saúde e do bem-estar.
 (EM13CNT208) Aplicar os princípios da evolução biológica para
analisar a história humana, considerando sua origem,
diversificação, dispersão pelo planeta e diferentes formas de
interação com a natureza, valorizando e respeitando a
diversidade étnica e cultural humana.
 (EM13CNT209) Analisar a evolução estelar associando-a aos
modelos de origem e distribuição dos elementos químicos no
Universo, compreendendo suas relações com as condições
necessárias ao surgimento de sistemas solares e planetários,
suas estruturas e composições e as possibilidades de existência
de vida, utilizando representações e simulações, com ou sem o
uso de dispositivos e aplicativos digitais (como softwares de
simulação e de realidade virtual, entre outros).

Fonte: BNCC (BRASIL, 2018)

COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 3
Investigar situações-problema e avaliar aplicações do conhecimento
científico e tecnológico e suas implicações no mundo, utilizando
procedimentos e linguagens próprios das Ciências da Natureza, para
propor soluções que considerem demandas locais, regionais e/ou
globais, e comunicar suas descobertas e conclusões a públicos
variados, em diversos contextos e por meio de diferentes mídias e
tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC). (BRASIL,
2018)
Em um mundo repleto de informações de diferentes naturezas e
origens, é premente que os jovens desenvolvam capacidades de
seleção e discernimento de informações que lhes permitam investigar
situações-problema e avaliar as aplicações do conhecimento científico
e tecnológico nas diversas esferas da vida humana com ética e
responsabilidade.
Por meio do desenvolvimento dessa competência específica, de modo
articulado às competências anteriores, os estudantes apropriam-se
de procedimentos e práticas das Ciências da Natureza como o
aguçamento da curiosidade sobre o mundo, a construção e avaliação
de hipóteses, a investigação de situações-problema, a
experimentação com coleta e análise de dados mais aprimorados,
proporcionando-lhes autonomia no uso da linguagem científica e na
comunicação desse conhecimento.
A utilização de diferentes mídias, dispositivos e tecnologias digitais de
informação e comunicação (TDIC), permite-lhes construir narrativas
variadas sobre os processos e fenômenos analisados.
Para o desenvolvimento dessa competência específica podem ser
mobilizados conhecimentos conceituais relacionados à: aplicação da
tecnologia do DNA recombinante; identificação por DNA; emprego de
células-tronco; neurotecnologias; produção de tecnologias de defesa;
estrutura e propriedades de compostos orgânicos; isolantes e
condutores térmicos, elétricos e acústicos; eficiência de diferentes
tipos de motores; matriz energética; agroquímicos; controle biológico
de pragas; conservantes alimentícios; mineração; herança biológica;
desenvolvimento sustentável; vacinação; darwinismo social, eugenia e
racismo; mecânica newtoniana; equipamentos de segurança, etc.
Veja, no próximo slide, quais são as habilidades que fazem parte da
competência 3.

 (EM13CNT301) Construir questões, elaborar hipóteses, previsões


e estimativas,  empregar instrumentos de medição e representar
e interpretar modelos explicativos, dados  e/ou resultados
experimentais para construir, avaliar e justificar conclusões no
enfrentamento  de situações-problema sob uma perspectiva
científica.  
 (EM13CNT302) Comunicar, para públicos variados, em diversos
contextos,  resultados de análises, pesquisas e/ou experimentos,
elaborando e/ou interpretando textos,  gráficos, tabelas,
símbolos, códigos, sistemas de classificação e equações, por meio
de  diferentes linguagens, mídias, tecnologias digitais de
informação e comunicação (TDIC), de  modo a participar e/ou
promover debates em torno de temas científicos e/ou
tecnológicos de  relevância sociocultural e ambiental.  
 (EM13CNT303) Interpretar textos de divulgação científica que
tratem de temáticas das Ciências da Natureza, disponíveis em
diferentes mídias, considerando a apresentação dos dados, tanto
na forma de textos como em equações, gráficos e/ou tabelas, a
consistência dos argumentos e a coerência das conclusões,
visando construir estratégias de seleção de fontes confiáveis de
informações.  
 (EM13CNT304) Analisar e debater situações controversas sobre a
aplicação de  conhecimentos da área de Ciências da Natureza
(tais como tecnologias do DNA, tratamentos  com células-tronco,
neurotecnologias, produção de tecnologias de defesa, estratégias
de  controle de pragas, entre outros), com base em argumentos
consistentes, legais, éticos e  responsáveis, distinguindo
diferentes pontos de vista.  
 (EM13CNT305) Investigar e discutir o uso indevido de
conhecimentos das  Ciências da Natureza na justificativa de
processos de discriminação, segregação e privação de direitos
individuais e coletivos, em diferentes contextos sociais e
históricos, para  promover a equidade e o respeito à diversidade.
 (EM13CNT306) Avaliar os riscos envolvidos em atividades
cotidianas, aplicando  conhecimentos das Ciências da Natureza,
para justificar o uso de equipamentos e recursos,  bem como
comportamentos de segurança, visando à integridade física,
individual e coletiva,  e socioambiental, podendo fazer uso de
dispositivos e aplicativos digitais que viabilizem a  estruturação
de simulações de tais riscos.
 (EM13CNT307) Analisar as propriedades dos materiais para
avaliar a adequação de  seu uso em diferentes aplicações
(industriais, cotidianas, arquitetônicas ou tecnológicas) e/  ou
propor soluções seguras e sustentáveis considerando seu
contexto local e cotidiano. 
 (EM13CNT308) Investigar e analisar o funcionamento de
equipamentos elétricos e/ou eletrônicos e sistemas de
automação para compreender as tecnologias contemporâneas e
avaliar seus impactos sociais, culturais e ambientais.  
 (EM13CNT309) Analisar questões socioambientais, políticas e
econômicas relativas à dependência do mundo atual em relação
aos recursos não renováveis e discutir a necessidade de
introdução de alternativas e novas tecnologias energéticas e de
materiais,  comparando diferentes tipos de motores e processos
de produção de novos materiais.  
 (EM13CNT310) Investigar e analisar os efeitos de programas de
infraestrutura e demais serviços básicos (saneamento, energia
elétrica, transporte, telecomunicações,  cobertura vacinal,
atendimento primário à saúde e produção de alimentos, entre
outros) e  identificar necessidades locais e/ou regionais em
relação a esses serviços, a fim de avaliar e/ou promover ações
que contribuam para a melhoria na qualidade de vida e nas
condições de saúde da população. 

Fonte: BNCC (BRASIL, 2018)


Atividades de Fixação
Questão 1
Conhecendo as competências e habilidades para a área de Ciências
da Natureza na Formação Geral Básica, consulte a proposta curricular
para o seu estado e preencha o quadro abaixo para a primeira série
do Ensino Médio. Lembre-se que os Objetos de conhecimento são os
conteúdos, conceitos e processos abordados nas habilidades.

a
Objetos de conhecimento

b
Competência específica

c
Habilidades

Atividade Respondida
Respondida 1 de 1 questão

2.3 - A relação das Competências Gerais com as Competências


e Habilidades da área de Ciências da Natureza
Considerando que as competências gerais perpassam por toda a
formação básica, é importante inter-correlacionar estas competências
com as competências específicas da área. A proposta curricular do
Estado de Santa Catarina apresentou esta matriz (Figura 1) que traz
uma análise funcional das competências gerais e específicas,
propiciando uma visão global da formação geral básica em Ciências
da Natureza, considerando todas as habilidades a serem
desenvolvidas pelos estudantes.
Figura 1- Matriz de competências e habilidades para a área de Ciências da
Natureza e  suas tecnologias em função das competências gerais

Fonte: Proposta Curricular do Estado de Santa Catarina, 2021 


Atividade de Pesquisa
Pesquisa 1
Consulte a proposta curricular do seu estado e verifique como estão
organizadas as habilidades da área de Ciências da Natureza em
função das competências gerais e específicas.
Unidade 3 - Planejamento de aulas na área de Ciências da
Natureza para a FGB do Ensino Médio
A unidade 3 tem como objetivos compreender a prática docente
segundo a BNC-Formação e propor planos de aula interdisciplinares
partindo das atividades de observação e investigação.
3.1 - A Prática docente segundo a BNC-Formação
O BNC-Formação (BRASIL, 2019) estabelece que a formação do
professor deve ter como pilares três eixos distintos: do
conhecimento, da prática e o do engajamento, com quatro
competências para cada pilar, como mostra a Figura 2.
Figura 2 – Esquema dos pilares e competências na formação do
professor

Fonte: BNC - Formação (BRASIL, 2019) 


No eixo do conhecimento, o professor deverá dominar os conteúdos
e saber como ensiná-los, demonstrar conhecimento sobre os alunos e
seus processos de aprendizagem, reconhecer os diferentes contextos
e conhecer a governança e a estrutura dos sistemas educacionais.
Já no eixo da prática, o professor deve planejar as ações de ensino
que resultem na aprendizagem efetiva, saber criar e gerir ambientes
de aprendizagem, ter plenas condições de avaliar a aprendizagem e o
ensino, e conduzir as práticas pedagógicas dos objetos do
conhecimento, competências e habilidades previstas no currículo. No
terceiro e último eixo está o engajamento.
É necessário que o professor se comprometa com seu próprio
desenvolvimento profissional, com a aprendizagem dos estudantes e
com o princípio de que todos conseguem aprender. Também deve
participar da construção do projeto pedagógico da escola e da
construção de valores democráticos. Além de ser engajado com
colegas, famílias e toda a comunidade escolar.
As competências específicas serão detalhadas, a seguir, segundo a
BNC-Formação (BRASIL, 2019):
1. Dominar os conteúdos e saber como ensiná-los compreende:

 demonstrar conhecimento  dos conceitos, princípios e estruturas


do conteúdo da área da docência e da estrutura do componente
em que está sendo habilitado a ensinar; 
 demonstrar conhecimento sobre os mecanismos pelos quais os
estudantes aprendem; 
 dominar os direitos de aprendizagem, competências e objetos de
conhecimento da área da docência  estabelecidos na BNCC e no
currículo; 
 reconhecer as evidências científicas atuais;  
 identificar como as dez competências gerais da BNCC podem ser
desenvolvidas na  prática a partir das competências e
conhecimentos específicos de sua área de ensino;  
 dominar o conhecimento pedagógico do conteúdo; 
 compreender a inter-relação do  conteúdo da área com os
demais componentes curriculares; demonstrar conhecimento
sobre diferentes formas de avaliar a aprendizagem dos
estudantes de maneira  diagnóstica, formativa e somativa; 
 demonstrar conhecimento sobre estratégias de letramento e
alfabetização matemática que possam apoiar o ensino da área do
conhecimento da qual é responsável.

