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Cultura da bananeira

Disciplina: Fruticultura
Docente: Dra. Elizangela Selma da Silva
Introdução

• A banana (Musa spp.) é uma das


frutas mais consumidas no
mundo, sendo produzida na
maioria dos países tropicais.
Introdução
• A maioria das variedades de banana originou-se
no continente asiático, evoluindo das espécies
selvagens Musa acuminata Colla e M.
balbisiana Colla.

• A bananeira – da família das Musáceas – é


cultivada em todos os estados brasileiros, desde
a faixa litorânea até os planaltos do interior.
Introdução
• Entretanto, certos fatores climáticos,
como a temperatura e o regime de
chuvas, impõem limites à cultura,
favorecendo, por isso, sua
concentração nos Estados de São
Paulo, Bahia, Pará, Santa Catarina e
Minas Gerais.
Importância socio-econômica
• No Brasil, praticamente toda a produção de
banana é consumida no estado natural, tendo
seu cultivo papel fundamental na fixação da
mão de obra rural.

• A banana constitui elemento importante na


alimentação de populações de menor renda,
não só pelo alto valor nutritivo, mas também
pelo baixo custo.
Importância socio-econômica
• Sabe-se que uma única banana supre cerca de
um quarto da quantidade de vitamina C
recomendada diariamente para crianças.

• Contém, ainda, vitaminas A e B, muito potássio,


pouco sódio e nenhum colesterol (Tabela 1).
Introdução
• A bananicultura brasileira apresenta
características peculiares que a
diferenciam das principais regiões
produtoras do mundo, tanto em relação à
diversidade climática em que é
explorada, quanto ao uso de variedades,
à forma de comercialização e às
exigências do mercado consumidor.

• Muitos cultivos apresentam baixos índices


de capitalização e nível de tecnologia.
Introdução
• O baixo potencial de produtividade
das variedades, o porte elevado de
algumas delas e a presença de
doenças e pragas são os principais
problemas que afetam a cultura, os
quais estão sendo solucionados com
base em resultados de pesquisa.
Importância econômica
• Na fruticultura, os dados da FAO mostram
que a banana é o principal produto
comercial do mundo.

• Sua área plantada é próxima de 5,4


milhões de hectares e tem uma produção
de aproximadamente 114 milhões de
toneladas, anualmente.
Importância econômica

• As principais regiões produtoras


são: a Ásia, com 55,8% da
produção mundial, as Américas,
que produzem 24,7% do total
mundial e a África, que é
responsável por 17,9% da
produção de banana no mundo.
• Entre os países, a Índia é o principal produtor
mundial de banana, respondendo por cerca de
26% do total, seguida pela China, que produz
aproximadamente 10% da banana do mundo.

• Completam a lista as Filipinas, com 8% e o Brasil,


Importância com cerca de 6% da banana produzida no
planeta, conforme é possível verificar na Tabela
econômica 1.
• A cultura da banana ocupa o segundo lugar
em volume de frutas produzidas no Brasil,
Importância perdendo apenas para o cultivo de citros.
econômica • O consumo é estimado em torno de 20
kg/hab./ano.
Importância econômica

• Produção brasileira - 6.812.708


toneladas.

• Principais estados – São Paulo, Bahia


e Minas Gerais.
Importância econômica
Importância econômica
Morfologia
• Planta: Herbácea raiz, caule subterrâneo rizoma, folhas, flores,
frutos e sementes;

• Altura: algumas espécies de bananeira (Musa spp.):10 m;

• Parte aérea: folhas Pseudocaule: formado pelas bainhas das folhas


(desenvolvem numerosas gemas laterais: os filhos).
Clima
• A bananeira é uma planta tipicamente
tropical, exigindo calor constante,
chuvas bem distribuídas (100 mm a 150
mm/mês) e elevada umidade relativa
para seu desenvolvimento.

• Essas condições são encontradas em


todo o território nacional.
Clima
• As temperaturas de 15°C e 35°C são tidas como limites extremos.

Para além dos quais a


banana paralisa seu
crescimento.

• Baixas temperaturas aumentam o ciclo de produção, prejudicam os


tecidos e impedem que a polpa da banana amoleça normalmente.
Clima

• Tais danos fisiológicos são


conhecidos por chilling ou
“friagem”.

