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LÍNGUA

PORTUGUESA
Unidade 1 – Carta aberta

Carta aberta
Gêneros textuais
Intergenericidade
Abaixo assinado digital
Pontuação

Unidade 2 – Arte e Ciência nos meios de comunicação

Texto: Os guerreiros de terracota de Xi’an foram descobertos por acaso


Texto: Sítio arqueológico com objetos de 11 mil anos é descoberto em São Manuel
Coesão e Coerência
Figuras de Linguagem
Unidade 1 – Carta aberta

Carta aberta

A carta aberta é um texto argumentativo, uma vez que procura persuadir


os interlocutores quanto ao ponto de vista dos autores a respeito de um
problema. Diferentemente da carta pessoal, que trata de assuntos particulares,
a carta aberta é um gênero que aborda um problema geral. Ela pode ser utilizada
como forma de protesto, como alerta ou, ainda, como meio de conscientização
da população ou de alguém (um representante de uma entidade ou do governo)
a respeito de um problema.
A carta aberta tem como objetivo denunciar um problema de natureza
social ou cultural e mobilizar pessoas em busca de uma solução. O locutor são
pessoas ou organizações, e o destinatário são autoridades e a população em
geral.

https://www.proenem.com.br/enem/redacao/carta-aberta-carta-do-leitor/

O veículo ou suporte são jornais, rádios, revistas, TV, folhetos distribuídos


diretamente à população, leitura em reuniões, e sites da Internet.
Quanto aos aspectos estruturais, o gênero em pauta compõe-se dos
seguintes elementos:
Título – no qual se evidencia o destinatário;
Introdução – parte em que se situa o problema a ser resolvido;
Desenvolvimento – Diz respeito à análise do problema, no qual há a
apresentação dos argumentos, fundamentando, portanto, o ponto de vista do (s)
emissor (es).
Conclusão – elemento em que geralmente se solicita uma resolução para
o assunto em pauta.
A linguagem segue a norma-padrão e os verbos são empregados
predominantemente no presente do indicativo. Os autores podem se expressar
na 1ª ou na 3ª pessoa do plural.
A seguir um exemplo representativo, tornando práticas todas as
características ressaltadas. Observe:

CARTA ABERTA DE ARTISTAS BRASILEIROS SOBRE A DEVASTAÇÃO DA


AMAZÔNIA

Acabamos de comemorar o menor desmatamento da Floresta Amazônica dos


últimos três anos: 17 mil quilômetros quadrados. É quase a metade da Holanda. Da área
total já desmatamos 16%, o equivalente a duas vezes a Alemanha e três estados de
São Paulo. Não há motivo para comemorações. A Amazônia não é o pulmão do mundo,
mas presta serviços ambientais importantíssimos ao Brasil e ao Planeta. Essa vastidão
verde que se estende por mais de cinco milhões de quilômetros quadrados é um lençol
térmico engendrado pela natureza para que os raios solares não atinjam o solo,
propiciando a vida da mais exuberante floresta da terra e auxiliando na regulação da
temperatura do Planeta.

https://exame.abril.com.br/brasil/ano-passado-amazonia-registrou-maior-desmatamento-desde-2008/
Depois de tombada na sua pujança, estuprada por madeireiros sem escrúpulos,
ateiam fogo às suas vestes de esmeralda abrindo passagem aos forasteiros que a
humilham ao semear capim e soja nas cinzas de castanheiras centenárias. Apesar do
extraordinário esforço de implantarmos unidades de conservação como alternativas de
desenvolvimento sustentável, a devastação continua. Mesmo depois do sangue de
Chico Mendes ter selado o pacto de harmonia homem/natureza, entre seringueiros e
indígenas, mesmo depois da aliança dos povos da floresta “pelo direito de manter
nossas florestas em pé, porque delas dependemos para viver”, mesmo depois de
inúmeras sagas cheias de heroísmo, morte e paixão pela Amazônia, a devastação
continua.
Como no passado, enxergamos a Floresta como um obstáculo ao progresso,
como área a ser vencida e conquistada. Um imenso estoque de terras a se tornarem
pastos pouco produtivos, campos de soja e espécies vegetais para combustíveis
alternativos ou então uma fonte inesgotável de madeira, peixe, ouro, minerais e energia
elétrica. Continuamos um povo irresponsável. O desmatamento e o incêndio são o
símbolo da nossa incapacidade de compreender a delicadeza e a instabilidade do
ecossistema amazônico e como tratá-lo.

https://www.brasil247.com/brasil/devastacao-da-amazonia-cresceu-60-no-ulitmo-ano

Um país que tem 165.000 km2 de área desflorestada, abandonada ou


semiabandonada, pode dobrar a sua produção de grãos sem a necessidade de derrubar
uma única árvore. É urgente que nos tornemos responsáveis pelo gerenciamento do
que resta dos nossos valiosos recursos naturais.
Portanto, a nosso ver, como único procedimento cabível para desacelerar os
efeitos quase irreversíveis da devastação, segundo o que determina o § 4º, do Artigo
225 da Constituição Federal, onde se lê:
"A Floresta Amazônica é patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma
da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive
quanto ao uso dos recursos naturais"

https://www.srzd.com/brasil/devastacao-amazonia-crise-internacional-presidente-franca/

Assim, deve-se implementar em níveis Federal, Estadual e Municipal A


INTERRUPÇÃO IMEDIATA DO DESMATAMENTO DA FLORESTA AMAZÔNICA. JÁ!
É hora de enxergarmos nossas árvores como monumentos de nossa cultura e
história.
SOMOS UM POVO DA FLORESTA!
Disponível em: http://www.amazoniaparasempre.com.br/