2. Demonstrar conhecimento sobre os estudantes e como eles


aprendem:

 compreender o desenvolvimento e a aprendizagem de cada


etapa e faixa etária;  
 compreender como se dá o aprendizado nas fases do
desenvolvimento humano e em cada etapa de ensino; interpretar
os fatores sociais, culturais e psicológicos de  constituição dos
estudantes; 
 articular estratégias e conhecimentos que permitam desenvolver
as competências necessárias em seus estudantes que favoreçam
o  desenvolvimento de habilidades de níveis cognitivos
superiores; 
 identificar estratégias de ensino que resultem em aprendizagens
nas diferentes necessidades e deficiências dos  estudantes nos
diversos contextos culturais, religiosos, socioeconômicos e
linguísticos;  
 reconhecer o conhecimento prévio e as experiências dos
estudantes e praticar o  princípio de aprendizagem ativa centrada
no aluno.

3. Reconhecer os contextos:

 identificar o contexto das escolas de atuação; 


 compreender os objetos de conhecimento articulados aos
contextos socioculturais dos estudantes para  propiciar
aprendizagens significativas;
 conhecer o desenvolvimento tecnológico do  mundo conectando-
os aos objetos de conhecimento e fazendo uso crítico de recursos
e  informações;
 reconhecer as diferentes modalidades de ensino da docência.

4. Conhecer a estrutura e a governança dos sistemas


educacionais:

 referenciar as questões  filosóficas e históricas a respeito da


constituição da escola e das práticas educacionais;  
 interpretar a estrutura do sistema educacional brasileiro, as
formas de gestão, as  políticas e programas, a legislação vigente e
as avaliações; 
 conhecer a BNCC e as  orientações curriculares da unidade
federativa em que atua; 
 examinar, analisar e criar  estratégias a partir de resultados de
avaliações em larga escala.

5. Planejar ações de ensino que resultem em efetivas


aprendizagens:
 elaborar o  planejamento da disciplina / componente curricular
com o objetivo de desenvolver as  habilidades e competências
previstas na etapa;
 sequenciar e organizar com  intencionalidade os objetivos de
aprendizagem a partir do conjunto de habilidades  estabelecidas
no currículo da rede escolar e que evidenciem a confiança na
capacidade  de todos os alunos aprenderem em alto nível; 
 promover experiências de aprendizagem onde os estudantes
possam desenvolver competências cognitivas e socioemocionais;
 demonstrar um repertório diversificado de estratégias didático
pedagógicas  considerando a heterogeneidade dos estudantes
(contexto, características e  conhecimentos prévios); 
 identificar recursos pedagógicos (material didático, ferramenta
para aula, objeto para aula) segundo necessidades diferenciadas
dos estudantes, seus ritmos de aprendizagem e suas
características identitárias); 
 fazer curadoria, utilizar e criar tecnologias digitais, conteúdos
virtuais e outros recursos  tecnológicos e incorporá-los à sua
prática pedagógica para que possam potencializar e  transformar
as experiências de aprendizagem dos estudantes e que estimule
uma atitude  investigativa; 
 propor situações de aprendizagem desafiadoras e coerentes aos
estudantes de modo a criar um ambiente de aprendizagem
produtivo e confortável para  os estudantes; 
 interagir com os estudantes de maneira efetiva e clara, adotando
estratégias de comunicação verbal e não verbal que assegurem o
entendimento por  todos os alunos.
6. Criar e saber gerir ambientes de aprendizagem:

 organizar o ensino e a aprendizagem  de modo que se otimize a


relação entre tempo, espaço e objetos do conhecimento,
considerando as características dos estudantes e os contextos de
atuação docente; 
 criar  ambientes seguros e organizados que favoreçam o
respeito, fortaleçam os laços de  confiança e apoiem o
desenvolvimento integral de todos os estudantes; 
 construir um  ambiente de aprendizagem produtivo, seguro e
confortável para os estudantes, utilizando as estratégias
adequadas para evitar comportamentos disruptivos. 

7. Avaliar a aprendizagem e o ensino:

 dominar a organização de atividades adequadas  aos níveis


diversos de desenvolvimento dos estudantes; 
 aplicar os diferentes instrumentos e estratégias de avaliação da
aprendizagem, de maneira justa e comparável,  devendo ser
considerada a heterogeneidade dos estudantes; 
 dar devolutiva em tempo  hábil e apropriada, tornando visível
para o estudante seu processo de aprendizagem e
desenvolvimento; 
 aplicar os métodos de avaliação para analisar o processo de
aprendizagem dos estudantes e utilizar esses resultados para
retroalimentar a prática  pedagógica; 
 fazer uso de sistemas de monitoramento, registro e
acompanhamento das  aprendizagens utilizando os recursos
tecnológicos disponíveis; 
 conhecer, examinar e  analisar os resultados de avaliações em
larga escala, para criar estratégias de melhoria  dos resultados
educacionais da escola e da rede de ensino em que atua. 

8. Conduzir as práticas pedagógicas dos objetos do


conhecimento, competências e habilidades:

 desenvolver práticas consistentes inerentes à área do


conhecimento, adequadas ao contexto dos estudantes, de modo
que as experiências de aprendizagem  sejam ativas, incorporem
as inovações atuais e garantam o desenvolvimento intencional
das competências da bncc; 
 utilizar as diferentes estratégias e recursos para as  necessidades
específicas de aprendizagem (deficiências, altas habilidades,
estudantes  de menor rendimento, etc.) que engajem
intelectualmente e que favoreçam o  desenvolvimento do
currículo com consistência; 
 ajustar o planejamento com base no  progresso e nas
necessidades de aprendizagem e desenvolvimento integral dos
estudantes; 
 trabalhar de modo colaborativo com outras disciplinas,
profissões e  comunidades, local e globalmente; 
 usar as tecnologias apropriadas nas práticas de  ensino; 
 fazer uso de intervenções pedagógicas pertinentes para corrigir
os erros comuns  apresentados pelos estudantes na área do
conhecimento.

9. Comprometer-se com o próprio desenvolvimento profissional:

 construir um  planejamento profissional utilizando diferentes


recursos, baseado em autoavaliação, no  qual se possa identificar
os potenciais, os interesses, as necessidades, as estratégias, as
metas para alcançar seus próprios objetivos e atingir sua
realização como profissional  da educação; 
 engajar-se em práticas e processos de desenvolvimento de
competências  pessoais, interpessoais e intrapessoais
necessárias para se autodesenvolver e propor  efetivamente o
desenvolvimento de competências e educação integral dos
estudantes;  
 assumir a responsabilidade pelo seu autodesenvolvimento e pelo
aprimoramento da  sua prática, participando de atividades
formativas, bem como desenvolver outras atividades
consideradas relevantes em diferentes modalidades, presenciais
ou com uso  de recursos digitais; 
 engajar-se em estudos e pesquisas de problemas da educação
escolar, em todas as suas etapas e modalidades, e na busca de
soluções que contribuam  para melhorar a qualidade das
aprendizagens dos estudantes, atendendo às necessidades  de
seu desenvolvimento integral; 
 engajar-se profissional e coletivamente na construção  de
conhecimentos a partir da prática da docência, bem como na
concepção, aplicação e  avaliação de estratégias para melhorar a
dinâmica da sala de aula, o ensino e a  aprendizagem de todos os
estudantes.

10. Estar comprometido com a aprendizagem dos estudantes e


disposto a colocar em prática o princípio de que todos são
capazes de aprender:

 compreender o fracasso escolar não  como destino dos mais


vulneráveis, mas fato histórico que pode ser modificado;  
 comprometer-se com a aprendizagem dos estudantes e colocar
em prática o princípio  de que todos são capazes de aprender; 
 conhecer, entender e dar valor positivo às  diferentes identidades
e necessidades dos estudantes, bem como ser capaz de utilizar
os  recursos tecnológicos como recurso pedagógico para garantir
a inclusão, o  desenvolvimento das competências da bncc e as
aprendizagens dos objetos de  conhecimento para todos os
estudantes; 
 atentar nas diferentes formas de violência  física e simbólica, bem
como nas discriminações étnico-racial praticadas nas escolas e
nos ambientes digitais, além de promover o uso ético, seguro e
responsável das  tecnologias digitais; 
 construir um ambiente de aprendizagem que incentive os
estudantes a solucionar problemas, tomar decisões, aprender
durante toda a vida e  colaborar para uma sociedade em
constante mudança. 

11. Participar do Projeto Pedagógico da escola e da construção de


valores democráticos:

 contribuir na construção e na avaliação do projeto pedagógico da


escola, atentando na  prioridade que deve ser dada à
aprendizagem e ao pleno desenvolvimento do estudante;  
 trabalhar coletivamente, participar das comunidades de
aprendizagem e incentivar o uso dos recursos tecnológicos para
compartilhamento das experiências profissionais;  
 entender a igualdade e a equidade, presentes na relação entre a
bncc e os currículos regionais, como contributos da escola para
se construir uma sociedade mais justa e  solidária por meio da
mobilização de conhecimentos que enfatizem as possibilidades
de soluções para os desafios da vida cotidiana e da sociedade; 
 apresentar postura e  comportamento éticos que contribuam
para as relações democráticas na escola. 

12. Engajar-se com colegas, com as famílias e com a comunidade:

 Comprometer-se com o  trabalho da escola junto às famílias, à


comunidade e às instâncias de governança da  educação; 
 Manter comunicação e interação com as famílias para
estabelecer parcerias  e colaboração com a escola, de modo que
favoreça a aprendizagem dos estudantes e o  seu pleno
desenvolvimento; 
 Saber comunicar-se com todos os interlocutores: colegas,  pais,
famílias e comunidade, utilizando os diferentes recursos,
inclusive as tecnologias da informação e comunicação; 
 Compartilhar responsabilidades e contribuir para a  construção
de um clima escolar favorável ao desempenho das atividades
docente e  discente; 
 Contribuir para o diálogo com outros atores da sociedade e
articular parcerias  intersetoriais que favoreçam a aprendizagem
e o pleno desenvolvimento de todos. 

