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Acesso aos serviços de saúde de mulheres com HIV: pesquisa participante

Raquel Einloft Kleinubing1, Stela Maris de Mello Padoin,


Tassiane Ferreira Langendorf3 e Cristiane Cardoso de Paula 4
1
Programa de Pós-graduação de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria, Brasil.
raquel_e_k@hotmail.com; stelamaris_padoin@hotmail.com; tassi.lang@gmail.com; cris_depaula1@hotmail.com

Resumo. Objetivou-se conhecer como acontece o acesso aos serviços de saúde de mulheres vivendo com
HIV. Pesquisa Participante desenvolvida com a população de mulheres vivendo com HIV que em algum
momento do período gestacional foram atendidas nos serviços públicos de saúde; profissionais de saúde dos
serviços especializados e de APS (UBS e ESF); e gestores destes serviços. Foram desenvolvidas entrevistas
semi-estruturadas com as mulheres e observação participante nos serviços de saúde. A análise de conteúdo
do tipo temática estruturou os resultados nos temas utilização e acessibilidade, sendo esta composta pelas
categorias psicossocial (comunicação positiva, barreiras de comunicação e barreiras culturais), temporal e
geográfica. Os resultados culminaram no planejamento dos encontros de grupo focal com os profissionais de
saúde e gestores.
Palavras-chave: Acesso aos serviços de saúde; Saúde da mulher; HIV; Gravidez; Período Pós-Parto.

Access to health services for women living with HIV


Abstract. The goal was to know how the access to the health services of women living with HIV happens.
Research Participant developed with the population of women living with HIV who at some point during the
gestational period were treated in the PHC and/or specialized public services; health professionals from
specialized services and PHC (UBS and ESF); and managers. Semi-structured interviews were conducted with
women living with HIV and participant observation at the health services mentioned above. The content
analysis of the thematic type structured the results on themes accessibility and their categories and
subcategories (psychosocial accessibility - positive communication, communication barriers and cultural
barriers); temporal accessibility; and geographical) and use. The results culminated in the planning of the
focus group meetings with health professionals and managers.
Keywords: Access to health services; Women's health; HIV; Pregnancy; Postpartum Period.

1 Introdução

Durante a gestação de mulheres vivendo com HIV, o acesso a insumos como testes rápidos, exames
de seguimento e medicamentos antirretrovirais pode auxiliar na redução das taxas de HIV em crianças
(VIANA et al., 2013). Entretanto, faz-se necessário a intensificação das ações de diagnóstico, ampliando
o acesso ao teste anti-HIV (BRASIL, 2014). Isto pode ser alcançado com a descentralização das ações
de prevenção, incluindo a Atenção Primária à Saúde (APS) (VAL; NICHIATA, 2014).
Apesar da existência de desafios, como o diagnóstico precoce da infecção, o acompanhamento do
tratamento e a integração dos serviços, almeja-se que a atenção à saúde não se restrinja aos serviços
especializados, mas que atuem conjuntamente com a APS, para diminuir o tempo de diagnóstico
(PALÁCIO; FIGUEIREDO; SOUZA, 2012; ZAMBENEDETTI; BOTH, 2012; VAL; NICHIATA, 2014).
Segundo Starfield (2002), o acesso de primeiro contato se refere à acessibilidade e a utilização do
serviço de APS como fonte de cuidado para os problemas de saúde que surgem. A acessibilidade
relaciona-se aos aspectos psicossocial (barreiras de linguagem ou culturais à comunicação entre os
profissionais e usuários), geográficos (transporte e distância do serviço) e relativos ao tempo (horário
de disponibilidade). Estes aspectos refletem na extensão e no tipo de utilização dos serviços pelas