Outro exemplo de carta aberta é a dos artesãos de Manaus:

CARTA ABERTA A COMUNIDADE DE MANAUS

De acordo com os problemas que temos passado durante os últimos dias


no centro de Manaus, resolvemos apontar alguns temas para a reflexão, os quais
consideramos de suma importância para a comunidade manauara.
Primeiramente, devemos salientar que o pagamento dos espaços
destinados à comercialização dos produtos artesanais inclui todos os
profissionais que comercializam seus produtos no centro do município.
Assim, após a inscrição na Prefeitura Municipal, os inscritos deverão
pagar a matrícula do espaço alugado e ainda um valor de 20% das vendas
anuais.
Esse evento de mudança na legislação a partir do mês de outubro,
acarretou diversos problemas para os artesões que sofreram com a fiscalização
na semana passada no centro da cidade.

https://semtepi.manaus.am.gov.br/feira-de-artesanato-atrai-publico-para-as-galerias-dos-remedios-e-espirito-
santo/

Visto a repercussão do episódio, decidimos entrar em contato com o órgão


responsável para ampliar o tempo de cadastramento de todos os artesãos, visto
a desorganização das últimas inscrições, bem como a falta de informação.
Além disso, depois de nosso contato, a rádio e canal local de televisão,
ficaram encarregadas de divulgar durante um mês, informações sobre a nova
legislação, bem como a importância do cadastramento e detalhes sobre o
pagamento dos espaços locais.

http://manausagil.com/artesaos-expoem-seus-produtos-em-feira-natalina-na-ponta-negra/feira-de-artesanato/
Esperamos que todos estejam atentos uma vez que o trabalho de
produção e comercialização de produtos artesanais representa uma parte
considerável de nosso patrimônio, e, portanto, possui um valor inestimável para
a comunidade.
Atenciosamente,
Associação de Artesãos de Manaus

Gêneros textuais

Observe as redações que costuma fazer, as postagens que lê e escreve


nas redes sociais, nas mensagens que troca com pessoas que conhece, etc.
Esses textos são decorrentes da atividade humana socialmente organizada e
podem ser agrupados em conjuntos que chamamos de gêneros textuais.
Para identificar os gêneros textuais alguns critérios precisam ser
analisados: o tema ou o conteúdo da mensagem, a estrutura do texto, a forma,
os elementos linguísticos por meio dos quais ele se materializa.

http://portuguesver.blogspot.com/2014/05/tipos-de-textos.html

O contexto envolve a produção, a recepção e o suporte em que se


materializa o texto.
Dessa maneira, os gêneros textuais podem ser compreendidos como as
diferentes formas de linguagem empregadas nos textos, configurando-se como
manifestações socialmente reconhecidas que procuram alcançar intenções
comunicativas semelhantes, exercendo funções sociais específicas.
Graças à sua natureza, torna-se impossível definir a quantidade de
gêneros textuais existentes na língua portuguesa.

Intergenericidade

O nome soa um tanto complexo, é bem verdade. Mas essa expressão


representa a intertextualidade intergêneros, conceito que está diretamente
relacionado aos gêneros textuais. Entenda como sendo uma espécie de diálogo
entre gêneros distintos, uma troca de características e informações. Esse
processo desencadeia a hibridização, ou seja, o texto expressa assim elementos
variados, algo parecido como um jogo quebra-cabeça.

https://integrandoequipos.com/2019/09/02/una-cultura-organizacional-es-algo-global-que-incluye-a-todos-los-
trabajadores/

A ocorrência de tudo isso se dá em decorrência do dinamismo dos


gêneros, que permitem alterações realizadas pelos falantes do
português. Devido estar favoráveis à comunicação (e comunicar é o maior
objetivo da linguagem) os gêneros estão passíveis de se misturarem para
promover uma mais adequada construção de um determinado texto.
Exemplificando o assunto…
No exemplo abaixo trazemos a letra de uma música. A partir dela você irá
perceber como a criatividade faz a diferença no momento de elaborar um texto
se apropriando da mistura de dois gêneros textuais distintos. Fique atento a cada
palavra e a forma como cada uma foi empregada na letra da canção. Observe:
“(…) Hoje não dá
Hoje não dá
A maldade humana agora não tem nome
Hoje não dá
Pegue duas medidas de estupidez
Junte trinta e quatro partes de mentira
Coloque tudo numa forma
Untada previamente
Com promessas não cumpridas

https://www.facebook.com/pages/category/Community/Anjos-ou-dem%C3%B4nios-290594471094829/

Adicione a seguir o ódio e a inveja


Dez colheres cheias de burrice
Mexa tudo e misture bem
E não se esqueça antes de levar ao forno temperar
Com essência de espírito de porco
Duas xícaras de indiferença
e um tablete e meio de preguiça (…)”.
(Os anjos – Legião Urbana)

O cantor e compositor Renato Russo soube muito bem como brincar com
as palavras e envolver dois gêneros na sua canção “Os Anjos”. Perceba que o
escrito se utiliza de dois gêneros: letra de música e receita. Assim, podemos
compreender que, neste caso, o gênero receita (apesar de sua função estar
preservada) está à disposição do gênero letra de música.