Atividades de Fixação
Questão 1
Agora que você conhece bem as competências específicas que
compõem os pilares da formação do professor, você está sendo
convidado a se autoavaliar quanto a estas competências. Para tanto,
você deve escolher as opções entre 1 a 5,
sendo 1 - nunca, 2 - quase nunca, 3 - às vezes, 4 - quase sempre e 5
- sempre, no quadro avaliativo, a seguir:

4
Domino o conteúdo e sei como ensiná-lo?

4
Demonstro conhecimento sobre os estudantes e como eles
aprendem?

5
Reconheço os contextos?

3
Conheço a estrutura e a governança dos sistemas?

4
Conheço a estrutura e a governança dos sistemas educacionais?

4
Planejo ações de ensino que resultem em efetivas aprendizagens

3
Crio e sei gerir ambientes de aprendizagem
3
Avalio a aprendizagem e o ensino

3
Conduzo as práticas pedagógicas dos objetos do conhecimento,
competências e habilidades

5
Comprometo-me com o próprio desenvolvimento profissional

5
Estou comprometido com a aprendizagem dos estudantes e disposto
a colocar em prática o princípio de que todos são capazes de
aprender

5
Participo do Projeto Pedagógico da escola e da construção de valores
democráticos

5
Engajo-me com colegas, com as famílias e com a comunidade
Atividade Respondida
Respondida 1 de 1 questão
Progresso do Módulo
3.2 Preparando plano de aula de Ciências da Natureza a partir
do Currículo do seu Estado
O Currículo do seu Estado será um instrumento fundamental para a
revisão do PPP da sua escola. Como nosso foco é a área de Ciências
da Natureza, é muito importante que você tenha conhecimento da
proposta da matriz curricular feita e aprovada pelo e para o seu
Estado.
Vamos observar a construção da matriz em função das competências
e habilidades específicas e gerais, e dos objetos de conhecimento
para a área de Ciências da Natureza. Veja que estamos falando da
Formação Geral Básica, portanto, trata-se do aprofundamento nas
temáticas Matéria e Energia, Vida e Evolução, e Terra e Universo.
Para simular uma situação, vamos imaginar que num dado currículo
esteja previsto uma unidade temática denominada Conservação e
Transformação de matéria e energia, e que os objetos de
conhecimento vinculados a esta unidade sejam: fenômenos físicos e
químicos; sistemas abertos, fechados e isolados; fórmulas químicas;
leis Ponderais; equação química; balanceamento de equações
químicas; Princípio da Conservação da Energia; Metabolismo
Bioenergético; transferência de matéria e energia: cadeias e
pirâmides alimentares. No Currículo ainda estão apontados as
habilidades a serem alcançadas a saber: EM13CNT101 e
EM13CNT102.
Para estruturar um plano de aula é necessário planejar estratégias
contextualizadas numa abordagem investigativa de temas que façam
parte da vida dos estudantes ou ainda que sejam transdisciplinares,
dado que institui uma analogia entre aprender conhecimentos
teoricamente sistematizados e as questões da vida real.
Numa proposta bem descontraída, poderíamos pensar num
formigueiro? Sim, pois a partir do movimento de uma formiga em
levantar uma folha, ou da queda da folha numa cavidade do
formigueiro poder-se-ia tratar do princípio da conservação de
energia.

Quanto a sistemas abertos, fechados e isolados pode-se explorar os


fluxos de energia em um formigueiro. A transferência de massa e
energia pode ser tratada considerando os processos bioquímicos que
ocorrem nos formigueiros, podendo se estender para processos
metabólicos e as leis ponderais, equações químicas e princípio da
conservação de massa com foco nas transformações químicas que
ocorrem nos formigueiros. Veja que o objeto de estudo é o
formigueiro que será explorado biológica, química e fisicamente.
Outra questão que deve ser levantada é que muitos destes conceitos
já foram abordados no Ensino Fundamental II e agora a competência
específica a ser desenvolvida é a de “Analisar fenômenos naturais e
processos tecnológicos, com base nas interações e relações entre
matéria e energia [...]”. Portanto, cabe uma revisão dos conceitos e a
competência a ser desenvolvida é a de análise.
No que tange às habilidades de analisar e representar além de
realizar previsões e/ou avaliar intervenções, pode-se verificar se as
propostas foram alcançadas avaliando a capacidade do estudante de
observar e analisar, aplicando conceitos químicos discutidos nos
objetos de conhecimento.
Quanto à metodologia a ser aplicada, uma sugestão seria o uso da
sala invertida, fazendo com que os estudantes buscassem de forma
curiosa informações acerca da vida nos formigueiros. O professor
poderia indicar vídeos ou documentários interessantes para iniciar as
discussões. Naquela semana alguns “mistérios” seriam analisados e
explicados à luz da Ciência.
Quanto às competências gerais, pode-se dizer que se trabalhou
conhecimento, pensamento crítico, comunicação e argumentação.
Por fim, ao final do processo é sempre importante checar se as
competências específicas de um professor foram observadas. Eis um
momento de auto avaliação que propicia sempre um constante
aprimoramento da prática docente.
Vamos fazer mais uma proposta? Que tal um aquário?
Os movimentos da bomba, do peixe ou mesmo da comida no aquário
podem ser analisados do ponto de vista da conservação de energia.
As reações químicas que ocorrem com as excretas dos peixes no
meio aquático, por exemplo, podem ser tratadas sob a ótica das
fórmulas químicas; leis ponderais; equação química e balanceamento
de equações químicas; o metabolismo do peixe ou mesmo do
ecossistema do aquário também pode ser abordado. Fenômenos
físicos e químicos, e sistemas fechados e abertos também podem ser
facilmente discutidos.

Mais uma vez, a competência específica aqui é a de analisar


fenômenos, ou seja, a competência específica 1. As demais
considerações feitas para o tema “formigueiro” também podem ser
feitas para esta abordagem.
Veja, no slide a seguir, um exemplo de como pode ser feita uma
proposta tendo como base as diretrizes da BNCC e, na sequência,
responda as atividades propostas.
Com o propósito de direcionar seu esforço e no sentido de montar o
seu próprio plano de aula, faça o download do arquivo, a seguir,
contendo um plano de aula em que se tomou a ideia de trabalhar
com o objeto aquário.

Clique no botão para baixar o modelo já feito do plano de aula.

BAIXAR

Atividades de Fixação
Agora, faça você mesmo(a) um plano de aula para uma unidade
temática da área de Ciências da Natureza e Suas Tecnologias que
componha o seu currículo, considerando os objetos de
conhecimento, as habilidades e as competências gerais e específicas.
A metodologia e a avaliação são pontos fundamentais que devem ser
pensados, entretanto, elas não vão fazer parte desse exercício agora.
Exercício
Clique no botão e baixe o Plano de Aula, para que você possa
exercitar o que foi aprendido ao longo deste módulo.

BAIXAR

Para finalizar o Módulo I, é necessário realizar a autoavaliação a


seguir.
Questão 1
Considere o grau de dificuldade encontrado, sendo 1 para nenhuma
dificuldade e 5 para extrema dificuldade.

3
Consultar o currículo do seu estado.

4
Definir uma unidade temática para o exercício.

4
Compreender os objetos de conhecimento.
3
Identificar as habilidades e competências específicas relacionadas
com os objetos de conhecimento em questão.

4
Definir os objetivos de aprendizagem para as habilidades
consideradas.

3
Encontrar um objeto de estudo adequado para discutir os objetos de
conhecimento indicados.

4
Organizar a condução do processo de interpretação do objeto
selecionado.

3
Considerar o conhecimento prévio do estudante.

3
Articular os objetos de conhecimento de Química, Física e Biologia em
torno do objeto de estudo.

4
Identificar as competências gerais abordadas na proposta.
Atividade Respondida
Respondida 1 de 1 questão
Considerações finais
Parabéns! Você chegou ao final do Módulo 1 - Ciências da Natureza
na Formação Geral Básica e Específica!
A ideia deste módulo foi tratar das Ciências da Natureza como uma
reflexão inicial. Na sequência, o propósito foi trazer o professor para
conhecer tanto a BNCC, no que diz respeito à Formação Geral Básica
dessa área do conhecimento, quanto a proposta curricular do seu
Estado, buscando compreendê-la em relação à área em discussão,
sem perder a ideia da formação integral do cidadão.
Na terceira unidade, você foi convidado(a) a ir à prática e a pensar a
sua atuação docente baseada na BNCC e na BNC-Formação, sempre
com o foco no estudante, nas competências e nas habilidades
descritas no Currículo do seu Estado.
Dessa forma, além de termos pensado em ciências de forma
interdisciplinar, foi proposto a esquematização de um plano de aula a
partir de um objeto de estudo que melhor se encaixasse no conteúdo
temático, assim como com os objetivos de conhecimento, habilidades
e competências gerais e específicas.
Esperamos que tenha aproveitado o conteúdo estudado. Se quiser
aprofundar nos estudos, veja a lista de referências no próximo slide.
Referências
A ciência para o século XXI: uma nova visão e uma base de ação –
Brasília: UNESCO,  ABIPTI, 2003. 72p.
em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ue000207.pdf 

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CP nº


02/2019, de 20º  de dezembro de 2019. 

BRASIL. Ministério da Educação (MEC). Base Nacional Comum


Curricular – BNCC.  Brasília, DF: Ministério da Educação, 2018.
Disponível em:   basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 09
Agosto 2021. 

Camargo, Kenneth Rochel de. In order to defend science, it is


necessary to make it  accessible, intelligible and meaningful. Physis:
Revista de Saúde Coletiva [online].  2018, v. 28, n. 02 [Acessado 22
Agosto 2021] , e280202. Disponível em: . Epub 13 Ago 2018. ISSN
1809- 4481. 
Exposição “O Homem na Lua” no Museu de Astronomia e Ciências
Afins (MAST) - https://web.superviz.com/projects/207c9489-ae3a-
4ac0-bdae-06ac73a43d6d  https://museuweg.net/blog/conheca-
museus-que-fomentam-a-ciencia-e-tecnologia-pelo-brasil/ 

Fapesp. (2018). Revista Pesquisa FAPESP: Ciência em Tirinhas.


Recuperado de  https://revistapesquisa.fapesp.br/ciencia-em-
tirinhas/ 

Ferreira, José Ribamar. Popularização da ciência e as políticas


públicas no Brasil (2003- 2012). /José Ribamar Ferreira. Rio de
Janeiro, 2014. 185 f. 

