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N-2593 SET / 96

CRITÉRIOS PARA APLICAÇÃO DE


TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO DE RISCOS E
CONFIABILIDADE
Procedimento

Cabe à CONTEC - Subcomissão Autora, a orientação quanto à interpretação do texto


desta Norma. O Órgão da PETROBRAS usuário desta Norma é o responsável pela
adoção e aplicação dos itens da mesma.
Requisito Mandatório: Prescrição estabelecida como a mais adequada e que deve ser
CONTEC utilizada estritamente em conformidade com esta Norma. Uma eventual resolução de
Comissão de Normas não seguí-la ("não-conformidade" com esta Norma) deve ter fundamentos técnico-
Técnicas gerenciais e deve ser aprovada e registrada pelo Órgão da PETROBRAS usuário desta
Norma. É caracterizada pelos verbos: “dever”, “ser”, “exigir”, “determinar” e outros
verbos de caráter impositivo.

Prática Recomendada (não-mandatória): Prescrição que pode ser utilizada nas


condições previstas por esta Norma, mas que admite (e adverte sobre) a possibilidade
de alternativa (não escrita nesta Norma) mais adequada à aplicação específica. A
alternativa adotada deve ser aprovada e registrada pelo Órgão da PETROBRAS usuário
desta Norma. É caracterizada pelos verbos: “recomendar”, “poder”, “sugerir” e
“aconselhar” (verbos de caráter não-impositivo). É indicada pela expressão: [Prática
SC – 16 Recomendada].
Cópias dos registros das "não-conformidades" com esta Norma, que possam contribuir
Segurança Industrial
para o aprimoramento da mesma, devem ser enviadas para a CONTEC - Subcomissão
Autora.
As propostas para revisão desta Norma devem ser enviadas à CONTEC - Subcomissão
Autora, indicando a sua identificação alfanumérica e revisão, o item a ser revisado, a
proposta de redação e a justificativa técnico-econômica. As propostas são apreciadas
durante os trabalhos para alteração desta Norma.
“A presente Norma é titularidade exclusiva da PETRÓLEO BRASILEIRO
S.A. - PETROBRAS, de uso interno na Companhia, e qualquer reprodução
para utilização ou divulgação externa, sem a prévia e expressa autorização
da titular, importa em ato ilícito nos termos da legislação pertinente,
através da qual serão imputadas as responsabilidades cabíveis. A
circulação externa será regulada mediante cláusula própria de Sigilo e
Confidencialidade, nos termos do direito intelectual e propriedade
industrial.”

Apresentação

As normas técnicas PETROBRAS são elaboradas por Grupos de Trabalho


– GTs (formados por especialistas da Companhia e das suas Subsidiárias), são comentadas pelos
Representantes Locais (representantes das Unidades Industriais, Empreendimentos de Engenharia,
Divisões Técnicas e Subsidiárias), são aprovadas pelas Subcomissões Autoras – SCs (formadas por
técnicos de uma mesma especialidade, representando os Órgãos da Companhia e as Subsidiárias) e
aprovadas pelo Plenário da CONTEC (formado pelos representantes das Superintendências dos
Órgãos da Companhia e das suas Subsidiárias, usuários das normas). Uma norma técnica
PETROBRAS está sujeita a revisão em qualquer tempo pela sua Subcomissão Autora e deve ser
reanalisada a cada 5 (cinco) anos para ser revalidada, revisada ou cancelada. As normas técnicas
PETROBRAS são elaboradas em conformidade com a norma PETROBRAS N -1. Para
informações completas sobre as normas técnicas PETROBRAS, ver Catálogo de Normas Técnicas
PETROBRAS.

PROPRIEDADE DA PETROBRAS 9 páginas


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PÁGINA EM BRANCO

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1 OBJETIVO

1.1 Esta Norma estabelece requisitos para seleção e aplicação de técnicas de Identificação de
Perigos, de Avaliação de Riscos e de Engenharia da Confiabilidade nas diversas fases do ciclo
de vida de instalações da PETROBRAS.

1.2 Esta Norma contém requisitos mandatórios e práticas recomendadas.

2 DOCUMENTOS COMPLEMENTARES

Os documentos relacionados contêm prescrições válidas para a presente Norma.

Guideline for Chemical Process Quantitative Risk Analysis - Center for Chemical
Process Safety of the American Institute of Chemical Engineers - AIChE;
Guideline for Hazard Evaluation Procedures - AIChE;
Nomenclature for Hazard and Risk Assessment in Process Industries - Institute of
Chemical Engineers - UK.

3 DEFINIÇÕES

Para os efeitos desta Norma são adotadas as definições a seguir.

3.1 Perigo

Uma situação com potencial para causar danos às pessoas, à propriedade, ao meio ambiente
ou a combinação desses.