Abaixo-assinado digital

Tendo em vista que os gêneros textuais representam as muitas


circunstâncias sociocomunicativas que norteiam nosso cotidiano, há alguns
deles em que podemos nos posicionar criticamente, enderençando nossos
argumentos a uma pessoa competente no intuito de que ela possa resolver um
determinado problema cujo interesse é coletivo. Estamos nos referindo
ao abaixo-assinado, uma modalidade comunicativa bastante recorrente.

https://blog.townsq.com.br/abaixo-assinado-em-condominios/

O abaixo-assinado integra o rol dos gêneros argumentativos, em que um


grupo de pessoas faz uma solicitação a uma autoridade competente visando à
solução de um determinado problema. Tal autoridade pode ser o prefeito, o reitor
de uma universidade, o síndico de um condomínio, entre outros. Como tais,
requerem tratamento específico, por isso, além da modalidade padrão a ser
utilizada, o documento ainda precisa ser constituído de algumas partes
indispensáveis, tais como:
Vocativo – deve conter o nome do destinatário e/ou o cargo, seguido do
pronome de tratamento adequado;
Corpo do texto – deve conter a exposição dos argumentos propriamente
ditos, acompanhados das respectivas solicitações que os justifiquem;
Local, data e assinatura dos solicitantes – junto das assinaturas é possível
conter dados pessoais, como o documento de identidade, endereço, entre
outros.
O abaixo-assinado tem sido um dos gêneros de reivindicação mais
utilizados na Internet, dada a facilidade e a rapidez com que as mensagens são
enviadas a um grande número de pessoas.

https://apkpure.com/br/aadce-abaixo-assinado-digital-cear%C3%A1/io.ionic.cearareclama

Entretanto, o uso desse suporte digital tem provocado algumas


modificações no gênero. Por exemplo, não costuma aparecer a indicação da
cidade e da data, pois podem “assinar” o documento pessoas dos mais
diferentes pontos do país e até de fora do país, dependendo do tipo de
reivindicação.
Além disso, as pessoas não assinam propriamente o nome. Geralmente,
o ato da assinatura consiste em preencher um formulário com os dados
pessoais, inclusive o e-mail, e dar enter ou clicar ok. Outra diferença é que o
documento não é encaminhada de uma só vez às autoridades. Cada internauta
envia “seu” abaixo-assinado ao e-mail do interlocutor.
https://br.freepik.com/fotos-premium/encontro-de-pessoas_3342186.htm

Se os abaixo-assinados pela Internet oferecem vantagens, como angariar


assinaturas em curto tempo, por outro lado trazem desvantagens, como a falta
do contato pessoal e de encontros e discussões, que também são práticas
sociais importantes para o processo de conscientização política das pessoas.
As petições online já são uma realidade de comoção popular, que atingem
milhares de assinaturas em poucas horas, mas, no Brasil elas ainda não têm
validade jurídica e se comportam como “sugestões de iniciativa legislativa” ou
“pressão popular”, apesar de existir projeto de lei que tenta mudar esse quadro.
O problema está na dúvida quanto à veracidade das assinaturas, pois
nada garante que são representações de pessoas reais. O que não acontece,
por exemplo, quando se assina documentos com o Certificado Digital. Desde
que se tornou fenômeno, esse tipo de abaixo-assinado que ocorre como uma
espécie de manifestação, vem ganhando notoriedade.
Conheça alguns casos notáveis que causaram burburinho na rede,
através de plataformas virtuais:

Fora, Cunha - Em 2015, uma das campanhas mais populares da Avazz,


plataforma de recolhimento de assinaturas online, é a que pedia a saída do ex-
presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Foram mais de 1,3
milhão de assinaturas entregues de forma simbólica ao Conselho de Ética da
Câmara.
Lei Azeredo - Em média 150 mil assinaturas em diversas plataformas
conseguiram, em 2012, impedir por quase uma década que tramitasse na
Câmara dos Deputados o projeto para regular crimes eletrônicos.

http://g1.globo.com/pop-arte/blog/quem-curte-o-blog-de-fa-clube/post/morte-de-michael-jackson-faz-seis-
anos-e-fas-homenageiam-o-rei-do-pop.html

Fã clube digital - Em 2005, fãs do cantor Michael Jackson pediram, por


meio de abaixo-assinado online, o lançamento em DVD da primeira turnê solo
do artista, intitulada Bad World Tour.

Made in EUA - Em 2001, nos EUA, uma petição online recolheu mais
de 4,5 milhões de assinaturas e ajudou a protelar as leis antipirataria SOPA e
PIPA, sem data definida.

https://crismp89.jusbrasil.com.br/artigos/399323274/lei-da-ficha-limpa-controversias-constitucionais

Lei da Ficha Limpa - Um abaixo-assinado comandado pelo Movimento


de Combate à Corrupção Eleitoral, com mais de 2 milhões de assinaturas online,
junto a outro documento físico com 1,6 milhão de participantes ajudou a
concretizar a proibição da candidatura de candidatos condenados por órgãos
colegiados, com mandatos cassados ou que tenham renunciado, evitando
cassação.

Pontuação

Os sinais de pontuação servem para representar pausas na fala, nos


casos do ponto, vírgula e ponto e vírgula; ou entonações, nos casos do ponto de
exclamação e de interrogação, por exemplo.
Além de pausa na fala e entonação da voz, os sinais de pontuação
reproduzem, na escrita, nossas emoções, intenções e anseios.
Vejamos aqui alguns empregos:

https://escolaeducacao.com.br/pontuacao/

Vírgula (,)

É usada para:
✓ separar termos que exercem a mesma função sintática – sujeito
composto, complementos adjuntos -, quando não vêm unidos por e, ou
e nem: Deu-me livros, revistas de arte, discos antigos e CDs.
✓ isolar o aposto: O resto, as louças, os cristais, os talheres, irá nas caixas
menores.
✓ isolar o vocativo.

