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PENSAMENTO LÓGICO
MATEMÁTICO
UNIASSELVI-PÓS
Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Profa. Bárbara Pricila Franz
Profa. Cláudia Regina Pinto Michelli
Profa. Kelly Luana Molinari Corrêa
Prof. Ivan Tesck
515
J237c Jenske, Grazielle
A construção do pensamento lógico matemático / Grazielle Jenske;
Leonardo Garcia dos Santos. Indaial : UNIASSELVI, 2016.
138 p. : il.
ISBN 978-85-69910-25-1
APRESENTAÇÃO���������������������������������������������������������������������������� 7
CAPÍTULO 1
O Desenvolvimento Lógico-Matemático������������������������������������� 9
CAPÍTULO 2
A Linguagem Matemática������������������������������������������������������������� 43
CAPÍTULO 3
Dificuldades de Aprendizagem em Matemática������������������������ 75
CAPÍTULO 4
Metodologias de Ensino da Matemática��������������������������������� 101
APRESENTAÇÃO
Quando falamos sobre Matemática muitos pensam que trata-se de uma
área do conhecimento que nos permite somar, multiplicar, calcular. Porém, ela
é bem mais do que isto. A matemática é um processo em que construímos um
pensamento lógico sobre determinado assunto, traduzindo-o com números e
linguagem matemática. Neste sentido, podemos explicar o que é matemática
quando percebemos que antes de aprender matemática, devemos aprender a
pensar, pensar, pensar...
Bons estudos!
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Capítulo 1 O Desenvolvimento Lógico-Matemático
Contextualização
Historicamente, a escola foi vista como um ambiente onde o professor
ensina e o aluno aprende e onde pouco se pesquisava sobre como acontece
a relação ensino/aprendizagem. Com o número crescente de crianças e
adolescente nas escolas, devido à lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990, Art.
55, a sociedade escolar vem vivenciando diversos impasses em relação à
aprendizagem de seus educandos.
O Desenvolvimento Cognitivo e
a Construção do Conhecimento
Lógico-Matemático
O estudo do
O estudo do desenvolvimento cognitivo do ser humano é uma desenvolvimento
área da Psicologia que busca compreender o homem em todos os cognitivo do ser
seus aspectos, desde o nascimento até o seu mais completo grau humano é uma área
de maturidade. Existem diversas teorias, as quais fazem uso de da Psicologia que
busca compreender
diferentes métodos, que buscam reconstituir e explicar as condições
o homem em todos
da representação do mundo do homem em cada momento histórico os seus aspectos,
da sociedade. Dentre essas teorias, apresentamos, neste material, a desde o nascimento
teoria de Jean Piaget. até o seu mais
completo grau de
maturidade.
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A construção do pensamento lógico matemático
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Capítulo 1 O Desenvolvimento Lógico-Matemático
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A construção do pensamento lógico matemático
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Capítulo 1 O Desenvolvimento Lógico-Matemático
o meio, o que configura uma inteligência essencialmente prática (real). Esta etapa
caracteriza-se pela:
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A construção do pensamento lógico matemático
• Abstração matemática;
• Formação de conceitos abstratos, como de liberdade e justiça;
• Criatividade para trabalhar com hipóteses impossíveis ou irreais;
• Reflexão existencial;
• Crítica dos valores morais e sociais;
• Moral própria baseada na moral do grupo de amigos;
• Experiência de coisas novas, estimuladas pelo grupo de amigos;
• Desenvolvimento da sexualidade.
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Capítulo 1 O Desenvolvimento Lógico-Matemático
Os Processos de Aprendizagem da
Matemática
Em um olhar bastante amplo, vamos inicialmente procurar definir o conceito
do que é Matemática. Muitos pesquisadores a definem como “a ciência dos
padrões”. Tal definição é dada pelo fato de que quem estuda Matemática busca
examinar regularidades em números e formas, tentando explicar as relações que
existem entre elas.
Outro aspecto importante a ser analisado neste olhar sobre a Outro aspecto
aprendizagem da matemática, é o de que os conceitos matemáticos não importante a ser
são obtidos em apenas um instante. Apenas com tempo se consegue analisado neste
absorver os conceitos e entender suas aplicações e relevância, ou olhar sobre a
seja, para falar de aprendizagem em matemática, devemos observar aprendizagem da
que estamos diante de um cenário no qual não haverá resultados matemática, é o de
que os conceitos
satisfatórios se não houver métodos que fomentem o desejo e interesse
matemáticos
no aprender, pois é apenas dessa forma que ocorrerá a internalização não são obtidos
dos conceitos. em apenas um
instante. Apenas
Nesse sentido, a importância de criar situações de ensino que com tempo se
busquem uma aprendizagem real da matemática aumenta e percebe- consegue absorver
se que seu estudo e entendimento de como ele acontece e pode é o os conceitos e
entender suas
início do processo. No próximo tópico, verificaremos, então, como
aplicações e
acontece o ensino-aprendizagem da matemática. relevância.
O Ensino-Aprendizagem de Matemática
A matemática é uma área do conhecimento que possui grandes O matemático
relações com as outras existentes. O matemático alemão Gauss (séc. alemão Gauss
XVII) dizia que a matemática era a “Rainha das Ciências”. E como em (séc. XVII) dizia
toda ciência, os conceitos se desenvolvem de uma forma gradativa, e que a matemática
necessitam de uma motivação para que possuam significado por parte era a “Rainha das
do aluno. De acordo com Slavin (1985), seu ensino acontece de forma Ciências”.
lenta, durante um período de experimentação e formalização. Durante o
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A construção do pensamento lógico matemático
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Capítulo 1 O Desenvolvimento Lógico-Matemático
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A construção do pensamento lógico matemático
Fonte: Os autores.
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Capítulo 1 O Desenvolvimento Lógico-Matemático
Vergnaud (1993, p.12) toma como premissa que uma das vantagens dessa
abordagem “[...] é permitir a produção de uma classificação baseada na análise
das tarefas cognitivas e dos procedimentos que podem ser adotados em cada
um deles”.
