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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

A FILOSOFIA COMO PADRÕES DE COMPORTAMENTOS E REFLEXÃO PARA


A SOCIEDADE: CASO DOS ESTUDANTES DA UCM DE NAMPULA DE 2029-
2021- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Ruquia Chamussidine - 708208185


Curso: Licenciatura em Ensino de
Administração Pública
Ano de frequência: 2º Ano
Disciplina: Filosofia
Tutores: Pe. José Domingos, MBA e
Oweni Esmael M Elias, MSc

Nampula, Outubro de 2021


Resumo
1. CAPÍTULO I

1.1. Introdução

1.2. Objectivos

Este projecto tem dois objectivos apresentados a seguir:

1.2.1. Objectivo Geral

1.2.2. Objectivos Específicos

1.3. Justificativa
O estudo da filosofia em Moçambique iniciado ensino pré-universitário, está
introdução foi feita para preparar o futuro estudante universitário na reflexão, o pensamento
crítico, criativo e desenvolvedor, isto quer dizer, que está disciplina é introduzida no ensino
médio para conciliar e formar o aluno a ser um ser pensante, de forma condigna e com
confiabilidade exaustiva, isto é desenvolver um pensamento crítico. Está introdução ocorreu
aproximadamente nos anos 2010 para a maioria das escolas moçambicanas.
Eu como estudante pré-universitário no tempo, assim como muitos que potencialmente
requentam a Universidade Católica a disciplina de filosofia tem sido uma novidade. Assim,
para estudar os padrões de comportamentos e reflexão da filosofia para a sociedade, foi nos
proposto o presente trabalho, na qual, pretendemos estudar as implicações, contribuições,
importância da disciplina de Filosofia para a Sociedade, especificamente para a sociedade
acadêmica da Universidade católica de Moçambique, sob ponto de vista moral, ético e
profissional do formando daquela instituição.
Para tal este, trabalho vai contribuir de forma significativa, no que concerne da
percepção da filosofia como padrões de comportamentos e reflexão para a sociedade, assim
como da importância do estudo dessa disciplina, não só na UCM, mas também para toda
classe académica.