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mulheres com HIV. Embora esse contato com os serviços ocorra em diferentes pontos de atenção, na
APS a procura é desencadeada preferencialmente pelo usuário, enquanto que nos serviços
especializados o uso é frequentemente direcionado pelo profissional de saúde (STARFIELD, 2002).
Contudo, mesmo havendo o incentivo para que a APS atue como porta de entrada no sistema de saúde
(HALLAL et al., 2010), as ações são insuficientemente abrangentes. A dificuldade de transferência entre
os pontos da Rede de Atenção à Saúde (RAS) prejudica a integralidade das ações. Os obstáculos
consistem na desproporção de serviços de APS para o número de habitantes, comunicação insuficiente
da RAS nos serviços de diferentes densidades tecnológicas e necessidade de preparação dos
profissionais para atender as demandas referentes ao HIV. Tais dificuldades culminam na
fragmentação das ações (VAL; NICHIATA, 2014).
Além disso, a organização do serviço especializado, que parece suprir as necessidades em saúde dos
usuários, faz com que seja utilizado como porta preferencial, independente da complexidade do
agravo. Isto prejudica o funcionamento da RAS, provoca a não utilização dos demais serviços que
poderiam constituir, também, uma fonte de recursos (PALÁCIO; FIGUEIREDO; SOUZA, 2012).
No cotidiano assistencial de gestantes com HIV, o acesso dá-se tanto na APS quanto no especializado.
Entretanto, as falhas de comunicação intersetorial culminam na descontinuidade da atenção no
puerpério. Devido ao caráter social e político, o acesso deve considerar a disponibilidade de serviços,
acolhimento, necessidades da população, de maneira resolutiva na RAS. Para populações vulneráveis,
como aquelas com condições crônicas, a exemplo do HIV, a formulação e execução das políticas de
saúde devem atentar para o risco de progressão da doença (ASSIS; JESUS, 2012).
Dessa maneira, a acessibilidade e a utilização da APS podem potenciar o diagnóstico precoce e,
consequentemente, o manejo adequado da infecção pelo HIV. Pode favorecer a formação de vínculo
com os profissionais, repercutindo positivamente tanto na saúde da mulher quanto da criança. Com
isso, emergiu a inquietação acerca do acesso das mulheres vivendo com HIV aos serviços de saúde.
Assim, o Grupo de pesquisa Cuidado à Saúde das Pessoas, Famílias e Sociedade (GP-PEFAS) da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM/RS/BR) iniciou o projeto matricial intitulado “Avaliação
da atenção primária à saúde das mulheres com HIV”, com desenho de estudo misto.
A etapa quantitativa foi desenvolvida de abril a novembro de 2014, em Santa Maria/RS, de modo
transversal, com 78 mulheres com HIV, e aplicação do instrumento PCATool-Brasil versão Adulto
reduzida. Objetivo geral foi comparar a qualidade da atenção à saúde das gestantes vivendo com HIV
entre os tipos de serviço, na experiência das usuárias. Os resultados revelaram que é preciso direcionar
uma atenção específica às gestantes vivendo com HIV na APS, uma vez que está aquém do ideal. Na
análise conjunta dos atributos segundo o tipo de serviço, ambos apresentaram valores de escores
gerais insatisfatórios (<6,6). Contudo, se mostrou próximo tanto ao valor considerado satisfatório
(≥6,6) quanto entre si: APS (6,50) e especializado (6,35), estando a primeira mais próxima do valor
considerado ideal. Isto indica que os atributos da APS não estão presentes adequadamente nestes
serviços (KLEINUBING, 2015). A APS como fonte regular da atenção, embora haja deficiências
estruturais, pode transformar o atual modelo curativista de atenção às pessoas com HIV, na qual a
descentralização das ações promova a articulação entre os serviços. Contudo, o investimento no
acesso deve ser intensificado pelas políticas públicas e implementado pelos profissionais, para que a
APS possa se tornar resolutiva, também, para as gestantes vivendo com HIV.
Os resultados da etapa quantitativa indicaram o objetivo da etapa qualitativa em um estudo do tipo
Pesquisa Participante: desenvolver coletivamente ações para o acesso desta população aos serviços
de saúde. Este artigo apresentará os resultados de um dos seus objetivos específicos: conhecer como
acontece o acesso aos serviços de saúde de mulheres vivendo com HIV. Justifica-se a realização desta
pesquisa, pela possibilidade de contribuição tanto para a atenção à saúde quanto para as políticas
públicas, com a perspectiva de reorganizar o fluxo de cuidado à esta população. Isto pode facilitar o
acesso e a adesão ao tratamento para o manejo da infecção materna e prevenção da transmissão

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vertical do HIV, tendo em vista que, devido às características estruturais e de desempenho da APS, a
ausência dessa população nestes serviços inviabiliza a captação pelos demais pontos da RAS.

