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AULA 18/02 E 25/02

KOPNIN, Pavel Vassílyevicht. A dialética como lógica e teoria do conhecimento. Rio de


janeiro: civilização Brasileira, 1978. Capítulo II: Dialética: Método do Pensamento Teórico-
Científico.  p. 91-120.

Prefacio:
Koplin debruçou-se sobre os problemas da dialética como lógica e teoria do
conhecimento.
Koplin defende a tese da eficiência e produtividade da metodologia marxista-
leninista, da lógica dialética que seria o mais importante componente de uma concepção
filosófica do mundo.
P. 10 – “Entendida como lógica dialética, a dialética é dotada de imensas
potencialidades metodológicas e heurísticas. A lógica dialética não surge para substituir
a lógica formal; ambas estudam o processo de pensamento e conhecimento em aspectos
diversos de posições diferentes”.

P. 91 – O conceito de método

“Todo método compreende o conhecimento das leis objetivas” [...] “tona-se métodos os
procedimentos que nelas (nas leis) se baseiam e servem para a sucessiva interpretação e
transformação da realidade, para a obtenção de novos resultados”.

“O método é heurístico, reflete as leis do mundo objetivo sob a ótica do procedimento que o
homem deve adotar para obter novos resultados no conhecimento e na prática. As vezes se
absolutiza esse lado subjetivo do método e então ele é interpretado como um conjunto de
procedimentos desvinculados do mundo objetivo.”

Diferente da compreensão de método como um procedimento subjetivo, Hegel já mostrava o


fundamento objetivo do método: “o sistema de conhecimento verdadeiro, sistema que expressa
o conhecimento das leis do objeto”.

P. 93 – Categoria de precisão: “Essa categoria [precisão] não só revela as leis objetivas do


movimento como as formula com base na regra do conhecimento teórico e da ação prática. É
isto que distingue a precisão da veracidade. A veracidade se releva imediatamente por meio da
comparação do conteúdo do pensamento com o objeto, estabelecendo-se entre eles uma
identidade, enquanto que a precisão se revela por meio da comparação da ação (teórica ou
prática) com a situação (regra, procedimento); a precisão se relaciona com o objeto mediante a
veracidade do sistema de conhecimento e à base desse sistema formula-se a regra de
comportamento”.

Precisão = apreciação das ações do homem (não se comparam ao objeto, mas sim às regras
estabelecidas)

Veracidade = apreciação do conteúdo do pensamento, o estabelecimento da identidade deste


com o objeto. (a veracidade é determinada apenas pelo objeto)
Em sua atividade, o homem efetua uma transição da veracidade à precisão, transição idêntica à
transformação do pensamento em ação.

p. 95 – “Assim, o método de conhecimento implica sempre dois aspectos organicamente


relacionados: um objetivo e um subjetivo, sendo que, no método, o primeiro deve converter-se
no segundo. No sentido gnosiológico, essa conversão significa a conversão da veracidade em
precisão.”

A unidade entre o sistema e o método tem caráter dialético. Por um lado, nenhum sistema de
conhecimento se realiza plenamente no método, aquele é por conteúdo mais rico que este. Por
outro lado, o método que surge com base no sistema ultrapassa-lhe forçosamente os limites ao
desenvolver-se, leva à mudança do velho sistema de conhecimento e à criação de um novo.

Na medida em que o método se baseia num sistema teórico objetivo-verdadeiro, ele não pode,
em essência, ser incorreto. Incorreta pode ser a aplicação prática desse método pelo sujeito,
sobretudo a extensão do seu campo de ação além dos limites do objeto cujas leis se refletem no
sistema teórico que serve de base a dado método.

dualidade da metafísica: ela é correta em certos limites e impotente em suas pretensões à


universalidade. "O modo metafísico de interpretação, embora seja lícito e até necessário em
certos campos mais ou menos amplos, dependendo do caráter do objeto, cedo ou tarde chega
sempre ao limite além do qual ele se torna unilateral, limitado, abstrato, enredandose em
insolúveis contradições ... " - escreveu F. Engels .

p. 96 – “Para a dialética objetiva, há absoluto no relativo"

e necessário distinguir do método a metodologia, ou seja, a doutrina do método, a teoria do


método. Ao assimilarmos algum método científico, podemos subestimar o seu papel e suas
possibilidades, considerando-o único e absoluto. Por isso a dialética não se volta contra
qualquer forma de metafísica enquanto método de conhecimento aplicável em certos limitts mas
contra a metodologia que procura omitir esses limites e convertê-lo em método filosófico da
ciência moderna.