3.2 Risco

Medida da perda econômica e/ou humana resultante da combinação entre freqüência esperada
e conseqüências destas perdas.

3.3 Risco Social

Medida do risco de um grupo de pessoas.

3.4 Risco Individual

Freqüência esperada de que um indivíduo venha a sofrer um determinado nível de dano,


decorrente da realização de atividades perigosas.

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3.5 Identificação de Perigos

Identificação de eventos indesejáveis que levam à materialização de um perigo.

3.6 Avaliação de Riscos

Processo através do qual os resultados das estimativas de riscos são utilizados para a gestão de
riscos, através da comparação com os critérios de tolerabilidade de riscos.

3.7 Taxa de Acidentes Fatais (FAR)

Número de fatalidades previstas ocorrerem em cada 108 horas de exposição ao risco.

3.8 Potencial de Perda de Vida (PLL)

Número médio de fatalidades por ano ou outra unidade relevante de tempo. É uma média de
longo prazo do número de fatalidades por unidade de tempo, que leva em conta o número de
pessoas presente na instalação.

3.9 Análise Preliminar de Perigos (APP)

Técnica estruturada para identificar "a priori" os perigos potenciais decorrentes da instalação
de novas unidades ou da operação de unidades existentes. Normalmente uma APP fornece
uma ordenação qualitativa das perdas identificadas, a qual pode ser utilizada como um
primeiro elemento no estabelecimento de prioridade entre as medidas propostas para redução
dos riscos da instalação analisada.

3.10 Listas de Verificação ("Checklist")

Técnica para a identificação de perigos que se utiliza de uma lista de itens e etapas de
procedimentos para verificação do "status" de um sistema. Fornece uma avaliação da
conformidade de um projeto com padrões e práticas usuais.

3.11 Estudo de Perigos e Operacionalidade (HAZOP)

Técnica para a identificação de perigos de processo e problemas operacionais potenciais, que


se baseia na utilização de uma série de palavras-guia associadas a parâmetro de processo, para
avaliação das causas e conseqüências de desvios de processo.

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3.12 Análise dos Modos e Efeitos de Falha (FMEA)

Técnica para a identificação de perigos onde todos os modos de falha conhecidos dos
componentes, ou características dos sistemas, são considerados, assim como os resultados
indesejáveis correspondentes.

3.13 Análise dos Modos, Efeitos e Criticalidade de Falha (FMECA)

Técnica semelhante à anterior na qual é incluída uma quantificação dos modos de falha.

3.14 "E se...?" (What if...?)

Técnica para identificação de perigos que se baseia em "brainstorming", gerando uma série de
perguntas sobre possíveis eventos indesejáveis.

3.15 Análise de Modo de Falha Comum ou Análise de Falha de Causa Comum (CCF)

Técnica que avalia a ocorrência de falhas em dois ou mais equipamentos, resultantes de uma
causa comum.

3.16 Análise por Árvore de Falha (FTA)

Método de representação gráfica de combinações lógicas de vários estados de um sistema que


possam levar a um resultado indesejado (evento topo), definido previamente.

3.17 Análise por Árvore de Eventos (ETA)

Modelo gráfico-lógico que identifica e quantifica os possíveis cenários resultantes da


ocorrência de um determinado evento iniciador.

3.18 Análise Histórica (AH)

Técnica que se baseia em levantamentos estatísticos de informações relativas a perdas


ocorridas em condições similares.

3.19 Confiabilidade

Probabilidade de que um sistema, subsistema ou componente desempenhe com sucesso suas


funções específicas, durante um período de tempo, sob determinadas condições.

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3.20 Confiabilidade Humana

Probabilidade com que ações, tarefas ou atividades realizadas por pessoas sejam realizadas
com sucesso.

3.21 Análise de Tarefas

Método de análise de erro humano que consiste na divisão de tarefas em subtarefas, a fim de
definir a seqüência e inter-relacionamento entre as mesmas.

3.22 Análise de Causa/Conseqüência

Método de ilustração gráfica de possíveis resultados decorrentes da combinação lógica de


estados ou eventos selecionados. É uma combinação das técnicas de árvore de eventos e
árvore de falhas.

3.23 Alocação de Confiabilidade

Método usado para a alocação de parâmetros de confiabilidade a componentes individuais de


um sistema, visando atingir uma confiabilidade preestabelecida para o sistema.

3.24 Análise Markoviana

Técnica utilizada para a determinação das probabilidades de diferentes estados de um sistema


em função do tempo.

3.25 Diagrama de Blocos

Representação gráfica da combinação lógica ou seqüência de eventos que leva a um


determinado estado.

3.26 Conseqüência

Resultado de uma seqüência de eventos acidentais caracterizados por danos à saúde, perda
econômica ou agressão ao meio ambiente, ocasionados por incêndios, explosões ou
vazamentos de produtos perigosos.