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A construção do pensamento lógico matemático
C = (S, I, R)
b) Situações
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A construção do pensamento lógico matemático
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
Note, pela representação gráfica anterior, que, além dos esquemas serem
colocados pós-situação, existem várias formas de se pensar sobre essa mesma
situação, e o aluno deve refletir sobre todas para que consiga ter como objetivo o
conceito necessário.
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Capítulo 1 O Desenvolvimento Lógico-Matemático
a) Invariantes Operatórios
Fonte: Os autores.
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A construção do pensamento lógico matemático
Fonte: Os autores.
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Capítulo 1 O Desenvolvimento Lógico-Matemático
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A construção do pensamento lógico matemático
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Capítulo 1 O Desenvolvimento Lógico-Matemático
Tipos de aprendizagem
Para compreender os tipos de aprendizagem, tomaremos por base os
pensamentos de Ausubel, Novak e Hanesian (1980), que apresentam dois tipos
globais de aprendizagem: a aprendizagem por recepção e por descoberta. Nesses
casos, não podemos aferir qual deles será mais eficaz, pois, em ambos os tipos
de aprendizagem, poderemos ter absorções do conteúdo necessário de forma
mecânica ou significativa.
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A construção do pensamento lógico matemático
dado pelo termo anterior (da progressão) somado a um termo constante, chamado
de razão. Sendo indicado por:
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Capítulo 1 O Desenvolvimento Lógico-Matemático
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A construção do pensamento lógico matemático
A Construção da Experiência
Agora, para
internalizar os
Matemática
conceitos obtidos
sobre o objeto, a A matemática é uma ciência que acrescenta conhecimentos a
criança necessitará partir de conhecimentos pré-adquiridos. Porém, neste ponto, devemos
de uma estrutura preocupar-nos em saber de onde surgem as concepções iniciais
organizada de sobre esta experiência a respeito da matemática. O fato se apoia no
raciocínio, logo, desenvolvimento humano e sua formação cognitiva. Para Piaget (1995),
para que ocorra
a criança constrói seu conhecimento por meio de uma experimentação
o aprendizado,
é necessária a ativa, ou seja, ela experiencia os objetos sem formar conceitos, pois
“assimilação”, que estes só aparecerão mais tarde. E, sendo assim, surgem, dentre as
é obtida por meio diversas formas de experiência, aquela que nos interessa neste estudo:
da relação entre a a experiência lógico-matemática.
experiência física
e a experiência Porém, antes de entendermos qual é o cerne da questão acerca
lógico-matemática.
da experiência lógico-matemática, devemos conhecer um pouco da
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Capítulo 1 O Desenvolvimento Lógico-Matemático
experiência física. É por meio desta experiência que a criança conhece os objetos,
por meio de seu contato com ele. As propriedades destes objetos são conhecidas
por sua manipulação e observação visual. Ao abstrair estas propriedades (apesar
de não ser em grande nível), a criança adquire o conhecimento físico da estrutura
do objeto em questão. Agora, para internalizar os conceitos obtidos sobre o objeto,
a criança necessitará de uma estrutura organizada de raciocínio, logo, para que
ocorra o aprendizado, é necessária a “assimilação”, que é obtida por meio da
relação entre a experiência física e a experiência lógico-matemática.
As Experiências Lógico-Matemáticas
Ao citar as experiências lógico-matemáticas, podemos exemplificá-las como
as que estão mais ligadas a processos, tais como:
• Separar;
• Agrupar;
• Ordenar;
• Criar correspondências.
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A construção do pensamento lógico matemático
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Capítulo 1 O Desenvolvimento Lógico-Matemático
A Construção do Conceito de
Número Pais ficam
orgulhosos
Desde muito cedo, os números permeiam a vida da criança. Ela
ao ouvirem os
mostra com os dedinhos quantos anos tem, possui brinquedos com primeiros números
números impressos, a sua casa é identificada por um número, encontra recitados por seus
números nos botões do elevador, enfim, são várias as situações em filhos, e quando
que ela tem o contato com os números. Toda criança gosta de mostrar recitam acima
que sabe contar, ou melhor, recitar a série numérica, 1, 2, 3, 4, 5... Pais de 20, eles até
ficam orgulhosos ao ouvirem os primeiros números recitados por seus arriscam a dizer:
“esse vai dar bom
filhos, e quando recitam acima de 20, eles até arriscam a dizer: “esse
em matemática”.
vai dar bom em matemática”. Bem, mas será que a criança ao recitar a Bem, mas será que
série numérica, a partir de 1 até um determinado número, sabe mesmo a criança ao recitar
contar os objetos de um conjunto? Será que a criança, ao quantificar a série numérica,
objetos, possui de fato a construção do número? a partir de 1 até
um determinado
Antes de estudarmos sobre quando a criança constrói o conceito número, sabe
mesmo contar
de número, torna-se relevante saber sobre os princípios lógicos
os objetos de um
necessários para que isso ocorra. Kamii (1999) descreve como princípio
conjunto? Será
básico a tarefa de conservação. Este princípio baseia-se na habilidade que a criança, ao
de a criança, por meio do seu pensamento, saber que o número de quantificar objetos,
um conjunto de objetos independe de seu arranjo espacial. Em Kamii possui de fato a
(1999) encontramos a demonstração da prova da conservação do construção do
número utilizada por Piaget. Veja a experiência a seguir. número?
1 – A Igualdade
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A construção do pensamento lógico matemático
2 – A Conservação
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Capítulo 1 O Desenvolvimento Lógico-Matemático
• Ordem: é a ordem criada mentalmente pela criança para assegurar que não
ficarão objetos sem contar ou que contará o mesmo objeto mais de uma
vez. Para tanto, nessa relação, não é necessário que os objetos estejam
enfileirados, organizados em uma ordem espacial, a ordem para contar é
estabelecida mentalmente pela criança.