“Entendemos por método um meio de atividade do homem em que se unem num todo as
leis objetivas interpretadas com o fim voltado para a apreensão do objeto e a sua
transformação.”

2. As INTER-RELAÇÕES DO MÉTODO FILOSÓFICO COM OS MÉTODOS ESPECIAIS


DE CONHECIMENTO

p. 97 – “Para os nossos fins, importa a divisão dos métodos de conhecimento em dois grandes
grupos: métodos filosóficos e métodos especiais. Tomamos por base dessa divisão os sistemas
teóricos (conceitos, leis) de onde surgem os métodos. O conhecimento filosófico tem o seu
objeto, as categorias que o refletem e, consequentemente, o seu método.

Quando se fala de particularidades do método filosófico, costuma-se enfatizar a sua


universalidade, sua aplicabilidade em todos os campos da ciência.

Método metafísico: “Houve época em que o nível em que se encontrava a ciência lhe permitia
ser aplicado em toda parte.”
“Ao caracterizar o método metafísico e as condições da ciência que o geraram e o tornaram
universal, F. Engels escreveu : "A desintegração da natureza em partes isoladas, a divisão de
diversos processos e objetos da natureza em classes determinadas, o estudo da estrutura interior
dos corpos orgânicos segundo suas variadas formas, tudo isso constituiu a condição
fundamental dos êxitos gigantescos que nos últimos quatrocentos anos foram alcançados no
campo do conhecimento da natureza. Mas aquele mesmo método de estudo nos legou, ao
mesmo tempo, o hábito de examinar as coisas e processos em seu isolamento, fora da grande
relação geral que há entre eles, a examiná-los não em movimento mas em estado de
imobilidade, não como essencialmente mutáveis mas como eternamente imutáveis, não vivos
mas inertes. Transferido das ciências naturais para a filosofia por Bacon e Locke, esse método
de interpretação criou uma restrição característica dos últimos séculos: o método metafísico de
pensamento".

98 – “O que é que converte a dialética materialista em método filosófico da ciência


moderna? O importante para o método filosófico não é o fato de aplicar-se em toda parte mas o
fato de ele tentar descobrir as leis da evolução do conhecimento humano no sentido da verdade.
As regras e procedimentos da lógica formal são igualmente aplicáveis em todos os campos do
conhecimento científico, no entanto não podem pretender o papel de método de
desenvolvimento da ciência moderna.”

“O método filosófico deve explicar as peculiaridades do conhecimento científico moderno e


contribuir para o seu desenvolvimento, definir corretamente as suas tendências, as formas e
métodos de enriquecimento com novos resultados. Para tanto ele deve ter como base lógica um
sistema de categorias desenvolvido e substancial . Uma universalidade acanhada é má virtude
de uma categoria filosófica, enquanto o conteúdo objetivo, que determina as possíveis vias do
movimento do conhecimento, é a força dessas categorias.”

O método filosófico deve explicar as peculiaridades do conhecimento científico moderno e


contribuir para o seu desenvolvimento, definir corretamente as suas tendências, as formas e
métodos de enriquecimento com novos resultados. Para tanto ele deve ter como base lógica um
sistema de categorias desenvolvido e substancial. Uma universalidade acanhada é má virtude de
uma categoria filosófica, enquanto o conteúdo objetivo, que determina as possíveis vias do
movimento do conhecimento, é a força dessas categorias.

“A dialética marxista não serve a si mesma nem é necessária à sua autojustificação; ela é
um método de aquisição da verdade objetiva e está subordinada à tarefa de representar as
leis da natureza e da vida social tais quais elas existem na realidade.”

p. 99 – “Mas a dialética materialista enquanto método científico é forte justamente por


considerar mais importante o movimento no sentido de resultados objetivo-verdadeiros. Nunca
pode entrar em conflito com a ciência porque ela mesma muda e se desenvolve à base da
aquisição de novos conhecimentos científicos. Essa capacidade do método dialético de mudar a
sua forma segundo o nível de conhecimento científico garante-lhe eficiência e relação
indestrutível com a ciência .”

“Na filosofia burguesa, reduz-se amiúde o método filosófico de conhecimento científico a três
momentos: indução, dedução e verificação da teoria no experimento.”

