Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Huambo, 2020
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO
Huambo, 2020
Ficha catalográfica
Ano: 2020
i
Ficha de aprovação
Corpo de júri:
Presidente:
1º Vogal:
2º Vogal:
Orientador:
Secretário:
ii
Dedicatória
iii
Agradecimentos
Assim, agradeço:
Aos colegas Profílio, Orlóg e Elizabeth, pelos conselhos e por todo o apoio que me
prestaram nos momentos mais difíceis que passei durante a formação;
À minha esposa Esperança Salassa Lucas Chiquele, seu total apoio, paciência,
ajuda, motivação, confiança, encorajamento, e responsabilidade no cuidar dos filhos
e as constantes orações serviram de âncora para o sucesso durante esta fase da
minha vida;
À família, pelo seu amor imensurável e acompanhamento sem o qual não seria
possível chegarmos até aqui;
iv
Resumo
v
Abstract
The progress of science and technology, social changes and economic crises pose
new challenges to education. An integrated and equitable education, which assures
the citizens to obtain the development of multimodal competences, capacities and
values and ethics. Hence the need to reflect on teaching practice, with regard to
models, methodologies and teaching strategies used by teachers and students.
Contributing now to proactive, competitive, credible and sustainable practices in
society and beyond. Therefore, for this, there is a need to adopt active
methodologies aimed at students, in order to provide better learning. That, in turn,
allows children and young people to be aware and understand knowledge, and to
use this knowledge in solving personal and social problems, making responsible and
conscious decisions, developing interest in science, ensuring the insertion of a hand
in the market - more efficient and qualified work, in accordance with society's
requirements. The results of the data collected with the survey carried out through
the application of two questionnaires, one for students and another for secondary
school mathematics teachers, show difficulties in learning the content of
trigonometric equations, which constitutes the starting point of the present work,
whose objective aims to: develop a methodology based on solving exercises and
trigonometric equation problems in the Mathematics component of the 11th Class of
the Physical and Biological Sciences course. Theoretical, empirical and statistical
research methods and techniques were used to achieve this.
vi
Índice Página
Introdução…………………………………………………………………. 1
secundário………………………………………………………………… 8
problemas…………………………………………………………………. 24
Síntese do Capítulo II 59
vii
3.1. Fundamentos teóricos da metodologia baseada na exercitação
Referências bibliográficas………………………………………………. 80
Anexo……………………………………………………………………… 88
Apêndices…………………………………………………………………. 94
viii
INTRODUÇÃO
Introdução
Nos séculos passados, a educação foi culpada pelo sucesso e fracasso na guerra e
corrida espacial. Se por um lado, “os governos assumem o compromisso de garantir
o acesso à educação inclusiva, de qualidade e equitativa e a promoção de
oportunidades de aprendizagem ao longo da vida” (Delors et al., 2010 & UNESCO,
2017), por outro, as dinâmicas das sociedades hodiernas e as transformações das
economias mundiais exigem dos sistemas educativos um repensar sobre o praticum,
remetendo em alguns casos reformas nas políticas e práticas. Tal atitude visa adotar
as crianças e jovens, como futuros profissionais das sociedades, de conhecimentos,
competências, capacidades e valores fulcrais para resolver problemas
multiangulares do seu contexto.
Estudos têm mostrado que muitos alunos não desenvolveram conceitos claros em
trigonometria e que alguns deles usam notação algébrica informalmente. Neste
sentido, das Mangas (2014) sustenta:
No entanto, Weber (2005, p. 25) afirma que vários pesquisadores notaram que as
práticas de ensino actuais em salas de aulas de trigonometria não parecem voltadas
para o desenvolvimento da compreensão das funções trigonométricas dos alunos.
Por exemplo, a abordagem do triângulo rectângulo, permite os alunos desenvolver
habilidades procedimentais de estresse e não permitem que eles entendam seno e
cosseno como funções.
Nos últimos anos, por motivos objectivos e subjectivos, tem-se verificado, uma
diminuição clara da preparação em Matemática dos alunos do ensino secundário
que chegam às Universidades, o que se tem traduzido na pouca sistematização e
sequenciação dos conteúdos leccionados no II Ciclo do Ensino Secundário e
aqueles programados nesta componente curricular nos primeiros anos de
licenciatura.
3
Assim, as análises empíricas realizadas unidas à experiência profissional acumulada
como professor desta componente curricular na escola do II Ciclo do Ensino
Secundário “Soba Nguali” no Chinguar, permitiram ao autor identificar insuficiências
nos seguintes aspectos:
4
progressão dos estudos, despertaram a curiosidade do autor deste trabalho para
compreender este dilema e na escolha do tema aqui apresentado.
5
A contribuição prática da investigação é proposta de metodologia baseada na
exercitação e na resolução de problemas de equações trigonométricas na
componente curricular de Matemática da 11ª Classe do curso de Ciências Físicas e
Biológicas, que constituí um recurso conexo à pedagogia activa para superar as
dificuldades detectadas na aprendizagem do referido conteúdo.
6
CAPÍTULO I. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DA INVESTIGAÇÃO
Capítulo I. Fundamentação teórica da investigação
Na literatura, tal como afirmam Machado e Silva (2004, p.33), a Matemática tem sido
considerada como a ciência dos números e, componente curricular útil para o
desenvolvimento de campos do saber. Como argumenta Bebiano (2001), “na sua
capacidade de lidar com a quantidade, o espaço, o padrão, a estrutura, a lógica, a
Matemática é elemento unificador de um mundo racionalizado” (p.11). Com efeito,
no transpor das décadas, o desenvolvimento desta ciência foi influenciado pelos
problemas sociais do contexto, de forma directa, dos que outras ciências lhe
colocam (por exemplo, a agricultura e o comércio, a física, a astronomia e a guerra).
Barboza (2016, p. 15) acresce que durante décadas, as pessoas têm simplificado a
importância e o papel da Matemática nos aspectos de compra e venda, questões de
cálculos, renegando o grande contributo que ela fornece no desenvolvimento do
pensamento crítico e do raciocínio lógico. Nesta perspectiva, Machado e Silva (2004,
p. 34) referem que a lógica é uma parte deste ramo da ciência que permite ao
homem pensar de forma mais correcta, utilizando mecanismos da inteligência que
vão desde a simples, até ao juízo e ao raciocínio.
Segundo o PISA (OCDE, 2015), tudo isso é designado por cultura matemática, a
qual se define como “a capacidade que um indivíduo deve possuir para: formular,
usar e interpretar a Matemática numa variedade de contextos; se envolver em
raciocínio matemático e usar conceitos matemáticos, procedimentos, factos e
ferramentas para descrever, explicar e prever fenómenos.” (p.16).
Assim, a OCDE (2015, p. 66), enumera três aspectos interligados, que reflectem a
cultura matemática, e que estão relacionados com processos, conteúdos e contextos
diversificados, sendo estes:
É uma doutrina filosófica que defende a ideia de que somente as experiências são
capazes de gerar ideias e conhecimentos. De acordo com este conceito, as teorias
das ciências devem ser formuladas e explicadas a partir da observação e da prática
científica.
