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Prefeito de Fortaleza
José Sarto Nogueira Moreira
Secretário Adjunto
Jefferson Queiroz Maia
Secretária Executiva
Fernanda Gabriela Castelar Pinheiro Maia
Revisão
Katiúscia Moreira de Oliveira
Comissão Organizadora
Ana Carine dos Santos de Sousa Paiva
Andreia Nunes Cavalcanti
Francisca Mônica Silva da Costa
Lidiana Gomes de Oliveira
Marisa Muxió dos Santos
Renata Carneiro Ramos
Sumário
Apresentação • 04
Referências Bibliográficas • 32
Apresentação
Nos últimos anos, a Secretaria Municipal da Educação - SME se destaca
pelos avanços relacionados à efetivação do direito de todos à educação, a qual se
fundamenta no paradigma da inclusão, conforme estabelecido nos atuais marcos
normativos e legais que orientam a criação de políticas públicas e práticas
pedagógicas voltadas à inclusão escolar.
Para assegurar o desenvolvimento de práticas educacionais que garantam a
igualdade de acesso, a permanência na escola e a aprendizagem dos estudantes
com deficiência, com transtorno do espectro autista (TEA) e com altas habilidades/
superdotação, a SME estabelece orientações para a organização do trabalho
pedagógico desenvolvido pelas unidades escolares da rede municipal de ensino
de Fortaleza, conforme determina a Constituição da República Federativa do
Brasil (BRASIL, 1988), as diretrizes da Política Nacional de Educação Especial
na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008) e a Lei Nº 13.146/2015 -
Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com deficiência (Estatuto da Pessoa com
deficiência). Assim sendo, além da garantia da matrícula nas salas comuns do
ensino regular desses estudantes, asseguramos o Atendimento Educacional
Especializado - AEE, visando oferecer respostas às necessidades educacionais
específicas desses estudantes.
Neste documento serão apresentadas as diversas ações que têm sido
desenvolvidas por esta Secretaria, em parceria com os Distritos de Educação
e as unidades escolares, objetivando garantir que o direito de participação e
aprendizagem de todos se torne uma realidade no cotidiano das instituições
escolares da nossa rede de ensino.
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4 A Educação Inclusiva na Rede Municipal de ensino de Fortaleza: um olhar para todos
1. Um olhar para todos
O texto poético EDUCAR O OLHAR, do educador Rubem Alves, nos convida a pensar em
como temos olhado para o outro, para nós e para o mundo:
O educador diz: “Veja!” - e, ao falar, aponta. O aluno olha na direção apontada e vê o que
nunca viu. Seu mundo se expande. Ele fica mais rico interiormente e, ficando mais rico
interiormente, ele pode sentir mais alegria e dar mais alegria – que é a razão pela qual
vivemos.”
Já li muitos livros sobre psicologia da educação, sociologia da educação, filosofia da
educação – mas, por mais que me esforce, não consigo me lembrar de qualquer referência
à educação do olhar ou à importância do olhar na educação, em qualquer deles.
A primeira tarefa da educação é ensinar a ver... É através dos olhos que as crianças tomam
contato com a beleza e o fascínio do mundo. Os olhos têm de ser educados para que nossa
alegria aumente.
A educação se divide em duas partes: educação das habilidades e educação das
sensibilidades...
Sem a educação das sensibilidades, todas as habilidades são tolas e sem sentido. Os
conhecimentos nos dão meios para viver. Quero ensinar as crianças. Elas ainda têm olhos
encantados. Seus olhos são dotados daquela qualidade que, para os gregos, era o início do
pensamento...a capacidade de se assombrar diante do banal.
Para as crianças, tudo é espantoso: um ovo, uma minhoca, uma concha de caramujo, o vôo
dos urubus, os pulos dos gafanhotos, uma pipa no céu, um pião na terra. Coisas que os
eruditos não vêem.
Parece que, naquele tempo, as escolas estavam mais preocupadas em fazer com que os
alunos decorassem palavras que com a realidade para a qual elas apontam. As palavras só
têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor. Aprendemos palavras para melhorar os
olhos. Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem...