Pontos

Ponto final (.): É usado ao final de frases para indicar uma pausa total:
a) Não quero dizer nada. b) Eu amo minha família.
E em abreviaturas: Sr., a. C., Ltda., vv., num., adj., obs.

Ponto de interrogação (?): O ponto de interrogação é usado para:

a) Formular perguntas diretas: Você quer ir conosco ao cinema? Desejam


participar da festa de confraternização?
b) Para indicar surpresa, expressar indignação ou atitude de expectativa diante
de uma determinada situação: O quê? não acredito que você tenha feito isso!
(atitude de indignação) Não esperava que fosse receber tantos elogios! Será que
mereço tudo isso? (surpresa) Qual será a minha colocação no resultado do
concurso? Será a mesma que imagino? (expectativa)

https://portugues.dicaseexercicios.com.br/sinais-de-pontuacao/

Ponto de exclamação (!): Esse sinal de pontuação é utilizado nas seguintes


circunstâncias:

a) Depois de frases que expressem sentimentos distintos, tais como:


entusiasmo, surpresa, súplica, ordem, horror, espanto:
Iremos viajar! (entusiasmo)
Foi ele o vencedor! (surpresa)
Por favor, não me deixe aqui! (súplica)
Que horror! Não esperava tal atitude. (espanto)
Seja rápido! (ordem)

b) Depois de vocativos e algumas interjeições:


Ui! que susto você me deu. (interjeição)
Foi você mesmo, garoto! (vocativo)
c) Nas frases que exprimem desejo:
Oh, Deus, ajude-me!

Observações dignas de nota:


* Quando a intenção comunicativa expressar, ao mesmo tempo, questionamento
e admiração, o uso dos pontos de interrogação e exclamação é permitido.
Observe: Que que eu posso fazer agora?!

* Quando se deseja intensificar ainda mais a admiração ou qualquer outro


sentimento, não há problema algum em repetir o ponto de exclamação ou
interrogação. Note: Não!!! – gritou a mãe desesperada ao ver o filho em perigo.

Ponto e vírgula (;): É usado para:

a) separar itens enumerados: A Matemática se divide em: geometria;


álgebra; trigonometria; financeira.
b) separar um período que já se encontra dividido por vírgulas: Ele não disse
nada, apenas olhou ao longe, sentou-se por cima da grama; queria ficar sozinho
com seu cão.

https://www.portuguesplay.com.br/blog/quando-usar-ponto-e-virgula
Dois pontos (:): É usado quando:

a) se vai fazer uma citação ou introduzir uma fala:


Ele respondeu: não, muito obrigado!
b) se quer indicar uma enumeração:
Quero lhe dizer algumas coisas: não converse com pessoas estranhas, não
brigue com seus colegas e não responda à professora.

Aspas (“”): São usadas para indicar:

a) citação de alguém: “A ordem para fechar a prisão de Guantánamo mostra um


início firme. Ainda na edição, os 25 anos do MST e o bloqueio de 2 bilhões de
dólares do Oportunity no exterior” (Carta Capital on-line, 30/01/09)
b) expressões estrangeiras, neologismos, gírias: Nada pode com a propaganda
de “outdoor”.

https://www.portugues.com.br/gramatica/reticencias-recurso-supressao.html

Reticências (...): São usadas para indicar supressão de um trecho, interrupção


ou dar ideia de continuidade ao que se estava falando:
a) (...) Onde está ela, Amor, a nossa casa. O bem que neste mundo mais invejo?
O brando ninho aonde o nosso beijo. Será mais puro e doce que uma asa? (...)
b) E então, veio um sentimento de alegria, paz, felicidade...
c) Eu gostei da nova casa, mas do quintal...

Parênteses ( ): São usados quando se quer explicar melhor algo que foi dito ou
para fazer simples indicações. Ele comeu, e almoçou, e dormiu, e depois saiu.
(o e aparece repetido e, por isso, há o predomínio de vírgulas).
Travessão (-): O travessão é indicado para:
a) Indicar a mudança de interlocutor em um diálogo:
- Quais ideias você tem para revelar?
- Não sei se serão bem-vindas.
- Não importa, o fato é que assim você contribuirá para a elaboração deste
projeto.

b) Separar orações intercaladas, desempenhando as funções da vírgula e dos


parênteses:
Precisamos acreditar sempre – disse o aluno confiante – que tudo irá dar certo.
Não aja dessa forma – falou a mãe irritada – pois pode ser arriscado.

c) Colocar em evidência uma frase, expressão ou palavra:


O prêmio foi destinado ao melhor aluno da classe – uma pessoa bastante
esforçada.
Gostaria de parabenizar a pessoa que está discursando – meu melhor amigo.

