Você está na página 1de 18

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

Amanda Aparecida de Almeida Borges


Breno César Marighetti Certório
Hortência Silva Sousa
Márcia Nogueira Borges

ANÁLISE DE LIVROS DIDÁTICOS DE MATEMÁTICA:


DOS PCN’S À BNCC

Uberlândia
2024
Amanda Aparecida de Almeida Borges
Breno César MarighettiCertório
Hortência Silva Sousa
Márcia Nogueira Borges

ANÁLISE DE LIVROS DIDÁTICOS DE MATEMÁTICA:


DOS PCN’S À BNCC

Trabalho Acadêmico apresentado ao professor da


Unidade Curricular – Metodologia do Ensino da
Matemática da Universidade Federal de Uberlândia –
UFU como requisito parcial para aprovação semestral.
Orientador: Dr. Benerval Pinheiro Santos

Uberlândia
2024
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................4
2. DESENVOLVIMENTO.........................................................................................................4
2.1. PARÂMETROS NACIONAIS CURRICULARES......................................................................4
2.2. BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR..........................................................................5
2.3. LIVRO DIDÁTICO E PCN’S...............................................................................................6
2.4. LIVRO DIDÁTICO E BNCC..............................................................................................11
3. APONTAMENTOS SOBRE LIVRO DIDÁTICO APRENDER JUNTOS 3.......................14
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................15
5. REFERÊNCIAS....................................................................................................................16
ANEXO 1 – PLANO DE AULA..............................................................................................17
1. INTRODUÇÃO

Este trabalho visa apresentar uma comparação entre livros didáticos de


Matemática do 3º ano do Ensino Fundamental – Anos Iniciais. Nesta comparação
iremos analisar um livro didático usado de acordo com os Parâmetros Nacionais
Curriculares (PCN’s) e outro usado pela rede de ensino após a implementação da Base
Nacional Comum Curricular (BNCC).
A Matemática ainda é considerada o terror das aulas desde os anos iniciais até a
faculdade. Os materiais que o professor usa podem ser fundamentais para a
compreensão das aulas, mas o que se observa ainda hoje é que os livros didáticos são
recursos usados por professores e, na maioria das vezes, é o único recurso que esses
professores utilizam para apresentar os conteúdos para os alunos.
Pensando nisso, analisar os livros didáticos irá trazer certa noção de como a
matemática tem sido apresentada aos alunos, como seus conteúdos vêm sendo tratados a
partir dos documentos norteadores e apresentar as teorias estudadas no curso de
Pedagogia e de que forma que os livros apresentam os conteúdos.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1. Parâmetros Nacionais Curriculares

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) são um conjunto de orientações


desenvolvidas pelo Ministério da Educação (MEC) do Brasil nos anos 90, com o intuito
de orientar a prática pedagógica e a elaboração dos projetos pedagógicos em todas as
escolas do país. Os PCNs foram estabelecidos como uma política educacional adicional
à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996, com o propósito de
assegurar a qualidade do ensino básico e a garantia de uma formação completa para os
estudantes brasileiros.
Dessa forma, os Parâmetros Curriculares Nacionais foram estruturados de
acordo com as diferentes disciplinas e estágios de ensino, englobando diversas áreas do
saber (como Português, Matemática, Ciências, História, Geografia, entre outras) e fases
da Educação Básica (Ensino Fundamental e Médio). Eles determinavam os temas
fundamentais a serem abordados em cada disciplina, além das habilidades e
competências que os estudantes deveriam adquirir ao longo de sua trajetória escolar.
Além disso, ofereciam diretrizes sobre práticas de ensino, materiais didáticos e métodos
de avaliação, promovendo uma abordagem mais contextualizada, interdisciplinar e
voltada para o aluno.
Além dos conteúdos específicos de cada disciplina, os PCNs abordavam
questões transversais como ética, diversidade cultural, saúde, meio ambiente, orientação
sexual, entre outros, com o objetivo de promover uma educação mais ampla e
abrangente. Os PCNs foram adotados em todo o território nacional e tiveram um
impacto significativo na organização curricular das escolas do Brasil, influenciando a
formação de professores, a produção de materiais didáticos e as práticas pedagógicas.
Entretanto, enfrentaram desafios em relação à sua implementação efetiva e à
necessidade de se adaptarem às realidades locais e regionais. Desde a sua criação, os
PCNs passaram por revisões e ajustes, acompanhando as mudanças nas políticas
educacionais, nas demandas sociais e nas concepções pedagógicas ao longo do tempo.

