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ESTRATÉGIAS DE EDUCAÇÃO NUTRICIONAL

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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3
2. ESTRATÉGIAS DE EDUCAÇÃO NUTRICIONAL COM ESCOLARES ............... 4
3. ESTRATEGIAS DE EDUCACAO NUTRICIONAL EM GRUPO ......................... 15
4. ESTRATÉGIAS DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA ATENÇÃO
PRIMÁRIA À SAÚDE................................................................................................ 18
5. ESTRATÉGIAS DE EDUCAÇÃO NUTRICIONAL NA REDUÇÃO DO
DESPERDÍCIO ........................................................................................................ 22
Referências .......................................................................................................................... 34

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1. NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em


atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com
isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível
superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de
promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem
patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras
normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e


eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética.
Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de
cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do
serviço oferecido.

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2. INTRODUÇÃO

A prática da educação nutricional no ambiente escolar está presente no


Programa Nacional de Alimentação Escolar- PNAE, sendo esta responsabilidade
atribuída ao profissional nutricionista responsável pela merenda escolar do município
e do território em execução. Ainda são poucos os relatos de experiência, assim como
a execução de pesquisas na temática.

O aumento da prevalência da obesidade e procura de hábitos de vida


saudáveis da população, impulsionaram a criação de projetos para ajudar na
promoção da saúde e prevenção de doenças.

A Educação Alimentar e Nutricional (EAN) se conceitua como um objeto de


ação multiprofissional, intersetorial e transdisciplinar, em que o conhecimento e o
aprendizado, contínuo e permanente, propõem-se a desenvolver a autonomia e a
voluntariedade ante os hábitos alimentares saudáveis, fazendo o uso de recursos e
abordagens educacionais ativas e problematizadoras. Dessa forma, a EAN
protagoniza importante eixo na promoção de hábitos alimentares saudáveis, sendo
uma estratégia indispensável dentro das políticas públicas em alimentação e nutrição.

Em Instituições Educacionais, a conscientização sobre uma alimentação


saudável bem como os prejuízos do desperdício de alimentos e os benefícios com a
redução deste, proporcionam uma nova visão para as crianças que estão em
constante observação e aprendizado. Com isso, ações educacionais e corretivas que
promovam a criação dessa conscientização são altamente eficazes para o ideal
comportamento com o alimento.

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3. ESTRATÉGIAS DE EDUCAÇÃO NUTRICIONAL COM ESCOLARES

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são um sério problema de


saúde pública. Além de gerar gastos à atenção em saúde, prejudicam a vida do
indivíduo, podendo até mesmo acarretar óbito por suas consequências.

A origem das DCNT’s são baseadas basicamente em fatores comportamentais


e genéticos, os fatores genéticos possuem pouca possibilidade de intervenção, mas
os fatores comportamentais responsáveis pela gênese destas doenças são
modificáveis.

Mudanças no estilo de vida da população ocasionados nas últimas décadas,


relacionadas a alimentação inadequada e falta de atividade física proporcionam com
que as DCNT’s ocorram cada vez mais precocemente. A obesidade infantil, trata-se
de um sério problema de saúde pública, e o seu surgimento na mais tenra idade
implica no possível surgimento de doenças crônicas na fase adulta, bem como nos
gastos na atenção primária para o tratamento.

A prevalência do excesso de peso e obesidade em crianças e adolescentes,


tem aumentado de maneira significativa. A prevalência é mais frequente no meio
urbano do que no meio rural.

Para tanto, há a necessidade do controle e prevenção da obesidade e


sobrepeso infantil, devendo esta estar vinculada às políticas públicas e programas de
promoção da saúde, com intuito de adequar e melhorar os hábitos alimentares
saudáveis e juntamente com a prática de atividades físicas.

Neste contexto, surge a Educação Alimentar e Nutricional da qual tem papel


importante em estabelecer ações para o controle desses avanços e garantir a
qualidade e o acesso de uma alimentação saudável.

É de grande importância que se ocorra à educação alimentar em escolares,


pois é nesta fase que se estabelecem as bases do aprendizado, e a criança inicia a
sua fase de discernimento passando a tomar contato com as preparações alimentares
e estabelecendo as suas preferências. A alimentação da criança, desde o seu

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nascimento possui repercussões ao longo de toda a vida, para que a mesma seja
saudável deve ser estimulada desde cedo, uma correta formação dos costumes nos
estágios iniciais favorece a saúde e o crescimento, prevenindo doenças crônicas
durante a fase adulta.

A prática do profissional nutricionista prioriza pelo exercício da dietética. No que


tange a alimentação escolar a atuação do nutricionista é regulamentada pelo
Programa de Alimentação Escolar, PNAE, da qual integra a Política Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional.

O PNAE trata-se de uma das políticas pública mais consistentes no Brasil, em


2017 completou 62 anos de exequibilidade, a sua cobertura visa atender a todos os
escolares da rede pública de ensino.

Dentre as atribuições obrigatórias do nutricionista em âmbito do Programa de


Alimentação Escolar destaca-se a proposição de ações de educação alimentar e
nutricional para a comunidade escolar.

Há uma dificuldade do nutricionista em exercer todas as suas atividades


técnicas no PNAE. Muitos destes profissionais estão acostumados a olhar para a
saúde apenas no âmbito de sua formação acadêmica e não de uma maneira
multidisciplinar.

Muitos destes profissionais que atuam nesta política embora conheçam


perfeitamente suas atribuições, estão sobrecarregados por atividades administrativas
e burocráticas, fazendo com que haja a carência de mais profissionais que atuem na
política.

As primeiras intervenções governamentais na alimentação ocorreram na


década de 1940, e possuíam um caráter educativo, o intuito destas ações era ampliar
os conhecimentos sobre alimentação racional e econômica da população. Cabe
salientar que neste período a desnutrição era o principal problema a ser contornado.

Embora o PNAE seja uma política antiga com mais de 60 anos de execução, a
educação nutricional ainda é uma prática pouco inserida nos municípios da qual esta
política é executada. É necessário fortalecer esta modalidade de ensino no ambiente
escolar, é necessário uma nova compreensão de alimentação escolar, que vai além
da refeição fornecida.

