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MATEMÁTICA BÁSICA I
Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral do Ceará – EEMTI
COLEÇÃO COMPONENTES
ELETIVOS FUNDANTES
2
P. ii
Parabéns por ter escolhido esta eletiva para o seu currículo, pois
o conhecimento dos números racionais fez diferença para a Hu-
manidade e pode fazer diferença em sua vida ajudando, entre outras
coisas, a ampliar o domínio dos números decimais, das frações,
porcentagens, proporções e a resolver problemas do cotidiano que
utilizem esses conteúdos.
Prepare-se para a viagem do conhecimento que, por meio da Ma-
temática, fará você aprender a aplicar métodos e a desenvolver
procedimentos científicos e práticos, para além da teoria. Algumas
das experiências que você vai realizar aqui foram desenvolvidas
por grandes escritores, cientistas, matemáticos e suas descobertas
podem abrir muitas portas para sua formação profissional.
Cada unidade que você vai estudar traz elementos para que, ao
final da Eletiva, seja desenvolvida uma atividade prática que você, o
professor e a turma irão produzir e apresentar em uma culminância
que irá acontecer no final desta eletiva.
O objetivo é que este material o/a auxilie a exercer o protagonismo
de modo que você identifique seus potenciais, interesses e paixões e
estabeleça estratégias e metas para alcançar seus próprios objetivos
em todas as dimensões. Logo, o presente material deve servir de
apoio para se atingir esse objetivo.
Sucesso e bom estudo!
P. 1
PARTE I
PARTE II
Habilidades Desenvolvidas
BNCC
(EM13MAT103) Interpretar e compreender textos científicos ou divulgados pelas mídias, que empregam
unidades de medida de diferentes grandezas e as conversões possíveis entre elas, adotadas ou não pelo
Sistema Internacional (SI), como as de armazenamento e velocidade de transferência de dados, ligadas
aos avanços tecnológicos.
(EM13MAT310) Resolver e elaborar problemas de contagem envolvendo agrupamentos ordenáveis ou
não de elementos, por meio dos princípios multiplicativo e aditivo, recorrendo a estratégias diversas,
como o diagrama de árvore.
(EM13MAT313) Utilizar, quando necessário, a notação científica para expressar uma medida, com-
preendendo as noções de algarismos significativos e algarismos duvidosos, e reconhecendo que toda
medida é inevitavelmente acompanhada de erro.
ENEM
H1 - Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações
- naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 - Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 - Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 - Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações
quantitativas.
H5 - Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
SAEB
D14 - Identificar a localização de números reais na reta numérica.
D15 - Resolver problema que envolva variação proporcional, direta ou inversa, entre grandezas.
P. 3
3 ≠ 5 = ≠2.
Da mesma forma, o resultado da divisão entre dois números naturais (com divisor não-nulo) pode ser
um número não inteiro, como no seguinte exemplo:
3 : 5 = 0,6.
Portanto, a operação de subtração fica bem definida no conjunto dos números inteiros Z, que amplia o
conjunto dos números naturais N. De fato, Z inclui os números naturais não-nulos
1, 2, 3, 4, . . . ,
Os números inteiros podem ser representados geometricamente na reta numérica: o número 0 marca
um ponto de referência na reta, chamado de origem: os números inteiros positivos são representados
por pontos marcados à direita da origem; os números inteiros negativos são representados por pontos
marcados à esquerda da origem. A distância entre pontos representando dois números consecutivos (por
exemplo, 3 e 4; ou ≠4 e ≠3) é sempre igual a 1. Veja que os pontos estão espaçados por intervalos de
mesmo comprimento na seguinte figura:
≠9 ≠8 ≠7 ≠6 ≠5 ≠4 ≠3 ≠2 ≠1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Resumindo, números opostos têm o mesmo módulo, que pode ser interpretado como a distância não
orientada da origem aos pontos que os representam: ou seja, os pontos que representam os números 3 e
≠3 estão à mesma distância da origem. Podemos representar o número oposto a um dado número n
como sua reflexão em torno do 0, isto é, em torno da origem da reta numérica, como na figura a seguir:
3
3
3
3 3
≠9 ≠8 ≠7 ≠6 ≠5 ≠4 ≠3 ≠2 ≠1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
A adição de números inteiros pode ser visualizada por meio de translações à esquerda e à direita
na reta numérica: por exemplo, a soma dos números inteiros positivos 2 e 3 pode ser representada do
seguinte modo:
+3
≠9 ≠8 ≠7 ≠6 ≠5 ≠4 ≠3 ≠2 ≠1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
+2
Agora, a soma do número inteiro positivo 3 e do número inteiro negativo ≠2 pode ser representada
geometricamente das seguintes formas:
3 + (≠2) = (≠2) + 3 = 1.
≠2
≠9 ≠8 ≠7 ≠6 ≠5 ≠4 ≠3 ≠2 ≠1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
+3
Observe, geometricamente, que o oposto do oposto de um número inteiro é o próprio número, isto é,
≠(≠n) = n,
P. 5 Seção 1.1
≠n n
o que justifica a “regra” de “menos com menos dá mais”, como vemos na escola.
≠3
≠9 ≠8 ≠7 ≠6 ≠5 ≠4 ≠3 ≠2 ≠1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
+2
Desta vez, para calcular a soma dos dois números inteiros negativos ≠3 e ≠2, podemos realizar um
dos seguintes procedimentos:
≠3 + (≠2) = ≠2 + (≠3) = ≠5
≠2
≠9 ≠8 ≠7 ≠6 ≠5 ≠4 ≠3 ≠2 ≠1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
≠3
Os números inteiros negativos como ≠2 e ≠3 são colocados entre parênteses nessas expressões para
não confundirmos o sinal +, que representa a operação de adição, e o sinal ≠, que faz parte do
próprio número! A dúvida que você deve ter, naturalmente, é: qual a relação do sinal “≠” em “≠2”
com o sinal de subtração que vimos anteriormente? Vamos esclarecer este ponto logo adiante.