2.2. Base Nacional Comum Curricular

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento normativo que


estabelece os conhecimentos, competências e habilidades que todos os estudantes
brasileiros devem desenvolver ao longo da Educação Básica, que inclui a Educação
Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. A BNCC foi instituída pela Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) em 2014, mas colocada em prática a
partir do ano de 2017 com o objetivo de garantir uma base curricular comum em todo o
país, promovendo a equidade, a qualidade e a integralidade da educação básica.
Sendo assim, a BNCC é dividida em três partes, uma para cada etapa da
Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio), e é
estruturada em campos de experiência (Educação Infantil) e áreas do conhecimento
(Ensino Fundamental e Médio), abrangendo as disciplinas tradicionais e competências
socioemocionais. A BNCC define um conjunto de competências gerais que os
estudantes devem desenvolver ao longo da Educação Básica, como pensamento
científico, crítico e criativo, argumentação, resolução de problemas, entre outras. Além
disso, estabelece habilidades específicas para cada disciplina e etapa de ensino.
Embora estabeleça uma base comum, a BNCC oferece flexibilidade para que as
escolas e redes de ensino possam adaptar os currículos de acordo com as realidades
locais, regionais e as necessidades específicas dos estudantes, desde que mantenham os
princípios e objetivos estabelecidos. Dessa forma, a BNCC não prevê um modelo único
de avaliação, deixando a cargo das redes de ensino e escolas a definição de estratégias e
instrumentos avaliativos alinhados aos objetivos e competências propostas. Sua
implementação é gradual e deve ocorrer em consonância com a formação de professores
e demais profissionais da educação.
A BNCC tem impacto significativo na organização curricular das escolas
brasileiras, exigindo revisões nos projetos pedagógicos, na formação de professores e na
produção de materiais didáticos. Seus desafios incluem a garantia da equidade na
educação, a formação docente adequada e a integração efetiva das competências
socioemocionais. Também os livros didáticos passaram por uma adequação para que
foram oferecidos as unidades temáticas e objetos de conhecimento dispostos na BNCC.

2.3. Livro Didático e PCN’s

O livro foi organizado por Célia Passos e Zeneide Silva, tendo sua 2º edição no
ano de 201.No final do livro vem confirmando estar dentro das normas dos PCNs. O
livro é utilizado no 3º ano do ensino fundamental. Este livro é do acervo do Laboratório
da Pedagogia – Laped, e é um exemplar Manual do Professor.

Tabela 1 – Capítulos do livro de matemática: Eu gosto m@is


Capítulo 1 Os números e um pouco da sua história
Capítulo 2 Os números no dia a dia
Capítulo 3 Sistema de numeração decimal – dezena
Capítulo 4 Números até 100
Capítulo 5 Sistema de numeração decimal – centena
Capítulo 6 Adição e subtração
Capítulo 7 Geometria
Capítulo 8 Adição com reagrupamento
Capítulo 9 Subtração com reagrupamento
Capítulo 10 Números pares e números ímpares
Capítulo 11 Multiplicação
Capítulo 12 Multiplicação com reagrupamento
Capítulo 13 Divisão
Capítulo 14 Fração
Capítulo 15 Medidas de comprimento
Capítulo 16 Medidas de capacidade
Capítulo 17 Medidas de massa
Capítulo 18 Tabelas e gráficos
Capítulo 19 Medidas de tempo
Capítulo 20 Sistema de numeração decimal – milhar
Capítulo 21 Geometria
Fonte: tabela elaborada pelos autores
Neste estudo, iremos focar nos capítulos 1 a 4 de maneira mais detalhada. Como
PCNs estabelecem diretrizes para a formulação de habilidades em Matemática nos Anos
Iniciais do Ensino Fundamental. Ao compararmos os PCNs com o livro didático Eu
gosto m@ais, podemos identificar como os capítulos a serem abordados se desdobram,
conforme apresentado na tabela abaixo.