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A construção do pensamento lógico matemático
Nesse sentido, o texto que segue de Kamii (1999) colabora com a prática
pedagógica do professor, encorajando a criança a quantificar objetos.
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Capítulo 1 O Desenvolvimento Lógico-Matemático
Algumas Considerações
As discussões acerca dos assuntos relacionados com o desenvolvimento
lógico-matemático já são bastante antigas. Neste capítulo, com o propósito de
colaborar com o debate sobre o assunto, pudemos observar que a teoria que
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A construção do pensamento lógico matemático
Outro fato importante a ser observado é que não existe no homem estruturas
cognitivas que são inatas à sua existência. A inteligência a ser desenvolvida no ser
humano será potencializada por meio de suas ações, repetidas sobre os objetos.
Dessa forma, podemos aferir que as estruturas cognitivas se desenvolvem e se
aperfeiçoam baseadas num processo que podemos chamar de construtivismo,
ocorrendo constantemente, por meio dele, a estruturação de novos conceitos.
Referências
AUSUBEL, D.P.; NOVAK, J.D.; HANESIAN, H. Psicologia Educacional.
Tradução de Eva Nick et al. Rio de Janeiro: Interamericana, 1980.
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Capítulo 1 O Desenvolvimento Lógico-Matemático
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A construção do pensamento lógico matemático
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C APÍTULO 2
A Linguagem Matemática
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Capítulo 2 A Linguagem Matemática
Contextualização
Cada país, sociedade ou cultura tem sua linguagem própria e na sociedade
escolar não é diferente. A linguagem é responsável pela comunicação entre os
seres, seja ela escrita, seja desenhada, seja por gestos, seja falada. É por meio
dela que podemos trocar ideias, expressar opiniões e construir conhecimento.
No dia a dia da sala de aula há muita dificuldade por parte dos alunos em
compreender a linguagem científica, devido às suas terminologias e aos seus
símbolos, o que acarreta desentendimentos entre o que o professor ensina e o
que o aluno aprende.
A Comunicação em Matemática
Segundo o filósofo grego Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.), o ser humano, por
ter características sociais, carece da interação com o outro para sentir-se pleno.
E, para alcançar essa interação, faz-se necessária a comunicação.
A comunicação
A comunicação não é somente o que se diz, mas é, também, não é somente o
tudo aquilo que o outro compreendeu do que foi dito. Veja o quanto que se diz, mas
é importante nos fazermos compreendidos! Para isso, dispomos é, também, tudo
de sinais, que podem ser verbais ou não verbais. Os sinais verbais aquilo que o outro
ocorrem quando utilizamos a palavra (seja oral ou escrita) como código compreendeu do
de linguagem no processo de comunicação. Este tipo de linguagem que foi dito.
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A construção do pensamento lógico matemático
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Capítulo 2 A Linguagem Matemática
Estas habilidades parecem simples e óbvias, porém não são. Para conseguir
desenvolvê-las há diversos conceitos, conteúdos e situações as quais os alunos
precisam ser exaustivamente expostos. Para que os discentes consigam “falar”
e “escrever” em Matemática, é necessário, inicialmente, aprender a “ler” e
“compreender” matemática, tema este que abordaremos a seguir.
Leitores fluentes
Estas afirmações possuem coerência, visto que a leitura é um
vão além de
reconhecer dos principais caminhos para ampliarmos nossa aprendizagem. Em
letras, palavras, contrapartida, resulta em outro desafio: fazer com que os alunos sejam
frases e textos, leitores fluentes. Leitores fluentes vão além de reconhecer letras,
eles localizam palavras, frases e textos, eles localizam informações (explícitas ou não),
informações fazem inferências (de alcances e níveis de complexidade variados),
(explícitas ou além de outras tantas habilidades.
não), fazem
inferências (de
alcances e níveis Ainda segundo Smole e Diniz (2001), todas as pesquisas
de complexidade desenvolvidas nos últimos tempos sobre como transformar os alunos em
variados), além bons leitores estão alicerçadas na capacidade humana de compreender
de outras tantas e interpretar o mundo. Ler é um ato de conhecimento, uma ação de
habilidades. compreender, transformar e interpretar o que o texto escrito apresenta.
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Capítulo 2 A Linguagem Matemática
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A construção do pensamento lógico matemático
Na maioria
das vezes,
A Resolução de Problemas
os problemas
propostos Sabemos que as aulas de matemática ainda são constituídas,
nestas listas de em sua maioria, por aulas expositivas, em que o professor passa para
exercícios possuem o quadro aquilo que julga importante. O aluno, por sua vez, copia do
“a finalidade quadro para o caderno e, em seguida, procura fazer exercícios de
de verificar a aplicação, que nada mais são do que uma repetição de um modelo
aprendizagem
apresentado pelo professor.
e a aplicação
de conceitos,
algoritmos, Na maioria das vezes, os problemas propostos nestas listas
propriedades e de exercícios possuem “a finalidade de verificar a aprendizagem e
outros fatos da a aplicação de conceitos, algoritmos, propriedades e outros fatos da
matemática”. matemática”, como sugere Lopes e Mansuti (1994, p. 35). Isso faz
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Capítulo 2 A Linguagem Matemática
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A construção do pensamento lógico matemático
Compreender o problema
Estabelecer um plano
Execução do plano
Retrospecto da resolução
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Capítulo 2 A Linguagem Matemática
Atividades de Estudos:
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A construção do pensamento lógico matemático
Fonte: Os autores
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Capítulo 2 A Linguagem Matemática
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A construção do pensamento lógico matemático
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Capítulo 2 A Linguagem Matemática
Exemplo: Maria e José possuem juntos R$ 40,00. Sabendo que Maria tem
R$ 17,50, quanto tem José?