O que é filosofia? As pessoas têm muitos conceitos e ideias preconcebidas sobre este
assunto. E não estou falando da história da filosofia, isso é outra questão. Falo da filosofia
como sua própria entidade. Há definições mais ou menos consensuais do que é. Vou dar meu
próprio pessoal, que é o de muitos estudiosos quando eles não querem que a dissertação dure
seis horas e meia: filosofia é sobre aprender a raciocinar. Ou, para ser mais próximo, a
filosofia permite que o indivíduo aprenda a usar seu cérebro. Ou seja, e sucintamente dito, a
filosofia permite que o ser humano conheça os mecanismos ideais para refletir, e obtenha
conclusões com alto grau de validade, em qualquer assunto e disciplina que seja colocado em
estudo. O raciocínio é algo inato no ser humano, mas aprender a fazê-lo corretamente não é
algo que é aprendido em um dia. Como qualquer exercício, requer trabalho, disciplina e
controle.
Será que o gentil leitor agora entende por que muitos governos e líderes políticos, ao
longo da história, desejaram, e muitas vezes conseguiram, ter a filosofia removida da sala de
aula? A razão não é que eles acreditam que é uma questão inútil. Eles sabem (não todos, mas
a maioria) que um povo que aprende a pensar inevitavelmente terá mais liberdade de ação, e
será muito mais difícil de enganar, do que aqueles que não foram capazes de obter
treinamento neste assunto. A filosofia, e sua principal arma, os livros, são um perigo para
muitos governos. Para os indivíduos lerem livros e razões para eles é a pior coisa que pode
acontecer a uma classe dominante que quer dominar seus cidadãos.
É verdade, é verdade. Meu pai estava certo quando me disse que você também aprende
a pensar e raciocinar com matemática, física ou ciências naturais. É evidente que esses
sujeitos requerem profunda reflexão e trabalham para conhecer seu conteúdo. Então é a
mesma coisa? Podemos deixar de lado a filosofia?
De modo algum. E a razão é muito simples: matemática, ou física, ensina a resolver os
problemas inerentes às suas disciplinas, no âmbito de sua ação. Mas, e isso é o importante, a
filosofia ensina a saber o que é importante, e o que não é, ao abordar a tarefa pelo
conhecimento. Em outras palavras, a filosofia nos ensina a pensar sobre a estrutura geral da
vida e da ciência.
O que é "aprender a pensar"? Muitas pessoas acreditam que a inteligência de uma
pessoa é baseada em sua capacidade de lembrar informações. Assim como os computadores, e
eles não são inteligentes hoje. Outros indicam que é a capacidade de relacionar alguns dados
com outros, mas é também isso que os computadores vêm fazendo há anos. Aprender a pensar
baseia-se na obtenção, para um conjunto de dados desarticulado e fragmentado, baseado em
necessidades específicas, a melhor maneira ou maneira de encontrar uma solução ideal, com o
esforço mínimo, e com o resultado máximo. Ou seja, aprender a pensar consiste em aprender
a resolver situações, problemas, conflitos e paradoxos, da forma mais eficiente possível, e
sempre levando em conta que, na maioria dos casos, teremos menos informações do que
desejáveis, e com um certo tempo, menos do que seria ideal. Resolver um problema com
todas as informações necessárias disponíveis e em um tempo ilimitado não é pensar. Isso se
chama montar um quebra-cabeça. E um computador também. Mas um computador não será
capaz de resolver um problema se ele não tiver cada uma das peças. Um ser humano pode, se
ensinado. É verdade que a IA (inteligência artificial) avança, mas é baseada em modelos
determinísticos que são, finalmente, verdadeiros ou falsos (outra coisa será com computadores
quânticos, mas que pertence ao futuro).
Aqui temos que observar um certo paralelismo com outros sujeitos, que é o que os
detratores da filosofia usam e defendem, para tentar negar seu ensino. Dizem que a
matemática, por exemplo, também prepara o indivíduo para raciocinar e pensar. É verdade, é
verdade. Mas a matemática ensina a resolver problemas matemáticos, por mais complexos
que sejam. E é verdade que a matemática está por trás dos aspectos de muitas atividades que
vemos todos os dias. Mas a matemática tem um limite: sua própria definição e escopo. A
filosofia, por outro lado, nos ensinará a pensar, a refletir e a resolver problemas do ponto de
vista global, completos, e que contém dentro dela cada um dos elementos e disciplinas do ser
humano.
É importante destacar este ponto. A filosofia não ensina a resolver problemas
matemáticos ou físicos. Ele não ensina como ler e escrever latim ou grego, nem permite que
você aprenda a construir uma ponte de acordo com o tipo de terreno. Mas a filosofia faz algo
que outros sujeitos não fazem: ensina os mecanismos ideais para um ser humano saber
reconhecer, diante de cada um desses problemas, qual é a melhor linha de raciocínio para
resolver cada problema. A filosofia não ensina como projetar um edifício, mas ensina por que
você tem que seguir uma linha de raciocínio, e não outra, para realizar a resolução do
problema.
De qualquer forma, a filosofia não para por aqui. A construção de uma ponte, por mais
complexa que seja, consiste em um problema, com uma ou várias soluções possíveis. A
engenharia dirá qual é a melhor ponte do ponto de vista técnico. Mas a filosofia, e é isso que a
faz se destacar, nos dirá se realmente temos que construir uma ponte, um túnel, ou se, dadas
as circunstâncias da sociedade onde sua construção é proposta, é melhor abandonar a ideia, e
não construir nada. Por que não construir nada? Porque talvez o trabalho em si possa ser
interessante do ponto de vista que tem o curto prazo em mente. Mas e a longo prazo? Essa
infraestrutura servirá para prestar um serviço eficiente na área onde é construída? Terá valor
agregado real para indivíduos na área? Talvez fosse mais caro construir um túnel, mas mais
eficiente do ponto de vista organizacional ou ecológico?
Essa forma de raciocínio que a filosofia permite não se limita apenas ao campo
técnico. A vida, e os problemas de todos os tipos que eles apresentam, não contemplam a
construção de pontes físicas, mas muitas vezes, pontes entre as pessoas, ou entre sociedades.
E é aí que a filosofia tem sua expressão máxima, pois ensina as pessoas a desenvolver
mecanismos de ação para melhorar os modelos de desenvolvimento dessas pessoas e
sociedades da maneira mais eficiente possível. Podemos criar pontes, resolver problemas
matemáticos ou físicos, e podemos construir soluções de todos os tipos. Mas o que adianta dar
a tudo isso da melhor maneira possível? Lá, a filosofia tem muito a dizer.
Filosofia não ensina física ou matemática. Ensina por que eles são importantes e,
acima de tudo, ensina por que devemos usá-los e como devemos usá-los em cada caso. Dizem
que a filosofia é a mãe da ciência. É, mas isso não é realmente o mais importante: o
importante é que é uma maneira de aprender a resolver problemas, não porque eles têm que
ser resolvidos, mas porque eles têm que ser resolvidos da maneira mais eficiente possível. No
campo da ciência, das letras ou da vida cotidiana, a filosofia forma pessoas que sabem pensar,
que aprendem a raciocinar de forma eficaz e ideal. E isso molda sociedades melhores e mais
livres, e com indivíduos muito mais realizados, atenciosos e socialmente adaptados.
É, portanto, claro que aprender a pensar é um caminho para a liberdade do indivíduo,
pois não pode ser alcançado de outra forma. E, portanto, a obsessão em eliminá-lo da sala de
aula. Com indivíduos incapazes de pensar por si mesmos, não teremos pessoas, mas um
conjunto de mentes ocas e facilmente manipuladas. Devemos, portanto, trabalhar duro para
que a filosofia não desapareça da sala de aula. Seus conhecimentos, e seu aprendizado, são o
princípio no qual as sociedades livres e modernas devem ser baseadas. Se esse modelo
desaparecer, nunca teremos a chance de seguir em frente, como indivíduos, ou como espécie.
E modelos de tirania ressurgirão de novo e de novo, e, o pior de tudo, serão apoiados por
aqueles que consideram cada palavra que ouvem verdadeira. Esse é o modelo a ser evitado, e
é a filosofia, sem dúvida, a ferramenta mais eficaz para evitá-la. Está nas mãos de todos para
alcançá-lo. Para nós, e para as gerações que virão.

1.4. Problematização

A filosofia é uma ciência que nem todos estão a par de percebe-la e nem entendê-la,
pois para a percepção desta requer uma mente criativa e desafiadora. Por isso, em muitos
casos, os estudantes, académicos, se perguntam, do porque do estudo de uma ciência tão
antiquada e complicada, com efeito, a racionalidade é uma característica fundadora do
homem. Esta, porém, necessita de ser estimulada, e a Filosofia é a disciplina que tem como
missão, entre outras, estimular essa racionalidade.
Aprender a filosofar é essencialmente uma atitude de problematização, do
questionamento e de crítica perante o mundo. Neste estudo, menos do professor, é o aluno que
determina a sua aprendizagem, porque aprender a filosofar implica exercitar a razão na
aprendizagem dos vários sistemas, teorias e conceitos filosóficos, mas na medida em que
depois deverá fazer um uso livre e pessoal da razão, ou seja, pensar por si próprio. O
objectivo último da disciplina é criar no aluno o hábito de reflexão sobre tudo o que rodeia
(realidade) e, em especial, levá-lo a reflectir sobre as suas próprias decisões e acções.
contudo, a filosofia é uma disciplina que está presente em todos os tempos e lugares. Desde a
antiguidade foi considera a mãe das ciências, pois ela busca a verdade na sua totalidade de
acordo com[ CITATION Geq10 \l 2070 ], A introdução desta disciplina no ensino secundário
geral (ESG) em Moçambique, resulta da constatação de que os graduados do ESG que iniciam
os estudos superiores não satisfazem as exigências cognitivas e metodológicas deste nível.
Com isso neste trabalho, levanta-se as seguintes questões:
 Qual é a contribuição que a filosofia desempenha no seio da sociedade?
 Qual é o contributo a filosofia tem no que diz respeito ao comportamento humano?

2. CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1. Definição de Filosofia

É comum, em todas as disciplinas, no primeiro dia de aulas, o professor definir a sua


disciplina, apresentar o seu objecto e indicar o seu método de estudo. Em filosofia, não é fácil
começar assim, não é pacífica, não é consensual a noção ou o conceito da Filosofia, devido a
sua especificidade e pluralidade.
Os clássicos da filosofia como Platão (422-347 a.C.) e Aristóteles (384-347 a.C.),
principais filósofos da Grécia antiga, local onde nasceu a filosofia, tinham presente esta
especificidade quando afirmavam que a Filosofia era para homens adultos e que devia ser
precedida por uma série de disciplinas cada vez mais difíceis (Matemática, por exemplo).
Com efeito, não se pode entrar em filosofia sem que haja problemas
por resolver, e só tem problemas por resolver quem tem experiência da vida, dos
homens e de si próprio. Todavia, não se afirma que resolver problema seja exclusivamente
tarefa da filosofia, pois, ela também levanta problemas a quem julgava que não os tinha.
Tenhamos em consideração que ao falarmos de homens adultos, o termo não se refere a uma
idade física, pois Epicuro, filósofo grego do século IV a.C., recomenda:

“… E aquele que diz que não é ainda o tempo para filosofar ou que já passou o tempo
para tal, assemelha-se àquele que diz, falando da sua felicidade, que a sua hora ainda
não chegou ou que já passou. Por isso, deve filosofar tanto jovem como o ancião, pois,
o ancião manter-se-á jovem através das bênçãos que lhes advêm dos frutos das suas
acções, e o jovem terá a sabedoria do velho, pois não receia o que há-de-vir.”
Epicuro, Carta a Meneceu citado por [ CITATION Geq10 \l 2070 ]

Ainda sobre a mesma dificuldade em definir a Filosofia, o pensador francês, Gilles


Delluze (1925 -1995), na sua obra O que é a Filosofia?, afirma que essa questão só se coloca
tarde na vida de um filósofo. Portanto, ela não pode ser colocada no primeiro dia de aulas,
antes de os alunos estarem maduros, deve ser o próprio aluno a questionar-se, depois de ter
experimentado o exercício do filosofar; isto porque os iniciados não possuem conhecimentos
e calma suficientes para reflectir sobre tal questão [ CITATION Ara93 \l 2070 ].

1.2. Definição da filosofia pela sua etimologia

Numa primeira tentativa, podemos começar definir a filosofia pela sua etimologia da
palavra.
De acordo com [CITATION Tel98 \p 29 \l 2070 ]; [ CITATION Cha98 \l 2070 ], A
raiz etimológica do termo filosofia, surge da junção de dois termos gregos: “Philia ou Philo”,
que significa amar, amizade com, gostar de; e “Sophia”, que significa saber, sabedoria.
Portanto, a palavra filosofia, significa amor pela sabedoria, gosto pelo saber.
Considerar que o filósofo é um sábio, não constitui a verdade. A palavra grega
Philophos (filósofo) formou-se por oposição a sophos (sábio). O filósofo está constantemente
à procura do conhecimento, é o amante do saber, aquele que busca a verdade e que não a
possui, é portanto, diferente daquele que se afirma ser possuidor do conhecimento, o sábio.
O primeiro a utilizar o termo filosofia e a chamar-se a si próprio filósofo foi Pitágoras
(séc. VI a.C). Era chamado sábio por aqueles que achavam que ele tinha muitos
conhecimentos. Ele por sua vez, consciente de que não era sábio mas alguém que procurava o
saber, pediu para que não lhe chamassem de sophos (sábio), mas sim filósofo (aquele que
procura o saber/conhecimento). Para ele, só os deuses eram sábios, o homem apenas tendia
aproximar-se e a amar a sabedoria[ CITATION Buz97 \l 2070 ].
Para Karl Jaspers, na sua obra Iniciação filosófica, afirma que filosofar é estar a
caminho. As interrogações são mais importantes do que as respostas e cada uma delas
transforma-se em nova interrogação.
Tanto a filosofia como as outras ciências tem o seu objecto do estudo: a filosofia
preocupa-se com tudo, ou seja, com toda realidade que cerca o homem. As investigações
filosóficas abrangem todos os campos de saber. Este facto faz com que ela seja definida sob
vários pontos de vista e, por conseguinte, tenha várias definições[ CITATION Geq10 \l
2070 ].
 Emmanuel Kant – a filosofia é a ciência dos fins últimos da razão;
 Wittgenstein – a filosofia é análise e clarificação lógica da linguagem;
 Karl Jaspers – a filosofia é a demanda e nunca a posse da verdade;
 Epicuro – a filosofia é a capacidade de se realizar através da razão;
 Wittehead – a filosofia fornece a explicação orgânica do universo;
 Russel – a filosofia é a ciência que atinge o conhecimento da razão;
 Aristóteles – a filosofia é o estudo dos primeiros princípios e causas últimas de todas
as coisas;
 Sócrates – a filosofia é a consciência e estilo de vida;
 Platão – a filosofia é o conhecimento infinito que nunca se ultrapassa;
 Cícero – a filosofia é o estudo das causas humanas e divinas de todas as coisas;
 Descartes – a filosofia ensina a raciocinar bem;
 Karl Marx – a filosofia é uma prática de transformação social;
 Houtondji – a filosofia é uma disciplina científica, teorética e individual;
 Anyanw – a filosofia tem a missão de explicar o implícito, tomar consciência do
inconsciente;
 Ngoenha – a filosofia ajuda a resolver os problemas da humanidade, é um instrumento
da emancipação;
 Hegel – a filosofia é o saber absoluto.
Como pode notar, cada filósofo tem a sua própria concepção filosófica da
realidade, também tem a sua própria definição. Este facto verifica-se porque cada ser
humano, cada pensador e filósofo, tem a sua própria reflexão e compreensão do mundo,
que é moldada pelas suas experiências, cultura e meio circundante próprios. Daí que cada
um, define segundo a sua área de pesquisa e interesses, que são fruto da sua experiência
pessoal de pensar sobre o mundo.
Embora que se tenha várias definições de filosofia, existe algo que para todos
pensadores é comum: A filosofia aparece como um tipo de saber amplo, radical e
exigente. Portanto, é neste sentido que é uma actividade racional da procura de
conhecimento, de curiosidade, de desejo de conhecer e de problematizar a realidade.
A filosofia é uma ciência, não só para ser estudada, mas principalmente para ser
feita e ser vivida. Ela é uma atitude e não o conjunto de conhecimentos e teorias de
alguém que se memoriza, mas uma prática de pensar agir, um aprender a pensar e um
aprender agir. A filosofia é uma atitude de reflexão sobre o real e uma busca de orientação
para a vida humana. Kant, sublinhando este facto, afirma que não ensinava a filosofia,
mas, ensinava sim os alunos a filosofar[ CITATION Conlo \l 2070 ].
1.3. Universalidade e particularidade da Filosofia (objecto da Filosofia)

A reflexão sobre a realidade que nos cerca é a característica essencial da filosofia.


