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Universidade de São Paulo

Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”


Casa do Produtor Rural

Cultivo e
Produção de Banana
João Alexio Scarpare Filho
Simone Rodrigues da Silva
Carlos Bernardo da Cruz Santos
Gabriel Novoletti

ESALQ-USP
1a. Edição, 2016
Piracicaba, SP
Casa do Produtor Rural
Av. Pádua Dias, 11 - Cx. Postal 9 • Bairro Agronomia • Piracicaba, SP
CEP 13418-900 • Fone (19) 3429-4178/3429-4200 • cprural@usp.br

Comissão de Cultura e Extensão Universitára


Presidente Prof. Dr. Pedro Valentim Marques
Vice-presidente Prof. Dr. Luís Reynaldo Ferracciú Alleoni

Serviço de Cultura e Extensão Universitária


Chefe Administrativo Maria de Fátima Durrer
Coordenação Geral João Alexio Scarpare Filho
Simone Rodrigues da Silva
Coordenação Editorial Marcela Matavelli
Apoio Técnico Fabiana Marchi de Abreu
Foto Capa Marcela Matavelli
Fabiana Marchi de Abreu
Fotos Marcela Matavelli
Fabiana Marchi de Abreu
Ilustração Larissa Giovanna Barbieri
Layout de Capa José Adilson Milanêz
Editoração Eletrônica Maria Clarete Sarkis Hyppolito
Impressão Grafinorte
Tiragem 3000 exemplares • 1ª Impressão (2016)
Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:
Casa do Produtor Rural
Av. Pádua Dias, 11 • Cx. Postal 9 • Bairro Agronomia • Piracicaba, SP
CEP 13418-900 • Fone: (19) 3429-4178/3429-4200 • cprural@usp.br

Distribuição Gratuita • Proibida a comercialização


João Alexio Scarpare Filho1
Simone Rodrigues da Silva2
Carlos Bernardo da Cruz Santos3
Gabriel Novoletti 4

1
Professor Associado - Departamento de Produção Vegetal - ESALQ/USP
2
Professora Associada - Departamento de Produção Vegetal - ESALQ/USP
3
Aluno de Graduação em Engenharia Agronômica - ESALQ/USP
4
Aluno de Graduação em Engenharia Agronômica - ESALQ/USP

Cultivo e Produção de
Banana
Piracicaba
2016
Agradecimentos
• Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária
• Diretoria da ESALQ/USP
• Comissão de Cultura e Extensão Universitária
• Serviço de Cultura e Extensão Universitária
• Casa do Produtor Rural
• Departamento de Produção Vegetal
• Aos funcionários do Departamento de Produção Vegetal: Éder de Araújo
Cintra; Antônio Carlos Fernandes; Aristides Lamatriz; Aparecido
Donizete Serrano; Juliano José Bellini e Naliel Duarte
• Departamento de Ciências Biológicas
• Ao funcionário Enio Tiago de Oliveira do Laboratório de Bioquímica e
Micropropagação de plantas
• Seção de Transportes da PUSP-LQ
• Seção de Transportes da ESALQ-USP
• À Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios - APTA
• Aos funcionários Edson Nomura e Erval Rafael Damatto Junior da APTA
• À Coordenadoria de Assistência Técnica Integral - CATI: Casa da
Agricultura de Leme, Cordeirópolis e Tietê
• Aos Produtores Rurais: Benedito Ramos; Leonel Aparecido Graziani; José
Paiola; Valmir de Oliveira, Paulo Roberto Paschoal; Marcelo Ronir
Paschoal; Alex Rogerio Paschoal e João Paschoal

Apoio
• Programa Unificado de Bolsas
• Fundo de Fomento às Iniciativas de Cultura e Extensão da Pró-Reitoria
de Cultura e Extensão Universitária
• Comissão de Cultura e Extensão Universitária - CCEx
• Serviço de Cultura e Extensão Universitária - SVCEx
Índice
Introdução 7
Classificação botânica e cultivares
de bananeira 9
Cultivares diploides (AA) 12
Cultivares triploides (AAA) 12
Cultivares triploides (AAB) 14
Cultivares triploides (ABB) 15
Cultivares tetraploides (AAAB) 15
Aspectos morfofisiológicos da
bananeira 18
Caule (rizoma) 19
Gema apical de crescimento 19
Raízes 20
Folhas e brotos laterais 20
Pseudocaule 21
Inflorescência e formação do cacho 22

Sistema de condução e ciclos


da bananeira 25
Sistema de condução 25
Ciclos da bananeira: ciclo de vida e ciclo
de produção 27
Produção de mudas de bananeira 30
Aspectos edafoclimáticos 35
Solo 35
Clima 35
Vento 36
Clima do Planalto Paulista 37
Implantação da cultura 38
Densidade e espaçamento 38
Preparo do solo e plantio 42

Nutrição,calagem e adubação 45
Calagem 45
Exigência nutricional da bananeira 46
Adubação 48
Fertirrigação 52

Tratos culturais 53
Desbaste 53
Desfolha 55
Técnicas culturais realizadas no cacho 56
Tutoramento 59
Colheita 60
Rebaixamento do pseudocaule 62
Pragas 63
Broca-do-rizoma ou moleque-da-bananeira 63
Broca-do-pseudocaule 65
Tripes 65
Nematoide carvenícola (Radopholus similis) 66
Doenças 68
Mal-do-Panamá 68
Sigatoka-amarela 70
Sigatoka-negra 71
Pós-colheita 72
Climatização 76
Bibliografia consultada 79
Cultivo e Produção de Banana 7

Introdução
A banana, cujo centro de origem é buindo para que o consumo anual
a região sudeste da Ásia, foi uma das da fruta seja em média de 12 kg por
primeiras frutas a serem domes- habitante. A banana possui as
ticadas pelo homem há mais de vitaminas A, B1, B2, B6, C, D, e é
4000 anos. No Brasil, há registros de rica em potássio. Uma banana
que a banana existia antes do contém 1/3 da quantidade de
descobrimento do país e que teria potássio exigida diariamente pelo
sido introduzida pelos chineses. homem, açúcares, fósforo, cálcio e
Atualmente a banana destaca-se ferro em quantidades superiores de
como uma das frutas frescas mais muitas outras frutas. Além disso,
produzidas e consumidas no mundo 100 gramas da polpa de banana
em razão de sua versatilidade, possuem aproximadamente 100
sendo uma importante fonte de calorias, o que evidencia seu
alimento pelo conteúdo em vita- elevado teor energético.
minas e minerais, além de ser A bananeira é cultivada em todo o
ofertada durante todo o ano. O sabor território nacional e tem significativa
e os aspectos nutricionais, presen- importância econômica. Em 2013, a
tes em sua composição, impulsio- banana ocupou o 12º lugar entre as
naram sua popularidade, contri- mais importantes commodities (mer-
8 Casa do Produtor Rural

cadoria de origem primária) no Brasil, pela proximidade do mercado con-


que movimentou cerca de US$ 1,94 sumidor que reduz os custos com
milhões. A produção brasileira ocupa transporte.
o quarto lugar entre os principais O clima dessa região é caracteri-
países produtores e é estimada em zado como subtropical, de inverno
sete milhões de toneladas de frutas, seco e verões quentes e chuvosos,
numa área cultivada de 480 mil denominado Cwa, segundo a clas-
hectares (Tabela 1). sificação de Köppen-Geiger. Este
Embora o Brasil seja um grande clima é considerado marginal para
produtor mundial de banana, apenas a produção da bananeira, devido à
uma pequena parcela, cerca de 98 possibilidade da ocorrência de gea-
mil toneladas (1,5% da produção) das. Temperaturas abaixo de 18 oC
são destinadas ao comércio interna- prejudicam o desenvolvimento da
cional, sendo a maior parte consu- planta, diminuindo a taxa de emis-
mida pelo mercado interno. são de folhas, aumentando conside-
O maior produtor nacional é o Es- ravelmente o ciclo de produção. No
tado de São Paulo, e sua produção entanto, sua exploração econômica
está concentrada no Litoral Paulista nessa região tem mostrado poten-
e no Vale do Ribeira. A expansão cial ao longo dos anos, principal-
dos cultivos de bananas para o Pla- mente pelo trabalho de pesquisado-
nalto Paulista teve início na década res e extensionistas que atuam jun-
dos anos de 1990, impulsionada pela to aos produtores para a melhoria
crescente demanda do produto e desta produção.

Tabela 1. Principais países produtores, exportadores e importadores de ba-


nana no mundo
PRODUTORES EXPORTADORES IMPORTADORES
Área Toneladas Toneladas Toneladas
RANKING PAÍS plantada produzidas PAÍS exportadas PAÍS exportadas
(hectares) (milhões) (milhões) (milhões)

1º Índia 775995 27,57 Equador 5,35 Est.Unidos 4,54


2º China 400000 12,07 Filipinas 3,26 Alemanha 1,34
3º Filipinas 454179 8,64 Guatemala 1,95 Rússia 1,33
4º Brasil 481116 6,89 Costa Rica 1,92 Bélgica 1,27
5º Equador 210894 5,99 Colômbia 1,54 Japão 0,97
Fonte: Faostat (2013; 2015); National Horticulture Board (2015)
Cultivo e Produção de Banana 9

Classificação botânica e
cultivares de bananeira
O botânico Linneu foi o primeiro a tentes são oriundas de hibridações,
classificar as bananeiras em quatro principalmente de duas espécies di-
espécies: Musa cavendishii, Musa plóides selvagens, a Musa acumina-
sapientum, Musa paradisiaca e Musa ta Colla e a Musa balbisiana Colla,
corniculata. Esta classificação tor- as quais possuem os genomas AA
nou-se obsoleta, pois não engloba- e BB. São diversas as diferenças
va todas as espécies de bananeiras entre essas espécies, algumas são
existentes no mundo. facilmente verificadas no campo
Na evolução das bananeiras co- como a cor do pseudocaule e a aber-
mestíveis, todas as cultivares exis- tura do canal peciolar (Figura 1).
10 Casa do Produtor Rural

Eder de Araújo Cintra


A B

C D
Figura 1. Diferenças entre as espécies Musa acuminata e Musa balbisiana A) Pseudocaule com
manchas marrons bem acentuadas (Musa acuminata) ; B) Pseudocaule verde com poucas
manchas marrons (Musa balbisiana); C) Canal peciolar aberto (Musa acuminata) ; D) Canal
peciolar fechado (Musa balbisiana)
Cultivo e Produção de Banana 11
Essas espécies possuem dois contam com 22 cromossomos. Teo-
conjuntos de número básico de ricamente essa evolução ocorreu em
cromossomos que é 11, e, portanto, cinco etapas.

Ocorreu mutação em plantas de M. acuminata (AA) selvagem


1ª Etapa:
dando origem às plantas de M. acuminata produtoras de frutos
partenocárpicos (AA);

Ocorreu pela hibridação entre as plantas produtoras de frutos


2ª Etapa:
partenocárpicos do grupo AA, e as plantas selvagens de M.
acuminata (AA) e M. balbisiana (BB) dando origem as plantas
produtoras de frutos partenocárpicos do grupo AA e raros híbridos
diploides AB;

A ocorrência de cruzamentos espontâneos envolvendo pólens


3ª Etapa: das espécies parentais com cultivares do grupo AA e AB, tornou
possível a evolução de triplóides dos grupos AAA, AAB e ABB;

Evolução dos tetraplóides (AAAA, AAAB, AABB, ABBB) a par-


4ª Etapa: tir dos três grupos triplóides através de cruzamentos naturais e
atualmente por melhoramento genético;

Diversificação das cultivares produtoras de frutos comestíveis


5ª Etapa:
por meio de mutações somáticas.