Tabela 2 – Capítulos do livro de matemática: Eu gosto m@is


Capítulo 1- Os números e um pouco  Sistema de numeração egípcio;
da sua história
Capítulo 2 – Os números no dia a dia  Sistema de numeração decimal
 Os números estão em toda parte

Capítulo 3 – Sistema de numeração ---


decimal - dezena
Capítulo 4 – Números até 100  Dezenas exatas;
Fonte: tabela elaborada pelos autores
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais, a unidade temática "Os números e um
pouco da sua história" tem como objetivo principal o desenvolvimento do pensamento
numérico. Isso implica a compreensão e domínio de algumas noções fundamentais da
Matemática, tais como:

 Compreensão do sistema de numeração e suas propriedades;

 Reconhecimento dos diferentes tipos de números (naturais, inteiros, racionais,


irracionais, reais);

 Capacidade de operar com números em diversas situações;

 Entendimento do papel dos números na resolução de problemas do cotidiano e


em contextos matemáticos mais abstratos;

 Conhecimento da história dos números e dos sistemas de numeração ao longo do


tempo, para contextualizar e compreender melhor o seu significado e utilização
atualmente.

Esses objetivos visam proporcionar aos alunos uma base sólida para o
desenvolvimento de habilidades matemáticas e para a aplicação dos conceitos
numéricos em diferentes contextos.
O subtópico “Sistema de Numeração Egípcio” aborda a história e as
características desse sistema matemático utilizado pelos antigos egípcios para
representar números. No contexto da unidade temática "Os números e um pouco da sua
história" das Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), esse subtópico tem como
objetivo principal explorar a forma como os egípcios conceberam e utilizaram os
números em sua sociedade.

Dentro desse subtópico, os estudantes podem aprender sobre:

 A origem do sistema de numeração egípcio e sua evolução ao longo do tempo;

 Como o sistema egípcio se diferenciava dos sistemas de numeração


contemporâneos, incluindo o uso de símbolos para representar potências de 10;

 Como os egípcios representavam números usando uma combinação de símbolos,


como o uso de linhas horizontais para representar unidades e de outros símbolos
para representar dezenas, centenas;

 Exemplos de como os egípcios aplicavam seu sistema de numeração em


contextos como comércio, construção e astronomia.

Explorar o Sistema de Numeração Egípcio proporciona aos alunos uma


compreensão mais ampla da diversidade de sistemas matemáticos desenvolvidos ao
longo da história, além de ajudá-los a perceber a importância cultural e histórica dos
números e sistemas de numeração.

Na unidade temática "Os números no cotidiano", o objetivo é estimular o


pensamento numérico dos alunos. Esse progresso implica na assimilação e na habilidade
de aplicar certas noções essenciais da Matemática, incluindo:

 Compreensão do sistema de numeração decimal e suas propriedades, incluindo a


representação e compreensão dos números naturais, inteiros, fracionários e
decimais;

 Capacidade de realizar operações matemáticas básicas, como adição, subtração,


multiplicação e divisão, com números em diferentes contextos do dia a dia;
 Habilidade para aplicar conceitos e técnicas matemáticas na resolução de
problemas práticos do cotidiano, tais como problemas envolvendo dinheiro,
medidas, tempo, entre outros;

 Capacidade de estimar e fazer aproximações razoáveis em situações em que


cálculos precisos não são necessários ou possíveis;

 Habilidade para interpretar e analisar dados apresentados em diferentes


formatos, como tabelas, gráficos e diagramas, para tomar decisões e resolver
problemas.

Esses objetivos visam não apenas fornecer aos estudantes habilidades


matemáticas básicas, mas também capacitá-los a aplicar esses conceitos de forma
significativa em suas vidas cotidianas, tornando a Matemática uma disciplina relevante
e útil para eles.

Dentro do tema anterior, "Os números no dia a dia", podemos abordar os


seguintes subtemas relacionados ao sistema de numeração decimal e à presença dos
números em diferentes contextos:

1. Sistema de Numeração Decimal:


- Explicar o conceito do sistema de numeração decimal, destacando que é
baseado em dez algarismos (0 a 9) e na posição dos algarismos para representar valores.
- Discutir a importância do sistema decimal na nossa sociedade moderna, onde é
amplamente utilizado em transações financeiras, medidas, ciências, entre outros.
- Mostrar exemplos de como os números são representados no sistema decimal,
destacando a importância da ordem dos algarismos para determinar o valor do número.

