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Sociedade e Cultura

Escola Superior de Educação de Coimbra

Curso: Licenciatura em Educação Básica T1

Nomes: Ana Aguilar; Beatriz Santos; Margarida Silva; Matilde Carreira

No âmbito da unidade curricular de Sociedade e Cultura foi-nos proposto realizar uma reflexão sobre o tema
“Igualdade de Género”. Com base nos conhecimentos adquiridos na palestra “Masculinidade, estereótipos,
igualdade e infância”, dinamizada pela Professora Doutora Sofia Gonçalves, desenvolvemos a nossa perspetiva face a
este assunto através de alguns tópicos, documentos e vídeos que nos foram sugeridos.

A socialização de género corresponde a um processo de aprendizagem, onde a criança adquire conhecimentos


sobre as expectativas, comportamentos e atitudes sociais associadas ao seu género. A partir do momento em que as
crianças (5/7 anos) se tornam conscientes da sua própria identidade (rapaz ou rapariga), estas prestam muito mais
atenção às informações, e em especial aos modelos, relacionados com o seu género. Estes mesmos conhecimentos
são-lhes maioritariamente transmitidos pela família (pais, avós e/ou irmãos), pelo que a criança começa a adotar
determinadas atitudes face aos seus colegas, havendo distinção entre os do mesmo género e de géneros opostos.
Por exemplo, as crianças tendem a favorecer e apoiar as atitudes do seu género, agindo de maneira mais positiva e
carinhosa, acabando por exibir, muitas vezes, comportamentos de discriminação ao género oposto, como o de
preferir interagir somente com membros do seu próprio género, ou até mesmo, como discriminar um menino que
tenha gostos mais distanciados dos seus (gostar de bonecas e vestidos, por exemplo).

Um estereótipo de género é uma opinião ou um preconceito generalizado sobre características que homens e
mulheres possuem ou deveriam possuir, ou até mesmo relativo a funções sociais que ambos desempenham ou
deveriam desempenhar. Portanto, um estereótipo de género é desvantajoso na medida em que limita a capacidade
de homens e mulheres para desenvolverem as suas competências pessoais, terem uma carreira profissional e
tomarem decisões sobre a sua vida pessoal e projetos de vida. Para contrariar estes mesmos estereótipos
ressaltamos as seguintes medidas: “Promover jogos e brinquedos neutros, cooperativos e compartilhados; Incluir a
igualdade de mulheres e homens no projeto educacional; Colaborar com as famílias de modo a promover uma
educação que evite comportamentos sexistas; Realizar treinamentos periódicos para professores em coeducação;
Selecionar materiais escolares e projetos educativos que não sejam sexistas; e Incentivar os professores a tratarem
meninos e meninas da mesma forma” (retirado de “Estereótipos de género”, de Iberdrola file:///C:/Users/Beatriz
%20Santos/Downloads/estrategia_cidadania_original.pdf)

A igualdade de género é a ideia de que todas as pessoas, independentemente do seu sexo biológico, do género, da
orientação sexual e da identidade de género, tenham os mesmos acessos e direitos, tanto na saúde, educação,
trabalho e rendimentos, como na participação social e política ou nas liberdades. A masculinidade é um conceito que
vai contra a igualdade de género, e contra o que se espera de uma sociedade de um tempo tão recente como o
nosso. Os modelos de masculinidade e os entendimentos sobre o que é "ser homem" para os jovens rapazes,
continuam a ser limitados e, frequentemente, baseados em atitudes e comportamentos de desigualdade de género.

Na nossa sociedade existem vários estereótipos, e a masculinidade é um assunto que também está muito presente
entre nós. Tal como se espera determinados comportamentos das mulheres, do homem também são esperadas
determinadas ações ou comportamentos, como por exemplo, que estes sejam sempre mais fortes, sem sentimentos,
reservados, podendo estes homens ou jovens rapazes ser martirizados por não conseguirem corresponder a certas
expectativas. Desde muito novos que somos influenciados pela sociedade em que os meninos protegem as meninas,
que são frágeis e usam vestidos, enquanto os meninos usam calças… Para uma total igualdade de género, é
necessário que haja uma abolição de todos estes padrões, para que cada um de nós possa viver sem nenhuma
barreira ou limite, sem sentir necessidade de ser aprovado pela sociedade, seguindo ideais de género
completamente ultrapassados para o tempo em que estamos hoje.
Sociedade e Cultura

O percurso ziguezagueante do estatuto da Educação para a Cidadania no currículo não tem permitido a apropriação
da visão e das boas práticas na cultura escolar, nem o envolvimento dos alunos e das alunas e de outros parceiros
em atividades com a comunidade educativa local e na sociedade em geral.