Para tornar mais aceitáveis essas regras de sinais da adição de números inteiros, podemos usar um
exemplo com valores monetários: receitas (ganhos, lucros, poupanças) são representadas por números
inteiros positivos; despesas (gastos, prejuízos ou dívidas) são representadas por números inteiros negativos.
Assim sendo, observemos que
(v) quem deve 30 reais e ganha 20 reais, pode diminuir sua dívida de 30 para 10 reais: (≠30) + 20 =
≠10;
(vi) quem deve 30 reais e gasta mais 20 reais, aumenta sua dívida para (≠30) + (≠20) = ≠50 reais
“negativos”, isto é, 50 reais de dívidas.
Nos exemplos acima, percebemos que quando somamos um número inteiro negativo a um número inteiro
positivo, estamos, de fato, efetuando uma subtração. Por exemplo
30 + (≠20)
é, de fato, igual a
30 ≠ 20 = 10.
Da mesma forma,
(≠20) + 30 = 30 ≠ 20 = 10.
Na escola, normalmente, isto é ensinado como uma “regra” em que “mais com menos dá menos”.
Podemos resumir esta observação definindo a subtração de dois números inteiros:
A diferença de dois números inteiros m e n, nesta ordem, é definida como a soma de m com o oposto
de n, isto é,
m ≠ n = m + (≠n).
Agora, discutimos mais uma “ampliação” do nosso conjunto de números, necessária para que possamos
definir a divisão de um número inteiro qualquer por outro número inteiro não-nulo dado. Como vimos,
a divisão exata
8
8 : 4 ou
4
gera um número inteiro (de fato, um número natural), a saber, o número 2, uma vez que
8 = 4◊2.
No entanto, ao dividirmos
9
9:4 ou
4
não obtemos um número inteiro. De fato,
9 = 4◊2 + 1,
ou seja, temos um resto, igual a 1, nesta divisão. Escrevendo o quociente e o resto em termos de frações,
temos:
9 8 1 1
= + =2+ ·
4 4 4 4
Ou seja, ao dividirmos o resto 1 por quatro, geramos uma fração, 1/4, da unidade. Números desta forma
não são inteiros. Para dar sentido a estas divisões não-exatas, cujos resultados não são números em Z,
definimos o conjunto Q dos números racionais.
P. 7 Seção 1.2
Na sequência, vamos discutir, resumidamente, os números racionais por meio de exemplos. Iniciamos
observando que as frações
5 4 3 2 1 1 2 3 4 5
. . . , ≠ , ≠ , ≠ , ≠ , ≠ , 0, , , , , ,...
4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
(lêem-se “menos dois quartos”, “menos um quarto”, “um quarto”, “dois quartos”, e assim por diante)
representam pontos que dividem a reta numérica em segmentos de comprimentos iguais. Na seguinte
reta numérica
≠2 ≠1 0 1 1 2
4
a distância entre os pontos 0 e 1, igual a 1 unidade de medida, é 4 vezes maior do que a distância do
ponto 0 ao ponto 14 , que corresponde à fração
1
4
da unidade de medida. Assim,
1 4
4◊ = = 1.
4 4
Da mesma forma, de acordo com a figura,
≠2 ≠1 0 1 3 1 2
4 4
a distância entre os pontos 0 e 34 é dada pela fração 34 da unidade de medida e é 3 vezes maior do que a
distância entre os pontos 0 e 14 , ou seja,
1 3
3◊ = ·
4 4
De modo geral, dado um número natural m, a fração
m
4
representa um ponto cuja distância a 0 é m vezes maior do que a distância de 0 a 14 , ou seja,
m 1 1 1
= m◊ = + . . . + ·
4 4 ¸4 ˚˙ 4˝
m vezes
Por exemplo, veja na figura que a distância do ponto 0 ao ponto 2 é 8 vezes maior do que a distância
do ponto 0 ao ponto 14 , sendo dada por
8 1
= 8◊ ·
4 4
Observe também que essa distância é 2 vezes maior que a distância do ponto 0 ao ponto 1, ou seja,
8
= 2,
4
8
o que explica, geometricamente, que a fração 4 expressa a divisão 8 : 4. Marcamos, na seguinte figura,
algumas das frações da forma m4:
≠2 ≠1 1 2
≠9 ≠8 ≠7 ≠6 ≠5 ≠4 ≠3 ≠2 ≠1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Esta é, como vimos antes, uma forma de expressar a divisão com resto
9 = 4◊2 + 1.
2
Observe, também, que a distância de 0 a 4 é metade da distância de 0 a 1, isto é,
2 1
= ·
4 2
1 2 n≠1 n
, ,..., , =1
n n n n
dividem o segmento de 0 a 1 em n segmentos de comprimentos iguais. Dado outro número natural m,
a fração
m
n
1
representa um ponto cuja distância a 0 é igual a m vezes a distância de 0 ao ponto n, ou seja,
m 1 1 1
= m◊ = + . . . +
n n ¸n ˚˙ n˝
n vezes
Temos, então, os números racionais como pontos na reta numérica associadas aos números inteiros
e às frações
5 4 3 2 1 1 2 3 4 5
. . . , ≠ , ≠ , ≠ , ≠ , ≠ , 0, , , , , ,...
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
5 4 3 2 1 1 2 3 4 5
. . . , ≠ , ≠ , ≠ , ≠ , ≠ , 0, , , , , ,...
3 3 3 3 3 3 3 3 3 3
5 4 3 2 1 1 2 3 4 5
. . . , ≠ , ≠ , ≠ , ≠ , ≠ , 0, , , , , ,...
4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
e assim por diante.
