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NUTRICIONAIS
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SUMÁRIO
1. NOSSA HISTÓRIA ....................................................................................................................... 2
2. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 3
3. (des)nutrição, padrão epidemiológico, desenvolvimento e desigualdades ............................... 7
a. (Des)Nutrição: Aspectos Conceituais, Históricos E Antropológicos .......................................... 8
b. Prevalência, Distribuição E Tendência Secular Da (Des)Nutrição Em Um Contexto De
Desenvolvimento E Desigualdades ................................................................................................10
c. Reflexões sobre (des)nutrição na pós-modernidade ..............................................................13
d. Estado Nutricional .................................................................................................................16
e. Avaliação Do Estado Nutricional ............................................................................................17
4. Os Problemas Nutricionais E A Estratégia De Enriquecimento De Alimentos No Brasil ............19
5. Histórico da Epidemiologia Nutricional ....................................................................................23
a. A Epidemiologia Da Anemia Ferropriva ..................................................................................28
b. Epidemiologia da Hipovitaminose A e Xeroftalmia .................................................................30
c. Epidemiologia da Obesidade .................................................................................................31
1. Referências ...............................................................................................................................33
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1. NOSSA HISTÓRIA
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2. INTRODUÇÃO
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nutricional mais uma mera subdivisão da epidemiologia em função de determinantes
específicos, ou ela teria um campo específico de conhecimento?
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Mais recentemente, os estudos de validação e de identificação de um padrão
de consumo alimentar passaram a se constituir em instrumentos de grande
importância nos estudos epidemiológicos que buscam investigar a associação entre
dieta e Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). Instrumentos de investigação
do consumo alimentar devem ser validados (calibrados) para a população em que se
pretende aplicar o referido método, e para isso estudos de validação são uma
ferramenta essencial na epidemiologia nutricional. Padrões de consumo alimentar que
podem ser considerados saudáveis têm sido explorados em vários estudos, e as
técnicas que permitem defini-los. Análises sobre o padrão de consumo são
interessantes porque podem configurar-se como forma efetiva de prevenção,
diferentemente do que acontece em alguns estudos epidemiológicos que buscam
identificar o efeito de um nutriente específico na determinação da cadeia causal das
DCNT.
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O conceito ampliado da epidemiologia nutricional, inclui temas como a
epidemiologia da amamentação no Brasil, a discussão da medida e do conceito de
segurança alimentar e as políticas nutricionais públicas adotadas no país. Os estudos
que a integram abordam temas da atualidade que de alguma forma retomam as
origens da epidemiologia nutricional, quando as deficiências nutricionais específicas
eram objeto de estudo. Estudos sobre origem fetal das doenças e sobre janelas de
exposição na gênese das doenças apresentam conceitos e teorias que, mais
recentemente, têm demonstrado como a desnutrição e a obesidade convivem nos
mesmos domicílios e nos trajetos de vida, com a desnutrição em momentos
específicos podendo constituir fator de risco para o desenvolvimento de algumas
DCNT.
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3. (DES)NUTRIÇÃO, PADRÃO EPIDEMIOLÓGICO, DESENVOLVIMENTO E
DESIGUALDADES
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a. (Des)Nutrição: Aspectos Conceituais, Históricos E Antropológicos
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energia e nutrientes para desempenho das atividades cotidianas e por isso pode se
manifestar como desnutrição energética ou energético-proteica crônica. A
mensuração direta da fome é de difícil operacionalização e por isso predominam os
métodos indiretos. No Brasil, a pesquisa que mais se aproximou dessa perspectiva foi
o Estudo Nacional da Despesa Familiar (Endef), que avaliou o consumo familiar por
meio de pesagem dos alimentos, da renda, além do estado nutricional.
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êxodo rural, enquanto que os grandes empresários mantiveram crescimento
econômico.
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seriam duas áreas de fome, regiões Norte e Nordeste, e três de subnutrição, Sul,
Sudeste e Centro-Oeste.
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alcance de algumas metas do milênio como a erradicação da fome e a superação do
déficit de altura. Ao mesmo tempo o país passou a ocupar a 77ª posição no ranking
da OMS em relação à obesidade.