Instituto Brasileiro de Museus


– Ibram - https://www.museus.gov.br/museus-do-brasil/ 

Martha Marandino e Isabela Tacito Ianelli. Modelos de Educação em


Ciências em Museus:  Análise da visita orientada. Rev. Ensaio | Belo
Horizonte | v. 14 | n. 01 | p.17-33 | jan-abr |  2012. Disponível
em: http://www.geenf.fe.usp.br/v2/wp-content/uploads/2015/10/artig
o-martha-e-isabela.pdf  MOREIRA DE VASCONCELLOS, I. G.;
CERQUEIRA, B. R. S.; SILVA, T. As perguntas  nas visitas orientadas a
museus, exposições itinerantes e feiras de ciências. Revista da
SBEnBio, nº 9, p. 7.098-7.109, 2016 

Museu de Astronomia e Ciências


Afins (MAST) - https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2020-
03/museu-de-astronomia-do-rio disponibiliza-visita-virtual 

Museu de Zoologia da Universidade de São


Paulo (MZUSP) - https://vila360.com.br/tour/mzusp/ 

Museu Nacional
- https://artsandculture.google.com/streetview/museu-nacional/uwEZ
sf0cq9- FFg?sv_lng=-43.2261644099593&sv_lat=- 
22.90585891308513&sv_h=40.001461840526105&sv_p=0.1182856354
1163817&sv_pid=fn04PW 

Museu Oceanográfico Univali


- https://tour360.meupasseiovirtual.com/016262/91846/museuocean
ografico-univali---balneario-picarras-sc/tourvirtual/ 
Reis, Paulo & de, Seixas & Mello, Silvia. (2016). AQUARIOFILIA COMO
FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO
BÁSICO. Semioses. 9.  10.15202/1981996X.2015v9n1p43.

Rosa, Carlos Augusto de Proença. História da ciência: a ciência e o


triunfo do  pensamento científico no mundo contemporâneo / Carlos
Augusto de Proença. ─ 2. ed. ─ Brasília : FUNAG, 2012.
Em: http://funag.gov.br/loja/download/1022- Historia_da_Ciencia_-
_Vol.III_
A_Ciencia_e_o_Triunfo_do_Pensamento_CientIfico_no_Mundo_Conte
mporaneo.pdf 

SOUZA, Joyce Fico Ramalhães; CERQUEIRA, Bruno Rafael Santos de. As


perguntas nos  museus: um mundo de possibilidades. Revista
Educação Pública, v. 20, nº 47, 8 de dezembro de 2020. Disponível
em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/20/47/as-
perguntas nos-museus-um-mundo-de-possibilidades 

Workshop Sul-Americano & Escola de Mediação em Museus e Centros


Ciência. / Editado  por Luisa Massarani e Carla Almeida. – Rio de
Janeiro: Museu da Vida / Casa de Oswaldo  Cruz / Fiocruz, 2008.
144 p. il. Disponivel em:
http://www.museudavida.fiocruz.br/images/Publicacoes_Educacao/PD
Fs/WorkshopSulAmericano.pdf 

MÓDULO 2
Ciências da Natureza nos Itinerários Formativos
APRESENTAÇÃO
Seja bem-vindo(a) ao segundo módulo da Formação em Ciências da
Natureza e suas Tecnologias! 
Este módulo intitulado Ciências da Natureza nos Itinerários
Formativos é dividido em duas unidades: a primeira unidade aborda a
arquitetura do Itinerário Formativo na formação do Ensino Médio, a
importância da definição de uma situação-problema, a metodologia
de aprendizagem baseada em problemas e a construção de um
esboço de componente curricular pertencente aos Itinerários
Formativos na área das Ciências da Natureza. 
Já a segunda e última unidade traz um componente curricular de
Itinerário Formativo na área de Ciências da Natureza integrado com
outra área do conhecimento com o intuito de reconhecer esta
integração sem perder o foco na situação-problema. 
Finalmente ao final do segundo módulo o cursista é convidado a fazer
uma avaliação final.  
Veja o sumário, a seguir, para visualizar melhor o que te espera neste
segundo módulo.

Sumário
Módulo 2 - Ciências da Natureza nos Itinerários Formativos

 Unidade 1 - Itinerários Formativas na área de Ciências da


Natureza e suas Tecnologias01

o 1.1 Entendendo o Itinerário Formativo na formação do


Ensino Médio02
o 1.2 Aprendizagem Baseada em Problemas05
o 1.3 Ciências da Natureza nos Itinerários Formativos10
 Unidade 2 - Itinerário Formativos integrados com a área de
Ciências da Natureza e suas Tecnologias13

 Considerações finais16

 Referências17

Unidade 1 -  Itinerários Formativas na área de Ciências da


Natureza e suas Tecnologias
Nesta primeira unidade, iremos tentar compreender o Itinerário
Formativo, reconhecendo as habilidades gerais e específicas da área
de Ciências da Natureza. Além disso, também será explorada a
metodologia de Aprendizagem Baseada em Problemas e
entenderemos a importância de uma situação-problema bem
definida na aplicação da aprendizagem baseada em Problemas (ABP).
1.1 Entendendo o Itinerário Formativo na formação do Ensino
Médio
O que são os Itinerários Formativos do Novo Ensino Médio?
A reforma do Ensino Médio trouxe a flexibilização do currículo,
introduzindo o mínimo de 1.200 horas na forma de itinerários
formativos, os quais deverão ser organizados por meio da oferta de
diferentes arranjos curriculares, conforme a relevância para o
contexto local e a possibilidade dos sistemas de ensino.
Os Itinerários Formativos, embora não tenham competências
específicas definidas na BNCC, devem permitir o aprofundamento das
aprendizagens previstas na Base, considerando a relação, em
especial, com as 10 competências gerais. Devem também
compreender o aprofundamento dos conceitos estudados na
Formação Geral Básica, bem como Projeto de Vida e componentes
eletivos. 
Quais os objetivos dos Itinerários Formativos no Ensino Médio?
Ao percorrer os itinerários formativos, o estudante será estimulado a
realizar seu projeto de vida. Também será formado para exercer
plenamente a sua cidadania e para resolver demandas complexas da
vida cotidiana, pautadas nos princípios da justiça, da ética e da
cidadania. Desta forma, os objetivos  dos Itinerários Formativos são
compreendidos conforme apresentados no esquema  abaixo.
Como estão estruturados os Itinerários Formativos?
Os itinerários formativos se organizam a partir de quatro eixos
estruturantes, conectando experiências educativas com a realidade
contemporânea, de tal forma que auxiliem os estudantes a
desenvolverem habilidades relevantes para a formação integral.
Portanto, para cumprir suas propostas, os itinerários devem se
basear nos procedimentos cognitivos, no uso de metodologias que
estimulem o protagonismo dos estudantes e nos eixos estruturantes.
Veja quais são estes eixos:

 Investigação científica: aprofunda os principais conceitos das


ciências para a interpretação de ideias, procedimentos de
investigação e intervenção, com o intuito de identificar e
solucionar demandas sociais, contribuindo com o
desenvolvimento local e a melhoria da qualidade de vida da
comunidade.
 Processos criativos: estimula a criação de processos ou
produtos que atendam às demandas sociais, a partir da
ampliação do conhecimento científico para construção e criação
de experimentos, modelos e protótipos.
 Mediação e intervenção sociocultural: aborda os
conhecimentos necessários para mediar conflitos, promover
entendimento e implementar soluções para questões e
problemas identificados na comunidade.
 Empreendedorismo: propõe a ampliação dos conhecimentos de
diferentes áreas para a criação de empresas, instituições ou
organizações voltadas ao desenvolvimento de produtos e
serviços inovadores com o uso das tecnologias.

 Na Portaria MEC n.º 1432/2018 foram apresentadas as


habilidades relacionadas às competências gerais da Base
Nacional Comum Curricular - BNCC, que são as habilidades
associadas a cada uma das Áreas de Conhecimento e à Formação
Técnica e Profissional correlacionadas aos Eixos Estruturantes. As
habilidades gerais EMIFCG e as habilidades específicas da área de
Ciências da Natureza EMIFCNT estão listadas abaixo:
 Como avaliar os estudantes nos itinerários?
 Deve ser avaliado o desenvolvimento integral dos estudantes,
não apenas os conhecimentos adquiridos, mas também as suas
habilidades, atitudes e valores. Além disso, a escola deve garantir
que a avaliação seja formativa, identificando as reais fragilidades
e potencialidades de aprendizagem dos estudantes, tanto
individual, quanto coletivamente, garantindo que todos
aprendam. O modelo de avaliação deve considerar o estudante
como protagonista do processo e as ferramentas a serem
utilizadas para realizar a avaliação podem ser: rotinas de
pensamento; portfólios; feedbacks; autoavaliações.

 Atividades de Fixação
 Questão 1
 Agora que você já conhece os eixos estruturantes, articule-os
com os focos pedagógicos apresentados. Para isso, associe a
segunda coluna de acordo com a primeira. 
 1
 Empreendedorismo
 2
 Investigação científica
 3
 Processos criativos
 4
 Mediação e intervenção sociocultural

 4
 Privilegia-se o envolvimento dos estudantes em campos de
atuação da vida pública, por meio do seu engajamento em
projetos de mobilização e intervenção sociocultural e ambiental
que os levem a promover transformações positivas na
comunidade. O processo pressupõe o diagnóstico da realidade
sobre a qual se pretende atuar, incluindo a busca de dados
oficiais e a escuta da comunidade local; a ampliação de
conhecimentos sobre o problema a ser enfrentado; o
planejamento, execução e avaliação de uma ação social e/ou
ambiental que responda às necessidades e interesses do
contexto; a superação de situações de estranheza, resistência,
conflitos interculturais, dentre outros possíveis obstáculos, com
necessários ajustes de rota.

 1
 Os estudantes são estimulados a criar empreendimentos
pessoais ou produtivos articulados com seus projetos de vida,
que fortaleçam a sua atuação como protagonistas da sua própria
trajetória. Nesse sentido, busca desenvolver autonomia, foco e
determinação para que consigam planejar e conquistar objetivos
pessoais ou criar empreendimentos voltados à geração de renda
via oferta de produtos e serviços, com ou sem uso de tecnologias.
O processo pressupõe a identificação de potenciais, desafios,
interesses e aspirações pessoais; a análise do contexto externo,
inclusive em relação ao mundo do trabalho; a elaboração de um
projeto pessoal ou produtivo; a realização de ações-piloto para
testagem e aprimoramento do projeto elaborado; o
desenvolvimento ou aprimoramento do projeto de vida dos
estudantes.