P. 9 Seção 1.3
Diferentes frações podem representar um mesmo número racional. De fato, frações equivalentes
estão associadas a um mesmo ponto na reta numérica e correspondem a uma dada distância do ponto 0,
expressa em diferentes unidades de medida. Por exemplo, as frações
2 3
e
4 6
são equivalentes por representarem o mesmo ponto na reta numérica. De fato, temos:
O P
O P
Na primeira reta, dividimos o segmento de 0 a 1 em 6 partes iguais: a unidade de medida passa a ser
1/6 da unidade inicial. Nesta nova unidade, a distância do ponto O, associado a 0, e o ponto P é igual
a 3/6. Na segunda reta, dividimos o segmento de 0 a 1 em 4 partes iguais: a unidade de medida passa a
ser 1/4 da unidade inicial. Nesta outra unidade, a distância do ponto O, associado a 0, e o ponto P é
igual a 2/4. Logo, geometricamente, comprovamos que
2 3
=
4 6
correspondem ao mesmo ponto na reta, isto é, ao mesmo número racional.
Note que, se multiplicarmos cada um dos lados dessa igualdade por 12, que é um múltiplo comum de
4 e 6, a igualdade se mantém:
2 3
12◊ = 12◊ ·
4 6
Esta segunda igualdade é verdadeira, pois, do lado esquerdo, temos
2 1 1
12◊ = 12◊2◊ = 2◊12◊ = 2◊3 = 6,
4 4 4
enquanto o lado direito é dado por
3 1 1
12◊ = 12◊3◊ = 3◊12◊ = 3◊2 = 6.
6 6 6
Como a segunda igualdade é verdadeira, a primeira também o é. Logo, “comprovamos” que as frações
são equivalentes.
m p
=
n q
é verdadeira se, e somente se,
q ◊m = p◊n.
Nestas expressões, m, n, p e q são números naturais, com n e q diferentes de 0.
De fato, basta multiplicarmos cada um dos lados da igualdade pelo produto q ◊n, obtendo
m p
q ◊n◊ = q ◊ n◊ ,
n q
igualdade que pode ser reescrita como
1 1
q ◊m◊n◊ = n ◊ p◊ q ◊ ,
n q
Seção 1.3 P. 10
Por exemplo, no caso das frações 24 e 36 , multiplicando tanto o numerador quanto o denominador por
3 e por 2, respectivamente, obtemos:
2 2◊ 3 6
= =
4 4◊ 3 12
e
3 3◊ 2 6
= = ,
6 6◊ 2 12
o que corresponde, na reta, a particionarmos cada segmento de comprimento 14 em 3 partes e cada
segmento de comprimento 16 em 2 partes, conforme representado nas seguintes figuras:
Note que os comprimentos realçados nas duas retas numéricas são iguais, o que justifica, geometrica-
mente, a equivalência das frações. Observe, também na figura, que
6 9
= ·
4 6
Podemos, portanto, particionar um dado segmento (por exemplo, o segmento de 0 a 1) em mais
segmentos de comprimento menor, multiplicando numerador e denominador por um mesmo fator.
Inversamente, podemos particionar um dado segmento em menos segmentos de comprimento maior,
9
dividindo numerador e denominador por um mesmo fator. Por exemplo, consideremos as frações 12 e
12
16 , representadas nas retas numéricas abaixo:
0 9 1
12
0 12 1
16
P. 11 Seção 1.3
9
Dividindo tanto os numeradores quanto os denominadores das frações 12 e 12
16 por 3 e por 4,
respectivamente, obtemos:
9:3 3
=
12 : 3 4
e
12 : 4 3
=
16 : 4 4
o que significa, geometricamente, termos segmentos com comprimentos 3 vezes maior na primeira reta e
4 vezes maior na segunda:
0 9 1
12
0 9
= 3 1
12 4
0 12 1
16
0 12
= 3 1
16 4
A equivalência das frações que vimos acima pode ser representada utilizando-se “pizzas” ou barras
como segue. Por exemplo, as fatias destacadas das pizzas
3 6 9 12
4 8 12 16
representam as frações equivalentes indicadas abaixo de cada uma delas. Essas mesmas frações podem
ser visualizadas nas barras como as partes destacadas, todas de mesmo comprimento:
12
= 16
12
= 16
6
= 8
3
= 4
Uma infinidade de frações equivalentes a uma dada fração pode ser obtida, portanto, multiplicando
ou dividindo numerador e denominador por um mesmo fator. Por exemplo, multiplicando-os por 2, 3, 4,
e assim por diante, temos
3 6 9 12
= = = = ...
4 8 12 16
Seção 1.3 P. 12
Da mesma forma, divisões sucessivas do numerador e denominador (isto é, simplificações das frações)
produzem uma sequência de frações equivalentes
32 24 16 8
... = = = =
20 15 10 5
em que a última é irredutível. Isto significa que 5 e 8 não têm divisores comuns além de 1. Portanto,
não há mais como dividir, com resto 0, tanto o numerador quanto o denominador por um mesmo número.
Lembremos, de nosso estudo anterior, que, neste caso, dizemos que 5 e 8 são primos entre si, ou seja,
MDC(5,8) = 1.
Todas as frações equivalentes a uma fração dada são equivalentes a uma fração irredutível. Esse
conjunto de frações equivalentes, com uma representante que é irredutível, define uma mesma
quantidade ou mesmo ponto na reta numérica. Mais precisamente, define um número racional.
24 24 : 3 8
= = ·
15 15 : 3 5
Concluímos que cada número racional positivo é representado por uma fração da forma
m
,
n
onde m e n são números naturais, com n ”= 0. Esse mesmo número pode ser representado por todas as
frações equivalentes a esta. Por exemplo, todas as frações da forma
m◊ a
,
n◊a
onde a é um número natural, não-nulo, representam um mesmo número racional. Além disso, se b é um
divisor comum de m e n, as frações da forma
m:a
n:a
também representam um mesmo número racional. Por exemplo, temos as equivalências das seguintes
frações:
3 6 12 18
= = = = ...
2 4 8 12
somente se,
mp = qn.
Aqui, m, n, p, q são números naturais, com p ”= 0 e q ”= 0. No exemplo acima, temos
3 6
= ,
2 4
pois
3◊4 = 2◊6 = 12.