10
consideração neste trabalho, tendo em conta a prática da exercitação do conteúdo
de aprendizagem que se defende nesta investigação.
Nesta perspectiva, o aluno já não é mais considerado uma tábua rasa, pelo
contrário, suas ideias prévias são o ponto de partida para o desenvolvimento do
conhecimento, e o professor na direcção do processo de ensino-aprendizagem deve
ter em conta este aspecto.
Segundo Pinto (2013, citado por Cutalica, 2015, p. 22), dentro do pensamento
construtivista, o aluno é considerado como um agente da construção do seu próprio
conhecimento e não um simples receptor. A construção e o entendimento, segundo
o autor, exige que se proporcione ao formando oportunidades para articular suas
ideias, testá-las através do experimento ou discussão na sala de aulas.
11
O principal impacto das orientações construtivistas está na atenção dirigida ao
método de ensino, entendido como técnica capaz de ensinar com eficiência os
conteúdos no processo de ensino-aprendizagem.
Santos e Pereira (2015, p.18) sustentam que a vida humana em qualquer sociedade
depende, em grande parte, fundamentalmente da Matemática, pois ela está
presente, praticamente, em tudo que envolve a vida das pessoas, e na base da
evolução das outras ciências. O autor afirma que cada vez mais, a tendência de
todas as ciências é de se matematizarem em função do desenvolvimento de
modelos matemáticos que descrevem fenómenos naturais de maneira adequada.
Se compartilha a ideia de que o ensino da Matemática pode ser justificado com base
em muitas razões. Pode-se argumentar que esta componente curricular é
necessária à vida quotidiana e essencial em muitas actividades profissionais. Pode-
se justificar dizendo que ela faz parte do património cultural da sociedade, sendo
uma obrigação transmiti-la às novas gerações. Pode-se defender que ela “ensina a
pensar”, tornando-as mais aptas, para pensar de forma abstracta e para fazer
raciocínios dedutivos.
12
Latas e Moreira (2013), referem: “aprender a Matemática cultural e o seu carácter
formal contribui para que os alunos tenham compreensão da natureza da actividade
matemática, valorizem as relações entre as práticas culturais na sociedade e os
processos da sua construção na escola” (p.41). Estes autores acrescentam que a
literacia matemática para todos, pode permitir os cidadãos a familiarizarem-se com o
saber matemático necessário para a tomada de decisões conscientes e informadas,
desta forma dar resposta aos desafios científicos, tecnológicos e sociais.
Neste sentido, a Matemática é uma forma de pensar, tal como argumenta Skora
(2012, p. 7), pode contribuir para os alunos desenvolverem competências
relacionadas com os aspectos de: (i) interpretação de textos e gráficos; (ii)
interpretação da realidade; (iii) mudança de comportamento de formas de raciocínio;
(iv) a utilização de cálculos matemáticos; (v) a utilização de saberes científicos,
tecnológicos e culturais para compreender o universo e resolver os problemas do
seu contexto.
14
f) Favorecer a orientação e a formação profissional dos jovens, através da
preparação técnica e tecnológica, com vista a entrada no mundo do trabalho.
Contudo, Pacheco e Andreis (2017, p. 109) revelam que estudos e resultados dos
relatórios sobre as práticas de ensino e aprendizagem da Matemática evidenciam o
pouco interesse e motivação dos alunos para aprender e baixos rendimentos nesta
componente curricular, que por sua vez remete para o insucesso escolar.
Tal como referem Pacheco e Andreis (2017), “uma criança que antes de entrar na
escola, escuta de seus familiares e amigos que a Matemática é difícil e que não
gostam dela, acaba tendo o seu primeiro contacto com essa componente curricular
de forma negativa” (p. 107). Neste sentido, a família joga um papel fundamental quer
no seu papel de acompanhamento do rendimento escolar, quer na passagem de
atitudes positivas face a ela.
17
conteúdos trabalhados anteriormente; (viii) dificuldade de concentração; (xix)
deficientes habilidades de leitura e escrita.
Nota-se que independentemente dos outros factores, o ensino prestado na escola joga o
papel fundamental. Pois, o professor é o elemento fundamental, responsável por
estimular o desenvolvimento do interesse e a motivação dos alunos para a
aprendizagem da Matemática, o que exige a formação contínua de qualidade e eficaz, o
domínio do conteúdo, abertura para o diálogo. (Pacheco & Andreis, 2017, p. 109)
18
Sanchez (2004) apud Bessa (2007, p. 2) destaca cinco das principais dificuldades
relacionadas a esse processo:
19
Para Brum (2013, p. 2), as dificuldades estão relacionadas a factores externos e
internos ao processo de ensino que acabam prejudicando de forma directa ou
indirecta a aprendizagem.
Lima (1995), acredita que alguns dos motivos do baixo rendimento em Matemática
devem-se a: [...] “pouca dedicação aos estudos por parte dos alunos (e da própria
sociedade que os cerca, a começar pela própria família) e despreparo dos seus
professores nas escolas que frequentam” (p. 3).
“A trigonometria tem sido conhecida por ser um dos tópicos mais difíceis que os
professores acham difícil de explicar e para os alunos a compreender” (Darussalam,
2015, p. 952). Apesar de em muitos conceitos ensinados em Matemática no ensino
de base, normalmente, os alunos quando chegam no II Ciclo do Ensino Secundário
acham difícil lidar quando eles são ensinados os mesmos conceitos de novo e se
deparam com vários problemas na resolução de problemas de trigonometria.
Durante a práxis, o professor deve optar por metodologias e estratégias de ensino
que permitam o aluno fazer a integração do saber e saber fazer e ensinar-lhe
aprender a aprender.
No contexto actual, a maioria dos alunos que frequentam os cursos que envolvem a
Matemática optam por memorizar as fórmulas de trigonometria, a fim de resolver os
problemas com compreensão mínima, “uma vez que não viu a compreensão dos
aspectos conceituais tão importantes como eles estão mais focados em obter as
notas altas para ser aprovado” (Darussalam, 2015, p. 952). Como resultado, alguns
alunos do ensino superior, encontram barreiras em aprender trigonometria,
especialmente com referência a conceitos, definições, teoremas e provas de
trigonometria.
21
A prática da exercitação é uma das vias que pode contribuir para a superação das
dificuldades enfrentadas pelos alunos na aprendizagem da Matemática, e
particularmente de equações trigonométricas, o que constitui a essência deste
trabalho.
Estes autores consideram que, neste sentido, um estudante estratégico requere não
só do domínio das estratégias de aprendizagem e de certas técnicas senão também
de uma reflexão profunda sobre o modo de utilizá-las, e fazem uma classificação
das estratégias de aprendizagem em diferentes tipos que a seguir se descrevem.
22
Estratégias de organização: aquelas acções que realiza o sujeito dirigidas à análise
prévia das condições pessoais necessárias para orientar-se até o que, o como e
sobretudo o com que solucionar as tarefas. Frequentemente se reportam a partir de
procedimentos como “pensar em tudo o que se pede”, “buscar uma boa
concentração e atenção”, “encontrar estímulos na tarefa”.