• Por sua vez, temperaturas acima


de 35°C causam prejuízos ao
desenvolvimento da planta e à
qualidade dos frutos,
especialmente sob condições de
sequeiro.
As regiões onde a umidade relativa média situa-se acima de 80%
são as mais favoráveis à bananicultura.

Essa alta umidade acelera a emissão de folhas, favorece o


lançamento da inflorescência e uniformiza a coloração dos frutos.

Contudo, quando associada a chuvas e a intensas variações de


temperatura, provoca a ocorrência de doenças fúngicas.
Clima

Os ventos secos causam


Assim, as áreas sujeitas a
transpiração excessiva e
ventos frios, geadas e
rápido déficit hídrico,
granizo, bem como aquelas
enquanto os ventos frios
com incidência de ventos
prejudicam sensivelmente
fortes, devem ser evitadas.
as bananeiras e seus cachos.
Clima
• Os ventos fortes podem causar desde a
redução da área foliar, pelo fendilhamento
ou pela dilaceração das lâminas, até o
tombamento das plantas, principalmente
se tiverem cacho.
Clima

A bananeira requer intensa luminosidade para seu desenvolvimento

Quando cultivada sob baixa luminosidade, por período prolongado,


tende a interromper seu desenvolvimento, não ocorrendo ou
atrasando a diferenciação floral, o que prolonga o seu ciclo vegetativo.
Clima

• A insolação é outro fator


importante, pois, quando
excessiva, causa queimadura nas
partes curvas da haste que
sustenta o cacho (engaço) e nos
frutos, os quais podem
apodrecer.
Solo

No entanto, a
Rico em matéria
bananeira pode ser
orgânica, bem drenado
cultivada em
e com boa capacidade
diferentes tipos de
de retenção de água.
solos.
Solo

Os muito arenosos devem, porém, ser


evitados, pois geralmente apresentam
baixa fertilidade e baixo poder de
retenção de água, aumentando os custos
de produção pela necessidade de
adubações mais frequentes e de práticas
para melhorar o suprimento de água.
• Por sua vez, os muito argilosos
podem ocasionar má drenagem e
aeração deficiente, prejudicando o
sistema radicular da planta; em
Solo áreas sujeitas a encharcamento,
deve-se, portanto, estabelecer um
bom sistema de drenagem, para
evitar esses problemas.
É importante para o bom
desenvolvimento do sistema
radicular e, consequentemente, para
a absorção de água e nutrientes.
Preparo do
solo
O preparo do solo resume-se ao
coveamento manual.
O cultivo da bananeira deve ocorrer,
preferencialmente em solos mais planos, para se
reduzir os riscos de erosão.

Preparo do
solo
No entanto, ela é comumente cultivada em áreas
com declives acentuados, exigindo a adoção de
cuidados especiais para a conservação do solo,
principalmente no primeiro ciclo da cultura,
quando o solo permanece descoberto durante
grande parte do ano.
Preparo do solo

Nesse caso, é necessário adotar


certas práticas, como o plantio
em curvas de nível, o uso de
renques de vegetação, a
alternância de capinas e a
cobertura do solo (morta ou viva).
Preparo do solo
• A cobertura morta com resíduos vegetais da
própria bananeira, ou de outras plantas,
representa uma grande aplicação de matéria
orgânica, contribuindo para evitar a erosão,
manter a umidade do solo, melhorar sua
estrutura e, consequentemente, sua drenagem e
sua aeração.
Preparo do solo

Além disso, essa prática Aproximadamente dois


aumenta terços da parte vegetativa
significativamente a da bananeira são
quantidade de nutrientes devolvidos ao solo na
no solo e reduz o número forma de pseudocaule
de capinas. (tronco) e folhas.
Calagem e Adubação
A bananeira é uma planta que requer, para seu crescimento e sua produção,
quantidades adequadas de nutrientes disponíveis no solo.

O potássio (K) e o nitrogênio (N) são os nutrientes mais absorvidos pela


bananeira, seguidos por magnésio (Mg), cálcio (Ca), enxofre (S) e fósforo (P).

Dos micronutrientes, de maneira geral, o boro (B) e o zinco (Zn) são aqueles
cuja falta causa maiores problemas à cultura.
Calagem e Adubação

Após a escolha da área onde será implantado o


bananal, deve-se amostrar o solo para análise química.

