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PSICOPEDAGÓGICA CLÍNICA
AULA 1
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TEMA 1 – REFLEXÃO SOBRE A PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA
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realizada por profissionais preparados para atender crianças e adolescentes
com problemas de aprendizagem, atuando em prevenção, diagnóstico e
tratamento clínico. O trabalho preventivo deve ser realizado nos âmbitos escolar,
familiar e da comunidade, de acordo com o desenvolvimento do sujeito, para que
se possa compreender suas características e evitar cobranças de atitudes ou
pensamentos que não são próprios de uma determinada idade.
O psicopedagogo deve estar preparado para lidar com possíveis reações
frente a algumas tarefas, tais como resistências, bloqueios, sentimentos, lapsos,
ente outros. Para isso ele dever ter uma escuta diferenciada, como diz Bossa
(2002); é importante perceber o interjogo entre o que se deseja e o que não se
quer aprender.
Lembre-se de que o psicopedagogo não deve parar de buscar, de
conhecer e de estudar se quiser compreender de forma mais completa crianças
e adolescentes, pois o processo de aprendizagem e todos os aspectos que o
envolvem são muito complexos.
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para que, então, se proceda à intervenção, que é o próprio tratamento ou o
encaminhamento.
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Se a aprendizagem é um processo que resulta de constantes interações
do indivíduo com seu meio, a dificuldade para aprender se caracteriza por um
impedimento momentâneo ou persistente do indivíduo diante de obstáculos que
surgem nessa interação (Barbosa, 1999, p. 32).
Dependendo da característica do obstáculo, do repertório do indivíduo e
da valorização social da aprendizagem a ser realizada, haverá mais ou menos
possibilidades para enfrentar a situação, para superar a dificuldade e para
transformá-la em aprendizagem real (Barbosa, 1999, p. 32).
O trabalho clínico se dá na relação entre um sujeito e sua história pessoal
e sua modalidade de aprendizagem, em que se busca compreender a
mensagem de outro sujeito, implícita no não aprender. Nesse processo, em que
o investigador e o objeto-sujeito de estudo interagem constantemente, a própria
interação torna-se alvo de estudo da psicopedagogia. Isso significa que, nessa
modalidade de trabalho, deve o profissional compreender o que o sujeito
aprende, como aprende e porquê, além de perceber a dimensão da relação entre
psicopedagogo e sujeito de forma a favorecer a aprendizagem (Bossa, 2002, p.
21).
As áreas de estudo se traduzem na observação de diferentes dimensões
do processo de aprendizagem: orgânica, cognitiva, emocional, social e
pedagógica. “A interligação desses aspectos ajudará a construir uma visão
gestáltica da pluricausalidade deste fenômeno, possibilitando uma abordagem
global do sujeito em suas múltiplas facetas” (Weiss, 2004, p. 22).
A dimensão emocional do indivíduo está ligada ao desenvolvimento
afetivo e sua relação com a construção do conhecimento e a expressão deste
por meio da produção gráfica ou escrita. A psicanálise é a área que embasa essa
dimensão, trata dos aspectos inconscientes envolvidos no ato de aprender,
permitindo-nos levar em conta a face desejante do sujeito. Nesse caso, o não
aprender pode expressar uma dificuldade na relação da criança com seu grupo
de amigos ou com sua família, sendo o sintoma de algo que não vai bem nessa
dinâmica (Weiss, 2004, p. 24).
A dimensão social está relacionada à perspectiva da sociedade, em que
estão inseridas a família, o grupo social e a instituição de ensino. A psicologia
social é a área responsável por esse aspecto, encarregando-se da constituição
dos sujeitos, que respondem às relações familiares, grupais e institucionais em
condições socioculturais e econômicas específicas e que contextualizam toda a
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aprendizagem. Um exemplo de sintoma do não aprender relacionado a esse
aspecto pode ser o fato de o sujeito viver realidades em dois grupos de ideologia
e prática com muitas diferenças (Weiss, 2004, p. 23).
A dimensão cognitiva está relacionada ao desenvolvimento das estruturas
cognoscitivas do sujeito aplicadas a diferentes situações. No domínio dessa
dimensão, devemos incluir memória, atenção, percepção e outros fatores que
usualmente são classificados como fatores intelectuais. A epistemologia e a
psicologia genética são as áreas de pano de fundo para esse aspecto, e se
encarrega de analisar e descrever o processo construtivo do conhecimento pelo
sujeito em interação com os outros objetos (Weiss, 2004, p. 23).
A dimensão pedagógica está relacionada a conteúdo, metodologia,
dinâmica em sala de aula, técnicas educacionais e avaliações aos quais o sujeito
é submetido em seu processo de aprendizagem sistemática. A pedagogia
contribui com as diversas abordagens do processo ensino-aprendizagem,
analisando-o do ponto de vista de quem ensina (Weiss, 2004, p. 24).
A dimensão orgânica está relacionada à constituição biofisiológica do
sujeito que aprende. A medicina e, em especial, algumas áreas específicas
contribuem para o embasamento desse aspecto. Os fundamentos da
neurolinguística possibilitam a compreensão dos mecanismos cerebrais que
subjazem ao aprimoramento das atividades mentais. Sujeitos com alteração nos
órgãos sensoriais terão o processo de aprendizagem diferente de outros, pois
precisam desenvolver outros recursos para captar material para processar as
informações (Weiss, 2004, p. 23).
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Eixo vertical: é o histórico do sujeito. É utilizada a anamnese com a
família, com a escola e outros profissionais; a análise de documentos
passados como: álbuns, laudos, registros escolares, entre outros.
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ordem que não seja da alçada da psicopedagogia, deve-se solicitar apoio de
outros profissionais, como psicólogo, neurologista, fonoaudiólogo e psiquiatra.
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
Nesta aula,
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REFERÊNCIAS
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