Note também, por exemplo, que
9 9:3 3 3◊2 6
= = = = ,
6 6:3 2 2◊2 4
P. 13 Seção 1.4
donde verificamos, uma vez mais, que 96 = 64 . Outra forma de comprovarmos essa equivalência é pela
igualdade do “produto dos meios pelos extremos”:
9◊4 = 6◊6.
Até este ponto, definimos os números racionais positivos como pontos na reta numérica que
corresponde a frações equivalentes a uma fração da forma m n , onde m e n são números naturais, com
n ”= 0. Dado um número racional representado por m n , seu oposto ou simétrico será um número
1
representado por ≠mn . Por exemplo, o oposto de 4 será ≠1
4 . Em geral, números opostos um ao outro
aparecem, na reta, em posições simétricas em relação à origem 0:
Denotamos o oposto de m
n por ≠ m
n . Note que
m 1 m2
+ ≠ = 0.
n n
Observe, geometricamente, que o oposto do oposto de um número racional é o próprio número, isto é,
1 ≠m 2 m
≠ = ,
n n
≠m m
n n
o que justifica a “regra” de “menos com menos dá mais”, como vemos na escola.
Com isso, finalizamos nossa apresentação do conjunto Q dos números racionais, que será formado
pelo números racionais positivos, por seus opostos, que formam os números reais negativos, e pelo 0.
Temos
N µ Z µ Q.
Vamos retomar o exemplo da divisão com restos 9 : 4. O algoritmo euclidiano da divisão dos números
naturais assegura que temos quociente igual a 2 e resto igual a 1. No entanto, podemos “continuar” esse
algoritmo usando frações, isto é, usando números racionais (não-inteiros). Executaremos o seguinte
procedimento, em que usaremos equivalência de frações:
9 = 4◊2 + 1
10
= 4◊2 +
10
1
= 4◊2 + ◊(4◊2 + 2)
10
1 2
= 4◊2 + ◊4◊2 +
10 10
1 2◊10
= 4◊2 + ◊4◊2 +
10 10◊10
1 1
= 4◊2 + ◊4◊2 + ◊20
10 1◊100
1 1
= 4◊2 + ◊4◊2 + ◊4◊5.
10 100
Seção 1.4 P. 14
Na primeira igualdade, usamos o algoritmo da divisão para números naturais, obtendo resto igual a 1.
Na segunda igualdade, usamos o fato de que
10
= 1.
10
Na terceira igualdade, usamos o algoritmo da divisão para números naturais, dividindo 10 por 4 e
obtendo
10 = 4◊2 + 2
Para a quinta e sexta igualdades, usamos a equivalência de frações
2 2◊10 20 1
= = = ◊20.
10 10◊10 100 100
Por fim, na sétima igualdade, dividimos 20 : 4 obtendo
20 = 4◊5.
Na expressão entre parênteses, temos frações decimais, isto é, frações cujos denominadores são potências
de dez como 10, 100, 1 000, etc. Escrevemos o resultado da divisão, agora completa, como
9 = 4◊2,25,
ou seja
9
9:4= = 2,25.
4
1
Note que o algarismo 2 depois da vírgula é o algarismo que aparece multiplicado por 10 e o algarismo 5,
1
também depois da vírgula, é o algarismo que aparece multiplicado por 100 , na expansão decimal em
(1.1).
Concluímos, com este exemplo, que a fração 94 (que expressa a divisão 9 : 4) é representada pelo
número na forma decimal 2,25. Vejamos mais um exemplo dessa representação de frações por
números decimais. Considere a divisão 9 : 8. Repetindo o procedimento acima, temos:
9 = 8◊1 + 1
10
= 8◊1 +
10
1
= 8◊1 + ◊(8◊1 + 2)
10
1 2
= 8◊1 + ◊8◊1 +
10 10
1 2◊10
= 8◊1 + ◊8◊1 +
10 10◊10
1 1
= 8◊1 + ◊8◊1 + ◊20
10 1◊100
1 1
= 8◊1 + ◊8◊1 + ◊(8◊2 + 4)
10 100
1 1 4
= 8◊1 + ◊8◊1 + ◊8◊2 +
10 100 100
1 1 4◊10
= 8◊1 + ◊8◊1 + ◊8◊2 +
10 100 100◊10
1 1 1
= 8◊1 + ◊8◊1 + ◊8◊2 + ◊40
10 100 100◊10
1 1 1
= 8◊1 + ◊8◊1 + ◊8◊2 + ◊8◊5.
10 100 1 000
P. 15 Seção 1.4
Outra forma, mais direta, de realizar essas contas de expansão decimal é encontrarmos frações
equivalentes às frações dadas, com denominadores dados por potências de dez como 10, 100, 1 000,
dentre outras. Por exemplo, temos, multiplicando numerador e denominador de 94 por 25, a seguinte
equivalência de frações:
9 9◊25 225
= = .
4 4◊25 100
Esta fração da direita se escreve como 2,25, pois
225 200 20 5 1 1
= + + = 2 + 2 ◊ + 5◊ ,
100 100 100 100 10 100
como havíamos escrito na expansão, entre parênteses, em (1.1).
Da mesma forma, temos
9 9◊125 1 125
= = .
8 8◊125 1 000
Esta fração da direita se escreve como 2,25, pois
1 225 1 000 200 20 5 1 1 5
= + + + = 1 + 2 ◊ + 2◊ + = 1,125,
1 000 1 000 1 000 1 000 1 000 10 100 1 000
como havíamos escrito na expansão, no lado direito de (1.2).