 2
 Os estudantes participam da realização de uma pesquisa
científica, compreendida como procedimento privilegiado e
integrador de áreas e componentes curriculares. O processo
pressupõe a identificação de uma dúvida, questão ou problema;
o levantamento, formulação e teste de hipóteses; a seleção de
informações e de fontes confiáveis; a interpretação, elaboração e
uso ético das informações coletadas; a identificação de como
utilizar os conhecimentos gerados para solucionar problemas
diversos; e a comunicação de conclusões com a utilização de
diferentes linguagens.

 3
 Os estudantes participam da realização de projetos criativos, por
meio da utilização e integração de diferentes linguagens,
manifestações sensoriais, vivências artísticas, culturais, midiáticas
e científicas aplicadas. O processo pressupõe a identificação e o
aprofundamento de um tema ou problema, que orientará a
posterior elaboração, apresentação e difusão de uma ação,
produto, protótipo, modelo ou solução criativa, tais como obras e
espetáculos artísticos e culturais, campanhas e peças de
comunicação, programas, aplicativos, jogos, robôs, circuitos,
entre outros produtos analógicos e digitais.
 Questão 2
 Considere a descrição da Unidade Curricular 1 de Itinerários
Formativos e marque (C) Certo ou (E) Errado nas alternativas
que mostram corretamente quais são os eixos estruturantes e
as habilidades gerais e específicas da área de Ciências da
Natureza que estão contemplados nesta proposta:
 UNIDADE CURRICULAR 1
 FÍSICA EM QUADRINHOS - Nesta atividade, os estudantes
transformam conceitos de Física em histórias em quadrinhos.
Eles podem escolher quais temas vão abordar e se farão seus
trabalhos individualmente ou em grupo. Podem, inclusive, optar
por conteúdos que ainda não estudaram, desenvolvendo uma
pesquisa própria para compreendê-los e, assim, criar seus
roteiros e personagens. 
 (Fonte: Hugo
Magnata, https://basedeitinerarios.com.br/itinerarios/4/)

 a
 EC
 Investigação Científica: (EMIFCG01), (EMIFCG02), (EMIFCG03),
(EMIFCNT01), (EMIFCNT02),(EMIFCNT03).

 b
 EC
 Mediação e Intervenção Sociocultural: (EMIFCG07),
(EMIFCG08), (EMIFCG09).


 c
 EC
 Empreendedorismo: (EMIFCG10), (EMIFCNT11), (EMIFCNT12).

 d
 EC
 Processos Criativos: (EMIFCG04) (EMIFCG05), (EMIFCG06),
(EMIFCNT04), (EMIFCNT05), (EMIFCNT06).
 Questão 3
 Considere a descrição da Unidade Curricular 2 de Itinerários
Formativos e marque (C) Certo ou (E) Errado nas alternativas
que mostram corretamente quais são os eixos estruturantes e
as habilidades gerais e específicas da área de Ciências da
Natureza que estão contemplados nesta proposta:
 UNIDADE CURRICULAR  2
“Em Escolhas Inteligentes, é possível constatar que, de forma
individual ou coletiva, somos o reflexo das nossas próprias
escolhas. Ele é um convite à reflexão sobre o que precisa ser
revisto e replanejado e como fazer para ser mais assertivo no
futuro. As residências e a própria escola podem ser objetos de
estudo para análise, pesquisa e proposição de soluções, a fim
de transformar esses espaços em locais que reflitam as
escolhas inteligentes. Numa amplitude mais macro, as cidades
podem também ser estudadas, lembrando que proposições
sobre minimização de impactos ambientais, gestão de resíduos
sólidos, hídricos e energéticos, relação entre ambiente e saúde,
o uso da matemática para construção de locais portadores de
escolhas inteligentes e busca de soluções devem estar
associados à sustentabilidade, inclusão, otimização e uso de
tecnologias.” 
 Fonte: http://dcrb.educacao.ba.gov.br/wp-content/uploads/
2021/07/DCRB-EM-1a-versao-Itinerario-Formativo-Integrado-
%E2%80%93-Matematica-e-suas-Tecnologias-e-Ciencias-da-
Natureza-e-suas-Tecnologias.pdf

 a
 EC
 Investigação Científica: (EMIFCG01), (EMIFCG02), (EMIFCG03),
(EMIFCNT01), (EMIFCNT02), (EMIFCNT03).

 b
 EC
 Processos Criativos: (EMIFCG05), (EMIFCG06), (EMIFCNT04),
(EMIFCNT05), (EMIFCNT06).

 c
 EC
 Mediação e Intervenção Sociocultural: (EMIFCG07),
(EMIFCG08), (EMIFCG09), (EMIFCNT07), (EMIFCNT08),
(EMIFCNT09).

 d
 EC
 Empreendedorismo: (EMIFCG10), (EMIFCG11), (EMIFCG12),
(EMIFCNT10), (EMIFCNT11), (EMIFCNT12)
 Refazer Atividade
 Respondidas 3 de 3 questões

1.2 Aprendizagem Baseada em Problemas


A maioria das propostas curriculares dos estados brasileiros propõem
trilhas de aprofundamentos e eletivas nos itinerários formativos em
Ciências da Natureza e indicam a aprendizagem baseada em
problemas (ABP) como uma possibilidade metodológica. Desta forma,
vamos entender um pouco acerca da ABP.
Para a última etapa da Educação Básica, a aprendizagem baseada em
problemas (ABP) auxilia na estruturação dos itinerários formativos,
desenvolvendo as habilidades para o século XXI ao longo de toda a
jornada de aprendizagem, de modo a destacar, especialmente,
habilidades como autonomia, curiosidade, resolução de problemas e
comunicação interpessoal.

A ABP é uma estratégia instrucional que se organiza ao redor da


investigação de problemas do mundo real. Estudantes,
supervisionados por um professor, se envolvem em analisar,
entender e propor soluções para situações cuidadosamente
desenhadas, de modo a garantir ao aprendiz a aquisição de
determinadas competências previstas no currículo escolar. As
situações são, na verdade, cenários que envolvem os estudantes com
fatos de sua vida cotidiana, tanto da escola como de sua casa ou de
sua cidade. Constituem-se, então, os ciclos de aprendizagem.
O Ciclo de aprendizagem compreende três momentos distintos,
conforme podemos ver na figura abaixo. 
Ciclo de Aprendizagem na ABP
Fonte: Modificado de Hmelo-Silver (2004) e apresentado em
Lopes, (2019 p.57)
O primeiro momento é o de formular e analisar o problema. Uma vez
definida a situação-problema, os grupos são orientados a identificar
as informações fornecidas (cenário do problema) e o que cada um
dos membros do grupo possui de conhecimentos prévios sobre a
temática em questão. Depois, algumas ideias são esboçadas (gerar
hipóteses) para a resolução do problema central identificado na
questão em análise e identificar as informações que julgarem
necessárias para resolver a questão levantada. 
O segundo momento do ciclo de aprendizagem é caracterizado pela
aprendizagem individual e autodirigida. As informações identificadas
como importantes serão pesquisadas para que, mais tarde, sejam
partilhadas e discutidas com outros integrantes do grupo. 
No terceiro momento, os estudantes voltam a se reunir, agora, com
novas e diferentes informações, que deverão ser aplicadas,
compartilhadas, debatidas e avaliadas até que o grupo alcance uma
ou mais novas conclusões. Se o problema for resolvido a contento, o
grupo redige um relatório final com a solução. Se isso não ocorrer,
um novo ciclo se inicia. O ciclo de aprendizagem pode se repetir
quantas vezes forem necessárias para que o grupo encontre uma
solução para o problema.
Mas o que é o problema ou situação-problema? 
O problema inicia ou dispara o processo de Ensino-aprendizagem,
espelhado na realidade. Deve ter um contexto interdisciplinar e ser
bem estruturado, para o qual também deve existir uma resposta
correta. Outra questão importante, é que os conteúdos do currículo
escolar devem ser contemplados durante o processo de resolução do
problema, favorecendo, sempre que possível, um trabalho
colaborativo. A aprendizagem baseada em problemas coloca a
responsabilidade da educação nos estudantes, sendo estes os mais
interessados em seu progresso educacional.
A construção do problema por meio do 3C3R
Criado por Hung, W. (2006), o 3C3R é um modelo para conceber
problemas ou cenários. Visa organizar os conteúdos e os
conhecimentos. Os elementos principais são os conteúdos, contextos
e conexões (content, context, connection), usados para pôr em prática
os elementos de processamento que são pesquisar, raciocinar e
refletir (researching, reasoning, reflecting). Os componentes principais
oferecem suporte ao conteúdo de aprendizagem conceitual, já os
componentes de processamento estão relacionados  com os
processos cognitivos dos estudantes e habilidades de resolução de
problemas. Os componentes interagem entre si, conforme o modelo
apresentado na figura abaixo. 
 Modelo 3C3R

 Fonte: (Lopes, 2019)


Os conteúdos devem considerar os padrões curriculares, seguindo-se
a identificação de conceitos e áreas relacionadas com o tema. A
informação contextual dos problemas ajuda os estudantes a ligarem
o conhecimento construído e as habilidades adquiridas às situações
reais. O componente de conexão funciona para entrelaçar os
conceitos e informações com o conteúdo em contextos. 
Após identificado, descrito e clarificado o problema, o estudante terá
de pesquisar as informações necessárias no âmbito. Este
aprofundamento da informação motiva os estudantes para se
envolverem com o tema. O estudante irá estruturar a sua própria
aprendizagem, compartilhando a sua informação nos grupos de
trabalho. É a reflexão que desenvolve as capacidades cognitivas e a
motivação, e é o raciocínio que promove a aplicação dos novos
conhecimentos adquiridos e de pesquisar mais informações
relacionadas para o desenvolvimento da solução do problema.

Para potencializar o máximo efeito da ABP, a qualidade dos


problemas é vital. Para resolver um problema, primeiro temos de o
identificar, descrever, contextualizar, perceber, para colocarmos em
prática as reflexões e hipóteses com a potencial solução.
O modelo 3C3R visa aprimorar a aprendizagem baseada em
problemas, fornecendo uma estrutura conceitual sobre a qual os
professores podem formular os problemas do ABP, de modo mais
sistemático e eficaz, além de facilitar o processo de avaliação.
A partir do modelo estrutural 3C3R, Hung (2009) propõe um método
baseado em nove passos para a criação de problemas. Vamos conhecer
cada passo.

