Você está na página 1de 8

INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS SOCIAIS |

41036

Período de Realização

Decorre de 6 a 20 de novembro de 2023

Data de Limite de Entrega

20 de novembro, até às 23:55 de Portugal Continental

Temática / Tema / Conteúdos

Perspetiva da vida quotidiana e do que é a especificidade do social

Aprender a ser membro da sociedade: formas de sociabilidade

Objetivos

- Consolidar os conhecimentos adquiridos sobre as temáticas.

- Aplicar os conhecimentos teóricos adquiridos à realidade social.

- Desenvolver uma reflexão crítica, recorrendo a fundamentação teó-


rica pertinente e articulando os conhecimentos adquiridos.

Trabalho a desenvolver

1. Leia, atentamente, o texto de apoio à realização do presente e-


fólio, disponibilizado na pasta do e-fólio A e leia também a seguinte
afirmação:

“Todos os dias, desde a nossa infância, temos certas rotinas,


que definiram o nosso quotidiano, através da socialização/apren-
dizagem de que fomos sendo alvo ao longo dos anos, ainda

Página 1 de 3
que inconscientemente, na maioria dos casos. Mas, para além
disso, […] o quotidiano constrói-se do que é mais rotineiro, mas
igualmente do que pode ser considerado como inesperado.” (Ma-
gano, 2014, p. 133).

2. Após a leitura do texto de apoio e da afirmação de Olga Magano,


elabore uma reflexão crítica sobre a socialização diferencial em
função de género e o papel social de mulheres e homens nas
sociedades ocidentais. Demonstre que adquiriu os conceitos e
conhecimentos teóricos sobre a socialização, agentes de socia-
lização, papel social e quotidiano.

Recursos

Magano, O. (2014 ou edições de outros anos). Introdução às Ciências


Sociais. Universidade Aberta.

Vieira, C. (2006). Educação Familiar. Estratégias para a promoção da


Igualdade de Género (pp.15-56). Comissão para a Igualdade e para
os Direitos das Mulheres.

Critérios de avaliação e cotação

Na avaliação do trabalho serão tidos em consideração os seguintes


critérios e cotações:

1. Revela conhecimentos teóricos adquiridos sobre a temática estu-


dada = 1,5 valores

2. Aplica os conhecimentos teóricos adquiridos, concretizando uma


reflexão crítica = 1,5 valores

3. Ponderação do conteúdo (domínio dos conteúdos, e rigor concetual


e terminológico) e da forma (estrutura, clareza, sequência lógica das
ideias e expressão escrita) = 1 valor

Total: 4 valores

Página 2 de 3
Normas a respeitar

• Deve redigir o seu E-fólio na Folha de Resolução disponibilizada


na Pasta E-fólio A da sua turma e preencher todos os dados do
cabeçalho.

• O seu E-fólio terá no máximo 4 páginas A4 (folha de rosto não


conta, nem a bibliografia). Requer-se capacidade de síntese.

• As citações ao longo do texto e a elaboração da bibliografia


deverão ser apresentadas segundo normas da APA -
https://repositorioaberto.uab.pt/handle/10400.2/9889

Nota: Se recorrer a outra bibliografia (recolhida em fontes


credíveis) inclua-a na bibliografia. Blogues ou páginas como
Wikipédia não são consideradas fontes credíveis. Considera-se
como ou fontes credíveis de conhecimento científico todas as
revistas científicas ou fontes institucionais.

• Não deve alterar a formatação da folha de resposta (manter


fonte verdana, tamanho de letra 12 o espaçamento entre linhas
- 1,5 e mantendo as margens).

• Nomeie o ficheiro com o seu nome (igual ao seu perfil na


plataforma moodle), número de estudante e seguido da
identificação do E-fólio. Ex: Nome 000000efolioA.

• Deve carregar o referido ficheiro para a plataforma no


dispositivo E-fólio A até à data e hora limite de entrega. Evite a
entrega próximo da hora limite para se precaver contra
eventuais problemas.

Votos de bom trabalho!