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Assim, a análise histórica dos dados nutricionais reafirma que, embora tenha
havido importantes avanços com a redução de déficits nutricionais no panorama
nacional e suas regiões, ainda há a presença de intensas desigualdades no Brasil e
no mundo e estas se manifestam de forma injusta em grupos vulneráveis. Além disso,
os agravos se sobrepõem e somam-se ao longo do tempo, e até mesmo onde
pareciam superados reemergem com características específicas e adaptadas ao novo
meio constantemente modificado pelo homem.
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forças e garantir que todos os âmbitos fossem contemplados dentro de seus limites,
em prol da saúde. Porém, no contexto atual, a alimentação e a nutrição tornam-se
mercadoria e entram na agenda de interesses contemporâneos, modificando desde
os meios de produção até a forma como se compra e se prepara os alimentos. Nessa
lógica de consumo, a nutrientificação dos alimentos, a quimificação dos remédios e
os estilos de vida saudáveis servem ao sistema produtivo, muitas vezes articulado
com o poder técnico dos profissionais de saúde, e exercem forte influência sobre o
indivíduo.
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representa um conjunto de normas para regular a promoção comercial e a rotulagem
de alimentos e produtos destinados a recém-nascidos e crianças de até três anos de
idade, foi regulamentada quase 10 anos depois de sua criação, por meio do Decreto
nº 8.552, de 3 de novembro de 2015.
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São muitos os interesses que permeiam as questões relacionadas à saúde e
nutrição na sociedade contemporânea, mas deve-se destacar o respeito às escolhas
individuais, em prol da autonomia dos sujeitos. No entanto, isso se entende
empoderando o indivíduo para corretas escolhas, e por isso o Estado deve atuar em
prol da proteção da coletividade, por meio de políticas públicas com ênfase na
educação, promoção da saúde e esforços regulatórios, para que os direitos coletivos
não sejam cerceados em benefício de uma minoria e o indivíduo não seja
constantemente culpado por não conseguir enquadrar-se em padrões
comportamentais.
d. Estado Nutricional
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e. Avaliação Do Estado Nutricional
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Fonte: Campos, et al., 2007.
SAIBA MAIS:
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4. OS PROBLEMAS NUTRICIONAIS E A ESTRATÉGIA DE
ENRIQUECIMENTO DE ALIMENTOS NO BRASIL
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de insegurança alimentar, sendo de 18,0% insegurança leve, 9,9% moderada e 7,0%
grave. Em cinco anos, a percentagem de famílias que se encontrava em situação de
insegurança alimentar e nutricional reduziu para 30,2%, ou seja, 4,7%, apenas.
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alimentar da população brasileira. Entretanto, o grupo de maior vulnerabilidade, que
são as crianças menores de dois anos, não será beneficiado. Também a população
de mais baixa renda nem sempre tem acesso ao produto.
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da população, com consequente alimentação qualitativamente inadequada, toma
novo aspecto em tempos atuais. Este enriquecimento de alimentos no Brasil obedece
à Resoluções específicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), uma
vez que o País é signatário do Codex Alimentarius e segue, portanto, às
recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Os limites da técnica de extrusão são flexíveis, uma vez que o processo permite
o trabalho em diferentes condições que envolvem temperatura, pressão e tempo de
residência em faixas relativamente amplas de variações.
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5. HISTÓRICO DA EPIDEMIOLOGIA NUTRICIONAL
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Inquéritos Recordatórios de 24 horas (IR24h), registros alimentares ou história
alimentar podem fornecer uma avaliação acurada da dieta habitual de um indivíduo.
Entre os métodos citados, o IR24h permite ao entrevistador colher um grande número
de informações e detalhes sobre o modo de preparo e os ingredientes utilizados em
receitas caseiras. Tem como vantagens a alta adesão entre os entrevistados, o baixo
custo, além do fato de o entrevistado não precisar ser alfabetizado e de o hábito
alimentar não se alterar quando realizado sem prévio agendamento.
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Alguns indicadores bioquímicos podem ser utilizados para a validação de um
QFA, oferecendo boa correlação com a real ingestão alimentar, com medidas
objetivas e sem viés por parte do entrevistado ou do entrevistador. Entretanto, estão
também sujeitos a três fontes de erro: 1) Diferença entre a avaliação da dieta e a real
ingestão; 2) Efeito da digestão, absorção, captação, utilização, metabolismo, excreção
e mecanismos homeostáticos, influenciando a relação entre quantidade ingerida e a
medida bioquímica; 3) Erro associado ao próprio ensaio bioquímico. Portanto,
biomarcadores e avaliação da dieta não medem exatamente a mesma coisa. Os erros
para medidas bioquímicas são independentes dos erros associados ao QFA.