Fonte: Moreira (1987)

Nas bananeiras comestíveis pode- pais cultivares de banana (Musa


se observar que há necessidade da spp.) são citadas em função de sua
presença de pelo menos um constituição genômica, grupo e
genoma da espécie M. acuminata nome popular ou comum (Tabela
(A) que sofreu mutação. As princi- 2).
12 Casa do Produtor Rural

Tabela 2. Constituição genômica, grupo e principais cultivares de banana


(Musa spp.) produzidas no Brasil

CONSTITUIÇÃO GRUPO CULTIVAR


GENÔMICA

AA - Ouro
AAA Cavendish Nanica, Nanicão, Grand Naine, Willian
AAA Gros Michel Gros Michel, Highgate
AAB - Maçã
AAB Prata Prata, Prata Anã, Catarina, Pacovan, Enxerto
AAB Terra Terra, Terrinha, Pacova, D’Angola
ABB Figo Figo Vermelho, Figo Cinza

Fonte: Frizo (2013) adaptado de Silva et al. (1997); Moreira (1987)

Cultivares Diploides (AA)


No Brasil, um representante típico Michel as plantas possuem bainhas
diploide é a banana Ouro, comercia- internas rosadas e frutos que apre-
lizada em menor escala no país, por sentam formato de gargalo de gar-
apresentar menor produtividade rafa nas pontas e de intensa cor
quando comparada às demais culti- amarela quando maduros. Os prin-
vares de importância econômica cipais representantes deste grupo
como as triploides, entretanto pos- são as cultivares Gros Michel e a
sui boa qualidade de fruto para con- Highgate e são bastante suscetíveis
sumo in natura pelo alto teor de açú- ao mal-do-Panamá.
car, o que lhe confere um ótimo sa- O grupo Cavendish, resistente ao
bor. Essa cultivar possui o pseu- mal-do-Panamá, é o mais plantado no
docaule com manchas escuras, fo- mundo e abrange bananeiras com fru-
lhas mais eretas e estreitas e a base tos finos, alongados e curvos e por-
do pecíolo mais aberta. te muito variado. Pertencem a esse
grupo as cultivares Nanica, Nanicão
(Figura 2), Grande Naine (Figura 3),
Cultivares Triploides (AAA) Williams Hybrid, Valery, Lacatan,
As cultivares triploides acuminata Caru Roxa, Caru Verde e Caipira
(AAA) pertencem aos grupos Gros (Figura 4), sendo as mais importan-
Michel e Cavendish. No grupo Gros tes, no Brasil, as três primeiras.
Cultivo e Produção de Banana 13

Edson Nomura

Figura 2. Cultivar de bananeira ‘Nanicão’

As bananeiras da cultivar Nanica plantios adensados. Já a cultivar


possuem porte baixo com média de Nanicão (Figura 2), que é uma mu-
1,5 a 2 m de altura, pseudocaule tação genética da cv. Nanica pos-
com manchas marrons a preta, bai- sui porte médio-baixo com cerca de
nhas de cor avermelhada e folhas 3 a 3,5 metros de altura, produzin-
verde-escuras na parte superior e do cachos de formato cilíndrico. A
verde-clara na parte inferior. Possui cultivar Grande Naine (Figura 3)
alto potencial produtivo quando possui um porte médio entre as cul-
irrigadas em comparação às cultiva- tivares Nanica e Nanicão, de 2 a 3
das sem irrigação. Por serem de pe- m de altura, com bainha e pecíolo
queno porte, são muito utilizadas em cerosos.
14 Casa do Produtor Rural

Cultivares Triploides (AAB)

Edson Nomura
As cultivares com genoma AAB
possuem menos manchas escuras
no pseudocaule, margens dos
pecíolos mais fechadas e eretas
quando comparadas com triploides
AAA evidenciando algumas caracte-
rísticas de Musa balbisiana.
Os grupos Prata e Terra possuem
esta constituição genética (AAB). As
cultivares representativas do primei-
ro grupo são: ‘Prata’, ‘Prata Anã’ (Fi-
gura 5) e ‘Pacovan’.
As cultivares Prata foram
introduzidas no Brasil pelos portu-
gueses, tornando-se tradicionais
no país. Esta cultivar possui altura
entre 4,5 e 5,5 m e folhas que se
Figura 3. Cultivar de bananeira ‘Grande Naine’ posicionam de forma mais ereta.
Sem irrigação esta cultivar produz
Edson Nomura

em média 13 toneladas por hecta-


re, enquanto irrigada pode atingir
até 25 toneladas por hectare em um
ciclo.
A cultivar Prata-anã (Figura 5) tem
o pseudocaule com coloração ver-
de-clara e reduzido número de man-
chas escuras, altura de 2 a 3,5 m. A
cultivar se destaca por ser tolerante
ao frio e apresentar ótima produção
em condição irrigada.
A ‘Pacovan’, mutação da bana-
na Prata, caracteriza-se pelo maior
porte, pseudocaule de tonalidade
mais clara e cachos em posição
Figura 4. Cultivar de bananeira ‘Caipira’ mais vertical.
Cultivo e Produção de Banana 15
tos muito utilizados na culinária, de-

Edson Nomura
vido à firmeza da polpa.

Cultivares Triploides (ABB)


Estas cultivares possuem menor
expressão comercial e pertencem ao
grupo Figo, com destaque para as
cultivares Figo Cinza, Figo Verme-
lho e Figo Anão que são bastante
utilizadas na culinária brasileira.

Cultivares Tetraploides (AAAB)


As principais cultivares tetra-
ploides de banana originaram-se do
cruzamento de grupos genômicos
Figura 5. Cultivar de bananeira ‘Prata-anã’ triploides e diploides. No Brasil, des-
tacam-se os híbridos tetraploides do
Frutos da cultivar Maçã (AAB), são tipo prata como a ‘FHIA-18’ (Figura
muito apreciados pelos brasileiros 6), a ‘Pacovan Ken’ e ‘BRS Platina’
devido ao ótimo sabor e as plantas (Figura 7) e do tipo maçã como a
medem de 3,0 a 3,5 m, apresentam ‘BRS Princesa’ (Figura 8).
pseudocaule verde-amarelado com

Edson Nomura
poucas manchas escuras, folhas es-
curas, cerosas na face inferior e um
pouco caídas e o coração, que é a
inflorescência masculina, de grande
tamanho.
O grupo Terra abrange as cultiva-
res Terra e D’Angola. A ‘Terra’ pos-
sui porte alto de 4 a 5 m, por isso é
comum o uso de escoras para evitar
o tombamento da planta. A área
foliar é extensa, espessa e bem ás-
pera, com frutos bem grandes. A cul-
tivar D’Angola possui características
muito similares à ‘Terra’ sendo os fru- Figura 6. Cultivar de bananeira ‘FHIA 18’
16 Casa do Produtor Rural

A cultivar FHIA-18 (AAAB) (Figu-

Edson Nomura
ra 6) foi introduzida de Honduras e
apresenta semelhanças com a ‘Pra-
ta Anã’, além de apresentar resistên-
cia ao mal-do-Panamá e ser modera-
damente resistente a sigatoka-negra
e ao nematoide Radopholus similis.
A cultivar Pacovan Ken possui fru-
tos com atributos semelhantes a cul-
tivar Prata, tal como formato e sabor.
Seu cultivo destaca-se principal-
mente pela resistência a doenças.
A cultivar BRS Platina (Figura 7)
é outro híbrido tetraploide utilizado
Figura 7. Cultivar de bananeira ‘BRS Platina’
no Brasil, derivado do cruzamento
da ‘Prata-anã’ (Figura 5) com o

Edson Nomura
diploide M53, obtida pelo Programa
de Melhoramento Genético de Ba-
naneira da Embrapa. Esta planta
possui um porte médio e alto poten-
cial produtivo, que pode dobrar em
regiões com solos de alta fertilida-
de, embora apresente frutos com
baixa qualidade pós-colheita princi-
palmente pelas características de
menor firmeza e maior sensibilida-
de ao despencamento.
Também obtida pela Embrapa, a
cultivar BRS Princesa (Figura 8) é um
híbrido tetraploide do tipo Maçã com
características muito similares e por-
te um pouco menor, com a vantagem
de apresentar resistência a doenças.
Na Tabela 3 são apresentadas ca-
racterísticas das principais cultivares
de bananeiras plantadas no Brasil. Figura 8. Cultivar de bananeira ‘BRS Princesa’
Tabela 3. Características das principais cultivares de bananeiras plantadas no Brasil

PORTE
CACHO

CULTIVARES
RESISTÊNCIA A

RESISTÊNCIA A

RESISTÊNCIA AO
MAL-DO-PANAMÁ
SIGATOKA-NEGRA

GRUPO GENÔMICO
RENDIMENTO MÉDIO
SIGATOKA-AMARELA
UTILIZADOS (METRO)

Nº MÉDIO DE PENCAS POR


PRINCIPAIS ESPAÇAMENTOS

(TONELADAS/HECTARE/ ANO)

PESO MÉDIO DO CACHO (KG)


Ouro AA Médio-alto 8 9 10 Resistente Suscetível Moderadamente Resistente 3,0x2,0
Nanica AAA Baixo 25 10 25 Resistente Suscetível Suscetível 2,0x2,0

Nanicão AAA Médio-baixo 30 11 25 Resistente Suscetível Suscetível 2,5x2,5

Grande Naine AAA Médio-baixo 30 10 25 Resistente Suscetível Suscetível 2,5x2,5

Prata AAB Alto 14 7–8 13 Moderadamente Suscetível Suscetível Suscetível 3,0x3,0

Prata-anã AAB Médio-baixo 14 7–8 15 Moderadamente Suscetível Suscetível Suscetível 2,5x2,5

Pacovan Alto 16 7–8 15 Moderadamente Suscetível Suscetível Suscetível 3,0x3,0


AAB
Maçã Médio-alto 15 6–7 10 Suscetível Moderadamente Resistente Suscetível 3,0x2,5
AAB
Terra Alto 25 10 20 Resistente Resistente Suscetível 3,0x3,0
AAB
FHIA-18 Médio-alto 17 9 20 Suscetível Moderadamente Resistente Resistente 3,0x2,5
AAAB
Pacovan Ken Alto 25-30 7-10 20-24 Resistente Resistente Resistente 3,0 x 3,0
AAAB
Médio 16-20 5-8 20-30 Resistente Resistente Suscetível 3,0 x 2,5
BRS Platina AAAB
Médio 16-18 7-8 15-20 Tolerante Resistente - 3,0 x 2,0
Cultivo e Produção de Banana

BRS Princesa AAAB


Fonte: Borges; Souza (2009); Domingues-Rosa (2016)
17
18 Casa do Produtor Rural

Aspectos morfofisiológicos da
bananeira
A bananeira (Musa spp.) é um com uma estrutura constituída
vegetal monocotiledôneo e her- por raízes, caule (rizoma),
báceo, caracterizado por não pseudocaule, folhas, flores e fru-
apresentar um caule lenhoso, tos (Figura 9B).

Casa do Produtor Rural - ESALQ/USP


FOLHAS

ENGAÇO

PENCAS

RAQUE

PSEUDOCAULE

CORAÇÃO

A B
Figura 9. A) Constituição de uma bananeira jovem (sem cacho); B) Planta com cacho
Cultivo e Produção de Banana 19
Caule (rizoma)
O caule da bananeira, denomina- sável pela formação de folhas e ge-
do rizoma é subterrâneo e consti- mas laterais de brotação (Figura
tuído do córtex que é uma camada 10A). Na parte inferior do rizoma
externa de 3 a 5 cm de espessura estão inseridas as raízes (Figura
com função protetora e do cilindro 10B) que são formadas no cilindro
central, parte interna mais escura, central. A espessura do rizoma
onde são armazenados os fotoas- pode alcançar de 25 a 40 cm de
similados. Na parte superior do ci- diâmetro e seu peso de 6,9 a 11,5
lindro central do rizoma está a gema Kg, de acordo com a cultivar e es-
apical de crescimento, que é respon- tádio fenológico da planta.

Casa do Produtor Rural - ESALQ/USP


GEMA

CÓRTEX

CILINDRO
CENTRAL RAÍZES

A B
Figura 10. A) Constituição do rizoma da bananeira; B) Raízes da bananeira

Gema apical de crescimento


Trata-se de um conjunto de célu- 70 folhas e para cada folha formada
las meristemáticas que estão em há uma gema lateral de brotação.
constante processo de multiplicação Simultaneamente com o processo
e são responsáveis pela formação de formação de folhas, a bananeira
da bananeira. Está localizada na gera raízes continuamente até que
parte superior do cilindro central do ocorra a diferenciação floral. Existe
rizoma sendo responsável pela for- um sincronismo forte entre as raízes
mação das folhas e gemas laterais e folhas. Caso as raízes sejam preju-
de brotação (Figura 10A). dicadas por pragas ou doenças, as
Durante o ciclo de vida da bana- folhas formadas simultaneamente tam-
neira a gema apical produz de 40 a bém serão prejudicadas e vice-versa.
20 Casa do Produtor Rural

Raízes Folhas e brotos laterais


As raízes da bananeira originam- A folha da bananeira é composta
se do cilindro central do rizoma, sen- pelas seguintes estruturas: bainha
do fasciculadas de início e subero- foliar, pecíolo, limbo foliar e o pavio,
sas mais tardiamente, com muitas também denominado de “aguilhão”
radicelas de coloração esbran- (Figura 12A). Ao se desenvolverem,
quiçada que se distribuem horizon- as folhas e as gemas laterais ini-
talmente nas camadas mais superfi- ciam um desenvolvimento radial
ciais do solo. A raiz é composta pelo concêntrico. A folha emerge no topo
córtex da raiz (camada externa), ci- do pseudocaule (Figura 12B) e se
lindro central da raiz (camada inter- distribui em forma helicoidal no sen-
na) semelhante à constituição do tido horário.
rizoma (Figura 11).