2 Metodologia

Este artigo é um recorte da tese de doutorado “Acessibilidade e utilização dos serviços de saúde para
atenção às mulheres vivendo com HIV”. O campo de estudo contempla os serviços de APS e
especializados para HIV. A população consiste em mulheres com HIV, profissionais de saúde e gestores.
Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa do tipo Pesquisa Participante, que consiste em um
tipo de pesquisa social, que reconhece que os sujeitos e culturas são fontes originais de saber. Por
meio da interação entre os sujeitos e objeto de investigação, há a construção compartilhada entre o
conhecimento científico e o popular, proporcionando a articulação crítica de um conhecimento novo
e transformador (BRANDÃO; BORGES, 2007).
Operacionalmente, a Pesquisa Participante segue quatro fases: Montagem institucional e
metodológica da pesquisa participativa; Estudo preliminar e provisório da zona e da população em
estudo; A colocação dos problemas; e Programação e execução de um plano de ação (LE BOTERF,
1985). Intencionalmente, essas fases permitem ao pesquisador buscar respostas para um problema,
por meio da análise grupal do conhecimento, e apartir disso, pensar a forma como este conhecimento
será utilizado na realidade. Além disso, permite examinar a informação de maneira crítica,
estabelecendo as causas dos problemas, as possibilidades de solução e, assim, propõe
encaminhamentos (SILVA; PADOIN; VIANNA, 2013).
A Pesquisa Participante prevê, durante a fase de montagem institucional e metodológica, a inserção
antecipada no campo de estudo. Isto proporciona o conhecimento da realidade e permite que o
pesquisador seja reconhecido por aqueles que nela atuam, de maneira que o objetivo da pesquisa seja
de comum acordo entre o campo e o pesquisador. Para tanto, a participação da doutoranda como
observadora participante na etapa de coleta de dados de outra pesquisa no mesmo campo,
possibilitou conhecer a organização dos serviços de saúde e os profissionais que neles atuam (KINALSKI
et al., 2017). Com isso foi possível a ambientação e a sistematização da etapa de coleta de dados da
atual pesquisa. O contato da doutoranda com os prováveis participantes e campos de estudo é
necessário, também, com vistas à autorização institucional e assinatura do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (TCLE). Nesta ocasião, a doutoranda e a auxiliar de pesquisa (devidamente
capacitada) foram apresentadas aos prováveis participantes (profissionais e gestores), realizando os
esclarecimentos necessários.
Assim, no período de junho a agosto de 2017 foram realizadas 45 horas de observação da estrutura e
funcionamento dos serviços e, quando o atendimento das mulheres vivendo com HIV nos serviços de
saúde, conforme demanda e/ou agendamento nos serviços. A observação foi do tipo participante, pois
a observadora estava na posição dos outros elementos envolvidos no fenômeno estudado (GODOY,
1995). A utilização da técnica de observação foi proposta tendo em vista a necessidade de apreensão
dos comportamentos e acontecimentos.
Foram observados aspectos da acessibilidade e da utilização nos serviços de saúde presentes no
roteiro de observação que, juntamente às conversas informais, possibilitaram a obtenção de um
diagnóstico situacional do acesso de mulheres vivendo com HIV aos serviços de saúde no município
cenário desta pesquisa. A observação aconteceu em serviços especializados no atendimento às
pessoas vivendo com HIV e em serviços de APS.
Para o desenvolvimento da segunda fase, estudo preliminar e provisório da zona e da população, as
técnicas de coletas dos dados estão operacionalizadas da seguinte maneira: observação participante,
entrevista semi-estruturada e grupo focal, as quais serão submetidas a triangulação de dados, que