De auto-controlo emocional.
23
com a tarefa. Frequentemente se reportam a partir de acções como “pensar ou
imaginar o que faz o professor numa situação como esta que sirva de guia”.
A reflexão e problematização.
A educação matemática, ainda hoje, não difere das práticas de ensino hodiernas,
consiste, essencialmente, “no modelo em que o professor transmite um conteúdo
com breve momento de discussão e actividades as quais o aluno, após memorizar
as informações tem de responder” (Souza & Dourado, 2015, p. 182).
Segundo Silva (2016, p. 1), com o qual se compartilha, a educação matemática, não
constituindo uma excepção, tem passado por algumas mudanças no campo
didáctico-metodológico, priorizando as abordagens de conteúdos baseados em
problemas reais do dia-a-dia do aluno.
Autores como Leite e Esteves (2005, p. 1751), Souza e Dourado (2015, p. 183),
afirmam que nesse cenário, centrado na busca de novas formas para trabalhar o
conhecimento, surge a resolução de problemas como uma estratégia metodológica
inovadora, a qual se assume neste trabalho, opondo-se aos modelos didácticos
tradicionais, em que o professor é o centro do processo de transmissão de saberes
para os alunos que apenas recebem e memorizam o conhecimento transmitido.
24
Segundo Souza e Dourado (2015), “a utilização do ensino orientado para a
resolução de problemas pelos professores permite os alunos trabalhar activamente
com intuito de solucionar um problema real ou simulado a partir de um contexto” (p.
182). Estes autores acrescentam que se trata de uma metodologia de ensino e
aprendizagem centrada no aluno, que deixa o papel de receptor passivo do
conhecimento, e assume o lugar de actor de sua própria aprendizagem através da
pesquisa.
25
colmatar as fraquezas constadas e promover o sucesso académico nesta
componente curricular.
Assim sendo, pese embora não existam fronteiras bem definidas, Leite e Esteves
(2005, p. 1753), diferenciam o problema de um exercício no campo da educação em
ciências, a partir do pressuposto de que o primeiro conceito é um enunciado que
apresenta um obstáculo aos alunos, os quais desconhecem a forma de o
ultrapassar, e que pode ter mais do que uma solução possível ou não ter nenhuma;
26
enquanto o último não apresenta um obstáculo ao aluno, na medida em que ele
sabe à partida, o que tem a fazer para encontrar a solução que, por sua vez é única.
Neste sentido, trata-se de uma situação que não se sabe fazer, mas que crie
estímulo e interesse para o aluno partir para sua solução. Como argumenta Silva
(2016), “um problema exige a elaboração de estratégias que possibilitem o
aprimoramento de conhecimento durante a construção de sua resolução” (p. 4). Esta
autora considera que a resolução de problemas tem sido assumida como tendência
metodológica no ensino e na aprendizagem da Matemática.
27
Conforme Krulik e Reys (1997, citados por Silva, 2016, p 6), a resolução de
problemas surge como uma grande oportunidade que o professor tem para ensinar a
Matemática. Estes autores apresentam três interpretações comuns de resolução de
problemas:
Na literatura, outros estudos apontados por Silva (2016, p. 6), sugerem que a
resolução de problemas em Matemática deve assentar em três prismas:
No entanto, o estudo realizado por Silva (2016, p. 5), constatou que os professores
associam a resolução de problemas à contextualização ou à aplicabilidade dessa
componente curricular. O que reforça as concepções equivocadas acerca desta
abordagem. No entanto, a prática de ensino em Matemática orientado para a
aprendizagem baseada nesta estratégia exige a clarificação da relação entre o
desenvolvimento da compreensão dos conceitos matemáticos e o desenvolvimento
das competências em resolução de problemas.
Na literatura em educação Matemática, nos anos 1945 e 1973, Polya (2003) sugeriu
quatro passos de resolução de problemas matemáticos.
28
Primeiro passo: compreender o problema – inicialmente o aluno precisa
compreender o enunciado verbal do problema para criar o interesse ou desejo de
resolver o problema. Nesta etapa, a tarefa do professor foca-se em orientar o aluno
enuncia verbalmente o problema por suas próprias palavras. O aluno deverá ser
capaz de identificar as partes principais do problema, a incógnita, os dados e as
condições. Permitindo-lhe estabelecer as interpelações entre a incógnita, dados e
condição. Além disso, o aluno, no caso de haver necessidade, efectua o esboço da
figura e/ou escolher a notação adequada.
Terceiro passo: execução do plano – com base nas conexões entre o problema
proposto, incógnita e as vias de solução ora determinados, o aluno começa a
implementar o roteiro geral. Sendo fundamental, neste estádio, o domínio dos
conteúdos já aprendidos, habilidades, a concentração e a verificação da estratégia
para cada um dos passos.
29
argumentar. Segundo os autores, os problemas podem desempenhar três tipos de
funções no contexto dos processos de ensino-aprendizagem:
A avaliação das aprendizagens dos alunos, sendo para tal utilizados após os
processos de ensino-aprendizagem;
Aprofundamento das aprendizagens dos alunos, sendo neste caso usados
durante os processos de ensino-aprendizagem;
Ponto de partida para a aprendizagem dos alunos, constituindo o início dos
processos de ensino-aprendizagem.
Daí que, Cai e Lester (2010, p. 1), sugerem dez critérios a que deve obedecer um
problema matemático:
30
(v) permite múltiplas formas de abordagem e estratégias de resolução de uma
mesma situação problemática;
Leite e Esteves (2005, p. 255) destacam dois objectivos a atingir quando se utiliza a
metodologia do ensino orientado para a aprendizagem baseada na resolução de
problemas, a saber:
32
A Matemática é uma componente curricular ampla. E um dos elementos que a
configura é a trigonometria. “A trigonometria se situa ao nível do estabelecimento de
relações entre os ângulos e os triângulos” (Orhun, 2004, p. 205). “É um ramo da
Matemática que lida com as relações de lados e ângulos, e com os elementos do
triângulo como seno, cosseno, tangente, secante, cossecante, cotangente e suas
aplicações” (Ishartono, Juniati & Lukito, 2016, Mensah, 2017, p.1710). A partir deste
ramo desenvolvem-se vários conceitos matemáticos para capacitar as pessoas na
resolução de seus problemas do dia-a-dia, nomeadamente na compreensão dos
fenómenos naturais e dos astros, na construção, na música e na economia, entre
outros.
33
relacionamentos numéricos e manipular os símbolos envolvidos nestes e “muitos
alunos do II Ciclo do Ensino Secundário e universitário não estão acostumados a
esse tipo de raciocínio” (Weber, 2005, p. 92).
34
componente de aprendizagem humana que está presente na vida prática, pois os
números estão por toda parte.