Equipa Docente

Página 3 de 3
UNIDADE CURRICULAR: Introdução às Ciências Sociais

CÓDIGO: 41036

DOCENTE: Susana Vilas Boas

A preencher pelo estudante

NOME: TP

N.º DE ESTUDANTE:

CURSO: Ciências Sociais

DATA DE ENTREGA: 20 de Novembro de 2023

Página 1 de 5
TRABALHO / RESOLUÇÃO:

A Socialização é um processo de aprendizagem de normas, princípios


e comportamentos adequados na sociedade, que se inicia na infância
e continua ao longo da vida.
Este processo tem início com a Socialização Primária, que consiste
na fase em que se adquirem os valores, comportamentos e habilidades
básicas necessárias para viver em sociedade. Predomina na infância e
é moldado pelos que são considerados como principais agentes de
socialização, que é o caso da família, os amigos próximos, ou seja, pelo
ambiente em que a criança cresce.
Nesta fase inicial já é possível notar-se alguma diferenciação em
função de género, verificando-se ainda antes do nascimento, quando,
perante estudos feitos a mães grávidas, foi possível obter descrições
tendenciosas relativamente aos movimentos fetais, descrevendo como
movimentos vigorosos e fortes, quando se tratava de um bebé do sexo
masculino, e de movimentos mais suaves e menos enérgicos quando
se referiam a bebés do sexo feminino. (Vieira & Vieira, 2006)
Este tipo de perceções, baseadas no sexo, remetem para a presença
de estereótipos de género, demonstrando que as expetativas em
relação a meninos e meninas começam a formar-se mesmo durante a
gestação.
Nessa mesma fase, segundo O’Brien e Huston (1985), a decoração
do quarto e a escolha dos brinquedos é feita consoante as expetativas
dos pais, em relação ao sexo da criança. Na maioria, bonecas, peluches
e tecidos coloridos ou cor-de-rosa, para as raparigas; e carrinhos e
roupas desportivas, evidenciando o azul, no caso dos rapazes. Apesar
destas análises já não serem recentes, seriam na mesma aprovadas
pelos pais de atualmente, na medida em que também continuam a
escolher a cor dos quartos dos filhos mediante o sexo.
Ainda na fase em que são crianças, quando se trata de brinquedos,
os pais tendem a facultar-lhes os que são típicos do seu sexo, (carros

Página 2 de 5
a meninos e bonecas a meninas, por exemplo), para que se evitem os
interesses de género “trocados”. Segundo Sigelman & Shaffer (1995),
apesar de a probabilidade dos meninos receberem brinquedos
considerados “femininos” ser menor, existe uma maior aceitação para
o facto de uma menina receber um brinquedo “masculino”. Esta
questão corrobora a ideia de que, atualmente, fazendo referência a um
estigma que insiste em permanecer, considera-se que mais vale ser
uma “maria-rapaz” do que um “mariquinhas”(Vieira & Vieira, 2006).
Nesta fase, em que os pais são os principais agentes de socialização,
na distribuição de tarefas e, mediante o género da criança, interferem
no seu desenvolvimento social, influenciando as suas habilidades
práticas, bem como a sua forma de agir e pensar.
De um modo geral, são frequentemente atribuídas tarefas do foro
exterior aos meninos, e tarefas mais domésticas às meninas. Além da
natureza das tarefas ser diferente, também na distribuição de tempo
dedicado a cada tarefa existe discrepância, por exemplo: o filho fica
responsável pelo corte da relva, passear o cão, lavar o carro, despejar
o lixo, enquanto a filha fica encarregue de limpar o pó, cozinhar, lavar
a loiça, passar a ferro ou cuidar de irmãos mais novos.
Nos primeiros anos da infância, as meninas revelam maior
capacidade criativa ao nível das brincadeiras, no entanto isso altera-se
a partir da idade em que lhes é solicitada participação nas tarefas
domésticas, pois, até os brinquedos que lhes são oferecidos, simulam
os papeis desempenhados pelas mulheres no contexto real, limitando
aí a capacidade de imaginação de coisas novas.
Comparativamente, no caso dos rapazes que, por serem menos
envolvidos na vida doméstica, permite-lhes mais tempo para invenção
de situações imaginárias, bem como a oportunidade de convivência
com os grupos de pares (crianças das mesmas idades), o que promove
uma maior autonomia e independência, concluindo então que o sexo
masculino tem mais privilégios e menos responsabilidades(Magano,
2014).