3.27 Modelos de Efeitos Físicos

Modelos matemáticos que permitem avaliar a intensidade do calor de radiação devido a


incêndios, à sobrepressão devida a explosões e à concentração de substâncias tóxicas.

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3.28 Modelos de Vulnerabilidade

Modelos matemáticos que permitem a estimativa dos danos ao homem, ao meio ambiente e à
propriedade, em função das características de agressão física.

3.29 Gestão de Riscos

Aplicação sistemática de políticas de gerenciamento, procedimentos e práticas para a análise


de tarefas, avaliação e controle de riscos a fim de proteger o homem, o meio ambiente e a
propriedade, garantindo a continuidade operacional.

3.30 Manutenção Centrada em Confiabilidade (RCM)

Processo usado para determinar o que deve ser feito para assegurar que qualquer componente
ou sistema continue a cumprir suas funções em seu contexto operacional presente. Envolve
considerações econômicas e de segurança.

Nota: As siglas adotadas nestas definições são as já consagradas no País, podendo estar em
português ou em inglês.

4 CONDIÇÕES GERAIS

4.1 Todas as fases do ciclo de vida de instalações, devem ser submetidas a técnicas de
identificação de perigos.

4.2 Em cada fase do ciclo de vida de uma instalação deve ser avaliada a conveniência de
aplicação das técnicas de análise de risco e engenharia de confiabilidade.

4.3 O escopo e a profundidade dos estudos que devem ser realizados dependem das
condições específicas de cada instalação.

4.4 Nas bases de projeto deve ser considerada a necessidade da inclusão de requisitos de risco
e de confiabilidade, a serem demonstradas através do uso de uma ou mais técnicas citadas
nesta Norma.

4.5 As técnicas mais comumente utilizadas em função das fases do ciclo de vida de instalação
são apresentadas na TABELA (Prática Recomendada).

4.6 É recomendado o uso do ANEXO A para a avaliação quantitativa de riscos (Prática


Recomendada).

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TABELA - TÉCNICAS POSSÍVEIS A SEREM APLICADAS

NAS DIVERSAS FASES DO CICLO DE VIDA DE INSTALAÇÃO

TÉCNICAS MAIS COMUMENTE UTILIZADAS


FASES DO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
EMPREENDIMENTO
Pesquisa e Desenvolvimento x x x
EVTEA x x x x
Projeto Conceitual x x x x x
Projeto Básico/Bases Projeto x x x x x x x x x x x x x x
Projeto de Detalhamento x x x x x x x x x x x x x
Construção e Montagem x x x
"Comissioning" x x x x
Operação x x x x x x x x x x x x x x x
Ampliação/Modificação x x x x x x x x x x x x xx x x
"Decomissioning" x x x x

x = adequada.
• = inadequada.

1 - Análise Histórica.
2 - Lista de Verificação ("Checklist").
3 - APP (Análise Preliminar de Perigos).
4 - E se...?
5 - HAZOP (Estudos de Perigos e Operacionalidade).
6 - FMEA/FMECA (Análise dos Modos e Efeitos de Falhas).
7 - Análise por Árvore de Falhas.
8 - Análise por Árvore de Eventos.
9 - Análise de Causas/Conseqüências.
10 - Análise de Tarefas.
11 - Alocação de Confiabilidade.
12 - Análise Markoviana.
13 - Diagrama de Blocos.
14 - Avaliação Quantitativa de Riscos.
15 - Análise de Confiabilidade Humana.
16 - Manutenção Centrada em Confiabilidade

____________

/ANEXO

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ANEXO A

AVALIAÇÃO
QUANTITATIVA
DE RISCOS
. Objetivo do Estudo
. Abrangência

DESCRIÇÃO DO SISTEMA

IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS

FMEA, FMECA, APP, HAZOP,


AH, E Se...,
Lista de Verificação

SELEÇÃO DE CENÁRIOS

ESTIMATIVA DE ESTIMATIVA DE FREQÜÊNCIA


Análise Histórica
CONSEQÜÊNCIA
Dados, FTA, ETA,
Análise de Causa/Conseqüência
. Modelos de Efeitos Físicos Diagrama de Blocos,
. Modelos de Vulnerabilidade Análise de Confiabilidade Humana,
Análise de Modo de Falha Comum.

QUANTIFICAÇÃO DE

RISCOS

Freqüência/Conseqüência

PROPOSIÇÃO DE
COMPARAÇÃO COM CRITÉRIOS
DE TOLERABILIDADE DE RISCO MEDIDAS PARA
FAR, PLL, REDUÇÃO DOS
Risco Individual,
RISCOS
Risco Social.

N
S ATENDE?
GESTÃO DE RISCOS

____________

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