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IMPORTÂNCIA DO

PROFISSIONAL DA NUTRIÇÃO
NA SAÚDE COLETIVA

KAMYLA RODRIGUES
SUS E ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

Nos últimos anos, o Brasil conquistou grandes avanços no campo da saúde, principalmente com o processo de
construção do Sistema Único de Saúde (SUS), o qual tem como principais pilares a: universalidade,
integralidade, descentralização e participação popular. O modelo assistencial vigente até então no Brasil era
caracterizado pela prática médica voltada para a abordagem biológica e hospitalar, associada a uma utilização
irracional dos recursos tecnológicos, apresentando, na grande maioria das vezes, cobertura e resolubilidade
baixas e de alto custo.
A Estratégia Saúde da Família (ESF) surgiu num momento de reformulação do SUS, que amplia a
concepção de atenção básica, sendo criado no Brasil na década de 90 e tem como prioridades as ações de
prevenção, promoção e recuperação da saúde das pessoas, de forma integral e contínua.
Em 1994, a ESF foi definida como um modelo de assistência à saúde que vai desenvolver ações de promoção
e proteção à saúde do indivíduo, da família e da comunidade, através de equipes de saúde, que farão o
atendimento na unidade local de saúde e na comunidade, no nível de atenção primária . Além do atendimento,
suas atividades incluem programação, grupos terapêuticos, visitas e internações domiciliares, entre outras.
ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

A ESF é, atualmente, a principal estratégia de Atenção Primária a Saúde no Brasil e é até mesmo visto
como alavanca de uma transformação do sistema como um todo, o que vem permitindo uma inversão da
lógica, que sempre privilegiou o tratamento da doença nos hospitais. Ao contrário, promove a saúde da
população por meio de ações básicas, para evitar que as pessoas fiquem doentes. Configura, também, uma
nova concepção de trabalho, uma nova forma de vínculo entre os membros de uma equipe, diferentemente
do modelo biomédico tradicional, permitindo maior diversidade das ações e busca permanente do consenso.
Sob essa perspectiva, o papel do profissional de saúde é aliar-se à família no cumprimento de sua missão,
fortalecendo-a e proporcionando o apoio necessário ao desempenho de suas responsabilidades, jamais
tentando substituí-la .
ATUAÇÃO DO NUTRICIONISTA
Enquanto profissional de saúde, o papel do nutricionista se estende em diversas funções relacionadas à nutrição e
alimentação da população, desde seu início essa profissão vem passando por diversas transformações configurando assim o
mercado de trabalho, que antes era caracterizado pelas competências mais tradicionais da profissão e hoje se estendem em
outras áreas, constituindo um grande desafio profissional. O surgimento de novas áreas de atuação para o profissional
nutricionista é determinado por diversos fatores, tais como, mudanças estruturais e transição alimentar e nutricional a
concepção de alimentação como direito humano, os quais requerem abordagens diferenciadas desse profissional
ATUAÇÃO DO NUTRICIONISTA NA SAÚDE COLETIVA

 O Profissional Nutricionista deve complementar a equipe multiprofissional, com o objetivo de orientar a população,
sensibilizando e promovendo mudança dos hábitos alimentares. Sua inserção apoia-se principalmente na aprovação
da Política Nacional de Alimentação e Nutrição pelo Ministério da Saúde, a qual delega ao setor a realização de
ações e formulação de políticas públicas voltadas à alimentação e nutrição, direcionadas à promoção de saúde, à
prevenção e controle de deficiências nutricionais e doenças crônicas não transmissíveis.
As principais atividades desenvolvidas são: identificação dos hábitos alimentares da população e dos grupos de risco
nutricional; ampliação do Programa de Combate às Carências Nutricionais; monitoramento nutricional de gestantes;
promoção de práticas alimentares saudáveis; incentivo ao aleitamento materno exclusivo até os 6 meses, e misto até
os 2 anos, dentre outros.
ATRIBUIÇÕES DO NUTRICIONISTA DENTRO DA ESF:
• Identificação de áreas de risco nutricional na comunidade;
• Diagnóstico/monitoramento do estado nutricional da família e da comunidade;
• Diagnóstico de problemas alimentares e nutricionais (carências ou excessos);
• Identificação de fatores de risco nutricional na comunidade;
• Identificação de grupos biologicamente mais vulneráveis do ponto de vista do estado nutricional;
• Realização de palestras educativas para grupos focais;
• Incentivo e definição de estratégias de apoio comunitário ao aleitamento materno;
• Orientações sobre higiene e conservação de alimentos;
• Orientações dietoterápicas a nível domiciliar, quando necessário;
• Diagnóstico de consumo e práticas alimentares locais;
• Identificação de estratégias de segurança alimentar disponíveis na comunidade;
• Implantação de ações de vigilância alimentar e nutricional.
• capacitação das Equipes de Saúde da Família (ESF) sobre práticas alimentares adequadas e saudáveis;
• orientação nutricional em programas de controle e prevenção dos distúrbios nutricionais;
DIFERENTES ÁREAS DE ATUAÇÃO NA SAÚDE
COLETIVA
A participação do nutricionista é fundamental nas equipes multiprofissionais, na divulgação de informações
corretas sobre alimentação saudável.
• Hospitais Municipais
• Vigilância Sanitária
• Bancos de Leite Humano
• Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional
• Equipes de Nasf
• Unidades Básicas de Saúde (UBS)
• Ambulatórios
• Instituições Geriátricas
• Vigilância em Saúde
• Sisvan
REFERÊNCIAS
• ASENSI, F. Sistema Único de Saúde Lei 8.080/1990 e Legislação Correlata. Leya, 2015.
• BATISTA FILHO, M.; RISSIN, A. A transição nutricional no Brasil: tendências regionais e temporais. Cadernos de Saúde Pública, v. 19, p. 181-
191, Suplemento 1, 2003.
• BORELLI, M.; DOMENE, S. M. Á., MAIS, L. A., PAVAN, J.; TADDEI, J.A.D.A.C. A inserção do nutricionista na Atenção Básica: uma proposta
para o matriciamento da atenção nutricional. Ciência e Saúde Coletiva, v.20, n.9, p.2765-2778, 2015.
• BRASIL. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN nº 380/2005. Dispõe sobre a definição das áreas de atuação do nutricionista e suas
atribuições, estabelece parâmetros numéricos de referência por área de atuação e dá outras providências. Brasília, 2005.
• BRASIL. Gestão Municipal das Políticas de Alimentação e Nutrição e de Promoção da Saúde na Atenção Básica, Ministério da saúde, 38p, 2017.
• BRASIL. Conselho Federal de Nutricionistas. O papel do nutricionista na atenção primária à saúde. Brasília, DF, 2008.
• BRASIL. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN Nº 600, de 25 de fevereiro de 2018. Brasília, DF, 2018.
• BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Matriz de ações de alimentação e nutrição na atenção básica de saúde. Brasília: MS, 2009.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Política nacional de alimentação e nutrição. 2ª ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2003.
• CONSEA (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional). Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - Proposições do
Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional para sua elaboração. Documento Aprovado na Plenária do CONSEA de 12 de agosto de
2009, 2009.

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