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A construção do pensamento lógico matemático
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Capítulo 2 A Linguagem Matemática
Este pode ser distinguido por seis grandes classes de problemas, resumidas
no Quadro 1:
Exemplo 2: João iniciou uma nova fase do seu jogo favorito com 23.579
pontos. Ao terminar a fase, estava com 28.897 pontos. Quantos pontos ele
ganhou nesta fase do jogo?
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A construção do pensamento lógico matemático
Exemplo 3: Maria ganhou 5 balas de Pedro. Agora ela tem 14 balas. Quantas
balas ela tinha antes de ser presenteada por Pedro?
Exemplo 4: José tinha 11 carrinhos, deu 3 para seu irmão. Com quantos
carrinhos José ficou?
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Capítulo 2 A Linguagem Matemática
Exemplo 6: Pedro deu 8 balas para Maria e agora tem 23 balas. Quantas
balas ele tinha antes de dividi-las com Maria?
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A construção do pensamento lógico matemático
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Capítulo 2 A Linguagem Matemática
Exemplo de situação: Maria devia 6 reais para Gustavo. Ela pagou 4 reais.
Agora lhe deve 2 reais.
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A construção do pensamento lógico matemático
Exemplo de situação 1: Maria deve 8 reais para Gustavo, mas Gustavo lhe
deve 5 reais. Então, Maria deve apenas 3 reais a Gustavo.
Aqui são
reencontradas as
classes vistas na
primeira categoria,
porém com
subclasses mais
numerosas. Desse E a equação correspondente: (-7) + (-5) = -12. Nesta categoria,
modo, podemos
dois estados relativos se compõem em um estado relativo.
perceber quantas
situações são
necessárias para Aqui são reencontradas as classes vistas na primeira categoria,
que o aluno tenha porém com subclasses mais numerosas. Desse modo, podemos
domínio deste perceber quantas situações são necessárias para que o aluno tenha
campo conceitual. domínio deste campo conceitual.
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Capítulo 2 A Linguagem Matemática
Atividade de Estudos:
A Informática e a Comunicação
Matemática
Você consegue se imaginar um dia sem seu celular ou smartphone?
Consegue se imaginar sem as redes sociais, como o WhatsApp, Facebook,
Instagram e Snapchat? Consegue se imaginar preparando novas aulas sem a
ajudinha do Google? Difícil, não é? E, se é difícil para nós, que nascemos em
um mundo analógico e nos adaptamos ao mundo digital, o que dizer sobre quem
nasceu na era digital?
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A construção do pensamento lógico matemático
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Capítulo 2 A Linguagem Matemática
Ao incorporarmos
Ao incorporarmos softwares educacionais em nossa prática softwares
pedagógica, como instrumento de ensino e aprendizagem, precisamos educacionais em
saber quais critérios devem ser observados para que ele realmente nossa prática
cumpra com os objetivos esperados e não vire um passatempo. Porém pedagógica,
não é fácil esta tarefa, pois não há um critério universal para avaliar como instrumento
softwares educacionais, e as opiniões dos especialistas não tangem de ensino e
aprendizagem,
para um mesmo foco.
precisamos saber
quais critérios
Temos observado, de forma cada vez mais intensa, o lançamento, devem ser
no mercado de softwares, de produtos que, segundo seus fabricantes, observados para
poderiam auxiliar o trabalho de professores e facilitar a aprendizagem dos que ele realmente
alunos. No entanto, grande parte destes programas é de baixa qualidade, cumpra com os
o que os torna sem utilidade em ambientes de ensino e aprendizagem. objetivos esperados
e não vire um
passatempo.
Mas aqui segue um esforço de cruzar algumas informações
que podem auxiliar na escolha de um software educacional que
corresponda tanto às expectativas de quem pretende aplicá-lo como de quem
irá interagir com ele.
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A construção do pensamento lógico matemático
Atividade de Estudos:
Utilizar esse recurso É importante ter sempre bem definidos os objetivos de utilizar os
sem nenhum softwares educacionais. Utilizar esse recurso sem nenhum parâmetro
parâmetro pode pode acarretar frustrações, pois existem muitos softwares de baixa
acarretar frustrações, qualidade, que não favorecem uma aprendizagem significativa e cabe
pois existem muitos
ao professor ter um olhar atento ao fazer esta escolha.
softwares de baixa
qualidade, que não
favorecem uma Note que esse esforço para se adequar às tecnologias vem no
aprendizagem intuito de se adaptar à realidade do aluno, de falar a linguagem dele,
significativa e cabe de fazer conexões com o que ele já sabe, pois, como já falamos aqui,
ao professor ter um o novo conhecimento precisa se ancorar em um conhecimento pré-
olhar atento ao fazer existente. É com esse olhar que falaremos a seguir sobre a matemática
esta escolha.
do dia a dia.
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A construção do pensamento lógico matemático
Dessa forma, pode fazer-se necessária e objetiva, uma vez que ensinada de
forma facilitadora e não repressora. Pode-se, ainda, afirmar que a etnomatemática
está relacionada ao aprimoramento de conhecimento lapidado, ou seja, razão
mais praticidade é igual a etnomatemática.
Atividades de Estudos:
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Capítulo 2 A Linguagem Matemática
3) (ENADE 2011)
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A construção do pensamento lógico matemático
II. Saber qual conhecimento deve ser ensinado nas escolas continua
sendo uma questão nuclear para o processo pedagógico.
III. O processo de conhecimento deve possibilitar compreender,
usufruir e transformar a realidade.
IV. A escola deve ensinar os conteúdos previstos na matriz curricular,
mesmo que sejam desprovidos de significado e sentido para
professores e alunos.
Algumas Considerações
Neste capítulo falamos da importância que a linguagem tem para a
compreensão dos conceitos matemáticos e como ocorre a apropriação desta
linguagem. Buscamos, também, apresentar estratégias para aproximar a
linguagem e os conhecimentos do aluno com a linguagem e os conceitos da
matemática, tendo como aporte a Teoria da Aprendizagem Significativa e a Teoria
dos Campos Conceituais, abordadas no Capítulo 1 deste livro.