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Para a realização da educação nutricional no ambiente escolar, é necessário
envolver os professores diretamente vinculados ao meio, assim como é premente que
seja superado o ainda tão presente olhar biológico sobre a alimentação.

O pequeno número de trabalhos deve-se à prática ainda incomum de publicar


intervenções. Em se tratando de educação nutricional, ainda são poucas as
referências bibliográficas ilustrando as atividades. Compreende-se que a formação
dos hábitos alimentares é influenciada por fatores fisiológicos, psicológicos,
socioculturais e econômicos e que têm sua formação iniciada na infância. Assim,
entende-se que a escola apresenta um ambiente privilegiado para este programas e
essa conjuntura vem sendo considerada na formulação de políticas públicas em
alimentação e nutrição.

A realização de atividades de educação nutricional é imprescindível para a


formação de hábitos de vida desta população. As dinâmicas pedagógicas contribuem
de maneira eficaz para o ensino de nutrição, uma vez que as crianças aprendem com
mais facilidade por meio de atividades lúdicas.

Objetiva-se elucidar de uma forma pedagógica a importância da ingesta de uma


dieta equilibrada para escolares, mostrando que ser saudável não significa ingerir
alimentos menos saborosos e com aspecto desinteressante.

A idade pré-escolar corresponde os 2 aos 6 anos de idade. Este é considerado


um grupo de risco quando se fala em nutrição, uma vez que representa a idade de
formação dos gostos alimentares, é uma faixa etária que possui necessidades
nutricionais altas e é suscetível as doenças contagiosas.

A formação dos hábitos alimentares inicia-se com a genética, que interfere nas
preferencias, que sofrem várias influencias do ambiente: o tipo de aleitamento
recebido nos primeiros seis meses de vida, a forma como os alimentos
complementares foram inseridos no primeiro ano, hábitos familiares e condições
socioeconômicas, entre outros.

Quando a criança passa a frequentar outros ambientes, tais como a escola e


inicia a sua socialização, mais influências são sofridas, uma vez que a mesma passa
a repetir o comportamento de seus colegas, amigos e professores, que podem ser
bons ou ruins. Desta forma a alimentação saudável deve ser trabalhada em grupo, e

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o ambiente familiar e a escola são os lugares privilegiados para o exercício da
educação alimentar.

Foi constatado que o aumento do consumo de alimentos ricos em açúcares


simples, com alta densidade energética, e a diminuição da prática de exercício físico
são os principais fatores relacionados ao meio ambiente. A mudança da alimentação
e das formas de entretenimento; presença de videogames, televisão, computador nas
residências associada com o baixo consumo de verduras, confirmam a influência do
meio sobre o desenvolvimento do excesso de peso. Brincar e jogar são atos
indispensáveis à saúde física, emocional e intelectual, que trabalham com o lúdico. O
jogo, nas suas diversas formas, auxilia no processo ensino-aprendizagem, tanto no
desenvolvimento psicomotor, isto é, no desenvolvimento da motricidade bem como no
desenvolvimento de habilidades do pensamento, o ensino quando realizado via
brincadeiras não é maçante e a educação nutricional pode-se inserir neste meio.

Para que haja aceitabilidade da criança perante um novo alimento, é necessário


de que ela se familiarize com o mesmo. A familiarização, e a exposição repetida faz
com que se produza o condicionamento, aumentando a aceitação do alimento.

O aumento da aceitação do novo alimento ocorre somente após 12 a 15


ingestões do alimento, podendo ocorrer desistência dos pais, neste período, devido à
rejeição da criança ao alimento. O medo de experimentar novos alimentos é uma
característica predominante na fase pré escolar. Todavia, é a exposição repetida que
poderá contribuir na redução do medo de experimentar novos alimentos.

Uma prática de educação alimentar é adequada quando contribui para a


construção de seres humanos saudáveis, conscientes de seus direitos e deveres e de
sua responsabilidade para com o meio ambiente e com a qualidade de vida de seus
descendentes. O que garante uma vida saudável são as escolhas certas de alimentos,
mantendo uma variedade de nutrientes.

Dentre as estratégias de intervenção encontradas como estratégias de


educação nutricional, a maioria destas referem-se a visita domiciliar, palestra,
encontro de grupo, curso e disciplina. Para as atividades educativas, são utilizados os
recursos como: filmes, jogos, dinâmicas, brincadeiras, cartazes, fantoches, histórias,
maquetes e degustação de alimentos. A duração média de cada intervenção é de 15
minutos a duas horas, variando de um a 18 encontros que acontecem, com mais

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frequência, mensalmente. O referencial teórico mais comumente apontado é a
abordagem social cognitiva e a dialógica de Paulo Freire.

A maior parte das intervenções em educação desenvolvidas no ambiente


escolar, nem sempre tem a responsabilidade do nutricionista, em geral este atua de
maneira compartilhada com outros profissionais, ou ainda, envolvem atores em
formação, como estudantes e residentes de Nutrição.

Uma dificuldade encontrada pelos profissionais da área da saúde no que tange


aos grupos operativos ainda é “como fazer/produzir saúde sem que sejam apenas
prescrições e transmissão de informação/conhecimentos”.

Principalmente em educação nutricional, a metodologia empregada e a faixa


etária da qual a metodologia é empregada, é o grande diferencial destas ações.

Trabalhando o ensino de nutrição básica, contemplando os temas que tratam


de prato colorido, a importância de uma dieta balanceada, minerais e vitaminas,
podem ser propostas algumas atividades. Para a realização da atividade os materiais
utilizados podem ser cartazes e o quadro de giz.

Outra atividade proposta na modalidade de brincadeira trata-se de um dominó


de frutas, da qual o aluno deve completar o nome com a figura do alimento desenhada
e as respectivas letras que compõem a palavra.

Na educação infantil o ato de brincar é utilizado como ponto de partida para


uma forma prazerosa de aprender. Portanto, é este ato de Liberdade que proporciona
a construção de conhecimento, que é adquirido através da ludicidade e ativa e pela
troca de ideias. As atividades lúdico-pedagógicas.

O profissional de saúde ao sugerir qualquer intervenção na área alimentar deve


ponderar os aspectos não apenas econômicos, mas também os culturais envolvidos,
principalmente quando a proposta de intervenção envolve aspectos educativos.