Recomenda-se formar amostras compostas de 15 a 20


amostras simples.
• A aplicação do corretivo, quando
necessário, deve ser feita com
antecedência mínima de 30 dias do
plantio, preferencialmente.
Calagem e
Adubação • Aplica-se o calcário a lanço em toda
a área, após a aração, incorporando-
o ao solo por meio de gradagem ou
apenas fazendo uma escarificação do
solo após a aplicação.
• Caso não seja possível o uso de
máquina, a incorporação pode ser
Calagem e efetuada na época da capina.
Adubação
• Recomenda-se o uso de calcário
dolomítico, que contém Ca e Mg, o
que evita a ocorrência do distúrbio
fisiológico conhecido como “azul-da-
bananeira” (deficiência de Mg
induzida pelo excesso de K).
Calagem e Adubação

• Tanto a quantidade quanto a época e a localização dos adubos


são pontos importantes a serem observados, a fim de se
obterem um bom crescimento da planta e produção de bons
cachos.

• Por conta de sua pouca mobilidade no solo (fica onde é


colocado), o fósforo deve ser misturado à terra de enchimento
da cova.
Calagem e Adubação

Esse nutriente favorece, principalmente, o desenvolvimento do


sistema radicular.

A bananeira necessita pequenas quantidades desse nutriente,


porém, na sua falta, as plantas apresentam alguns sintomas.
Calagem e Adubação

A quantidade a ser aplicada depende do resultado da análise


química do solo, variando de 40 a 160 kg de P2O5/ha, e a fonte do
nutriente mais utilizada é o superfosfato simples, que, além de P,
contém, Ca e S.

Solos com teores de P acima de 30 mg/dm3 dispensam a adubação


fosfatada.
• O nitrogênio é um nutriente muito
importante para o crescimento da
planta.

Calagem e • Recomendam-se 200 kg de N


Adubação mineral/ha/ano na fase de formação,
e de 160 a 400 kg de N
mineral/ha/ano na fase de produção
da bananeira, dependendo da
produtividade esperada, divididos, no
mínimo, em seis aplicações.
Calagem e Adubação

• A primeira aplicação deve ser


feita em cobertura, em torno de
30 a 45 dias após o plantio,
utilizando-se como fontes a
ureia ou o sulfato de amônio.
Calagem e Adubação

• O potássio é considerado o
nutriente mais importante para
a produção de bons frutos.

• Na falta desse elemento, as


folhas mais velhas amarelecem
precocemente, levando à
produção de frutos “magros”,
sem possibilidade de
comercialização.
Calagem e Adubação

• A adubação indicada pela


análise química do solo varia
de 200 a 450 kg de K2O/ha na
fase de formação, e de 100 a
750 kg de K2O/ha fase de
produção, dependendo do teor
no solo e da produtividade
esperada.
Calagem e Adubação
• A adubação deve ser dividida, no mínimo, em seis aplicações durante
o ano, e a primeira aplicação é feita em cobertura, no terceiro ou no
quarto mês após o plantio, coincidindo com a segunda aplicação de
N.

• O nutriente pode ser aplicado sob as formas de cloreto de potássio e


sulfato de potássio.

Solos com teores de K acima


de 0,60 cmolc/dm3 dispensam
a adubação potássica.
Calagem e Adubação

• As adubações de cobertura nas


plantas jovens devem ser feitas
em círculos, com 10 a 20 cm de
largura, estando 20 a 40 cm
distante da muda.

• No bananal adulto, os adubos são


distribuídos em meia-lua, em
frente e distante 40 a 50 cm da
planta-filha ou da planta-neta.
Calagem e Adubação

• Em terrenos inclinados, a
adubação deve ser feita em
meia-lua, do lado de cima da
cova.

• Deve-se ressaltar que toda


aplicação de adubos deve
ocorrer em períodos de boa
umidade do solo, de modo a
facilitar o aproveitamento dos
nutrientes.
Calagem e Adubação
• Em plantios irrigados, recomenda-se
fazer a irrigação após a adubação.