Finalizando essa sequência de exemplos, vejamos o caso da divisão 9 : 7 ou da fração 97 . Neste caso,
deduziremos que não é possível encontrar uma fração equivalente cujo denominador seja uma potência
de dez. Vejamos:
9 7 2 7 20 1 1 1 1 1
= + = + = 1 + ◊ ◊(7◊2 + 6) = 1 + ◊2 + ◊ ◊6
7 7 7 7 70 10 7 10 10 7
1 1 1 1 1 1
= 1 + ◊2 + ◊ ◊60 = 1 + ◊2 + ◊ ◊(7◊8 + 4)
10 100 7 10 100 7
1 1 1 1 1 1 1 1
= 1 + ◊2 + ◊8 + ◊ ◊40 = 1 + ◊2 + ◊8 + ◊ ◊(7◊5 + 5)
10 100 1000 7 10 100 1000 7
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
= 1 + ◊2 + ◊8 + ◊5 + ◊ ◊50 = 1 + ◊2 + ◊8 + ◊5 + ◊ ◊(7◊7 + 1)
10 100 1000 10000 7 10 100 1000 10000 7
1 1 1 1 1 1
= 1 + ◊2 + ◊8 + ◊5 + ◊7 + ◊ ◊10
10 100 1000 10000 100000 7
1 1 1 1 1 1
= 1 + ◊2 + ◊8 + ◊5 + ◊7 + ◊ ◊(7◊1 + 3)
10 100 1000 10000 100000 7
1 1 1 1 1 1 1
= 1 + ◊2 + ◊8 + ◊5 + ◊7 + ◊1 + ◊ ◊30
10 100 1000 10000 100000 1000000 7
1 1 1 1 1 1 1
= 1 + ◊2 + ◊8 + ◊5 + ◊7 + ◊1 + ◊ ◊(7◊4 + 2)
10 100 1000 10000 100000 1000000 7
1 1 1 1 1 1 1 2
= 1 + ◊2 + ◊8 + ◊5 + ◊7 + ◊1 + ◊4 + ◊
10 100 1000 10000 100000 1000000 1000000 7
Note que, após vários passos no algoritmo da divisão, voltamos à fração 27 , mas multiplicada por 1 0001 000 .
Portanto, teríamos que recomeçar, seguindo os mesmos passos, periodicamente. Logo, a expansão
decimal, nesse caso, é infinita e periódica. Temos:
9 1 1 1 1 1 1 1 2
= 1 + ◊2 + ◊8 + ◊5 + ◊7 + ◊1 + ◊4 + ◊
7 10 100 1000 10000 100000 1000000 1000000 7
= 1,285714 + 0,000000285714 + . . .
= 1,285714285714 . . .
Seção 1.5 P. 16
Todo número racional tem uma expansão decimal, finita ou infinita, com potências de dez, tanto
positivas quanto negativas. Portanto, um número racional pode ser representado tanto na forma de
fração quanto na forma de um número decimal.
Sequência 1
Exercício 1.1 Represente geometricamente as seguintes frações, usando setores circulares (“pizzas”)
ou barras.
3 4 4 6
(a) 5· (b) 5· (c) 10 · (d) 10 ·
Em seguida, coloque as frações em ordem crescente.
Solução. A figura seguinte traz as representações geométricas das frações usando “pizzas”.
3 4 4 6
5 5 10 10
Observe, a partir dessas figuras, que 35 < 45 , o que é natural, visto que a primeira fração corresponde a 3
partes dentre 5 enquanto a segunda equivale a 4 partes dentre 5. Portanto, a segunda fração corresponde
4 6
a mais partes. De modo similar, deduzimos que 10 < 10 · Também com base nas figuras observe que
4 4
10 < 5 . De fato, a primeira fração corresponde a 4 unidades divididas em 10 partes enquanto a segunda
equivale a 4 unidades, mas divididas em 5 partes e, portanto, em partes maiores. Finalmente, note que
3 6 3 6
5 e 10 representam a mesma fração da pizza. Portanto, essas frações são equivalentes: 5 = 10 ·
Utilizando barras, as frações poderiam ser representadas do seguinte modo:
3
= 5
4
= 5
4
= 10
6
= 10
11 12 13 14
(a) 5 · (b) 5 · (c) 5 · (d) 5 ·
Em seguida, represente as frações utilizando segmentos da reta numérica. De quais números naturais
essas frações estão mais próximas?
11 = 10 + 1 = 5◊2 + 1.
Logo
11 1
=2+ ·
5 5
P. 17 Seção 1.5
2 2 15 2 25 2 35 2 45 3 = 2 55
Exercício 1.3 Associe cada um dos pontos A, B, C, D e E a uma das frações nas alternativas seguintes:
A B C D E
0 1 1 3 2 5 3
2 2 2
13 16 8 10 2
(a) 6 (b) 12 (c) 3 (d) 12 (e) 6
1 2 3 4
(a) 5 de 75. (b) 5 de 75. (c) 5 de 75. (d) 5 de 75.
Em seguida, represente-as utilizando barras.
Solução. Observamos que dividindo 75 em 5 partes iguais, cada uma dessas partes corresponde a
1
5 de 75, ou seja, é igual a
1 75
◊75 = = 15.
5 5
Somando essas 5 partes, temos 5◊15 = 75. Somando 2 dessas partes, obtemos
2 75
◊75 = 2◊ = 2◊15 = 30.
5 5
Da mesma forma, calculamos
3
◊75 = 3◊15 = 45
5
e
4
◊75 = 4◊15 = 60.
4
Representando essas frações de 75, utilizando barras, temos as seguintes ilustrações.
= 15
= 30
= 45
= 60
⌅
Seção 1.5 P. 18
Exercício 1.7 Em uma turma da primeira série, há 6 alunas para cada 5 alunos. Essa proporção será
a mesma, caso ingressem exatamente mais 2 alunos e 2 alunas nesta turma? E caso dobrássemos o
número de alunos e o número de alunas? Justifique suas respostas com cálculos, barras, pizzas ou
segmentos da reta numérica, conforme preferir.
3 4 12 12 3
(a) 4 (b) 3 (c) 9 (d) 3 (e) 12
52 52 55 52 55
(a) 25 (b) 24 (c) 25 (d) 55 (e) 52
3 4 12 3
(a) 4 de 180 (b) 3 de 180 (c) 3 de 180 (d) 12 de 180
27 144 60 145 62
(a) 125 (b) 81 (c) 128 (d) 250 (e) 58
Exercício 1.12 Qual fração representa a soma das frações ilustradas pelas barras na seguinte figura?