Muitos estudos têm sido feitos para identificar as dificuldades dos alunos na
resolução dos problemas matemáticos. Gur (2009) na sua obra "Aprendizagem de
trigonometria", em que fez um teste de diagnóstico usando sete questões
trigonométricas em 140 alunos do décimo ano do ensino médio na Turquia e
identificou cinco equívocos de trigonometria, como dados mal utilizados, linguagem
mal interpretada, inferência logicamente inválida, distorcida, definições e erros
técnicos mecânicos.
Outro exemplo seria que a linguagem mal interpretada eram interpretações erróneas
sobre um conceito que produzia um objecto e símbolo matemático, como alunos que
estavam confusos com qual lado do triângulo era o lado adjacente, o que
eventualmente dará origem a erro técnico quando estes já foram confundidos com
conceitos.
No estudo de Blackett (1990), ele mencionou que tanto meninos quanto meninas
poderiam entender melhor a trigonometria básica se os professores usassem
computação gráfica composta de representações visuais e numéricas nas aulas de
trigonometria.
35
problemas, e (ii) problemas no processamento matemático que consiste em
transformação, habilidades de processo e respostas de codificação.
No entanto, como acontece pelo mundo fora, o ensino orientado para a resolução de
problemas matemáticos no nosso país é “um fenómeno complexo” (Chico, Graus &
Henriquez, 2016, p. 265). Inicialmente, devido as práticas de formação de
professores focadas na realização de um currículo tradicional, baseado em
perspectivas positivistas e tecnicistas do ensino” (Quitembo, 2010, p. 641).
36
A abordagem da educação matemática centrada na resolução de problemas data há
quase um século, inicialmente, com proporções e princípios conjeturais de resolver
problemas propostos por Polya (1953). Posteriormente por Guzman (1991),
Gonzalez (1996), Silva (1999), Ballester e outros (1992).
Nos séculos XVIII e XIX, as funções trigonométricas passaram a ser vistas como
essenciais na resolução de certos problemas na Matemática e na Física. A
introdução das séries de Fourier evidenciou ainda mais a importância deste
conteúdo na Análise Matemática Moderna e em várias aplicações.
De acordo com Demir & Heck (2013, p.119), a compreensão das funções
trigonométricas é fundamental para estudar fenómenos periódicos e trabalhar em
muitas áreas de aplicação. Os tópicos de trigonometria são ministrados em quase
todos os níveis escolares. Envolve a introdução de seno, cosseno e tangente como
funções de um ângulo, seja no contexto geométrico de triângulos rectângulos ou no
contexto de transformações geométricas usando a noção de círculo unitário, e como
37
funções de um número real. Os alunos encontram funções trigonométricas enquanto
aprendem geometria e cálculo.
Síntese do Capítulo I
38
CAPÍTULO II. METODOLOGIA DE ESTUDO
Capítulo II. Metodologia de estudo
Métodos estatísticos
42
Identificar as principais insuficiências que se manifestam nos alunos na
aprendizagem do conteúdo equações trigonométricas da componente curricular de
Matemática.
Foram inquiridos 108 alunos que constitui uma amostra não probabilística
intencional, pois não foi usado nenhum critério de selecção, uma vez que pretendia-
se trabalhar com aqueles que recebem o conteúdo equações trigonométricas da
componente curricular de Matemática e a totalidade de professores, para um total de
112.
Questionados sobre o seu grau de interesse pela Matemática (questão 1), a maioria
(51,9%) afirmou que gosta dessa componente curricular e quase a metade (40,7%)
afirmou ter gostado pouco. O facto da maioria de alunos afirmar que sim, tal como
ilustra a figura 1, revela que há interesse e motivação necessária para a sua
aprendizagem, o qual é positivo para introduzir novas variantes metodológicas na
abordagem do conteúdo equações trigonométricas.
44
Figura 2. Distribuição percentual das opiniões dos alunos sobre o grau de
complexidade da Matemática.
De acordo com as opiniões de Costa e Costa (2013, p. 3), Mendes e Carmo (2014,
p. 1383) com os quais se compartilha, a postura, a metodologia e as estratégias dos
professores se consideram elementos centrais na mudança e/ou combate de
atitudes negativas dos alunos face à Matemática como componente curricular nos
diferentes ciclos de formação dos cidadãos.
46
Sobre a exercitação de conteúdos da Matemática nos tempos livres (questão 4), os
resultados mostram que a maior parte (47,2%) realiza esta prática algumas vezes,
31,5 % afirmou que sim, 13% disse pouco tem exercitado, 0,9% com frequência e
7,4% declarou que não. Estes resultados aparecem representados na figura 4.
Concordando com Mbalu (2019, p. 63), a dedicação dos alunos consta dos factores
fundamentais para sucesso escolar, que pode manifestar-se através da realização
dos trabalhos de casa e do estudo individual que posteriormente garantirão a
autonomia estudantil.
No que concerne aos meios utilizados para estudar a Matemática (questão 5), os
cadernos de apontamentos (50,9%) e os livros didácticos (32,4%) são os mais
recorridos pelos alunos nas suas aprendizagens. Outros recursos didácticos são
apontados em percentagens relativamente baixas, como o quadro (7,4%), vídeo
aulas (3,7%), internet (2,8%) e o programa de TV (0,9%), tal como mostra na figura
5. É de referir que o uso diversificado destes pode contribuir para o bom
desempenho académico, contrariamente quando são escassos.
47
Figura 5. Representação gráfica das opiniões dos alunos quanto aos
meios utilizados na aprendizagem da Matemática.
48
às várias acções para o efeito, 19,4% declarou não fazer uso, 12% é de opinião que
o faz pouco e apenas 0,95% com frequência (figura 7).
Tal como já foi referido, de acordo com Simons e outros (2011, p. 87), as estratégias
de aprendizagem são definidas como sendo um conjunto de processos, acções e
actividades que os alunos podem desenvolver intencionalmente para ajudá-los na
sua aprendizagem. Entretanto, não basta o aluno dispor de uma série destas e
recursos para resolver uma situação de aprendizagem, mas sim requere do uso
adequado das mesmas, como um dos factores que condicionam a activação e
regulação por aprender, propiciando a transferência de conteúdos a novas
situações.
49
Figura 8. Representação gráfica das opiniões dos alunos na participação
das actividades matemáticas desenvolvidas pelo professor na sala de
aulas.
Como se pode apreciar a partir destes resultados, a maior parte dos alunos usa os
jogos matemáticos para desenvolver o seu pensamento lógico. Na verdade, esta
prática quando bem organizada e desenvolvida pode constituir-se numa estratégia
eficaz na aprendizagem dos conteúdos de ensino. Neste sentido, parece que a
maior dificuldade reside no tipo de metodologias usadas pelos professores na
prática docente.
50
Esta realidade releva para a implementação de novas metodologias, que exigem dos
alunos a participação activa, com vista a desenvolver o interesse dos mesmos na
aprendizagem da Matemática, desenvolver competências de resolução de exercícios
e problemas matemáticos e de trabalho colaborativo.
