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ADRIANA FELICIANO

Centro Universitá rio Leonardo da Vinci


Curso Bacharelado em Serviço Social

ADRIANA FELICIANO
Centro Universitá
SES0752 rio Leonardo da Vinci
Curso Bacharelado em Serviço Social

BENEFICIOS EVENTUAIS DA POLITICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: UM OHAR SOBRE


A REALIDADE DO MUNICÍPIO DE SÃO LUDGERO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO:


Centro
BENEFICIOS EVENTUAIS Universitá
DA POLITICA DErio Leonardo daSOCIAL:
ASSISTÊNCIA Vinci UM
OHAR SOBRE A REALIDADECurso
DOBacharelado
MUNICÍPIO em Serviço
DE SÃO Social
LUDGERO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


disciplina de
Centro Universitá rioTCC – do Curso
Leonardo dade Serviço Social –
Vinci
doBacharelado
Curso Centro Universitário Leonardo da Vinci –
em Serviço Social
UNIASSELVI, como exigência parcial para a
obtenção do título de Bacharel em Serviço
Social.
CRICIÚMA
2020 do Tutor – Orientador Local
Nome
Samara Corrêa Demétrio Bihl

CIDADE
ANO

CRICIÚMA
ADRIANA FELICIANO
SES0752
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO:
BENEFICIOS EVENTUAIS DA POLITICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: UM
OHAR SOBRE A REALIDADE DO MUNICÍPIO DE SÃO LUDGERO
2020
BENEFICIOS EVENTUAIS DA POLITICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: UM OHAR SOBRE
A REALIDADE DO MUNICÍPIO DE SÃO LUDGERO

POR

CRICIÚMA
ADRIANA FELICIANO
2020

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado do


grau de Bacharel em Serviço Social, sendo-lhe
CIDADE
atribuída à nota “______”
ANO
(_____________________________), pela
banca examinadora formada por:

ADRIANA FELICIANO
_____________________________________
SES0752
Presidente: Prof. XXXXXXXXXXXXXXX – Orientador Local

___________________________________________
Membro: XXXXXXXXXXXXX - Supervisor de Campo
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO:
BENEFICIOS EVENTUAIS DA POLITICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: UM
OHAR SOBRE A REALIDADE DO MUNICÍPIO DE SÃO LUDGERO
___________________________________________
Membro: XXXXXXXXXXXXX - Profissional da área

CRICIÚMA

CRICIÚMA
2020
CIDADE
ANO
2020

DEDICATÓRIA

ADRIANA FELICIANO
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX SES0752

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO:


BENEFICIOS EVENTUAIS DA POLITICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: UM
OHAR SOBRE A REALIDADE DO MUNICÍPIO DE SÃO LUDGERO

CRICIÚMA
2020

CIDADE
ANO
AGRADECIMENTOS

À XXXXXXXXXXXXXX
EPÍGRAFE
RESUMO

Este Trabalho de Conclusão de Curso trata do assunto do enfrentamento da


violência sexual infantil, e busca objetivar a luta contra a violação de direitos das
crianças e dos adolescentes. Trabalhar esse assunto é um tanto quanto delicado,
porém necessário, infelizmente em acompanhamento as notícias, é possível
perceber um aumento nos casos de violência sexual infantil. Em decorrência dos
estágios obrigatórios realizados na Associação Beneficente Nossa Casa, deu-se a
ideia de trabalhar a luta contra a violação dos direitos das crianças e adolescentes.
Este trabalho de conclusão de curso contribui para minha formação acadêmica, bem
como para o entendimento da atuação do Serviço Social junto as ações necessárias
em torno deste tema.

PALAVRAS-CHAVE: Criança e Adolescente, Violência Sexual, Serviço Social.


ABSTRACT

This Course Conclusion Paper deals with the issue of coping with child sexual
violence, and seeks to objectify the fight against the violation of the rights of children
and adolescents. Working on this issue is somewhat delicate, but necessary,
unfortunately following the news, it is possible to notice an increase in cases of child
sexual violence. As a result of the mandatory internships held at the Associação
Beneficente Nossa Casa, the idea of working to fight against the violation of the
rights of children and adolescents was given. This course completion work
contributes to my academic training, as well as to the understanding of the work of
Social Work with the necessary actions around this theme.

KEY-WORDS: Children and Adolescents, Sexual Violence, Social Work.


LISTAS DE ILUSTRAÇÕES

GRÁFICO 1: BRASIL: TOTAL DE NOTIFICAÇÕES DE CRIME SEXUAL CONTRA

CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO ANO DE

2018. ..........................................................................................................................................

.... 27
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CF/1988 – Constituição Federal De 1988

CFESS – Conselho Federal De Serviço Social

CNAS – Conferência Nacional De Assistência Social

CREAS – Centro De Referência Especializado Da Assistência Social

ECA - Estatuto Da Criança E Do Adolescente

LOAS – Lei Orgânica Da Assistência Social

MDS – Ministério Do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

OMS – Organização Mundial Da Saúde

ONU - Organização Das Nações Unidas

OSC – Organizações Da Sociedade Civil

PNAS – Política Nacional De Assistência Social

SUAS – Sistema Único De Assistência Social

SUAS – Sistema Único De Assistência Social


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................13

2 APRESENTAÇÃO DO TEMA..............................................................................14

2.1 TIPOS DE BENEFICIOS EVENTUAIS...........................................................................15

2.2 MODALIDADES DE OFERTAS DE BENEFÍCIOS EVENTUAIS................................15

2.3 O PERCURSO DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL....................................................17

2.3.1 As Instituições Assistenciais e a incorporação do Serviço Social. 21

2.4 2.4 CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO ASSITENTE SOCIAL........................22

2.5 2.5 SISTEMA ÚNICO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL (SUAS).........................................22

2.6 2.6 TIPIFICAÇÃO NACIONAL DOS SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS...............24

2.6.1 2.6.1 Proteção Social Básica................................................................24

2.6.2 2.6.2 Proteção Social Especial de Média e Alta Complexidade.......25

2.7 2.7 CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS)......................26

2.8 2.8 CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL


(CREAS).........................................................................................................................................27

3 3. PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E A RELAÇÃO COM A QUESTÃO


SOCIAL.......................................................................................................................28

3.1 3.1 ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE NOSSA CASA......................................................30

3.2 3.2 O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL NO ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL. .32

3.3 3.3 PREVENÇÃO A VIOLÊNCIA SEXUAL INFANTIL..................................................33

3.4 3.4 POLÍTICAS DE PROTEÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE...................34

3.5 3.5 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA)....................................35

3.6 3.6 CONSELHO TUTELAR..............................................................................................36

3.7 3.7 O PROJETO EMERGENCIAL E A PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS....37


4 4. JUSTIFICATIVA...............................................................................................38

4.1 4.1 CONSEQUÊNCIAS DA VIOLÊNCIA SEXUAL INFANTIL.....................................39

5. OBJETIVOS DA PESQUISA..................................................................................41

4.2 5.1 OBJETIVO GERAL.....................................................................................................41

4.3 5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS......................................................................................41

5 6. METODOLOGIA DE PESQUISA.....................................................................41

5.1 6.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA....................................................................................41

5.2 6.2 PESQUISA DOCUMENTAL......................................................................................42

6 7 ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA..........................................................43

6.1 7.1 APRESENTAÇÃO DOS DADOS..............................................................................43

6.2 7.2 ANÁLISE DOS DADOS..............................................................................................43

6.3 7.3 RESULTADOS............................................................................................................44

7 8 CONCLUSÕES.................................................................................................45

8 REFERÊNCIAS....................................................................................................46

APÊNDICES................................................................................................................51

APÊNDICE A - E-BOOK.............................................................................................51

APÊNDICE B – FOLDER...........................................................................................52

APÊNDICE C – CARTILHA.........................................................................................53
12

1 INTRODUÇÃO

O presente projeto de TCC foi construído a partir dos estágios obrigatórios


realizados na Associação Beneficente Nossa Casa, onde o levantamento de
demandas apresentou a necessidade de intervir na conscientização e no
enfrentamento da Violência Sexual Infantil, bem como compreender o papel do
assistente social na Instituição frente aos direitos violados de crianças e
adolescentes vítimas de violência sexual.

A violência sexual contra crianças e adolescentes é uma das formas mais


perversas de violência, pois se caracteriza pelo uso da sexualidade desta
população, de maneira a violar os seus direitos sexuais e sua intimidade. Esta faceta
da violência, apresenta-se de maneira desigual e é estabelecida pelas relações de
poder, mando e obediência, principalmente quando a vítima é uma criança e/ou um
adolescente.

Sabe-se que a violência sexual cometida contra crianças e adolescentes, não


é uma demanda nova para o serviço social, a luta é constante e diária, e neste
sentido, conhecer e compreender as diversas manifestações da violência sexual
infantil é fundamental para pensar, planejar e executar ações e políticas públicas na
área de prevenção, e no enfrentamento desta demanda, que é densa e complexa.

Quando pensamos no desenvolvimento da criança e do adolescente, nos


remetemos à satisfação das necessidades básicas e na proteção integral, porém, na
atualidade nos deparamos com uma realidade bastante conflitante. Crianças e
adolescentes são pessoas em desenvolvimento, sendo assim, devem ser protegidos
e amparados pela família, pela sociedade e pelo Estado.
13

2 APRESENTAÇÃO DO TEMA

Os Benefícios Eventuais segundo nos apresenta Maria Do Carmo Brant de


Carvalho (2018), se caracteriza como uma forma de proteção social evidenciada por
sua oferta de natureza temporária para prevenir e assegurar enfrentamentos de
situações adversas de vulnerabilidade provocadas em virtude de nascimentos,
mortes, fragilidade temporárias e calamidades. A autora descreve ainda que os
Benefícios Eventuais integram as demais provisões da política de Assistência Social,
sendo garantido na esfera do SUAS, de acordo com a redação da LOAS, em vigor
desde 2011, que incorporou as diretrizes do Sistema.
Os Benefícios Eventuais são assegurados pelo art. 22 da Lei nº 8.742, de 07
de dezembro de 1993, Lei Orgânica de Assistência Social - LOAS, alterada pela Lei
nº 12.435, de 06 de julho de 2011, e integram organicamente as garantias do
Sistema Único de Assistência Social – SUAS.
Compreende-se conforme as diretrizes estabelecidas pelo artigo 22, que
Benefícios Eventuais são:
“Art. 22. Entendem-se por benefícios eventuais as provisões suplementares
e provisórias que integram organicamente as garantias do SUAS e são
prestadas aos cidadãos e às famílias em virtude de nascimento, morte,
situações de vulnerabilidade temporária e de calamidade pública. (Redação
dada pela Lei nº 12.435, de 2011).