Unidade 2 – Arte e Ciência nos meios de comunicação

Texto: Os guerreiros de terracota de Xi’an foram descobertos por acaso


https://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/viajologia/noticia/2015/03/bos-guerreiros-de-terracota-de-xib-foram-
descobertos-por-mero-acaso.html

Cinco das 11 colunas de guerreiros de terracota encontrados na fossa 1 do mausoléu do imperador Qin Shihuangdi
(Foto: © Haroldo Castro/Época)
Percorrer cemitérios não é meu forte, mas o fato é que o imperador chinês
Qin Shihuangdi edificou uma tumba que entrou para a história. Seu túmulo é tão
importante como as Pirâmides de Giza e o Taj Mahal.
Esses excêntricos mausoléus estão em Xi’an, a 1.200 km de Pequim.
Durante mais de um milênio, Xi’an foi a capital do império unificado e sede de 11
dinastias chinesas. A cidade estava situada em uma importante encruzilhada da
Rota da Seda e recebia gente de todas as direções.
Qin Shihuangdi, primeiro imperador da dinastia Qin e responsável pela
unificação inicial da China no ano 221 AC, era um tremendo déspota e tentaram
assassiná-lo três vezes. Seu currículo de obras é grandioso – inclui até parte da
Grande Muralha, a qual foi reforçada durante seu reinado. O imperador abriu
novas estradas, ergueu palácios, criou sistemas de irrigação e instituiu um
severo código penal. Pesos, medidas e moedas foram unificados. O desenho da
famosa moedinha chinesa com um buraco no centro data dessa época.
O delírio de grandeza de Qin Shihuangdi fez com que ele começasse a
construir seu mausoléu logo que entronado, no ano 246 AC, com apenas 13
anos de idade. Como parte da crença, ele aspirava levar com ele, no momento
de deixar a vida terrena, tudo que fosse importante. Para ele, o principal era seu
exército. Quando morreu em 210 AC, com 49 anos, toda uma hoste de guerreiros
em terracota, em tamanho original, acompanhou-o para a seguinte vida. Mais de
700 mil pessoas trabalharam para montar sua majestosa tumba.

Fileira de centenas de guerreiros em tamanho natural à frente das 11 colunas do mausoléu do imperador
chinês (Foto: © Haroldo Castro/Época )
Ver fotografias ou ler sobre os guerreiros de terracota de Xi’an é uma
coisa, estar dentro do pavilhão que protege as escavações é uma sensação
muito mais impressionante. Três enormes fossas escavadas revelam o
estonteante conteúdo. Vou direto na primeira fossa, a maior e a mais rica. Dou
de cara com um imenso retângulo aberto no solo de 62 por 230 metros.
Boquiaberto, balbucio palavras de admiração, impressionado pela visão. São
mais de mil soldados de pé, todos olhando para a frente, como se estivessem
prestes a atacar.
Os guerreiros formam onze colunas na direção leste. As figuras humanas
são de tamanho natural e variam de 1,72 metro a 2 metros de altura. Cada
soldado tem uma fisionomia diferente: alguns sorriem, outros são mais sisudos.
Uns possuem barba, outros bigodes. O adorno na cabeça identifica o status:
quanto mais sofisticado, maior a posição. Enquanto o torso, os braços e a cabeça
são ocos, as mãos e as pernas são moldadas com barro maciço.

Cada guerreiro tem uma fisionomia única e está vestido de forma distinta (Foto: © Haroldo Castro/Época)

Cada peça de terracota é decorada de maneira diferente. Consigo


discernir alguns traços de pintura vermelha e amarela que resistiram ao tempo.
Segundo os arqueólogos, a tinta foi confeccionada à base de minerais e
fixadores, tais como sangue animal ou clara de ovo. Outra análise mostrou que
as peças foram cozinhadas em fornos de até 1.000° C de temperatura,
demonstrando uma grande habilidade na arte da cerâmica.
Originalmente, os soldados portavam armas verdadeiras, como arcos,
flechas, espadas e lanças. Os artefatos de madeira não chegaram aos nossos
dias, mas os de bronze e outras ligas foram desenterrados em perfeito estado.
Os cavalos em terracota, também em tamanho original, parecem estar
vivos e suas bocas abertas sugerem relinchos. Arqueólogos consideram que, se
totalmente escavada, essa primeira fossa desvendaria cerca de 6 mil guerreiros,
160 cavalos e 40 carros de guerra.

Cavalos com suas bocas abertas insinuam ação de combate (Foto: © Haroldo Castro/Época)

Fascinante é o fato que o lugar, Qin Ling, a 30 km a leste de Xi’an, só


tenha sido descoberto 22 séculos depois de construído. Em março de 1974, um
camponês que furava um poço encontrou um pedaço de cerâmica. Com receio
de ter feito algo errado, preferiu chamar as autoridades. Em seguida, chegaram
os arqueólogos, sem muitas pretensões. Mas quando ampliaram suas buscas,
eles ficaram atônitos: guerreiros e cavalos passaram a brotar da terra dia após
dia. Se não fosse o poço do camponês, esses tesouros poderiam ainda estar
baixo a terra.

Na fossa 2 do sítio arqueológico, um guerreiro sem cabeça repousa no solo, na posição que foi encontrado (Foto: ©
Haroldo Castro/Época)
Perceba que o texto acima é um relato de viagem produzido pelo jornalista
italiano Haroldo Castro. Ele fala das estátuas dos guerreiros de Xi’an, na tumba
do imperador Qin Shihuangdi, que governou a China no século III a.C.
O texto descreve, com detalhes, as estátuas dos guerreiros e
contextualiza sua criação e sua descoberta. O produtor do texto demonstrou que
ficou impressionado ao ver pessoalmente os guerreiros.
Esse conjunto é impressionante por causa da grande quantidade de
estátuas, seu tamanho, a diversidade de detalhes e a qualidade técnica. A
preservação das estátuas também encanta pela conservação da história de um
povo. O texto foi escrito com coesão e coerência.
Essa reportagem foi exibida em um telejornal no interior do estado de São
Paulo. Foi realizada a transcrição do texto oral para o texto escrito.

10/06/2016 07h15 - Atualizado em 10/06/2016 16h18

Sítio arqueológico com objetos de 11 mil anos é descoberto em São


Manuel

Achado pode mudar a teoria sobre a chegada dos humanos na América.