O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. Quando a gente abre os olhos,
abrem-se as janelas do corpo, e o mundo aparece refletido dentro da gente. São as crianças
que, sem falar, nos ensinam as razões para viver. Elas não têm saberes a transmitir. No
entanto, elas sabem o essencial da vida. Quem não muda sua maneira adulta de ver e sentir
e não se torna como criança jamais será sábio.
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O texto de Rubem Alves suscita a mudança Simplificando, a inclusão começa com
de olhar para si e para o outro, nos ajudando a a nossa atitude, com aquilo que decidimos
despertar a sensibilidade, a conceber atitudes escolher como foco dos nossos pensamentos
necessárias para a construção de uma escola e ações: a deficiência de uma criança ou a
inclusiva e a compreender a educação como globalidade, integralidade e complexidade que
um direito de todos. traz cada sujeito (RIX, 2010).
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3. Quais são os principais Salas de Recursos Multifuncionais
(SRM) são espaços físicos localizados nas
conceitos relacionados à
escolas da Rede Pública Municipal de Ensino
educação inclusiva? destinados ao Atendimento Educacional
Especializado - AEE. São ambientes
Os conceitos foram fundamentados no dotados de mobiliário, materiais didáticos
que descreve a Política Nacional de Educação e pedagógicos, recursos de acessibilidade e
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva equipamentos específicos. As salas devem
(MEC/SECADI). ser organizadas segundo as especificações
“Considera-se pessoa com deficiência estabelecidas pelo Ministério da Educação.
aquela que tem impedimento de longo prazo de Os equipamentos, materiais didáticos e
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, pedagógicos pertencentes às SRMs também
o qual, em interação com uma ou mais barreiras, podem ser utilizados pelos estudantes,
pode obstruir sua participação plena e efetiva público da Educação Especial, nas salas
na sociedade em igualdade de condições com de aula comuns, nos demais ambientes
as demais pessoas.” (BRASIL, 2015). escolares ou em domicílio, sendo vedado o
desvio para outros propósitos.
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6º passo: Início dos atendimentos:
Educação Infantil: Atendimento à criança na sala comum pelo professor
de AEE.
Ensino Fundamental: Atendimento ao estudante na SRM, no contraturno,
conforme o cronograma estabelecido no Plano de AEE do estudante;
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Deficiência física
Você sabia? Apresenta alteração completa ou parcial
de um ou mais segmentos do corpo humano,
A SME estabelece parcerias com algumas
acarretando o comprometimento da função
instituições especializadas para oferecer
física. Apresenta-se sob a forma de paraplegia,
o Atendimento Educacional Especializado,
visando ampliar as possibilidades de acesso paraparesia, monoplegia, monoparesia,
a esse serviço. Conheça algumas dessas tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia,
instituições: hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação
ou ausência de membro, paralisia cerebral,
• Associação de Cegos do Estado do Ceará
nanismo, membros com deformidade congênita
(ACEC);
ou adquirida, exceto as deformidades estéticas
• Associação de Pais e Amigos dos e as que não produzem dificuldades para o
Excepcionais (APAE); desempenho das funções motoras.
• Associação Pestalozzi do Ceará;
• Recanto Psicopedagógico da Aldeota - Deficiência múltipla
Avape; Apresenta associação de duas ou mais
deficiências primárias (intelectual/visual/
• Centro de Integração Psicossocial do Ceará
auditiva e/ou física).
- Bem Me Quer;
• Instituto Fillippo Smaldone; Deficiência visual
• Instituto Moreira de Souza. Apresenta perda total (cegueira) ou parcial
de visão (baixa visão), congênita ou adquirida,
variando com o nível ou acuidade visual.
5.2.6 Quem é o público do Atendimento
Educacional Especializado (AEE)? Surdo-cegueira
Apresenta a deficiência auditiva e
Deficiência auditiva/surdez visual concomitante, em diferentes graus,
1. Deficiência Auditiva – perda bilateral, necessitando desenvolver formas diferenciadas
parcial ou total, aferida por exame de de comunicação para aprender e interagir com
audiometria. a sociedade.
2. Surdez – perda auditiva (acima de 71
decibéis) aferida por exame de audiometria. O Transtorno do Espectro Autista
aluno com surdez tem como primeira língua a Apresenta comportamentos repetitivos,
Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). déficits e interesses fixados e um distúrbio
do desenvolvimento neurológico no domínio
Deficiência intelectual social/comunicativo.