Obviamente que este assunto não está findado, tão pouco foi abordado em
sua totalidade, pois trata-se de uma disciplina que tem início e fim e os estudos
sobre este campo são infindáveis. Por este motivo deixamos diversas sugestões
para que você possa aprofundar seu conhecimento nesta área.
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Capítulo 2 A Linguagem Matemática
Referências
D’AMBRÓSIO, Ubiratan. Etnomatemática - elo entre as tradições e a
modernidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.
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A construção do pensamento lógico matemático
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C APÍTULO 3
Dificuldades de Aprendizagem
em Matemática
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Capítulo 3 Dificuldades de Aprendizagem em Matemática
Contextualização
A dificuldade no processo de aprendizagem de matemática é um dos temas
mais intrigantes dentre os que estão ligados à forma de pensar e de construir
conhecimentos. Tal fato deve-se à concepção de que a matemática exige, muitas
vezes, a abstração de ideias, e que este processo apresenta algumas barreiras
na construção do raciocício dos alunos. Nesse sentido, sobre as barreiras citadas,
algumas perguntas são bastante presentes na tentativa do entendimento dos
processos de contrução do pensamento matemático. São exemplos:
Concepção de Aprendizagem
O ensino, ao ter sua prática realizada pelo professor, possui uma teoria de
aprendizagem associada. Porém nenhuma teoria sozinha consegue explicar
como funciona o processo de aprendizagem por parte dos alunos. Por mais que
haja um planejamento da forma de ensinar, a aprendizagem dependerá de uma
série de fatores no desenvolvimento da interação do professor e do aluno durante
o processo.
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A construção do pensamento lógico matemático
a) Concepção Inatista
Frases como, “Filho de peixe, peixinho é ...” são exemplos de que até hoje
esta concepção sobrevive e que, inconscientemente, é utilizada no processo de
ensino. Ou seja, a relevância na aprendizagem é ligada à aptidão do aluno.
b) Concepção Ambientalista
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Capítulo 3 Dificuldades de Aprendizagem em Matemática
c) Concepção Construtivista
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A construção do pensamento lógico matemático
Dificuldades de Aprendizagem
Após compreender quais são as concepções de aprendizagem, temos como
conseguinte a tarefa de compreender o porquê de ela, muitas vezes, não ser
alcançada. A isso damos o nome de dificuldades de aprendizagem e podemos
pensar este conceito como algumas barreiras que alguém encontra ao tentar
fazer algo que deseja.
Esta definição, que é datada de 1962, apesar de ser antiga em sua criação,
na prática é bastante atual, pois ela afere que a dificuldade de aprendizagem é
caracterizada pelo fato de o aluno não conseguir produzir conhecimento de acordo
com seu potencial. Ou seja, em alunos portadores de dificuldades de
aprendizagem existem diferenças significativas entre a capacidade e o
Embora as rendimento.
dificuldades de
aprendizagem
Ligado à definição acima, um fato importante deve ser levado
possam ocorrer
com outras em consideração: embora as dificuldades de aprendizagem possam
disfunções físicas ocorrer com outras disfunções físicas e mentais, elas não são causadas
e mentais, elas diretamente por estes fatores.
não são causadas
diretamente por Num outro olhar, podemos definir que um aluno com dificuldades
estes fatores. de aprendizagem é aquele que apresenta rendimento menor do que o
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Capítulo 3 Dificuldades de Aprendizagem em Matemática
esperado para seu grupo etário, ou seja, quando ele não acompanha o grupo ao
qual pertence ou no qual se insere.
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A construção do pensamento lógico matemático
Dificuldades de Aprendizagem de
Matemática
A habilidade de se trabalhar com números é desenvolvida ao longo da vida
das pessoas. Este processo é constituído por etapas que se iniciam logo cedo nas
crianças. Bastos (2006), citando Piaget, que criou a teoria do conceito de número
na criança, coloca que as etapas do processo são:
82
Capítulo 3 Dificuldades de Aprendizagem em Matemática
Porém existe um grande número de alunos que não alcançam estes requisitos.
A partir daí, começam a surgir as dificuldades de aprendizagem em matemática.
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A construção do pensamento lógico matemático
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Capítulo 3 Dificuldades de Aprendizagem em Matemática
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A construção do pensamento lógico matemático
cérebro ative outra parte para poder suprir esta necessidade, ocorrendo
Quando as causas
são lesionais, ou algumas falhas na execução. O tratamento para estes tipos de casos
seja, por motivo são mais indicados para profissionais da área da saúde.
de uma lesão no
cérebro, o aluno Os casos em que a causa não é lesional são classificados como
perde a capacidade discalculias e o professor tem papel fundamental no processo de
de ter habilidade tratamento destas dificuldades. Para tanto, no tópico que se encaminha,
com a matemática,
este estudo será abordado.
fazendo com que
o cérebro ative
outra parte para
poder suprir esta
necessidade.
Estudo das Discalculias
O conceito de discalculia, em termos gerais, refere-se à falta
de habilidade em realizar procedimentos de cálculos, principalmente os que
envolvem as operações matemáticas e aritméticas. Normalmente, esta dificuldade
de aprendizagem se desenvolve em alunos com nível de inteligência normal, que
não possuem falhas em outros processos cognitivos, apenas no raciocínio lógico-
matemático.
86
Capítulo 3 Dificuldades de Aprendizagem em Matemática
87
A construção do pensamento lógico matemático
Tipos de Discalculia
Os estudos no âmbito das discalculias subdividem o problema em seis
formas de aparição. Cada forma corresponde à alguma capacidade específica
relacionada à matemática, podendo ocorrem, em alguns casos, conjuntamente.