Através desta faculdade, a Filosofia procura responder as inquietações, às questões que a
humanidade sempre colocou e se coloca. Mas, Temos que nos acautelar, nem todas as
perguntas que são colocadas são filosóficas, por exemplo, a filosofia não procura saber se o
Homem é mortal ou como morre; quer sim, saber, por que razão o Homem é mortal. Esta e
outras questões interessam a todos homens e à toda humanidade. Por essa razão, a filosofia é
também entendida como a ciência dos porquês. Pretende explicar os porquês das coisas,
procurando os fundamentos últimos, a origem e a explicação da vida e mundo humano.
Portanto, a Filosofia é universal na medida em que o seu objecto do estudo é o todo e as suas
questões são gerais e, não se relacionam com aspectos individuais e particulares da realidade,
também é universal porque todo o homem pode filosofar e ser filósofo[ CITATION Cha06 \l
2070 ].
Apesar de a Filosofia ser feita por respostas e teorias particulares por cada filósofo ao
longo da história, chama-se filosofia ao conjunto de todas essas teorias particulares reunidas
num único saber universal.
Em suma, a filosofia é universal na medida em que engloba todas as filosofias
particulares, de todos os tempos e lugares, e porque os problemas sobre os quais cada uma
destas teorias filosóficas reflecte são problemas universais e atemporais, ou seja, interessam a
todos os homens e em todas épocas.

1.4. Funções da Filosofia (aspectos práticos e teóricos)

A filosofia enquanto o conhecimento sistemático é um conjunto de teorias estruturadas


e sistematizadas. Constitui-se como um conjunto de conhecimentos organizados,
historicamente situado, dividido por áreas de saber filosófico e temáticas, correntes, autores e
escolas de pensamento. Esta diversidade de áreas e respostas advém da multiplicidade de
respostas e questionamentos acerca da totalidade do mundo e da realidade humana. Com
efeito, a filosofia além de ser um saber sobre o mundo, é uma forma de estar no mundo. Ela
torna a existência humana mais consciente de si. A existência consciente é o tipo da existência
que cabe ao homem propriamente dito.
A atitude existencial é a forma consciente de o homem viver a sua vida no mundo e na
sociedade. Portanto, a filosofia leva o homem a uma nova forma de agir, reagir e comportar-
se na vida, como Descartes afirmou:
“Viver sem filosofar é na verdade ter olhos fechados, sem nunca se esforçar em abrir
(…) este estudo é mais necessário para orientar as nossas acções nesta vida do que o
uso dos nossos olhos para guiar os nossos passos.”

Descartes, Princípios da Filosofia

Assim, podemos afirmar que a filosofia tem duas funções:


 Função teórica – enquanto ajuda o homem a analisar o mundo, a reflectir sobre todas
as coisas;
 Função prática – por facto de ela nos impelir a uma atitude existencial, a um novo tipo
de comportamento, fruto da reflexão filosófica, conduzindo-nos a uma autonomia no
agir e a um viver de forma autêntica.

1.5. Métodos da Filosofia: justificação lógico-racional e análise crítica

O método da filosofia marca a primeira grande diferença entre a filosofia e as outras


ciências. Como sabemos, em Filosofia, tudo é problema. Além do problema da sua definição,
em filosofia é também polémico o objecto do estudo, a linguagem da filosofia e o próprio
método filosófico.
Sendo a filosofia um modo específico de apropriação do real por parte do homem, ela
implica recurso a determinado método, ou seja, um conjunto de processos, modos específicos
de fazer e de interrogar e de se situar perante o mundo e de o construir.
O método da filosofia não é o método científico utilizado pelas ciências exactas, que
se baseia na observação e experimentação de factos para a construção de conhecimento.
A forma de produção de conhecimento em filosofia baseia-se no pensamento, não tem
necessidades de provas formais, e faz-se essencialmente através da colocação de questões, da
argumentação, na produção de ideias, na sua refutação e na análise de conceitos.
A importância do método para a realização da filosofia, levou certos filósofos a
entender o método como o problema fundamental da filosofia. Pode-se referir o filósofo
francês René Descartes, que escreveu O Discurso do Método, obra que marcou grandemente a
tradição filosófica e onde sugere a uniformização de um método para a filosofia.
Dos vários métodos sugeridos ao longo dos séculos, destacam-se: o método analítico,
socrático, sintético, dialéctico, o fenomenológico, etc.
Apesar da pluralidade, há dois métodos usados em filosofia que abrangem os outros:
método crítico analítico, para o estudo das realidades sociais e que se apoia nos factos,
procedendo à sua análise e crítica; o método lógico-racional ou simplesmente especulativo,
usado para o estudo das realidades meta-empíricas, isto é, realidades espirituais ou ainda
realidades de ordem teórica, cuja análise requer o uso exclusivo da razão pura, sem se apoiar
em factos.