Apresenta fragilidades no
desenvolvimento intelectual, acarretando Altas Habilidades/Superdotação
dificuldades de aprendizagem e nas habilidades Demonstra potencial elevado em
práticas, sociais e conceituais. Os alunos com qualquer uma das seguintes áreas, isoladas
Síndrome de Down serão informados como ou combinadas: intelectual, acadêmica,
alunos com deficiência intelectual. Para tanto, liderança, psicomotricidade e artes, além de
é necessário realizar sua especificação quanto apresentar grande criatividade, envolvimento
à Síndrome. na aprendizagem e realização de tarefas em
áreas de seu interesse.
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16 A Educação Inclusiva na Rede Municipal de ensino de Fortaleza: um olhar para todos
Numa escola comprometida com a
6. Como a formação continuada
inclusão, é preciso que as práticas de ensino
contribui para a inclusão?
favoreçam a aprendizagem de todos os
estudantes na medida em que consideram as
“[...] ao mesmo tempo em que negamos a escola
especificidades do processo de construção
atual - por não incorporar a diversidade da constituição
de conhecimento. A Secretaria Municipal da
humana - temos que afirmá-la como ponto de partida
Educação compreende que o desenvolvimento
para as transformações necessárias na constituição do
de práticas inclusivas para atender a todos com
que estamos chamando de inclusiva. Assim sendo, é na
suas diferenças individuais, sociais, culturais
contradição e na própria negação que podemos repensar
e econômicas demanda ações formativas
o fazer escolar.” (Oliveira, 2018)
que fortaleçam essas práticas. Assim sendo,
estamos constantemente em busca de
O processo de construção da escola para estratégias visando melhor atender essa
todos é contínuo e demanda transformações necessidade, sabendo que esse é um processo
nas formas de conceber e desenvolver o construído em parceria com as unidades
ensino e a aprendizagem. Não se trata de uma escolares.
tarefa simples, visto que requer o abandono A configuração do espaço escolar para
de um paradigma e das concepções a ele atender a todos nos conduz à necessidade
relacionadas, como as ideias capacitistas de repensar as práticas desenvolvidas nas
quanto às possibilidades de aprendizagem nossas instituições. Nesse sentido, a formação
que inferiorizam estudantes com deficiência. no contexto escolar assume um papel
O enfrentamento e a ruptura dessas práticas fundamental, visto que possibilita discussões
excludentes passa, necessariamente, por advindas da realidade concreta e impulsionam
uma formação docente que favoreça o a reflexão sobre as ações pedagógicas que
desenvolvimento de uma postura reflexiva do favorecem a construção de caminhos reais
profissional e que possibilite o questionamento que levem à escolarização efetiva de cada
de determinadas práticas para, assim, modificá- estudante.
las quando necessário. Diversos estudiosos1 têm apontado, em
especial, a escola como locus privilegiado
da formação e do desenvolvimento
PARA SABER MAIS! dos profissionais da educação. Esse
redirecionamento das concepções teórico-
O termo capacitismo refere-se ao metodológicas tem exigido da escola uma
preconceito e à discriminação baseados mudança/inovação quanto ao seu papel,
na capacidade das pessoas, sendo qual seja, o de uma instituição organizacional
direcionados sobretudo a pessoas com aprendente, entendida como um terreno fértil
alguma deficiência. Vivemos numa à qualificação não somente daqueles que nela
sociedade que valoriza padrões de estudam, mas também dos que nela ensinam.
funcionalidade, assim sendo, quem não A SME tem acolhido as demandas
atende a esses padrões costuma ser visto
formativas em relação à Educação Inclusiva,
como incapaz e inadequado. Na escola, o
escutando os docentes e organizando pautas
capacitismo ocorre quando o estudante
de formação na Educação Infantil, no Ensino
com deficiência é desacreditado quanto
a sua capacidade de aprender. Fundamental e na EJA, sobretudo nas formações
em contexto que priorizem discussões
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Em suma, concluímos que na construção da escola inclusiva a formação
docente é um dos aspectos a serem aprimorados, considerando a complexidade da
realidade na qual cada unidade escolar está inserida e a singularidade do processo
de desenvolvimento e aprendizagem que cada estudante traz para o contexto dessas
instituições.