“Indução-dedução-verificação, que se repetem ciclicamente, ocupam, evidentemente, posição


relevante no método científico. Entretanto não podemos reduzir o método a esses momentos que
estão • em constante repetição. Enquanto método, a dialética materialista elaborou uma
infinidade de formas inter-relacionadas, modos e procedimentos que "trabalham" à base
de categorias como as de abstrato e concreto, lógico e histórico, razão e juízo, análise e
síntese, etc

100- “As leis da dialética materialista explicam o conhecimento como sendo um processo em
desenvolvimento”

O método filosófico surge como generalização de todos os outros métodos,· não se iguala a
nenhum destes mas incorpora dos mesmos a bagagem da mesma forma que o universal
absorve o particular e o singular. Em termos genéticos, o processo de desenvolvimento vai
dos métodos especiais ao filosófico. Aqui, como em toda parte, o processo evolui do singular
ao universal através do particular. No entanto isto ocorre não por meio da transformação de
um método especial (ou de métodos especiais) no filosófico. Este surge independentemente,
mas levando em conta os resultados dos métodos especiais.

p. 100/101 – “A correta relação entre os métodos filosófico e especiais pressupõe que o método
filosófico é irredutível aos métodos especiais, assim como não se pode considerar o método
especial como sendo refratário, como forma de manifestação do filosófico. A dialética
materialista não é uma soma de métodos especiais seja qual for a forma em que estes se
manifestem; ela elabora suas categorias em cujos limites dá-se o movimento do pensamento. O
centro para o qual se volta o método de conhecimento é a teoria científica e o modo de seu
funcionamento, a construção e o desenvolvimento.”

p. 101 – “Se atentarmos para a história da evolução do método filosófico, veremos que ele foi
elaborado, por um lado, mediante a obliteração das pretensões ao absoluto que se verificavam
nos métodos baseados no conhecimento das leis dos aspectos isolados dos fenômenos da
realidade objetiva, e, por outro, da formação dos princípios gerais do movimento do
conhecimento no sentido da criação de uma teoria concreta. As principais intenções dos
filósofos dos séculos XVII-XVIII eram a procura de um novo método cuja aplicação permitisse
atingir o domínio sobre a natureza; fazer descobertas científicas.”

“Para os representantes do idealismo clássico alemão, a tarefa da filosofia é extrair da


análise do próprio pensamento os caminhos do movimento no sentido da verdade. Na
tentativa de superar as insuficiências do método baseado na concepção mecanicista do
mundo está o valor do "método crítico" de Kant.”

P. 103 - A dialética é o conteúdo interior do objeto e não algo exterior a este. O método
hegeliano é o método filosófico, construído com base no sistema de conhecimento filosófico e
não por meio da transformação de um método especialmente científico em método universal ;
ao perderem sua desmedida pretensão, os métodos especiais passam a ocupar o seu devido
lugar. O marxismo deu continuidade e desenvolveu essa concepção da diferença entre o método
filosófico e os métodos das ciências especiais, reconhecendo ao mesmo tempo a estreita relação
de reciprocidade entre o primeiro e o segundo. Abordaremos detalhadamente a concepção
marxista do método filosófico.

3. LEIS E CATEGORIAS : CONTEÚDO DO MÉTODO DIALÉTICO MARXISTA


Resumo da aula:
2. O real não é estanque. O real está em processo e o processo precisa seguir esse fio condutor.

2. interação prática entre sujeito e objeto. O sujeito que conhece vai refletir no seu pensamento
o desenvolvimento e as possibilidades do objeto. Vai passar do simples para o complexo. Do
abstrato para o concreto.

3. o conhecimento como movimento no sentido de novos resultados segundo as leis e formas da


própria realidade objetiva representada na consciência do homem.

4 – as leis e categorias a dialética elaboradas no processo de desenvolvimento histórico que se


constituem nas leis do movimento quer dos fenômenos da realidade objetiva quer do
conhecimento dos mesmos. Leis e categorias que são instrumentos pelos quais o homem obtém
novos resultados no pensamento.

O que é dialética – como um método de produção científica, método de pensar as coisas. Uma
lógica para pensar as coisas. Que dependem das leis básicas e leis não básicas.

Método no sentido ser uma forma de pensar as coisas, instrumento para pensar as coisas e
metodologia como questões mais procedimentais (o que eu faço para apreender essas múltiplas
determinações de um objeto para chegar a sua essência). Ao mesmo tempo que são processos
diferentes, são processos interdependentes. Relação forma e conteúdo é fundamental.

Objetivo principal da Dialética: chegar a um conjunto de leis do conhecimento. De leis que


dizem do objeto, do movimento do objeto que estamos estudando.