Página 3 de 5
Relativamente às raparigas, a convivência com adultos e crianças
mais jovens, reflete-se num aumento de sensibilidade e empatia para
com as necessidades do outro. Isto também as torna emocionalmente
mais dependentes e menos autónomas, devido à supervisão mais
próxima que os pais exercem sobre elas.
Assim, a “Socialização primária é, em geral, a mais importante e a
que tem mais impacto para o individuo, uma vez que funciona como
estrutura básica de toda a socialização secundária.”(Magano, 2014).
Posteriormente à aprendizagem inicial da infância, surge a
socialização secundária, que envolve a adoção de novos papéis sociais
e que contribuem para a formação da personalidade. Pode ser algo
leve, sem mudanças profundas, mas também pode significar
transformações significativas. Por exemplo, quando nos casamos,
precisamos de nos ajustar a uma nova vida, compartilhar problemas e
viver com outra pessoa. Ao longo da vida, passamos por vários desses
processos, onde aprendemos e nos adaptamos a novos ambientes e
situações. A socialização secundária abrange qualquer experiência que
nos introduza em novos aspetos da sociedade em que vivemos.
Quando se fala em papel social, trata-se do comportamento
esperado de acordo com normas e valores que nos guiam sobre o que
é considerado como a conduta mais apropriada (Magano, 2014). São
todos os papéis que desempenhamos na sociedade e existem em
relação aos outros papéis que ocupamos. Por exemplo: só somos pais
se tivermos filhos.
Segundo Etaugh e Liss (1992), a escolha por determinadas
profissões estaria diretamente relacionada com as tarefas que lhes
eram atribuídas em crianças (Magano, 2014). Certas mulheres
assumem o papel de cuidadoras do lar, pelo lado maternal incutido
pela mãe, e os homens, por lhes ser dada maior oportunidade de
“desenrasque” fora do seio familiar, e com isso adquirirem
competências de assertividade e argumentação, serem vocacionados
para cargos de chefia (Vieira & Vieira, 2006).

Página 4 de 5
O quotidiano de uma pessoa é assim moldado pela rotina adquirida
ao longo dos anos através da socialização, juntamente com momentos
imprevisíveis que, mesmo não sendo frequentes, fazem parte da
experiência diária pelo que o dia a dia é composto tanto por hábitos
rotineiros quanto por surpresas esporádicas (Magano, 2014). Este
quotidiano tem um papel fundamental na formação da identidade, na
assimilação de valores sociais e no entendimento do funcionamento da
sociedade em que a pessoa está inserida.
Em suma, este tipo de socialização diferencial em função de género,
pode promover perpetuação de mitos e de preconceitos que se
materializa em uma certa sustentabilidade à expressão de que as
mulheres são o sexo forte porque, segundo dados estatísticos, as
mulheres trabalham mais duas horas diárias que os homens (incluindo
as tarefas domésticas), e por adquirirem um maior nível de habilidade
do que os homens, desempenham melhor as tarefas e em menos
tempo (e por isso as mesmas lhes são atribuídas) (Vieira & Vieira,
2006). Considero que é importante continuar a analisar esta temática
e a evidência produzida, tendo em conta os novos modelos familiares
bem como a diferença do papel da mulher na sociedade e na carreira.

Bibliografia

Magano, O. (2014). Introdução às ciências sociais. 1–155.


https://repositorioaberto.uab.pt/handle/10400.2/5962

Vieira, C. M. C., & Vieira, C. M. C. (2006). Educação familiar.


Estratégias para a promoção da igualdade de género. Comissão Para
a Igualdade e para os Direitos das Mulheres.

Página 5 de 5

Você também pode gostar