• Sugere-se também fazer, anualmente,


a análise química do solo, para
verificar os teores de nutrientes, que
devem permanecer adequados
durante o ciclo da planta (mãe–filho–
neto).
• Variedades tradicionais - As variedades de
banana mais difundidas no Brasil são:

• Prata, Pacovan, Prata Anã, Maçã, Mysore,


Terra e D’Angola, do grupo AAB, utilizadas
Variedades unicamente para o mercado interno; e

• Nanica, Nanicão e Grande Naine, do grupo


AAA, usadas principalmente para
exportação.
Em menor escala, são plantadas
a ‘Ouro’ (AA), a ‘Figo Cinza’ e a
‘Figo Vermelho’ (ABB), a ‘Caru
Verde’ e a ‘Caru Roxa’ (AAA).
Variedades
As variedades Prata, Prata Anã e
Pacovan são responsáveis por
aproximadamente 60% da área
cultivada com banana no Brasil.
Grupos genômicos
• Cultivares de mesa (para consumo cru)

• Somente as do grupo AAA/ subgrupo Cavendish


✓Nanicão, grand Naine e Willians
• Cultivares de mesa (cozidas ou fritas)

• Grupo AAB/ subgrupo Terra, são as maias usadas


• Até 1960, a banana Gros Michel era a única cultivar de mesa
exportada. Por ser suscetível ao mal do panamá foi substituída por
cultivares Cavendish que são até hoje mais usadas para exportação.
• As bananas ‘Pacovan’, ‘Prata’, ‘Terra’ e
Variedades ‘Mysore’ apresentam porte alto.
A banana ‘Maçã’ é altamente
suscetível ao mal-do- panamá;

As variedades Nanica, Nanicão, Grande


Variedades Naine, Terra e D’Angola apresentam
alta suscetibilidade aos nematóides; e

A ‘Mysore’ relato de infecção com BSV.


Todas essas variedades são
suscetíveis ao moko e, à exceção
da ‘Mysore’, são também
suscetíveis à sigatoca-negra.
Variedades Excetuando a ‘Maçã’, a ‘Mysore’, a
‘Terra’ e a ‘D’Angola’, as citadas
variedades são também altamente
suscetíveis à sigatoca-amarela.
A banana ‘Prata’ apresenta
A ‘Pacovan’ é mais rústica e
frutos pequenos, de sabor doce
produtiva.
a suavemente ácido.

A ‘Prata Anã’, também


Apresenta frutos 40% maiores e conhecida como ‘Enxerto’ ou
um pouco mais ácidos que ‘Prata de Santa Catarina’,
aqueles do tipo Prata, e com apresenta as pencas mais juntas
quinas que permanecem que as da ‘Prata’, com frutos do
mesmo depois da maturação. mesmo sabor e com pontas em
formato de gargalo.
• A ‘Maçã’, a mais nobre para os brasileiros,
apresenta frutos com casca fina e polpa
suave, que lembra o sabor da maçã.

• As variedades do subgrupo Cavendish


(Nanica, Nanicão, Grande Naine), também
conhecidas como ‘banana-d’água’ ou
‘caturra’, apresentam frutos delgados,
longos, encurvados, de cor amarelo-
esverdeada ao amadurecer, com polpa
muito doce, os quais são destinados
principalmente à exportação.
• A ‘Terra’ e a ‘D’Angola’ apresentam frutos grandes, com quinas
proeminentes, os quais, sugere-se, podem ser consumidos cozidos ou
fritos.
• A ‘Mysore’ apresenta frutos com casca
fina, de cor amarelo-pálida e polpa
ligeiramente ácida, de grande
adstringência quando consumida antes
do completo amadurecimento.
Semente: obtenção de novas
variedades ou melhoramento
genético.
Métodos
Cultura de tecido: ↑ qualidade
de fitossanitária, rapidez, ↑ quantidade
em qualquer época.
propagação
Mudas: provenientes de rizomas.
Métodos de propagação
• Denominados:
• 1) Chifrinho: brotos de 20 a 30 cm de altura 2
a 3 meses de idade, apresentam folhas
lanceoladas
• 2) Chifre: brotos de 50 a 60 cm de altura,
folhas rudimentares na extremidade superior
Métodos de propagação
• 3) Chifrão: é o tipo ideal de muda, já
apresentando uma mistura de folhas
lanceoladas com folhas características
de planta adulta. Com 60 a 150 cm de
altura e 6 a 9 meses de idade
Métodos de propagação
• 4) Mudas Rizoma com filho aderido: muda de
grande peso, exige muitos cuidados devido ao filho
aderido
• 5) Mudas Pedaços de Rizoma: corta-se o rizoma
em pedaços de modo a formar cunhas. Ter pelo
menos 1 gema bem intuescida e peso em torno de
800 g
Métodos de propagação
• O ideal é que as mudas sejam procedentes de viveiros, ou seja, de
áreas estabelecidas com a finalidade exclusiva de produção de
material propagativo de qualidade superior.