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culminará nas oficinas pedagógicas e seminário final no município. As trocas verbais e não verbais
presentes no momento da entrevista possibilitaram a melhor compreensão dos significados, dos
valores e opiniões das participantes acerca do objeto de investigação. Na pesquisa qualitativa, tal
técnica representa uma modalidade de triangulação, pois concede ao participante a oportunidade de
validar o que foi dito, não se restringindo a interpretação pelo pesquisador, do conteúdo da entrevista
(FRASER; GONDIM, 2004).
A análise dos dados foi realizada concomitantemente à coleta e se encerrou quando houve a
suficiência de respostas ao objetivo. Foram realizadas 14 entrevistas com as mulheres vivendo com
HIV. A doutoranda e a auxiliar de pesquisa questionavam junto ao serviço de saúde a disponibilidade
de salas para a condução da entrevista e acessavam as prováveis participantes sem que houvesse
interferência no andamento das consultas. O convite foi feito individualmente, enquanto aguardavam
para serem atendidas. Em uma sala separada para tal finalidade, as mulheres eram esclarecidas acerca
da pesquisa, respeitando-se a privacidade e o sigilo diagnóstico.
Para a condução das entrevistas semiestruturadas, a doutoranda necessitou lançar mão de
mecanismos de flexibilização dos questionamentos, na tentativa de dar fluência às perguntas. Tais
mecanismos tinham o objetivo de possibilitar conforto e confiança as participantes. Fez-se uso de
perguntas abertas, para que pudessem sentir-se livres para falar acerca do tema. Entretanto, tendo
em mãos o roteiro de entrevista, mantinha-se atenta para retomar os questionamentos e redirecionar
a entrevista para o objeto de estudo.
Posteriormente, serão realizados encontros de grupo focal (GF) com profissionais de saúde e gestores,
mediante assinatura do TCLE. Embora haja um roteiro para executar cada encontro do GF,
participativamente, os profissionais e gestores pactuarão os encontros subsequentes, respeitando-se
o interesse e a construção coletiva das ideias do grupo para as discussões. A técnica de GF possibilitará
intensificar o acesso a informações sobre um determinado fenômeno. Isto ocorre pelo fato de gerar
ideias e conhecê-las com profundidade, por meio do diálogo e do debate entre os participantes
reunidos em um mesmo local e durante certo período de tempo (DALL´AGNOL; TRENCH, 1999;
DALL´AGNOL et al., 2012).
Dessa maneira, o GF busca valorizar a interação entre os participantes e o pesquisador, por meio de
discussões focadas em tópicos específicos e diretivos. (MAZZA; MELO; CHIESA, 2009; DALL´AGNOL et
al., 2012). Por configurarem-se como potencial via de intervenções, as discussões e as táticas grupais
para modificar realidades faz com que, por intermédio da interação, os profissionais dos diferentes
serviços que prestam atendimento às mulheres vivendo com HIV, tornem-se protagonistas na
construção coletiva dos resultados da pesquisa (SHAHA; WENZEL; HILL, 2011).
Ainda, as discussões e construções coletivas podem auxiliar na qualificação do acesso de mulheres
vivendo com HIV na APS, para que esta possa se tornar a fonte regular de atenção. Por tratar-se de
uma temática sensível e pouco explorada, faz com que esta técnica se torne enriquecedora e coerente
com a proposta do estudo.
Quanto à operacionalização, os GF caracterizam-se como uma técnica de coleta de dados em que o
pesquisador objetiva coletar informações sobre um determinado tema. Isso se dá por meio do diálogo
e debate entre os participantes da pesquisa, reunidos em um mesmo local, durante certo período de
tempo (DALL´AGNOL; TRENCH, 1999; DALL´AGNOL et al., 2012).
A equipe de coordenação, composta pelo moderador (pesquisador) e pelo(s) observador(es), será
responsável pela condução do encontro. Com isso, os integrantes da equipe devem se manter atentos
e evitar posicionarem-se em lugares que deem a impressão de prestigio frente aos participantes.
Durante os encontros, a equipe deverá utilizar um diário de campo. Este instrumento será utilizado
para o registro de percepções e impressões pessoais durante as sessões do GF.
Tendo em vista que o sucesso do GF relaciona-se diretamente ao planejamento dos encontros, devem
ser considerados aspectos como: momentos chave do encontro; dimensão do grupo; guia de temas;

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seleção de materiais estimulantes à interação; duração e quantidade de encontros; local e avaliação