P. 19 Seção 1.5
Exercício 1.13 Qual fração representa a soma das frações ilustradas pelas “pizzas” na seguinte figura?
Sequência 2
Exercício 1.16 — SAT - adaptado. A tabela seguinte classifica 103 elementos químicos como metais,
metalóides ou não-metais, e como sólidos, líquidos e gasosos em temperatura e pressão normais.
9 9 9 9 8 6 3 20
(a) , , e . (c) , , e .
7 11 20 13 20 10 15 25
1 2 1 2 1 1 1 1
(b) , , e . (d) , , e .
5 11 6 13 6 5 7 9
Em seguida, localize essas frações na reta numérica.
Seção 1.5 P. 20
(a) José errou 5 exercícios dessa prova. Escreva a fração que representa o número de erros cometidos
por José em relação ao total de questões da prova.
(b) Obtenha também a fração que representa o número de acertos de José.
(c) Henrique errou 15 dos exercícios dessa prova. Quantos exercícios ele acertou?
Solução. A fração que representa a razão entre o número de erros cometidos por José e o número
total de questões da prova é
“número de erros” 5 5:5 1
= = = ·
“número total de questões” 15 15 : 5 3
Logo, podemos dizer que José errou 13 das questões da prova. De fato, dividindo o número total de 15
questões em 3 partes iguais, temos partes com 5 questões, exatamente o número de questões em que
José cometeu erros. Também concluímos que ele acertou 10 questões, ou seja, os outros 23 da prova.
Agora, dividindo o número total de questões em 5 partes iguais, obtemos partes com 3 questões
cada. Ou seja, 15 do número de questões equivale a 3 questões. Essa foi a quantidade de acertos de
Henrique. ⌅
Exercício 1.19 Para encher 34 de uma piscina, são necessários 30.000 litros de água. Qual é a
capacidade da piscina?
Exercício 1.20 Vinte amigos resolveram alugar uma casa de praia para passar uma temporada. O
valor do aluguel deveria ser dividido igualmente entre todos eles. No entanto, no dia do passeio, dois
dos vinte amigos desistiram, de forma que o valor do aluguel teve de ser dividido igualmente apenas
entre aquelas que compareceram. A fração do valor total do aluguel pago por cada um dos amigos
que compareceu é
1 18 1 1 2
(a) · (b) · (c) · (d) · (e) ·
20 20 10 18 18
1
Com menos pessoas para dividir o aluguel, a fração que cada um deve pagar aumentou de 20 para
1
18 · ⌅
Exercício 1.21 Qual a forma irredutível da fração correspondente à região pintada de vermelho na
bandeira representada abaixo?
P. 21 Seção 1.5
Exercício 1.22 Mateus e Guilherme trabalham na mesma empresa e recebem o mesmo salário. Mateus
1 2
economiza 6 do seu salário, enquanto Guilherme economiza 11 . Qual dos dois consegue economizar
mais?
1 2
Solução. Basta observarmos que 6 = 12 · Como
2 2
< ,
12 11
concluímos que Mateus economiza menos que Guilherme. ⌅
Exercício 1.23 César gastou 14 da mesada na compra de um livro e 25 na compra de duas revistas.
Solução. Observe que o mínimo múltiplo comum aos denominadores 4 e 5 é 20, o produto dos dois
denominadores. Vimos antes que isso ocorre porque 3 e 5 não têm fatores comuns, isto é, são primos
entre si. Portanto, temos as seguintes equivalências de frações
1 1◊5 5 2 2◊4 8
= = e = = ,
4 4◊5 20 5 5◊4 20
representada nas seguintes “pizzas”:
= =
1 5 2 8
4 20 5 20
Concluímos que as duas revistas, juntas, são mais caras que o livro. Além disso, somando as frações
da mesada, representadas pelas duas compras, deduzimos que César gastou
5 8 13
+ =
20 20 20
de sua mesada. Representando essa soma com “pizzas”, temos
+ =
5 8 13
20 20 20
1
Como a mesada é de 120 reais, 20 da mesada é igual a 120 ÷ 20 = 6 reais. Logo, 13
20 da mesada
equivalem a 13 6 = 78 reais. Portanto, após as compras, César ficou com 120 ≠ 78 = 120 ≠ 80 + 2 = 42
◊
reais. Note que esses 42 reais restantes correspondem a
20 13 7
≠ = da mesada.
20 20 20
1 7
De fato, como 20 da mesada são 6 reais, 20 dela são 7◊6 = 42 reais. ⌅
Seção 1.5 P. 22
5
Exercício 1.24 Fernando juntou 12 das figurinhas de um álbum de jogadores de futebol. Ainda faltam
63 figurinhas para completar o álbum. Quantas figurinhas tem o álbum completo?
Exercício 1.25 Na última eleição para a prefeitura da cidade de Numeropólis, os candidatos Arquime-
des e Euclides obtiveram, respectivamente, 14 e 25 do total de votos válidos. Sabendo que o restante
do total de votos válidos, ou seja, 6.300 votos, foi dado ao candidato Tales, pergunta-se: quantos
votos cada um dos candidatos recebeu? Qual dos três candidatos foi eleito?
Solução. Representemos as frações de votos válidos dos candidatos Arquimedes e Euclides por
pontos na reta numérica como segue
0 1 1
4
0 2 1
5
Particionando cada um dos 4 segmentos de comprimentos iguais entre 0 e 1 na primeira reta em 5 partes
iguais e cada um dos 5 segmentos de comprimentos iguais entre 0 e 1 na segunda reta em 4 partes iguais,
obtemos
0 1
= 5 1
4 20
0 2
= 8 1
5 20
0 5
+ 8 1
20 20
0 13 1
20
P. 23 Seção 1.5
Esses 13
20 dos votos válidos correspondem ao total de votos dos candidatos Arquimedes e Euclides.