Uma abordagem mais ampla de Benefícios Eventuais pressupõe situá-lo


numa esfera mais elevada da política de Assistência Social. Portanto, trata-se
questionar a temática a partir da Assistência Social, dos objetivos e funções da
política. Num sentido mais claro, significa pensar no traçado da especificidade da
proteção dos benefícios eventuais no âmbito da proteção que a Assistência
Social se dispõe a assegurar (GOMES, 2015).
O professor Sposati em seu questionamento no que se refere a inclusão da
Assistência Social na Constituição Brasileira, atentou para o fato de que tal inclusão
trouxe como resultado uma ampliação dos direitos humanos sociais, também trouxe
a exigência de que essa, como política seja “capaz de formular com objetividade
o conteúdo dos direitos do cidadão em seu raio de ação, tarefa, aliás, que ainda
permanece em construção.”(SPOSATI, 2009, p.14).
14

2.1 TIPOS DE BENEFICIOS EVENTUAIS

Art. 1o - Benefícios Eventuais, são provisões suplementares e provisórias,


prestadas aos cidadãos e às famílias em virtude de nascimento, morte,
situações de vulnerabilidade temporária e de calamidade pública.

§1o - Os benefícios eventuais integram organicamente as garantias do


Sistema Único de Assistência Social – SUAS (BRASIL, 2007).

O benefício eventual deve ser oferecido nas seguintes situações:


- Nascimento: para atender as necessidades do bebê que vai nascer; apoiar
a mãe nos casos em que o bebê nasce morto ou morre logo após o nascimento; e
apoiar a família em caso de morte da mãe.
- Morte: para atender as necessidades urgentes da família após a morte de
um de seus provedores ou membros; atender as despesas de urna funerária, velório
e sepultamento, desde que não haja no município outro benefício que garanta o
atendimento a estas despesas.
- Vulnerabilidade Temporária: para o enfrentamento de situações de riscos,
perdas e danos à integridade da pessoa e/ou de sua família e outras situações
sociais que comprometam a sobrevivência.
- Calamidade Pública: para garantir os meios necessários à sobrevivência da
família e do indivíduo, com o objetivo de assegurar a dignidade e a reconstrução da
autonomia das pessoas e famílias atingidas.
- Alimentação: O Benefício Eventual na forma de Auxílio-Alimentação
constitui-se na forma de cesta básica e será ofertado para as famílias que se
encontram em situação de extrema vulnerabilidade social, desemprego, morte ou
abandono pelo membro que sustenta o grupo familiar, e em casos de emergência ou
calamidade pública, com a finalidade de suplementação alimentar.

2.2 MODALIDADES DE OFERTAS DE BENEFÍCIOS EVENTUAIS

Em termos de modalidades de benefícios eventuais, a LOAS,


apresenta que são consideradas como principais o auxílio natalidade e o auxílio
funeral. As demais modalidades cabem a cada município apresentar às
necessidades locais conforme sua capacidade financeira no órgão gestor. É
15

imprescindível que a modalidade de calamidade pública seja reconhecida na esfera


dos Benefícios Eventuais a serem ofertados (MORAES, 2017).

Ainda segundo Moraes (2017):


A definição das demais modalidades deve considerar a caracterização das
vulnerabilidades sociais no âmbito da assistência social, sem deixar de
reconhecer o caráter indissolúvel das situações vividas e a
complementariedade das políticas públicas, isto é, o atendimento por outras
políticas não impede a oferta de benefício eventual, mas impede este de
centrar-se nas seguranças socioassistenciais sem avançar para outros
aspectos igualmente essenciais na situação da família ou indivíduo.
(MORAES, 2017).

Sobre a modalidade nascimento, o artigo 6 da Lei 1.084 dispõe das seguintes


formas a saber:
Do Auxílio Natalidade
Art. 6º. O Benefício Eventual na forma de Auxílio-Natalidade constitui-se em
uma prestação temporária, não contributiva da assistência social, em bens
de consumo, para reduzir vulnerabilidade provocada por nascimento de
membro da família, destinado a atender qualquer dos seguintes aspectos:
I - necessidades do nascituro;
II - apoio à mãe nos casos de natimorto e morte do recém-nascido;
III - apoio à família no caso de morte da mãe.
§ 1º. O Auxílio-Natalidade concedido por meio de bens de consumo será
integrado pelo enxoval do recém-nascido, incluindo itens de vestuário,
utensílios para alimentação e de higiene, observadas as condições de
qualidade que garantam a dignidade e o respeito à família beneficiária.

§ 2°. São documentos essenciais para concessão do auxílio natalidade:


I – se o benefício for solicitado antes do nascimento, o responsável poderá
apresentar declaração médica comprovando o tempo gestacional;
II – se for após o nascimento, o responsável deverá apresentar a certidão
de nascimento;
III – no caso de natimorto, deverá apresentar certidão de óbito;
IV - comprovante de residência;
V – comprovante de renda de todos os membros familiares;
VI – carteira de identidade e CPF de todos os membros familiares;
§ 3°. É vedada a concessão de auxílio natalidade para a família que estiver
segurada pelo salário-maternidade, previsto no art. 18, I, g, da Lei 8.213, de
24 de julho de 1991.

Sobre a modalidade funeral, o artigo 6 LEI 1.084 dispõe das seguintes formas
a saber:
Do Auxílio-Funeral
Art. 7º. O Benefício Eventual na forma de Auxílio-Funeral constitui-se em
uma prestação temporária, não contributiva da assistência social,
preferencialmente concedida por meio de bens e serviços, para reduzir
vulnerabilidade provocada por morte de membro da família, visando ao
atendimento prioritário de:
I despesas de urna funerária, velório e sepultamento;
II necessidades urgentes da família para enfrentar riscos e vulnerabilidades
advindas da morte de um de seus provedores ou membros;
§ 1º. Na hipótese do inciso I deste artigo, o Auxílio-Funeral será integrado
por:
16

I serviços de preparação e translado do corpo;


II regularização documental do óbito;
III urna funerária;
IV velório;
V sepultamento;
Art. 8º. O Auxílio-Funeral, requerido quando da morte de integrante da
família, será concedido de imediato pela Secretaria Municipal de Assistência
Social.
§ 1°. São documentos essenciais para o auxílio funeral:
I atestado de óbito;
II comprovante de residência;
III comprovante de renda;
IV carteira de identidade e CPF do requerente do auxílio funeral.
§ 2°. O auxílio funeral deverá ser solicitado até 30 dias após o óbito.
§ 3º. Quando se tratar de usuário da Política de Assistência Social que
estiver com os vínculos familiares rompidos, em situação de abandono ou
morador de rua, a Secretaria Municipal de Assistência Social será
responsável pela concessão do benefício uma vez que não haverá familiar
ou instituição para requerer.
Art. 9º. O Benefício Eventual do Auxílio Funeral terá seu valor definido por
resolução do Conselho Municipal de Assistência Social.

Os benefícios eventuais são concedidos em forma de pecúnia, bens ou


serviços, buscando garantir as seguranças sociais de acolhida, convívio e
sobrevivência aos indivíduos e às famílias com impossibilidade temporária de arcar,
por conta própria, com o enfrentamento de situações de vulnerabilidade decorrentes
ou agravadas por contingências que causam danos, perdas e riscos, desprotegendo
e fragilizando a manutenção e o convívio entre as pessoas.

2.3 O PERCURSO DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL

Nos últimos anos, a história do Serviço Social no Brasil tem sido divulgada por
uma extensa produção bibliográfica. O livro de Iamamoto e Carvalho (1996) 1 são
uma dessas produções essenciais para compreender o significado histórico da
profissão no processo de reprodução das relações sociais no capitalismo brasileiro e
sua implantação na divisão social e técnica do trabalho, por intermédio do uso de
variedades fundamentais da análise marxista (FREITAS, 2018).
De acordo com Iamamoto e Carvalho (1996 p. 12), “a apreensão do
significado histórico da profissão só é desvendada em sua inserção na sociedade
capitalista, pois ela se firma como instituição peculiar na e a partir da divisão social
do trabalho”. Um estudo deste porte favoreceu o conhecimento políticos, históricos e
sociais que permeiam o exercício profissional do assistente social.

1
Fazer menção ao livro
17

Ainda para os autores, o Brasil vivia um momento de grande agitação política,


econômica e social quando o Serviço Social teve seu alvorecer. A imigração havia
aumentado e junto com ela o trabalho livre, o desenvolvimento urbano e o processo
de industrialização e a classe trabalhadora foi ganhando forma. A massa
trabalhadora passou a perceber sua situação de exploração, pobreza e miséria em
que estavam vivendo, ou seja, à questão social.
Segundo Iamamoto e Carvalho (1996, p. 77):

A questão social não é senão as expressões do processo de


formação e desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no
cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe
por parte do empresariado e do Estado. É a manifestação, no cotidiano da
vida social, da contradição entre o proletariado e a burguesia, a qual passa
a exigir outros tipos de intervenção, mais além da caridade e repressão.

Tais apontamentos deixam clara a inquietação e tensão social presentes no


momento em que o Serviço Social emergia no Brasil. Mesmo com interesses
opostos, o Estado, a Igreja e o empresariado se uniram formando uma aliança de
cunho moral e disciplinador frente à sociedade e suas demandas postas. Coube ao
Estado criar as leis sindicais, sociais e trabalhistas e de grandes instituições
assistenciais, cobrindo as necessidades da massa trabalhadora. A questão social foi
reconhecida durante estes conflitos sociais, surgindo com isso, o Serviço Social
(FREITAS et al., 2018).
As situações de pobreza e miséria dos trabalhadores brasileiros seriam agora
assistidas pelos assistentes sociais e orientados por uma prática “de cunho
humanista conservador contrário aos ideários liberal e marxista na busca de
superação da hegemonia do pensamento social da Igreja em face da ‘questão
social’” (YAZBECK, 2009, p. 131).
A questão social no Brasil passou a ser notada a partir de 1930, com efeito do
desenvolvimento econômico, o que refletiu no aumento da renda per capita, dos
salários reais e consequentemente do consumo. Tudo isso repercutiu o aumento e
urbanização da população, apresentando problemas sociais como o de habitação,
educação, saneamento básico, de infraestrutura e tantos outros. A concentração de
renda e as desigualdades socias foi um fator culminante na expansão da
18

industrialização, o que provocou sérias tensões nas relações trabalhistas agravando-


se ainda mais as questões sociais (CRUZ, 2020).
Ainda segundo Cruz (2020), na década de 1930 o Brasil era regido pela
Constituição Brasileira de 1891, onde conflitos entre patrões e empregados eram
assuntos deixados a parte, sem intervir em seus conflitos. O papel era somente de
administrador, cobrador de impostos, caia ao estado também fornecer meios de
comunicações e transportes baratos para a circulação de mercadorias. O governo
populista de Vargas2, que assumiu o poder logo após a Revolução de 1930 3,
procurou resolver as questões sociais, que agora também se tornariam problemas
políticos, pois a sociedade burguesa sentiu-se ameaçada com a luta defensiva do
trabalhador à sua exploração abusiva. Nessa conjuntura, Getúlio Vargas que
mantinha poderes quase ilimitados, criou novos ministérios como o Ministério do
Trabalho, Indústria e Comércio e o Ministério da Educação e Saúde, e nomeou
interventores de estados (FREIRE; CANDIDO, 2013).
Conceitua Freire e Candido (2013), que a questão social se apresenta
definitivamente para a sociedade a partir dos grandes movimentos sociais e a Igreja
se coloca não só como uma instituição social de cunho religioso, mas também, como
uma auxiliadora na luta a favor da classe marginalizada.
Em meados de 1930 deu-se início ao CEAS, um centro de Estudos com apelo
social, controlado e incentivado pela Igreja, a partir do “Curso Intensivo de Formação
Social para Moças”, promovido pelas Cônegas de Santo Agostinho. O CEAS foi
criado com a intenção de formar técnicos para aturarem no campo de ação social e
propagarem a doutrina social da Igreja. Ainda nesta mesma época, a Escola de
Serviço Social de São Paulo, em 1936 e a Escola de Serviço Social do Rio de
Janeiro, em 1937, sendo assim, essas duas escolas foram as pioneiras do Serviço
Social no Brasil. Criou-se também a Orientação Técnica das Obras Sociais, o Setor
de Investigação e Estatística e o Fichário Central de Obras e Necessitados. O
método central: Serviço Social de Casos Individuais passa a chamar Departamento
de Serviço Social (CRUZ, 2020).