A educação nutricional é apontada como estratégia de ação, no campo da


educação em saúde, a ser adotada para conter o avanço da ocorrência de doenças
crônicas não transmissíveis, uma vez que a alimentação de má qualidade é
considerada um fator de risco para inúmeras doenças. A escola, então, é um ambiente
favorável para desenvolver estratégias de educação nutricional, uma vez que pode
envolver os escolares, o corpo docente, a família e a comunidade.

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Sobre os temas abordados nas práticas educativas (quadro 1), a maioria dos
estudos abordou a pirâmide alimentar e os grupos de alimentos, o que mostra a sua
importância na formação de hábitos alimentares saudáveis.

Quadro 1 – Características das práticas de Educação Nutricional desenvolvidas na Educação


Básica, segundo temas abordados, estratégias de educação nutricional, instrumento de
avaliação do conhecimento e resultados.

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(cont.)

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(cont.)

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Fonte: Reis e Reinaldo, 2018.

Conforme as práticas educativas descritas, observa-se que a maioria permitiu


a inserção do educando no processo, o que favoreceu uma maior interação dos alunos
e educador. Ainda, o uso do lúdico se fez presente em praticamente todos os estudos
analisados, o que proporcionou a execução de atividades prazerosas e suficientes
para prender a atenção dos alunos.

A presença do profissional Nutricionista não foi identificada em todos os


estudos. Sugere-se que em todas as atividades de educação nutricional tenha a
presença do Nutricionista, o profissional mais apto para trabalhar o tema “Alimentação
e Nutrição” no ambiente escolar ou em qualquer “sala de aula”, o que pode diminuir
os possíveis vieses dos estudos.

Vale ressaltar que as ações para promoção de hábitos alimentares saudáveis


no ambiente escolar devem ocorrer de forma programada, contínua e sistemática,
adequadas a públicos-alvo específicos, pautadas em aspectos metodológicos

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consistentes, uma vez que estes são fundamentais para alcançar o público-alvo,
principalmente crianças e adolescentes.

 SAIBA MAIS:
Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=HjUIlkVwiHM para saber
mais sobre Estratégias de Educação Alimentar e Nutricional e
https://www.youtube.com/watch?v=O824pUybXUM para saber mais sobre
EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL NAS ESCOLAS e
https://www.youtube.com/watch?v=dJRf5BtEBTw para saber mais sobre
Educação Alimentar e Nutricional na Educação Infantil

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4. ESTRATEGIAS DE EDUCACAO NUTRICIONAL EM GRUPO

Inúmeros fatores influenciam a escolha qualitativa e quantitativa dos alimentos


a serem ingeridos. Isto significa que os hábitos alimentares constituem o resultado
das experiências apreendidas ao longo da vida e a mudança destes hábitos, através
da reeducação alimentar, é um objetivo difícil de ser alcançado por pessoas com
excesso de peso, por alterar um hábito de vida.

Portanto, é possível, com algum esforço e técnicas eficazes de educação,


reformular esses mesmos hábitos alimentares, no sentido de corrigir possíveis
distúrbios nutricionais.

Neste contexto, a promoção de práticas alimentares saudáveis representa


estratégia de importância fundamental para o enfrentamento dos problemas
alimentares e nutricionais da atualidade.

Propostas educativas em nutrição com atendimentos em grupos objetivam


tornar o ambiente interativo e facilitador de aprendizagem, possibilitando mudança dos
hábitos alimentares e oportunizando melhor qualidade de vida, oferecendo trocas de
experiências e aquisição de novos conhecimentos, possibilitando a intervenção em
um maior número de pessoas com uma questão em comum.

Portanto, estratégias de educação nutricional devem ser planejadas e


apresentadas aos grupos sujeitos a este tipo de intervenção, objetivando adequação
à sua realidade para que assim estes novos hábitos sejam verdadeiramente aderidos.

A estratégia de intervenção nutricional é capaz de promover alterações


favoráveis nos hábitos alimentares, nas medidas antropométricas e também nos
hábitos de vida, após meses de acompanhamento.

A transição nutricional traz à tona essa necessidade da prática da educação


nutricional como recurso para a promoção e recuperação da saúde.

A educação alimentar realizada em grupos é considerado uma estratégia eficaz


na promoção da saúde, pois se sabe que o aumento dos conhecimentos e a discussão
em grupo sobre situações do cotidiano alimentar e hábitos de vida saudáveis auxiliam
em melhores escolhas, que podem resultar em mudanças duradouras no

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comportamento alimentar, com intuito de prevenção de doenças e promoção da
saúde.

Em um estudo foram selecionados para a pesquisa adolescentes, adultos e


idosos de ambos os sexos, apresentando sobrepeso ou obesidade, com desejo de
reduzir peso e melhorar a qualidade de seus hábitos alimentares.

Os encontros foram realizados semanalmente ou quinzenalmente, totalizando


sete encontros. No primeiro encontro foi realizada a coleta de dados antropométricos
e aplicação do questionário. Após uma semana foi entregue a cada participante um
plano alimentar com o objetivo de melhoria do habito alimentar.

Os próximos encontros foram realizados quinzenalmente para avaliação


antropométrica e participação nas palestras, nas quais a nutricionista abordava
assuntos relacionados com a alimentação e a saúde, e teve a participação da equipe
multidisciplinar do NASF, como do Psicólogo, Farmacêutico e Educador Físico, foi
ministrado palestras que trabalharam a temática de qualidade de vida, abordando com
os seguintes temas: Alimentação Saudável; Palestra de Motivação com a Psicóloga;
Automedicação e os malefícios dos medicamentos para emagrecer; A Importância da
Atividade Física.

Os pacientes também tiveram momentos para se expressarem sanar suas


dúvidas, curiosidades e/ou relatar avanços com a participação no projeto.

Através da intervenção nutricional, houve melhora no estado nutricional dos


participantes, observou-se diminuição em todos os índices ou medidas. Diminuíram a
obesidade central para os níveis normais após intervenção. É de extrema importância
se avaliar, a obesidade abdominal juntamente com o IMC para predizer risco de
morbidades.

Toda e qualquer intervenção nutricional educativa terá maiores chances de


sucesso, se estiver incluída em programas habituais que promovam pequenas e
confortáveis, mas importantes mudanças, por um longo período de tempo.