Descoberta foi feita durante estudo de impacto ambiental em usina. Do G1 Bauru
e Marília
Suéllen Rosin [ no estúdio] O mais novo sítio arqueológico do Brasil foi descoberto
este mês às margens do Rio Tietê, na zona rural de São Manuel (SP). Segundo os
pesquisadores, os objetos, encontrados durante um estudo de impacto ambiental
para a ampliação da área de uma usina, foram feitos pelo homem há 11 mil anos.

Escavações foram feitas em 11 pontos do terreno


(Foto: Reprodução / TV TEM)
Giuliano Tamura [em off, enquanto são mostradas fotografias da fase inicial da
escavação]: Os pesquisadores escavaram o solo em onze diferentes pontos em até
dois metros de profundidade. Eles encontraram instrumentos de caça e de uso
doméstico utilizados por povos que viveram na Era das Pedras. O material foi
produzido com silexito e arenito de silexificado, nomes de rochas originais do Centro-
Oeste Paulista.
[no sítio arqueológico]: Para saber a data em que os objetos foram feitos, os
pesquisadores enviaram amostras de carvão que estavam junto com o material para
um laboratório nos Estados Unidos. O resultado surpreendeu os arqueólogos.
[em off com fotografias do mesmo tipo]: O arqueólogo Lucas Troncoso explica que
o achado é importante porque pode provocar uma mudança na teoria sobre a
chegada dos humanos à América. A teoria mais aceita é a de que os humanos
vieram da Ásia, atravessaram o estreito de Bering e entraram no continente pelo
norte, até chegarem à América do Sul.
Lucas de Paula Trancoso [no sítio arqueológico]: A gente pode até chegar a pensar
que a entrada dos homens pelo estreito de Bering se deu antes das datas que
sabemos, mas é possível também que eles podem ter vindo pelo Pacífico e através
do Atlântico vindos da África.

Objetos datados de cerca de 11 mil anos atrás (Foto: Reprodução / TV TEM)

Giuliano Tamura [em off]: O estudo do Sítio Arqueológico Caetetuba será aberto à
comunidade.
Daniela Dionízio [no sítio arqueológico]: A gente está preparando um material
didático que vai acompanhar esse material de campo que vai chegar e vamos
montar uma exposição que vai receber alunos, professores e a comunidade em geral
de Botucatu, São Manuel, Igaraçu do Tietê, Pratânia e Areiópolis.

Arquéologos ficaram surpresos com a descoberta


(Foto: Reprodução / TV TEM)

Giuliano Tamura [em off]: O levantamento arqueológico foi feito a pedido de uma
usina de açúcar e etanol que vai expandir a área de cultivo de cana. O estudo faz
parte do protocolo para o licenciamento da área exigido pelo Instituto do Patrimônio
Histórico Cultural e Artístico Nacional.
Silvio Nicoletti [na área da usina]: Para nós é um bom exemplo de preservação e
cuidado do capital econômico do setor privado junto ao patrimônio histórico, que é
muito relevante nesse sentido. E foi uma grande surpresa a gente ter encontrado um
artefato datado de 11 mil anos.

Descoberta foi feita em uma área de uma usina na zona rural de São Manuel (Foto: Reprodução / TV TEM)
Ao contrário das notícias, que costumam tratar os fatos pontuais e de
maneira abreviada, muitas vezes logo após o acontecimento, a reportagem faz
abordagens mais extensas e detalhadas, que demandam a reunião de mais material
e uma conclusão acerca dos dados reunidos, o que não é compatível com uma
entrada ao vivo.
O repórter desenvolve as informações iniciais sobre a descoberta, detalhando
o modo como ocorreram as escavações e o tipo de material encontrado. Para cada
um dos entrevistados o sítio arqueológico cumpre uma função e essas funções não
são excludentes.

https://redeglobo.globo.com/sp/tvtem/noticia/giuliano-tamura-e-o-novo-apresentador-do-bom-dia-cidade-da-regiao-de-
bauru.ghtml
https://www.facebook.com/watch/?v=380462746050154

Provavelmente, as falas em off do repórter foram planejadas, gravadas e


editadas, e as falas que foram feitas no sítio também podem ter sido refeitas. As falas
dos entrevistados são um ato de conversa mais espontâneas.
Nenhum deles empregou linguagem técnica; foram usados termos comuns,
acessíveis a todos. O repórter contextualiza as declarações e, dessa forma, antecipa
o assunto que será tratado pelos entrevistados.
A função do repórter é a de fazer um relato, por isso, há preferência pelas
imagens dos objetos, que chegam ao público mais informativas.
O texto também tem coesão e coerência. Vamos recordar esses conceitos?
Coesão e coerência

Coerência e coesão são dois mecanismos fundamentais para a produção


de texto.
A coesão é o mecanismo relacionado com elementos que asseguram a
ligação entre palavras e frases, de modo a interligar as diferentes partes de um
texto.

https://www.parabolablog.com.br/index.php/blogs/coesao-e-coerencia-textual

A coerência, por sua vez, é responsável por estabelecer a ligação lógica


entre ideias, para que, juntas, elas garantam que o texto tenha sentido.
Ambos são importantes para garantir que um texto transmita sua
respectiva mensagem com clareza, seja harmonioso e faça sentido para o leitor.