do GF. Essas características são essenciais para que as discussões se tornem proveitosas, promovendo
experiências sobre o objeto do estudo (DALL´AGNOL; TRENCH, 1999; BARBOUR, 2009), que consiste
no acesso das mulheres vivendo com HIV aos serviços de atenção à saúde.
Os momentos do encontro do GF incluem: abertura da sessão, apresentação dos participantes entre
si, esclarecimento sobre a dinâmica de discussões, esclarecimento do setting (contrato grupal), debate,
síntese dos momentos anteriores e encerramento da sessão. Quanto à dimensão do grupo,
recomenda-se um intervalo de seis a quinze participantes. Entretanto, como a dimensão do grupo
deve ir ao encontro dos objetivos da pesquisa, quando se opta por maior variedade de pontos de vista,
indica-se eleger um grupo maior. Quando se almeja profundidade da temática, aconselha-se a
composição de um grupo menor. Além disso, a composição do grupo é estruturada com base no
objetivo da pesquisa, assim, os participantes devem possuir ao menos um traço em comum: o
envolvimento direto com a atenção à saúde de mulheres (DALL´AGNOL; TRENCH, 1999).
O guia de temas é um roteiro para operacionalização do encontro, que deve ser coerente com os
propósitos e objetivo da pesquisa. Destaca-se que, neste estudo, o guia de temas partirá dos resultados
dos estudos desenvolvidos no GP-PEFAS, em que foram avaliados a atenção a saúde de crianças e
adolescentes vivendo com HIV em Santa Maria/RS. Quanto a seleção de materiais estimulantes à
interação, para cada encontro serão organizados os materiais para as dinâmicas, de maneira a
subsidiar a discussão grupal.
Referente a duração dos encontros, estes irão ocorrer durante uma a duas horas, pois esse período já
permite a obtenção de informações necessárias para uma boa análise além de garantir que não ocorra
cansaço ou desgaste mental dos/as participantes (GATTI, 2005; BAUER; GASKELL, 2008; MAZZA; MELO;
CHIESA, 2009). Para a quantidade de encontros do GF, planeja-se um total de quatro encontros,
podendo ser ampliado para que se alcance a compreensão da temática estudada.
O local, data e horário dos encontros serão estabelecidos em acordo com os participantes. Desse
modo, devem-se apontar opções confortáveis, facilitadoras do debate, socioeconomicamente
desejáveis e que permitam a organização de coffee break, realização das tarefas e discussões em grupo
(DALL´AGNOL; TRENCH, 1999; MAZZA; MELO; CHIESA, 2009). Para a organização do ambiente, será
priorizado assentos em forma circular para promover uma visão ampla entre os participantes,
moderador e observadores, estimulando o olhar face a face, de maneira a estimular o sentimento de
pertencimento a um grupo (DALL´AGNOL; TRENCH, 1999).
Ao final de cada encontro será realizada uma avaliação. Nesse momento a equipe de coordenação fará
um feadback acerca do andamento dos encontros, e, com isso, promoverá modificações ou
aperfeiçoamentos (DALL´AGNOL; TRENCH, 1999). No último encontro do GF, será entregue aos
participantes um instrumento de avaliação, já utilizado em pesquisa do GP-PEFAS anteriormente.
Para a fase de colocação dos problemas considerados prioritários, a análise crítica dos dados obtidos
nas etapas anteriores possibilitará promover o conhecimento objetivo da realidade, a fim de se
procurar as estratégias possíveis de ação. Como técnica para análise dos dados, está sendo utilizada a
Análise de Conteúdo do Tipo Temática. Esta técnica permite inferir dados de um determinado
contexto, mediante a organização, leitura e discussão dos dados coletados. Salienta-se que diversos
caminhos podem ser percorridos com a finalidade de uma Análise de Conteúdo. Operacionalmente, a
Análise de Conteúdo apresenta-se dividida em três fases: pré-análise; exploração do material;
tratamento dos resultados obtidos e interpretação, descritos a seguir (MINAYO, 2010).
A fase de pré-análise consiste na seleção inicial do material coletado, tendo-se como fio guia o objetivo
proposto pelo estudo. Nessa fase, a doutoranda realizou a leitura exaustiva das entrevistas transcritas
e das notas de observação extraídas do diário, dando inicio à constituição do corpus para análise, por
meio da pré-extração de unidades de significação.