Casa do Produtor Rural - ESALQ/USP


A espessura das raízes varia de 5 NERVURA

a 10 mm e o comprimento pode al-


cançar de 5 a 10 metros, dependen- LIMBO FOLIAR

do da cultivar utilizada e das condi-


ções do solo, que se concentram PECÍOLO

principalmente nas camadas de 20


a 30 cm do solo, embora algumas BAINHA
raízes possam atingir profundidades
de até 70 cm.
A
Casa do Produtor Rural - ESALQ

B
Figura 12. A) Constituição de uma folha de
bananeira (bainha foliar; pecíolo;
limbo foliar; B) Emissão da folha
enrolada (vela) no topo do pseu-
Figura 11. Raiz de bananeira docaule
Cultivo e Produção de Banana 21
As bainhas das folhas mais exter- penhar a mesma função da gema
nas envolvem todo o pseudocaule apical e pode gerar um rebento que
na parte inferior, mas tornam-se me- apresenta de início folhas bastante
nos envolventes nas partes mais al- estreitas, de forma lanceolada, que
tas devido ao seu formato triangular recebe o nome popular de espada
completo. A gema lateral correspon- ou chifre (Figura 13A e 13B). Isso é
dente a esta folha fica localizada no devido à inibição hormonal que a
rizoma, bem no vértice da bainha, planta matriz exerce sobre o reben-
diametralmente oposta a abertura da to. Essa inibição vai diminuindo pro-
folha. Ao se aproximar da periferia gressivamente até que esse reben-
ela se desenvolve e passa a desem- to passe a emitir folhas largas.

João Alexio Scarpare Filho


Casa do Produtor Rural - ESALQ/USP
A B
Figura 13. A) Gema lateral de brotação; B) Rebentos formados pela brotação de gemas laterais

Pseudocaule
O pseudocaule é um estipe, erro- superposição das bainhas foliares,
neamente confundido com o caule, que também atuam como vasos con-
que desempenha a função de supor- dutores de seivas, e nas plantas que
te, reserva energética e hídrica da já emitiram a inflorescência encon-
planta. Possui muitas fibras, forma- tra-se o palmito, que é o alongamen-
to cônico quando jovem e cilíndrico to do cilindro central do rizoma (Fi-
em plantas adultas. É formado pela gura 14A e 14B).
22 Casa do Produtor Rural

Casa do Produtor Rural – ESALQ/USP


BAINHA FOLIAR

PALMITO

A B
Figura 14. A) Corte transversal do pseudocaule, destacando-se o palmito,
que é o alongamento do cilindro central do rizoma, envolvido pelas
bainhas foliares; B) Aspecto fibroso do “palmito” da bananeira

Inflorescência e formação
do cacho
A gema apical de crescimento so- raízes, gemas laterais de brotação)
fre diferenciação floral (Figura 15) para a fase reprodutiva (formação da
que é a mudança da fase inflorescência que irá resultar no
vegetativa (formação de folhas, cacho).

João Alexio Scarpare Filho


Casa do Produtor Rural - ESALQ/USP

A B

C D
Figura 15. A) Início da diferenciação floral; B) Corte longitudinal da gema diferenciada
com flores femininas; C) Desenvolvimento das flores nos primeiros meses;
D) Desenvolvimento das flores semanas antes da emissão da inflorescência
Cultivo e Produção de Banana 23
Este processo ocorre, devido a são completas, porém, em algumas
uma série de fatores hormonais, ocorre a atrofia das anteras (flores
quando cerca de 60% das folhas ori- femininas) e em outras ocorre a
ginadas já se abriram para o exte- atrofia dos ovários (flores masculi-
rior e 40% continuam em desenvol- nas).
vimento no interior do pseudocaule. De início são formadas as flores
A partir daí a inflorescência desen- femininas que darão origem aos fru-
volve-se ao longo do interior do tos por partenocarpia (produção de
pseudocaule, por intermédio do frutos sem sementes) e depois as flo-
alongamento do cilindro central do res masculinas que são deiscentes
rizoma e forma o “palmito”, que é o (caem). O botão floral (coração da
pseudocaule e o pedúnculo da bananeira) é o conjunto de flores
inflorescência. masculinas ainda em desenvolvi-
A emissão da inflorescência ocor- mento com suas respectivas brác-
re em média de 3 a 5 meses após a teas, ou seja, é a gema apical já di-
diferenciação floral da bananeira, ferenciada que emergiu. Todas as
dependendo principalmente dos fa- partes que constituem a inflores-
tores climáticos (Figura 16). cência da bananeira que resultarão
no cacho estão na Figura 17A e 17B.
João Alexio Scarpare Filho

As bananas são os frutos forma-


dos a partir da partenocarpia, ou
seja, desenvolvidos no ovário das
flores femininas sem a ocorrência
da fecundação, os pontos pretos
presentes no interior do fruto são
vestígios dos óvulos não fecunda-
dos. A banana caracteriza-se por
Figura 16. Emissão da inflorescência da bana- ser uma baga trilocular de formato
neira no topo do pseudocaule
alongado, com casca (pericarpo)
A inflorescência é constituída do que possui tonalidade variada
engaço e eixo floral (raque), onde quando madura, da tradicional
estão inseridas as flores em pencas amarela ao creme e avermelhada,
constituídas de duas fileiras horizon- polpa (mesocarpo) de coloração
tais e paralelas. O ponto de fusão branca a rosada e comprimentos
dos pedúnculos recebe o nome de variados em função da cultivar e
almofada. As flores da bananeira das condições de cultivo.
24 Casa do Produtor Rural

A penca é o conjunto de frutos (po- ferentes, também em forma helicoi-


dendo variar de 6 a 13 pencas por dal.
cacho) reunidos pelos seus pedún- Após a diferenciação floral, a par-
culos em duas fileiras horizontais e te central do rizoma começa a dete-
paralelas (Figura 17B). riorar da base até o ápice. Esse fe-
O ponto de fusão dos pedúnculos nômeno limita a emissão de novos
recebe o nome de almofada que brotos e raízes tornando a planta
está fixada na raque em níveis di- mais sensível ao tombamento.

Casa do Produtor Rural – ESALQ/USP


PENCA

RAQUE

FLORES
FEMININAS BANANA

BRÁCTEA

FLORES FEMININAS
E MASCULINAS EM
DESENVOLVIMENTO
CORAÇÃO

A B
Figura 17. Constituição da inflorescência da bananeira: A) Inflorescência em desenvolvimento; B)
Inflorescência com as pencas de frutos já formadas
Cultivo e Produção de Banana 25

Sistema de condução e ciclos


da bananeira
Sistema de condução
Em condições naturais uma bana- Popularmente essas plantas rece-
neira não se apresenta isolada, pois bem as denominações de:
sempre ao seu redor há outras ba- Mãe: é a planta mais velha da
naneiras em diversos estádios de touceira. Ela perde a denominação
desenvolvimento. Esse conjunto de de mãe após a colheita.
bananeiras originárias de uma úni- Filho: é todo o rebento originário de
ca planta denomina-se “touceira”. uma gema localizada no rizoma da
Portanto, a touceira é formada pelas planta mãe.
brotações sequenciais constituídas Neto: é todo rebento originário do filho.
pelos rebentos da primeira, segun- Irmão: é todo rebento que se forma de-
da, terceira e outras gerações da vido ao desenvolvimento de uma se-
muda original (Figura 18A). gunda gema de um mesmo rizoma.
26 Casa do Produtor Rural

Quando se forma uma touceira, junto de rizomas interligados e des-


ocorre uma forte competição entre cendentes representados pela mãe
essas plantas pelos fatores de cres- (planta originária da muda), um filho
cimento principalmente pela luz, (broto da planta mãe) e um neto (bro-
água e nutrientes, prejudicando sen- to da planta filho), onde todos os
sivelmente o desenvolvimento e a demais rebentos são eliminados.
produção dessas plantas. Esse sistema de condução permite
É por essa razão que o bananal é que a bananeira seja explorada
conduzido em família, que é um con- como uma planta perene (Figura 18B).

Casa do Produtor Rural – ESALQ/USP


MÃE

FILHO

NETO

A B
Figura 18. A) “Touceira” da bananeira formada pelas brotações laterais também denominadas de
rebentos; B) Condução da bananeira em “família” (planta mãe, planta filho e planta
neto)

Obs.: Após a colheita da planta mãe, a planta filho assume a sua posição, e a planta neto por sua
vez assume a posição da planta filho e, assim, sucessivamente.
Cultivo e Produção de Banana 27
Ciclos da bananeira: ciclo de
vida e ciclo de produção
O ciclo de vida da bananeira inicia- gicamente e são colhidos (Figura 19),
se com a brotação da muda e seu apa- verificando-se em seguida a seca
recimento ao nível do solo. Com seu de todas as suas folhas, quando se
crescimento há a formação da planta, diz que a planta morreu. Esse ciclo
que irá produzir um cacho cujos frutos pode ocorrer em dez meses ou se
se desenvolvem, amadurecem fisiolo- estender por até mais de 20 meses.

Casa do Produtor Rural – ESALQ/USP


A B C

D E
Figura 19. Ciclo de produção da bananeira A) Brotação; B) Quatro meses da brotação: emissão de
rebentos; C) Seis a sete meses da brotação: início da diferenciação floral; D) Onze
meses após a brotação: emissão da inflorescência; E) Quinze meses após a brotação:
colheita

No Planalto Paulista o período lientar que a primeira colheita ocor-


para a bananeira completar todas as re num período que pode se esten-
fases de desenvolvimento é em mé- der de 45 a 120 dias, variando em
dia de 15 meses. É importante sa- função da homogeneidade das mu-
28 Casa do Produtor Rural

das. A segunda colheita ocorre em melhores qualidades são consegui-


média 7 meses após a primeira colhei- dos com colheitas realizadas no ou-
ta e o período pode ser de 150 a 270 tono e na primeira metade do inver-
dias. A terceira colheita que em mé- no, isso porque a emissão da inflo-
dia ocorre 10 meses após a segunda rescência ocorre no verão. As inflo-
tem o período de colheita que pode se rescências emitidas no outono e in-
estender por mais de 1 ano, estabele- verno, que serão colhidas no verão,
cendo assim o clímax ou equilíbrio em além de serem em menor número,
termos de produção do bananal. demoram mais para frutificar e pos-
Portanto, os maiores rendimentos suem menores números de pencas
em toneladas/hectare/ano (t/ha/ano) de flores femininas.
são obtidos nos 3 primeiros anos Para o produtor é muito importan-
após o plantio. Passado esse perío- te o ciclo de produção que é o perío-
do, o bananal entra em equilíbrio e do compreendido entre a colheita do
a colheita é realizada semanalmen- cacho da planta mãe até a colheita
te, durante todo o ano, variando o do cacho da planta filho (Figura 20).
rendimento de acordo com o clima Quanto mais rápido ocorrer esse ci-
da região. É por essa razão que a clo, maior será o rendimento em t/ha/
banana é apelidada de “vaca leitei- ano. Portanto, o crescimento da planta
ra” do produtor. No Planalto Paulista mãe deve estar bem sincronizado com
os maiores rendimentos e frutos de o desenvolvimento do rebento seguidor.

PLANTA
PLANTA MÃE
FILHO

Figura 20. Planta mãe produzindo (com cacho) e o rebento seguidor


bem desenvolvido
Cultivo e Produção de Banana 29
Ambos os ciclos são fortemente in- do bananal são a idade e as densi-
fluenciados por fatores como: porte dades e espaçamentos adotados.
da cultivar (quanto maior, em geral, Quanto mais velho o bananal,
maiores são os ciclos), o clima da mais o solo da área cultivada vai
região, fertilidade do solo, regime de sendo tomado pelos rizomas, bas-
nutrição, densidade e espaçamento tante fibrosos, de plantas que já pro-
de plantio e as técnicas culturais, duziram, diminuindo a área de explo-
principalmente irrigação e desbastes. ração das raízes. Por essa razão, de
Teoricamente o bananal, devido à um modo geral, quanto maior a den-
sua constante renovação, tem uma sidade de plantio, menor é a longe-
longevidade infinita. Porém, na prá- vidade do bananal.
tica, por razões de descuidos no con- A renovação do bananal é realiza-
trole de insetos, nematoides, fungos, da com a remoção de todas as plan-
erros nas práticas culturais, principal- tas e restos vegetais, e com o culti-
mente nos desbastes, o bananal en- vo sucessivo de espécies de
tra em declínio de produção, sendo leguminosas e gramíneas por alguns
necessária sua renovação. Outros anos antes de utilizar novamente a
fatores importantes na longevidade área com o cultivo de bananeiras.
30 Casa do Produtor Rural

Produção de mudas de
bananeira
A bananeira é formada pelo de- nova planta, apenas servirá como
senvolvimento de uma gema, que é um substrato que protegerá e forne-
constituída de tecidos meristemá- cerá as substâncias necessárias
ticos, cujas células indiferenciadas para que ocorra a brotação e o de-
multiplicam-se para formar toda a senvolvimento inicial da nova plan-
planta. Como as gemas da bananei- ta (Figura 21).
ra localizam-se no rizoma, é desse As mudas devem ser retiradas de
órgão que obtemos as mudas. Por- bananais produtivos, selecionando-se
tanto, para se obter uma muda de plantas de boas características ge-
bananeira basta selecionar um rizo- néticas, sadias e vigorosas. De acor-
ma ou parte dele que possua uma do com o tamanho, idade e a forma
ou mais gemas. O rizoma que acom- de utilização do rizoma, as mudas re-
panha a gema não fará parte da cebem diferentes denominações:
Cultivo e Produção de Banana 31
• Mudas de Rizoma Inteiro: Nesse

Casa do Produtor Rural – ESALQ/USP


caso são usados os rebentos, bro-
tações laterais, da bananeira. Estes
rebentos, com folhas lanceoladas
indicam que há uma forte relação
com a planta mãe. Essas mudas são
separadas da planta mãe com ferra-
MUDA ORIGINAL mentas como o enxadão que retira
Figura 21. Muda original em decomposição o solo ao redor da planta e a vanga
usada como substrato para forma- que separa o rebento da planta mãe
ção do novo rizoma oriundo do
desenvolvimento da gema apical (Figura 22).