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indivíduos e populações. Exemplos típicos incluem a albumina sérica para avaliação
de proteínas viscerais e ferritina sérica como indicador de reservas orgânicas de ferro.
A utilidade de um biomarcador baseia-se nos determinantes fisiológicos da medida. A
concentração de muitos nutrientes e biomarcadores no pool circulante é
homeostaticamente regulada (cálcio sérico, por exemplo) ou pode ser fracamente
relacionada ao consumo alimentar devido a produção endógena (colesterol sérico, por
exemplo).
Desnutrição ou baixo peso tem sido considerado como o principal fator de risco
relacionado ao número de pessoas com incapacidade e o quarto fator relacionado ao
número de mortes na população mundial, de acordo com dados da Organização
Mundial da Saúde (OMS). Ao passo que o baixo peso atinge apenas países em
desenvolvimento, nos países desenvolvidos os fatores de risco para incapacidades e
mortalidade em geral estão relacionados ao excesso de peso, incluindo pressão
arterial, colesterol e Índice de Massa Corporal (IMC) elevados e baixo consumo de
frutas, legumes e verduras.
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No sentido fisiológico, esses cinco mecanismos explicam como o balanço
energético pode se tornar negativo. Entretanto, o que pode também ser constatado é
que os principais fatores envolvidos nesse balanço energético negativo estão
relacionados a fatores socioeconômicos, culturais, ambientais ou biológicos, que, por
sua vez, determinam o consumo energético inadequado ou a presença de doenças
que são consideradas as causas proximais da ocorrência da fome/desnutrição.
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Assim como as consequências das doenças infecciosas sobre a desnutrição
estão bem estabelecidas, a influência dos déficits nutricionais sobre a ocorrência
dessas doenças também tem sido descrita, demonstrando o ciclo vicioso entre
desnutrição e infecção.
Em 1990, por iniciativa das Nações Unidas, à frente o Fundo das Nações
Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), reuniram-
se em Nova York representantes de oitenta países durante o Encontro Mundial de
Cúpula pela Criança com a finalidade de elaborar um plano de ação para ser
implementado durante a última década do século XX, visando a melhorar a saúde de
crianças e mães, combater a desnutrição, o analfabetismo e erradicar as doenças que
matavam milhões de crianças a cada ano. “A redução de um terço nos níveis de
anemia das mulheres com relação a 1990” (Unicef, 1990) foi uma das metas
estabelecidas naquele encontro, demonstrando a gravidade da situação
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epidemiológica da deficiência e o compromisso inadiável dos governos e organismos
internacionais com o enfrentamento do problema.
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b. Epidemiologia da Hipovitaminose A e Xeroftalmia
Uma variedade de termos tem sido usada para caracterizar o estado nutricional
de vitamina A e os seus efeitos sobre a saúde. Deficiência de Vitamina A (DVA) é o
termo recomendado para expressar o status inadequado de vitamina A, que começa
quando as reservas hepáticas caem abaixo de 20 µg/g (0,07µMol/g). Distúrbios da
Deficiência de Vitamina A (DDVA) deve ser a expressão empregada para expressar
as alterações fisiológicas secundárias à DVA. Essas alterações podem ser
subclínicas, a exemplo dos distúrbios da diferenciação celular, da depressão da
resposta imune, da redução da mobilização do ferro; ou clínicas, traduzidas pelo
aumento da morbidade por doenças infecciosas e da mortalidade, retardo do
crescimento, anemia e, principalmente, xeroftalmia. Xeroftalmia representa o
epifenômeno da DDVA, sendo o termo utilizado para descrever todas as
manifestações clínico-oculares da DVA, que compreendem um amplo espectro de
sinais e sintomas que vão desde a cegueira noturna até a ulceração corneal e a
ceratomalacia.
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Tabela 1 – Esquema de suplementação com megadoses de vitamina A em populações
vulneráveis
c. Epidemiologia da Obesidade
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sistemas de controle da temperatura ambiental. A Organização Mundial da Saúde
(OMS), reconhecendo que manter o equilíbrio energético é a questão fundamental no
controle da obesidade, destaca o equilíbrio energético como a primeira recomendação
do documento internacional conhecido como Estratégia Global. No Brasil, essa
recomendação foi incorporada no guia alimentar do Ministério da Saúde.
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1. REFERÊNCIAS
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