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20 A Educação Inclusiva na Rede Municipal de ensino de Fortaleza: um olhar para todos
7. Quais as atribuições dos profissionais da Rede Municipal no
processo de inclusão escolar?
Distritos de Educação
No âmbito da educação inclusiva, compete aos distritos de educação gerenciar o desenvolvimento
das políticas de Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva, considerando as etapas
da Educação Infantil e Ensino Fundamental e a modalidade da Educação de Jovens e Adultos, assim
como participar do processo de elaboração das diretrizes para a organização e o funcionamento da
Educação Especial.
Gestor escolar
O gestor tem como característica primordial, em seu exercício, a viabilização das ações administrativas
e pedagógicas, que devem acontecer de forma harmônica entre todos os profissionais da escola.
É a partir do seu direcionamento, acompanhamento e de suas intervenções que são efetivadas as
diretrizes de funcionamento da unidade escolar. Sua atuação requer habilidades para planejar ações e
liderar a equipe, que, de forma democrática, auxiliará no desenvolvimento das atividades pedagógicas
para efetivação de uma escola inclusiva. Fundamentado na Lei Complementar 169/2014, é atribuído
ao gestor escolar:
a) Administrar e coordenar recursos e ações curriculares educacionais de forma ampla, e em especial
as que tratam da inclusão no ambiente escolar;
b) Participar de reuniões e formações propostas pela SME;
c) Promover a elaboração de um Projeto Político-Pedagógico que promova o acesso à educação para
todos os estudantes;
d) Propiciar condições para a realização da matrícula, garantindo a todos o direito à educação;
e) Acolher, sem distinção, estudante e família no ambiente escolar;
f) Garantir um ambiente seguro e propício ao desenvolvimento do ensino e da aprendizagem,
mediante diretrizes da SME;
g) Realizar reuniões com pais, professores e comunidade escolar em geral;
h) Acompanhar a frequência e participação do estudante para assegurar seu desenvolvimento pleno
e permanência na escola;
i) Promover avaliação e ajustes das ações para alcançar êxito nas ações pedagógicas destinadas a
todos os estudantes;
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j) Estabelecer relação de parceria com a família para favorecer a participação, aprendizagem do
estudante e sua permanência na escola;
k) Notificar a família quando verificada ausência frequente do estudante, no sentido de
corresponsabilizá-la pela aprendizagem e desenvolvimento deste, conjuntamente com a escola;
l) Comunicar à SME e instâncias legais que asseguram o direito do estudante, quando detectados
casos de direitos infringidos ou negados a este, após esgotadas as intervenções via escola com
a família.
Coordenador pedagógico
O coordenador é o profissional responsável pelo planejamento das ações pedagógicas na escola e
pela articulação do planejamento do professor com a realidade do estudante. Esse profissional deve
favorecer a construção do conhecimento do professor e do discente. Sua atuação está intimamente
relacionada ao corpo docente, em que exerce papel fundamental para a viabilização da implementação
do planejamento, práticas de ensino, metodologias adotadas e formulação de avaliações constantes
para aperfeiçoamento da prática pedagógica e alcance de êxito na aprendizagem.