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A exploração do material é a fase de codificação, na qual os dados serão analisados para o alcance dos
núcleos dos sentidos, que possam permitir a compreensão do texto. Essa etapa foi realizada pela
doutoranda, sob mediação da orientadora (pesquisadora com expertise no tema HIV) e co-orientadora
(pesquisadora com expertise na saúde da mulher). A doutoranda agrupou as unidades de significação
de acordo com os temas teóricos acessibilidade e utilização. Os conceitos teóricos dos temas
permitiram a formulação das categorias e subcategorias temáticas, validados no grupo de pesquisa.
Para o tratamento dos resultados obtidos e interpretação dos temas, os resultados foram retomados
e aprofundados por meio dos conceitos teóricos que embasam o objeto de estudo, sendo realizada a
discussão a luz da literatura.
A triangulação dos dados, oriundos das observações e das entrevistas, culminarão no planejamento
dos encontros do GF, permitindo a ampliação dos dados, à medida que não se restringe apenas a uma
única fonte, multiplicando as tentativas de aproximação com o objeto de estudo (MINAYO, 2010).
Assim, o corpus desta investigação conta, neste momento, com os fragmentos de discurso oriundos
das entrevistas, bem como com as notas de observação participante. A junção destes dados garantiu
sustentação de maneira mais sólida ao objeto em investigação. Sucessivamente, os dados coletados
por meio dos encontros grupais e sua triangulação com os dados já concebidos, permitirá extrair, de
maneira mais ampla e, possivelmente, mais completa, as unidades de significado textuais.
Por fim, na última fase, a programação e execução de plano de ação, serão propostas oficinas
pedagógicas e o Seminário integração da pesquisa com a prática: discutindo resultados de pesquisas
em HIV com os serviços de saúde, quinta edição promovida pelo GP-PEFAS (V SIPP). Nesse momento,
a participação de todos os envolvidos nas etapas anteriores deve ser mantida, de maneira que as
decisões sejam tomadas em conjunto.
As oficinas pedagógicas, que consistem numa maneira de construir o conhecimento por meio da
aproximação da ação com a base teórica (PAVIANI; FONTANA, 2009), serão pactuadas entre
doutoranda e participantes. Dessa maneira, objetivarão promover a discussão/reflexão acerca da
acessibilidade e utilização dos serviços de saúde, pelas mulheres vivendo com HIV, com vistas à
construção de abordagem de atenção a essa população. (SILVA, E. et al., 2013).
Quanto ao seminário, objetivará avaliar o conhecimento construído e a transformação da prática
assistencial. Será realizado com os diferentes setores da saúde, participantes do estudo, de maneira a
compartilhar os resultados e refletir acerca do impacto dos mesmos na implementação de mudanças
na atenção à saúde direcionada a essas mulheres vivendo com HIV. A dinâmica de organização será
definida conforme as demandas na produção das informações.
Destaca-se que a discussão e avaliação do plano de ação devem ser permanentes, tendo em vista que
a Pesquisa Participante não termina com a quarta fase. A análise crítica da realidade, despertada
durante esse processo, conduzirá à descoberta de novas necessidades, tornando dinâmica a
construção do conhecimento (LE BOTERF, 1985).
Os aspectos éticos foram respeitados segundo a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde do
Brasil, que prima pela dignidade humana e pela proteção devida aos participantes das pesquisas
científicas envolvendo seres humanos, manifestada pelos princípios fundamentais da autonomia,
beneficência, não maleficência, justiça e equidade. A pesquisa foi aprovada sob o Certificado de
Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) nº 57042216.0.0000.5346, parecer 1.635.237.

3 Resultados e Discussão

Os resultados deste tema foram duas categorias: acessibilidade e utilização.


A pimeira possui três temas: psicossocial, temporal e geográfica. A acessibilidade psicossocial apontou
como subcategorias: comunicação positiva, barreiras de comunicação e culturais. A comunicação
positiva mostrou que apoio, acolhimento, conversa e orientações promovem o seguimento do

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tratamento e repercutem no retorno ao serviço de saúde. Entretanto, o atendimento desrespeitoso