Assim, segundo a Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania os princípios que vão ao encontro da igualdade
de género são: “Existência de um capital acumulado de experiências e de projetos das escolas, nomeadamente em
parcerias com ONG, Autarquias, Instituições de Ensino Superior; Atenção aos problemas da sociedade, preparando
as novas gerações para uma convivência plural e democrática; Respeito pela autonomia das escolas na definição de
prioridades e finalidades a incluir no seu Projeto Educativo, tendo em conta a diversidade de contextos
socioeconómicos e geográficos; Existência de um acervo de recursos educativos, ferramentas e estudos de
investigação de suporte à Educação para a Cidadania e o Desenvolvimento Sustentável, mas que carece de
sistematização e divulgação junto das escolas de forma a apoiar o trabalho docente e a implementação de
estratégias ao nível de cada uma; A valorização das especificidades e realidades locais em detrimento de abordagens
de temáticas abstratas e descontextualizadas da vida real; A constatação de que a Cidadania não se aprende
simplesmente por processos retóricos, por ensino transmissivo, mas por processos vivenciais; A Cidadania deve estar
embutida na própria cultura de escola; Investir e integrar a Educação para a Cidadania na formação inicial e na
formação contínua de docentes; O decorrer de práticas sustentadas no tempo e não de meras intervenções
pontuais; Práticas educativas que promovem a inclusão; Envolver alunos e alunas em metodologias ativas e oferecer
oportunidades de desenvolvimento de competências pessoais e sociais; Políticas e práticas da escola democrática
envolvendo toda a comunidade escolar; Promover o bem-estar e a saúde individual e coletiva; Envolver o trabalho
em parceria com as famílias e as comunidades; Estar alinhada com as especificidades de alunos/as e as prioridades
da comunidade educativa; e apoiar-se na monitorização e avaliação de forma a garantir efetividade e participação”
(retirado do documento “Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania”, da República Portuguesa -
file:///C:/Users/Beatriz%20Santos/Downloads/estrategia_cidadania_original.pdf)

Todos os filmes que assistimos descrevem a desigualdade de género, quer seja num ambiente familiar, como na
perspetiva das crianças em a relação a este tema que é tão controverso na nossa sociedade. É realmente chocante o
quão estes estereótipos de “o que é ser uma mulher ou um homem” estão tão implementados entre nós, em que
inclusive as nossas crianças não conseguem escapar a esses ideais, como podemos ver no vídeo, onde estas
desenharam apenas homens no que toca a várias profissões e os olhares de surpresa ao verem chegar trabalhadoras
do sexo feminino dessas mesmas profissões.

Num dos vídeos temos também um ambiente familiar que põe de novo a mulher em desvantagem, onde todas as
tarefas ficam ao seu encargo, desde a casa, filhos, trabalho, enquanto o homem não tem qualquer tipo de ocupação
para além da sua profissão, não tendo qualquer iniciativa de cooperação, pelo contrário, ainda consegue preencher
mais o tempo da mulher, tornando-se um mau exemplo para o seu filho, que rapidamente se torna um reflexo do
seu pai.

No último vídeo que visualizamos vemos a perspetiva das crianças em relação à desigualdade salarial, onde as
crianças fazem um exercício de apanhar as várias bolas e no final a recompensa é diferente: o menino acaba por
receber um copo cheio, enquanto a menina recebe apenas meio copo. O assunto é discutido assim que é dito que a
menina recebe menos apenas por ser uma menina, no final os meninos acabam por equilibrar os copos, dando parte
da sua recompensa às meninas.

Estes estereótipos não nascem connosco, mas estão de tal modo implementados no nosso dia a dia que as crianças
adquirem essas ideias. Estes vídeos são uma adaptação do que acontece na nossa realidade, a desigualdade de
género é uma questão real e muito ocorrente na nossa sociedade, algo que está longe de estar combatido e algo
pelo qual devemos lutar todos dias.

Concluindo, assim, o nosso trabalho após a análise de vários documentos e várias pesquisas percebemos que, apesar
de a “Igualdade de Género” ser um tema muito abordado durante vários anos de escolaridade e durante toda a
Sociedade e Cultura

nossa vida, é ainda bastante controverso e deixa um pouco a desejar. É importante, ainda, realçar o quão
fundamental é a integração e a educação das crianças nesta temática.

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