No contexto da educação inclusiva, o coordenador é o profissional que atua na formulação do
planejamento e contribui para o suporte didático-pedagógico do professor. Fundamentados na Lei
Complementar 169/2014, é atribuído ao coordenador pedagógico:
a) Favorecer a elaboração do Projeto Político Pedagógico que venha a possibilitar a inclusão dos
estudantes na instituição escolar, atendendo-os em suas necessidades específicas quanto à
abordagem pedagógica adequada para sua aprendizagem;
b) Participar de reuniões e formações propostas pela SME;
c) Propor o planejamento pedagógico e oferecer subsídio didático para, de forma conjunta com o
professor, desenvolver metodologia e propor atividades que sejam voltadas ao ensino aprendizagem,
levando em conta as necessidades individuais do aluno;
d) Acompanhar a implementação do Projeto Político Pedagógico da escola, avaliando e propondo a
avaliação sistemática da ação para aprimorá-la e adequá-la a realidade do aluno;
e) Auxiliar didático e pedagogicamente os professores na escolha e aplicação de materiais didáticos
para assegurar o alcance dos objetivos educacionais traçados no planejamento, principalmente
quanto a Educação Inclusiva;
f) Acompanhar atividades, diários e/ou relatórios relativos ao registro sobre o aprendizado e
desenvolvimento dos alunos, com atenção aos alunos da Educação Especial;
g) Sugerir intervenções pedagógicas para alcance da aprendizagem de todos os alunos e intensificar
atenção aos alunos da Educação Especial;
h) Acompanhar frequência, participação e permanência dos alunos na escola;
i) Coordenar reuniões de pais e, de forma individualizada, notificar esses sobre as necessidades
específicas dos alunos;
j) Estabelecer parceria com a família para auxiliá-la a compreender o desenvolvimento do aluno e
esclarecer o papel daquela nesse desenvolvimento;
k) Observar o aluno e levar em conta suas necessidades para propor estratégias pedagógicas e
metodológicas ao professor em sua atuação na sala de aula;
l) Encaminhar à SME e instâncias legais que asseguram o direito da criança e adolescente, em
concordância com o gestor, casos detectados de direitos infringidos ou negados ao aluno, após
esgotadas todas as intervenções da escola com a família para garantir os direitos do aluno.
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Orientador educacional
O orientador educacional tem por objetivo contribuir para o desenvolvimento integral do estudante,
promovendo sua participação ativa na escola, fortalecendo as relações interpessoais entre estudantes,
famílias e professores e contribuindo de forma efetiva no processo ensino e aprendizagem.
São atribuições do orientador educacional na Escola Inclusiva:
a) Participar da elaboração do Projeto Político Pedagógico com vista à formulação da Educação
Inclusiva;
b) Participar de reuniões e formações propostos pela SME que favoreçam a sua atuação profissional
como agente de Inclusão Escolar na escola;
c) Observar, de forma integral, o aluno com acesso direto ao relato da família e do professor, realizando
observações sobre seu comportamento dentro e fora da sala de aula;
d) Dar subsídio ao professor quanto ao assessoramento a alunos na análise do seu comportamento,
relações, desenvolvimento e aprendizagem;
e) Acompanhamento da frequência do aluno, sua participação e permanência na escola;
f) Acolher aluno e família e orientá-los por meio de reuniões individuais ou em grupo e/ou fazendo
uso de outros recursos e dinâmicas;
g) Realizar escuta ativa dos estudantes, família e professores para a promoção do conselho de classe
e demais ações pedagógicas;
h) Dar subsídios e orientações aos professores e família quanto às observações e acompanhamento
ao aluno;
i) Mediar conflitos de ordem cultural e relacional junto a alunos e comunidade escolar;
j) Participar das reuniões de pais dando vistas às observações e constatações sobre o comportamento
e desenvolvimento dos alunos;
k) Desenvolver projetos de acolhimento e esclarecimento sobre a Educação Inclusiva;
l) Na ausência do professor do AEE e em consonância com o gestor e coordenador pedagógico,
realizar encaminhamento do aluno à SME e/ou a instâncias de cunho legal ao detectar caso de
direitos infringidos ou negados ao aluno, após esgotadas todas as intervenções da escola com a
família para garantir ao aluno seus direitos.
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e) Estabelecer a articulação com os professores(as) da sala de aula comum e com os demais
profissionais da escola, visando à disponibilização dos serviços e recursos e o desenvolvimento de
atividades para a participação e a aprendizagem dos estudantes nas atividades escolares, bem
como as parcerias com as áreas intersetoriais;
f) Orientar os demais professores(as) e as famílias sobre os recursos pedagógicos e de acessibilidade
utilizados pelos estudantes de forma a ampliar suas habilidades, promovendo sua autonomia e
participação;
g) Desenvolver atividades próprias do AEE, de acordo com as necessidades educacionais específicas
dos estudantes: ensino da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) para estudantes com surdez; ensino
da Língua Portuguesa escrita para estudantes com surdez; ensino da Comunicação Aumentativa
e Alternativa (CAA); ensino do sistema Braille, do uso do soroban e das técnicas para a orientação
e mobilidade para estudantes cegos; ensino da informática acessível e do uso dos recursos de
Tecnologia Assistiva (TA); ensino de atividades de vida autônoma e social; orientação de atividades
de enriquecimento curricular para as altas habilidades ou superdotação; e promoção de atividades
para o desenvolvimento das funções mentais superiores;
h) Planejar as atividades próprias do AEE às sextas-feiras, participar de reuniões e formações solicitadas
pela SME/Distritos.