• Na falta de viveiros, as mudas devem ser obtidas de matrizes


vigorosas, provenientes de pomares com ótimas condições
fitossanitárias, cuja idade não seja superior a 4 anos e que não
apresentem mistura de variedades.
Métodos de propagação
• Outro cuidado é verificar se o bananal de origem das mudas não está
infestado com plantas invasoras de difícil erradicação, como tiririca ou
dandá (Cyperus rotundus).
• Somente aquelas com maior possibilidade de mercado
são objeto de constante procura de mudas pelos
produtores, destacando-se a ‘Prata-Anã’, ‘Pacovan’,
‘Nanicão’, ‘Grande Naine’, ‘Maçã’, ‘Nanica’, ‘Terra’,
‘Terrinha’, ‘D’Angola’ e ‘Prata Comum’.
Instalação do Bananal
• Escolha da área

• Temperatura média alta


• T de 15ºC metabolismo da planta cessa
• T menor que 12ºC ocorre chilling
• T ideal, 21 a 24 ºC
• UR% elevada
• Precipitação: 1200 a 1500 mm de água
Instalação do Bananal
• Solo

• Realizar bom preparo do solo, para melhor desenvolvimento das


raízes, profundidade de 40 cm.
• Fazer análise foliar e de solo antes do plantio
• Solos indicados: areno-argilosos, rico em M.O, bem drenado
Instalação do Bananal
• Preparo do solo:
• gradagem e destorroamento

• Cuidados:
• ventos fortes, corte das folhas, tombamento
Instalação do Bananal
• Adubação
• A banana extrai muitos nutrientes do solo, principalmente potássio,
nitrogênio, cálcio, magnésio e fósforo.

• Como proceder: O adubo deve ser colocado em círculo na planta


nova e em meia-lua na planta adulta, em uma faixa de 40 cm da
planta. Adubação orgânica anual.
Instalação do Bananal
• Cultivares

• As cultivares mais difundidas no Brasil são: Prata, Pacovan, Prata Anã,


Maçã, Mysore, Terra e D’angola do grupo genômico AAB e Nanica,
Nanicão e Grande Naine, do grupo AAA, utilizadas para exportação.
• Os espaçamentos na cultura da
bananeira são definidos principalmente
conforme o porte da planta.

Instalação do • Os mais recomendados são: 2,0 m x 2,0


Bananal m (2.500 plantas por hectare), 2,5 m x
2,0 m (2.000 plantas por hectare) e 2,5
m x 2,5 m (1.600 plantas por hectare)
para variedades de porte baixo a médio
(Nanica, Nanicão e Grande Naine);
• 3,0 m x 2,0 m (1.666 plantas por hectare)
e 3,0 m x 2,5 m (1.333 plantas por
hectare) para variedades de porte semi-
alto (Maçã, D’Angola, Terrinha, Prata Anã,
Instalação do Mysore e Figo);
Bananal
• 3,0 m x 3,0 m (1.111 plantas por hectare);
e 4,0 m x 3,0 m (833 plantas por hectare)
para variedades de porte alto (Terra,
Maranhão, Prata e Pacovan)
• O coveamento é feito manualmente,
com cavador ou enxadeta, abrindo-
se covas de iguais comprimento,
largura e profundidade (30 cm x 30
cm x 30 cm ou de 40 cm x 40 cm x 40
Instalação do cm).
Bananal
• No momento da abertura das covas,
separa-se a camada superficial do
solo (primeiros 15 a 20 cm) da
camada inferior.
• As covas também podem ser abertas
com trado mecânico acoplado a um
Instalação do trator.
Bananal
• Pode-se também usar um sulcador,
regulado para abrir sulcos com 30
cm de profundidade.
• São as atividades realizadas na
cultura, do plantio à colheita,
indispensáveis para aumentar a:
TRATOS produtividade, padronizar os frutos,
CULTURAIS antecipar a colheita e preservar a
qualidade do produto final.
TRATOS CULTURAIS

As principais práticas culturais são:

• Capinas
• Desbaste
• Desfolha
• Escoramento
• Ensacamento do cacho
• Corte do pseudocaule após colheita
DOENÇAS
• SIGATOKA-AMARELA (Conhecida por cercosporiose)

• Agente causal: Mycosphaerella musicola


• É a mais grave doença da bananeira incidente no país
• Primeiros prejuízos: Ilhas Fiji (Vale de Sigatoka)
• 1944- Amazônia

Pode provocar
perdas superiores a
50% na produção
DOENÇAS
• Sintomas: Inicialmente leve descoloração em forma de ponto entre as
nervuras
• Essa descoloração aumenta formando uma estria de tonalidade
amarela, depois marrom e finalmente preta necrótica, circundada por
um halo amarelo
DOENÇAS

Disseminação: Controle:

• chuva, orvalho e temperatura, • Pode ser feito com o uso de


são fundamentais para que variedades resistentes, como
ocorra a infecção Terra, Terrinha, D’Angola, Thap
Maeo, Pioneira, Caipira,
Pacovan Ken, Preciosa, Tropical
e outras;
• Aplicação de fungicidas, quando
as variedades são suscetíveis,
de modo a proteger sempre as
folhas mais novas da planta.
Pode provocar
perdas de até 100%
DOENÇAS na produção

• SIGATOCA-NEGRA
• Agente causal: Mycosphaerella fijiensis
• 1963: Ilhas Fiji em Sigatoka (raia-negra)
• 1998: Amazonas, hoje no Mato Grosso-negra

• Sintomas: caracteriza-se pelo aparecimento de


muitas lesões, que, na fase jovem, aparecem na
face inferior da folha como estrias marrons,
passam, em seguida, a estrias negras, até se
transformarem em lesões necróticas, que se unem
rapidamente e levam à morte as folhas muito
novas.
DOENÇAS
• Controle: Uma das formas mais fáceis
de controlá-la é a utilização de
variedades resistentes, como, Caipira,
Fhia-18, Fhia-Maravilha, Pacovan Ken,
Preciosa, Figo, e outras.

• Controle químico: devem-se seguir as


mesmas orientações fornecidas para a
sigatoka-amarela, pelo fato de a doença
ser mais agressiva, é necessário mais
rigor nas ações de controle.
DOENÇAS
• MAL-DO-PANAMÁ
• (Fusariose ou murcha de Fusarium)
• Agente causal: Fusarium oxysporium
• Inclui-se entre os problemas sanitários mais
sérios da bananicultura
DOENÇAS
• Fungo de solo
• Sintomas:
• Amarelecimento das folhas mais velhas para as
mais novas
• O amarelecimento começa pelos bordos
foliares e evolui no sentido da nervura principal
• As folhas murcham, secam e se quebram junto
ao pseudocaule. Aspecto de guarda-chuva
fechado e rachadura do psedocaule
DOENÇAS
• Pseudocaule cortado transversal ou
longitudinalmente apresenta uma
descoloração pardo-avermelhada,
provocado pela presença do patógeno nos
vasos

• Disseminação: Contato dos sistemas


radiculares de plantas sadias com esporos
liberados de plantas doentes
• Água de irrigação, de drenagem, de
inundação Equipamentos, homens e animais
DOENÇAS

• MOKO ou Murcha Bacteriana


• Agente causal: Ralstonia solanacearum
• Sintomas: Parecido com (Mal-do-Panamá)
• Várias folhas se quebram
• Descoloração vascular mais centralizada
oposta ao Mal-do-Panamá, que apresenta-se
mais na períferia
• Seca do coração Frutos secos internamente e
manchados
DOENÇAS

• Disseminação: Ferramentas infectadas Propagação


de raiz para raiz ou de solo para raiz Insetos
(abelhas, vespas e moscas).

• Controle: Destruição das plantas afetadas e as


adjacentes; Novo plantio após 12 meses;
Desinfecção das ferramentas (formaldeído 1:3);
Eliminação do coração assim que as pencas tiverem
emergido; Plantio de mudas sadias
DOENÇAS
• Viroses: no Brasil, ocorrem em bananeira,
o vírus-do-mosaico-do-pepino e o vírus-
domosaico-em-estrias.