2
Getúlio Dornelles Vargas foi um advogado, político e presidente do Brasil nascido na cidade de São Borja
(RS), no dia 19 de abril de 1882 e falecido em 24 de agosto de 1954. Vargas fez sua carreira política no Rio
Grande do Sul e alcançou a presidência da República em 1930. Foi o presidente que mais tempo ficou no cargo
em toda história republicana do Brasil.
3
A Revolução de 1930 é considerada o acontecimento da história do período republicano brasileiro que pôs fim
à chamada República Velha e, deu fim às articulações políticas entre as oligarquias regionais do Brasil, que
sobrepunham os seus interesses particulares aos interesses do Estado e da Nação como um todo.
19

Ainda segundo o autor, as crianças e adolescentes 4 passaram a serem


assistidos com a criação do Departamento de Assistência Social do Estado,
sancionado através da Lei n. 2497, de 24.12.35. Nesta lei, somente um artigo se
refere ao Serviço de Proteção ao Trabalhador, todo o resto é voltado aos interesses
do menor. As instituições particulares desenvolveram uma técnica especializada
para a gestão da assistência social, auxiliando na intervenção da regulamentação do
trabalho e da exploração da força de trabalho. O Estado também regulariza e
institucionaliza o trabalho dos Assistentes Sociais, prezando ao atendimento das
demandas do Estado adaptando a Escola de Serviço Social e o portador desse título
passa a ser um mecanismo de força de trabalho, junto à divisão social e técnica do
trabalho (CRUZ, 2020).
Na década de 1940, os assistentes sociais participam do funcionalismo
público, incluídos pelo Estado, contudo, quem ainda conduzia as ações sociais era o
setor privado com o apoio da igreja e mais tarde com o surgimento das primeiras
grandes instituições sociais. Com o aumento das necessidades, o Estado, a igreja e
a classe dominante acabam se fundindo para responder as questões socais (SILVA,
2019).
No ano de 1947, aconteceu um evento muito importante para o campo do
assistência social, foi realizado em São Paulo o I Congresso Brasileiro de Serviço
Social, que definiu através de processos técnicos e científicos, o Serviço Social
como uma atividade que procura a segurança e bem-estar do cidadão brasileiro
individual ou em sociedade, permitindo desta maneira uma solução cristã e
verdadeira dos problemas sociais (SILVA, 2019).
Ainda segundo o autor, após dois anos do primeiro congresso, é realizado o o
2º Congresso Pan-Americano de Serviço Social na cidade do Rio de Janeiro cujo
tema central debatido foi “O Serviço Social e a Família” , onde o traço do discurso se
torna mais técnico e o assistente social passa a ser visto como um profissional, que
se utiliza das técnicas de base científica, para solucionar os problemas do homem
em sociedade.

4
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990, é a nova
normatização jurídica brasileira que substituiu o nosso 2º Código de Menores, Lei Federal nº 6.697, de 12 de
outubro de 1979. A alteração do ‘nome’ do corpo de normas – de Código para Estatuto -, o afastamento do uso
do termo menor, substituído pelas categorias criança e adolescente, o advento da Doutrina de Proteção Integral,
em substituição à Doutrina da Situação Irregular - consagrando a criança e o adolescente como sujeitos de
direitos.
20

No final dos anos 1960 e no início dos anos 1970 do século XX, aconteceu
um movimento político-cultural heterogêneo que foi chamado de movimento de
reconceituação. Os profissionais da área do Serviço Social, se reuniam para discutir
sobre a metodologia e a prática do profissional de Serviço Social, com o objetivo de
abandonar o conservadorismo tradicional e a neutralidade, procurando centralizar
interesses como a defesa dos direitos da classe trabalhadora.
Segundo Iamamoto (2007), o movimento de reconceituação teve como pano
de fundo a guerra fria e a crise do capitalismo e sobre forte influência norte-
americana. Contudo, os assistentes sociais não se sentiram intimidados com os
desafios diante desse quadro histórico, muito pelo contrário, eles procuraram
esquecer o passado e abriram espaço para novas ideias acadêmicas e técnicas
profissionais, por meio de uma notável articulação latino-americana.
O profissionalismo do Serviço Social ganhou uma roupagem nova a partir dos
anos 60 e 70, que buscou romper com o conservadorismo e reatualizar o
tradicionalismo profissional. Contudo, o marco da virada ocorreu em 1979, onde a
profissão se tornou laica e passou a fazer parte das Ciências Sociais. Na década de
90, o Serviço Social abrangeu o mundo e o Brasil com proporções maiores em
questões sociais, que lutam pelo direito dos cidadãos, passando a atuar nos
conselhos de direitos e a ocupar funções de assessoria (MELLO,?).
Ainda segundo (Mello,?), finalmente em 1993 a profissão foi regulamentada
pela Lei 8662, de 7 de junho de 1993, que legitima o Conselho Federal de Serviço
Social e os Conselhos Regionais. E no ano 2000, os cursos de graduação de
Serviço Social, tiveram um aumento significativo, como consequência das
discussões em torno da eficiência das políticas sociais e do agravo da questão
social.
O Serviço Social é uma profissão de nível superior e na contemporaneidade
se apresenta como um curso que procurar atender os direitos humanos, e durante a
graduação o estudante é preparado a enfrentar desafios em uma sociedade
exacerbada de problemas e dificuldades sociais, adquirindo conhecimentos e
técnicas profissionais para atuar em prol da cidadania e da justiça social.

2.3.1 As Instituições Assistenciais e a incorporação do Serviço Social


21

A primeira confirmação atribuída aos serviços sociais foi apresentada na


legislação federal datada em 1934, na Carta Constitucional, onde tornou conhecido
que o “Estado fica obrigado a assegurar o amparo dos desvalidos e se fixa a
destinação de 19 das rendas tributáveis à maternidade e à infância” (IAMAMOTO e
CARVALHO, 2003, p. 249).
Todavia, somente a partir de 1938 surge a primeira medida dessa legislação,
durante o período do Estado Novo, inserindo uma nova organização do Serviço
Social, e que conforme Iamamoto e Carvalho (2003, p. 249), o Serviço Social tinha
a função de:
Utilização das obras mantidas quer pelos poderes públicos, quer
pelas entidades privadas, para o fim de diminuir ou suprir as deficiências ou
sofrimentos causados pela pobreza e pela miséria ou oriundas de qualquer
outra forma de desajustamento social e de reconduzir tanto o indivíduo
como a família, na medida do possível, a um nível satisfatório de existência
no meio em que habitam.

A necessidade de prestar serviços através de instituições assistenciais


ocorreram como consequência, como bem lembra Martinelli (1997), da necessidade
de prestar assistência através de uma organização mais econômica que garanta a
expansão do capital, ideológica que garanta uma repressão sobre a organização da
classe trabalhadora e sua forma de expressão política e o controle, resposta da
burguesia a ameaça social acelerada pela generalização e expansão da miséria.
No Brasil, até 1930, a pobreza era tratada e questionada como caso de
polícia, sendo
tratada sua disfunção com individualidade. A assistência social foi
regularizada pela primeira vez no Brasil no ano de 1938 com a criação do CNSS -
Conselho Nacional de Serviço Social.
Segundo Mestriner (2001, p.57-58):
O Conselho é criado como um dos órgãos de cooperação do
Ministério da Educação e Saúde, passando a funcionar em uma de suas
dependências, sendo formado por figuras ilustres da sociedade cultural e
filantrópica e substituindo o governante na decisão quanto a quais
organizações auxiliar. Transita, pois, nessa decisão, o gesto benemérito do
governante por uma racionalidade nova, que não chega a ser tipicamente
estatal, visto que atribui ao Conselho certa autonomia.
22

O Estado brasileiro, ganha, portanto, a primeira forma de presença da


assistência social na burocracia através do CNSS, mesmo sendo de forma
subsidiaria de benefício as organizações que prestavam amparo social.
A Legião Brasileira de Assistência, conhecida como LBA, foi a primeira
grande instituição de assistência social criada no Brasil e teve seu início marcado
pelo papel das mulheres e pelo patriotismo, o que Segundo Sposati (2004, p.19):
A relação da assistência social com o sentimento patriótico foi
exponenciada quando Darcy Vargas, a esposa do presidente, reúne as
senhoras da sociedade para acarinhar pracinhas brasileiros da FEB – Força
Expedicionária Brasileira – combatentes da II Guerra Mundial, com cigarros
e chocolates e instala a Legião Brasileira de Assistência – LBA. A idéia de
legião era a de um corpo de luta em campo, ação.