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Assistentes da Educação Infantil/Auxiliares de Serviços Educacionais
a) Acompanhar os serviços dos professores no desenvolvimento das atividades com bebês e crianças,
auxiliando-os nas atividades didáticas;
b) Acompanhar os bebês e crianças em todas as dependências da instituição educativa, por todo o
tempo de sua permanência na unidade escolar, zelando por sua segurança;
c) Participar da formação continuada e no contexto da unidade escolar, assim como reuniões de
trabalho realizadas pela SME e/ou Distritos de Educação;
d) Responsabilizar-se pelas atividades relativas ao cuidar e educar e bem-estar das crianças da
Educação Infantil, respeitando as especificidades de cada etapa do desenvolvimento infantil, seus
valores e individualidades;
e) Realizar, em parceira com o professor, ações de cuidar e educar dos bebês e crianças referentes a:
• Higiene pessoal: banho, troca de roupas e fraldas, escovação e demais cuidados, zelando pelos
pertences de cada criança;
• Sono: organização do ambiente, acomodação e acompanhamento das crianças no horário do
sono;
• Alimentação: responsabilizar-se pela alimentação direta das crianças nos horários estabelecidos,
estimulando a autonomia e hábitos alimentares saudáveis (nos casos de crianças com alergia e/ou
intolerância alimentar, zelar pelo cumprimento do cardápio, conforme necessidades das crianças);
• Segurança: observar regras de segurança no atendimento às crianças e na utilização de materiais,
equipamentos, instrumentos durante o desenvolvimento das rotinas diárias, acompanhando
e cuidando para o conforto, boa acomodação, segurança nos ambientes internos e externos da
unidade escolar, bem como prever situações de riscos;
• Realizar limpeza, higienização, manutenção diária das condições ambientais de sua
responsabilidade, inclusive dos brinquedos pedagógicos e colchonetes utilizados no horário do
sono;
• Desenvolver atividades voltadas para o desenvolvimento integral da criança, considerando as
diversas linguagens e tendo como eixos norteadores a brincadeira e as interações;
• Acompanhar as crianças em atividades sociais e culturais programadas pela unidade escolar;
• Participar ativamente do processo de integração instituição/família/comunidade, acolhendo a
criança, pais e/ou responsável com cordialidade.
f) Executar outras atividades semelhantes e pertinentes à sua função;
COM A PALAVRA:
Professora regente
Primeiramente observamos a criança e buscamos dialogar com a família para saber as preferências da
criança, o que gosta de fazer quando está em casa com a família e com os irmãos.
No tempo de chegada, sempre acolhemos e buscamos saber se a criança está bem, se passou bem a
noite. E no tempo de saída, informamos sobre as conquistas e os avanços da criança.
Nas vivências cotidianas, partimos do pressuposto de que cada criança é única e que vive por meio da
convivência, da participação, da exploração a da experiência, não sendo sua deficiência uma limitação,
mas um jeito próprio da criança se relacionar com o mundo. Ambientes de aprendizagem e contextos
lúdicos potencializam a participação de todas as crianças e oportunizam maior conhecimento sobre o
desenvolvimento, a aprendizagem e os interesses das crianças com deficiência.
Profa. Janice Débora de Alencar B. Araújo (CEI Ana Amélia Bezerra de Menezes e Sousa - Infantil 3)
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Profissional de Apoio Escolar
De acordo com a Nota Técnica SEESP/GAB nº 19/2010, são atribuições dos profissionais de apoio
escolar:
a) Prestar auxílio aos estudantes que não realizam as atividades de locomoção, higiene e alimentação
com autonomia. Esse apoio ocorre conforme as especificidades apresentadas pelo estudante,
relacionadas à sua condição de funcionalidade e não à condição de deficiência.
• Não é atribuição do profissional de apoio desenvolver atividades educacionais diferenciadas, ao
aluno público alvo da educação especial, e nem responsabilizar-se pelo ensino deste aluno.