Logo, os votos válidos restantes, do candidato Tales, correspondem a
20 13 7
≠ =
20 20 20
7 1
dos votos. Assim, 20 dos votos equivalem a 6.300 votos. Portanto, 20 dos votos é igual a 6.300 ÷ 7 = 900.
Assim, o total de votos é igual a 12 900 = 10.800 votos. Concluímos que a distribuição de votos válidos
◊
foi a seguinte:
5
(a) votos recebidos por Arquimedes: 20 dos votos válidos, ou 5◊900 = 4.500 votos;
8
(b) votos recebidos por Euclides: 20 dos votos válidos, ou 8◊900 = 7.200 votos;
7
(c) votos recebidos por Tales: 20 dos votos válidos, ou 7◊900 = 6.300 votos,
o que comprova que Euclides foi o candidato vencedor. ⌅
Sequência 3
Exercício 1.26 — Revista Canguru 2020. Qual das frações a seguir tem o maior valor?
Solução. Note que as frações em (b) e (c) são ambas iguais a 1, uma vez que
3+5 8 8 8
= =1 e = = 1.
8 8 3+5 8
Além disso, a fração em (e) é menor que 1, pois
3 3
= < 1.
8+5 13
Finalmente, comparemos as frações em (a) e (d), ambas maiores que 1. Temos
8+5 13 65 8+3 11 33
= = e = = .
3 3 15 5 5 15
Concluímos que a fração na alternativa (a) é maior que a fração na alternativa (d) e, portanto, é a
maior das cinco. ⌅
3 4 2 2 4 2 2 4 3
(a) , , . (c) , , . (d) , , .
7 9 5 3 6 4 3 7 4
2 1 1 3 4 2
(b) , , . (e) , , .
3 2 4 3 5 3
Exercício 1.28 — ENEM 2014. André, Carlos e Fábio estudam em uma mesma escola e desejam saber
quem mora mais perto da escola. André mora a cinco vinte avos de um quilômetro da escola. Carlos
mora a seis quartos de um quilômetro da escola. Já Fábio mora a quatro sextos de um quilômetro da
escola.
A ordenação dos estudantes de acordo com a ordem decrescente das distâncias de suas respectivas
casas à escola é
Solução. Representemos na seguinte reta numéricas as distâncias das casas de André, o ponto A,
Carlos, ponto C, e Fábio, o ponto F , à escola , o ponto O (origem), que são, respectivamente, dadas
5 6
pelas frações 20 , 4 e 46 :
O A F C
0 5
= 3 4
= 8 1 6
= 18 2
20 12 6 12 4 12
Observação 1.4 Para verificar essa ordem de outro modo, podemos usar as seguintes equivalências
das frações:
4 4◊ 2 8 6 6◊ 3 18
= = e = = ·
6 6◊ 2 12 4 4◊ 3 12
Temos também
5 5:5 1 1◊3 3
= = = = ·
20 20 : 5 4 4◊3 12
3 8 18
Assim, uma vez que 12 < 12 < 12 , como representado na reta, comprovamos a resposta que já
tínhamos deduzido.
Exercício 1.29 — ENEM 2016. Nas construções prediais são utilizados tubos de diferentes medidas
para a instalação da rede de água. Essas medidas são conhecidas pelo seu diâmetro, muitas vezes
medido em polegada. Alguns desses tubos, com medidas em polegada, são os tubos de 1/2, 3/8 e
5/4. Colocando os valores dessas medidas em ordem crescente, encontramos
1 4 5 10
Solução. Note que 2 = 8 e 4 = 8 . Portanto, temos a representação das frações 12 , 3
8 e 54 , na reta
numérica, como segue.
0 3 1 1 5 2
8 2 4
Exercício 1.30 Determine a localização e a distância entre os pontos na reta numérica que representam
4
as frações 6 e 64 . Faça o mesmo para as frações 3
8 e 54 ·
Exercício 1.31 — Revista Canguru 2020. Num desses quadrados menores também foi desenhada uma
diagonal.
4 3 4 1 1
(a) 5 (b) 8 (c) 9 (d) 3 (e) 2
Exercício 1.32 — Banco OBMEP. Qual dos números a seguir está situado entre 25 e 34 ?
1 4 5 4 1
(a) 6· (b) 3· (c) 2· (d) 7· (e) 4·
2 4
< ,
5 7
uma vez que, multiplicando os dois lados da desigualdade por 35, obteremos 2◊7 = 14 < 5◊4 = 20. Do
mesmo modo, para verificar que
4 3
< ,
7 4
multiplicamos ambos os lados da desigualdade por 28, obtendo 16 < 21. Portanto, a alternativa correta
é a de letra (d). Para finalizar, representemos essas cinco frações na reta numérica de acordo com a
figura que segue.
Seção 1.5 P. 26
0 1 1 2 4 3 1 4 2 5
6 4 5 7 4 3 2
Exercício 1.33 Em cada planeta do Sistema Solar, um ano (período orbital) pode ser definido como
o número de dias terrestres para que o planeta complete uma volta em torno do Sol. Vejamos, na
tabela que segue, a duração aproximada dos anos em alguns planetas.
Exercício 1.34 — Banco OBMEP 2006. A sexta parte dos alunos de uma classe usam óculos. Dentre
1
os que usam óculos, 3 são meninas. Além disso, 4 meninos usam óculos. Quantos são os alunos dessa
classe?
Solução. De acordo com o enunciado, 16 dos alunos usam óculos. Desses, 13 são meninas e, portanto,
2
3 são meninos, o que corresponde a 4 alunos. Observe que 13 de 16 é dado por
1 1 1
◊ = ·
3 6 18
1 1
De fato, dividindo 6 em três partes iguais, temos 18 . Veja o modelo desse cálculo usando barras:
P. 27 Seção 1.5
1
Voltando à resolução do problema, concluímos que 18 do total de alunos equivale a 4 alunos. Logo, o
número total de alunos é igual a 18◊4 = 72 alunos. ⌅
Exercício 1.35 — ENEM 2010. Grandes times nacionais e internacionais utilizam dados estatísticos
para a definição do time que sairá jogando numa partida. Por exemplo, nos últimos treinos, dos
chutes a gol feito pelo jogador I, ele converteu 45 chutes em gol. Enquanto isso, o jogador II acertou
50 gols. Quem deve ser selecionado para estar no time no próximo jogo, já que os dois jogam na
mesma posição? A decisão parece simples, porém deve-se levar em conta quantos chutes a gol cada
um teve oportunidade de executar. Se o jogador I chutou 60 bolas a gol e o jogador II chutou 75,
quem deveria ser escolhido?