Tal como se observa na figura 10, a maior parte dos alunos está consciente da
necessidade de estabelecer a relação entre os conteúdos de uma componente
curricular com os de outras na resolução de tarefas de aprendizagem. Este facto
considera-se relevante no processo de aquisição de conhecimentos científicos, pois
o carácter inter, intra e transdisciplinar, bem como o uso destes na solução dos
problemas da vida social, são aspectos a ter em conta no processo de ensino-
aprendizagem das ciências.
Figura 10. Representação gráfica das opiniões dos alunos sobre a relação
da Matemática com os conteúdos de outras componentes curriculares e a
prática social.
51
Quanto ao conhecimento dos alunos sobre o conteúdo equações trigonométricas
(questão 11), 98,1% afirmou já ter ouvido falar e apenas 1,9% referiu que não, talvez
tivessem faltado às aulas em que o mesmo foi abordado, visto que consta do
programa de Matemática da 11ª Classe do curso de Ciências Físicas e Biológicas.
Este resultado (figura 11) revela certa fiabilidade aos dados obtidos sobre a
pertinência e actualidade do problema de investigação.
52
Figura 12. Representação gráfica das concepções dos alunos com respeito à
resolução de equações trigonométricas.
Como se pode apreciar (figura 13), as maiores dificuldades estão relacionadas com
a interpretação de problemas que envolvem equações trigonométricas, o que de
certo modo contribui ao fraco aproveitamento nesta parte de conteúdo da
Matemática da 11ª Classe do curso de Ciências Físicas e Biológicas. Este facto
revela a pertinência de elaborar uma proposta metodológica que visa dar solução ao
problema de investigação.
53
Figura 13. Representação gráfica das dificuldades mais predominantes na resolução de
exercícios e problemas de equações trigonométricas.
54
Figura 14. Distribuição percentual dos critérios dos alunos para a diminuição das dificuldades na
aprendizagem da Matemática e particularmente das equações trigonométricas.
55
Estas afirmações são coincidentes com aquelas apresentadas pelos alunos,
reiterando a pertinência e relevância do presente trabalho.
56
Sobre as principais causas que dificultam os alunos na aprendizagem em geral e em
particular do conteúdo equações trigonométricas (questão 4), as dificuldades
trazidas das classes anteriores e de interpretação de problemas foram as mais
evidenciadas pelos professores (n = 4). Apenas um indicou em cada caso a
formação de habilidades de resolução de exercícios com funções trigonométricas, a
pouca capacidade de interpretação de problemas simples com funções e das razões
trigonométricas.
57
Figura 15. Distribuição percentual das opiniões dos professores sobre os métodos
usados no tratamento do conteúdo equações trigonométricas.
Diante destes resultados, se pode inferir que a pouca oferta metodológica pode
contribuir para uma aprendizagem menos satisfatória. Para reverter o quadro é
importante o uso de métodos activos e produtivos adequados e diversificados no
processo de ensino-aprendizagem de conteúdos de ensino.
No que diz respeito à participação dos alunos durante as aulas (questão 7), as
opiniões dos professores dividiam-se em dois extremos. Metade afirmou a
participação activa durante a prática docente, com opiniões e colocando dúvidas
sobre o conteúdo a ser tratado, por meio da exercitação baseada em problemas na
sala de aulas e também durante o trabalho independente em casa.
Outros (50%) declaram a pouca participação o que pode estar relacionado com as
suas atitudes face a Matemática e/ou com a prática de ensino do professor. Para os
poucos alunos que participam activamente durante as aulas, os professores
argumentam que normalmente são aqueles que apresentam um nível de
assimilação rápido e uma boa preparação nos conteúdos antecessores aos que se
ministram. Os demais, só depois de uma explicação exaustiva e com exemplos
simples, devido aos problemas de base que eles apresentam.
58
orientadas ao desenho de situações de aprendizagem que em cada componente
curricular permitam o desenvolvimento de estratégias cognitivas, metacognitivas e
de apoio para garantir uma melhor assimilação dos conteúdos de ensino.
Síntese do Capítulo II
59
CAPÍTULO III. PROPOSTA METODOLÓGICA PARA O TRATAMENTO DO
61
A assignação a cada professor, no seu plano de trabalho das tarefas educativas
que deve realizar dentro e fora da aula, e controlar sistematicamente seu
cumprimento.
62
Etapa 4. Síntese e avaliação do processo.
O professor e os alunos verificam de que todos os problemas inicialmente
formulados ou foram resolvidos ou não têm solução, com a síntese final dos
conhecimentos (conceituais, procedimentais e atitudinais) obtidos e/ou
desenvolvidos e com a avaliação de todo o processo, quer em termos de eficácia de
aprendizagem quer em termos de desenvolvimento pessoal, social, ético e moral
ocorrido.
As alturas (em relação ao nível do mar) em que estão dois pontos A e B são,
respectivamente, 812 m e 1020 m. Do ponto A vê-se o ponto B sob um ângulo com
o plano horizontal, conforme a figura. Determinar a distância entre os pontos A e B.
A abordagem do tópico trigonometria com o método tradicional de exercício é
unicamente uma aplicação de fórmulas. Enquanto, pela proposta situação-problema,
o aluno é levado a pesquisar o processo matemático, o que se contrapõe com a
memorização de fórmulas e procedimentos.
3. Equação do tipo tan x a . As soluções desta equação podem ser obtidas pelas
fórmulas:
Exercícios
Exercício 1
Tema: Equação trigonométrica de tipo senx a
1º Passo. Situação de aprendizagem.
64
2º Passo. Análise e interpretação da situação de aprendizagem.
1
sen3x 0.
2
1
sen3x 0 sen3x sen
2 6
V 3x 2k x 2 k V 3x 7 2k x 2 k V
3x 2k
6 6 18 3 6 18 3
7 2
x k , k
18 3
4º Passo. Avaliação do resultado.
Exercício 2
Quando se olha para equação se observa que é uma equação trigonométrica de tipo
coseno, com solução provável x 2k .
65
3º Passo. Activação e regulação.
3
cos 3x 0
2
3 3 5
cos 3x 0 cos 3x cos 3x
2 2 6
5 5 2
cos 3x 2k x k , k
6 18 3
4º Passo. Avaliação do resultado.
Exercício 3
x 18,43 180k , k
66
4º Passo. Avaliação do resultado.
Problemas
Problema nº 1
AB AB
tan 30, Ou tan 30
OA OA
h
tan 30
20m
67
3 1,73
h 20m tan 30 h 20m h 20m
3 3
Problema nº 2
68
A
B X
10 m
C
35º
30 º
D
Etapa 3. Resolução do problema: considerando o valor da altura da cruz principal
até ao sino e os ângulos formados podemos aplicar a razão trigonométrica tangente
para determinar os valores em falta.
Então:
1º:
2º:
Etapa 4. Síntese e avaliação do processo: com base nos valores calculados, o topo
da Santíssima Trindade do Santuário da Nossa Senhora de Fátima será a soma do
valor do sino torre ( ), o valor de x ( ), isto é, o valor do topo da torre
corresponde aproximadamente a metros.