Lei para a ciência: algo que já faz parte do universal. Algo que está consolidado. Uma categoria,
um conceito é uma lei. As

Categorias: as relações (em relação a tudo que compõe o objeto) é a categoria.

Universal, particular e singular: exemplo da fruta. (banana, maçã são frutas. Fruta é um conceito
universal que vai abarcar um monte de elementos que se classifica como fruta). Singular seria
uma fruta específica (o que caracteriza uma fruta específica). A particularidade faz a relação
entre os diferentes objetos.

Toda pesquisa está no campo da particularidade. Precisa estabelecer a relação entre o universal
e o particular. E o que nos permite a busca pelo conjunto de relações de determinações é a
particularidade.

Relação sujeito x objeto: o método da dialética exige uma organicidade entre sujeito e objeto.

P. 95 – o método de conhecimento implica sempre dois aspectos organicamente relacionados,


um objetivo e um subjetivo. O objetivo é o objeto, é o que está dado. O subjetivo é o sujeito que
está analisando este objeto. Sendo que no método (forma de como eu vou pensar o objeto).
Converter a veracidade objetiva em precisão. A veracidade (que é a verdade) e o método de
pensar para analisar o objeto vai converter este objeto numa precisão que antes não era vista.
Para eu ter uma precisão de conhecimento desse objeto, para além de olhar o que já está dado,
eu preciso olhar de uma forma subjetiva (forma específica de pensar e ai sim utilizar
ferramentas metodológicas que irão me levar para esta precisão).

Toda relação objetiva concreta, provoca uma objetividade. Provoca uma forma de pensar, de
reproduzir isso na consciência.

Par dialético: objetividade e subjetividade – porque o que já possível de ser identificado em um


objeto concreto, real, vai ser apropriado pela consciência de forma subjetiva. Mas essa
subjetividade também atua sobre nossa própria compreensão do objeto que está sendo estudado.
Portanto, o objeto já traz também embutido uma relação subjetiva. Então não se deve separar,
não polarizar objetividade e subjetividade, pois ambas existem no objeto e se complementam.
Relação orgânica entre subjetivo e objetivo.

Artigo: Crítica da lógica dialética de Pavel V. Kopnin: pertinência para a


investigação educativa e a prática pedagógica

Baseando-se nas concepções marxistas-leninistas, Kopnin expõe os princípios básicos


da lógica dialética como fundamento para compreensão materialista do mundo.

Importante contribuição do autor para o conhecimento da filosofia dialético-


materialista.

Qual a contribuição do autor para a investigação em educação e para a prática


pedagógica?

“A teoria dialética do conhecimento não é exclusiva de uma ciência particular ou de um


conjunto de ciências, mas sim uma concepção de produção e validação do
conhecimento científico que pode, e deve, ser aplicada de maneira flexível em qualquer
campo do conhecimento”.

A partir da aproximação entre sujeito e objeto desenvolvem-se lógicas de raciocínio ou


processos lógicos de pensamento.

Entendendo “processos lógicos de pensamento” como categorias lógicas como análise e


síntese, o lógico e o histórico, indução e dedução, processos que se desdobram por meio
da dialética da transição do abstrato para o concreto.

O que caracteriza o avanço do abstrato ao concreto? Seria “as mudanças na imagem


cognitiva, tanto em relação à amplitude com que o objeto é englobado, quanto à
profundidade de penetração em sua essência”.

Abstração não é simplesmente o isolamento de uma característica do objeto, mas sim a


descoberta de propriedades e relações que constituem a essência do objeto. “O propósito
da abstração não é separar características sensoriais percebidas umas das outras, mas
descobrir, por meio delas, novas facetas no objeto, facetas que expressam relações
essenciais” (KOPNIN, 1983, p. 155).

A passagem do abstrato ao concreto seria um processo que integra dialeticamente, em


interações complexas, outros processos lógicos, como análise e síntese, o lógico e o
histórico, e indução e de dedução. Passar do abstrato ao concreto não é possível sem a
formação de uma ideia que agrupe as inúmeras abstrações. Ou seja, a síntese como
expressão do concreto pensando.

Ao se ocupar teoricamente com a dialética do lógico e do histórico, Kopnin considera


que lógico é uma expressão das articulações essenciais e interconexões descritas na
forma de abstrações teóricas. O sujeito pode pensar cada ponto da totalidade sistêmica
em sua conexão essencial com o resto “o lógico é o histórico despojado das
coincidências que o compõem [...] O histórico é a trajetória das mudanças vividas pelo
objeto, os estágios de seu aparecimento e desenvolvimento ”(Kopnin, 1983, p. 185).

