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Cópia controlada se impressa em papel timbrado "Documento do SGI"

Título: Limites Operacionais e de Projeto Seguros

Nº Documento: BA/NS059 (1)

1 - OBJETIVO

Esta norma estabelece os requisitos de um sistema de gestão para a definição,


monitoramento, preparação de relatórios e gerenciamento das plantas operacionais
dentro dos limites operacionais e de projeto seguros.

2 - CAMPO DE APLICAÇÃO

Esta norma se aplicar a todas as instalações e equipamentos, no entanto, um maior foco


deve ser dado aos sistemas que manipulam produtos químicos perigosos, conforme
listados no Anexo VIII da norma BA/NS009 ou equipamentos que acumulem relevante
quantidade de energia.

É considerado fora do escopo desta norma metas de qualidade e eficiência que apesar
de importantes para o negócio, possuem processos de controle que não representam um
risco para as pessoas, ambiente ou equipamentos.

3 - DESENVOLVIMENTO DO ASSUNTO

3.1 - Referências

Norma Corporativa SHE #334: Safe Operating and Design Limits Standard

Norma BA/NS009: Relatórios e Comunicação de Incidentes / Acidentes

Norma BA/NS050: Gerenciamento de Modificações

Procedimento BA/P.77.S.010: Informação de Segurança de Processo

Procedimento BA/P.77.D.001: Registro e Suspensão de Alarmes

3.2 - Siglas e Definições

3.2.1 - Limites Operacionais Seguros (LOS): Limites que definem as condições


normais de um controle do processo. Estes limites são estabelecidos de acordo com
os limites de projeto dos equipamentos de forma que haja uma zona de proteção
antes que o limite de projeto seja atingido.

Obs.: Estes limites não estão definidos para todos os parâmetros de processo, mas
apenas para os de controle primário (vide item 3.4.1.1).

3.2.2 - Limites de Projeto (LP): É estabelecido pelo projetista do equipamento, ou


especialistas de segurança da engenharia, como o máximo ou mínimo limite no qual
o equipamento pode resistir e conter de maneira segura um fluido de processo.

3.2.3 - Notificação de Ultrapassagem de LOS/LP: Um e-mail automático


notificando que um LOS ou LP foi ultrapassado.

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3.3 - Responsabilidades

3.3.1 - O Gerente de Produção é responsável por:

3.3.1.1 - Garantir que seja desenvolvido, implementado e mantido um sistema de


gestão para os Limites Operacionais e de Projeto Seguros, e que este sistema
atenda os requisitos desta norma.

3.3.1.2 - Nomear pessoa(s) na planta para gerenciar conteúdo desta norma,


implementar, realizar treinamento, emitir relatórios de Avaliação/Investigação e
realizar auditoria do Sistema.

3.3.2 - O Gerente de Tecnologia e Inovação é responsável por:

3.3.2.1 - Prover a planta com a Informação de Segurança de Processo necessária


para suportar o sistema de LOS/LP.

3.3.2.2 - Garantir que LOS/LPs sejam definidos para novos processos seja
através de uma mudança ou projeto.

3.3.3 - Os Engenheiros de Processo, Engenheiros de Melhoria de Processo e


Gerentes de Projeto são os responsáveis pela definição dos limites LOS/LP.

3.3.4 - Os Engenheiros de Processo e Engenheiros de Melhoria de Processo são


responsáveis pela emissão de SMP na necessidade de alteração dos limites
LOS/LP.

3.3.5 - Os operadores I e II, Líderes e Supervisores são responsáveis por conhecer


os limites operacionais e de projeto seguros de sua área, seu fundamento,
consequências da ultrapassagem destes limites e quais ações corretivas
predeterminadas devem ser tomadas.

3.3.6 - O Líder de Confiabilidade é responsável por conduzir uma avaliação de


integridade de ativo caso este tenha experimentado uma ultrapassagem de limite
seguro, e indicar se é necessária uma inspeção adicional.

3.3.7 - É responsabilidade do Líder de PSM considerar o indicador de desempenho


de ultrapassagem dos limites seguros no triângulo de PSM e promover auditorias
para garantir implantação e compreensão dos requisitos desta norma.

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3.4 - Requisitos

3.4.1 - Definição dos Limites Operacionais e de Projeto Seguros (LOS/LP).

3.4.1.1 - Os LOS podem ser determinados somente para os parâmetros de


controle primário, ou seja, o parâmetro considerado é o resultado final de outros
ajustes e não os ajustes individuais em si, a menos que haja um risco implicado.
Um exemplo é a pressão do tubulão de uma caldeira que é definida a partir das
vazões de gás, ar e água. Neste caso pode-se definir um LOS para a pressão e
não necessariamente para os outros parâmetros individualmente.

3.4.1.2 - Os LOS definem as fronteiras da condição normal de controle do


processo. Estas condições normais de controle impõem os limites dentro dos
quais a planta pode operar, sem precisar de um Gerenciamento de Mudança.