Quanto à ingestão de Frutas, Legumes, Verdura, Feijão e Leites e derivados,


houve um aumento da ingestão de todos eles em uma vez ao dia. Frutas, legumes e
verduras são ricos em vitaminas, minerais e fibras e devem estar presentes
diariamente nas refeições, pois contribuem para a proteção à saúde e diminuição do

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risco de ocorrência de várias doenças, em relação ao leite, este e derivadas são fontes
de proteínas, vitaminas e a principal fonte de cálcio da alimentação, nutriente
fundamental para a formação e manutenção da massa óssea. O consumo desse
grupo de alimentos é importante em todas as fases do curso da vida.

O ministério da Saúde orienta o consumo de 3 porções de frutas, 3 porções de


verduras e legumes, 1 porção de leguminosas (feijões) por dia e 3 porções diárias de
leites e derivados.

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5. ESTRATÉGIAS DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

A Atenção Primária à Saúde (APS) é reconhecida como uma estratégia


essencial no combate à disparidade da assistência à saúde no Brasil, representando
o contato preferencial dos usuários com os sistemas de saúde. No País, o termo APS
é considerado equivalente ao termo Atenção Básica (AB), sendo os termos utilizados
nas políticas e literatura nacional. O desenvolvimento das ações na APS parte de
técnicas educativas que possam intervir no processo de saúde-doença da população.
Nesse sentido, a alimentação e a nutrição fazem parte das condições básicas para a
promoção e proteção à saúde, sendo que as estratégias de A Educação Alimentar e
Nutricional (EAN) representam papel fundamental no contexto da AB e, em especial,
na Estratégia Saúde da Família (ESF), que surge para reorganizar a rede de atenção
a fim de aproximar o trabalho educativo na comunidade, ampliando o seu campo de
intervenções.

Mesmo diante dos avanços e acúmulos de conhecimento sobre EAN e sua


crescente valorização, sobretudo nas políticas públicas em alimentação e nutrição,
seu âmbito de atuação não está distintamente definido, dispondo de diferentes
entendimentos quanto a sua abordagem prática e conceitual, bem como um consenso
das dificuldades de desenvolver intervenções em decorrência da baixa existência de
referenciais teóricos, metodológicos e operacionais, havendo escassas referências
quanto aos elementos que presidem sua prática.

O quadro 2, como objetivos, observou-se que 36,4 % dos estudos tinha por
objetivo avaliar uma intervenção em EAN sobre um grupo específico que estivesse
vinculado à APS, mais precisamente sobre o público que frequentava a Academia da
Saúde, associando a prática de exercício físico com a intervenção em EAN. Os outros
artigos dispunham de intervenções sobre uma população específica com alguma
Doença Crônica Não Transmissível (DCNT), como hipertensão arterial sistêmica,
diabetes mellitus e obesidade, sem associação com a prática de exercícios físicos
apenas com o desenvolvimento de atividades em EAN.

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Quadro 2. Categorização dos artigos que apresentam estudos de intervenção em educação
alimentar e nutricional em adultos atendidos na APS no Brasil quanto aos objetivos,
metodologia e principais resultados, publicados no Brasil no período de 2006 a 2016

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Quadro 2. (cont.)

Fonte: França e De Carvalho, 2017.

Quanto à metodologia desenvolvida nos estudos, nota-se que as intervenções


foram realizadas de diferentes formas, apresentando, na maior parte dos trabalhos,
mais de uma estratégia desenvolvida em um único grupo, utilizando tanto ferramentas
lúdicas como teatro, apresentação de vídeos, fotos, como a avaliação antropométrica
e bioquímica, palestras, preenchimento de questionários e até mesmo a realização de
visitas domiciliares. O período de duração em que foram desenvolvidas as
intervenções variou nos estudos entre 7 semanas e 15 meses. As avaliações das
intervenções se deram por meio da aplicação pré e pós-intervenção, com avaliação
antropométrica para a observação quanto ao estado nutricional, além da aplicação de
questionário sobre conhecimento em nutrição e hábitos alimentares e aferição da
pressão arterial. Outros métodos de análise das intervenções também foram utilizados
em alguns trabalhos, em menor expressão como o grupo focal relatado em apenas
um estudo.

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Os estudos selecionados descreveram como resultados a melhora do perfil
alimentar, das medidas antropométricas, do estado nutricional dos usuários, bem
como dos parâmetros bioquímicos, quanto à glicemia, colesterol, da pressão arterial,
além de melhorar a adesão ao tratamento quanto à hipertensão, diabetes e
obesidade. Todavia, percebe-se uma fragilidade quando se analisam as questões
referentes às estratégias metodológicas de EAN, visto que estudos possuem um
período de intervenção menor ou igual a 5 meses, não propondo um trabalho contínuo
e permanente como preconizado. Além disso, apenas um estudo realizou avaliação
qualitativa, na perspectiva de compreender a percepção do participante e as questões
inerentes ao empoderamento e autonomia do sujeito sobre os seus hábitos
alimentares. Quanto ao uso de abordagens educacionais ativas e problematizadoras,
apenas um dos artigos utilizou tais ferramentas para o desenvolvimento das oficinas.

Diante disso, a EAN deve basear-se na ampliação da autonomia e no


fortalecimento da participação ativa dos sujeitos, aumentando a capacidade de
escolha dos indivíduos, bem como o de transformar e produzir em sua própria
realidade. Destaca-se que educar não é adestrar, dessa forma, a transmissão de
conhecimento limita as ações da EAN, pois alimentar-se envolve muito mais que
ingerir nutrientes necessários a uma boa qualidade de vida, a alimentação
compreende um universo de significados que perpassa do prazer pessoal até fatores
socioculturais nos quais o indivíduo está inserido.

Dificuldades que podem ser observadas relacionadas com o cotidiano dos


serviços de saúde para o desenvolvimento de intervenções de EAN, limitações estas
inerentes ao próprio serviço – como a grande rotatividade dos usuários e de
profissionais, o abandono do tratamento, a falta de apoio da gestão para as atividades
de educação em saúde –, muitas vezes visam somente à produtividade, e não à
qualidade do serviço prestado, ao perfil e ao conhecimento do profissional de saúde
sobre a temática, às condições de vida e de pobreza local.