Casa do Produtor Rural – ESALQ/USP


A B

C D
Figura 22. A) Rebentos ou brotações laterais que serão utilizadas como mudas;
B) Uso do enxadão para retirada do solo ao redor da planta; C) Uso da
vanga para separar o rebento da planta mãe; D) Rebento que será
utilizado como muda de bananeira
32 Casa do Produtor Rural

Conforme o desenvolvimento, A limpeza desses rizomas é feita


essa brotação lateral recebe deno- eliminando-se os restos de raízes,
minações diferentes: chifrinho quan- assim como toda a parte escura (re-
do o rizoma pesa até 1,5 kg, chifre gião cortical externa), até eliminar
quando pesa entre 1,5 a 2,5 kg e por completo todos os tecidos
chifrão que é o rizoma acima de 2,5 necrosados. O pseudocaule é elimi-
kg (Figura 23). nado através de um corte transver-
sal à altura de 5 a 10 cm do colo da

João Alexio Scarpare Filho


planta (Figura 24).
CHIFRÃO

Casa do Produtor Rural – ESALQ/USP


CHIFRE

CHIFRINHO

A B
CHIFRE
CHIFRINHO CHIFRÃO

C
B
Figura 24. A) Limpeza da muda retirando raízes
Figura 23. A) Identificação de mudas: chifrinho, e toda a parte necrosada do rizoma;
chifre e chifrão com o pseudocaule; B) Limpeza da muda retirando o
B) Identificação das mudas de pseudocaule; C) Muda de rizoma
rizoma sem o pseudocaule inteiro preparada para plantio
Cultivo e Produção de Banana 33
Como na área do bananal per- O processo de produção inicia-
manecem muitos rizomas de plan- se com a seleção e retirada de bro-
tas já colhidas é comum ocorrer tos laterais, da mesma maneira que
brotações isoladas. Essas brota- a descrita anteriormente para a ob-
ções como não têm a dominância tenção de mudas de rizoma. Após
da planta mãe, possuem folhas lar- a limpeza, esses rizomas são le-
gas e por isso são denominadas vados ao laboratório. Em seguida
“guarda-chuvas”. Embora seja ge- procede-se o isolamento da gema
neticamente idêntica às mudas de apical, em três sucessivas etapas,
folhas lanceoladas, não se reco- eliminando-se os restos de bai-
menda seu uso como muda devi- nhas foliares e o excesso do cilin-
do ao seu baixo vigor (Figura 25). dro central do rizoma. A primeira
etapa é realizada em área aberta
e as seguintes no laboratório, sen-
Casa do Produtor Rural – ESALQ/USP

do que no fim de cada etapa é rea-


lizada a desinfestação do material
com solução de água sanitária.
Após a última etapa, realizada
em câmara de fluxo laminar, a
gema apical é colocada em reci-
pientes contendo meios de cultu-
ra. Os meios de cultura são solu-
ções que contém água, um açúcar
como fonte de carbono, macro e
Figura 25. Brotação do tipo “guarda-chuva” micronutrientes, vitaminas, hormô-
nios e outras substâncias. O meio
• Mudas Micropropagadas: são de cultura fornece às gemas todas
mudas produzidas em laboratórios as condições necessárias para
através do cultivo de meristemas. que ela brote e inicie o desenvol-
Além de ser um processo rápido de vimento, função similar às reservas
multiplicação, as mudas produzi- contidas no rizoma. As etapas para
das oferecem a vantagem de se- a produção de mudas micropro-
rem livres de nematoides, insetos pagadas são apresentadas na Fi-
e outras moléstias. gura 26.
34 Casa do Produtor Rural

Casa do Produtor Rural – ESALQ/USP


A B

C D

E F
Figura 26. A) Rizomas de plantas matrizes que serão utilizadas na micropropagação; B) Retirada
das bainhas que envolvem o interior do rizoma; C) Desinfestação do material; D)
Isolamento do ápice caulinar (gema); E) Ápice caulinar em meio de cultura; F) Mudas
micropropagadas
Cultivo e Produção de Banana 35

Aspectos edafoclimáticos
O cultivo da bananeira, planta ori- desenvolvimento da planta, assim
ginária de região tropical, depende como solos rasos e arenosos.
de aspectos edafoclimáticos favorá- Com relação à topografia, o ideal
veis, ou seja, edáficos (condições seria que o solo apresentasse
físicas e químicas do solo) e climáti- declividade de no máximo 8%, po-
cos (relativos a temperatura, umida- rém é comum o plantio da bananei-
de, radiação solar, entre outros) que ra em declividades superiores que
influenciam no desenvolvimento e dificultam mecanização, conserva-
na produção da bananeira. ção do solo e os tratos culturais.

Solo
O solo ideal para o cultivo da ba- Clima
naneira deve ser profundo, com boa Temperatura
fertilidade, de textura mista e bem A bananeira se desenvolve bem
drenado. Solos muito argilosos de- entre as temperaturas limites de
vem ser evitados por favorecer o 15oC e 35oC, sendo a ideal de 25oC.
acúmulo de água, prejudicando o Temperaturas abaixo de 15oC dimi-
36 Casa do Produtor Rural

nuem consideravelmente o metabo- Luminosidade


lismo da planta e acima de 35oC, pre- A bananeira é uma planta heliófila,
judicam o desenvolvimento da mes- que se desenvolve bem em regiões
ma por causarem desidratação, prin- com alta luminosidade, isso porque
cipalmente das folhas. a atividade fotossintética aumenta
Temperaturas abaixo de 12oC cau- rapidamente quando a faixa lumino-
sam um distúrbio fisiológico, deno- sa está entre 2.000 e 10.000 lux. Va-
minado “chilling” ou “friagem”. No lores acima dessa faixa diminuem a
campo, esses danos ocorrem em atividade fotossintética e podem cau-
bananeiras cultivadas em regiões sar queimaduras nas folhas novas,
onde essas temperaturas são obser- e inferiores a 1.000 lux são insu-
vadas no período noturno. Os sinto- ficientes para a produção comer-
mas do “chilling” são observados cial. Cultivos em locais de alta
pelo escurecimento da casca do fru- luminosidade, reduzem o ciclo da
to provocado pela coagulação da bananeira. A escolha do espaça-
seiva. Na pós-colheita, esse fenôme- mento e da densidade de plantio e
no é observado quando os frutos são técnicas como o desbaste e a
armazenados em câmaras frias. desfolha favorecem a entrada de luz
Temperaturas baixas, no campo, no bananal.
causam o “engasgamento” da rose-
ta foliar, que impedem o lançamento Vento
da inflorescência, deformam os ca- Ventos fortes causam prejuízos ao
chos e retardam o desenvolvimento bananal, pois provocam o fendilha-
das plantas. mento das folhas que prejudica a
atividade fotossintética das mes-
Precipitações pluviais mas, quebra o pseudocaule e pro-
Por ser originária de regiões quen- move a queda das plantas.
tes (clima tropical) e ter uma compo- A queda das plantas (tombamen-
sição herbácea (cerca de 90% de to) também ocorre pelas caracterís-
água) a bananeira necessita de ticas da bananeira que possuem
grande disponibilidade de água cachos relativamente pesados,
para seu desenvolvimento, que é de pseudocaules frágeis e sistema
4 a 8 mm de água diários, ou preci- radicular, na fase de frutificação, em
pitação pluvial média acima de 1200 deterioração.
milímetros bem distribuídos ao lon- Por esta razão, recomenda-se
go do ano. a utilização de quebra-ventos em
Cultivo e Produção de Banana 37
regiões de alta frequência de ven- Caracteriza-se por apresentar tem-
tos fortes. Para minimizar esse pro- peratura média do ar, nos meses
blema, muitos produtores em vez de mais frios, compreendida entre
utilizar outras espécies de plantas -3oC e 18 oC e a média do mês mais
como quebra vento natural, adotam quente superior a 22 oC.
cultivares de bananeira de porte Essa região é considerada mar-
mais alto que a cultivar principal. ginal para o cultivo da bananeira,
pois apresenta um período seco e
Clima do Planalto Paulista frio no inverno, com risco de ocor-
A maior parte do clima do Planal- rência de geadas. Deve-se ressal-
to Paulista é, segundo a classifica- tar que a irrigação entre os meses
ção climática de Köppen-Geiger, de abril a novembro é uma técnica
Cwa, clima subtropical ou também que pode melhorar o desenvolvi-
chamado de tropical de altitude. mento da bananeira.
38 Casa do Produtor Rural

Implantação da cultura
Densidade e espaçamento
A densidade e o espaçamento lidade do solo, os tratos culturais
de plantio a ser utilizado no culti- a serem utilizados como níveis de
vo da bananeira são de fundamen- adubação, irrigação e outros.
tal importância, pois é nessa esco- A densidade é o número de plan-
lha que se determina a precocida- tas por unidade de área e o espaça-
de e intensidade de competição mento é a distribuição espacial, ou
que se estabelece entre as plantas simplesmente o espaço destinado
pela luz, água e nutrientes, a qual à cada planta na área de cultivo. A
afetará o ciclo de produção, o ren- densidade utilizada na cultura da
dimento em t/ha/ano, a produção bananeira é bastante variável e
em t/ha e a qualidade dos frutos. pode ser classificada como baixa
Por essa razão é que na escolha em plantios de até 1600 plantas/ha,
da densidade e dos espaçamentos média quando variam de 1600 a
devem ser considerados o porte da 2500 plantas/ha e alta quando su-
cultivar, o clima da região, a ferti- periores a 2500 plantas/ha.
Cultivo e Produção de Banana 39
Plantios com baixa densidade são e) bananais plantados em menores
recomendados para bananeiras de densidades são mais longevos.
porte alto, enquanto que em plan- O plantio da bananeira pode ser
tios de cultivares de porte médio e feito em fileiras simples ou em du-
baixo são recomendadas densida- plas. Os espaçamentos são determi-
des médias e altas, respectivamen- nados pelas distribuições das plan-
te. De maneira geral, pode-se afir- tas na área de plantio e a área ocu-
mar que: a) plantios mais densos pada por planta está em função das
apresentam rendimento maior nos distâncias entre as fileiras e entre as
três primeiros anos; b) após o ter- plantas nas fileiras.
ceiro ano, os rendimentos se igua- a) Exemplo de espaçamentos
lam, pois o ciclo de produção (perío- para cultivar Nanicão (Musa spp.;
do entre a colheita do cacho da plan- AAA) de porte médio em plantio de
ta mãe e a colheita do cacho da plan- densidade média de 2000 plantas
ta filho) é maior em plantios mais por hectare:
densos; c) a qualidade dos frutos é Linhas simples: a distância entre
melhor em plantios menos densos; as linhas de plantio deve ser de
d) as falhas devido a morte de plan- 2,5 m e entre plantas, nas linhas,
tas é maior em plantios mais densos; de 2 m (Figura 27).

Larissa Giovanna Silva Barbieri

Figura 27. Espaçamento em linha simples para bananeira ‘Nanicão’


40 Casa do Produtor Rural

Linhas duplas: o plantio é feito ma de quincôncio a cada 2 m (tri-


em duas linhas equidistantes de ângulo). A distância entre as fi-
1 m (fileiras duplas) e as plantas leiras duplas deve ser de 4 m (Fi-
distribuídas nessas linhas em for- gura 28).