3.4.1.3 - Os controles de processo das plantas devem considerar os limites


seguros bem como as consequências das ultrapassagens e suas ações
corretivas.

3.4.1.4 - Para os parâmetros de processo “on-line”, sempre que possível, devem


ser previstos alarmes e intertravamentos para manter o processo dentro do limite
seguro.

3.4.1.5 - Na ocorrência da suspeita de uma inadequação do valor do LOS/LP uma


SCP ou SMP deve ser emitida.

3.4.2 - Processo para medição da ultrapassagem dos LOS e LP.

3.4.2.1 - A planta deve criar um sistema para a monitoração do desempenho da


planta e necessariamente a detecção das ultrapassagens dos limites operacionais
e de projeto seguros. Esta monitoração pode ocorrer por instrumentos da planta
ou testes de laboratório. Os sistemas da planta tais como PI e Delta V, devem ser
utilizados para fornecer informação em tempo adequado, através de dados
relevantes, e endereçados para operadores, supervisores, engenheiros, gerentes
e líder de PSM.

3.4.2.2 - Quando não seja possível configurar um interlock (trip), a notificação para
monitorar o Limite Operacional Seguro considerará o valor de alarme.

3.4.2.3 - A planta deve assegurar que os limites seguros não sejam violados e,
portanto, devem ser estabelecidas ações automáticas ou práticas procedurais
com intuito de prevenir as ultrapassagens. Os critérios para definição das ações
devem levar em conta o parâmetro medido e a duração e extensão do desvio em
relação aos limites seguros.

3.4.2.4 - As violações de LOS/LP devem ser consideradas nas revisões das


Análises de Risco de Processo (PHA) do plano de 05 anos.
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3.4.2.5 - Deve ser estabelecido um sistema de gestão documentado, pelo qual as


violações aos limites seguros possam ser tratadas. Estas tratativas devem
considerar análise da ultrapassagem e ações corretivas. Estão excluídas de
registro neste sistema de gestão as violações que sejam irrelevantes por tratar-se
de eventos previstos em momentos específicos, como na partida ou parada da
planta ou realização de testes de rotina.

3.4.3 - Novas Instalações

3.4.3.1 - A definição dos LOS/LP deve ser feita na análise de risco do projeto.

3.4.3.2 - Sempre que houver criação ou atualização de limites seguros este deve
ser considerado como ação no Gerenciamento de Mudanças.

3.4.3.3 - O projeto deve prever quais instrumentos ou controles serão necessários


para monitorar as ultrapassagens dos limites seguros.

3.4.4 - Mudanças dos Limites LOS/LP

3.4.4.1 - Alteração ou anulação dos limites operacionais e de projeto seguros


requer um Gerenciamento de Mudança.

3.4.5 - Ultrapassagem dos Limites Operacionais Seguros (LOS)

3.4.5.1 - Quando uma ultrapassagem ocorrer, haverá comunicação da violação do


LOS por e-mail, para um grupo responsável através do sistema PI AF, e uma
ação deverá ser tomada.

3.4.5.2 - Se a ação tomada não restaurar a condição normal do parâmetro num


intervalo de 06 horas, o Supervisor ou Coordenador de Produção devem ser
consultados para definição de outras instruções.

3.4.5.3 - Caso as ações tomadas não obtenham o efeito desejado num intervalo
de 12 horas a partir da atuação do Supervisor ou Coordenador de Produção, uma
análise de risco deve ser conduzida para determinar se o processo ou planta
terão suas operações interrompidas.

3.4.5.4 - Caso após a análise de risco decida-se por manter a operação mesmo
com a ultrapassagem do limite seguro, uma SMP temporária deve ser emitida por
supervisor para gerenciamento do risco desta operação.

3.4.5.5 - Não deve ser considerada uma violação dos limites seguros a
ultrapassagem devido à uma informação falsa ocasionada por um instrumento em
falha. Neste caso a operação deve cumprir o procedimento BA/P.77.D.001.

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3.4.6 - Ultrapassagem dos Limites de Projeto Seguros (LP)

3.4.6.1 - Na ocorrência de uma violação de LP ou da suspeita de violação, uma


das seguintes ações devem ser tomadas:

1) O processo deve retornar o mais rápido possível para uma condição de não
ultrapassagem do limite seguro ou;

2) O processo deve ser interrompido de maneira segura.

3.4.6.2 - Confirmada a violação do LP uma notificação deve ser enviada ao time


de confiabilidade incluindo o tempo de duração da violação. A confiabilidade
então avaliará o incidente e indicará se será necessária inspeção para confirmar
um possível comprometimento da integridade do equipamento.

3.4.6.3 - Todas as violações de LP devem ser tratadas como incidentes de


Segurança de Processo de Nível C e, consequentemente, investigadas e
relatadas.