Problema nº 3
Etapa 1. Selecção do contexto: uma rua plana com 100 metros de comprimento tem
uma inclinação de 45º sobre o plano horizontal. Determine o desnível entre a maior e
menor altitude.
69
Etapa 2. Familiarização do problema: nesta, faz-se a representação do problema em
forma de um esquema. No caso, apresentamos um triângulo com todos os dados
apresentados na situação problemática.
MN
sen45
OM
d 2
sen 45 d 100m d 100m 0,7071 d 70,71m
100m 2
Problema nº 4
70
Paróquia da Nossa Senhora de Assunção - Chinguar).
80º
Xm
75º
2m
Etapa 3. Resolução do problema: tendo em conta que temos os valores dos ângulos
e pretendemos solucionar o problema da altura da igreja, logo, racionar a tangente
71
dos dois ângulos e determinar a altura. Neste caso, considerando y como a altura da
torre até a cruz e a distância entre a base e o primeiro ângulo, tem-se:
Logo:
1.º: A (i)
(ii)
Problema nº 5
72
Etapa 3. Resolução do problema: neste caso, face as evidências apresentadas, as
alturas da haste podem ser determinadas através do cálculo da tangente do ângulo
que a direcção da bandeira faz com a horizontal. Assim, temos:
AB
tan 24
BO
h
tan 24 h 10m 0,4452 h 4,45m
10m
73
e científica, anos de experiência profissional, cargos já exercidos, centro de trabalho
actual e cargo que ocupam. Dos 19 usuários seleccionados, 63,16% possui o grau
académico de Mestre e 36,84% são Licenciados em ensino das ciências e
particularmente da Matemática; a maioria com mais de 15 anos de experiência na
docência (ver tabela 23 do Apêndice VI).
74
8. Relação do processo de ensino-aprendizagem do conteúdo de equações
trigonométricas com a prática social.
Resulta significativo que o maior número das avaliações emitidas pelos usuários
corresponde às categorias avaliativas de Bastante Adequada e Adequada, o que
reflecte que a qualidade da metodologia é satisfatória (figura 16). Na tabela 26 do
apêndice VII se mostra o valor de concordância de Kendall K = 0,73353, o que indica
que há consenso entre os usuários para avaliar a proposta como significativa, o que
corrobora sua factibilidade.
75
Figura 16. Resultados de avaliação da Metodologia pelo
Critério de usuários.
78
Recomendações
Ensaiar a proposta metodológica elaborada no curso de Ciências Físicas e
Biológicas e noutros que abordem o conteúdo objecto de estudo para a verificação
da sua efectividade.
79
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Borges, C. (2012). A Matemática: suas origens, seu objeto e seus métodos. Folhetim
de Educação Matemática, 155, pp. 1-4.
Cai, J. & Lester, F. (2010). Why is teaching with problem solving important to student
learning. Re-search Brief, 14, pp. 1-6.
Demir, O. & Heck, A. (2013). A new learning trajectory for trigonometric functions. In
E. Faggiano, & A. Montone (Eds.), Proceedings of the 11th International
Conference on Technology in Mathematics Teaching, pp. 119-124.
Diário da República de Angola (2016). Lei 17/16 de 7 de Outubro, alterada pela Lei
n.º 32/20 de 12 de Agosto, Lei de Bases do Sistema de Educação e Ensino. I
Série, n.º 170.
ii
Fernández , M. G. J. P. (2011). Guía Didáctico con Apuntes y Ejercicios de
Metodología de la Investigación II. Universidad Michoacana de San Nicolás de
Hidalgo. Facultad de Contaduría y Ciências Administrativas: Morelia,
Michoacán.
Gur, H. (2009). Trigonometry Learning. New Horizon Educ., 57(1), pp. 67-80.
iii
Libâneo, J. C. (2005). Didáctica. São Paulo: Cortez Editora, 23ª Edição.
Mbalu, M. (2019). (In) sucesso escolar em Física versus (in) sucesso escolar em
Matemática num curso de formação de professores, em Angola: um estudo
com alunos e professores. (Dissertação de mestrado não publicada).
Universidade do Minho, Braga.
v
Quitembo, A. D. J. (2010). A formação de professores de Matemática no Instituto
Superior de Ciências de Educação de Benguela – Angola: um estudo sobre o
seu desenvolvimento. (Tese de doutoramento não publicada). Universidade
de Lisboa, Lisboa.
Simons, D. C., Simons, B. C., Lavigne, M. J. L., Gómez, M. S., Cápiro, C. R. &
Sánchez, C. G. (2011). Estrategias de enseñanza y aprendizaje. Curso Pre-
Congreso Pedagogía 2011. Palacio de las Convenciones, Ciudad de La
Habana.
União Africana (...). Agenda 2063. Plano de implementação para a primeira década
– 2014-2023.
vi
Vale, I., Pimentel, T. & Barbosa, A. (2015). Ensinar matemática com resolução de
problemas. Quadrante, 16 (2).
Wisland, B., Freitas, M. & Ishida, C. (2014). Desempenho académico dos alunos em
curso de Engenharia e licenciatura na componente curricular de Cálculo I.
Revista Iberoamericano de Engenharia Industrial, 6 (11), pp. 94-112.
vii
ANEXO
Anexo I. Exercícios resolvidos de trigonometria.
Em resumo, temos:
x 2k
sen sen
2k
Em outra via, sendo 1 t 1 , sabemos que existem arcos tais que sen t .
Dessa forma, a equação dada é equivalente a senx sen , ou ainda: sen sen 0 .
Transformando o primeiro membro em produto, teremos:
xa xa
2sen cos 0
2 2
i
Pela propriedade de nulidade do produto, segue:
xa xa
sen 0 (1) Ou cos 0 (2)
2 2
(1) x a k x a 2k , k
2
a) senx 2
2
b) senx 1
c) senx sen
5
Solução
b) senx 1 sen x 2k , Então: S x | x 2k
2 2 5
c) senx sen S x | x 2k , ou, x 2k
5 5 5
Resolução da equação cos x t
Logo, obtemos:
x 2k
cos cos
2k
Em outra forma, sendo 1 t 1 , sabemos que existem arcos tais que cos t .
Dessa forma, a equação dada é equivalente a cos x cos , ou ainda: . cos cos 0
Transformando o primeiro membro em produto, teremos:
xa xa
2sen sen 0
2 2
Pela propriedade de nulidade do produto, segue:
xa xa
sen 0 (1) ou sen 0 2
2 2
Solução
1
a) cos x
2
1 1
A solução imediata de cos x , é rad , pois cos x .
2 3 3 2
iii
, então:
b) cos x 0 cos S x ; x 2k , k x ; x k
2 2 2
c) cos x cos x 2k
5 5
S x | x 2k , k
5
Resolução da equação tan x t
x 2k
Logo, obtemos: tan tan ou k
2k
Se t , temos que a equação tan x t tan x t possui soluções, pois a função tan x
varia de a , ou seja, existem , tais que tan x tan ou tan x tan 0 .