Portanto, cabia a LBA empreender num só corpo num campo de batalha. Ela
se tornou a partir de 1942 uma sociedade civil cujo os motivos não eram
econômicos, mais com interesse de “congregar as organizações de boa vontade,
sendo a assistência social, ato de vontade e não direito de cidadania”. (SPOSATI,
2004 p.20).
Ainda segundo o autor, a presidência da LBA ficou sob a responsabilidade
das primeiras damas da República, marcando o primeiro-damismo junto à
assistência social, na qual suas ações estenderam-se às famílias da sociedade
ajudando durante as ocorrências de grandes calamidades. A LBA traz um marco que
predomina na trajetória da assistência social (SPOSATI, 2004).
A LBA se torna, após campanhas de impacto realizadas juntos aos
convocados de guerra, uma instituição de cunho social com objetivo de apoiar a
política governamental E para realizar tais objetivos ela buscou amparo com as
escolas de serviço social especializadas, provocando um interesse comum entre a
LBA e o serviço social. Assim como o serviço social que firmava suas bases
enquanto profissão, a LBA necessitava de serviço técnico, pesquisas e trabalhos
técnicos na área social. Somente a partir de 1969, que a LBA é transformada em
fundação e vinculada ao Ministério do Trabalho e Previdência Social, obtendo em
sua plataforma, novos projetos e programas (MESTRINER, 2001, p. 145).
Em 1937, inicia-se um período representado pela política industrial
apresentada por Getúlio Vargas e seu modelo corporativista. A política industrial na
era Vargas, substitui a de importações. Seu governo abriu espaço para as empresas
23

estatais, que são aquelas em que o governo detém parte ou todo o capital social,
para atuarem em setores estratégicos, especialmente na área de bens de produção
e de infraestrutura. O mercado de trabalho passa a ser regulamentado e disciplinado
por uma Legislação Social, que conquista um papel importante, conquistando o
avanço da subordinação do trabalho ao capital. Com a paz social assegurada no
Estado abre portas para o surgimento de novas instituições como: o Salário Mínimo,
o Seguro Social, Justiça do Trabalho, Assistencial Social, dentre outras. A partir da
Segunda Guerra Mundial ocorreram inúmeras reinvindicações provocando uma crise
política e social repercutindo o aparecimento de tais instituições (CRUZ, 2020).
A primeira Legislação onde assegura o amparo aos desamparados, aparece
na Carta Constitucional de 1934, fixando 19 das rendas tributáveis à maternidade e
a infância. O Decreto-Lei n.525, de 01.07.30, foi a primeira medida legal que
nomeou a organização do Serviço Social como modelo de serviço público. O
Conselho Nacional de Serviço Social, foi também criado junto ao Ministério da
Educação e Saúde, responsável a estudar os problemas do Serviço Social
(IAMAMOTO E CARVALHO, 2009).
Um novo resgate capitalista ressurge a partir de 1939, exigindo do Estado um
novo contorno no mercado de trabalho, o que levou a necessidade de qualificação
da mão de obra necessária, para que ocorresse a expansão industrial. Desse fator
surgiu o SENAI– Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. O surgimento do
SENAI procurou administrar as escolas de aprendizagem para a indústria, obtendo a
responsabilidade de gerencia-las a Confederação Nacional da Industria. O Serviço
Social no SENAI, apresentou alguns pontos importantes valendo destacar sua ação
ideológica de ajustamento e sua coordenação da utilização dos serviços
assistenciais corporificados (CRUZ, 2020).
Principalmente, os jovens tiveram grande proveito com o SENAI, que
promoveu um enorme empreendimento de qualificação profissional. O Serviço
Social, como umas das primeiras grandes instituições a ser criada, atuava
rapidamente e foi teorizado pelo SENAI como seu esquema de atuação. Com
fundação em 1942, o SENAI foi fator determinante para atender as mudanças que o
capitalismo provocou no estado brasileiro em face a um momento crítico que
assolava o Brasil, mediante aos percalços da Segunda Guerra Mundial (MEIRE,
2014).
24

Em 1946, aparece com um proposito que não difere muito do SENAI, o SESI-
Serviço Social da Indústria, com o objetivo de “estudar, planejar e executar medidas
que contribuam para o bem estar do trabalhador na indústria” (IAMAMOTO e
CARVALHO, 2003, p. 268). Com sua grande capacidade financeira, o SESI se
distancia do SENAI no seu quesito Social, que consegue abarcar significativamente
uma parcela maior da população operaria se utilizando de auxílios materiais. Um
outro aspecto relevante do SESI, é sua quebra de isolamento do Serviço Social,
onde prevalece o trabalho em equipe, provocando mudanças nas técnicas sociais
utilizadas pelos assistentes sociais (ZALAMENA, 2105).
Por outro lado, percebe-se que a concessão de benefícios materiais se torna
mais escassas, mediante essa proximidade com o cotidiano industrial, o que gera
um confronto entre o capital e trabalho. O Serviço Social se torna a serviço do
capital onde “afirma novamente seu funcionamento declarado e explicito como
instrumento político-repressivo” ((IAMAMOTO e CARVALHO, 2003, p. 282).
Também no ano de 1946, com intenção de favorecer as favelas, foi criada a
Fundação Leão XIII, onde visava sua atuação nos lugares de maior miséria. Com a
ajuda do Estado e da Igreja Católica, a instituição Leão XIII procurou recuperar as
favelas, abrangendo não somente a área material, mais também a moral das
pessoas, através da educação popular, tratando a “desviança” (IAMAMOTO e
CARVALHO, 2003, p. 283).
Ela utilizava o CAS - Centros de Ação Sócia (CAS), nas principais favelas,
recuperando os moradores, com fundamento na politicas assistências imediatas,
impedindo organização autônoma e freando o processo de popularização do
comunismo (IAMAMOTO e CARVALHO, 2003).
Pretendiam, portanto, nada mais que uma “reforma de pessoas”, uma
“regeneração das pessoas desvalidas e carente,” (IAMAMOTO e CARVALHO, 2003,
p. 287.
Em todos os casos aqui supracitados, nos deparamos com uma postura
alienada e alienante do Serviço Social, como bem explicita Martinelli (1997), ao
referir-se à identidade do Serviço Social como algo atribuído pelo capitalismo, com
sua prática sendo monitorada por ele.

2.3.2 A regulação da política de Assistência Social


25

Segundo Fonseca et al. (2019) afirmam que a Assistência social é uma


política pública que tem por necessidade uma estabilização no que se refere aos
direitos sociais, tornando-se, portanto, uma política social pública.
Na busca por novas práticas no campo social e sob um contexto de grande
mobilização democrática, tem início a uma busca por uma elaboração de uma
política pública de Assistência Social, constitucionalmente assegurada. Para tanto,
faz-se necessária a elaboração de um processo analítico, estudos e propostas,
promovidas pelo Estado, para que se possa compreender o significado político e a
sua ligação com os setores populares (LONARDONI; GIMENES; SANTOS, 2006).
Ainda segundo os autores acima citado, no governo Sarney executa-se um
cenário de mudanças institucionais, com o objetivo de ampliar o desenvolvimento
econômico e social, delineando novos conceitos de realinhamento de posições. Vale
destacar o surgimento do I Plano Nacional de Desenvolvimento da Nova República
surgindo no ano de 1985, propondo um desenvolvimento com base em critérios
sociais. As reformas nesse âmbito tiveram um grande avanço inicial, porém com a
saída de Waldir Pires5 frente à pasta da Previdência e com a entrada de Raphael de
Almeida Magalhães6, as reformas não tiveram continuidade. Desta forma a partir dos
inúmeros debates e articulações garantindo uma maior consistência e visibilidade a
Política de Assistência Social.
Portanto, as circunstâncias que envolveram o processo constituinte que
concebeu a Nova Constituição Federal é assinalado por uma grande pressão social,
pelo envolvimento dos setores numa crescente participação e pela decrescente
capacidade de decisão do sistema político. A Assistência Social adquiriu um novo
conceito a partir da aprovação da Constituição Federal de 1988, no dia 5 de outubro,
abarcando-a na esfera da Seguridade Social:
Art. 1º A Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações de
iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinado a assegurar o
direito relativo à saúde, à previdência e à assistência social.
Parágrafo único. A seguridade Social obedecerá aos seguintes princípios e
diretrizes:
a) universalidade da cobertura e do atendimento;
b) uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações
urbanas e rurais;
c) seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
d) irredutibilidade do valor dos benefícios;
e) equidade na forma de participação no custeio;
f) diversidade da base de financiamento;
5
Ministro da Previdência Social do Brasil no ano de 1985.
6
Em 1986, a convite do presidente José Sarney, Raphael Magalhães assumiu o Ministério da Previdência e
Assistência Social.
26

g) caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa com a


participação da comunidade, em especial de trabalhadores, empresários e
aposentados (BRASIL, 1991).

Destaca Sposati (2004, p.42), que a CF/88, na qual garantiu a Assistência


Social, discute o conceito de “(...) população beneficiária como marginal ou carente,
o que seria vitimá-la, pois suas necessidades advêm da estrutura social e não do
caráter pessoal” avaliando as situações de risco social e instabilidade, e não
somente tendo como destino a população mais carente.
Foi através da CF/88 que se obteve uma proteção social com direitos,
superando as práticas assistenciais e clientelistas, favorecendo também para o
surgimento de novos movimentos sociais que provocaram sua efetivação. Para que
tais direitos se tornassem regulamentados e institucionalizados, foi necessário a
aprovação de leis orgânicas. Contudo, para se ter a aprovação dessas leis tornou-se
necessário a criação de uma organização dos princípios prescritos na CF/88 e suas
decisões se depararam com forças conservadoras o que se tornou um processo
ainda mais complicado de ser operado. Uma das áreas que mais teve sucesso na
sua aprovação de lei orgânica foi a Saúde, que inaugurou seus fundamentos na VIII
Conferencia Nacional de Saúde em 19/09/1990 (LONARDONI; GIMENES; SANTOS,
2006).
Foi através da CF/88 que se obteve novas mudanças e oportunidades,
construído um padrão de proteção social com direitos e que conseguisse deixar de
lado as práticas assistenciais clientelistas, provocando com isso o surgimento de
novos movimentos sociais objetivando sua efetivação. Mesmo com atraso na
elaboração de seus planos para custeio e planos de benefícios, a Previdência
Social, acabou sendo aprovada no ano de 1991. Ou atraso que prejudicou a
Assistência Social, foram os processos de discussões e elaborações de propostas,
articuladas por universidades e órgãos da categoria profissional (CNAS e CEFAS),
para encontrar subsídios para a formulação da lei orgânica, caracterizando-se como
um período fértil de produção intelectual (LONARDONI; GIMENES; SANTOS, 2006).
Ainda segundo Lonardoni, Gimenes e Santos (2006) foram questionadas
durante esse período de intenso debate, a burocratização e a seletividade que torna
o acesso as politicas sociais ainda mais complicado; a dificuldade do poder estatal
centralizado em se adaptar as diferentes realidades e a falta de mecanismo para
que haja mais participação popular. Portanto foi necessário a criação de uma
27

instituição voltada nos princípios da democracia participativa e descentralizada,


alterando as relações político-institucionais.
Vale ressaltar também a importância do I Simpósio Nacional de Assistência
Social, desencadeado pela Câmera Federal de 1989, que oferecia aos legisladores,
uma proposta de lei com significativo avanço institucional. Foi apresentado através
do deputado Raimundo Bezerra o Projeto de Lei n° 3099/89, que foi vetado em 17
de setembro de 1990 pelo presidente Fernando Collor de Mello, alegando que o país
desprovia de recursos para o pagamento dos benefícios previstos, e que os
princípios contrariavam a uma Assistência Social com responsabilidade. Geraldo
Alkim Filho e Reditário Cassol, levantam a questão novamente no ano de 1991, que
foi analisada e discutida por uma comissão eleita no I Seminário Nacional de
Assistência Social em junho de 1991,craindo o documento Ponto de Vista que
Defendemos, que acabou servindo de incentivo para a elaboração de um novo
projeto de lei, com o n°3154/91 (LONARDONI; GIMENES; SANTOS, 2006).
Novamente foi adiado no Congresso com alegações de questões
econômicas, sociais e políticas, sem contar também com uma manifestação positiva
de Aristides Junqueira, procurador da República, propondo que o projeto deveria ser
alvo de discussão no Executivo, pois o primeiro fora vetado (LONARDONI;
GIMENES; SANTOS, 2006).
Segundo os autores, o Ministério do Bem Estar Social promoveu encontros
regionais em todo país cuja a temática seria a discussão da Lei Orgânica da
Assistência Social, culminando na Conferência Nacional de Assistência Social,
realizada em junho de 1993, em Brasília. O Executivo acabou apresentando outro
projeto de lei, que mediante pressão de entidades e especialistas na área a
assembleia posicionou-se construído artigo por artigo tornando-se tal documento
conhecido como Conferência Zero da Assistência Social. Mais tarde a pela deputada
Fátima Pelaes, com o n° 4100/93, encaminhou ao Congresso Nacional, sancionando
a Lei Orgânica de Assistência Social - LOAS, pelo presidente Itamar Franco.
A LOAS introduz um novo significado a Assistência Social enquanto:

Política pública de seguridade, direito do cidadão e dever do Estado,


provendo-lhe um sistema de gestão descentralizado e participativo, cujo
eixo é posto na criação do Conselho Nacional de Assistência Social –
CNAS” (MESTRINER,2001, P.206.)
28

O Conselho Nacional de Serviço Social, criado em 1938 e que era um órgão


clientelista e cartorial, foi então derrubado com essa Lei que cria um órgão de
composição paritária, deliberativo e controlador da política de assistência social que
passou a ser conhecido como Conselho Nacional de Assistência Social.
Analisando esses processos em questão, torna-se claro que a Assistência
Social não surgiu com a Constituição Federal de 1988 e com a LOAS. Ela existe a
muito tempo como uma prática social, que agora através da legalidade obteve o
status de politica social, caminhando também para o campo dos direitos, da
universalização dos acessos e da responsabilidade estatal.

Rumo a concretização dos pressupostos contidos na CF/88 e na LOAS, em 1997 foi


aprovada a primeira Norma Operacional Básica que conceituou o sistema descentralizado e
participativo da política de Assistência Social. Em dezembro de 1998, foi definido o primeiro
texto da Política Nacional de Assistência Social. No mesmo ano, foi editada uma Norma
Operacional Básica de conformidade com o disposto na Política Nacional de Assistência
Social.

Esses instrumentos normativos estabelecem as condições de gestão, de financiamento,


de controle social, de competências dos níveis de governo com a gestão da política, de
comissões de pactuação e negociação e de avaliação. Criam, por exemplo, conselhos
deliberativos e controladores da Política de Assistência Social, Fundos Especiais para
alocação de recursos financeiros específicos da Assistência Social e órgãos gestores da
Política de Assistência Social, em todos os níveis de governo, além de Comissões
Intergestoras Bipartites e Tripartites.

Em 2004, após um movimento de discussão nacional, foi aprovada uma nova Política
Nacional de Assistência Social na perspectiva de implementação do Sistema Único de
Assistência Social – SUAS. Consequentemente, em 2005, fez-se necessário a edição de uma
Norma Operacional Básica que definisse as bases para a implantação do Sistema Único de
Assistência Social. Os instrumentos de regulação da Política de Assistência Social em vigor
são, portanto, a CF/88, a LOAS/93, a Política Nacional de Assistência Social/2004 e a Norma
Operacional Básica/ SUAS/2005.
29

Nesse contexto, merecem destaque as cinco Conferências Nacionais de Assistência


Social, realizadas nos últimos dez anos, que deliberaram, avaliaram e propuseram novas bases
de regulação da Política de Assistência Social. Contribuíram com a “formação de
competências de gestão, consensos e avanços nesta política”. (CARVALHO, 2005, p. 2)

Atualmente, a implementação do Sistema Único de Assistência Social no Brasil, é


meta assumida conjuntamente por todos os entes federados, num Plano de Estratégias e Metas
Decenais, deliberado na Conferência Nacional de Assistência Social, realizada em dezembro
de 2.005. Na mesma Conferência, foi aprovado o Decálogo de Direitos Socioassistenciais.
Todos os municípios e estados brasileiros elaboraram relatórios das Conferências Municipais
e Estaduais, contendo um álbum de fotografias (assim denominado porque registra a condição
atual de gestão da Política de Assistência Social nos municípios, nos estados e no Distrito
Federal) e o plano de metas para implementação do SUAS.

Disso se verifica que a Política de Assistência Social vem avançando muito


rapidamente em sua “regulação pelo Estado, na definição de seus parâmetros, padrões,
prioridades” (CARVALHO, 2005, p.1). Resta o imenso desafio de operacionalizar os
benefícios, serviços e projetos de acordo com os parâmetros, padrões e critérios do Sistema
Único de Assistência Social, sob a lógica da proteção social.

2.4 CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO ASSITENTE SOCIAL

Criado em 2011 a partir da Lei nº 8.662/93, o Código de Ética (CE) elabora


diferentes componentes, tais como, os valores que legitimam a profissão, a
verdadeira imagem da profissão, sua função social, objetivos, normas, práticas,
conhecimentos, entre outras informações pertinentes ao Assistente Social.

Segundo o código de Ética Profissional do Assistente Social:


30

Art. 3º: São deveres do/a Assistente Social:

a- Desempenhar suas atividades profissionais, com eficiência e


responsabilidade, observando a legislação em vigor;

b- Utilizar seu número de registro no Conselho Regional no exercício da


Profissão;

c- Abster-se no exercício da Profissão, de práticas que caracterizem a


censura, o cerceamento da liberdade, o policiamento dos comportamentos,
denunciando sua ocorrência aos órgãos competentes;

d- Participar de programas de socorro à população em situação de


calamidade pública, no atendimento e defesa de seus interesses e
necessidades. (CFESS, 2012, p.27).

O código de Ética não vem para limitar as normativas morais da profissão,


mas vem construir uma profissão alinhada na direção correta. O profissional do
Serviço Social deve atuar de forma ética e moral, seguindo os parâmetros instituídos
no seu Código de Ética.

2.5 2.5 SISTEMA ÚNICO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL (SUAS)

No ano de 2004 lutando contra a corrente neoliberal hegemônica e levando


em conta o tema das deliberações da IV Conferência Nacional de Assistência Social
feita em dezembro de 2003, aconteceu a permissão da nova Política Nacional de
Assistência Social (PNAS), que criou o Sistema Único de Assistência Social (SUAS).

Dessa maneira então em vigor se estabeleceu como fruto de um longo modo


de conquistas e acúmulo crítico, incluindo:

[..] contribuições advindas de conselhos de assistência social, associações


de municípios, colegiado de gestores, comissões intergestoras bi e tripartite,
conselhos de direitos, órgãos gestores, fóruns, associações, trabalhadores,
universidades, estudantes, entre tantas outras, reafirmando o princípio
democrático e participativo necessário para a política (LOPES, 2006, p. 83).

Este novo modelo constitui um novo modo de gestão descentralizado e


participativo, que institui e cria em todo território nacional as atividades
socioassistenciais tendo como eixos organizados:
31

a) Matricialidade Sociofamiliar;

b) Novas bases para a relação entre Estado e Sociedade Civil;

c) Descentralização político-administrativa e Territorialização;

d) Financiamento;

e) Controle Social;

f) A Informação, o Monitoramento e a Avaliação;

g) A Política de Recursos Humanos

No entanto a novidade estabelecida pelo SUAS diz respeito as atribuições da


política de Assistência Social, gera além da proteção social, passa a agregar
também a Defesa Social e a Vigilância Social Institucional.

A Assistência Social, política pública de proteção social, opera por um


sistema único federativo, o SUAS, em implantação em todo o território
nacional. Como a saúde sua condição de política de proteção social é
distinta da forma de seguro social. Organizada em dois níveis de proteção, a
básica e a especial, ela desenvolve sua ação por meio de serviços e
benefícios para o acesso de pessoas e famílias demandantes de proteção
social face a agravos de fragilidades próprias do ciclo de vida humano, pela
presença de deficiências, decorrentes de vitimizações, por violência, por
desastres ambientais, pela presença de discriminação, pela defesa da
sobrevivência e de direitos humanos violados. (SPOSATI, 2013, p. 664).

Porém, é necessário reconhecer que esse composto de variações que o


SUAS requisita não se opera em um modo simples e linear, de maneira imediata, e
que para sua efetuação enormes são os desafios.

2.6 2.6 TIPIFICAÇÃO NACIONAL DOS SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS

A Tipificação Nacional Dos Serviços Socioassistenciais é responsável por


regularizar os níveis de complexidade do SUAS, padronizando todos os serviços que
passam a ter um nome unificado em todo o território nacional. Assim cada serviço
possui a sua nomenclatura, objetivo, descrição, usuário, abrangência, período de
funcionamento, articulação em rede e impacto social oferecidos.
32

São tipificados os Serviços Socioassistenciais disponíveis no Brasil através da


Resolução 109 do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), o qual organiza
por nível de complexidade do Sistema Único da Assistência Social (SUAS): Proteção
Social Básica e Proteção Social Especial de Média e Alta Complexidade (PRATEIN,
2017).

Segundo Daros (2016, s/p), “a Tipificação é uma referência para gestores e


trabalhadores na área de Assistência Social, para a adequação dos serviços
oferecidos ou a relação em sua implantação.”

Por fim, a implantação do SUAS no Brasil foi um grande marco para a


consolidação dos serviços de Assistência Social no país, sendo que a regularização
dos serviços permitiu que ficassem acessíveis aos cidadãos em todo o país.

2.6.1 2.6.1 Proteção Social Básica

No nível de Proteção Social Básica, estão os serviços de Proteção e


Atendimento Integral à Família (PAIF); de Convivência e Fortalecimento de Vínculos;
e de Proteção Social Básica no domicílio para pessoas com deficiência e idosas. A
Proteção Social Básica trabalho com a prevenção, evitando a violação de direitos.

Atuar de forma preventiva é um dos requisitos para o desenvolvimento da


Proteção Social Básica no Sistema Único de Assistência Social; as equipes
de profissionais desta proteção, devem voltar o seu trabalho para o
planejamento e execução de ações antecipadoras às ocorrências ou ao
agravamento de situações de risco social e vulnerabilidades, que podem
dificultar o acesso da população aos seus direitos sociais. (GESUAS, 2017,
s/p)

O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) executa diretamente os


serviços de Proteção Social Básicas, bem como outras unidades públicas de
assistência social, também é executada de forma indireta, por entidades e
organizações de assistência social que estejam no território de atuação do CRAS e
sejam referenciadas a este.
33

2.6.2 2.6.2 Proteção Social Especial de Média e Alta Complexidade

A Proteção Social Especial de Média Complexidade trabalha diretamente com


a violação de direitos. A unidade competente a ofertar esses serviços é o Centro de
Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).

As ofertas dos serviços na Proteção Especial de Média Complexidade devem:

Ter a capacidade de atendimento integral, através da Política de Assistência


Social, às questões de vulnerabilidades que se apresentam, motiva a
instituição de atendimentos diferenciados. Por este motivo, quando as
famílias e indivíduos já se encontram em situações que são traduzidas
como violação de direitos, risco social e pessoal com perda de vínculos
afetivos, devem ser atendidas pela Proteção Social Especial, no CREAS.
Significa dizer que são situações que extrapolam a função da Proteção
Social Básica. (GESUAS, 2017, s/p).