Kopnin explica a unidade dialética entre o lógico e o histórico como um componente do


processo cognitivo. O autor afirma que “a reprodução no pensamento da essência de qualquer
fenômeno equivale, ao mesmo tempo, a descobrir sua história” (Kopnin, 1983, p. 187). No
entanto, o reconhecimento dessa unidade não nega que o sujeito estabeleça preferências na
abordagem do objeto em função de suas características e decida por uma abordagem lógica ou
histórica. ... Por exemplo, nos estudos econômicos de Marx, os chamados Grundrisse (1987),
reconhece-se que as categorias econômicas com as quais o autor opera têm antes de tudo uma
operacionalidade lógica.

[...] a indução e a dedução interagem constantemente no processo de pensamento [...] A


indução é um raciocínio que vai de um conhecimento de menor grau de generalização a outro
conhecimento de maior grau de generalização; dedução é o processo oposto (KOPNIN, 1983, p.
306).

Análise e síntese: unidade de análise e síntese é uma concepção contida na linguagem


marxista. “Ao fazer a análise, nós sintetizamos, e a síntese inclui a análise como um de seus
elementos”. (Então podemos dizer que não há uma demarcação clara entre análise e síntese,
ambas se complementam de forma relacional)

O desenvolvimento das capacidades de pensamento lógico constitui a responsabilidade


fundamental que a educação tem perante as pessoas que frequentam os espaços educativos
de educação formal

a diferença entre o empírico e o teórico manifesta-se na medida em que expressam diferentes


momentos ou níveis de conhecimento científico, onde a correlação entre o sensorial e o racional
varia de um para o outro. No empírico predomina o sensorial, embora contenha o racional e, no
teórico, o racional predomina, embora contenha o sensorial.

movimento do pensamento como uma transição do fenômeno para a essência. (não como um
processo linear, mas como processo de aproximação do sujeito e do objeto. Entendendo que o
conhecimento como processo inclui erros, ambivalências, desvio da essência, etc.)
Dualidade entre materialismo histórico e materialismo dialético: Lenin teria absorvido essa divisão
de outro teórico Russo, contudo essa dualidade não tem respaldo nas análises marxianas. Marx
desenvolve seu pensamento dialético-materialista na análise da história humana.

“Uma das contribuições de Marx para o pensamento social está no exercício dialético materialista,
desenvolvido por meio do estudo dos fenômenos sociais com os quais conviveu. Essa dialética
significa que a sociedade é formada por sistemas inter-relacionados e contraditórios de redes sociais
complexas e que, em última instância, as relações econômicas desempenham um papel fundamental
dentro delas. Isso nos permite concluir que a separação entre o materialismo histórico e o dialético
não faz sentido, uma vez que o materialismo dialético de Marx deriva de sua compreensão dos
processos históricos.

Lógica dialética versus lógica formal

A lógica formal - ciência que estuda as leis da relação entre premissas e conclusões (principal
representante: Aristóteles). Kopnin (1983) aponta que a lógica formal estuda as maneiras pelas quais
um juízo é deduzido de outro, ou seja, o arcabouço e a estrutura do conhecimento já formado com
base em certas leis.

A lógica dialética foi desenvolvida por Hegel. Ele faz da contradição a chave de seu sistema lógico.
Para Kopnin: “A missão da lógica dialética é mostrar o funcionamento das leis da dialética no
processo de apreensão da verdade objetiva” (1983, p. 80). Disto se segue que o pensamento é um
processo cujo movimento em direção à verdade obedece a desenvolvimentos lógicos de interação
com o mundo material.

unidade sujeito-objeto do conhecimento

a diferença entre o objeto e suas cópias mentais (conhecimento, projetos, avaliações do sujeito) se
manifesta no fato de que as cópias mentais não contêm as propriedades do objeto, eles apenas os
reproduzem por meio de processos de abstração.

A forma como o objeto existe no pensamento depende do sujeito, da situação que o homem ocupa na
sociedade.

toda relação sujeito-objeto é sempre mediada pela práxis social e que toda representação mental do
objeto necessariamente incorpora sua subjetividade e experiência vital;

Compreender a educação como atividade dos sujeitos envolvidos...cada sujeito é um ser com
capacidades práticas e que interage com os outros, simultaneamente, como sujeito individual e como
sujeito coletivo. ]

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