De acordo com Jonhson (2006), são elas:
Causas da Discalculia
A discalculia, como já afirmado anteriormente, não é ocasionada
Está ligada a vários
fatores, podendo por motivos lesionais, e ainda não se pode aferir uma única causa para
vincular-se a sua absorção. Esta dificuldade está ligada a vários fatores, podendo
problemas com o vincular-se a problemas com o domínio da leitura e escrita no início
domínio da leitura da vida escolar do aluno. Segmentando as possíveis causas da
e escrita no início discalculia, temos que ela pode ter base em algumas áreas, sendo elas
da vida escolar do a Neurológica, Linguística, Psicológica, Genética e Pedagógica.
aluno.
a) Causa Neurológica
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Capítulo 3 Dificuldades de Aprendizagem em Matemática
b) Causa Linguística
c) Causa Psicológica
d) Causa Genética
Não existem ainda comprovações a respeito do “gen” que seria o responsável
pela hereditariedade dos problemas com a matemática. Há, apenas, uma grande
quantidade de registros de que ancestrais familiares de alunos com discalulia
também apresentavam o mesmo tipo de problema.
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A construção do pensamento lógico matemático
e) Causa Pedagógica
f) Outras Causas
• Distúrbios de escrita:
–– Crianças com disgrafia têm dificuldade de escrever letras e números.
90
Capítulo 3 Dificuldades de Aprendizagem em Matemática
Tratamento da Discalculia
Após reconhecer o aluno com discalculia, o primeiro passo é incentivá-lo para
que comece seu processo de aprendizagem, dando valor às atividades em que
se sai bem. A partir daí, deve-se descobrir como ele consegue aprender. Muitas
vezes, o aluno não possui uma forma padrão de raciocínio, e, desse modo, o
professor deve propor atividades diferenciadas, buscando permitir que desenvolva
sua maneira própria de resolução.
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A construção do pensamento lógico matemático
Preocupação que Além disso, outra preocupação que deve estar bastante presente
deve estar bastante é o fato de como os conteúdos serão abordados para que os efeitos
presente é o fato de da discalculia não sejam reforçados. Cecato (2009) coloca alguns
como os conteúdos conteúdos importantes e algumas propostas para abordá-los:
serão abordados
para que os efeitos • Percepção de figuras e formas: experiências graduadas e simples,
da discalculia não
observando detalhes, semelhanças e diferenças.
sejam reforçados.
• Espaço: localização de objetos: em cima, embaixo, no meio, entre,
primeiro, último, etc.
• Ordem e sequência: primeiro, segundo, etc., dias da semana, ordem dos
números, dos meses, das estações do ano.
• Representação mental: indicar, com as mãos e os dedos, o tamanho e
comprimento dos objetos; preencher espaços com figuras de tamanho
específico, escolhidas entre outras de mesma forma, porém com tamanhos
diferentes.
• Conceitos de números: trabalhar correspondência um a um, construir
fileiras idênticas de objetos, associar o símbolo e a compreensão auditiva à
quantidade, por meio de atividades rítmicas.
• Operações aritméticas: trabalhar adequadamente para que a criança entenda
que a adição se dá pelo acréscimo; a subtração, pela diminuição; a divisão se
dá repartindo; e a multiplicação é uma sucessão de somas de parcelas iguais.
Outro ponto importante é o aspecto motivacional que este jogo terá para
o aluno com dificuldade. Por meio dele o aluno poderá expor o que conhece
sobre o assunto, sem ter que se expor diante da classe de forma individual.
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Capítulo 3 Dificuldades de Aprendizagem em Matemática
a) Soma Quinze
O jogo é esquematizado por um tabuleiro no qual se encontra a numeração
de um a nove, com seis fichas, sendo três de cada cor. O objetivo do jogo é
posicionar três fichas para obter a soma 15.
Cada jogador recebe três fichas de mesma cor e um de cada vez posiciona
uma de suas fichas. Aquele que consegue obter a soma igual a 15 primeiro é
o vencedor. Caso ambos não consigam executar esta soma ao final das três
jogadas, o jogo continua com os jogadores mudando as fichas de posição.
b) Tangram
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Capítulo 3 Dificuldades de Aprendizagem em Matemática
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Capítulo 3 Dificuldades de Aprendizagem em Matemática
Atividades de Estudos:
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Algumas Considerações
Ao discutir as dificuldades de aprendizagem em matemática, estamos tratando
de dificuldades que prejudicam o processo de aquisição do conhecimento, não
apenas na matemática, mas em todas as disciplinas que a possuem como base.
Dessa forma, este debate deve ser amplo e a reflexão sobre o tema é de suma
importância. Conhecer estas possíveis dificuldades, em seus variados tipos, é
essencial para identificar possíveis causas e realizar as intervenções necessárias.
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Capítulo 3 Dificuldades de Aprendizagem em Matemática
Referências
BARROS, Jussara De. Dificuldades de Aprendizagem. Brasil Escola. Disponível
em <http://brasilescola.uol.com.br/educacao/dificuldades-aprendizagem.htm>.
Acesso em: 19 abr. 2016.
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A construção do pensamento lógico matemático
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C APÍTULO 4
Metodologias de Ensino
da Matemática
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Capítulo 4 Metodologias de Ensino da Matemática
Contextualização
Ao longo da história da educação brasileira, à matemática é dado o papel
de “vilã”, sendo a esta disciplina atribuídos os altos índices de repetência e
evasão escolar. No entanto, compreendemos que, assim como as outras áreas
do conhecimento, a matemática assume um papel importante na formação
de cidadãos. Cabe a nós, docentes da área, procurar diferentes estratégias e
abordagens de ensino para o alcance de maior aprendizagem.
A Matemática Lúdica
A matemática originou-se a partir da necessidade humana de encontrar
soluções para as “situações” (dúvidas, indagações) que surgiam no dia a dia,
ou seja, para facilitar. Nesse contexto, caberia à escola buscar estratégias para
instigar os alunos a exporem suas dúvidas em sala, para que, a partir destas,
o professor possa apresentar os conceitos matemáticos, tornando a apropriação
destes conhecimentos algo intrinsecamente interessante.