1.6. A atitude filosófica e a demanda da verdade

O termo demanda significa procura, busca daquilo que certamente constitui


necessidade para o homem. Por sua vez, há um nível diferente quando sentimos a necessidade
de saber mais sobre a realidade, de conhecer profundamente, de descobrir a verdade última de
todas as coisas, as questões e tentativas de respostas poderão ser encontradas em filosofia. A
filosofia quer conhecer profundamente, e para isso, é necessário que se questione o real e não
se aceite o que é evidente ou dado de forma dogmática como certo e inquestionável. O
espírito filosófico é orientado para a resolução dos problemas que apoquentam a humanidade.
Sempre que se coloca um determinado problema filosófico, o filósofo é chamado a reflectir
sobre ele na tentativa de encontrar uma solução que se presuma apropriada.
Ao longo da história, vários temas se colocaram e múltiplas respostas foram obtidas.
Na época antiga, por exemplo, colocou-se o problema da natureza (pelos filósofos
naturalistas: séc VI-II a.C Tales, Anaximandro, Anaxímenes, Pitágoras, Heráclito,
Parménides, Empédocles, Anaxágoras, Demócrito e Leucipo); os sofistas, pensadores de uma
corrente na Grécia antiga, colocaram questões relativo ao Homem (Protágoras, Górgias, Pirro,
Carnéades, Trasímaco, Pródico, Hipódomo e outros); na época Medieval tanto na patrística,
Deus é que estava no centro das atenções e no centro do mundo (séc I-XVI. Sto Agostinho,
São Tomás de Aquino, São Gregório, S. Isidoro de Sevilha, Avicena, Averrois, Guilherme de
Ockham, Nicolau de Cusa, Geordan Bruno, e outros); na época Moderna, reaparece com o
renascimento, o problema do humano, sendo até assumido como o centro do mundo (séc XV-
XVIII, René Descartes, Baruch Spinosa, J. Locke, Leibniz, David Hume, Jean Jacques-
Rosseau, Emanuel Kant, Hegel, e outros); na época Contemporânea, dito ainda na filosofia
cultural, com a crise das meta-narrativas, predomina a ideia de razoabilidade e o
estacionamento de fundamentos suficientes e historicamente contextualizados (séc XIX -.
Karl Marx, Friedrich Nietzsche, Sigmund Fred, E. Husserl, L. Wittgenstein, M. Heidegger,
Jean P. Sartre, Karl Popper, Paul Ricouer, J. Hanermas, e outros).
Assim, entende-se que o fim último da filosofia é a procura da verdade,
contextualizando-a na história e no tempo. Com efeito, ninguém pode viver sem se adaptar as
condições do seu mundo.
Thomas Nagel, escreve na sua obra Iniciação à Filosofia, a atitude filosófica nos
remete a informação que a preocupação fundamental da filosofia é o questionamento e
entendermos as ideias que usamos todos os dias sem pensarmos nelas. Um historiador pode
perguntar o que aconteceu num determinado momento do passado, mas um filósofo
perguntará: “O que é tempo?”, Um matemático pode investigar as relações entre os números,
mas um filósofo perguntará: “O que é um número?” Um físico perguntará, de que são
constituídos os átomos ou o que explica a gravidade, mas um filósofo irá perguntar como
podemos saber que existe qualquer coisa fora das nossas mentes? Qualquer pessoa pode
perguntar-se se entrar num cinema sem pagar está errado, mas um filósofo perguntará: “O que
torna uma acção certa ou errada?”
O homem está constantemente a ser confrontado com novos problemas que o colocam
perante novas situações imprevisíveis e que obrigam a alargar os seus horizontes de
compreensão da realidade. Cada mudança pode representar uma possibilidade de ampliar o
conhecimento.
Estas mudanças frequentemente inquietam-nos, despertando a nossa curiosidade sobre
os porquês das coisas, levando-nos a questionar o que nos rodeia. Esta atitude reflexiva, pode
conduzir-nos a uma atitude mais radical, chamada de atitude filosófica.
A atitude filosófica, que decorre do quotidiano, não é fácil caracterizá-la, dada a
enorme diversidade de aspectos que pode possuir. Vejamos quatro aspectos que caracterizam
a atitude filosófica.

1.6.1. O espanto

Aristóteles afirmava que a filosofia tinha a sua origem no espanto dos homens diante
dos enigmas do universo e da vida. É o espanto que os leva a formular perguntas e os conduz
à procura das respectivas soluções. Como afirma o pensador Eugen Fink, o espanto torna o
evidente em algo incompreensível, o vulgar em extra-ordinário. O espanto no indivíduo
rompe com tendência natural, “achar que as coisas são como são porque tinha que ser assim
mesmo”.

1.6.2. dúvida

Ao filósofo exige-se que duvide de tudo aquilo que é assumido como verdade
adquirida. Ao duvidar, distancia-se das coisas, quebrando desta forma a sua relação de
familiaridade com elas. O que era natural torna-se problemático. O que então emerge é uma
dimensão inquietante de insatisfação e problematização. A reflexão começa exactamente a
partir do exame daquilo que se pensa ser verdadeiro. A dúvida exige do filósofo, uma reflexão
sobre as coisas.

1.6.3. O rigor

O questionamento radical que anima o verdadeiro filósofo não é mais do que um acto
preparatório para fundar um novo saber sobre base mais sólidas. O conhecimento em si,
funda-se na crítica e no rigor. A atitude perante o conhecimento é de crítica, colocando
sempre em dúvida a verdade e adequação ao real desse mesmo conhecimento.
A crítica filosófica é, por isso, feita com rigor, não admite compromissos com as
ambiguidades, as ideias contraditórias, os termos imprecisos.

1.6.4. A Insatisfação

A filosofia revela-se uma dissolução para quem, quiser encontrar nela respostas para
as suas inquietações. O que o aprendiz do filósofo encontra em filosofia são as perguntas,
problemas e incitamentos para que não confie em nenhuma autoridade externa à sua razão,
para que duvide das aparências e do senso comum. A única receita que os filósofos lhe dão é
que faça da procura do saber um modo de vida, que não se satisfaça com nenhuma conclusão,
queira saber sempre mais e mais.