• O vírus-do-mosaico-do-pepino (Cucumber
mosaic virus, CMV) causa sintomas como:
folhas apresentam áreas com manchas
verde-escuras misturadas com manchas
verde-claras ou amareladas, há
estreitamento das folhas, as plantas
apresentam tamanho menor do que o
habitual e pode ocorrer o apodrecimento
da folha vela, quando ocorrem
temperaturas mais baixas.
DOENÇAS
• Já o vírus-do-mosaico-em-estrias
(Banana streak virus, BSV) é mais
comum na variedade Mysore, mas
ele também tem sido observado em
outras variedades.

• O vírus provoca o aparecimento de


estrias amareladas nas folhas, que,
com o passar do tempo, ganham
uma coloração preta.
• Todo o controle de viroses deve
DOENÇAS ser feito com medidas
preventivas: utilizar para o plantio
mudas sadias, eliminar plantas
daninhas hospedeiras de vírus,
Não existe produto dentro e em volta das plantações,
que cure uma arrancar as plantas doentes e
planta infectada destruílas, e não fazer o plantio de
com vírus; bananeira consorciado ou próximo
a cucurbitáceas (abóbora, pepino,
etc.) e com solanáceas (batata,
pimentão, tomate, etc.).
DOENÇAS
• DOENÇAS DE FRUTOS
❖Depreciam os frutos, levando os consumidores a rejeitá-los e
comprometendo sua comercialização.

• Alguns fungos:
❖ Pinta de Pyricularia, mancha-parda, mancha-losango, pontade-
charuto, podridão da coroa e antracnose
DOENÇAS

Controle:

• Deve começar no campo, com boas práticas culturais


• Evitar ferimentos nos frutos (penetração dos patógenos)
• Pulverizações dos frutos com produtos à base de
tiabendazol (200 a 400 ppm)
• Ensacamento do cachos
• Manuseio adequado na casa de embalagem
PRAGAS
• BROCA-DO-RIZOMA Cosmopolites sordidus

• Importância e Descrição:

✓Considerada a principal praga da bananeira,


devido aos prejuízos causados nas plantações
✓Ocorre em todas as regiões em que se cultiva
essa planta
PRAGAS

• Fases: ovo, larva e pulpa (ciclo


completo: 30 a 80 dias)
• Adulto: besouro preto, medindo
cerca de 11 mm de comprimento;
possui rostro proeminente
PRAGAS
• Abrigo: durante o dia = locais úmidos e sombreados, touceiras, entre
as bainhas foliares e em restos culturais

• Atividade: somente à noite


• Nomes populares: moleque, dorminhoco ou soneca
PRAGAS

• Ovos: são colocados em pequenos


orifícios abertos na periferia do rizoma

• Larvas: após a eclosão, construção de


galerias (alimentam-se dos tecidos do
rizoma). Possuem cor branca, cabeça
marrom e não possuem pernas

• Pupa: são formadas na periferia do


rizoma.
PRAGAS
• Sintomas do ataque da broca:
✓Amarelecimento da planta
✓Secamento das folhas
✓Morte do broto
✓Maior suscetibilidade ao tombamento.
PRAGAS

• Controle
❖Na instalação do bananal:
✓A principal forma de dispersão do moleque é por meio das mudas
infestadas
✓Mudas in vitro asseguram a sanidade do material
✓Viveiristas idôneos
✓Descorticamento do rizoma (remove ovos e larvas do inseto)
PRAGAS

• Em bananal já instalado
❖Iscas atrativas:
• Podem ser confeccionadas com rizoma
ou pseudocaule
❖Tipos: queijo e telha
• Isca tipo queijo: cortar pseudocaule a
uma altura de aproximadamente 30
cm; cortar ao meio com 15 cm do solo.
Os insetos atraídos alojam-se entre as
duas fatias
PRAGAS

❖Isca tipo telha:


• São produzidas a partir de um corte
longitudinal feito em um pedaço de
pseudocaule de aproximadamente 40 a
50 cm.
• A face cortada é voltada para o solo, para
abrigar o moleque.
• Os insetos devem ser coletados
manualmente e depois destruídos
• É recomendado 40 a 100 unidades/ha
PRAGAS
• Controle biológico: Coleópteros da família Histeridae (Hololepta
quadridentata) e formigas são predadores de larvas da broca-do-
rizoma.

• Controle químico
• TRIPES – Frankliniella spp.