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A construção do pensamento lógico matemático
função social da escola vem sendo a de ensinar às novas gerações a lógica sob a
qual esta mesma sociedade foi estruturada.
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Capítulo 4 Metodologias de Ensino da Matemática
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A construção do pensamento lógico matemático
Atividade de Estudos:
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Capítulo 4 Metodologias de Ensino da Matemática
Soma Dez
• Descrição da atividade:
• Regras do jogo:
–– Todas as cartas são dividas entre os jogadores. Caso sobre uma carta,
esta deverá ficar na mesa, virada para cima.
–– Cada jogador deverá organizar suas cartas em uma pilha, viradas para
baixo.
–– O jogador que iniciar o jogo vira a primeira carta do seu monte. Em
seguida, um segundo jogador vira outra carta do seu monte. Se ele
conseguir, deverá completar 10 com as duas cartas.
–– Caso não consiga, o jogador apenas deixa sua carta sobre a mesa e
o terceiro jogador vira a carta do seu monte, com o mesmo objetivo de
completar dez com as cartas que já estão viradas.
–– Ou seja, quando chega a sua vez, o jogador vira a carta superior de sua
pilha sobre a mesa e tenta completar um total de 10 com uma ou mais
cartas que estiverem viradas sobre a mesa.
–– As cartas que somarem 10 são retiradas da mesa e permanecem com o
jogador que conseguiu a soma.
–– O jogo termina quando não for mais possível formar 10 com as cartas
viradas.
–– O jogador com o maior número de cartas no final é o vencedor.
• Objetivo:
• Material Didático:
–– 36 cartas de baralho – um a nove;
–– folha de registro, conforme o modelo a seguir.
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A construção do pensamento lógico matemático
Fonte: Os autores.
O jogo foi recebido com bastante entusiasmo pelos alunos, que não
prestaram muita atenção às orientações sobre as regras, foram logo jogar. Assim
que distribuíram as cartas, surgiu a primeira dúvida.
Fonte: Os autores.
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Capítulo 4 Metodologias de Ensino da Matemática
dois números para somar, por exemplo, 7 + 3, contava nos dedos de 1 a 7 e somava
3, continuando a contar 8, 9 e 10. Nesse momento, realizamos uma intervenção,
mostrando que ele poderia pensar de outra forma. Por exemplo, nesta mesma
operação 7 + 3, 7 você já tem, então, é só continuar 8, 9 e 10. Percebemos os
olhares atentos dos alunos A e F, mas nenhum deles fez qualquer comentário.
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
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A construção do pensamento lógico matemático
Este jogo foi pensado de modo a fornecer aos alunos uma continuidade ao
conteúdo de adição de números naturais, pois a soma dez facilita na troca de
unidade para dezena. Da mesma forma, foram estimulados, durante a entrevista,
a transferir esta ideia para o soma cem.
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Capítulo 4 Metodologias de Ensino da Matemática
Fonte: Os autores.
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A construção do pensamento lógico matemático
Fonte: Os autores.
Por meio desta entrevista, é possível perceber que, apesar das dificuldades
iniciais, principalmente dos alunos A, E e F, todos alcançaram os objetivos da
atividade e todos conseguiram transportar os teoremas-em-ação utilizados no
jogo Soma dez para o Soma cem.
• Descrição da Atividade:
• Regras do Jogo:
• Material Didático:
–– Inicialmente, dois dados para cada dupla, posteriormente, foram
disponibilizados três dados.
–– Um tabuleiro para cada dupla, contendo duas fileiras de números de 1 a
15, conforme a foto a seguir.
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Capítulo 4 Metodologias de Ensino da Matemática
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
• Análise da Atividade:
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A construção do pensamento lógico matemático
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
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Capítulo 4 Metodologias de Ensino da Matemática
Fonte: Os autores.
Jogo da Antecipação
• Descrição da Atividade:
Fonte: Os autores.
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A construção do pensamento lógico matemático
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
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Capítulo 4 Metodologias de Ensino da Matemática
Fonte: Os autores.
• Objetivo:
• Material Didático:
•
–– Um computador com acesso à internet para cada aluno.
–– Folha de registro, conforme modelo a seguir.
• Análise da atividade:
Dessa forma, foi possível observar que, apesar de alguns erros nas
estimativas, todas as contas foram armadas e resolvidas corretamente. Quando
questionados sobre os erros nas estimativas, responderam que em algumas
questões eles estavam com “preguiça de pensar” e “chutaram” qualquer valor.
Esta atividade serve de alerta, pois apesar de o software ter criado uma
motivação inicial, tornou-se cansativo e não registrava os invariantes operatórios
dos alunos. Por este motivo, é importante seguir as orientações descritas no
Capítulo 2 deste livro.
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Capítulo 4 Metodologias de Ensino da Matemática
desconsiderar o que o aluno possui, que é o seu corpo, dentro do espaço onde
vive. Segundo Freire (2002), ser que pensa é ser que age e que sente. Portanto,
as situações de aprendizagem e suas metodologias de inserção devem priorizar
aspectos corporais como agentes da construção do conhecimento.
a) Topologia e Localização
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A construção do pensamento lógico matemático
Fonte: Os autores.
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Capítulo 4 Metodologias de Ensino da Matemática
Fonte: Os autores.
O processo consiste em criar códigos (símbolos) para cada uma das ordens
que podem ser realizadas. Por exemplo:
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A construção do pensamento lógico matemático
Fonte: Os autores.
b) Formas e Figuras
Nosso mundo Nosso mundo é feito em três dimensões. Tudo nele é composto
é feito em três por comprimento, largura e altura. Por esse motivo, é muito importante
dimensões. Tudo iniciar conceitos matemáticos pela percepção visual dos alunos,
nele é composto fazendo com que eles relacionem os conhecimentos necessários a
por comprimento,
partir dos objetos visualizados.
largura e altura.