2. Os Números Estão em Toda Parte:


- Explorar como os números estão presentes em diferentes aspectos do cotidiano,
como nas horas, na contagem de objetos, em preços de produtos, em medidas de peso e
volume, em placas de trânsito, entre outros.
- Destacar a importância de compreender e utilizar os números de forma eficaz
para resolver problemas práticos e tomar decisões informadas no dia a dia.
- Promover atividades práticas que envolvam a identificação e o uso dos
números em situações reais, como calcular o custo total de uma compra, converter
medidas de uma unidade para outra, interpretar horários em relógios analógicos e
digitais, entre outros.

Ao abordar esses subtemas, os alunos podem desenvolver uma compreensão


mais profunda do papel dos números em suas vidas diárias e fortalecer suas habilidades
numéricas, ao mesmo tempo em que reconhecem a importância do sistema de
numeração decimal como uma ferramenta fundamental na sociedade contemporânea.
Já unidade temática, “Sistema de numeração decimal - dezena" tem como foco
primordial o aprimoramento do pensamento numérico dos alunos. Esse
desenvolvimento implica na compreensão e domínio de algumas noções fundamentais
da Matemática. Como:
 Explorar os conceitos fundamentais do sistema de numeração decimal, incluindo
a compreensão de que é baseado em dez algarismos (0 a 9) e na posição dos
algarismos para representar valores.
 Capacidade de identificar e representar as dezenas dentro do sistema de
numeração decimal, reconhecendo que um número é composto por unidades
individuais e agrupamentos de dez unidades (dezenas).
 Compreender como as dezenas estão relacionadas a outras grandezas, como as
unidades e as centenas, e como essas relações podem ser utilizadas para realizar
operações matemáticas e resolver problemas do cotidiano.
 Habilidades para realizar operações matemáticas básicas envolvendo dezenas,
como adição, subtração, multiplicação e divisão, tanto de números isolados
quanto em contexto de problemas.
 Aplicar o conhecimento sobre dezenas em situações do dia a dia, como contar
objetos em agrupamentos de dez, calcular trocos em transações comerciais,
estimar quantidades e resolver problemas que envolvam dezenas de forma
significativa.

Ao focar nessas metas, os estudantes podem fortalecer sua compreensão do


sistema de numeração decimal e desenvolver habilidades matemáticas essenciais que
são fundamentais para o sucesso em áreas mais avançadas da Matemática e para a
resolução de problemas práticos na vida cotidiana.
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), dentro da unidade temática
"Números até 100 - dezena", o principal propósito é promover o desenvolvimento do
pensamento numérico dos alunos. Esse progresso envolve a compreensão e a
assimilação de conceitos fundamentais da Matemática, como:
 Os conceitos fundamentais do sistema de numeração decimal, especialmente no
que diz respeito aos números até 100, onde as dezenas desempenham um papel
significativo na representação numérica;
 Capacidade de identificar e representar as dezenas dentro do contexto dos
números até 100, reconhecendo que elas representam agrupamentos de dez
unidades e compreendendo seu papel na formação de números;
 Desenvolver habilidades de contagem e reconhecimento de padrões na
sequência dos números até 100, incluindo a capacidade de contar em dezenas e
identificar números ordinais dentro dessa sequência;
 Capacidade de comparar e ordenar números até 100, usando conceitos
relacionados às dezenas, como identificar qual número tem mais ou menos
dezenas e ordenar números em ordem crescente ou decrescente;
 Aplicar o conhecimento sobre números até 100 em situações práticas e
problemas do cotidiano, como calcular quantidades, determinar trocos em
transações comerciais, resolver problemas envolvendo medidas e estimar
quantidades.

Ao focar nessas metas, os estudantes podem fortalecer sua compreensão do


sistema de numeração decimal, especialmente no contexto dos números até 100, e
desenvolver habilidades matemáticas essenciais que são fundamentais para o sucesso
em áreas mais avançadas da Matemática e para a resolução de problemas práticos na
vida cotidiana.

2.4. Livro Didático e BNCC

O livro que será analisado agora foi organizado por Ângela Leite e Roberta
Taboada, tendo sua 6º edição no ano de 2017. Na capa há um selo confirmando estar de
acordo com a BNCC. O material faz parte do Programa Nacional do Livro e do Material
Didático (PNLD), anos 2019 a 2022. Este exemplar de pesquisa é utilizado pelo 3º ano
do ensino fundamental anos iniciais.

Tabela 3 – Capítulos do livro de matemática Aprender Juntos.