Transformando em produto o primeiro membro da última equação, segue que:
sen x
tan x tan 0
cos x cos
O que acarreta em senx a 0 , ou seja, x k x k , k
Logo, o conjunto solução da equação tan x t , dado que é uma solução
conhecida é dada por: S x ; x k , k
3. Resolver as seguintes equações:
a) tan x 3
3
b) tan 3x 1
c) tan x 3
Solução
iv
S x ; x k , k
6
v
APÊNDICES
Apêndice I. Inquérito aos alunos da 11ª Classe do Liceu Soba Nguali do II Ciclo
do Ensino Secundário do Chinguar.
Estimado (a) aluno (a), o presente inquérito destina-se a uma investigação para
obtenção do grau de Mestre em Ciências de Educação no ISCED-Huambo. Dada a
sua importância no processo de ensino-aprendizagem da Matemática, peço a sua
prestimosa colaboração, para de forma anónima responder com honestidade as
questões formuladas.
Dados pessoais
Questionário
É facil de entender _____ Interessante _____ Difícil ____ Muito difícil ____
Sim ____ Não ____ Pouco ____ Algumas vezes _____ Com frequência ____
i
___________________________________________________________________
___________________________________________________.
Sim ____ Não ____ Pouco ____ Algumas vezes _____ Com frequência _____
Sim ____ Não ____ Pouco ____ Algumas vezes _____ Com frequência _____
Sim ____ Não ____ Pouco ____ Algumas vezes _____ Com frequência _____
Sim ____ Não ____ Pouco ____ Algumas vezes _____ Com frequência _____
Não gosto _____ Fácil _____ Difícil ____ Muito difícil ____
b) Dedicação _____
ii
c) Estudando mais _____
c) Exercitação _____
iii
Apêndice II. Resultados do inquérito aplicado aos alunos da 11ª Classe.
Tabela 3. Frequência e análise percentual das opiniões dos alunos sobre o interesse na
aprendizagem da Matemática.
Interesse na aprendizagem da
56 51,9 6 5,6 44 40,7 0 0
Matemática
Tabela 4. Frequência e análise percentual das opiniões dos alunos sobre o grau de
complexidade da Matemática.
Grau de dificuldade
Fácil de Muito
Subcategoria Interessante Difícil
entender difícil
f % f % f % f %
Gau de complexidade
28 25,9 39 36,1 34 31,5 7 6,5
da Matemática
Tabela 5. Frequência e análise percentual das opiniões dos alunos sobre as principais
dificuldades na aprendizagem da Matemática.
iv
Tabela 6. Frequência e análise percentual das opiniões dos alunos sobre as dificuldades
predominantes na resolução de exercícios com equações trigonométricas.
Tabela 7. Frequência e análise percentual das opiniões dos alunos sobre a exercitação dos
conteúdos de Matemática nos tempos livres.
Algumas Com
Sim Não Pouco
Subcategoria vezes frequência
f % f % f % f % F %
Exercitação dos
conteúdos da 34 31,5 8 7,4 14 13 51 47,2 1 0,9
Matemática
Tabela 8. Frequência e análise percentual das opiniões dos alunos sobre os meios de ensino
utilizados na aprendizagem da Matemática.
Meios de ensino
Programas Vídeos
Subcategoria Livros Cadernos Internet Quadros
da TV aulas
f % f % f % f % F % f %
Meios de
35 32,4 55 50,9 1 0,9 3 2,8 8 7,4 4 3,7
ensino
v
Tabela 9. Frequência e análise percentual das opiniões dos alunos sobre o espírito cooperativo
e colaborativo na resolução de exercícios da Matemática.
Algumas Com
Sim Não Pouco
Subcategoria vezes frequência
f % f % f % f % f %
Cooperação e
colaboração na
resolução de 41 38 20 18,5 14 13 32 29,6 1 0,9
exercícios da
Matemática
Tabela 10. Frequência e análise percentual das opiniões dos alunos sobre o uso da
diversidade de estratégias na resolução de exercícios da Matemática.
Algumas Com
Sim Não Pouco
Subcategoria vezes frequência
f % f % f % f % f %
Estratégias de
resolução de 45 41,7 21 19,4 13,0 12,0 27 25 1 0,9
exercícios
Tabela 11. Frequência e análise percentual das opiniões dos alunos sobre o interesse na
participação das actividades matemáticas desenvolvidas pelo professor.
Algumas Com
Sim Não Pouco
Subcategoria vezes frequência
f % f % f % f % f %
Participação nas
actividades 80 74,1 8 7,4 4 3,7 14 13,0 2 1,9
matemáticas
vi
Tabela 12. Frequência e análise percentual das opiniões dos alunos sobre o uso de jogos
matemáticos.
Algumas Com
Sim Não Pouco
Subcategoria vezes frequência
f % f % f % f % f %
Jogos didácticos
na aprendizagem 49 45,4 25 23,1 12 11,1 18 16,7 3 2,8
da Matemática
Tabela 13. Frequência e análise percentual das opiniões dos alunos sobre o carácter
interdisciplinar e a relação dos conteúdos da Matemática com a prática social.
Tabela 14. Frequência e análise percentual das opiniões dos alunos sobre o
conhecimento do conteúdo equações trigonométricas.
f % f %
vii
Tabela 15. Frequência e análise percentual das concepções dos alunos com respeito à
resolução de equações trigonométricas.
Concepções dos
alunos com respeito à
resolução de 8 7,4 40 37,0 54 50 5 4,6
equações
trigonométricas
Tabela 16. Frequência e análise percentual das dificuldades mais predominantes na resolução
de exercícios e problemas de equações trigonométricas.
Percentagem
Sugestões Frequência
(%)
viii
Apêndice III. Inquérito aos professores do Liceu Soba Nguali do II Ciclo do
Ensino Secundário do Chinguar.
Habilitações literárias:
Licenciatura em:
______________________________________________________________.
Mestrado em:
_______________________________________________________________.
Doutoramento em:
______________________________________________________________.
___________________________________________________________.
ix
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_______________________________________________________.
Situação contratual na Escola
xi
7. Os seus alunos participam durante as aulas?
a) Sim ________
b) Não ________
c) Pouco_______
Comente
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_______________________________________________.
8. Considera que uma proposta metodológica baseada na exercitação para o
tratamento do conteúdo equações trigonométricas da disciplina de Matemática
do curso de Ciências Físicas e Biológicas, ajudaria os alunos a compreender
melhor esse conteúdo?
Sim ______ Não ______ Não sei ______.
xii
Apêndice IV. Resultados do inquérito aplicado aos professores.
Percentagem
Dificuldades na aprendizagem Frequência
(%)
Percentagem
Recursos materiais e pedagógicos Frequência
(%)
Computador 2 50,0
xiii
Tabela 19. Dados percentuais das dificuldades encontradas na prática docente de Matemática.
Percentagem
Dificuldades na prática docente Frequência
(%)
Tabela 20. Dados percentuais das principais causas das dificuldades na aprendizagem da
Matemática, e particularmente do conteúdo equações trigonométricas.
xiv
Tabela 21. Dados percentuais das opiniões dos professores sobre as capacidades dos
alunos na resolução de exercícios simples de equações trigonométricas.