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6. ESTRATÉGIAS DE EDUCAÇÃO NUTRICIONAL NA REDUÇÃO DO
DESPERDÍCIO

Existem diversas definições para Educação Alimentar e Nutricional (EAN). A


educação nutricional é “uma variedade de experiências planejadas, para facilitar a
adoção voluntária de hábitos alimentares ou de qualquer comportamento relacionado
à alimentação, que conduz à saúde e ao bem estar”. A Educação Nutricional “dá
ênfase ao processo de modificar e melhorar o hábito alimentar a médio e longo prazo;
preocupa-se com as representações sobre o comer e a comida, com os
conhecimentos, as atitudes e valores da alimentação para a saúde, buscando sempre
a autonomia do indivíduo”. Independentemente da definição, a EAN tem sido fator
determinante para a prevenção e controle das doenças crônicas não transmissíveis,
redução das deficiências nutricionais, a criação de hábitos saudáveis, a redução do
desperdício de alimentos e a promoção do consumo sustentável.

No contexto de Educação Nutricional, o ambiente escolar é considerado um


excelente lugar para o desenvolvimento de ações direcionadas a promoção de saúde
e qualidade de vida, isso porque na idade de pré-escolar, de 2 a 6 anos, o indivíduo
está passando pelo processo de maturação biológica. A formação correta hábitos
alimentares na infância favorecem a uma boa saúde ao longo da vida. Outro motivo é
a possibilidade de inclusão da comunidade social, familiar e escolar em todo o
processo de formação e consolidação de hábitos.

O Educar é um processo que valoriza as potencialidades do indivíduo


favorecendo a descoberta e o desenvolvimento de suas habilidades individuais. Dessa
forma, na escola é possível a utilização de técnicas lúdicas que permitam aproximação
e interação dos alunos juntamente com os diferentes profissionais nela lotados, ou
seja, a comunidade escolar. Entende-se por comunidade escolar, conforme resolução
380/05, “conjunto formado por alunos, pais ou responsáveis pelos alunos e pelos
profissionais da educação em efetivo exercício das respectivas atividades no
estabelecimento de ensino”.

O contexto desafiador da educação nutricional exige o desenvolvimento e a


prática de abordagens educativas que permitam abraçar os problemas alimentares
em sua complexidade, tanto na dimensão biológica como na social e cultural. As

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abordagens inter e transdisciplinares são opções que podem oferecer caminhos
alternativos dentro da escola.

Juntamente com a educação nutricional, a promoção da alimentação saudável


deve se basear em um ambiente onde as práticas e escolhas diárias sejam adequadas
para cada indivíduo. O Guia Alimentar para a População Brasileira é o primeiro
documento oficial que define as diretrizes alimentares para orientar escolhas mais
saudáveis de alimentos pela população brasileira a partir de 2 anos de idade. O ato
de comer já não é mais considerado apenas para atender as necessidades biológicas,
mas é também fonte de prazer, socialização, e expressão cultural.

Os atuais estilos de vida causam influências significativas na maneira alimentar


da população, oferta de opções de alimentos e preparações alimentares, a influência
do marketing, da tecnologia de alimentos e da mídia geram novos comportamentos
em relação ao alimento. Portanto, promover uma alimentação saudável em um
ambiente escolar permite consolidar os novos hábitos que serão utilizados pelo
restante da vida.

Além de todo o respaldo sobre como a alimentação saudável deve ser


compreendida, a Educação Nutricional também abrange áreas como o desperdício de
alimentos e a redução do mesmo. De acordo com a Organização das Nações Unidas
para a Alimentação e a Agricultura (FAO), cerca de 30% dos alimentos produzidos no
Brasil são desperdiçados, seja nos supermercados, no momento da produção ou
quando são rejeitados pelos consumidores. Em Instituições Educacionais, a
conscientização sobre os prejuízos do desperdício de alimentos e os benefícios com
a redução dele, proporcionam uma nova visão para as crianças que estão em
constante observação e aprendizado. Com isso, ações educacionais e corretivas que
promovam a criação dessa conscientização são altamente eficazes para o ideal
comportamento com o alimento.

Com base na importância da Educação Alimentar e Nutricional, promoção da


alimentação saudável e redução do desperdício de alimentos, o presente projeto
abriga ações que foram desenvolvidas em um instituto educacional com crianças de
2 as 6 anos. Essas ações foram importantes, pois incentivaram a criação de hábitos
saudáveis, a conscientização sobre o melhor tratamento do alimento no que concerne

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aos aspectos higiênicos sanitários, ambientais e culturais, como também a valorização
do meio ambiente e não desperdício de alimentos, da promoção do convívio social.

Com o intuito de levar conhecimentos diversos acerca dos alimentos em toda


sua complexidade, tanto na dimensão biológica, social, ambiental e cultural, podem
ser propostas atividades em educação infantil como exemplos a seguir:

1) Elaboração de ações de educação nutricional para promover a


alimentação saudável, o não desperdício de alimentos, respeito ao meio
ambiente e ao próximo -

Boas maneiras com a turma da Monica (vídeo), higiene das mãos (música e
prática de como lavar as mãos), conhecendo os alimentos de acordo com as cores
primárias (as crianças lavam frutas e hortaliças e depois degustaram), teatro sobre a
importância de uma boa alimentação e higiene dos alimentos, teatro com o tema
desperdício zero, oficinas culinárias saudáveis (brigadeiro de cenoura, cupcake de
beterraba, bolo de feijão, cookies e sucos) e higiene bucal.

2) Banana, fonte de vida –

Capacitação com professores e educadores acerca da biomassa de banana


verde. Esse alimento pode ser escolhido por ser de fácil acesso, baixo custo e boa
aceitação. Além de incorporar os conceitos almejados (comportamento social, higiene
pessoal, higiene dos alimentos, alimentação saudável e sustentabilidade). Esse
projeto complementar pode ser chamado de: “Banana fonte de vida”. Nesta
capacitação pode ser mostrado como fazer a biomassa de banana verde e quais seus
benefícios. Debate sanando dúvidas de como prepará-la, conservá-la e usa-la em
preparações do dia a dia passando a informação para as crianças de forma lúdica,
divertida e prática. Saber explicar a colheita à preparação da biomassa de banana
verde de forma que os conceitos almejados sejam trabalhados é imprescindível. Para
melhor entendimento das crianças, podem ser usada roda de conversa, confecção de
brinquedos com materiais reciclados, pesquisas sobre o tema, murais e cartazes,
massinha caseira para fazer o processo de produção da biomassa de banana verde
da colheita ao preparo da biomassa, criando músicas com o tema e preparações
culinárias com experimentação e degustação de novos alimentos.