Já a Proteção Social Especial de Alta Complexidade trabalha com o vínculo


rompido, com necessidade de afastamento temporário do grupo familiar ou da sua
comunidade de origem.

Fazem parte de serviços nessa modalidade:

 Serviço de Acolhimento Institucional;

 Serviço de Acolhimento em República;

 Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora;

 Serviço de proteção em situações de calamidades públicas e de


emergências.

2.7 2.7 CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS)

O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) é uma unidade pública


estatal, responsável pela organização e oferta dos serviços socioassistenciais da
Proteção Social Básica, nas áreas de vulnerabilidade social e/ou risco social dos
municípios.
34

A Política Nacional de Assistência Social (PNAS) apresenta como função para


o CRAS:

Realiza, ainda, sob orientação do gestor municipal de Assistência Social, o


mapeamento e a organização da rede socioassistencial de proteção básica e
promove a inserção das famílias nos serviços de assistência social local.
Promove também o encaminhamento da população local para as demais
políticas públicas e sociais, possibilitando o desenvolvimento de ações
intersetoriais que visem a sustentabilidade, de forma a romper com o ciclo de
reprodução intergeracional do processo de exclusão social, e evitar que estas
famílias e indivíduos tenham seus direitos violados, recaindo em situações de
vulnerabilidades e riscos. (BRASIL, 2005, p.35-36).

O CRAS é a porta de entrada da Assistência Social, localizado em áreas de


maior vulnerabilidade social, oferece seus serviços com o objetivo do fortalecimento
da convivência com a família e a comunidade.

Os serviços ofertados no CRAS são divididos da seguinte forma:

 Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF)

 Serviço de convivência e fortalecimento de vínculo

 Serviço de proteção social básica no domicílio para pessoas com deficiência


e idosos

O volume maior dos serviços prestados está concentrado no PAIF, que


consiste em atender a família, acolher e entender qual o seu contexto, elencando
vulnerabilidades, e traçando estratégias para suas superações.

2.8 2.8 CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL


(CREAS)

O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) é uma


unidade pública da política de Assistência Social. Um serviço especializado que
oferece atendimento as famílias e as pessoas que estão em situação de risco social,
pois tiveram seus direitos violados.
35

Segundo o Ministério de Desenvolvimento Sustentável (MDS):

A unidade deve, obrigatoriamente, ofertar o Serviço de Proteção e Atendimento


Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI), podendo ofertar outros
serviços, como Abordagem Social e Serviço para Pessoas com Deficiência,
Idosas e suas famílias. É unidade de oferta ainda do serviço de Medidas
Socioeducativas em Meio Aberto. Além de orientar e encaminhar os cidadãos
para os serviços da assistência social ou demais serviços públicos existentes
no município, no CREAS também se oferece informações, orientação jurídica,
apoio à família, apoio no acesso à documentação pessoal e estimula a
mobilização comunitária. (MDS, 2015).

Os serviços mais comumente ofertados no equipamento são:

 Serviço de Proteção e Atendimento Especializado à Famílias e Indivíduos


(PAEFI);

 Serviço de proteção social a adolescentes em cumprimento de medidas


socioeducativas de Liberdade Assistida (LA) e Prestação de Serviços à
Comunidade (PSC).

Existem outros serviços que podem ser ofertados no CREAS, porém na


tipificação dos serviços socioassistenciais foram desenhados para serem atendidos
preferencialmente através dos seguintes equipamentos:

 Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua


(Centro POP):

 Serviço especializado em abordagem social;

 Serviço especializado para pessoas em situação de rua.

 Centro-Dia de Referência:

 Serviço de proteção social especial para pessoas com deficiência, idosos e


suas famílias.
36

3 3. PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E A RELAÇÃO COM A QUESTÃO


SOCIAL.

Dados do Disque 100 mostram que:

Só no ano de 2018, foram registradas um total de 17.093 denúncias de


violência sexual contra menores de idade. A maior parte delas é de abuso
sexual (13.418 casos), mas há denúncias também de exploração sexual
(3.675). Só nos primeiros meses do ano de 2019, o governo federal registrou
4,7 mil novas denúncias. Os números mostram que mais de 70% dos casos de
abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes são praticados por pais,
mães, padrastos ou outros parentes das vítimas. Em mais de 70% dos
registros, a violência foi cometida na casa do abusador ou da vítima.
(AGÊNCIA BRASIL, 2019).

A violência sexual, devido a sua complexidade, divide-se em: Abuso sexual


intrafamiliar e extrafamiliar e Exploração sexual e comercial de crianças e
adolescentes.

Abuso sexual intrafamiliar: Define-se pelo uso da sexualidade da criança


e/ou do adolescente, por pessoas com vínculos de parentesco.

Abuso extrafamiliar: Quando os abusadores não têm vínculos familiares.

A Exploração sexual e comercial de crianças e adolescentes: define-se


pela exploração da sexualidade de crianças e adolescentes e está ligada ao
comércio com fins de lucro por aliciadores, agentes, clientes, os quais estão
inseridos num sistema de exploração. A exploração sexual e comercial de crianças e
adolescentes, está dividida em quatro contextos:

Exploração sexual no contexto de prostituição: ação na qual crianças e


adolescentes podem ser levados ao ato da prostituição pelos próprios pais ou
tornam-se vítimas do aliciamento de outros adultos, sendo apresentadas ao
mercado da prostituição com a promessa de melhores condições de vida. No
entanto, não cabe denominar criança e adolescente como “prostitutas”, pois estão
inseridas num contexto de prostituição, sendo exploradas como objeto sexual por
pessoas que formam uma rede de aliciadores.
37

Tráfico para fins de exploração sexual: é forma de exploração voltada para


o tráfico de crianças e adolescentes e envolve atividade de aliciamento, rapto,
intercâmbio e transferência em território nacional ou outro país, com a finalidade
comercial ligada à prostituição, turismo, pornografia, trabalho escravo e tráfico
humano.

Exploração sexual no contexto de turismo: acontece quando crianças ou


adolescentes são assediados por turistas estrangeiros ou não. Geralmente há
envolvimento, cumplicidade ou omissão de estabelecimentos comerciais que tendem
a se beneficiar de alguma forma com este tipo de exploração.

Pornografia infanto-juvenil: exposição de órgãos sexuais de crianças ou


adolescentes ou ainda a realização de atividades sexuais explicitas reais ou
simuladas em imagem ou vídeo.

O Brasil registrou ao menos 32 mil casos de abuso sexual contra crianças e


adolescentes em 2018, o maior índice de notificações já registrado pelo
Ministério da Saúde, segundo levantamento obtido pelo GLOBO. O índice
equivale a mais de três casos por hora — quase duas vezes o que foi
registrado em 2011, ano em que agentes de saúde passaram a ter a
obrigação de computar atendimentos. De lá para cá, os números crescem
ano a ano, e somam um total de 177,3 mil notificações em todo o país. (O
GLOBO, 2020, s/p).

A imagem abaixo mostra os dados coletados no ano de 2018, e mostra um


número preocupante de violência sexual contra a criança e o adolescente.
38

Fonte: Ministério da Saúde

3.1 3.1 ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE NOSSA CASA

A Associação Beneficente Nossa Casa, tipificada como Abrigo Institucional e


(OSC- Organização da Sociedade Civil), foi criada em 05 de julho de 1999 e
inaugurada no dia 01 de setembro de 1999, por um grupo de pessoas da sociedade
civil do município de Criciúma (SC), com objetivo de acolher crianças e adolescentes
de nossa região em virtude da situação de precariedade e risco social vivenciadas
por estas e de vulnerabilidade intrafamiliar. Desde o início das atividades, a
Associação Beneficente Nossa Casa busca prestar serviços de qualidade para os
fins de acolher e proteger crianças e adolescentes de alguns municípios da região.
Público este na faixa etária de 0 a 18 anos meninas e meninos de 0 a 7 anos de
39

idade. Para a efetivação dos serviços, a Nossa Casa realiza parcerias com alguns
municípios, dentre eles: Criciúma, Forquilhinha e Nova Veneza, bem como conta
com a colaboração da comunidade por meio de doações e serviços voluntários. No
decorrer da trajetória da Nossa Casa, muitos desafios foram perpassados para que
o serviço pudesse continuar. Considerando que vários atores contribuíram para que
os serviços pudessem acontecer, garantindo o atendimento de todas as crianças e
adolescentes que já passaram pela instituição, deixando um pouco de si e levando
um pouco da Nossa Casa. Sendo desta forma, que esta bela história vem sendo
construída.

Tem como missão Acolher crianças e adolescentes sob medida de proteção


sempre que os direitos reconhecidos na Lei nº.8.069, de julho de 1990/2012, forem
ameaçados ou violados. Os seus valores são: Respeito pela individualidade;
Competência Interpessoal; Responsabilidade com as tarefas; Compromisso com o
bem estar de todos que fazem parte da Associação; Reconhecimento e Valorização
do outro e Ética.

Na Associação Beneficente Nossa Casa procura criar um ambiente que


proporcione a criança e ao adolescente condições para seu desenvolvimento
integral e sadio. Um ambiente onde o cuidado individualizado e o estabelecimento
de relações afetivas, de respeito e a convivência diária seja fundamental.

Segundo as orientações técnicas do CONANDA (2009),

Quando o afastamento do convívio familiar for medida mais adequada para


se garantir a proteção da criança e do adolescente em determinado
momento, esforços devem ser empreendidos para viabilizar, no menor
tempo possível, o retorno seguro ao convívio familiar, prioritariamente na
família de origem e, excepcionalmente, em família substituta (adoção,

guarda e tutela) [...]. (CONANDA, 2009, s/p).

Assim, sendo a Nossa Casa como local de proteção de crianças e


adolescentes, em período provisório, com um trabalho pautado, além do melhor
interesse dos acolhidos, nas suas famílias, afim de que se restabeleçam e desta
forma assumam seus papeis e responsabilidades parentais, através de medidas que
viabilizem a reintegração familiar, seja na família de origem ou extensa. E quando
40

isto não for possível, são realizadas intervenções para que o acolhido seja integrado
em família substituta ou então trabalhado para sua independência e a autonomia.

3.2 3.2 O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL NO ACOLHIMENTO


INSTITUCIONAL

As legislações que dão suportes à proteção social de crianças e adolescentes


trouxeram importantes avanços no sentido de conferir atendimento digno, direitos,
condições para o desenvolvimento pleno de crianças e adolescentes que estão em
situação de risco social e pessoal e a reintegração familiar, quando possível,
trazendo alterações no trabalho de acolhimento institucional, como a garantia do
direito à convivência familiar e comunitária, e o fortalecimento de vínculos familiares.