1.7. A natureza das questões filosófica

Marx Plank escreveu que efectivamente, em face de uma natureza infinitamente rica,
em constante renovação, o homem, por maior que seja o progresso do conhecimento
científico, é sempre uma criança admirada e deve estar sempre pronto para novas surpresas.
Para Sócrates, Platão e Aristóteles, a filosofia nasce de admiração e do espanto. Não se
referiam à surpresa que é extra-ordinário, o nunca visto, o inesperado, mas sim à admiração
face ao que parecia conhecido, habitual e sem surpresa. Para Descartes, a filosofia nasce da
dúvida.
Importa a salientar que não basta que tenhamos só a admiração e a dúvida, estas estão
presentes no início do questionamento filosófico, mas para existir a filosofia, é importante a
persistência na busca de respostas.
O que faz então com que uma questão seja considerada filosófica? As questões
filosóficas não são simples proposições terminadas em ponto de interrogação; são afirmações
ou negações ligadas a certas questões prévias e representam muitas vezes, a formulação
avaliadora de um princípio que exige justificação[ CITATION Cha06 \l 2070 ].
Para Karl Jaspers, as questões filosóficas dizem respeito ao ser, que não pode ser o
objecto das ciências, pois, não está estruturado da mesma maneira que as coisas.
Para Gabriel Marcel, as questões filosóficas são mistérios, enquanto para Denis
Diderot, a peculiaridade das questões filosóficas pode obter-se através da distinção do
conteúdo de dois termos: “como” e “porquê”, enquanto o físico se interessa em saber como
se dá um fenómeno, o filósofo pergunta-se por que razão se dá tal fenómeno.
A filosofia é a única disciplina que pode responder as perguntas do género: O que é a
verdade? O que é o Homem e qual o seu lugar no mundo?
Portanto, o que faz com que uma questão seja considerada filosófica não é apenas
como ela é colocada, também o conteúdo, que compreende quatro aspectos fundamentais que
a seguir se enunciam.

1.8. Universalidade

O alcance das questões filosóficas não se pode circunscrever a realidades particulares.


A filosofia coloca entre outras questões: O que é o bem? O que é o homem? O que é a
verdade? Qual o sentido da vida humana?

1.9. Radicalidade

Procura-se a raiz do problema, o que caracteriza as questões filosóficas é o


aprofundamento do problema e não a busca das soluções imediatas.

1.10. Autonomia

O filósofo tem a liberdade de raciocinar na busca da verdade e de fundamentos,


distanciando-se muitas vezes do que a história terá definido.

1.11. Historicidade

Diz respeito ao enquadramento histórico das questões filosóficas, cada época, cada
verdade.
O objecto do estudo da filosofia simultaneamente universal (as suas questões são
universais) e particular, pois cada época histórica coloca questões próprias a que os filósofos
contemporâneos dessas épocas respondem.
Em determinadas situações históricas surgem questões problemáticas que reflectem as
vivências e experiências próprias de uma época, cultura ou situação histórica. Estas questões e
respostas dadas fazem parte da história da filosofia ou pensamento filosófico. Não basta
aprender as teorias e respostas de determinada época: é necessário filosofar, ou seja, aprender
a pensar de forma livre, crítica e autónoma. Sublinhando este facto, Jean-Paul Sartre, afirma:

“Eu penso que nenhuma sociedade pode passar sem filósofos, porque a Filosofia numa
sociedade qualquer é a compreensão do que é o Homem dessa sociedade”.

1.1.1. Estudo do Caso

1.1.1.1. Visão sobre a Universidade Católica de Moçambique

A ideia da criação da Universidade Católica de Moçambique surge, com Dom Jaime


Pedro Gonçalves, Arcebispo da Beira que, com alguns fiéis e entidades da cidade Beira, com
destaque para o então governador de Sofala Dr. Francisco de Assis Masquil conversaram
sobre a criação de uma universidade na cidade da Beira, que seria denominada Universidade
Católica da Beira cuja vocação consistiria na promoção da Paz e Reconciliação através da
oferta de um ensino de qualidade a todos os jovens moçambicanos. A ideia teve vários apoios,
inclusive, a ECOB, empresa de construção civil, que se predispôs em apoiar na requalificação
do edifício onde funcionaria essa instituição.
Dom Jaime teve a ideia de levar o projecto da criação da Universidade Católica à
Conferência Episcopal de Moçambique (CEM) onde aos Bispos, ficaram deveras
surpreendidos, tendo achado que Dom Jaime estava a sonhar demais, mas os Bispos acabaram
por deixar Dom Jaime ir atrás do seu sonho.
Dom Jaime começou a mobilizar apoio para a implantação da UCM através de vários
parceiros incluindo a Conferência Episcopal da Itália, a Universidade Católica de Portugal,
ECOB e outros.
No dia 29 de Março de 1993, a CEM emitiu uma declaração de intenção da criação da
UCM e submeteu ao Governo da República de Moçambique.

1.1.1.2. Fundação

A Universidade Católica de Moçambique (UCM) foi fundada oficialmente em 1995


como uma instituição de ensino superior privada (cfr. Decreto n.º 43/95 de 14 de Setembro).
É uma instituição da Conferência Episcopal de Moçambique (CEM) com sede na cidade da
Beira, província de Sofala. É uma das primeiras universidades privadas do País e a primeira
com sede fora da cidade de Maputo e a ministrar cursos superiores sem fins lucrativos.
No dia 10 de Agosto de 1996, abriu as suas portas com uma Faculdade de Economia e
Gestão (FEG), na Beira, e uma Faculdade de Direito (FADIR), em Nampula. Seguiu-se uma
Faculdade de Ciências de Educação, actualmente Faculdade de Educação e Comunicação
(FEC) em Nampula (1998), a Faculdade de Agricultura (FAGRI) em Cuamba (1999), a
Faculdade de Medicina, actualmente Faculdade de Ciências de Saúde (FCS), na Beira (2000),
a Faculdade de Gestão de Turismo e Informática (FGTI) em Pemba (2002), o Centro de
Ensino à Distância na Beira (2003) e a Faculdade de Engenharia (FENG), a mais recente, no
Chimoio no ano 2009. Abriram, ainda, três delegações: uma em Tete (2008), outra em
Quelimane (2009) e a terceira, de Informática, na Beira (2010).

3. CAPÍTULO III: METODOLOGIA DA PESQUISA

É neste capítulo que se apresenta os procedimentos metodológicos e as técnicas a


serem usadas para a realização da pesquisa tanto quanto o alcance dos objectivos desenhados
pelo autor. Importa referir que neste capítulo, abordou-se assuntos relacionado a metodologias
do trabalho. Portanto é neste onde apresentam-se as formas, técnicas e instrumentos de coleta
de dados da Pesquisa de coleta de dados.