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3) Ações de educação nutricional com as crianças acerca do tema:
Banana fonte de vida (oficinas culinárias, teatro e atividades em sala de aula
com auxílio de educadores e professores) –

Para capacitar as crianças são executadas oficinas começando da colheita da


banana verde na horta da creche, por exemplo. Neste momento pode ser explicado a
importância de preservar o meio ambiente, cuidar bem das plantas, e de si mesmo
para se ter alimentos pra vida toda. Depois de colher as bananas as crianças levam
as bananas para o refeitório onde lavadas uma a uma com água corrente e detergente
neutro, cozidas sob panela de pressão por dez minutos, descascadas e,
posteriormente, as polpas são homogeneizadas em processador de alimentos
doméstico previamente higienizado por cinco minutos sem adição de água conforme
esquema a seguir (figura 1):

Figura 1: Preparo da biomassa de banana

Fonte: CRN-1, 2015

 As crianças podem experimentar o purê, para na etapa seguinte elaborar


uma receita com a biomassa de banana verde. Desenvolver atividade com o tema
conforme a faixa etária, respeitando as habilidades cognitivas dos alunos. Abaixo
alguns exemplos de atividades que podem ser executadas:

 Maternal (2 anos): elaborados dois murais, sendo um com o tema


bananal usando colagem e outro com o preparo da biomassa. Além disso, fazer a
elaboração da biomassa de banana verde em formato de mural e cookies usando a
biomassa de banana verde.

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 Maternal (3 anos): criar uma música e fazer um suco usando a biomassa
de banana verde. O suco pode ser chamado de “suco da beleza” – composto por
laranja, beterraba e biomassa. Todas as crianças participam de uma oficina culinária
para aprender a fazer o suco e experimentá-lo. Todas levam para casa a receita do
suco e incentivadas a pedir os pais que repliquem a receita em casa.

 1º Período (4 anos): Preparação do bolo de feijão – composto por feijão


preto e biomassa. Com uma oficina de culinária ensinando a preparar o bolo de feijão
com biomassa e degustação. Esta receita pode ser escolhida pelo seu valor nutritivo,
fácil preparo, baixo custo e pelo reaproveitamento dos alimentos (usa feijão preto
cozido sem tempero, farinha de rosca, farinha de trigo, água, ovos, fermento e açúcar)
além de não conter lactose.

 2º Período (05 anos): Confecção de uma maquete que representa o


processo de colheita, higienização, preparação da biomassa e elaboração do bolo de
banana com aveia.

 2º Período (5-6 anos): juntar todo conhecimento para montar uma


bandeja com a demonstração do uso da biomassa e confecção de um livro sobre
alimentação saudável.

1º Passo do projeto com a turma do 2º Período (conhecimentos prévios)

No primeiro dia do projeto “banana, fonte de vida” com subtema “alimentação


saudável”, verificar os conhecimentos prévios dos alunos por meio de uma roda de
conversa informal sobre o tema designado para essa turma trabalhar em sala. Neste
momento as crianças são incentivadas a expressarem suas ideias e opiniões sobre a
temática. Após o momento da construção de ideias, formam-se grupos para realização
de um trabalho de pesquisa com recorte e colagem de alimentos saudáveis e não
saudáveis para a construção de cartazes coletivos.

Na montagem dos cartazes pode-se perceber que alguns são desconhecidos


por algumas crianças, como sendo nocivos à saúde. Por exemplo: caixa de suco está
colada no cartaz de alimentos saudáveis.

2º Passo do projeto com a turma do 2º Período (entendimento sobre o que


é uma alimentação saudável)

Objetivos do 2º Passo do projeto com a turma do 2º Período

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 Ampliar paulatinamente o interesse pela alimentação saudável;

 Compreender o que é alimentação saudável e sua importância para a


saúde

 Identificar as preferências alimentares dos alunos.

 Incentivar os bons hábitos alimentares;

Metodologia do 2º Passo do projeto com a turma do 2º Período

Após, verificar os conhecimentos prévios dos alunos acerca da temática


(Banana, fonte de vida e alimentação saudável), parte-se para o momento de
construção do conhecimento. Iniciada com a roda de conversa, para falar da
importância da alimentação saudável e benefícios para a saúde, no intuito de
proporcionar a reflexão e construção paulatina dos hábitos alimentares; Cada criança,
após orientada sobre a alimentação saudável, monta seu prato de acordo com suas
preferências.

Nesta atividade, as crianças aprendem de forma lúdica como se monta um


prato com fontes de: Proteína animal (carne bovina ou suína, peixe, frango, ovo),
proteína vegetal (feijão, ervilha, soja, grão de bico), Carboidratos (arroz, macarrão) e
Vegetais e Hortaliças. Os alunos também expressam suas preferências alimentares.
Tais atividades são desenvolvidas durante uma semana, com o trabalho de pesquisa
em revistas, vídeos, músicas, recortes, colagens e montagens.

3º Passo do projeto com a turma do 2º Período – Aprendendo sobre a


banana e a bananeira

Objetivos do 3º Passo do projeto com a turma do 2º Período

 Conhecer algumas curiosidades sobre a banana e a bananeira;

 Iniciar a montagem do livro coletivo sobre as curiosidades da banana e


da bananeira;

 Dar a oportunidade de conhecer a árvore que produz as bananas:


bananeira

 Conhecer a cor e a textura da banana verde

Metodologia do 3º Passo do projeto com a turma do 2º Período

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Nesta etapa, inicia-se o processo de conhecimento das crianças sobre a
banana e a bananeira, pois considera-se fundamental, conhecer o alimento que foi o
protagonista do projeto (banana verde). Inicialmente, as crianças são conduzidas à
área externa da escola para terem contato com a bananeira, se caso houver no local
da escola, onde é possível, tocarem e observarem suas características, como também
expressarem suas ideias, instigando a curiosidade.