Capítulo 1 Números
Capítulo 2 Adição e subtração
Capítulo 3 Geometria
Capítulo 4 Multiplicação
Capítulo 5 Mais números
Capítulo 6 Grandezas e medidas
Capítulo 7 Multiplicação e divisão
Capítulo 8 Mais grandezas e medidas
Fonte: tabela elaborada pelos autores.

Neste trabalho trataremos de forma mais específica dos capítulos 1 a 4. De


acordo com a BNCC, as unidades temáticas de Matemática para o Ensino Fundamental
– Anos Iniciais irão orientar as habilidades a serem desenvolvidas pelos estudantes. A
partir de uma comparação do documenta básico nacional e o material didático livro
PNLD Aprender Juntos 3, os capítulos a serem estudados irão se decompor conforme a
tabela seguinte

Tabela 4 – Detalhamento dos capítulos estudados


 Os números ordinais;
 O sistema numérico decimal;
 Dezenas e centenas inteiras;
Capítulo 1-  Números até 999;
Números  Decomposição de números até 999;
 Ordem crescente e decrescente;
 Sequência numérica.
 Adição e subtração na reta numérica;
 Ideias de adição;
 Ideias de subtração;
Capítulo 2 –  Adição de trocas;
Adição e  Adição com ábaco e com algoritmo usual;
 Subtração com trocas;
Subtração
 Subtração com ábaco e com algoritmo usual;
 Mais adição com trocas;
 Mais subtração com trocas;
 Arredondamento e resultado aproximado;
 Cálculo mental.
 Figuras planas e figuras não planas;
 Vértices, faces e arestas;
 Cubo;
 Paralelepípedo;
Capítulo 3 -  Pirâmides;
 Prisma;
Geometria
 Cilíndrico, cone, esfera;
 Planificações;
 Figuras planas;
 Lados e vértices;
 Comparando figuras;
 Tangram;
 Movimentação;
 Movimentação de malha.
 Ideias de multiplicação;
 Vezes 2 e vezes 3;
 Vezes 4 e vezes 5;
Capítulo 4 –  Vezes 6 e vezes 7
Multiplicação  Vezes 8 e vezes 9;
 Vezes 10;
 Multiplicações com três números;
 2 vezes e vezes 2, 3 vezes e vezes 3, ...;
 Multiplicações por dezenas por dezenas e centenas;
 Multiplicações com a calculadora.
Fonte: tabela elaborada pelos autores.

Na BNCC, a unidade temática Números tem como objetivo desenvolver o


pensamento numérico, que implica algumas noções fundamentais da Matemática como

“quantificar atributos de objetos e de julgar e interpretar


argumentos baseados em quantidades. No processo da
construção da noção de número, os alunos precisam
desenvolver, entre outras, as ideias de aproximação,
proporcionalidade, equivalência e ordem.” (BNCC, p. 270)

Para tanto, a BNCC irá apresentar os seguintes objetos de conhecimento para os


estudos da unidade temática Números:
 Leitura, escrita, comparação e ordenação de números naturais de quatro ordens;
 Composição e decomposição de números naturais;
 Construção de fatos fundamentais da adição, subtração e multiplicação;
 Reta numérica;
 Procedimentos de cálculo (mental e escrito) com números naturais: adição e
subtração;
 Problemas envolvendo significados da adição e da subtração: juntar, acrescentar,
separar, retirar, comparar e completar quantidades;
 Problemas envolvendo diferentes significados da multiplicação e da divisão:
adição de parcelas iguais, configuração retangular, repartição em partes iguais e
medida;
 Significados de metade, terça parte, quarta parte, quinta parte e décima parte.
Também pensando na unidade temática de Geometria, a BNCC irá apresentar os
seguintes objetos de conhecimento para o 3º ano do Ensino Fundamental – Anos
Iniciais:
 Figuras geométricas planas (triângulo, quadrado, retângulo, trapézio e
paralelogramo): reconhecimento e análise de características;
 Congruência de figuras geométricas planas.

Interessante observar que o capítulo correspondente à Geometria no livro


didático apresenta conteúdos detalhados de figuras planas, e até mesmo o uso do recurso
Tangram, que consiste em um jogo para estimular o raciocínio na formulação de
imagens a partir de peças geométricas.
O livro didático Aprender Juntos 3 de fato está em conformidade com a BNCC.
Apresenta atividades correspondentes a fim de reforçar as habilidades previstas no
documento orientador. O livro também apresenta recursos que podem ser usados pelo
professor para além do livro, como material dourado, tangram, figuras e formas
geométricas.