Destacam-se algumas atuações entre as atividades realizadas na prática


profissional desenvolvida pelo Serviço Social na instituição: captar recurso
através de projetos para realizar atividades culturais para as adolescentes e
para custear os gastos da entidade; estimular a participação da família na
Instituição visando à reintegração familiar e a conservação do vínculo, na
qual realiza atendimento individualizado através da entrevista, no
atendimento grupal das adolescentes, colhendo elementos para o estudo
social da família por meio da visita domiciliar; encaminhamento diversos das
adolescentes para escola (cursos profissionalizantes e
semiprofissionalizantes), atendimento médico, psicológico, psiquiátrico e
odontológico; providenciar os documentos que são necessários para a
cidadania das adolescentes. Mediante o que foi dito, percebe-se que o
Serviço Social emprega vários instrumentais técnicos, esses dão subsídios
para sua intervenção. (SOMER et al, 2013, p.3).

Para Guerra (2013, s/p) “a instrumentalidade é uma propriedade e/ou


capacidade que a profissão vai adquirindo na medida em que concretiza objetivos.
Ela possibilita que os profissionais objetivem sua intencionalidade em respostas
profissionais.”
O Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do direito da criança e
adolescente também busca a implantação da proteção social, dando ênfase na rede
de políticas públicas que são necessárias para essa proteção integral. Para a
efetivação do direito à convivência familiar, tal como é o foco do plano, destaca-se o
41

trabalho com as famílias numa perspectiva de fortalecimento dos vínculos, uma das
atribuições posta para o Serviço Social. Esse trabalho inclui a inserção da família e
seus membros na rede de serviços na condição de cidadania, isso porque é
necessário oferecer subsídios para que as famílias tenham condições para cumprir
com as suas responsabilidades, considerando que a família é o núcleo principal de
socialização e proteção da criança e do adolescente (BRASIL, 2006).

Como todos os profissionais têm seus instrumentos de trabalho, e sendo o


assistente social um trabalhador inserido na divisão social e técnica do trabalho,
necessita de bases teóricas, metodológicas, técnicas e ético-políticas necessárias
para o seu exercício profissional. Os instrumentais técnico-operativos são como um
“conjunto articulado de instrumentos e técnicas que permitem a operacionalização
da ação profissional” (MARTINELLI, 1994 p. 137).

3.3 3.3 PREVENÇÃO A VIOLÊNCIA SEXUAL INFANTIL

Mudar este cenário exige esforço de governos e sociedade civil. Gonçalves


lembra ainda do papel da educação sexual nas escolas, que poderiam ensinar a
diferença de toques, que os corpos das crianças e adolescentes pertencem a eles e
ninguém tem o direito de tocar suas partes íntimas e explicar o que é abuso sexual.
"O importante é desmitificar a ideia que falar de sexualidade é ensinar as crianças a
ter relação sexual", (GONÇALVES 2018).

Pais também podem ficar atentos a alguns sinais, já que crianças e


adolescentes avisam de diversas maneiras e, segundo Gonçalves, na maioria das
vezes não falam das situações de violência sexual que vem passando.

"Em geral, o abusador convence a criança de que ela será desacreditada se


revelar algo; que ela gosta daquilo e quer que aconteça; ou que é igualmente
responsável pelo abuso e será punida por isso." (GONÇALVES, 2018).

Analisando esta situação, percebe-se que além da violência sexual, a criança


ou o adolescente sofre uma violência psicológica por parte do abusador, fazendo
acreditar que esta situação é corriqueira.
42

3.4 3.4 POLÍTICAS DE PROTEÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

O profissional do Serviço Social trabalha em consonância com as políticas


públicas de garantia de direitos, assim como em qualquer setor também a proteção
da criança e do adolescente possui sua legislação.

Na década de 70, surgiu o Código de Menores, uma lei de proteção aos


menores — ao menos em teoria. De acordo com seu primeiro artigo, ele dispunha
sobre assistência, proteção e vigilância a menores de até 18 anos em situação
irregular.

A Constituição Federal de 1988 em seu artigo 227 dispõe sobre a criança e o


adolescente:

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança,


ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à
saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura,
à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão. (BRASIL, 1988).

Com base no artigo 227 da CF 88, foi criada uma lei importante que visa
defender os direitos da criança e do adolescente é a Lei nº 8.069/90, mais conhecida
como Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

O ECA diz em seu artigo 4º:

Art 4º - É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder


público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referente
à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária. [...] (BRASIL, 1990).

E complementando no artigo 5º do Estatuto da Criança e do Adolescente:

Art 5º - Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de


negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido
na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos.
(BRASIL, 1990).
43

Portanto, é dever de todo cidadão proteger e zelar pelo crescimento saudável


da criança e do adolescente, protegendo-o de toda violência, ou qualquer ato que
possa privá-los de seus direitos.

3.5 3.5 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA)

O Estatuto da Criança e do Adolescente, conhecido pela sigla ECA, prevê


proteção integral às crianças e adolescentes brasileiras. O ECA foi assinado no dia
13 de julho de 1990, com a Lei nº 8.069/1990 estabeleceu os direitos e deveres das
crianças e dos adolescentes, para os quais foram fixadas medidas especiais de
proteção e assistência a serem executadas, conjuntamente, pela família,
comunidade e Poder Público.

Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze
anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos
de idade.

Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente


este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.
(BRASIL, 1990).

Para o Estado brasileiro “criança” é uma pessoa de até 12 anos incompletos e


“adolescente” de 12 a 18 anos. Excepcionalmente, nos casos previstos em lei, o
ECA pode ser aplicado às pessoas de entre 18 e 21 anos.

O ECA é o melhor guia de como lidar e como educar socialmente todas as


crianças e adolescentes respeitando sua dignidade humana, sua vida, sua liberdade,
sua saúde e todos os seus direitos.

Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde,


mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o
nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas
de existência. (BRASIL, 1990)

Toda criança e adolescente têm o direito à qualidade de vida, a saúde digna e


a proteção contra qualquer tipo de violação de direito, cabe a sociedade e aos
órgãos competentes a fiscalização, e a execução das políticas públicas que regem
os direitos das crianças e dos adolescentes.
44

3.6 3.6 CONSELHO TUTELAR

Conforme dispõe o artigo 131 do ECA, Conselho Tutelar é o órgão que possui
o dever de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente. Para
que isso seja possível, são funções dos conselheiros, dentre outras.

Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não


jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos
direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei. (BRASIL, 1990).

Para cumprir com eficácia sua missão social, o Conselho Tutelar, por meio
dos conselheiros tutelares, deve executar com zelo as atribuições que lhe foram
confiadas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, o que, na prática, resulta na
faculdade de aplicar medidas em relação:

 às crianças e adolescentes;

 aos pais ou responsáveis;

 às entidades de atendimento;

 ao Poder Executivo;

 à autoridade judiciária;

 ao Ministério Público;

 às suas próprias decisões.

O Conselho Tutelar deve ser capaz de ouvir, compreender e discernir as


situações que chegam a este órgão. São habilidades importantíssimas para
que se desenvolva um trabalho com competência no sentido de receber,
estudar e encaminhar, além de acompanhar todos os casos (BONETTI &
FRANZMAN, 2016, p. 103).

O Conselho Tutelar então, não tem o poder da polícia nem da justiça, mas
atua de forma integrada a rede, em favor da defesa da garantia de direitos das
crianças e dos adolescentes.
45

3.7 3.7 O PROJETO EMERGENCIAL E A PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS

Devido a pandemia do novo Coronavírus não foi possível de estar sendo


aplicado este projeto. Desde o mês de março foi adotada medidas restritivas de
isolamento social, impossibilitando estar presente dentro da instituição para realizar
a aplicação do projeto e a obtenção dos resultados almejados. A Organização
Mundial da Saúde (OMS) declarou, em 30 de janeiro de 2020, que o surto da
doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19) constitui uma Emergência de
Saúde Pública de Importância Internacional – o mais alto nível de alerta da
Organização, conforme previsto no Regulamento Sanitário Internacional. Em 11 de
março de 2020, a COVID-19 foi caracterizada pela OMS como uma pandemia.

Os coronavírus são uma grande família de vírus comuns em muitas


espécies diferentes de animais, incluindo camelos, gado, gatos e morcegos.
Raramente, os coronavírus que infectam animais podem infectar pessoas,
como exemplo do MERS-CoV e SARS-CoV. Recentemente, em dezembro
de 2019, houve a transmissão de um novo coronavírus (SARS-CoV-2), o
qual foi identificado em Wuhan na China e causou a COVID-19, sendo em
seguida disseminada e transmitida pessoa a pessoa. A COVID-19 é uma
doença causada pelo coronavírus, denominado SARS-CoV-2, que
apresenta um espectro clínico variando de infecções assintomáticas a
quadros graves. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a maioria
(cerca de 80%) dos pacientes com COVID-19 podem ser assintomáticos ou
oligossintomáticos (poucos sintomas), e aproximadamente 20% dos casos
detectados requer atendimento hospitalar por apresentarem dificuldade
respiratória, dos quais aproximadamente 5% podem necessitar de suporte
ventilatório. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020, s/p).

Por esse motivo a Instituição de ensino UNIASSELVI (Centro Universitário


Leonardo Da Vinci) institui como forma de aprendizado, a construção do projeto
emergencial. Este projeto foi realizado a partir do artigo 6º da Constituição Federal,
onde fala sobre os direitos sociais. “Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde,
a alimentação, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a
proteção à maternidade e a infância, a assistência aos desamparados, na forma
desta Constituição”. (BRASIL, 1988, p.29). Ao final deste trabalho, estão anexados
os artigos do projeto emergencial.
46

4 4. JUSTIFICATIVA

Diante do exposto, faz-se necessário trabalhar essa temática. A violência


sexual infantil constitua-se como uma violação de quase todos os direitos
fundamentais da infância, e não adianta apenas punir o autor do fato delituoso, é
necessário política de enfrentamento para esta violência. Portanto no período de
realização do estágio I pude observar a grande demanda em relação a crianças e
adolescentes vítimas de abuso sexual, sendo assim surgi o interesse em aplicar o
projeto de intervenção voltado para este tema de extrema relevância dentro da
instituição.

Durante o estágio obrigatório II foi aplicado o projeto de intervenção, através


de rodas de conversas e palestras com os acolhidos da instituição, para
conscientizar a respeito da violência sexual, bem como fornecidos informativos
sobre conscientização a respeito do tema.

Segundo Bonetti e Franzman (2016, p.99, apud SEASIR, 2013, p. 1) violação


de direito é:

Toda e qualquer situação que ameace ou viole os direitos da criança ou do


adolescente, em decorrência da ação ou omissão dos pais ou responsáveis,
da sociedade ou do Estado, ou até mesmo em face do seu próprio
comportamento. Abandono, negligência, conflitos familiares, convivência
com pessoas que fazem uso abusivo de álcool e outras drogas, além de
todas as formas de violência (física, sexual e psicológica), configuram
violação de direitos infanto-juvenis. (SEASIR, 2013, p. 1).