4º Passo do projeto com a turma do 2º Período – Conhecendo a Biomassa

Objetivos do 4º Passo do projeto com a turma do 2º Período

 Compreender o conceito de Biomassa;

 Confeccionar fantoches de banana verde;

 Preparar a receita da biomassa;

 Instigar a curiosidade acerca da temática (biomassa)

 Compreender passo a passo o processo de preparação da biomassa;

 Confeccionar brinquedos temáticos com material reciclado,

 Participar da roda de conversa e das atividades;

Metodologia do 4º Passo do projeto com a turma do 2º Período

Inicialmente fala-se informalmente sobre que é biomassa e como poderia ser


inserida na alimentação e deixar as refeições mais saudáveis. Abordando o conceito,
dando ênfase nos benefícios a saúde, uso na culinária e a quantidade de porções
diárias a ser consumida. Responder questões como: o que sabemos/ queremos saber;
e porquê, como e quantas vezes é inserida nas refeições da escola? os alunos ficam
curiosos e instigados com o assunto. Nesta etapa, para que assimilem bem a temática,
são propostas, atividades lúdicas, como a montagem de uma música, confecção de
dedoches para encenarem, jogos de quebra cabeça e bonecos feito de material
reciclável.

5º Passo com a turma do 2º Período

Nesta etapa a família também é inserida no projeto

Objetivo do 5º Passo do projeto com a turma do 2º Período

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 Integrar a família no projeto banana fonte de vida

Metodologia do 5º Passo do projeto com a turma do 2º Período

Realizar uma palestra para os familiares e toda a comunidade escolar.

4) Incentivo ao não desperdício de alimentos nos refeitórios com um


projeto complementar chamado: Desperdício Zero

O primeiro passo é pesar os restos dos alimentos que sobram nos pratos das
crianças. Depois de pesado por aproximadamente dois meses é calculada uma média
de desperdício por refeitórios e por turma. Com o intuito de promover o não
desperdício dos alimentos é elaborado um teatro com a temática e apresentado para
as crianças e educadores.

Após a apresentação do teatro são fixados murais nos refeitórios e as crianças


e educadores são incentivados a não desperdiçar alimentos, ou seja colocar porções
menores no prato e repetir quando quisessem. Os valores de restos são anotados nos
murais. Quando a turma desperdiçava abaixo de 200g recebem uma carinha feliz e
parabéns da nutricionista, dos educadores. Acima de 200g era colocado no mural uma
carinha triste e as crianças questionadas sobre o motivo de deixarem tanta comida no
prato. Quando observado que o desperdício é constante com determinadas
preparações, as mesmas devem ser modificadas de forma a diminuir o desperdício.

5) Promoção de uma feira de ciências cuja participação envolveu


funcionários, alunos, pais e convidados.

Para incentivar e motivar as crianças é realizada uma feira de ciências dentro


da instituição. Os pais e toda a comunidade escolar são convidados a prestigiar os
trabalhos dos alunos. Cada turma monta sua exposição. Convidam alguns
professores de nutrição para avaliar as crianças segundo critérios pré-estabelecidos
como o grau de participação, criatividade e envolvimento nas atividades conforme os
eixos solicitados: alimentação saudável e sustentabilidade.

6) Premiação das crianças que participam do projeto.

Ao término da feira de ciências as crianças são levadas ao pátio da escola e


ansiosas por saber quem será o ganhador da competição, são surpreendidas com
medalhas individuais de honra ao mérito a todos os alunos. No encerramento do

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projeto complementar banana fonte de vida, além das medalhas é servido um lanche
com todas as preparações feitas pelas turmas com a biomassa de banana verde,
assim todos podem degustar todas as preparações.

Na vigência do projeto observa-se muitos resultados positivos, dentre os quais


se pode destacar:

 Há adesão e comprometimento de toda a equipe durante a execução do


projeto o que faz com que tenham êxito e sucesso alcançados;

 Uma das dificuldades que se encontra em creches e escolas, em geral,


é a efetiva participação dos pais no processo educativo. O andamento do projeto sem
adesão dos pais não faria sentindo uma vez que as ações de educação nutricional e
atividades educativas visam transformar a criança em um multiplicador do
conhecimento levando-os a inserir os conhecimentos adquiridos no âmbito familiar

 Por meio do projeto é possível promover a interação das crianças e dos


educadores do ponto de vista social e cultural, assim como o incentivo a mudança de
hábitos não saudáveis para práticas mais saudáveis, redução do desperdício de
alimentos e respeito ao meio ambiente com foco na sustentabilidade. Alguns conceitos
podem ser trabalhados concomitantes ao projeto com medidas simples como fechar
a torneira ao escovar os dentes, não demorar no banho, reutilização da água de
higienização dos alimentos para higienização do piso, lixeiras separadas para lixo
seco e lixo orgânico e uso racional das lâmpadas nos ambientes onde não há
iluminação natural.

 O treinamento realizado para capacitação dos educadores (professores)


sobre a banana verde, preparação da biomassa e possíveis receitas, traz uma
conscientização sobre a importância deste alimento bem como dos benefícios da
biomassa para a saúde da sociedade. Esta etapa é primordial, pois após
entendimento há também engajamento e o projeto ganha força. Destaca-se que um
projeto como esse só é viável e possível quando as ações prévias de nutrição já
acontecem e os conhecimentos são somados, uma vez que se junta as habilidades
de nutrição e as habilidades de pedagogia.

 Após a capacitação dos educadores, com auxílio dos mesmos, são


traçadas estratégias de atividades educativas e distribuídas de forma a respeitar a

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habilidade cognitiva de acordo com a faixa etária (02 anos a 05anos). As turmas
realizam as várias atividades com muito entusiasmo. Cada turma desenvolve uma
receita saudável que deve conter a biomassa de banana verde, além de brinquedos
utilizando materiais reciclados relacionados ao tema:

1. Maternal (2 anos): receita de cookies saudáveis, além de um mural


ensinando a preparar a biomassa de banana verde (montagem de um bananal); O
cookie pode ser escolhido por estar vinculado ao ensino pedagógico que pode estar
sendo abordado em sala as, no caso, forma geométricas. Outro objetivo é o de
estimular a coordenação motora e autonomia das crianças.