Figuras de Linguagem: comparação, metáfora, metonímia, sinestesia,


hipérbole

As figuras de linguagem são formas de expressão em que as palavras são


empregadas fora de seu sentido mais comum ou em que as frases estão
construídas de maneira não convencional.
Trata-se o uso criativo da linguagem, mostrando que o sentido das
palavras não é fixo nem único, pois varia em função das situações
comunicativas.
Exemplos de figuras de linguagem: comparação, metáfora, sinestesia,
hipérbole, eufemismo, ironia e metonímia.
Metáfora e Comparação

Leia a tirinha da ilustradora fluminense Clara Gomes, com os


personagens Mauro, o “minhoco” e Caramelo.

https://bichinhosdejardim.com/o-que-e/

Entre os elementos sobre os quais Mauro tem dúvidas há semelhanças


entre: mágoa, raiva, angústia e amor. A palavra tipo, poderia ser substituída por
como ou feito.
No primeiro quadrinho, o personagem sugere que a mágoa é um
sentimento de pesar, de desgosto, que impede a alegria. No segundo, que a
raiva é um sentimento explosivo. No terceiro, que a angústia provoca a tristeza.
O amor aparece como um sentimento ligado ao conforto, ao acolhimento,
ao carinho e à segurança.
Metáfora é a comparação de duas das mais conhecidas figuras de
linguagem. Dentro da categoria das figuras de linguagem, elas
representam figuras de palavras.

https://fatosdesconhecidos.ig.com.br/conheca-essa-estranha-e-linda-amizade-entre-um-homem-e-um-touro-
resgatado/
A metáfora é uma figura de linguagem que indica duas características
semânticas comuns entre dois conceitos ou ideias. A metáfora é importantíssima
na comunicação humana. Seriamente praticamente impossível falar e pensar
sem recorrer à metáfora. Uma pesquisa recente demonstra que durante uma
conversa o ser humano usa em média 4 metáforas por minuto.
Exemplo de Metáfora: "Aquele homem é um touro, nunca vi ninguém tão
forte!"
Neste caso, a homem é caracterizado como um touro porque é forte como
esse animal. A força demonstrada é o traço semântico comum entre os dois.
A comparação é bastante semelhante à metáfora, e é usada para
confrontar características ou ações de alguns elementos. A comparação pode
ser simples ou por símile, quando os dois elementos são de universos ou
categorias distintas. No caso da comparação, existe uma palavra de conexão
(como, parecia, tal, qual, assim, etc.)

https://pixabay.com/pt/photos/anjo-menina-anjo-menina-3261549/

Exemplo de comparação: "A minha filha é como um anjo".


Este exemplo expressa a comparação feita por uma mãe, elogiando
algumas características que tornam a sua filha parecida com um anjo.
A metáfora é comparação, são de tal forma parecidas que alguns
especialistas classificam exemplos de metáfora como "comparação implícita"
(porque não apresenta o elemento de conexão característico da comparação) e
os exemplos de comparação como "comparação explícita".
Metonímia

Leia o título de uma notícia e a foto que a acompanhou.


Brasil vence a Colômbia por 3 a 0 e conquista a Copa América de futebol
feminino.

http://eldorado.fm/noticias/esportes/1160-futebol-feminino-do-brasil-derrota-colombia-por-17-a-0-na-estreia-
da-universiade.html

Nesse título, a palavra Brasil substituiu equipe brasileira ou jogadoras


brasileiras. O mesmo aconteceu com Colômbia: o nome do país foi usado no
lugar do nome daquelas que, efetivamente, participaram da partida de futebol
feminino.
Esse tipo de substituição é chamado de metonímia e ocorre quando uma
palavra substitui outra cujo sentido está relacionado ao dela.
Observe mais exemplos para reconhecer algumas relações de
proximidade típicas de metonímia:
Adoro ler Maurício de Sousa. O nome do autor substitui suas obras
(as revistinhas de).
Mãos hábeis tocavam harmoniosamente. A parte substitui o todo (músicos).
O agricultor foi o mais beneficiado pelas O singular substitui o plural (os
novas leis. agricultores)
Tirei xerox de meus documentos ontem. O nome do produto (fotocópia) é
substituído pela marca.
A construção da casa exigiu muito suor. O efeito aparece no lugar da causa
(trabalho).
Sinestesia

Leia a tirinha com os personagens Nino e Le Fan, criados pelo


quadrinista paulista Digo Freitas.

https://digofreitas.com/capitulo/mamu-le-fan/page/7/

Os sentidos que estão associados na expressão “olhar frio” são a visão


e o tato. A palavra desprezo traduz a mesma ideia de “olhar frio”. A atribuição
da frieza do olhar sugere desinteresse, indiferença, etc.
A sinestesia ocorre quando estão associados diferentes elementos
sensoriais. Expressões como perfume doce (olfato + paladar), cantiga veludosa
(audição + tato) e vermelho quente (visão + tato) exemplificam essa figura de
linguagem.

Hipérbole

Analise o anúncio abaixo:

https://www.pinterest.at/pin/507992032948614279/
Os anabolizantes são hormônios artificiais. Algumas pessoas, procurando
conquistar uma forma física irreal e idealizada, fazem uso indevido dessa
substância, comprometendo seriamente seu organismo.
Nesse anúncio publicitário, para expressar que o corpo humano tem
limites, é apresentado um boneco que aparece todo destruído, como se tivesse
explodido.

https://segredosdomundo.r7.com/hipotermia-morrer-de-frio-e-possivel-e-pode-ser-extremamente-doloroso/

A representação exagerada de uma ideia é chamada de hipérbole. Frases


como “Estava morrendo de frio” ou “já pedi mil vezes para você não se atrasar”
são exemplos dessa figura de linguagem. Essa figura de linguagem é
caracterizada pela expressão exagerada de uma ideia.