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Estagiários de Pedagogia
a) Observar e auxiliar o professor do AEE nas situações pedagógicas;
b) Atuar ativamente nas situações de ensino e aprendizagem com a supervisão do professor do AEE;
c) Observar os estudantes no contexto da sala de aula;
d) Auxiliar aos estudantes nos processos educativos;
e) Auxiliar na interação de alunos com deficiência em sala de aula;
f) Auxiliar no projetos desenvolvidos pelo professor do AEE;
g) Estimular a participação dos estudantes nas atividades pedagógicas desenvolvidas no ambiente
escolar;
h) Auxiliar o professor do Atendimento Educacional Especializado na execução do Plano do AEE;
i) Contribuir na produção de recursos de tecnologia assistiva e pedagógicos considerando as
especificidades de cada estudante atendido pelo AEE;
j) Observar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade;
k) Promover momentos de sensibilização com professores da sala comum e com os demais
profissionais da escola;
l) Participar das reuniões de pais, dos encontros pedagógicos, da Semana da Educação Inclusiva,
formações, entre outros, promovidos pela escola e/ou SME;
m) Motivar a cultura inclusiva no âmbito escolar.
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28 A Educação Inclusiva na Rede Municipal de ensino de Fortaleza: um olhar para todos
Com relação à educação inclusiva, esta
8. Qual a importância da
parceria se torna ainda mais necessária para que
parceria entre família e escola
o atendimento oferecido aos estudantes seja de
no processo de inclusão qualidade e atenda as necessidades específicas
escolar? de acesso, permanência, participação e
aprendizagem.
A parceria entre escola e família vem Nesta parceria, cabe aos pais ou
sendo reafirmada nos documentos legais que responsáveis:
regem a educação, destacando a importância da a) Realizar a matrícula, garantindo seu direito à
coparticipação dos referidos agentes sociais no Educação, repassando neste momento as todas
desenvolvimento integral e na aprendizagem informações sobre o aluno: necessidade especial
de todos os estudantes, corroborando com a de atendimento (laudo médico) - histórico de
escola para reafirmar seu papel democrático e vida - limitações e cuidados necessários;
participativo. b) Garantir que o estudante frequente a
Para o fortalecimento dessa relação unidade escolar todos os dias e o Atendimento
de corresponsabilidade “faz-se necessário o Educacional Especializado;
exercício da alteridade e o reconhecimento c) Participar dos encontros/reuniões
recíproco da importância de cada um” promovidas pela unidade escolar, sempre que
(FORTALEZA, 2020, p. 82), pois família e for convidado;
escola buscam os mesmos propósitos: formar d) Acompanhar a vida escolar do estudante e
estudantes como cidadãos críticos, sensíveis, seu processo de aprendizagem;
participativos e com diferentes ritmos no seu e) Conhecer e respeitar as diretrizes e
processo de apropriação do conhecimento. orientações da educação inclusiva estabelecidas
Portanto, é preciso traçar percursos entre pela SME, assim como o trabalho pedagógico
a unidade escolar e a família para o acolhimento desenvolvido pela escola e seus profissionais.
e garantia do atendimento de qualidade aos Quando entendemos que o compromisso
estudantes, inspirando ações pedagógicas é acolher todos os estudantes, famílias e
condizentes com a especificidade de cada profissionais, uma comunidade inclusiva se
sujeito, como por exemplo: constrói no cotidiano vivo da escola. Dialogar
• Respeito mútuo às diferentes necessidades da sistematicamente com essas famílias sobre
família e da escola; as aprendizagens, conquistas e aspectos
• Planejamento e tomada de decisões conjuntas; ainda não realizados pelos estudantes deve
• Incentivo e valorização da família na escola. ser um ponto de partida e de chegada para a
construção de uma comunidade inclusiva, em
que os processos dos sujeitos sejam valorizados
e visibilizados.
Nesse contexto, a relação de confiança
entre família e escola é essencial para
compreender o desenvolvimento do estudante
e suas necessidades de estimulação, bem
como, o diálogo. Ainda em relação às famílias,
faz-se necessário que a gestão e os docentes da
escola tenham um acolhimento compreensivo,
empático e respeitoso.
ALARCÃO, Isabel. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. São Paulo: Cortez, 2003.
BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Brasília:
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______. Governo Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394, de 20 de
dezembro de 1996. Brasília: 1996.
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