Tabela 22. Frequência e análise percentual do grau de participação dos alunos nas aulas.
xv
Apêndice V. Questionário de avaliação da metodologia pelo critério de
usuários.
Para o processamento dos dados é importante que se refira aos seguintes aspectos:
1. Ocupação actual:
______________________________________________________________.
2. Categoria docente:
______________________________________________________________.
3. Grau académico:
______________________________________________________________.
5. Cargos exercidos:
_____________________________________________________________.
xvi
7. Cargo que ocupa:
_____________________________________________________________.
Muito adequada_________
Bastante adequada______
Adequada_____________
Pouco adequada_________
Não adequada_________
Comentários/sugestões_________________________________________________
___________________________________________________________________
_____________________________________________________.
Muito adequada_________
Bastante adequada______
Adequada_____________
Pouco adequada_________
Não adequada_________
Comentários/sugestões_________________________________________________
___________________________________________________________________
_____________________________________________________.
xvii
Muito adequada_________
Bastante adequada______
Adequada_____________
Pouco adequada_________
Não adequada_________
Comentários/sugestões_________________________________________________
___________________________________________________________________
_____________________________________________________.
Muito adequada_________
Bastante adequada______
Adequada_____________
Pouco adequada_________
Não adequada_________
Comentários/sugestões_________________________________________________
___________________________________________________________________
_____________________________________________________.
Muito adequada_________
Bastante adequada______
Adequada_____________
Pouco adequada_________
Não adequada_________
Comentários/sugestões_________________________________________________
___________________________________________________________________
_____________________________________________________.
xviii
6. Como valoriza a possibilidade de aplicação da Metodologia no tratamento de
outros conteúdos matemáticos em função da preparação dos alunos para o ensino
superior.
Muito adequada_________
Bastante adequada______
Adequada_____________
Pouco adequada_________
Não adequada_________
Comentários/sugestões_________________________________________________
___________________________________________________________________
_____________________________________________________.
Muito adequada_________
Bastante adequada______
Adequada_____________
Pouco adequada_________
Não adequada_________
Comentários/sugestões_________________________________________________
___________________________________________________________________
_____________________________________________________.
Muito adequada_________
Bastante adequada______
Adequada_____________
Pouco adequada_________
Não adequada_________
xix
Comentários/sugestões_________________________________________________
___________________________________________________________________
_____________________________________________________.
Muito adequada_________
Bastante adequada______
Adequada_____________
Pouco adequada_________
Não adequada_________
Comentários/sugestões_________________________________________________
___________________________________________________________________
_____________________________________________________.
Muito adequada_________
Bastante adequada______
Adequada_____________
Pouco adequada_________
Não adequada_________
Comentários/sugestões_________________________________________________
___________________________________________________________________
_____________________________________________________.
Muito adequada_________
Bastante adequada______
Adequada_____________
xx
Pouco adequada_________
Não adequada_________
Comentários/sugestões_________________________________________________
___________________________________________________________________
_____________________________________________________.
xxi
Apêndice VI. Caracterização da amostra de usuários.
Usuário Ocupação Categoria Grau Anos de Cargos Local de trabalho Cargo que
actual docente académico experiência exercidos actual ocupa
profissional na
educação
1 Professor Assistente Mestre 15 Anos Professor E. S. Politécnica Professor
Estagiário do Bié
2 Professor Prof. Mestre 15 Anos Professor E.S. Pedagógica Chefe de Dep.
Auxiliar do Bié Ciências
Exactas
3 Professor Prof. Ens. Licenciado 22 Anos Coordenador Escola do Professor
Prim. e de Disciplina Magistério
Sec. 6º Primário do
Escalão Chinguar
4 Professor Prof. Ens. Licenciado 14 Anos Coordenador Escola do Professor e
Prim. e de Disciplina Magistério Coordenador
Sec. 6º Primário do de Disciplina
Escalão Chinguar
5 Professor Prof. Ens. Licenciado 5 Anos Nenhum Escola do II Ciclo Professor
Prim. e do Ensino
Sec. 6º Secundário “Soba
Escalão Nguali” Chinguar
6 Professor Prof. Ens. Mestre 20 Anos Nenhum Escola do Liceu Professor
Prim. e
“Rei Ndunduma”
Sec. 5º
Escalão do Cuito/Bié
7 Professor Prof. Ens. Mestre 13 Anos Professor Colégio “11 de Professor
Novembro”-
Prim. e
Lubango
Sec. 5º
Escalão
8 Director de Prof. Ens. Mestre 25 Anos Professor Escola do II Ciclo Director de
Escola
Escola Prim. e do ensino
Sec. 5º secundário da 4ª
Escalão Divisão
9 Professor Prof. Ens. Licenciado 12 Anos Director de Escola do II Ciclo Professor
Prim. e turma do Ensino
Sec. 6º Secundário “Soba
Escalão Nguali” Chinguar
10 Professor Professor Mestre 18 Anos Chefe de Faculdade de Chefe de
Departamento Departamento
auxiliar Economia/
Huambo
11 Professor Prof. Ens. Mestre 15 Anos Subdiretor Escola de Professor
Administrativo
Prim. e Formação de
Sec. 5º Professor –
Escalão MARISTA “São
José”.
xxii
12 Professor Prof. Ens. Licenciado 23 Anos Coordenador Complexo Escolar Professor
Prim. e de Disciplina no 314, Anexo ao
Sec. 6º Magistério Marista
Escalão São José
xxiii
Tabela 24. Dados de frequências relativas de indicadores de avaliação da metodologia.
MA BA A PA NA
xxiv
Tabela 25. Dados de frequências relativas de categorias avaliativas da metodologia.
Categoria avaliativa
MA BA A PA NA
2 8 7 3 0
5 4 7 2 0
4 8 5 2 0
2 10 5 2 0
4 5 8 1 0
5 4 11 1 0
9 5 3 3 0
6 5 4 3 0
1 13 3 2 0
2 5 11 1 0
7 6 3 2 0
xxv
Apêndice VII. Determinação do Coeficiente de Concordância de Kendall.
s
W
1 / 12(k ( N 3 N ))
2
k - número de avaliadores.
R - intervalos
Rj 2
s ( Rj )
N
Média dos
Soma de Desvio
intervalos
intervalos Média padrão.
MA 3,5 38,5 4,272727 2,453198
PA 2,272727 25 2 0,774597
NA 1 11 0
xxvi
Pode observar-se que o valor do Coeficiente de concordância é de 0,73353 o qual
indica que houve consenso entre os avaliadores; os valores deste coeficiente vão
desde Zero (0,0) quando não há consenso, até um (1) quando o consenso é total, ou
seja de 100%, mas aqui o valor 0,73353 está a indicar que mais de 70% dos
avaliadores consideram positiva a estratégia, o valor de p < 0,00000 (probabilidade)
indica que a avaliação dada pelos avaliadores é significativa.
xxvii