 Criar metas e objetivos 

Envolve criação de metas instrutivas e objetivos de obtenção de


conhecimento, incluindo os objetivos quanto às habilidades de resolução
de problemas e estudo autodirigido. Desta forma, será possível verificar
que grau de semiestruturação o problema deverá possuir para que as
etapas do ciclo de aprendizagem da ABP sejam percorridas.

  Conduzir uma análise de conteúdo 

A análise de conteúdo baseia-se em:  conceitos: ideias centrais dentro de


um domínio de conhecimento; princípios: regras pelas quais os conceitos
estão relacionados; processual: aplicação dos princípios a fim de realizar
uma tarefa; e fatual: necessário para a aplicação dos conceitos nas
situações-problema.

 Analisar o contexto do problema 

Consiste em inserir o problema em um contexto específico visando torná-lo


mais atraente para os estudantes, para buscarem, por meio do estudo
autodirigido, a solução deste. 

Atenção! 
Os passos 1 a 3  são importantes para fundamentar a formulação do
problema, visto que fornecem as informações sobre o grau de amplitude e
profundidade dos conhecimentos a serem abordados e o contexto em que
este deve estar inserido. 

 Formular a versão inicial do problema 

É o momento da criação de um problema que seja atraente ao estudante e


que o mantenha motivado. Vários fatores podem ser considerados, como,
por exemplo: a profissão futura, interesses pessoais, situações polêmicas
e/ou problemáticas da região em questão, aspectos regionais/geográficos. 

 Conduzir uma análise de adequação do problema

Deve-se declarar o problema em si e descrevê-lo por completo, bem como


as necessárias habilidades cognitivas e de resolução de problemas. Desta
forma, tem-se que:  observar o que se almeja com o problema, quais são as
variáveis conhecidas (presentes no problema) e desconhecidas (aquelas
que os estudantes deverão buscar através da pesquisa e do raciocínio)
para, assim,  compreendê-lo; buscar quais são os meios de se encontrar a
solução do problema, com o objetivo de prever seus processos de
resolução; finalmente, desenhar o domínio do conhecimento para
resolução do problema, quando deve-se elencar quais são os domínios de
conhecimento necessários para resolvê-lo nas esferas conceituais, de
princípios, processos (quando houver), conhecimentos fatuais e de análise
das habilidades necessárias para a resolução do problema. 
 

 Conduzir uma análise de correspondência


Visando garantir a confiabilidade e efetividade do problema para atingir
seus objetivos de aprendizagem, ajudando a detectar se a situação-
problema elaborada corresponde à cobertura de conteúdo pretendida e ao
nível de habilidades dos estudantes.

 Conduzir processos de ‘calibração’ 

Nesta etapa são corrigidos os problemas apontados na fase anterior,


retirando ou incluindo informações na situação-problema, para dar clareza
aos objetivos de aprendizagem propostos e manter o interesse do
estudante. 

 Construir componentes reflexivos 

Esses componentes estão presentes em partes da situação-problema, nas


quais se solicita ao estudante pensar sobre seu processo de aprendizado,
por exemplo: como buscou as informações, quais linhas de raciocínio
foram trancadas e o que motivou a escolher uma linha em particular para
chegar à resolução do problema. A elaboração destes componentes ajuda
no desenvolvimento de habilidades de estudo autodirigido dos estudantes.
 

 Examinar relações de suporte entre os componentes 3C3R


O propósito desse último passo é garantir a criação de uma situação-
problema que seja eficaz naquilo que se propõe a ensinar e estimular a
autonomia do estudante em seu próprio processo de aprendizagem.
Conforme mostrado no quadro abaixo, os componentes processuais
(pesquisa, raciocínio e reflexão) devem dar suporte ao componente
conteúdo; o componente contexto deve fornecer suporte aos componentes
processuais e o componente conexão deve possuir relação de suporte
mútuo com cada componente processual. 

  Relações entre componentes centrais e processuais do modelo 3C3R

Progresso do Módulo
7
Com a crescente ênfase na teoria da aprendizagem situada, as
propostas contemplam cada vez mais a aprendizagem baseada em
problemas (ABP) em diversos contextos educacionais. 
Nesse sentido, Tawfik (2013) propôs um protocolo semiestruturado
baseado no método 3C3R que foi sistematicamente empregado para
projetar um ambiente de aprendizagem ABP e destaca os efeitos das
toxinas ambientais na fertilidade humana. Esse protocolo está
sistematizado a seguir.
Protocolo Semiestruturado 3C3R adaptado de Hung (2006)
Fonte : TAWFIK, A. A.; TRUEMAN, R. J.; LORZ, M. M. Designing a PBL
Environment Using the 3C3R Method. International. Journal of Designs for
Learning, v. 4, n. 1, p.11-24, 2013.
Uma vez definido o problema, como aplicar em sala?
Através de sessões tutoriais, que são reuniões de equipe objetivadas
a promover e acompanhar a construção coletiva do conhecimento a
partir da participação ativa dos estudantes no processo de
aprendizagem, os tutores (professores ou monitores) orientam as
discussões e o uso de materiais diversos e de várias áreas do
conhecimento. 

Conrado (2014) apresenta estratégias da ABP como meio de


aproximar a aprendizagem de diferentes conteúdos dos desafios da
realidade cotidiana da sociedade contemporânea e favorecer
tomadas de decisão que sejam socialmente responsáveis. Para as
sessões tutoriais, momento em que os estudantes se organizam em
grupos, foi proposto um roteiro organizado em  “sete passos”,
descritos a seguir (CONRADO, 2013, p. 214):

  Identificar o problema: entender a relação do problema com a


realidade e esclarecer frases e conceitos confusos ou desconhecidos.
(leitura atenciosa pela equipe para não restarem dúvidas sobre o
problema). 

 Definir o problema: descrever exatamente que fenômenos devem


ser explicados e entendidos, esclarecendo a situação e o tipo de
decisão a tomar (indicação de pontos relevantes pela equipe). 
 Brainstorming: usar conhecimentos prévios e o senso comum para
formular explicações e buscar respostas para o problema, sem
preocupação com exatidão das informações ou com preconceitos
sobre as ideias sugeridas (análise do problema com conhecimentos
prévios). 

 Detalhar explicações: construir hipóteses que explicam o problema,


de forma coerente e detalhada, levantando as lacunas do
conhecimento que precisam ser estudadas (resumo das discussões). 

  Propor temas de aprendizagem autodirigida: definir o que precisa


ser estudado, meios/recursos para realizar a investigação e ações
para pesquisar o problema (formulação de objetivos de
aprendizagem). 

  Busca de informações e estudo individual: estudar conteúdos


selecionados para preencher lacunas de conhecimentos necessários e
relevantes (informações em fontes diversificadas e confiáveis). 

 Avaliação: compartilhar conclusões com o grupo, integrar


conhecimentos adquiridos e avaliar o processo de aquisição desses
conhecimentos, a organização geral do grupo e o avanço na resolução
do problema.

Portanto, nesta unidade apresentamos aprendizagem baseada em


problemas (ABP), como definir um problema e, ainda, como aplicar
esta metodologia em sala. 

Atividades
Apresentamos a você um cenário da situação-problema, cuja meta é
compreender as propriedades de diferentes materiais e a forma de
interação com o meio ambiente. O Objetivo é analisar e solucionar
uma situação real, envolvendo manejo de resíduos urbanos em
ambiente ao redor da Escola. 
A primeira proposta da situação-problema é: ao lado da escola tem
um terreno baldio com acúmulo de lixo, provocando infestação de
roedores e insetos que começaram a invadir a escola. Sua turma foi
convidada para estudar o cenário e propor uma solução sustentável
para esta situação. 
Questão 1
Numa primeira análise, marque entre os itens abaixo aqueles que
você consideraria como pré-requisito para esta tarefa:

a
I. Conhecimento básico de propriedades químicas e físicas de
materiais.

b
II. Rotas de decomposição de matéria orgânica.

c
III. Hábitos de vida de roedores e insetos.
d
V. Distinguir compostos orgânicos, inorgânicos e metálicos.

e
V. Distinguir diferentes espécies de animais (roedor não é inseto, por
exemplo).

f
VI. Espécies de animais diferentes têm comportamentos diferentes.

Questão 2
Considerando a análise de contexto da situação-problema, considere
as variáveis, a seguir, e relacione-as como sendo variáveis
apresentadas como Conhecidas (presente no problema) e
Desconhecidas (aquelas que os estudantes deverão buscar através da
pesquisa e do raciocínio).
1
Conhecidas (presentes no problema )

2
Desconhecidas (aquelas que os estudantes deverão buscar através da
pesquisa e do raciocínio)
Variáveis

2
1- Cadeia alimentar na natureza

1
2- Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei nº 12.305/2010

1
3- Microorganismos que se desenvolvem em meio ao lixo orgânico

2
4-Como os materiais existentes no resíduo interagem entre si e com o
meio ambiente

2
5- Norma NBR 10.004 Microorganismos que se desenvolvem em meio
ao lixo orgânico

1
6-Reações químicas e transformação da matéria

2
7- Resolução CONAMA 306 (2002)
Questão 3
Considerando o Domínio do conhecimento para a resolução do
problema, correlacione a primeira coluna de acordo com a segunda.
1
Conceitos

2
Princípios

3
Conhecimentos fatuais

4
Análise das habilidades

2
Interação do resíduo com a água, o solo e o ar.

3
Estabilidade de diferentes materiais.

4
Desenvolver o raciocínio que permitirá propor uma ação adequada
para conter a presença de roedores e insetos na escola.

1
Matéria orgânica e inorgânica.
Agora, vamos fazer um Brainstorming acerca das várias possibilidades
de propostas para a resolução do problema. 
Questão 4
 É possível que a proposta seja construir um muro separando a escola
do terreno com resíduos sólidos acumulados.  Será que esta proposta
se enquadraria nos eixos estruturais  dos itinerários formativos?
a
Sim

b
Não

Ótimo! Isto mostra que é importante apresentar a situação-problema


de tal forma que a solução seja de intervenção e não de isolamento.
Questão 5
Uma vez definido que é necessária uma ação transformadora para
resolver o problema, ainda é possível que os estudantes entendam
que os roedores e insetos devam ser coletados e remanejados e,
assim, o problema de tê-los na escola seria resolvido.  Este poderia
ser um caminho, entretanto, o resíduo sólido ao lado da escola
permaneceria existindo e certamente outros roedores  e insetos
voltariam a visitar a escola. 
A ação seria transformadora? 

a
Sim

b
Não

Questão 6
O que se espera como proposta está certamente no caminho de
transformação da realidade e da melhora na condição de vida para
todos.Veja que a situação-problema deve estar bem definida. Vamos
pensar agora no seguinte:

Ao lado da escola tem um terreno baldio com acúmulo de lixo,


provocando infestação de roedores e insetos que começam a invadir a
escola. Sua turma foi convidada para estudar o cenário e propor uma
solução transformadora e sustentável para esta situação, baseada nos
princípios da conservação ambiental e na legislação pertinente à política
de resíduos sólidos. 
O que você acha? 
 