(a) O jogador I, porque acertou 3/4 dos chutes, enquanto o jogador II acertou 2/3 dos chutes.
(b) O jogador I, porque acertou 4/3 dos chutes, enquanto que o jogador II acertou 2/3
(c) O jogador I, porque acertou 3/4 dos chutes, enquanto o jogador II acertou 3/4 dos chutes.
(d) O jogador I, porque acertou 12/25 dos chutes, enquanto o jogador II acertou 2/3 dos chutes.
(e) O jogador I, porque acertou 9/25 dos chutes, enquanto o jogador II acertou 2/5 dos chutes.
45
Solução. O jogador I acertou 45 dos 60 chutes, ou seja, sua razão de acertos é 60 ou
45 ÷ 15 3
= ,
60 ÷ 15 4
50
enquanto o jogador II acertou 50 dos 75 chutes, ou seja, sua razão de acertos é 75 ou
50 ÷ 25 2
= ·
75 ÷ 25 3
Uma vez que
2 3
< ,
3 4
concluímos que o jogador I deve ser o escolhido por ter acertado 3/4 dos seus chutes, ao passo que o
jogador II acertou 2/3 dos seus chutes. Portanto, a alternativa (a) é correta.
⌅
Exercício 1.36 — ENEM 2014. Um clube de futebol abriu inscrições para novos jogadores. Inscreveram-
se 48 candidatos. Para realizar uma boa seleção, deverão ser escolhidos os que cumpram algumas
exigências: os jogadores deverão ter mais de 14 anos, estatura igual ou superior à mínima exigida e
bom preparo físico. Entre os candidatos, 7/8 têm mais de 14 anos e foram pré-selecionados. Dos
pré-selecionados, 1/2 têm estatura igual ou superior a mínima exigida e, destes, 2/3 têm bom preparo
físico.
A quantidade de candidatos selecionados pelo clube de futebol foi
(a) 12. (b) 14. (c) 16. (d) 32. (e) 42.
Exercício 1.37 — OBMEP 2019. Janaína tem três canecas, uma pequena, uma média e uma grande.
Com a caneca pequena cheia, ela enche 3/5 da caneca média. Com a caneca média cheia, ela enche
5/8 da caneca grande. Janaína enche as canecas pequena e média e despeja tudo na caneca grande.
O que vai acontecer com a caneca grande?
Exercício 1.38 — ENEM 2016. Cinco marcas de pão integral apresentam as seguintes concentrações
de fibras (massa de fibra por massa de pão).
Solução. Concentração de fibras significa a fração a quantidade de fibras em gramas por quantidade
de pão em gramas, isto é, a fração ou razão
“quantidades de gramas de fibras”
·
“quantidade de gramas de pão”
Para as marcas A, B, C, D e E, respectivamente, essas concentrações são iguais a
2 5 5 6 7
50 40 100 90 70
5 5
Note que 100 < 40 , pois temos mesmos numeradores e denominador menor na maior fração. Logo, a
resposta não pode ser a marca C. Observe também que:
6 6÷3 2 2
= = > ·
90 90 ÷ 3 30 50
Portanto, a marca A também não é a de maior concentração de fibras. Agora, as frações das marcas B
e E são equivalentes, respectivamente, a
5÷5 1 7÷7 1
= e = ·
40 ÷ 5 8 70 ÷ 7 10
P. 29 Seção 1.5
1
Como 10 < 18 , concluímos que a marca E não é a resposta. Resta, assim, compararmos as concentrações
de fibras das marcas B e D, ou seja, as frações 18 e 30
2
, respectivamente. Temos
2 1 1
= < ·
30 15 8
Logo, concluímos que a marca B é a que tem maior concentração de fibras.
⌅
Exercício 1.39 Uma bandeira está dividida em 4 faixas horizontais de igual largura e cada faixa está
dividida em duas, quatro ou oito partes iguais, conforme indicado na figura abaixo. Qual é a fração
correspondente à área pintada de amarelo?
Sequência 4
Exercício 1.40 — Canguru 2020 - Prova S. Se C cachorros pesam Q quilogramas e E elefantes pesam
o mesmo que M cachorros, quantos quilogramas pesa um elefante?
(a) C ◊Q .
E ◊M
(b) E ◊M .
C ◊Q
(c) C ◊M .
Q◊E
(d) C ◊E .
Q◊M
(e) Q◊E .
C ◊M
1 Q Q◊M
◊M ◊ = ,
E C C ◊E
o que corresponde à alternativa (d). ⌅
≠2 ≠1 0 1 2
Exercício 1.42 — OCM 1990. Qual das frações é maior 2753 2743
2235 ou 2225 ? Justifique (sem efetuar divisões).
Exercício 1.43 Uma lata cheia de tinta pesa 13 kg. Se retirarmos metade da tinta contida na lata,
ela passará a pesar 8 kg. Qual é o peso da lata vazia?
(a) 5 quilogramas.
(b) 10 quilogramas.
(c) 2 quilogramas.
(d) 3 quilogramas.
(e) 21 quilogramas.
Exercício 1.44 — Banco OBMEP - adaptada. A figura mostra um retângulo maior dividido em 18
retângulos menores, com diferentes tamanhos e todos com a mesma largura. Que fração do retângulo
maior representa a parte pintada de azul?
Seção 1.5 P. 30
(a) 2020 (b) 3030 (c) 4040 (d) 6060 (e) 7070