3.4.7 - Treinamento

3.4.7.1 - Todos os empregados que possuírem alguma responsabilidade


associada com esta norma devem ser treinados para compreender e cumprir
todos os requisitos relativos à mesma.

3.4.7.2 - Um treinamento de atualização deve ocorrer numa periodicidade máxima


de 03 anos.

4 - ANEXOS

Anexo I – Ilustração de Arranjo entre Limites Seguros e Proteções

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Exemplo de arranjo para um parâmetro típico de processo.

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Anexo II – Lista de Equipamentos e Limites Operacional e de Projeto Seguros

Área TAG / Serviço Instrumentos Unid. Limites Op. Seguros Alarmes Trips Consequência da
LOS LP Violação
Risco de Sulf atação prematura e
Tanques de Mistura TI-0203-3 / 204-1 / 205-
DILIC °C 50 (1) > 50 derramamento de mistura podendo
D-0203 / 204 / 205 / 260 / 261 / 262 1 / 260 / 261 / 262
atingir pessoas

Risco de Sulf atação prematura e


Tanques Aliment. Sulf atação TI-0206 / 211 / 218 / 281
DILIC °C 50 (1) > 50 derramamento de mistura podendo
D-0206 / 211 / 218 / 281 / 282 / 285 / 282 / 285
atingir pessoas
Hidrólise prematura com
Tanques de Redução descontrole da reação e
DILIC TI-0268 / 269 / 270 °C 85 (1) > 80 > 85
D-0268 / 269 / 270 ocasionando o transbordamento
do tanque de redução
DILIC F-0105 / Câm. Comb. Secador TI-0101-2 °C 570 800 > 570 Danos ao Equipamento
DILIC F-0151 / Câm. Comb. Moinho TI-0150-4 °C 550 800 > 550 Danos ao Equipamento

Câm. Comb. Calcinador


DIPIG TI-1102-6 / 1105-6 °C 1450 1550 > 1400 > 1450 Danos ao Equipamento
F-1102 / 1105

DIPIG F-1150 / Câm. Comb. Calcinador TI-1150-6 °C 1450 1550 > 1360 > 1380 Danos ao Equipamento

PPTR TT-1107-1 / 1160-2


DIPIG °C 83 83 (2) > 80 > 83 Danos ao Equipamento
C-1107 / 1108 TT-1108-2 / 1103-2

PPTR TT-1104-5 / 1103-2


DIPIG °C 83 90 > 78 > 83 Danos ao Equipamento
C-1104 / 1154 TT-1151-7 / 1152-4

Transbordamento podendo atingir


DIPIG D-1961 / Tanque de HCl LI-1961 m³ 90 (3) > 90
pessoas

Tanques de ef luente Transbordamento e incidente


DIPIG LI-4701 / 4702 m 4 (3) >4
D-4701 / 4102 ambiental

Transbordamento podendo atingir


DITRA D-1801 / Tanque de soda bruta LI-1801 Ton 400 (3) > 400
pessoas

Spray Drier
DITRA TI-3226 / 4026 °C 750 1200 > 730 > 750 Danos ao Equipamento
F-3251 / 4051

Tanques de ácido sulfúrico Transbordamento podendo atingir


DUTIL LI-4816 / 4817 / 4818 m 9 (3) > 9,0 > 9,2
D-4816 / 4817 / 4818 pessoas

Ruptura de um dos tanques de


ácido e ausência de espaço para
transferência do produto vazado.
DUTIL D-4816/17/18 Estocagem de ácido ESTOQUE.value Ton 6400 (3) > 6400
O cenário é vazamento
catastrófico de ácido durante
período de chuva.

DUTIL TI-4214 / 4224 °C 495 > 495 Danos ao Superaquecedor


DUTIL Caldeira PI-4214 / 4224 Bar 43,8 48,47 kgf > 43,8 Danos ao Equipamento
DUTIL F-4201 / 4202 95 (3) > 80 > 95 Danos ao Equipamento
LI-4211/12
%
DUTIL LI-4221/22 13 < 26,6 < 13 Danos ao Equipamento

(1) Os tanques de mistura, alimentação da sulfatação e de redução possuem temperaturas de projeto acima de 200°C. Os tanques de
redução ainda possuem revestimento de borracha e tijolos. Não existem cenários que submetam estes equipamentos a temperaturas
desta ordem de grandeza.
(2) Os precipitadores C-1107/08 possuem tubos de PVC com temp. máx. recomendada pelo fabricante de 70°C. No entanto, utilizamos
este tipo de tubo há pelo menos 15 anos. Não há histórico de falha aguda no trabalho com temperaturas de 83°C, desta forma, está
sendo considerado como LP o valor de 83°C. Os precipitadores C-1104/54 possuem tubos de fibra, que possuem LP de 90°C.
(3) Para os cenários de nível alto não se aplica o limite de projeto, pois os tanques são atmosféricos e não haveria danos aos
equipamentos em caso de nível muito alto.

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