Atividade Respondida
Respondidas 6 de 6 questões
1.3 Ciências da Natureza nos Itinerários Formativos
Para a elaboração de um itinerário formativo é importante
considerar, do infográfico desenvolvido pelo POVIR com o apoio do
grupo de trabalho do ensino médio do MOVIMENTO PELA BASE, os
seguintes pilares:

Fonte: https://porvir.org/novo-ensino-medio-entenda-os-itinerarios-
formativos/
Portanto, os itinerários formativos propostos devem estar
intimamente relacionados com o currículo proposto em seu estado.
O que considerar para construir as ementas dos
Aprofundamentos dos Itinerários Formativos de Área do
Conhecimento?
Os Itinerários Formativos de Ciências da Natureza e suas Tecnologias
devem ser construídos com base em um amplo processo de
diagnóstico, voltado a mapear os interesses e expectativas da
comunidade escolar; os ativos locais, inclusive as potenciais parcerias
e  a condição de oferta das escolas e da rede de educação.
Em consonância com as DCNEM (BRASIL, 2018) e com os Referenciais
para Elaboração dos Itinerários Formativos, estabelecidos na portaria
no. 1.432/ 2018, que destacam os eixos estruturantes a perpassar as
trilhas de aprofundamento (Investigação Científica, Processos
Criativos, Mediação e Intervenção Sociocultural e Empreendedorismo)
o conjunto de unidades curriculares de um Itinerário deve ser
organizado em torno de um ou mais dos eixos estruturantes. As
Unidades Curriculares são elementos com carga horária pré-definida,
formadas pelo conjunto de estratégias, cujo objetivo é desenvolver
competências específicas, podendo ser organizadas em áreas de
conhecimento, disciplinas, módulos, projetos, entre outras formas de
oferta.
Vamos aperfeiçoar nosso entendimento acerca dos eixos
estruturantes e as possibilidades de construção conjunta.
Comecemos pelo eixo estruturante Investigação Científica.  Aqui, é
necessário oferecer subsídios para que os estudantes possam
identificar e analisar todos os elementos envolvidos, mobilizar os
conhecimentos já construídos, estabelecer relações entre eles,
destacar como afetam o(s) fenômeno(s) em estudo e perceber quais
deles precisam ser investigados para a compreensão e resolução da
questão, ou da situação problematizadora.  É fundamental não
concluir, ou propor soluções precipitadas, sem provas ou fatos
obtidos através de pesquisas.

A investigação científica é um instrumento essencial para enfrentar os


desafios e buscar soluções para os problemas sociais, ambientais e
econômicos. À vista disso, realizar parcerias entre as escolas e
universidades ou centros de pesquisa pode impulsionar a pesquisa
científica e a inovação na Educação Básica. Assim, espera-se que, ao
final desses estudos, o estudante consiga aplicar a estrutura da
investigação científica, ou seja, saiba identificar uma situação-
problema e realizar pesquisas em fontes confiáveis, acessando
diferentes mídias e selecionando dados, e consiga interpretá-los e
analisá-los de modo a construir hipóteses embasadas e, assim,
propor ideias consistentes, que visem à melhoria da qualidade e da
manutenção da vida no planeta. Pretende-se, portanto, que se
entenda o valor do conhecimento sistematizado, com o qual poderá
embasar intervenções na realidade de forma crítica, reflexiva,
produtiva e sustentável, utilizando-se de tecnologias. Visa-se,
portanto, a formação de um cidadão curioso, protagonista,
responsável pela sua aprendizagem e atuante na sociedade. Para
suprir as necessidades de desenvolvimento de cada pessoa, ainda
que a família nuclear – pais e filhos – seja necessária, ela sozinha não
é suficiente para preparar a pessoa para a vida adulta. É preciso que
outras entidades ou instituições lhe ajudem e cumpram algumas
tarefas que os pais não conseguem realizar.
No eixo Processos Criativos, o estudante pode vivenciar práticas
significativas utilizando a experimentação, a simulação e a criação de
modelos ou protótipos para a elaboração de soluções inovadoras, a
partir da investigação de problemas reais, de relevância pessoal, para
a comunidade e/ou para o mundo. Cabe estimular a leitura de
diversas fontes, pesquisas em mídias digitais e a utilização de
recursos tecnológicos e visitas de campo, na perspectiva de pensar
em soluções criativas e inovadoras. 
No eixo estruturante Mediação e Intervenção Sociocultural, é
necessário desenvolver habilidades voltadas à convivência e à
atuação social/cultural/ambiental, momento fundamental para
desenvolver o diálogo, a empatia e a mediação de possíveis
conflitos/diferenças para contornar dificuldades e obstáculos durante
todo o processo, dando ênfase à construção de uma sociedade mais
inclusiva, ética, solidária, resiliente e fundamentalmente colaborativa.
Desta forma, o desenvolvimento deste eixo auxiliará o estudante no
seu desenvolvimento socioemocional e cognitivo, além de fortalecer
valores e atitudes na construção de um ser humano consciente e
preocupado em promover a harmonia e a preservação da qualidade
de vida e do meio ambiente. 
No eixo estruturante Empreendedorismo, a partir da identificação e
mobilização de problemáticas locais ou regionais, é possível
selecionar informações para projetos empreendedores que visem
transformar ideias em soluções inovadoras, podendo gerar benefícios
e prosperidade para si e para a sociedade, com possibilidade inclusive
de geração de renda, fortalecendo o trabalho em equipe.

Atividade
Você se lembra da situação-problema da última atividade? Se não, leia-a
novamente:
Ao lado da escola tem um terreno baldio com acúmulo de lixo, provocando
infestação de roedores e insetos que começam a invadir a escola. Sua
turma foi convidada para estudar o cenário e propor uma solução
transformadora e sustentável para esta situação, baseada nos princípios da
conservação ambiental e na legislação pertinente à política de resíduos
sólidos. 
Partindo do princípio de que esta situação-problema considerou as
necessidades do mundo contemporâneo, o interesse dos estudantes, o
contexto local e a capacidade da escola, responda corretamente as
atividades, a seguir: 
Questão 1
O eixo Estruturante de Investigação Científica tem como objetivos de
aprendizagem a análise das propriedades físico-químicas dos resíduos
sólidos mais comuns e dos de interesse; a descrição de impactos
ambientais causados pelo descarte inadequado dos resíduos sólidos; o
conhecimento da contaminação do solo receptor de resíduo sólido e da
lógica da coleta seletiva; a listagem das contribuições da arquitetura
sustentável e do aproveitamento de resíduos orgânicos e inorgânicos, entre
outros. Na sequência, assinale Certo (C) ou Errado (E) para as habilidades
que fazem parte deste eixo:

a
EC
(EMIFCG01) e (EMIFCG02).

b
EC
(EMIFCG03) e (EMIFCNT01).

c
EC
(EMIFCNT08).

d
EC
(EMIFCNT03).

Questão 2
Leia os seguintes Objetos de Conhecimento e assinale a alternativa que
corresponda ao Eixo Estruturante correspondente:
1. Incentivar o consumo sustentável;
2. Organizar uma campanha de conscientização de descarte de
resíduos sólidos;
3. Difundir a Política nacional de resíduos sólidos.

a
Processos Criativos.

b
Empreendedorismo.

c
Mediação e Intervenção Sociocultural.

d
Investigação Científica.

Questão 3
Já é sabido que as habilidades (EMIFCG05), (EMIFCG06), (EMIFCNT05) e
(EMIFCNT06) fazem parte do Eixo Estruturante de Processos Criativos.
Dessa forma, assinale (C) Certo ou (E) Errado para os Objetos do
Conhecimento que estão relacionadas a este eixo:

a
EC
Listar as bactérias e fungos que habitam resíduos urbanos mal
acondicionados.

b
EC
Planejar uma ação de proteção da área e apontar possibilidades de
tratamento químico e biológico do resíduo.

c
EC
Enumerar as possibilidades de isolamento da área em questão.
d
EC
Esquematizar um processo de separação responsável e seguro do resíduo
em questão.

Questão 4
O Eixo Estruturante Empreendedorismo tem como objetivo de
aprendizagem difundir o empreendedorismo social baseado na
importância econômica e ambiental da reciclagem. A seguir, assinale a
alternativa que contém as habilidades que correspondam a este eixo:

a
(EMIFCG11) e (EMIFCNT10).

b
(EMIFCG03), (EMIFCNT01) e (EMIFCNT03).

c
(EMIFCG08), (EMIFCG09), (EMIFCNT08) e (EMIFCNT09).

d
(EMIFCG05) e (EMIFCG06).

Refazer Atividade
Respondidas 4 de 4 questões

Unidade 2 - Itinerário Formativos integrados com a área de


Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Nesta unidade, buscaremos identificar os itinerários formativos
integrados com a área de Ciências da Natureza e propor situações-
problema que possam ser trabalhadas neste contexto.
O que é um Itinerário Formativo integrado?

É um Itinerário Formativo que considera a relação entre a habilidade


do eixo estruturante e as habilidades de duas Áreas do
Conhecimento. Nesta arquitetura, a inter e a transdisciplinaridade são
favorecidas, assim como os temas contemporâneos e transversais da
BNCC.

Fonte : BNCC(2019)
Os temas Ciência e Tecnologia, meio ambiente e saúde estão
intimamente relacionados com a área de Ciências da Natureza e
propiciam certamente a integração com outras áreas, perpassando
pelos demais temas transversais.
A versão preliminar  do Referencial Curricular Paranaense para o
novo Ensino Médio  trouxe uma tabela demonstrativa da correlação
entre  as habilidades específicas da área de Ciências da Natureza e
Linguagens, por eixo estruturante. 