3.1. Metodologia

Para [ CITATION Gil02 \l 2070 ]:


metodologias são procedimentos a serem seguidos na realização de uma pesquisa. A
metodologia completa a frase exploratória estabelecendo critérios e amostragem entre outros e
a definição de instrumentos e procedimentos para síntese e análise dos dados e informação
destacando o método (p. 42).
Contudo, metodologia é uma explicação rigorosa detalhada do caminho a ser
percorrido num determinado trabalho. É uma explicação detalhada, rigorosa e exacta de toda
acção desenvolvida para alcançar um objectivo. A metodologia usada nesta pesquisa de
princípio serão vários procedimentos direcionados a certos artigos, livros e legislação de
vários autores ligados ao tema em causa.

3.2. Tipo de Pesquisa

“Existem vários critérios de classificação das pesquisas: quanto a forma de


abordagem, quanto a natureza da pesquisa, quanto aos objectivos e quanto aos procedimentos
técnicos” (Silva & Menezes, 2001:20).
Assim, conclui-se que a pesquisa é do tipo exploratória, com métodos qualitativos, a
partir da aplicação de uma entrevista contendo questões aberta e fechadas.
Segundo Silva & Menezes (2001), a pesquisa exploratória envolve levantamento
bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema
pesquisado; análise de exemplos que estimulem a compreensão. Assume, em geral, as formas
de Pesquisas Bibliográficas e Estudos de Caso. Neste âmbito, para a pesquisa classifica-se da
seguinte forma, como os itens abaixo demonstram:

3.3. Quanto a Forma de Abordagem

De acordo com Richardson (1999, p. 144) “a pesquisa qualitativa é a tentativa de uma


compreensão detalhada dos significados e características situacionais apresentadas pelos
entrevistados em lugar de produção, de meditar quantitativos de características ou
componentes”.
Assim, está pesquisa é de carácter qualitativa visto que os dados que são
posteriormente analisados e interpretados, os factos relacionados com o tema em estudo para
além da sua forma objetiva ganham uma subjectividade lógica fundamentada por autores da
área em estudo.
3.4. Quanto a Natureza

Quanto a sua natureza é de carácter aplicada, pois tem como objectivo gerar
conhecimentos para a aplicação prática dirigida ao solucionamento de problemas específicos
envolvendo interesses locais. A aplicação dos resultados obtidos na pesquisa, foram úteis para
a relevância do Projecto.

3.5. Quanto aos objectivos

Segundo (, 2008):
a pesquisa descritiva tem como objectivo primordial a descrição das características de
determinada população ou fenómeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis.
São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas
características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta
de dados (p.8)
Assim, quanto aos objectivos a pesquisa é de carácter descritiva, as informações
obtidas posteriormente serão analisadas e interpretadas, para além de forma objetiva de
descrever e a identificar “os impactos da filosofia na UCM” e estabelecer suas relações entre
si os efeitos que são causados de forma mais detalhada.

3.6. Quanto ao Procedimento

Conforme afirmam Lakatos & Marconi (1992, p. 106), “os métodos de procedimentos
constituem etapas mais concretas da investigação com a finalidade mais restrita em termos de
explicação geral dos fenómenos menos abstratos”.
Com vista as ideias das autoras citadas acima, a metodologia de procedimento, serão
aplicados os seguintes métodos: Método Estudo de Caso que consistirá em particularizar o
tema em estudo de modo a permitir uma maior compreensão, ainda salientar que estudo de
caso nesta pesquisa, porque envolverá um estudo profundo e exaustivo de um objecto de
modo a proporcionar um amplo e detalhe de conhecimentos. Neste contexto o estudo se
centralizará particularmente Na Universidade Católica de Moçambique delegação de Gurué.
Segundo [ CITATION Kõc11 \l 2070 ]:
Estudo de Caso é uma investigação que se assume como particularista, isto é, que se
debruça deliberadamente sobre uma situação específica que se supõe ser única ou
especial, pelo menos em certos aspectos, procurando descobrir a que há nela de mais
essencial e característico e, desse modo, contribuir para a compreensão global de um
certo fenómeno de interesse (p. 145).

2.2. Técnicas e instrumentos de coleta de dados da Pesquisa

Para a realização desta pesquisa basear-se-á nos seguintes instrumentos de recolha de


dados: Observação, entrevista e consulta bibliográfica.
2.2.1. Observação

De acordo (, 1990),

“o método de observação direta tem vantagem de permitir perceber directamente os


factos pesquisados sem qualquer intermediação, reduzindo assim a subjectividade do
processo de investigação. No entanto, a observação direta é considerada como a
melhor técnica que permite uma inserção total ao ambiente da pesquisa, facultando
uma percepção contextualizada do fenómeno de pesquisa” (p. 78).

Na perspectiva de Richardson (1999, p. 259), a observação sob algum aspecto, “é


imprescindível em qualquer processo de pesquisa científica, pois ela tanto pode conjugar-se a
outras técnicas de coleta de dados como pode ser empregada de forma independente e/ou
exclusivas”. Em linguagem comum, a observação é o exame minucioso ou a mirada atenta
sobre um fenómeno no seu todo ou em algumas das suas partes.
Cientificamente, a observação não é apenas uma das actividades da vida diária, torna-
se uma técnica científica à medida que serve a um objectivo formulado de pesquisa, é
sistematicamente planificada, registada e ligada a proposições mais gerais e, em vez de ser
apresentada como conjunto de curiosidades interessantes, é submetida a verificações e
controlo de validades e precisão.