Larissa Giovanna Silva Barbieri

Figura 28. Espaçamento em linha dupla para bananeira ‘Nanicão’

b) Exemplo de espaçamentos para Linhas simples: a distância en-


cultivar Prata (Musa spp.; AAA) de tre as linhas de plantio deve ser
porte médio em plantio de densidade de 3 m e entre plantas, nas li-
baixa de 1666 plantas por hectare: nhas, de 2 m (Figura 29).
Cultivo e Produção de Banana 41

Larissa Giovanna Silva Barbieri


Figura 29. Espaçamento em linha simples para bananeira ‘Prata’

Linhas duplas: o plantio é feito em 2.450 plantas/ha) até 2,0 por 2,5 m
duas linhas equidistantes de 2 m (fi- (densidade média de 2.000 plan-
leiras duplas) e as plantas distribuí- tas/ha). Para fileiras duplas o plantio
das nessas linhas em forma de pode ser de 2 x 1,5 m sendo estas fi-
quincôncio a cada 2 m (triângulo). A leiras distanciadas a cada 4 m.
distância entre as fileiras duplas Para a cultivar Prata utiliza-se o
deve ser de 4 m (Figura 30). espaçamento de 3 x 2 m (densida-
Para a região do Planalto Paulista, de de 1.600 plantas/ha) até 3 x 3
os espaçamentos adotados para o m (densidade de 1.110 plantas/ha)
plantio em fileiras simples da cul- em fileiras simples, enquanto em
tivar Grande Naine e Nanicão são fileira dupla o espaçamento pode
de 2,4 m entrelinhas por 1,7 m en- ser de 2 x 2 m sendo estas fileiras
tre plantas (densidade média de distanciadas a cada 4 m.
42 Casa do Produtor Rural

Figura 30. Espaçamento em linha dupla para bananeira ‘Prata’ Larissa Giovanna Silva Barbieri

Preparo do solo e plantio


O preparo da área para plantio mover o desenvolvimento radicular
inicia-se com a limpeza do terreno das bananeiras. Após a descom-
e análise do solo até a profundida- pactação, realiza-se a aração e o
de de 40 cm. Em solos compac- nivelamento do solo.
tados, há necessidade de realizar Para o Planalto Paulista, o pe-
subsolagem, que visa melhorar a ríodo recomendado para o plantio
infiltração de água, facilitar a pe- da bananeira é de setembro a fe-
netração das raízes e aumentar a vereiro, período com maiores tem-
aeração do solo, de maneira a pro- peraturas, precipitações pluviais e
Cultivo e Produção de Banana 43
fotoperíodo, condições ideais para deve-se deixar uma camada de
o desenvolvimento das plantas. terra com espessura de cerca de
Em terrenos de maior declivi- 5 cm sobre a mesma (Figura
dade, o plantio pode ser realizado 31D). Logo após o plantio deve-
em covas, que devem ser abertas se fazer uma bacia contentora de
nos espaçamentos determinados água (“coroa”) e a cova ser irri-
com as dimensões de 0,4 m x 0,4 gada para eliminar os possíveis
m x 0,4 m até 0,6 m x 0,6 m x 0,6 m bolsões de ar.
(Figuras 31A e B). As mudas de- Após 30 a 60 dias de plantio,
vem ser colocadas no centro da se faz o replantio das falhas com
cova adubada (Figura 31C). mudas de maior tamanho, man-
Caso utilize mudas de rizoma, tendo a uniformidade do bananal.

Casa do Produtor Rural – ESALQ/USP


A B

C D
Figura 31. A) Covas abertas para o plantio de bananeiras; B) Preparo da cova com calcário e
adubo; C) Mudas no centro das covas de plantio; D) Muda sendo coberta com terra até
5 cm de altura
44 Casa do Produtor Rural

Para terrenos com pouca decli- e demarcados os espaços onde se-


vidade pode ser feita mecanica- rão feitos o plantio das mudas.
mente a aração e a aplicação do Antes do plantio é realizada a adu-
calcário dolomítico, que deve ser bação orgânica e química e em se-
incorporado com uso de grades. guida fecha-se o sulco, coloca-se a
Nessas áreas são feitos sulcos (Fi- muda no centro, faz-se a coroa e por
gura 32A), em distâncias pré-deter- último a irrigação (Figuras 32B, C,
minadas, na profundidade de 40 cm D, E).

Casa do Produtor Rural – ESALQ/USP


A B

C D

E F
Figura 32. A) Abertura mecanizada do sulco de plantio; B) Adubação química e orgânica e fechamento
do sulco; C) Abertura do centro do sulco com cavadeira; D) Plantio da muda; E)
Coroamento da muda; F) Irrigação da muda
Cultivo e Produção de Banana 45

Nutrição, calagem
e adubação
Calagem
O uso do calcário tem o objetivo do “azul da bananeira”, distúrbio fi-
de corrigir o pH do solo, diminuir os siológico causado pela deficiência
teores de alumínio e elevar a satu- de magnésio (Mg) e excesso de po-
ração das bases para 70%. Como a tássio (K). O calcário deve ser apli-
bananeira extrai, durante seu ciclo, cado ao solo cerca de 30 dias antes
muito potássio, as adubações reali- do plantio, pois precisa reagir com a
zadas nessa cultura devem ser ricas solução do solo. A aplicação é feita
desse elemento. Por essa razão é manual (Figura 33) ou mecanica-
recomendável o uso de calcário mente. Recomenda-se a aplicação
dolomítico, rico em cálcio e magné- em toda a área a ser cultivada. Em
sio, para manter o equilíbrio entre os seguida o calcário deve ser incorpo-
cátions, evitando assim a ocorrência rado com o uso de grades.
46 Casa do Produtor Rural

Casa do Produtor Rural – ESALQ/USP


A B
Figura 33. A) Aplicação manual de calcário; B) Área após a aplicação de calcário

Exigência nutricional da
bananeira
A bananeira é uma planta herbá- ser observado é se os sintomas apa-
cea de grande porte, que em condi- recem generalizados ou em alguns
ções adequadas de clima apresen- pontos isolados, pois os problemas
ta um rápido desenvolvimento e nutricionais ocorrem generalizados
por essa razão requer alta taxa de na área. Os sintomas de problemas
absorção e extração de nutrientes. nutricionais aparecem em diferentes
Em ordem decrescente os elemen- partes das plantas, devido a mobili-
tos mais exigidos pela bananeira dade dos nutrientes. Há nutrientes
são: K > N > Ca > Mg > S > P > Cl > que são móveis, pouco móveis e imó-
Mn > Fe > Zn > B > Cu > Mo, cujas veis dentro das plantas, sendo assim
funções, assim como exigências os problemas nutricionais ocasiona-
nutricionais e sintomas de deficiên- dos pelos elementos móveis e pou-
cia e excesso constam na Tabela 4. co móveis aparecem nas folhas mais
Para avaliar se há realmente uma velhas, enquanto os elementos imó-
deficiência ou excesso nutricional em veis aparecem nas folhas mais jo-
plantas deve-se seguir alguns passos. vens. Outra característica de exces-
Primeiro deve-se verificar se há ocor- so ou deficiência de nutrientes é que
rência de pragas ou doenças, pois os sintomas nas plantas são simé-
nesse caso os sintomas foliares po- tricos, o que não ocorre em danos
dem ser semelhantes. Outro ponto a causados por pragas e doenças.
Tabela 4. Mobilidade* dos nutrientes na planta e sintomas de deficiência e excesso descritos em bananeira

NA
DOS

PLANTA
EXCESSO

DEFICIÊNCIA

MOBILIDADE

NUTRIENTES
SINTOMAS DE

SINTOMAS DE

NUTRIENTES
Menor crescimento da planta e frutos, queimadura nas bordas das Folhas mais velhas coriáceas,
Potássio (K) Móvel engaço e raque longos e grossos
folhas, atraso no aparecimento da inflorescência
Clorose generalizada e uniforme principalmente nas folhas mais Desprendimento das bainhas dos
Nitrogênio (N) Móvel velhas, roseta compactada (dificulta a emissão do cacho) pseudocaules
Folhas novas ásperas, onduladas, com manchas pardo-
Cálcio (Ca) Imóvel Não descritos
avermelhadas nas pontas
Clorose internerval nas folhas velhas, pecíolos com manchas
Magnésio (Mg) Móvel arroxeadas, que se ampliam, tornam-se arroxeadas e atingem a Não descritos
nervura principal
Enxofre (S) Pouco móvel Folhas jovens verde-pálidas e cachos pequenos Não descritos
Fósforo (P) Móvel Folhas mais velhas verde azulada Não descritos

Cloro (Cl) Móvel Crescimento reduzido, murchamento e desenvolvimento de Cloroses marginais e generaliza-
manchas cloróticas e necróticas da, plantas pouco desenvolvidas
Diminuição do crescimento das folhas e
Manganês (Mn) Pouco móvel Clorose internervura em folhas jovens, pontuações necróticas raízes, clorose em folhas jovens
Em folhas jovens apresentam clorose generalizada e coloração Necrose marginal em folhas
Ferro (Fe) Pouco móvel velhas
branco amareladas.
Folhas jovens estranguladas, frutos retorcidos e desenvolvimento
Zinco (Zn) Pouco móvel Não descritos
atrasado
Boro (B) Imóvel Deformação dos cachos, frutos menores e atrofiados Margens das folhas queimadas
Cobre (Cu) Pouco móvel Murchamento generalizado, folhas verde-escuro enrugadas Não descritos
Cultivo e Produção de Banana

Molibdênio (Mo) Móvel Clorose internerval em folhas velhas Não descritos


Fonte: Ballestero (2008); Flori et al. (2009); Godoy et al. (2006); Malavolta et al. (1997); Moreira (2001)
*A mobilidade dá-se predominantemente pelo floema, sendo que os sintomas de deficiência ocorrem nas folhas mais velhas (elementos
47

móveis e pouco móveis) e nas folhas e órgãos mais novos (elementos imóveis)
48 Casa do Produtor Rural

Uma das principais características Adubação


da bananeira é que ela produz os As adubações devem ser realiza-
frutos apenas uma vez e a medida das de acordo com a análise do solo.
que se colhe o cacho, essa planta é Antes do plantio deve ser retirada da
substituída pelo rebento seguidor. área a ser cultivada amostras de ter-
Dessa forma, cerca de 66% dos res- ra, em profundidade de 0-20 cm, e
tos vegetais dessas plantas, ricos também de 20-40 cm. Cada amos-
em nutrientes, como o pseudocaule tra deve ser composta de 20 sub
e as folhas retornam ao solo após a amostras, coletadas de maneira
colheita do cacho (Figura 34). Esses aleatória, que são colocadas em um
nutrientes, quando disponibilizados balde limpo para serem misturadas.
podem ser reutilizados pelas plan- Após esse preparo, as amostras se-
tas. Mesmo com o aproveitamento rão embaladas em sacos plásticos,
de parte da ciclagem desses nu- cerca de 1 kg, e enviadas para o la-
trientes, há necessidade de se fa- boratório para análise.
zer adubações constantemente. São considerados três tipos de adu-
bação na bananeira: de plantio, forma-
Casa do Produtor Rural – ESALQ/USP

ção e de produção, sempre com base


na análise química do solo.
Adubação de plantio: Nessa adu-
bação são fornecidos os adubos or-
gânicos, os fosfatados, e os micro-
nutrientes, principalmente zinco e
boro. Esses adubos devem ser bem
misturados com a terra antes do
plantio. Como o elemento fósforo é
pouco móvel no solo, o plantio é
uma boa oportunidade para incor-
porá-lo em profundidades maiores.
O nitrogênio é fornecido pelos adu-
bos orgânicos, suficientes para o de-
senvolvimento inicial da planta.
Quando são usadas mudas micro-
propagadas para o plantio recomen-
Figura 34. Detalhe dos restos vegetais em área
da-se a aplicação de parte do potás-
cultivada com banana sio exigido pela análise de solo. Isso
Cultivo e Produção de Banana 49
não é necessário quando as mudas rebento seguidor, filho ou neto, em
usadas forem de rizomas, pois nes- faixas em forma de meia lua (Figura
se caso o desenvolvimento inicial 35). A aplicação deve ser realizada
da planta ocorre com os nutrientes em épocas com maiores precipita-
desse rizoma. ções pluviais, temperaturas e lumi-
Adubação de formação: É realiza- nosidade, o que na região do Pla-
da nos cinco primeiros meses de nalto Paulista acontece de setembro
cultivo. Nela são fornecidos os adu- a março. Recomenda-se que seja fei-
bos nitrogenados e os potássicos, ta, no mínimo, em quatro doses, nos
em cobertura em volta das plantas, meses de setembro, novembro, ja-
a uma distância aproximada de 30 cm neiro e março. Geralmente são utili-
do colo da planta numa faixa de 20 zadas fórmulas contendo nitrogênio,
cm. Os adubos podem ser aplicados fósforo e potássio na proporção de
em doses iguais, 20%, a cada 30 dias. 2 de N, 1 de P 2O 5 para 4 de K 2 O
Adubação de produção: É realiza- (exemplo 14:07:28) em torno de
da anualmente em bananais cujas 2000 kg/ha/ano, adicionando os
plantas já estão em produção, onde micronutrientes boro e zinco.
se encontram bananeiras em diver- As principais fontes de nutrientes
sos estádios de desenvolvimento. A utilizadas na cultura da bananeira,
quantidade de adubo recomendada de origem mineral e orgânica (ani-
deve ser aplicada, em cobertura, a mal e agroindustrial), constam res-
uma distância média de 40 cm do pectivamente, nas Tabelas 5 e 6.