gera relação conflituosa e inviabiliza o acesso.
As habilidades como escuta ativa, disponibilidade e aceitação do outro, a assertividade do discurso e
empatia pela condição de saúde/doença do outro, podem melhorar a capacidade de adaptação aos
tratamentos e recuperação mais rápida da saúde (SEQUEIRA, 2014). Por outro lado, o atendimento
desrespeitoso, a escassez de orientações e o diálogo e acolhimento insuficiente fazem com que as
mulheres vivendo com HIV percam suas expectativas quanto ao recebimento de uma atenção
qualificada tanto na maternidade, quanto nos demais serviços de saúde e, consequentemente,
abandonem o tratamento, comprometendo o estado de saúde da gestante e expondo o filho à
infecção pelo HIV (SILVA, L. et al., 2015). Nesse sentido, o respeito pelas pessoas, a confidencialidade,
a autonomia e a comunicação podem apontar, juntamente a outros quesitos, a responsividade do
serviço frente às demandas da população que atende (SEQUEIRA, 2014).
As barreiras de comunicação indicaram que indisponibilidade, equívoco ou divergência de informações
repercutem negativamente no acesso, revelando a necessidade de capacitação, corresponsabilização
e comunicação entre serviços. Sabe-se que a comunicação durante o atendimento clínico permite que
sejam abordados assuntos para além da discussão de casos, como avaliação de uma situação
problema, para escolha de uma intervenção, para registro dos fatos ocorridos durante a consulta e o
planejamento das ações em saúde (SEQUEIRA, 2014), entretanto, as precárias orientações recebidas
durante o pré-natal evidenciam que as mulheres iniciam a maternidade com baixa preparação,
inclusive durante o pós parto (VIELLAS et al, 2014), Além disso, revelam a dificuldade que muitas vezes
os profissionais de saúde enfrentam em comunicar-se dentro da equipe e entre os diferentes serviços
de saúde, colocando em risco a qualidade da atenção à saúde aos usuários (NOGUEIRA; ROGRIGUES,
2015).
As barreiras culturais, como sigilo e preconceito, geram insegurança para o acesso. Desse modo, os
profissionais de saúde possuem o dever de utilizar códigos de ética em suas relações de trabalho. Estes
códigos são expressos por meio do sigilo, da confidencialidade e da privacidade (SEQUEIRA, 2014). O
grau de compromisso dos profissionais em garantir uma atenção ética, definirá a escolha do usuário
pelo serviço que melhor despertar a confiança do usuário (BRANDÃO; GIOVANELLA; CAMPOS, 2013;
ZAMBENEDETH; SILVA, 2015).
Na acessibilidade temporal, o tempo de espera não impede o acesso, mas provoca insatisfação ou
preferência por serviço na rede. No que tange a organização dos serviços, a entrada no sistema de
saúde é afetada pelo tempo de viagem, tempo de espera para agendamento das consultas, para o
atendimento e para a chegada da ambulância quando necessário (SANCHEZ; CICONELLI, 2012). Nesse
sentido, o fator tempo é fundamental para que se possa garantir a acessibilidade aos serviços,
refletindo em sua utilização.
Na acessibilidade geográfica, a proximidade dos serviços de APS de suas residências e a disponibilidade
de transporte para o serviço especializado facilitam o acesso. Durante o ciclo gravídico-puerperal, para
que a mulher estabeleça a continuidade da atenção no serviço de saúde, as barreiras de acesso como
a localização geográfica dos serviços de saúde devem ser superadas, para que não haja peregrinação
entre locais e municípios, distantes, ou descobertos por serviço de ESF (ESPOSTI et al., 2015). Portanto,
entende-se que para que haja uma resposta efetiva para o tratamento e manutenção do estado de
saúde na presença de morbidades, faz-se necessário não somente transferir o usuário para os serviços
de APS, sem que se estabeleça condições plausíveis para que o usuário consiga acessar o mesmo
(SOUZA et al., 2015).
Quanto a segunda categoria denominada utilização, o primeiro contato com o serviço se deu pela
exposição ao HIV, adoecimento ou gestação, determinando a testagem e diagnóstico. O acesso à APS
ocorre via transferência entre os serviços; conforme indicação profissional ou pela própria usuária. A
APS responsabiliza-se por demandas não específicas da infecção e compartilha o atendimento com o

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serviço especializado em casos de imunizações, atendimento sem urgência e exames. A preferência