Eufemismo

O eufemismo é uma figura de linguagem que caracteriza-se pela


substituição de palavras ou expressões com o objetivo de suavizar a mensagem,
torná-la menos chocante. Termos rudes são trocados por palavras mais brandas,
permitindo falar de coisas desagradáveis de uma forma melhor, embora o
sentido essencial permaneça inalterado.
O eufemismo é bastante empregado quando se fala sobre morte, por
exemplo. As dezenas de expressões que usamos para nos referirmos ao
fenômeno da morte revelam o quanto o assunto é incômodo.
Exemplos de eufemismo:

A testemunha faltou com a verdade. A expressão “faltou com a verdade”


está aí substituindo o verbo “mentiu”.

https://www.folhape.com.br/noticias/noticias/cotidiano/2019/04/01/NWS,100568,70,449,NOTICIAS,2190-NO-
DIA-MENTIRA-SAIBA-MAIS-SOBRE-ESSA-TRADICAO-SECULAR.aspx

Era uma moça de inteligência bastante limitada. O uso da expressão


“inteligência bastante limitada” permite dizer de uma forma mais amena que se
tratava uma moça “burra”.

http://cafecomchai.blogspot.com/2015/11/a-culpada-e-mulher.html

O jovem rapaz partiu desta para melhor. Para evitar dizer que a pessoa
morreu, foi usada a expressão “partiu desta para melhor”. Entre os muitos outros
eufemismos para a morte, estão os termos “falecer”, “partir” e “descansar”.
Ironia

A ironia é a figura de linguagem que consiste no emprego de uma palavra


ou expressão de forma que ela tenha um sentido diferente do habitual e produza
um humor sutil. Para que a ironia funcione, esse jogo com as palavras deve ser
feito com elegância, de uma maneira que não deixe transparecer imediatamente
a intenção.
A ironia deve estimular o raciocínio, deve fazer o leitor (ou ouvinte)
considerar os diversos sentidos possíveis que uma determinada palavra ou
expressão pode ter, até encontrar aquele que se encaixa na mensagem
produzindo um significado inusitado.
Frequentemente, esse jogo é feito utilizando-se uma palavra quando na
verdade se quer dizer o oposto dela, mas vale lembrar que nem só de oposições
se constroem as ironias. Às vezes, o sentido real do que se diz não é exatamente
o oposto, mas é diferente, e isso basta para tornar a sentença irônica.

Exemplos de ironia:

Fale mais alto, lá da esquina ainda não dá para ouvir.


O sentido verdadeiro dessa frase é que se deseja que alguém fale mais
baixo. A ironia está em pedir justamente o contrário, “fale mais alto”. O caráter
irônico é reforçado pela frase “lá da esquina ainda não dá para ouvir”, que faz
parecer que o objetivo da pessoa deve ser falar alto o bastante para se fazer
ouvir a uma certa distância.

https://www.semprefamilia.com.br/virtudes-e-valores/o-que-fazer-quando-alguem-grita-com-voce/
Que pessoa educada! Entrou sem cumprimentar ninguém.

https://docecigarette.blogs.sapo.pt/dizer-bom-dia-boa-tarde-ou-boa-noite-e-8834

Se a pessoa “entrou sem cumprimentar ninguém”, é claro que a afirmação


de que ela é uma pessoa educada não pode ser verdade. A ironia aqui é
produzida pelo simples uso do termo oposto: no lugar de “que pessoa educada!”
devemos entender “que pessoa sem educação”.
Referências

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BAGNO, Marcos. Gramática Pedagógica do Português Brasileiro. São Paulo:


Parábola Editorial, 2012.

BECHARA, Evanildo. Gramática escolar da língua portuguesa. 2.ed. Ampliada


e atualizada pelo novo Acordo Ortográfico. Rio de janeiro: Nova fronteira, 2010.

COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto,


2009.

DUARTE, Vânia Maria do Nascimento. "Carta aberta"; Brasil Escola. Disponível


em: https://brasilescola.uol.com.br/redacao/carta-aberta.htm. Acesso em 15 de
fevereiro de 2020.

GERALDI. João W. Portas de passagem. São Paulo: Martins Fontes, 2003.


KLEIMAN, Ângela B. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. Campinas:
Pontes, 2013.
LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da Aprendizagem escolar. 14.ed. São Paulo:
2002.

MARCUSHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização.


8.ed. São Paulo: Cortez, 2007.

_____________________. Gêneros textuais e ensino. 5.ed. São Paulo: Lucerna,


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NEVES. Maria H.M. Gramática na escola. 5.ed. São Paulo: Contexto, 2001.

ORMUNDO, W; SINISCALCHI, C. Se Liga na Língua: leitura, produção de texto


e linguagem. São Paulo: Editora Moderna, 2019.

POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas:


Mercado de Letras, 1996.
SACCONI, Luiz. Nossa gramática: teoria e prática. 27.ed. São Paulo: Atual,
2001.

SANMARTI, N. Avaliar para aprender. Porto Alegre: Artmed, 2009.

https://brasilescola.uol.com.br/redacao/carta-aberta.htm
https://www.todamateria.com.br/carta-aberta/
https://www.estudokids.com.br/intergenericidade-a-intertextualidade-dentro-de-
generos/
https://alunosonline.uol.com.br/portugues/abaixo-assinado.html
https://blog.certisign.com.br/abaixo-assinados-digitais-quando-o-mundo-virtual-
transforma-o-real/
https://www.significados.com.br/coesao-e-coerencia/
https://www.figurasdelinguagem.com/eufemismo/
https://www.figurasdelinguagem.com/ironia/

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