Casa do Produtor Rural – ESALQ/USP

A B
Figura 35. Adubação da bananeira em cobertura, distante aproximadamente 40 cm do rebento
seguidor, sinalizado (A; B)
50 Casa do Produtor Rural

Tabela 5. Nutrientes, fontes minerais e teores, em porcentagem (%), que po-


dem ser utilizados em bananeira

NUTRIENTES FONTES % DO NUTRIENTE


Ureia 44
Nitrato de amônio 32 a 33,5
Sulfato de amônio 20,5
Ureia recoberta com enxofre 38
Nitrogênio (N) Diamônio fosfato 16
Monoamônio fosfato 11
Nitrato de cálcio 15
Nitrato de potássio 14
Superfosfato triplo 46
Difosfato de amônio 46
Fósforo (P) P2O5 Monofosfato de amônio 52
Fosfato natural 22 a 33
Superfosfato simples 18
Cloreto de potássio 60
Sulfato de potássio 50
Potássio (K) K2O
Sulfato duplo de potássio e magnésio 22
Nitrato de potássio 44
Cálcio (Ca) CaO Calcário dolomítico 40
Calcário calcítico 50 a 53
Sulfato de magnésio 17
Sulfato de potássio e magnésio 18
Magnésio (Mg) MgO
Calcário dolomítico 18
Óxido de magnésio 86
Sulfato de amônio 24
Sulfato de potássio 18
Sulfato duplo de potássio e magnésio 22
Sulfato de magnésio 22
Enxofre (S) Ureia-sulfato de amônio 5
Superfosfato simples 12
Ureia recoberta com enxofre 14
Sulfato de cálcio 18,6
Enxofre elementar 90 a 100

Zinco (Zn) Sulfato de zinco 28

Boro(B) Bórax 11
Ácido bórico 17
Cobre (Cu) Sulfato de cobre 22,5

Sulfato de ferro 19 a 23
Ferro (Fe)
Quelatos de ferro 5 a 14
Manganês (Mn) Sulfato de manganês 26 a 28
Quelato de manganês 12

Fonte: Moreira et al. (2001); Flori et al. (2009); Godoy et al. (2006); Teixeira et al. (1997)
Cultivo e Produção de Banana 51
Tabela 6. Composição de materiais orgânicos de origem animal e agroin-
dustrial (base úmida) que podem ser utilizados em bananeira

C N P K Ca RELAÇÃO
MATERIAIS
g/kg C/N

Esterco bovino fresco 100 5 2,6 6 2 20/1

Esterco bovino curtido 320 15 12 21 20 21/1

Esterco de galinha 140 14 8 7 23 10/1

Esterco de porco 60 7 2 5 12 9/1

Composto de lixo 160 6 2 3 11 27/1

Lodo de esgoto 170 16 8 2 16 11/1

Vinhaça 10 0,6 0,1 3 1 17/1

Torta de filtro 80 3 2 0,6 5 27/1

Torta de mamona 450 45 7 11 18 10/1

Fonte: Raij et al. (1997), adaptado por Erval Rafael Damatto Junior

É importante mencionar que a Pode-se também utilizar misturas


adubação orgânica resulta boas res- de materiais como a compostagem
postas de produção para a bananei- feita com serragem de madeira e
ra, mas que na maioria das vezes esterco bovino na quantidade de
deve ser complementada com a adu- 129 kg/planta dividida em cinco apli-
bação mineral. Fontes orgânicas de cações anuais em intervalos de dois
nutrientes podem ser aplicadas no meses cada. Uma outra fonte orgâ-
plantio utilizando-se como opções: nica de nutrientes é a cobertura do
esterco de curral (10 a 20 l/cova), solo pelos restos de materiais vege-
esterco de aves (3-5 l/cova) ou torta tais da bananeira, que melhora os
de mamona (3 l/cova) e durante o aspectos químicos, físicos e biológi-
período de desenvolvimento e pro- cos do solo. O excesso de aduba-
dução utilizando-se aproximada- ção orgânica pode resultar no
mente 20 a 25 l de esterco curral por desequilíbrio do bananal por exces-
touceira. so de nitrogênio.
52 Casa do Produtor Rural

Fertirrigação
Nesta técnica, os fertilizantes são de maior concentração de raízes, tor-
aplicados via água de irrigação, o nando a aplicação mais eficiente. A
que reduz gastos com mão de obra frequência da fertirrigação em bana-
e com o uso de máquinas e im- neiras deve ser de 3 a 7 dias, pois
plementos. O sistema de irrigação intervalos maiores requerem maior
via gotejamento é o mais indicado quantidade de adubos o que pode
para aplicar os adubos, pois a distri- resultar em aumento da salinidade
buição ocorre bem próximo à zona do solo.
Cultivo e Produção de Banana 53

Tratos culturais
Neste capítulo são apresentadas as nado pelo vigor ou pela melhor lo-
principais técnicas culturais recomen- calização, sendo que esta última
dadas para a cultura da bananeira. A deve permitir o caminhamento das
realização destas técnicas visa obter plantas em quadrantes ou na linha
boa produção de frutos de qualidade de plantio, sem alterar o espaça-
e demanda uma série de operações mento adotado.
para garantir o sucesso no cultivo. O desbaste é realizado utilizando
ferramentas denominadas penados
Desbaste (Figura 36C) ou facões que cortam
A técnica do desbaste é muito im- os brotos no nível do solo. Para evi-
portante, pois é por meio dela que tar a brotação da gema apical des-
se mantém a densidade de plantio ses rebentos, pode-se utilizar uma
do bananal. O desbaste consiste na ferramenta chamada “Lurdinha”,
retirada do excesso de rebentos ou um cano vazado que elimina a
brotações laterais. Para sua realiza- gema apical de uma única vez (Fi-
ção, respeita-se a condução das guras 36D; E) ou a ponta do pena-
plantas em família (Figura 36A e do, operação que deverá ser repas-
36B). O seguidor deve ser selecio- sada de 2 a 3 vezes até que não
54 Casa do Produtor Rural

ocorra mais brotação. Esta última é o ano. Os critérios adotados ain-


a forma adotada pela maioria dos da são discutíveis, porém o mais
produtores com a vantagem de ser utilizado é quando os rebentos
mais rápida e ter o benefício de não atingem uma altura média de 80
abrir porta de entrada para outros cm ou quando iniciam a emissão
patógenos como o uso da “Lurdinha”. de algumas folhas largas, indi-
A execução do desbaste é rea- cando que estão independentes
lizada praticamente durante todo da planta mãe.

Casa do Produtor Rural – ESALQ/USP


C

B E
Figura 36. A ) Touceira de bananeira sem desbaste; B) Touceira de bananeira desbastada; C)
Penado para desbaste dos rebentos de bananeira; D) “Lurdinha”; E) Eliminação da
gema apical utilizando a “Lurdinha”
Cultivo e Produção de Banana 55
Desfolha
A técnica da desfolha permite folha pitoco, as que possam causar
manter o bananal bem arejado, faci- injúrias mecânicas nos frutos, as que
litando o controle de pragas e doen- estiverem impedindo entrada de luz
ças o que melhora o desenvolvimen- e ar no bananal assim como aque-
to das plantas e deve ser realizada las com sintomas de doenças (Figu-
constantemente no bananal. ras 37A; B; C; D; E).
A desfolha consiste na retirada de O corte das folhas é feito utilizando-
folhas secas, com baixa eficiência se um facão, faca, foice bifurcada ou
fotossintética e também de folhas penado (Figura 37F). O movimento
verdes que apresentem pecíolo que- deve ser de baixo para cima, no pecío-
brado ou limbo bem danificado por lo da folha, que deve estar bem rente
ventos ou geadas, que possam in- ao pseudocaule, sem que ocorra o
terferir no rendimento da planta, da rompimento das bainhas existentes.

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A B

C D

E F
Figura 37. A) Bananal com folhas velhas; B) Bananal após realização da desfolha; C) Retirada
de folhas velhas; D) Retirada da folha pitoco; E) Folhas doentes que devem ser
eliminadas; F) Penado utilizado para desfolha da bananeira
56 Casa do Produtor Rural

Técnicas culturais realizadas Retirada das últimas pencas


no cacho É a técnica cultural que objetiva
As técnicas realizadas no cacho eliminar as últimas pencas visan-
são feitas simultaneamente quando do promover a homogeneização
já se formaram todas as pencas, os dos frutos colhidos, que se tornam
frutos estiverem na posição horizon- mais longos e grossos, aspectos
tal e os pistilos estejam secos. de importância para a comer-
cialização das bananas, pela
Retirada do coração melhoria da aparência dos frutos.
A retirada do coração é realizada Esta técnica também evita o cres-
com o objetivo de reduzir principal- cimento de pencas de menor inte-
mente a ocorrência de pragas como resse comercial, caracterizadas
o tripes, que se abrigam sob suas por possuírem frutos defeituosos,
brácteas. de menor tamanho e mistura de flo-
Corta-se ou quebra-se manual- res masculinas e femininas.
mente o coração cerca de 10 a 20 A eliminação deve preservar um
cm abaixo da última penca de flores ou dois frutos, localizados na re-
femininas (Figura 38). Recomenda- gião central da última penca, para
se quando do uso de ferramentas, que caso ocorra translocação de
que estas sejam higienizadas em seiva da região cortada, não have-
uma solução de hipoclorito de sódio rá a seca de frutos das demais
diluído em água. O coração descar- pencas. Essa retirada, de uma a
tado deve ser retirado do bananal e duas pencas é feita manualmente,
pode ser utilizado na alimentação de fazendo torções nos pedúnculos
animais. dos frutos (Figura 39).
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A B
Figura 38. A) Corte do “coração” da bananeira realizado manualmente; B) Cacho de banana sem o
“coração”
Cultivo e Produção de Banana 57

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A B
Figura 39. A) Cacho da bananeira no ponto de se realizar a retirada das últimas pencas; B) Cacho
da bananeira após a retirada das últimas pencas deixando-se dois dedos

Despistilagem
Esta técnica consiste na retirada esta razão os produtores a execu-
dos pistilos, que são os restos flo- tam, após a colheita, na casa de
rais femininos secos, que permane- embalagem (Figura 40D).
cem na extremidade do fruto. Os
pistilos são abrigos de pragas como Ensaque do cacho
a traça-da-bananeira (Opogona O ensaque do cacho de banana é
sacchari) e fungos como Trachys- utilizado para melhorar a qualidade
phaera fructigena, precursor da dos frutos e é fundamental para
doença “ponta-do-charuto”, que de- aqueles destinados ao mercado ex-
preciam muito o fruto destinado à terno. Esta técnica protege contra
comercialização. A retirada dos baixas temperaturas, presença de
pistilos também é importante para tripes e outros insetos, evita ninhos
deixar a extremidade da banana de pássaros, presença de aranhas,
com um aspecto mais cheio, sem injúrias físicas oriundas do contato
cavidades, melhorando a aparên- de folhas com os frutos, o que me-
cia do fruto. lhora o desenvolvimento do cacho.
A despistilagem é realizada ma- Para a produção destinada ao mer-
nualmente com a ponta dos dedos cado interno, ainda é pouco utiliza-
(Figuras 40A; B; C) ou raspando a da devido ao alto custo operacional.
palma da mão sobre a extremidade Podem ser utilizados três tipos de
dos frutos, após a abertura de todas sacos de polietileno: os transparen-
as pencas. O custo operacional des- tes comuns que não são tratados
ta técnica no campo é muito alto, por quimicamente, indicados para locais
58 Casa do Produtor Rural

de pouca incidência de pragas; os tam perfurações de aproximadamen-


sacos transparentes tratados quimi- te 12,7 mm de diâmetro para auxili-
camente e de cor azul clara, reco- ar nas trocas gasosas existentes
mendados para regiões onde ocor- entre o cacho e o ambiente externo
re altos índices de praga; e o saco e ficam abertos na parte inferior.
leitoso, feito para proteger os cachos O saco deve cobrir todo o cacho
contra a intensa radiação solar e e ser amarrado com barbante ou
poeira, fatores que podem depre- fita plástica no engaço, acima da
ciar os frutos. As dimensões dos sa- cicatriz da última folha (Figura 41).
cos variam de acordo com as culti- Esta prática é dificultada em culti-
vares. Os sacos também apresen- vares de porte elevado.

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A B

C D
Figura 40. A) Bananas com pistilos secos; B) Bananas despistiladas; C) Despistilagem realizada no
campo; D) Despistilagem realizada na casa de embalagem
Cultivo e Produção de Banana 59

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A B C
Figura 41. A) Cacho de banana no ponto ideal para ser ensacado; B) Amarração do barbante no
engaço do cacho; C) Cacho de banana ensacado

Tutoramento
Tutoramento ou escoramento da quanto as varas de bambu são as
bananeira consiste em sustentar a mais usuais em pequenas áreas de
planta para evitar seu tombamento, plantio.
principalmente em solos declivosos. A execução é realizada amarran-
As principais causas do tombamen- do-se o fio de polipropileno na re-
to das plantas são: ocorrência de gião superior da planta (roseta foliar)
ventos fortes, cachos pesados, reti- e a outra ponta é presa a uma esta-
rada de rebentos de maneira desor- ca no chão ou no pseudocaule, ren-
denada e intenso ataque de pragas te ao solo, de outra bananeira que
como nematoides ou moleque-da- suporte o peso da planta tutorada
bananeira que afetam o desenvolvi- (Figura 42A).
mento do sistema radicular. Para o Já a vara de bambu deve ser co-
tutoramento pode-se utilizar o fio de locada entre a roseta foliar do
polipropileno ou a vara de bambu. pseudocaule e o solo, fornecendo
O fio de polipropileno tem baixo apoio necessário ao desenvolvimen-
custo, maior permanência na planta to da planta (Figura 42B).
e manejo relativamente simples, O tutoramento deve ser realizado
sendo muito utilizado em cultivos preventivamente em plantas cujos
destinados para exportação, en- pseudocaules comecem a inclinar
60 Casa do Produtor Rural

durante o desenvolvimento do ca- adoção desta técnica em solos


cho. É praticamente obrigatória a declivosos.