pelo serviço especializado origina-se da capacidade de suprir as necessidades das usuárias. Há
continuidade da utilização para acompanhamento de problema antigo, prevenção e investigação de
novo problema.
A epidemia do HIV oferece uma gama de possibilidades de portas de entradas para o acesso ao
diagnóstico da soropositividade, exames complementares e de seguimento e tratamento com os
antirretrovirais (ARV). Com isso, a atenção à saúde de pessoas vivendo com HIV, majoritariamente
atribuídas aos serviços especializados, passa por um processo de descentralização, incluindo a APS na
rede de cuidados. Almeja-se que tal processo busque a comunicação e compartilhamento do cuidado
às demandas que envolvem o HIV sem que haja a mera transferências das ações ou substituição da
atenção especializada em detrimento da APS (ZAMBENEDETH; SILVA, 2015).
Entretanto, os problemas estruturais enfrentados pela APS, fazem com que a atue em atendimentos
eventuais como retirada de medicamentos e preservativos, vacinação e acompanhamento
ginecológico e clínico (LOPES et al., 2014; ZAMBENEDETH; SILVA, 2015). Além das questões estruturais
que muitas vezes inviabilizam o acesso das usuárias vivendo com HIV, há a necessidade de
flexibilização do fluxo de transferência na RAS, no qual cabe ao usuário decidir qual é o local mais
propício para o acesso ao diagnóstico ou tratamento, tendo em vista que nem sempre o percurso
indicado pelos profissionais é a melhor alternativa ao usuário (ZAMBENEDETH; SILVA, 2015).
Independente da proximidade territorial, os usuários muitas vezes deslocam-se em busca de
assistência à saúde, apesar de haver, em sua localidade, serviços similares (ZAMBENEDETH; SILVA,
2015). A preferência pelo serviço de saúde é um indicador de resultado, que reflete na sua utilização
e satisfação em relação ao acesso (NUNES et al., 2014).
Às mulheres durante o período gravídico-puerperal, o acesso ampliado à APS deve considerar o
aconselhamento, diagnóstico precoce, tratamento, ações educativas para promoção à saúde e
prevenção de agravos, orientações quanto à adesão ao tratamento e às recomendações para a
prevenção da transmissão vertical, encaminhamento dos casos que não competem a esse ponto de
atenção e o acompanhamento conjunto (ARAÚJO et al., 2014).
Para que isso seja possível, as equipes multiprofissionais devem ser capacitadas para garantir uma
atenção qualificada e ética, expandindo as ações de prevenção para além do momento da gestação e
do parto, considerando as diversas fases da vida da mulher (GUANABARA et al., 2014). Com isso, será
possível assistir de maneira qualificada as mulheres vivendo com HIV promovendo a continuidade do
cuidado de maneira satisfatória, coerente com as expectativas dessa população.
Por fim, a qualidade da comunicação estabelecida entre profissionais e usuárias, o tempo de espera
para recebimento dos cuidados, a localização e a distância a ser percorrida pode tanto aproximar a
mulher vivendo com HIV do serviço, quanto afastá-la, inviabilizando a continuidade dos cuidados.
Além disso, as dificuldades e facilidades relacionadas ao acesso influenciam o local de escolha para
recebimento dos cuidados e o estabelecimento de vínculo com o serviço de saúde. Isto mostra a
necessidade de articular a atenção à saúde das mulheres vivendo com HIV em rede,
corresponsabilizando a APS pelo cuidado, para que possa haver a descentralização das ações em HIV.

4 Conclusões

Os resultados da Pesquisa Participante apontaram que as mulheres vivendo com HIV, participantes
neste estudo, vivenciam dificuldades e facilidades relacionadas a acessibilidade aos serviços de saúde.
Esta vivência repercute na utilização ou não utilização destes serviços ao longo do período gravídico-
puerperal. Por meio da triangulação dos resultados oriundos das entrevistas com as mulheres vivendo
com HIV e experiência dos profissionais (extraídas por meio das observações), será possível estruturar
os encontros do GF, tecnica a ser realizada. Juntamente ao referencial metodológico proposto pela

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Pesquisa Participante, as técnicas de coleta de dados permitiram conhecer como se dá o acesso dessa
população apartir da realidade dos sujeitos. Espera-se que a interação entre os participantes
(mulheres, profissionais de saúde e gestores) permita a construção compartilhada de ações para a
promoção do acesso, proporcionando a transformação da realidade, no que tange a atenção à saúde
dessa população, tendo em vista que, por meio da Pesquisa Participante, o pesquisador assume um
compromisso social, político e ideológico com a comunidade. Com isso, os objetivos da pesquisa,
devem ser condizentes com as causas sociais e necessidades de saúde da população, assumindo,
muitas vezes, um carater educativo, político e convergente com as ideologias populares. Isso deve ser
feito em conjunto com os serviços de saúde e demais organizações de maneira que se obtenha a
transformação da realidade. Para tanto, espera-se que a pesquisa em tela contribua para tal
transformação, promovendo ações que viabilizem a qualificação da atenção à saúde. Além disso, a
proposta de construção coletiva e de corresponsabilidade dos envolvidos na Pesquisa Participante foi
determinante quando comparado a outros referenciais metodológicos, pois estimulou o engajamento
entre pesquisador e participantes e a apropriação dos resultados da pesquisa pelo serviço. Essa
corresponsabilização, inclusive, potencializa a tradução do conhecimento e sua transferência para a
prática, o qual está sendo desenvolvido por meio de uma pesquisa matricial de abordagem mista,
garantindo que a pesquisa contribua na prática assistencial de maneira direta. O estudo, contudo,
apresentou como limitações a estrutura para realização das entrevistas, no qual a pouca
disponibilidade de locais adequados ocasionou a impossibilidade de realização de entrevistas em
algumas ocasiões durante o período de coleta de dados.

Agradecimentos: A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela concessão da


bolsa de estudo, essencial para a execução desta pesquisa.

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