Por esse motivo, é
muito importante ATIVIDADE: Conhecendo os objetos a partir do seu manuseio e
iniciar conceitos observações
matemáticos
pela percepção Esta atividade, em cada uma de suas etapas, provocará o aluno
visual dos alunos, para que ele se indague a respeito do como os objetos são, quais são
fazendo com que
suas principais características e como eles se relacionam entre si.
eles relacionem
os conhecimentos Será necessária uma preparação inicial para a construção de figuras
necessários a espaciais (Poliedros de Platão, Cone, Esfera, Cilindro, Cubo, etc.).
partir dos objetos
visualizados. • ETAPA 1: A partir dos sólidos espaciais citados anteriormente,
deixe que os alunos os visualizem e manuseie-os para que tirem
suas próprias conclusões sobre eles. Direcione-os a verificarem a
quantidade de faces, arestas, vértices (pontas) que cada um possui.
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Capítulo 4 Metodologias de Ensino da Matemática
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A construção do pensamento lógico matemático
Pegue algumas caixas (ou sólidos, se houver bastante!) e peça para que os
alunos as planifiquem, abrindo as caixas com cuidado, sem rasgá-las. Solicite,
então, que:
Por fim, note que existem várias formas de adequar o corpo e o espaço
com a aprendizagem em matemática. Estas atividades com as “caixas” e as das
“trajetórias”, sugeridas neste material, não têm a pretensão de tornar imutável os
procedimentos e metodologias utilizadas em sala de aula, bem como colocar que
os conceitos que podem ser vistos são apenas estes, mas, sim, oferecer uma
alternativa para a iniciação de conceitos a partir do que é mais acessível a eles,
que é o próprio corpo e o espaço onde está situado, motivando-os, assim, a
gostarem da Matemática.
Atividade de Estudos:
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Capítulo 4 Metodologias de Ensino da Matemática
Modelagem Matemática
A Modelagem Matemática, no Brasil, teve sua consolidação por meio de
três pessoas, consideradas fundamentais para expandir o uso da Modelagem e
a construção de modelos utilizados em sala de aula. São elas: Aristides Camargo
Barreto, Ubiratan D’ Ambrósio e Rodney Carlos Bassanezi.
O ser humano sempre recorreu aos modelos, tanto para comunicar-se com
seus semelhantes como para preparar uma ação. Nesse sentido, a modelagem,
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A construção do pensamento lógico matemático
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Capítulo 4 Metodologias de Ensino da Matemática
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A construção do pensamento lógico matemático
a) classificar as informações;
b) decidir quais os fatores são mais importantes;
c) identificar constantes envolvidas;
d) destacar as variáveis relevantes;
e) selecionar símbolos adequados para as variáveis destacadas;
f) descrever essas relações em termos matemáticos.
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Capítulo 4 Metodologias de Ensino da Matemática
soluções terão, para avaliar o quão significativa esta solução será. Nesse ponto,
se as soluções não atenderem às necessidades esperadas, deve-se retroagir à
segunda etapa citada.
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A construção do pensamento lógico matemático
VOCÊ É BONITO(A)?
É possível avaliar a beleza física de uma pessoa por meio de uma fórmula
matemática?
A beleza é subjetiva! O que é belo para uma pessoa pode não ser para outra.
Porém, é possível mostrar a harmonia de proporções, realizando comparações.
Será que somos bonitos? Ou melhor, será que nossas proporções são
harmônicas?
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Capítulo 4 Metodologias de Ensino da Matemática
Vamos tomar um segmento AB, tal que a medida (AB) = x unidade. É como
se este segmento fosse, por exemplo, a medida da altura de uma pessoa.
Observemos que o ponto C pode ocupar infinitas posições, mas existe uma
única posição – posição de ouro – onde este ponto C divide o segmento AB em
dois segmentos proporcionais. Tal que, o quociente entre a medida do segmento
todo pela parte maior é igual ao quociente entre as medidas da parte maior com a
parte menor.
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A construção do pensamento lógico matemático
x2 – xa – a2 = 0
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Capítulo 4 Metodologias de Ensino da Matemática
Logo, quanto mais a razão, entre sua altura e a medida da linha umbilical
até o chão, for próxima do número Φ, mais harmônica são suas medidas, mais
bonito você é.
Lembra-se de que esta é apenas uma das diversas atividades possíveis que
podem ser criadas com os alunos. Exemplos como este irão instigar a participação
de todos e alcançarão bons resultados na aprendizagem.
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A construção do pensamento lógico matemático
Pesquisas:
Logo após esta etapa, criar uma tabela do tipo ilustrado, como a apresentada
a seguir, para organização dos dados:
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Capítulo 4 Metodologias de Ensino da Matemática
Note que apenas o aluno CAIO obteve valor inferior à 10% de seu peso.
Logo, os alunos ANA e BRUNO haverão de passar por uma readequação dos
itens que transportam diariamente.
Atividade de Estudos:
Algumas Considerações
É consensual a importância da Matemática na contemporaneidade, visto
que ela fundamenta diversos conteúdos. Assim, a experimentação de diferentes
métodos de ensino é oportunidade de desenvolvimento, pois, dessa forma,
professor e aluno permitem-se experimentar, descobrir, inventar, aprender e
conferir habilidades.
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A construção do pensamento lógico matemático
esta relação, já que essas atividades costumam motivar o discente, sendo quase
impossível mantê-lo em situação passiva.
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Capítulo 4 Metodologias de Ensino da Matemática
É lógico que os temas aqui abordados não estão findados, no suscitar das
questões levantadas durante as conversas que tivemos neste livro tantas outras
podem ser enumeradas e, com certeza, cada uma delas implica uma nova
pesquisa, uma nova investigação, uma nova abordagem.
Referências
BASSANEZI, Rodney. Ensino-aprendizagem com modelagem matemática:
uma nova estratégia. São Paulo: Contexto, 2002.
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