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A B
Figura 42. A) Tutoramento da bananeira utilizando fio de polipropileno; B) Tutoramento da bananeira
utilizando bambu

Colheita
O ponto mais propício para a co- ria de 90 a 150 dias devido princi-
lheita da banana leva em conside- palmente as diferenças climáticas
ração as características físicas dos que ocorrem nas estações do ano.
frutos, avaliadas pelo aspecto vi- A classificação dos estádios de
sual e o diâmetro dos mesmos. maturação para a colheita da bana-
Bananas do tipo Maçã, Prata, na são:
Pacovan e Prata Anã permitem que • Estádio magro (30 mm de diâme-
a detecção do momento ideal para a tro): bananas com desenvolvimen-
colheita seja feita através da verifi- to incompleto e quinas salientes;
cação do desaparecimento da angu- • Estádio 3/4 magro (32 mm): bana-
losidade e das quinas antes presen- nas com quinas salientes e super-
tes nos frutos. fície estreita e plana;
De maneira geral, a colheita de • Estádio 3/4 (34 mm): bananas ain-
bananas do grupo Cavendish da com presença de quinas, po-
(Nanica, Nanicão e Grande Naine) rém os lados são mais largos e li-
varia de acordo com os fatores cli- geiramente arredondados;
máticos, culturais ou idade do bana- • Estádio 3/4 gordo (36 mm): as ba-
nal. No Estado de São Paulo, o tem- nanas não apresentam quinas e
po de colheita para este grupo, va- as faces são arredondadas.
Cultivo e Produção de Banana 61
As bananas podem ser colhidas cacho fique sobre o ombro do
nos estádios 3/4 magro (32 mm) e colhedor, que pode utilizar travessei-
3/4 (34 mm) quando forem destina- ros de espuma como suporte (Figu-
das a mercados distantes e 3/4 gor- ra 43).
do (36 mm) e gordo (38 mm) quando Feito o corte no engaço, o cacho
forem para mercados próximos. é retirado do bananal para posterior
A colheita é realizada de forma transporte em cabos aéreos,
manual e é recomendável que seja carrocerias de caminhões adapta-
feita por duas pessoas, principal- das ou em carretas que disponham
mente em bananeiras que apresen- de um meio para pendurá-los. Os
tam um porte alto ou que tenham cachos também podem ser transpor-
cachos muito pesados. Nessas plan- tados em carrocerias almofadadas,
tas, faz-se primeiro um corte no meio devendo-se evitar danos aos frutos
do pseudocaule, para que ele se in- por atritos durante o percurso até a
cline lentamente, de modo que o casa de embalagem.

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A B C

D DE
Figura 43. A) Bananas no ponto de colheita, caracterizado pela ausência de quinas; B) Corte
realizado no meio do pseudocaule para tombamento do cacho; C) Cacho sobre o ombro
do colhedor; D) Transporte do cacho em carretas almofadadas; E) Carrocerias de
caminhões adaptadas para o transporte dos cachos de banana
62 Casa do Produtor Rural

Rebaixamento do pseudocaule
Após a realização da colheita, sa parte, o mesmo deve ser corta-
parte do pseudocaule e a roseta do o mais próximo possível do solo
foliar são cortados e enleirados no e depois fracionado em várias por-
bananal com o objetivo de reciclar ções, de forma a dividí-lo em pe-
os nutrientes. A parte inferior é dei- quenas partes, para que fique bem
xada para que o rebento possa espalhado no local, incrementando
aproveitar os benefícios da seiva sua utilização como matéria orgâ-
nele contido. nica, devido a sua contribuição nos
Cerca de sessenta dias após a atributos físicos e químicos do solo
colheita, quando ocorre a seca des- (Figura 44).

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A B

C
Figura 44. A) Parte superior do pseudocaule sendo retirado logo após a colheita; B) Rebaixamento
total do pseudocaule após dois meses da colheita; C) Restos dos pseudocaules
colocados nas entrelinhas do bananal após serem cortados e picados
Cultivo e Produção de Banana 63

Pragas
Embora haja inúmeras pragas afe- soneca ou dorminhoco, ocorre em
tando a cultura, destaque para a bro- todas as regiões produtoras de ba-
ca-do-rizoma ou moleque-da-bana- nana.
neira, broca-do-pseudocaule, tripes da O inseto passa pelas fases de ovo,
ferrugem dos frutos, tripes da erupção larva e pupa antes de se tornar adul-
dos frutos e nematoide cavernícola. to, um besouro de cor preta, com
Detalhes sobre cada uma delas e méto- aproximadamente 1 cm de compri-
dos de controle são descritos abaixo. mento, que possui hábito noturno.
Durante o dia pode ser encontrado
Broca-do-rizoma ou moleque- em locais úmidos e sombreados, nas
da-bananeira touceiras e também nos restos cul-
A broca Cosmopolites sordidus, turais da bananeira. Quando toca-
conhecida popularmente como mo- dos, esses besouros fingem-se de
leque-da-bananeira, broca-do-rizoma, mortos.
64 Casa do Produtor Rural

É na fase de larva que essa praga com a forma como é seccionado o


causa os maiores prejuízos à bana- pseudocaule essas iscas recebem
neira, pois ao percorrerem o rizoma diferentes denominações. Nas iscas
para se alimentar, abrem galerias que tipo telha, pedaços de pseudocaule
deixam a planta mais sensível ao tom- de aproximadamente 30 a 50 cm são
bamento (Figura 45) e também limi- cortados ao meio, no sentido longi-
tam a circulação de seiva que resulta tudinal, para serem colocados no
no menor peso dos cachos e tamanho bananal com a parte que contém a
dos frutos, podendo resultar na morte seiva para baixo enquanto nas do tipo
da planta e/ou favorecer a entrada queijo, os pseudocaules são corta-
pelo rizoma de patógenos de solo, dos no tamanho de 20 cm (Figura 46).
como Fusarium oxisporium f. cubense, Os insetos adultos são atraídos para
agente causal do mal-do-Panamá. se alimentarem da seiva.
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A

Figura 45. Sintomas do ataque do


moleque-da-bananeira no
rizoma

A forma mais comum de se reali-


B
zar o controle desta praga, é o
monitoramento por amostragem, uti- Figura 46. Iscas para monitoramento e controle
do moleque da bananeira. A) Isca
lizando iscas atrativas. De acordo tipo telha; B) Isca tipo queijo
Cultivo e Produção de Banana 65
Para o monitoramento da popula- aloja no interior do pseudocaule, se
ção do inseto, recomenda-se a utili- alimentando das bainhas foliares e
zação de 20 iscas/ha e para o con- abrindo galerias, que deixa a planta
trole 50 a 100 iscas/ha que devem mais sensível ao tombamento e pre-
ser observadas semanalmente e re- judica a produção. O adulto da
novadas a cada quinze dias, sendo broca-do-pseudocaule é uma borbo-
o nível de controle atingido quando leta. Algumas práticas culturais são
observado de 2 a 5 insetos adultos recomendadas para o controle des-
por isca. É importante que os adul- ta praga como o desbaste, desfolha,
tos sejam coletados manualmente e eliminação de restos culturais e lim-
retirados do bananal. As iscas po- peza da área.
dem ser impregnadas com o
fungo entomopatogênico Beauveria Tripes
bassiana (controle biológico) ou com Embora tenha sido considerada
inseticidas (controle químico) como praga esporádica ou secundá-
registrados no Ministério da Agricul- ria, sua importância aumentou nos
tura, Pecuária e Abastecimento últimos tempos, pela exigência dos
(MAPA). A associação entre iscas e mercados por frutos de melhor qua-
feromônio sintético resultam no me- lidade, principalmente para merca-
lhor resultado quanto ao número de do de exportação. Há dois tipos de
adultos do moleque-da-bananeira tripes afetando bananas:
capturados no bananal. Tripes da ferrugem dos frutos
Há outros métodos culturais em- (Chaetanaphothrips spp; Caliothrips
pregados para controlar o moleque- bicinctus Bagnall; Tryphactothrips
da-bananeira: utilização de mudas lineatus Hood; Bradinotrips musae).
sadias e de boa procedência, que O tripes se aloja na inflorescência
não estejam contaminadas por ovos da bananeira, entre as brácteas que
ou larvas do besouro; destruição de envolvem o coração e os frutos, se
restos culturais e corte dos pseudo- alimenta da seiva dos frutos e reali-
caules rentes ao solo que devem ser za a ovoposição na casca dos frutos
picados e espalhados no bananal. jovens resultando nos sintomas de
manchas de coloração marrom, com
Broca-do-pseudocaule aspecto de ferrugem (Figura 47). Em
É na fase de lagarta que a broca- altas infestações, estas manchas
do-pseudocaule (Castria sp.) causa podem rachar. Uma prática muito co-
danos a bananeira, pois ela se mum a ser adotada para o controle
66 Casa do Produtor Rural

dessa praga é o ensaque dos ca-

Fernando Sakai
chos, utilizando saco impregnado ou
não com inseticida registrado no
MAPA. É interessante também elimi-
nar as plantas daninhas, por serem
hospedeiras do inseto.

Casa do Produtor Rural – ESALQ/USP

Figura 48. Sintomas do ataque de tripes da


erupção em frutos de bananeira
Figura 47. Sintomas do ataque de tripes da fer-
rugem em frutos de bananeira

Tripes da erupção dos frutos Nematoide cavernícola


(Frankliniella spp.) (Radopholus similis)
Algumas espécies do gênero Este nematoide é o mais importan-
Frankliniella foram relatadas com te para o cultivo da bananeira. Ele
maior frequência afetando bananas. penetra nas raízes e migra dentro
Esses insetos se localizam nos delas formando cavidades e
pistilos das flores jovens abertas ou necrosando os tecidos, o que favo-
em flores protegidas pelas brácteas rece o tombamento das plantas
(coração). Os danos causados são quando da ocorrência de ventos for-
pontuações na casca dos frutos, ás- tes ou pelo peso do cacho, que são
peras e sensíveis ao tato (Figura 48) os principais sintomas que indicam
que diminuem o valor comercial do o ataque dessa praga.
fruto, principalmente para exporta- Como medidas preventivas de
ção, sem nenhum efeito sobre a qua- controle está a aquisição de mudas
lidade da polpa. As práticas culturais sadias (micropropagadas); manu-
recomendadas para o controle des- tenção do solo coberto, principal-
sa praga são a despistilagem, a reti- mente com plantas antagonistas
rada do coração e o ensaque do ca- aos nematoides como crotalaria,
cho com sacos impregnados com tagetes, alfafa e coentro e porque a
inseticidas registrados no MAPA. manutenção da umidade também
Cultivo e Produção de Banana 67
favorece o aumento da população uso de nematicidas embora seja
desses microrganismos; adubação recomendado, apresenta alto cus-
orgânica e repouso ou pousio da to e possui alto impacto ao meio
área na época de renovação do ba- ambiente e a saúde do trabalhador.
nanal. Esta última medida é reco- É importante que as pesquisas
mendada, pois mesmo sem alimen- continuem buscando variedades
to, o nematoide pode sobreviver que tenham potencial comercial e
até pouco menos de seis meses uti- sejam resistentes ao ataque des-
lizando suas próprias reservas. O se nematoide.
68 Casa do Produtor Rural

Doenças
Embora haja várias doenças afe- cia do hospedeiro. Este fungo pode ser
tando a bananeira, nesta cartilha disseminado principalmente por mu-
serão abordadas informações sobre das contaminadas, água de irrigação,
o mal-do-Panamá, sigatoka-negra e máquinas e implementos agrícolas.
sigatoka-amarela que se destacam Internamente, num pseudocaule
como as principais. cortado, pode ser observada desco-
loração vascular pardo-averme-
Mal-do-Panamá lhada enquanto que externamente,
Esta doença é considerada a mais nas folhas, ocorre um amare-
severa, pois sua ocorrência afeta a lecimento progressivo das folhas
absorção e o transporte de água e mais velhas para as mais novas que
nutrientes para a parte aérea da culminam com a murcha, seca e
planta. É causada pelo fungo Fusa- quebra das mesmas junto ao pseu-
rium oxysporum f. cubense, que ha- docaule (Figura 49). Plantas afeta-
bita o solo e possui alta capacidade das por essa doença produzem ca-
de sobrevivência mesmo na ausên- chos e frutos menores, com matu-
Cultivo e Produção de Banana 69
ração irregular e antecipada, o que corrência entre os microrganismos
pode resultar na perda de todas as habitantes do solo, dificultando a
plantas em campo, principalmente em ação e a sobrevivência do patógeno;
cultivares suscetíveis como a ‘Maçã’. utilizar roçadeiras para eliminar plan-
Visando evitar o problema, é im- tas daninhas, pois capinas tanto ma-
portante saber se a área onde se nuais como mecânicas podem afe-
deseja implantar a cultura não pos- tar o sistema radicular e facilitar a
sui histórico de ocorrência da doen- disseminação do fungo.
ça; utilizar mudas sadias e livre de O controle mais efetivo da doen-
nematoides; corrigir o solo, pois al- ça ocorre quando se utiliza cultiva-
tos níveis de cálcio e magnésio con- res resistentes. Plantas sintomáticas
tribuem para reduzir a população do devem ser imediatamente erra-
patógeno; dar preferência a solos dicadas e no local das touceiras deve
com teores mais elevados de maté- ser aplicado calcário ou cal hidra-
ria orgânica, que aumentam a con- tada para desinfestar as covas.