Ela pode ser acessada através deste link:


http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/
referencial_curricular_em/
referencial_em_if_integrado_linguagens_ciencias_natureza.pdf

Para cada correlação foi definido um objetivo e um encaminhamento


metodológico, auxiliando enormemente na construção do plano de
trabalho. Uma característica organizacional desta proposta é que a
habilidade geral (EMIFCG01) foi correlacionada com a específica
(EMIFCNT01) e com a habilidade EMIFLGG01, mantendo a dinâmica
até a décima segunda e última habilidade.
Consideremos a proposta de itinerário formativo do estado da Bahia,
“Homo solutio”, levado para consulta pública. Disponível no
link http://dcrb.educacao.ba.gov.br/wp-content/uploads/2021/07/DCR
B-EM-1a-versao-Itinerario-Formativo-Integrado-%E2%80%93-
Matematica-e-suas-Tecnologias-e-Ciencias-da-Natureza-e-suas-
Tecnologias.pdf.
O itinerário formativo integrado Homo solutio, composto pela área de
Ciências da Natureza e suas Tecnologias e de Matemática e suas
Tecnologias possui os seguintes componentes: 

 Cosmos – do macro ao micro, 


 A Arte de Morar, 
 A Cidade em Movimento, 
 Desafios e Oportunidades, 
 Biomatemática e 
 Escolhas Inteligentes. 
Cada componente está acompanhado de ementa. As habilidades
específicas e gerais foram organizadas por eixo estruturante
conforme o quadro abaixo.

É importante que você procure no referencial curricular do seu


estado as indicações para os Itinerários Formativos integrados. Eles
foram propostos considerando as especificidades da sua região,
considerando inclusive as necessidades da população.
Visite o site http://basenacionalcomum.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&layout=edit&id=207. Aqui você
não só poderá ter acesso ao referencial curricular do seu estado, mas
também poderá conhecer a realidade dos demais estados do nosso
País. 
Atividades de Fixação
Questão 1
Os itinerários formativos se organizam a partir de quatro eixos
estruturantes. Eles conectam experiências educativas com a realidade
contemporânea e auxiliam os estudantes a desenvolverem
habilidades relevantes para a formação integral. Agora, responda:
quais são esses 4 eixos?

Atividade Respondida
Respondida 1 de 1 questão
Questão 2
“Na prática pedagógica, as escolas irão considerar o contexto e as
necessidades dos estudantes, o tempo em que a aprendizagem
acontece, os recursos disponíveis para a aprendizagem e a finalidade
da aprendizagem a partir do contexto atual”.
Fonte: https://www.seed.se.gov.br/portaldoprofessor/noticia.asp?
cdnoticia=16585
Faça um comentário reflexivo sobre a afirmação acima.

Atividade Respondida
Respondida 1 de 1 questão
Considerações finais
Parabéns! Você chegou ao final do Módulo 2 - Ciências da Natureza
nos Itinerários Formativos!
Este módulo foi dedicado ao Itinerário Formativo, valorizando as
habilidades gerais e específicas da área de Ciências da Natureza, com
especial atenção para a proposição da situação-problema, contida
nas unidades curriculares. Uma situação-problema bem definida
propicia bons resultados quando se trata de aprendizagem.
É importante identificar um Itinerário Formativo integrado, quando as
habilidades de mais de uma área são identificadas. Nesse contexto,
os temas contemporâneos transdisciplinares tomaram grande
proporção, aproximando o estudante da sua realidade. Por essa
razão, torna-se fundamental que o professor perceba que a linha guia
da sua prática docente será o Referencial Curricular do seu Estado,
onde ele encontrará subsídio para direcionar e estruturar sua
atuação junto aos estudantes.
Esperamos que você tenha aproveitado bem o conteúdo estudado, se
quiser aprofundar nos estudos, veja a lista de referências no próximo
slide. Agora, siga em frente para realizar as atividades obrigatórias e
valendo nota do Módulo avaliativo.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular: Versão homologada.
Brasília- DF: MEC, 2018. Disponível
em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/. 

BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.


Brasília- DF: MEC, 2018. Disponível
em: http://novoensinomedio.mec.gov.br/resources/downloads/pdf/dc
nem.pdf.

CONRADO, D. M.; EL-HANI, C. N.; NUNES-NETO, N. F. Sobre a ética


ambiental na formação do biólogo. Revista Eletrônica do Mestrado
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http://dcrb.educacao.ba.gov.br/wp-content/uploads/2021/07/DCRB-
EM-1a-versao-Itinerario-Formativo-Integrado-%E2%80%93-
Matematica-e-suas-Tecnologias-e-Ciencias-da-Natureza-e-suas-
Tecnologias.pdf 

Módulo Avaliativo
Módulo Avaliativo
Instruções

Realize as atividades avaliativas da Formação em Ciências da


Natureza e suas Tecnologias.

Lembre-se que na realização das atividades de fixação, ao longo dos


módulos, e das 8 atividades finais deste módulo avaliativo, você deve
garantir uma nota mínima de 6 para concluir o curso e ter acesso ao
certificado.

Sucesso!

Atividades de Fixação
Questão 1
Por que a proposta do Ensino Médio da BNCC não está organizada
por disciplinas? Avalie com Verdadeiro (V) ou Falso (F) as afirmações
que seguem:

a
FV
I. Para conferir maior flexibilidade e integração ao currículo.

b
FV
II. Para conferir mais sentido à aprendizagem e criar sinergia entre
conhecimentos e práticas.

c
FV
III. Para conferir flexibilidade na construção dos arranjos curriculares
mais adequados às realidades locais

Questão 2
Em relação à BNCC do Ensino Médio, avalie com Verdadeiro (V) ou
Falso (F) as afirmações que seguem:

a
FV
I - As 10 competências gerais da BNCC são específicas para o Ensino
Médio.

b
FV
II - A área das Ciências da Natureza inclui apenas os componentes
curriculares de Química e de Biologia.

c
FV
III- Todas as redes públicas e particulares devem construir seus
currículos a partir da BNCC.

d
FV
IV- BNCC não é currículo.
Questão 3
Os fundamentos pedagógicos da BNCC se pautam em um
compromisso com a Educação Integral, definida a partir:

a
da compressão das singularidades e diversidades dos sujeitos.

b
da visão plural e unidimensional da criança e do adolescente.

c
do desenvolvimento de competências e habilidades.

d
do tempo que o estudante permanece na escola.

e
da individualidade do estudante.

Questão 4
O BNC-Formação (BRASIL, 2019) estabelece que a formação do
professor deve ter como pilares três eixos distintos: do
conhecimento, da prática e do engajamento, com quatro
competências para cada pilar. A seguir, correlacione os pilares com as
respectivas competências.
1
Conhecimento;

2
Prática e

3
Engajamento.

3
Comprometer-se com o próprio desenvolvimento profissional.
1
Reconhecer os contextos.

1
Planejar ações de ensino que resultem em efetivas aprendizagens.

2
Avaliar a aprendizagem e o ensino.

3
Engajar-se com colegas, com as famílias e com a comunidade.
Questão 5
A Formação Geral Básica na área das Ciências Naturais no Ensino
Médio aborda as mesmas temáticas tratadas no Ensino Fundamental.
O principal motivo para isso é:

I. Tudo o que o estudante aprende em Ciências da Natureza está


concentrado nas temáticas Matéria e Energia, Vida e Evolução e Terra
e Universo.
II. O aprendizado nas temáticas Matéria e Energia, Vida e Evolução e
Terra e Universo foi parcial no Ensino Fundamental, necessitando de
complementação no Ensino Médio. 
III. Trata-se de um aprofundamento nas temáticas Matéria e Energia,
Vida e Evolução e Terra e Universo.
IV. Trata-se de uma revisão das temáticas Matéria e Energia, Vida e
Evolução e Terra e Universo.

a
Apenas a alternativa I está correta.

b
Apenas a alternativa II está correta.

c
Apenas a alternativa III está correta.
d
Apenas a alternativa IV está correta.

e
As alternativas I e IV estão corretas.

Questão 6
Para garantir o desenvolvimento das competências específicas, cada
componente curricular apresenta um conjunto de habilidades. Essas
habilidades estão relacionadas a diferentes objetos de conhecimento.
A seguir, identifique nas afirmações abaixo qual se refere a uma
habilidade.

I. “Analisar e utilizar interpretações sobre a dinâmica da Vida, da Terra


e do Cosmos para elaborar argumentos, realizar previsões sobre o
funcionamento e a evolução dos seres vivos e do Universo, e
fundamentar e defender decisões éticas e responsáveis.”
II. “Discutir a importância da preservação e conservação da
biodiversidade, considerando parâmetros qualitativos e quantitativos,
e avaliar os efeitos da ação humana e das políticas ambientais para a
garantia da sustentabilidade do planeta.”
III. Fenômenos físicos e químicos;  sistemas abertos, fechados e
isolados;  fórmulas químicas; leis ponderais; equação química;
balanceamento de equações químicas; princípio da conservação da
energia; metabolismo bioenergético; transferência de matéria e
energia: cadeias e pirâmides alimentares.

a
Apenas a alternativa I está correta.

b
Apenas a alternativa II está correta.

c
Apenas a alternativa III está correta.
d
Todas as alternativas estão corretas.

e
As alternativas I e III estão corretas.

Questão 7
A aprendizagem baseada em problemas (ABP) é uma metodologia
voltada para a aquisição do conhecimento por meio da resolução de
situações-problema. A seguir, leia as afirmações e assinale a que
estiver correta.

a
Uma situação-problema deve apontar as possibilidades de resposta e
ser resolvida a partir do levantamento de hipóteses, para testes que
as confirmem ou as refutem.

b
É necessário na resolução de uma situação-problema que o obstáculo
seja intransponível, para se efetivar o processo de aprendizagem.

c
As situações-problema devem despertar no estudante o interesse em
saber, aprender e crescer do ponto de vista cognitivo.

d
O professor é dispensável durante o processo de resolução da
situação-problema, desenvolvendo a autonomia do estudante

e
A situação-problema deve estar no mundo da fantasia e assim
despertar o interesse do estudante.

Questão 8
A Biologia é a ciência que estuda os seres vivos e investiga origem e
evolução; a Física busca entender o mundo natural e todos os seus
fenômenos e a Química estuda a matéria - tudo que o ocupa lugar no
espaço - e suas transformações, estrutura, propriedades e relação
com a energia. No conjunto tem-se a área de Ciências da Natureza e
suas Tecnologias. Dentre os Temas Transversais abaixo, marque
aqueles que mais se aproximam das Ciências da Natureza e suas
Tecnologias.

a
Economia

b
Meio Ambiente

c
Ciência e Tecnologia

d
Saúde

e
Cidadania e Civismo

f
Multiculturalismo

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Respondidas 8 de 8 questões

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