3. APONTAMENTOS SOBRE LIVRO DIDÁTICO APRENDER JUNTOS 3

Dos capítulos analisados e seus conteúdos, notamos o uso de dois instrumentos


para ensino da Matemática. Os desenhos desses instrumentos foram apresentados no
livro do estudante, são eles o ábaco e o material dourado.
Já nas primeiras páginas do capítulo 1, para os estudos do sistema de numeração
decimal, o aluno é convidado a se relembrar do uso do material dourado a partir de uma
breve explicação. Compreende-se que a criança já conheça o material e seu uso.
De acordo com a pesquisadora Constance Kamii, o uso de materiais desenvolve
o raciocínio lógico, pois a criança começa a criar suas relações e associações diante dos
problemas. Dessa forma, podemos inferir que a criança faz sua abstração reflexiva
considerando a relação feita por ela acerca dos objetos-materiais a sua disposição. Não
conseguimos ter em mãos o livro Manual do Professor, então não é possível saber se o
uso do material dourado foi indicado ao professor para ser trabalhado no além livro.
Sobre as operações com dezenas e centenas, o livro didático coloca o ábaco
aberto. O ábaco também é um recurso muito interessante para o ensino de do valor
posicional e operações com centenas, dezenas e unidades. Ao longo dos capítulos esse
recurso é apresentado também para os conteúdos de adição com trocas, subtração com
trocas...
Os estudos sobre a importância de materiais concretos para o ensino de
matemática são inúmeros. Todos eles enfatizam como o material nos diversos níveis de
aprendizagem podem contribuir para melhor compreensão das atividades propostas. De
acordo com SILVA (2021)1
Desenvolver aulas utilizando materiais manuseáveis não é oferecer à
criança um “joguinho”, mas sim mostrar para a criança que é possível
aprender matemática utilizando objetos manuseáveis. Por isso é
importante o professor pensar, planejar e inserir em sua metodologia
ações concretas que desenvolvam a aprendizagem matemática nos
diversos níveis de ensino. (SILVA, p. 18, 2021)

No caso do material dourado, sua idealizadora, Maria Montessori defendeu o


desenvolvimento da criança com base nas experiencias sensoriais que a própria criança
terá contato, ressaltando que a cognição está associada à própria manipulação de
objetos, por exemplo. Dessa forma, a partir do desenvolvimento sensorial, a criança
adquiri autonomia e até mesmo gosto pelo aprendizado.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De modo geral, os PCNs destacam a importância de desenvolver conceitos


fundamentais de matemática no terceiro ano do Ensino Fundamental, como noções de
quantidade, números, operações básicas (adição, subtração, multiplicação e divisão),
geometria básica (formas geométricas simples) e medidas simples (comprimento,
massa, capacidade, tempo). Com isso, enfatiza a resolução de problemas como uma
estratégia central para o ensino de matemática, incentivando os alunos a aplicarem os
conceitos matemáticos aprendidos em situações práticas.
A BNCC enfatiza o desenvolvimento de competências e habilidades em
matemática, indo além do domínio de conteúdos específicos e buscando desenvolver a
capacidade dos alunos de resolver problemas, comunicar ideias matemáticas e
interpretar informações quantitativas. Busca integrar temas transversais, como
sustentabilidade, diversidade e cultura, ao ensino de matemática, promovendo uma
abordagem mais contextualizada e interdisciplinar. A BNCC estabelece uma progressão
de aprendizagem ao longo dos anos do Ensino Fundamental, garantindo a continuidade

1
Maria Da Solidade Vicente Da Silva In O material dourado como meio para aprendizagem da
matemática na educação básica do campo. UNB, 2021.
e aprofundamento dos conhecimentos matemáticos, além de promover a articulação
entre os diferentes conteúdos e áreas de conhecimento.
Consideramos que os documentos norteadores do professor (PCNs e BNCC) têm
papel fundamental para a prática pedagógica, da mesma forma, os livros didáticos
trazem consigo metodologias que o professor pode aprofundar, como no caso dos
materiais concretos ábaco e material dourado. Ou seja, os itens citados acima são
importantes para a compreensão do estudante, mas aparentemente, têm sido
insuficientes para o real entendimento sobre a matemática.

5. REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Ministério da Educação


e do Desporto: Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, 1997

SILVA, Maria Da Solidade Vicente da. O material dourado como meio para
aprendizagem da matemática na educação básica do campo. UNB, 2021. Disponível
em<https://bdm.unb.br/bitstream/10483/33335/1/2021_MariaDaSolidadeVicenteDaSilv
a_tct.pdf>, acesso em 27-02-2024.
ANEXO 1 – PLANO DE AULA
TEMA Composição e decomposição de números naturais: trabalhando os conceitos
introdutórios do Material Dourado
COMPONENTE CURRICULAR Matemática
UNIDADE TEMÁTICA Números
OBJETO DE CONHECIMENTO Composição e decomposição de números naturais
(EF03MA02) Identificar características do sistema de numeração decimal,
HABILIDADE utilizando a composição e a decomposição de número natural de até quatro
ordens.
Geral: Compor e decompor números naturais de até quatro ordens.
Específicos:
-Organizar o pensamento a partir do uso do material dourado;
OBJETIVOS - Fortalecer o entendimento do sistema de numeração decimal;
- Associar o material dourado com as trocas escritas e mentais de unidades,
dezenas e centenas.
TEMPO ESTIMADA 2 aulas de 50min
Aula 1 - Introdução à Composição e Decomposição de Números:

1. Início (10 minutos):


-Acolhimento aos alunos e revisão do conteúdo anterior sobre números naturais.
- Introdução do conceito de composição e decomposição de números,
explicando que é a forma como um número pode ser formado ou dividido em
partes.

2. Desenvolvimento (30 minutos):


- Demonstre o uso do Material Dourado para representar números. Mostre como
os cubinhos representam unidades, as barras representam dezenas e as placas
DESENVOLVIMENTO DAS AULAS
representam centenas.
OU - Faça exemplos simples de composição e decomposição de números, utilizando
o Material Dourado no quadro.
SITUAÇÕES DIDÁTICAS
- Divida os alunos em pequenos grupos e distribua conjuntos de Material
Dourado para que possam praticar a composição e decomposição de números
entre si.

3. Prática (10 minutos):


- Distribua folhas de atividades impressas com problemas envolvendo a
composição e decomposição de números.
- Oriente os alunos a resolverem os problemas individualmente, utilizando o
Material Dourado como apoio, se necessário.

Aula 2 - Aplicação dos Conceitos com Jogos e Atividades:

1. Revisão (10 minutos):


- Faça uma rápida revisão do conceito de composição e decomposição de
números, perguntando aos alunos o que aprenderam na aula anterior.

2. Desenvolvimento (30 minutos):


- Organize uma atividade lúdica, como um jogo de cartas, onde os alunos devem
formar números utilizando cartões numerados e, em seguida, decompor esses
números com o Material Dourado.
- Permita que os alunos criem seus próprios números para que seus colegas
decomponham, promovendo a prática da habilidade de pensar em composição e
decomposição de números.

3. Prática (10 minutos):


- Conclua a aula com uma atividade de reflexão, onde os alunos compartilham
suas experiências ao usar o Material Dourado e discutem como a composição e
decomposição de números os ajudou a compreender melhor os números
naturais.

- Distribua folhas de atividades impressas com problemas envolvendo a


composição e decomposição de números.
- Oriente os alunos a resolverem os problemas individualmente, utilizando o
Material Dourado como apoio, se necessário.
- Organize uma atividade lúdica, como um jogo de cartas, onde os alunos devem
ATIVIDADES PROPOSTAS
formar números utilizando cartões numerados e, em seguida, decompor esses
números com o Material Dourado.
- Permita que os alunos criem seus próprios números para que seus colegas
decomponham, promovendo a prática da habilidade de pensar em composição e
decomposição de números.
- Conclua a aula com uma atividade de reflexão, onde os alunos compartilham
suas experiências ao usar o Material Dourado e discutem como a composição e
decomposição de números os ajudou a compreender melhor os números
naturais.

Avaliação:
- Observe a participação dos alunos durante as atividades práticas, avaliando sua
compreensão dos conceitos de composição e decomposição de números.
AVALIAÇÃO - Verifique as respostas dadas nas folhas de atividades, observando se os alunos
conseguiram aplicar corretamente os conceitos aprendidos.

Você também pode gostar