Erval Rafael

Figura 49. Sintomas da doença mal-do-Panamá em bananeira


70 Casa do Produtor Rural

Sigatoka-amarela
A sigatoka-amarela é uma doen- teriormente se coalescem, envoltas
ça causada pelos fungos Mycos- por um halo amarelado, compro-
phaerella musicola e Pseudocer- metendo uma grande área foliar, o
cospora musae. Há formação de que reduz a fotossíntese pela mor-
dois tipos de esporos, o ascósporo te precoce das folhas (Figura 50)
(sexuado) e o conídio (assexuado) e diminui a produção em termos de
que permite com que essa doença peso do cacho e tamanho dos fru-
cause grandes perdas à produção tos.
das bananeiras. Embora a chuva, o Para evitar que se forme um
orvalho e temperaturas altas sejam microclima úmido no interior do ba-
as condições ideais para que ocor- nanal, é importante realizar a práti-
ra a infecção, produção e dissemi- ca da desfolha, que favorece o au-
nação do inóculo da doença, como mento da aeração e também dimi-
a formação dos conídios independe nui a fonte de inóculo, pela retirada
da chuva, é possível manter níveis das partes afetadas. A utilização de
altos da doença, mesmo em perío- cultivares resistentes apresentado
dos secos. na Tabela 3 seria o método de con-
Observa-se entre as nervuras se- trole mais eficiente para esta doen-
cundárias, uma leve descoloração ça. Já o controle químico também é
circular que forma uma estria de cor realizado, devendo utilizar os
amarela que avança para marrom e fungicidas registrados e recomenda-
preta, formando lesões que pos- dos para a cultura disponível no site:
http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/!ap_praga_detalhe_cons?p_id_cultura_praga=3930 Clínica Fitopatológica – ESALQ/USP

Figura 50. Sintomas de sigatoka-amarela em folhas de bananeira


Cultivo e Produção de Banana 71
Sigatoka-negra
A sigatoka-negra é a doença mais ratura, vento e umidade influenciam
grave da bananeira e sua ocorrência o desenvolvimento das lesões e a
no Brasil modificou drasticamente o disseminação dos esporos do fun-
sistema de produção e as estratégias go. Água livre nas folhas e tempera-
de controle. Causada pelo fungo My- turas acima de 21 oC, favorecem a
cosphaerella fijiensis, a doença afeta o germinação dos esporos e a entra-
crescimento e a produtividade das da do fungo nas folhas. Folhas sin-
plantas, por destruir as folhas e com- tomáticas não devem ser utilizadas
prometer a capacidade fotossintética. para proteger os cachos após a co-
A evolução das lesões na parte lheita durante o transporte até a casa
inferior das folhas mais jovens ocor- de embalagem.
re rapidamente, passando de ama- Faz-se o controle químico da do-
rela para marrom e negra, avançan- ença, em que se utiliza um número
do para uma necrose nos tecidos, elevado de pulverizações, o que au-
sem que se forme um halo amarela- menta os custos de produção. Em al-
do ao redor das mesmas (Figura 51). gumas regiões onde a ocorrência da
doença é severa, os produtores
Clínica Fitopatológica – ESALQ/USP

monitoram via estações de aviso,


temperatura e umidade para que de-
pendendo das condições possa ficar
alerta ou programar a pulverização.
Busca-se através do melhoramen-
to genético, variedades resistentes
que possam reduzir o impacto eco-
nômico que a ocorrência da doença
representa.
Figura 51. Sintoma de sigatoka-negra em folhas
de bananeira
Assim como para a sigatoka-ama-
rela, devem ser utilizados fungicidas
Assim como na sigatoka-amare- registrados e recomendados para a
la, fatores ambientais como tempe- cultura, disponível no site:

http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/!ap_praga_detalhe_cons?p_id_cultura_praga=3928
72 Casa do Produtor Rural

Pós-colheita
Quanto mais exigente em quali- pode ser realizado manualmente
dade for o mercado de destino dos por carretas ou cabos aéreos.
frutos, maior deverá ser os cuida- Quando conduzidos por carretas,
dos com os cachos de banana, os cachos devem ser dispostos su-
após sua colheita. O ideal é que avemente, evitando choques entre
sejam transportados imediatamen- eles, protegidos por materiais como
te até o local de processamento e colchões de espumas, plásticos, lo-
embalagem. Porém, se não for nas ou mesmo folhas de bananei-
possível, os cachos devem ser co- ra. Os cachos dentro da carroceria
locados no solo sobre folhas de devem ser dispostos sem que haja
bananeiras, para depois serem o empilhamento, ou quando for
transportados. É importante salien- fazê-lo, colocar uma camada de pro-
tar que quaisquer atritos que os fru- teção entre os mesmos visando ga-
tos ainda verdes sofram, prejudica- rantir a qualidade dos frutos.
rão sua qualidade, principalmente A outra modalidade de transpor-
quando maduros. O transporte te é por cabos aéreos, o qual reduz
Cultivo e Produção de Banana 73
ao mínimo os prejuízos aos cachos. buquês são transferidos para um se-
Este processo consiste na instala- gundo tanque, visando a cicatrização
ção de cabos de aço apoiados so- dos cortes, contendo sulfato de alu-
bre vigas metálicas que ligam o ba- mínio na concentração de 1% em
nanal até o local de embalagem. Há mistura com água (Figura 52).
variações desse método, como o Em seguida é feita a classificação
transporte de cachos em carrocerias que segue alguns padrões como: a)
de caminhões adaptadas. por grupo, sendo Grupo I bananas
Na casa de embalagem os cachos Cavendish (Nanica, Nanicão, Gran-
são pendurados em fileiras. Os pri- de Naine etc) e Grupo II (bananas
meiros cuidados são realizados com Prata, Maçã e outras); b) por classes
a limpeza de restos vegetais e com que é de acordo com a apresenta-
o despistilamento. Após essa limpe- ção em buquê e pencas, comprimen-
za é feita a despenca. Em seguida to e diâmetro dos frutos; c) pela ca-
as pencas são transferidas para a tegoria e tipo, que leva em conta a
imersão em tanques de lavagem, qualidade dos frutos, principalmen-
que contenham uma proporção de te a presença de defeitos.
1000 l de água e 500 ml de deter- Feita a classificação, os frutos são
gente. Para alguns mercados, as embalados de acordo com a deman-
pencas são subdivididas em bu- da do mercado de destino e a forma
quês, que devem preferencialmente de comercialização. São diversos os
ter de 4 a 6 frutos unidos pela almo- tipos de embalagens usadas para a
fada. Após esta primeira lavagem, os banana (Figura 53).
74 Casa do Produtor Rural

Erval Rafael Damatto/Casa do Produtor Rural – ESALQ/USP


A B

C D

E F

G H
Figura 52. Etapas de pós-colheita na casa de embalagem: A) Recepção; B) e C) Despistilamento;
D) Despenca 1; E) Confecção de buquês; F) Buquês de banana; G) Classificação; H)
Lavagem e embalagem
Cultivo e Produção de Banana 75

Erval Rafael Damatto/Casa do Produtor Rural – ESALQ/USP


A B

C D
Figura 53. Tipos de embalagens: A) Caixa de madeira; B) e D) Caixas de plástico; C) Caixas de
papelão
76 Casa do Produtor Rural

Climatização
A banana é colhida ainda verde, mento é desuniforme. Por essa ra-
porém quando já atingiu o estádio zão é necessário realizar a clima-
de maturação fisiológica. Como tização, que é o processo controla-
essa fruta é climatérica ela continua do do amadurecimento dos frutos.
respirando, sofre transformações e Portanto, após a banana ser classi-
atinge o amadurecimento. Durante ficada e embalada, ela deve ser ar-
esse processo ocorrem várias trans- mazenada ou climatizada (amadure-
formações nos frutos, dentre elas a cimento controlado).
transformação do amido em açúca- O armazenamento é feito em câ-
res. A banana no ponto de colheita maras frigoríficas, com isolamento
apresenta cerca de 90% de amido, térmico das paredes, hermeticamen-
e quando madura o amido cai para te fechadas e com temperatura con-
cerca de 5 a 10% e os açúcares so- trolada, 13 a 14 o C. Nessas condi-
bem para cerca de 80%. Porém, para ções, as câmaras rapidamente ficam
a maioria das cultivares comerciais, saturadas de gás carbônico, libera-
o processo natural de amadureci- dos pela respiração das frutas, e
Cultivo e Produção de Banana 77
impedem o amadurecimento das Recomenda-se em média 1 ml
bananas. Quando exportadas, as do produto comercial (gerador de
frutas são acondicionadas em con- etileno) para cada metro cúbico de
taineres com essa temperatura, e câmara que deve ser aplicada em
suportam períodos de até 30 dias, intervalos de 24 horas durante um
nessas condições. período de três dias. A cada 12 ho-
A climatização é realizada tam- ras após a aplicação do etileno a
bém em câmaras frigoríficas. A tem- câmara deve ser aberta para a re-
peratura ideal, nessa câmara, para novação do ar, com o objetivo de
o amadurecimento das bananas, é aumentar o teor de oxigênio e as-
em torno de 18oC. Temperaturas aci- sim, as bananas continuam respi-
ma de 22oC, causam problemas na rando e completam o processo de
conversão do amido em açúcares, maturação. Cerca de 3 dias após
as cascas ficam esverdeadas e a a primeira aplicação de etileno as
polpa com pouca firmeza. Tempe- bananas apresentam-se amarelas
raturas abaixo de 16 o C provocam com as pontas verdes, cor ideal
amadurecimento e coloração desu- para a distribuição aos varejistas.
niformes. As câmaras devem ter tam- Todo esse processo sofre varia-
bém uma unidade de aplicação de ções de acordo com a temperatura
produtos que liberem etileno (Figu- da câmara, cultivares etc. Por essa
ra 54). É recomendável que a umi- razão, na prática, recomenda-se
dade relativa das câmaras seja de que o produtor monitore constan-
85 a 90%. As caixas de bananas temente o processo de clima-
devem ser colocadas em pilhas, de- tização, pois por maior cuidado que
vidamente identificadas e que per- possa ter tomado, a câmara não
mitam a circulação do ar. apresentará uniformidade em
toda sua área. Com relação ao
Casa do Produtor Rural – ESALQ/USP

amadurecimento das cultivares


mais importantes para a região do
Planalto Paulista, verifica-se que
nas mesmas condições da câma-
ra, o tempo para ocorrer o amadu-
recimento é maior para a ‘Grande
Naine’ do que para a ‘Nanicão’,
que por sua vez é maior do que
Figura 54. Aplicador de etileno em câmaras
frigoríficas para a ‘Prata’.
78 Casa do Produtor Rural

Ao se utilizar o gás etileno é in- dutos que contém etephon. Deve ser
dicado uma câmara frigorífica her- feito em locais arejados e com tempe-
meticamente fechada para a raturas amenas (máximo de 20oC). A
climatização (Figura 55), devido concentração da solução deve ser de
ao indutor ser um gás. Também é 0,5 ml por litro (500 ppm). As pencas
importante no processo a circulação devem ser imergidas nesta solução
do ar pelas caixas na câmara. A dis- durante dois minutos. Após, as pen-
posição do empilhamento das cai- cas são colocadas para secar. Como
xas deve ser de maneira a facilitar a não há controle de temperatura, é co-
circulação de ar entre as mesmas, mum nesse processo, ocorrer a que-
evitando a compactação. da dos frutos quando eles são ma-
A maturação pode ser realizada nuseados, o que também é observa-
com imersões em soluções com pro- do quando se aplica doses maiores.

Casa do Produtor Rural – ESALQ/USP


A B

C D
Figura 55. A) Vista externa da câmara de climatização; B) Vista interna da câmara de climatização;
C e D) Bananas em climatização
Cultivo e Produção de Banana 79

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