2. Maternais (3 anos): suco verde (couve com laranja) e suco da “beleza


(beterraba com laranja) além de reproduzir com caixas de papelão o liquidificador e
os alimentos usados para fazer os sucos. As crianças também criam uma paródia
ensinando a fazer o sucos. Neste contexto os sucos são escolhidos por conter a cor
verde, as crianças tendem a rejeitar os folhosos nas refeições. Trabalhar de forma
lúdica com os alimentos associando as cores primárias por exemplo, podemos
“quebrar” um pouco a resistência com as preparações verdes. O outro suco de
beterraba com laranja chamado carinhosamente de suco da beleza, já sendo
trabalhado em aulas de educação nutricional pode ter boa aceitação pelas crianças,
sendo adicionado a biomassa. Colocar uma preparação menos aceita e outra já
conhecida pelos alunos ajuda a motivar as crianças a participar com mais entusiasmo
no projeto.

3. 1º Período (4 anos): as crianças desenvolvem uma preparação de bolo de


feijão com biomassa de banana verde e constroem um bananal com materiais
recicláveis dentro da sala. É gratificante ver o processo de aprendizagem e
transformação dos ingredientes em um produto final com paladar que pode ser
aceitado pelas crianças. Durante as oficinas culinárias as crianças aprendem
conceitos de matemática, pois precisavam medir os ingredientes, cores, origem dos
alimentos usados, benefícios para a saúde e o aproveitamento de sobras dos
alimentos. Fazer as receitas e entregar aos pais na feira de ciências é de grande
importância.

4. 2º Período (5 anos): receita de bolo de banana, com aveia, uva passas e a


biomassa de banana verde, além de montar uma maquete com materiais reciclados e

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massinha de modelar caseira demonstrando todo o processo da colheita e
higienização da banana verde e preparo da biomassa. Pode-se Montar também um
cartaz com todos os benefícios da biomassa de banana verde para a saúde. A
evolução da turma pode ser surpreendente, as crianças sabem explicar todo o
processo de preparação da biomassa bem como os benefícios que ela proporciona a
saúde, podendo indicar também a biomassa de banana verde para os colegas e para
as famílias.

5. 2º Período (5 anos): oficina culinária da preparação da biomassa, que ao


invés de criar uma receita pode-se fazer um livro sobre alimentação saudável
mostrando a utilização da biomassa em diversas opções de refeição usadas na
instituição tais como: sopas, no caldo de feijão, nos molhos de carnes e lanches.
Também se utilizando pratos descartáveis criam modelos de pratos saudáveis
contendo todos os grupos de alimentos além da paródia incentivando a incorporação
de hábitos mais saudáveis como estilo de vida.

Mesmo com todas as dificuldades enfrentadas em uma instituição filantrópica,


dentre elas a falta de recursos financeiros, não é fator impeditivo para fazer o projeto
acontecer. A força de vontade, o engajamento, a liderança, empenho de toda a equipe,
diretora da instituição, dos estagiários de nutrição e das crianças mostram o quanto o
fator humano pode fazer a diferença na disseminação do conhecimento em uma
geração que vive de tecnologias eletrônicas. Levar informação e o conhecimento
mostra que pode-se transformar a vida das pessoas e emponderá-las.

Portanto a escolha em inserir as preparações com a Biomassa de banana verde


pode proporcionar aos participantes do projeto um conhecimento prático de
alimentação saudável bem como noções de respeito ao meio ambiente e
sustentabilidade, higienização dos alimentos, e o não desperdício dos mesmos. Além
disso, com a elaboração desse projeto pode haver maior adesão das crianças a
inserção de novas preparações no cardápio oferecido e formação de hábitos
saudáveis, uma vez que a biomassa não confere sabor e o aroma nos alimentos. É
possível através das estratégias de educação alimentar e nutricional levar não
somente para as crianças, mas também aos familiares e aos funcionários de
instituições conceitos de uma alimentação saudável e sustentável, e desmitificar que
alimentação para ser saudável deve ser algo difícil e de elevado valor financeiro. A
conscientização da comunidade escolar sobre hábitos saudáveis e a oportunidade de

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incluir na dieta um alimento de baixo custo, de elevado valor nutricional e rico em
amido resistente, torna o fruto um produto de grande potencial para consumo no
âmbito escolar. Esta experiência mostra o quanto o profissional nutricionista é capaz
de disseminar o conhecimento e promover as pessoas com um estilo de vida mais
saudável trabalhando em equipe de forma interdisciplinar e multidisciplinar.

 SAIBA MAIS:
Acesse o link:
https://www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/seguranca_alimentar/caisan/Publi
cacao/Educacao_Alimentar_Nutricional/21_Principios_Praticas_para_EAN.pdf
para saber mais sobre Princípios e Práticas para Educação Alimentar e
Nutricional.

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1. REFERÊNCIAS

Andressa Carine Kretschmer. Estratégias De Educação Nutricional Com


Escolares: O Lúdico Na Construção De Hábitos Saudáveis Na Merenda Escolar
De Um Município Do Noroeste Gaúcho. Saúde Em Redes. 2017; 3 (4):389-397.
Tatiane Aparecida Pereira e Silva, Denise Félix Quintão. Estrategias De Educacao
Nutricional Nos Grupos Do Projeto “De Bem Com A Balanca” De 4 Unidades
Basicas De Saude Do Municipio De Muriaé-Mg. Revista Brasileira de Obesidade,
Nutrição e Emagrecimento, São Paulo. v.9. n.53. p.188-198. Set./Out. 2015. ISSN
1981-9919.
FRANÇA, C. J.; CARVALHO, V. C. H. S. Estratégias De Educação Alimentar E
Nutricional Na Atenção Primária À Saúde: Uma Revisão De Literatura. RIO DE
JANEIRO, V. 41, N. 114, P. 932-948, JUL-SET 2017.
Wagner Alessandro dos Reis, Amanda Márcia dos Santos Reinaldo. Estratégias De
Educação Nutricional No Ambiente Escolar: Uma Revisão Integrativa. Rev. APS.
2018; out./dez.; 21 (4): 701 – 720.

Conselho Regional de Nutricionistas da 1ª. Região – CRN-1


Prêmio Científico Helena Feijó. Estratégias de educação alimentar e nutricional
para promoção da alimentação saudável e redução do desperdício. Brasília-
DF, 2015.

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