E no enfrentamento a esta demanda tão complexa, o profissional de serviço


social não pode agir sozinho, é necessário um trabalho em rede juntamente com
equipe técnica para melhor eficácia dos serviços prestados. Conforme destaca
Azambuja e Ferreira (2005, p.42): “Agir isoladamente nos casos que envolvem
maus–tratos contra criança e adolescente, com destaque aqui para as vítimas de
violência sexual, é ir na contramão do compromisso de assumir a proteção integral a
sujeitos de direitos”. Netto (2008, apud Azambuja e Ferreira 2015, p.43), ao falar aos
assistentes sociais afirma: “Não somos felizmente os únicos profissionais a se
confrontar com a questão da concretização de direitos, por isso, é necessário,
47

conhecer os outros, apresentar-nos a eles, aprender com eles e ensinar-lhes o que


temos acumulado.

4.1 4.1 CONSEQUÊNCIAS DA VIOLÊNCIA SEXUAL INFANTIL

Alguns estudos mostram que as consequências do abuso sexual para o


desenvolvimento podem ocorrer a curto e a longo prazo. Um desses trabalhos
analisou os efeitos do abuso, classificando-os de acordo com a idade pré-escolar
(zero a seis anos), escolar (sete a doze anos) e adolescência (treze a dezoito anos).
Os sintomas mais comuns em pré-escolares são: ansiedade, pesadelos, transtorno
do estresse pós-traumático e comportamento sexual inapropriado. Em crianças com
idade escolar, os sintomas mais frequentes incluem: medo, distúrbios neuróticos,
agressão, pesadelos, problemas escolares, hiperatividade e comportamento
regressivo. Na adolescência, os sintomas mais recorrentes são: depressão,
isolamento, comportamento suicida, autoagressão, queixas somáticas, atos ilegais,
fugas, abuso de substâncias e comportamento sexual inadequado. Entre os
sintomas comuns às três fases de desenvolvimento estão: pesadelos, depressão,
retraimento, distúrbios neuróticos, agressão e comportamento regressivo (Kendall-
Tackett, Williams, Finkelhor, 1993, citado por Amazarray & Koller, 1998).

Outro estudo investigou as consequências negativas para as vítimas a curto


prazo (Azevedo, Guerra & Vaiciunas, 1997). Participaram da pesquisa 21 vítimas de
incesto pai-filha (pai biológico, adotivo ou padrasto). Elas foram atendidas na
Delegacia da Defesa da Mulher de São Paulo, onde havia registrados 76 casos
como esses. As meninas responderam a uma entrevista semiestruturada que
envolvia duas partes: uma chamada álbum de família e a outra, minha vida em
família. Na primeira, pediu-se às participantes que fizessem um retrato falado de
cada uma das pessoas de sua família, incluindo ela própria. Este retrato de família
foi feito, pelo desenho de cada menina, associado a uma entrevista complementar.
Na segunda parte, foi abordada a vida em família das participantes, a partir dos
seguintes temas: biografia pessoal, biografia familiar, incesto, causas,
consequências e formas de evitação. Analisando o discurso das meninas foi
possível identificar as principais modificações que perceberam em suas vidas, logo
após a ocorrência do incesto. As consequências identificadas foram de dois tipos:
48

orgânicas e psicológicas. Do primeiro tipo, foi mencionada a gravidez que ocorreu


com duas adolescentes (uma de treze anos e outra de dezessete anos). Outras
consequências físicas possíveis são doenças sexualmente transmissíveis e lesões
físicas (Amazarray & Koller, 1998; Braun, 2002). Entre as consequências
psicológicas, Azevedo, Guerra e Vaiciunas (1997) identificaram as seguintes
dificuldades: adaptação interpessoal, adaptação sexual, processo de ensino-
aprendizagem e adaptação afetiva.
49

5. OBJETIVOS DA PESQUISA

A seguir enunciam-se os objetivos geral e específicos de pesquisa.

4.2 5.1 OBJETIVO GERAL

Realizar palestras e rodas de conversa com os acolhidos, conscientizando-os


a respeito da violência sexual.

4.3 5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Fornecer informativos a respeito da violência sexual infantil;


 Elaborar palestras e teatros trabalhando ações voltadas para a prevenções;
 Conscientizar e orientar os acolhidos a respeito da sexualidade;
 Diminuir de forma gradativa os casos de violência sexual contra a criança e
adolescente.

5 6. METODOLOGIA DE PESQUISA

Por motivo do isolamento social, em função da prevenção contra a COVID 19,


foram apenas utilizados os seguintes tipos de pesquisas para realizar o projeto de
TCC:

 Bibliográfica;

 Documental.

5.1 6.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

A pesquisa bibliográfica procura explicar a partir das referências publicado em


documentos, busca conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do
passado existente sobre um determinado assunto, tema ou problema.
50

A pesquisa bibliográfica está relacionada ao conhecimento literário. Iniciando


a partir da literatura, seleção, organização, elaboração de fichas arquivamento de
temas referente ao assunto estudado. Andrade (1997, p.106) diz que “a pesquisa
bibliográfica tanto pode ser um trabalho independente como construir-se no passo
de outra pesquisa [...].”

5.2 6.2 PESQUISA DOCUMENTAL

A pesquisa documental é um tipo de pesquisa que utiliza fontes primárias, isto


é, dados e informações que ainda não foram tratados científica ou analiticamente. A
pesquisa documental tem objetivos específicos e pode ser um rico complemento à
pesquisa bibliográfica.

Os documentos analisados podem ser atuais ou antigos, e podem ser usados


para contextualização histórica, cultural, social e econômica de um lugar ou grupo de
pessoas, em determinado momento da história. Por essa razão, é um tipo de
pesquisa bastante utilizado nas ciências sociais e humanas.

A pesquisa documental permite fazer análises qualitativas sobre determinado


fenômeno, mas também é possível fazer análises quantitativas, quando se analisam
bancos de dados com informações numéricas, por exemplo.
51

6 7 ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA

Depois de uma longa pesquisa realizada através de livros, páginas na


internet, artigos, e outros, obteve-se muito conhecimento e informações sobre como
o Assistente Social pode contribuir no acolhimento Institucional.
Porém como explicado anteriormente neste Trabalho de Conclusão de Curso
não foi possível realizar a aplicação do mesmo, pelo motivo da pandemia do novo
Coronavírus.
Entretanto foi realizado uma pesquisa sobre os direitos sociais garantidos
pelo artigo 6º da Constituição Federal de 1988, e está anexado ao fim deste TCC.
Pesquisa essa elencada pela Universidade, propondo substituir a aplicação e o
resultado dos trabalhos de estágio.

6.1 7.1 APRESENTAÇÃO DOS DADOS

Entende-se que a conceituação dos vários autores sobre violação dos direitos
da criança e do adolescente é de suma importância, uma vez que os mesmos nos
mostram que não existe apenas uma, porém distintas maneiras de pensar sobre os
tipos de violação.

Os dados a serem apresentados não podem ser apresentados de forma, mas


apenas uma projeção do que se queria almejar, pois não foi possível estar aplicando
o projeto.

Porém o objetivo era de alcançar 100% dos acolhidos na instituição, pois o


público atendido na instituição Nossa Casa é o de criança e adolescente entre 0 e
18 anos.

6.2 7.2 ANÁLISE DOS DADOS

A violência sexual contra criança e adolescente é um fato preocupante não


apenas na cidade de Criciúma, mas no mundo todo. Vivemos em uma época em
que se perderam os valores e o respeito. Infelizmente não sendo possível estar
aplicando o projeto, não será possível alcançar a meta proposta, mas é uma luta
52

travada diariamente por todos, não somente os profissionais do Serviço Social, pois
é um dever de todos proteger as crianças e os adolescentes da violação de seus
direitos, principalmente os de cunho sexual.
Os traumas causados pela violação sexual contra a criança e o adolescente é
uma marca que lhes causam transtornos para o resto da vida, cabe a todos lutar e
proteger os direitos da criança e do adolescente, garantidos primordialmente pelo
Estatuto da Criança e Adolescente (ECA).

6.3 7.3 RESULTADOS

Os resultados almejados seriam a conscientização dos acolhidos na


instituição a respeito da sexualidade, através de informativos, palestras e dinâmicas,
explanando os tipos de carinhos permitidos, até que ponto alguém pode tocá-los.
Como também informações de quem eles podem estar comunicando, ou até mesmo
em que confiarem, caso possuam algum caso de violência sexual sofrida por eles ou
por alguém próximo.
53

7 8 CONCLUSÕES

A elaboração deste Trabalho de Conclusão de Curso teve como objetivo


analisar os dados sobre violação de direitos contra a criança e o adolescente. A
partir disso, entende-se que o fenômeno da violação de direitos contra crianças e
adolescentes não é um fenômeno contemporâneo e pontual, muito embora suas
manifestações sejam no cenário atual mais complexas de serem compreendidas
sobre violação de direitos e, sobretudo, buscando compreender as mais variadas
formas de violências.
Somente em 1990, com a promulgação do Estatuto da Criança e do
Adolescente, pela Lei nº 8.069/90, houve o entendimento de que as crianças e os
adolescentes são sujeitos de direitos e obrigações, disciplinando direitos
fundamentais, órgãos competentes para sua proteção, entre outras disposições. É a
primeira legislação para todas as crianças e todos os adolescentes,
independentemente de diferenças de classe social.
O Assistente Social enquanto profissional garantidor de direitos contribui para
uma intervenção mais definitiva e transformadora da realidade social de crianças e
adolescentes institucionalizados, assim como os demais problemas que circundam o
seu campo de trabalho, em que o profissional deve acompanhar o movimento
contemporâneo social e visualizar os novos espaços profissionais como
possibilidades e estratégias de intervenção em uma dada realidade concreta.
Apenas com o esforço de todos é que os direitos das crianças e dos
adolescentes poderão ser garantidos e um desenvolvimento pleno e sem traumas
poderá ser assegurado a eles, ajudando-os a constituir-se em verdadeiros cidadãos
no futuro.
54

8 REFERÊNCIAS

______. Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças


e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária. Brasília: Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de Assistência
Social, 2006;

AGÊNCIA BRASIL - Mais de 70% da violência sexual contra crianças ocorre


dentro de casa. Disponível em: < https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-
humanos/noticia/2019-05/mais-de-70-da-violencia-sexual-contra-criancas-ocorre-
dentro-de>. Acesso em 20 de junho de 2020.

ALEXANDER, P. C., TETI, L., & ANDERSON, C. L. (2000). Childhood sexual


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AMAZARRAY, M. R. & ROLLER, S. H. “Alguns aspectos observados no


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ANDRADE, M. C. A Geografia e a questão social. Recife: Editora Universitária da


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AZAMBUJA, Maria Regina Fay de. Violência Sexual Intrafamiliar: é Possível


Proteger a Criança? Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2004.

AZAMBUJA, Maria Regina Fay de; FERREIRA, Maria Helena Mariante. Violência
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55

AZEVEDO, G N. A.; KREISNER, B. G; MACHADO, P. X.; MARTINS, J. I.; ROLLER,


S. H. A trajetória das crianças e adolescentes vítimas de violência sexual: fatores de
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APÊNDICES
59

APÊNDICE A - E-BOOK

APÊNDICE B – FOLDER
60

APÊNDICE C – CARTILHA
61

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