2.2.2. Entrevista

Define-se como entrevista como sendo um encontro entre duas pessoas, afirmam que
uma delas obtenha informações a respeito de um determinado assunto mediante uma
conversação de natureza profissional” (Lakatos & Marconi, 2002, p. 92).
No mesmo contexto, (1999, p. 117), sustenta que:

entrevista é a técnica em que o investigador se apresenta frente do investigado e lhe


formula perguntas frente a frente com objectivo de obtenção dos dados que interessam
a investigação social. Esta pesquisa tomara em evidência a entrevista focalizada na
qual o autor vai apresentar o tema aos entrevistados e estes poderão apresentar
livremente a sua sensibilidade em relação ao problema. Esta técnica permitiu colher
informações juntos dos elementos selecionados na amostra

Com vista as afirmações dos autores citados acima, entende-se como entrevista uma
forma de interacção social. Mais especificamente é uma forma de diálogo assimétrico, em que
uma das partes busca coletar dados e a outra se apresenta como fonte de informação.
2.2.3. Consulta Bibliográfica

A consulta bibliográfica é uma técnica que que consiste na recolha de dados de


informações já publicadas que abordaram assuntos relacionados com o tema em causa, dai
que há necessidade de se basear com obras já escritas por outros para desenvolver uma
pesquisa.
Na visão de (2002):

desde que se tenha decidido que a solução de um problema deverá ser procurada a
partir de material já elaborado, como livros, revistas, dissertações, artigos, publicações
periódicas. Assim, analisou-se com em face determinados relatórios relativos auditoria
interna, que orienta determinadas correções nas práticas contabilísticas e
administrativas.

Contudo, nesta pesquisa, incluir-se-á a consulta bibliográfica para dar sustento as


abordagens relativas ao tema em estudo, uma vez que ela, não constitui uma abordagem
moderna, ela vem sendo estudada a tempos atrás.

2.2.4. Linha de Pesquisa

Pela observância do trabalho em estudo e as suas balizas temporárias de 2019 a 2020,


tem como linha de Pesquisa, Assistência Social, com mais enfoque para melhorar e
entendimento do impacto da filosofia na Universidade Católica.

2.2.5. Universo & Amostra da Pesquisa

2.2.6. Universo

Para Richardson (1999:157), Universo ou População é o “conjunto de elementos que


possuem determinadas características”. Usualmente, fala-se de população ao se referir a todos
os habitantes de um determinado lugar.
A pesquisa envolverá os Estudantes, funcionários da UCM-Gurué, assim como a
comunidade científica daquela instituição. Contudo, será possível identificar a solução deste
problema que preocupa toda comunidade académica.
Portanto, com este grupo alvo, será possível colher informações concretas sobre como
se manifesta a problemática em estudo, quais as consequências bem como as possíveis
medidas de suavização da mesma. A validade ou não das hipóteses dependerá das
informações que serão fornecidas, bem como as propostas ou sugestões que forem
comentadas por este grupo alvo.
2.2.7. Amostra

De acordo com Lakatos & Marconi (2001, p. 108), amostra “é um subconjunto do


universo, de tal maneira que seja representativa de tudo a partir dos resultados obtidos
relativos a essa parte”.
A técnica de amostragem pode ser:
 mostra aleatória, casual ou probabilística;
 amostra sem probabilística;
 amostra não-probabilística ou de conveniência.
Segundo (2008):

amostragem aleatória simples é o procedimento básico da amostragem científica.


Pode-se dizer que todos os outros procedimentos adotados para compor amostras são
variações deste. Entretanto, a mostragem aleatória simples consiste em atribuir a cada
elemento da população um número único para depois selecionar alguns desses
elementos de forma casual”.

De acordo com o tipo de amostragem foi escolhida pesquisa é aleatória simples,


também conhecida por amostragem causal. Autor entende que amostra é um subconjunto de
universo ou da população por meio da qual se estabelecem ou se estimam as características
desse universo ou população.
É de referir que Lakatos & Marconi (1996) salienta que a população a ser pesquisada
ou o universo da pesquisa, é definida como o conjunto de indivíduos que partilham de, pelo
menos, uma característica comum.
Desta forma, foi definida para a pesquisa como amostra, Cinquenta e cinco (53) grupo
alvo, sendo 39 estudantes do curso de Geografia partindo do primeiro ano ao quarto, destes
Catorze 14 estudantes diversos cursos lecionados na UCM, e nove (9) docentes.

3. Cronograma de Actividades

N/O Execução das Actividades


1 Mês e Ano junho julho julho julho julho julho julho
2 Identificação do Tema X
3 Colecta de Dados para X X X X
elaboração do projecto
4 Compilação de Dados X
5 Elaboração do Projecto X
6 Revisão do Projecto X
7 Entrega do projecto X
Fonte: autor, 2021

3.2. Orçamento

No de Designação Quantidade Preço Unitário Sob Total


ordem
1 Papel A4 1 Resmas 250.00 350.00 Mts
2 Esferográficas 2 embalagens 230.00 340.00 Mts
3 Impressão 50 Impressos 100.00 200.00 Mts
4 Encadernação 2 Exemplares 50.00 100,00 Mts
5 Lanche ------------------- -------------------- ---------------------
6 Transporte ------------------- -------------------- ---------------------
7 Total 730.00 990.00 Mts
Fonte: autor, 2021
CAPÍTULO IV: ANÁLISE DE DADOS

Conclusão
Referências Bibliográficas

Coelho LCD, Rodrigues RAP, Marcon SS, Lunardi VL. 2008. Conflitos éticos na revelação
de informações – parte II. Cienc Cuid Saude.; 7(1):73-82.
Aranha, Maria Lúcia. 1993. Filosofando: Intridução á Filosofia. São Paulo: Moderna.
Buzzi, Arcângelo. 1997. Introdução ao Pensar. . Petrópolis: Vozes.
Chambisse, Ernesto Daniel. 2006. Ensino de filosofia em Moçambique: Filosofia como
Potência para Aprendizagem Significativa. São Paulo: Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo.
Chauí, Marilena. 1998. Convite á Filosofia. 10ª. São Paulo: Ática.
Contim, Gilberto. São Paulo. Fundamentos de Filosofia -História e Grandes Temas . 2000:
Saraiva.
Geque, Eduardo, e Manuel Biriate. 2010. Pré - Universitário Filosofia 12. 2ª. Maputo:
Longman Moçambique.
Gil, Antonio Carlos. 2002. Como Elaborar Projectos de Pesquisa. São Paulo: Atlas.
Kõche, José Carlos. 2011. Fundamentos de Metodologia Científica: Teoria da ciÊncia e
iniciação pesquisa. 14ª. Rio de Janeiro: Vozes.
Severino, Antônio Joaquim. 2017. Metolodogia do trabalho Científico. São Paulo: Cortez.
Teles, Antônio Xavier. 1998. Introdução ao Estudo de Filosofia. São Paulo: Àtica.

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