• Importância e descrição:
• Os tripes são insetos pequenos, com
ampla distribuição geográfica São
encontrados nas inflorescências,
entre as brácteas do coração e entre
os frutos.
• Danos: O gênero Frankliniella causa erupção
nos frutos
• Provocam pontuações marrons e ásperas nos
frutos
• Reduz o valor comercial.
• Os danos são resultantes da ovoposição dos
insetos
• Não interferem na qualidade da polpa
• Controle:
• É difícil, pois os adultos ovopositam
antes que o cacho seja ensacado
• Aplicação de inseticida no solo
• Despistilagem e remoção do coração
• Tripes da ferrugem dos frutos:
recomenda-se ensacamento dos
cachos
• TRAÇA-DA-BANANEIRA Opogona sacchari
• Importância e descrição:
• No Brasil, sua ocorrência é restrita ao estado de São Paulo e de Santa Catarina.
• O ciclo de desenvolvimento (ovo, larva, pupa e adulto) é de 55 dias.
• O inseto adulto é uma pequena
mariposa marrom clara e sua
ovoposição é na extremidade dos
frutos
• A lagarta, em seu último estágio de
desenvolvimento, mede 25 mm de
comprimento
• Danos: Ataca todas as partes da planta,
exceto as raízes e as folhas; é nos frutos
que se concentram seus maiores danos
• A lagarta penetra no fruto e constrói
galerias na polpa, que resultam no seu
apodrecimento
• A presença do inseto no bananal pode ser
verificada pelo acúmulo de resíduos na
extremidade apical dos frutos
• Controle: Despistilagem, eliminação do engaço após a
colheita, seccionamento do pseudocaule em pedaços
pequenos, como forma de reduzir fontes de novas
infestações
LAGARTAS-DESFOLHADORAS (vários gêneros)
• Essas lagartas encontram-se normalmente em equilíbrio no
agroecossistema, não provocando danos econômicos.

• Danos: Redução da área foliar. Caligo e Opsiphanes podem consumir


todo o limbo foliar, exceto a nervura central
PULGÃO (Aphis gossypii)

• São insetos sugadores de seiva que


formam colônias na base da planta,
protegidas pelas bainhas externas do
pseudocaule
• Danos: Sugam a seiva dos tecidos
tenros da planta, provocando
amarelecimento e deformação das
folhas
• Controle: inimigos naturais,
coleópteros
ABELHAS Irapuá (Trigona spinipes)
• Apresentam coloração preta e medem em torno de 6 mm de
comprimento
• Utilizam resina de flores e frutos jovens da bananeira para produzir
seus ninhos
• Sua importância também está associada à transmissão da bactéria
causadora do moko.
• Danos: As abelhas irapuá cortam
com as mandíbulas os tecidos
vegetais, promovendo a secreção
de substância resinosas e
manchas nos frutos

• Controle: Destruição dos ninhos


Eliminação do coração logo após
a formação do cacho
NEMATOIDES

• São várias os gêneros de


fitonematóides associadas à bananeira
Radopholus similis, Meloidogyne spp.,
Helicotylenchus multicinctus e
Pratylenchus coffeae
• Radopholus similis: está espécie é vulgarmente chamada de
nematoide cavernícola
• Se alimenta do citoplasma e causa necrose nas raízes, de cor
avermelhada, devido aos danos à parede celular
• Reduz a absorção pelas raízes e sustentação

• Dispersão: material propagativo implementos agrícolas contaminados


trânsito de trabalhadores e animais escoamento de água

As perdas provocadas
por esse nematoide
podem chegar a 100%
• Meloidogyne spp. (nematoides das galhas): Penetra na planta através
da região meristemática da raiz, se alimentando dos tecidos
vasculares

• Helycotylenchus multicinctus: É a espécie mais frequente associada à


bananeira. Os sintomas consistem em pequenas lesões acastanhadas
sob a forma de mini-pontuações superficiais localizadas

• Pratylenchus coffeae: O parasitismo por P. coffeae é semelhante ao


de R. similis, só que mais agravante e rápido
MEDIDAS DE CONTROLE
• Mudas livres de nematoides (biotecnologia)
• Cultivares resistentes (Prata e Prata Anã)
• Tratamento químico
• Inundação (6 meses)
• Rotação de cultura (cv. não-hospedeira)
• Controle biológico (resultados ainda não satisfatórios)
Colheita

• O cacho pode ser colhido em diversos


estágios de desenvolvimento dos frutos,
mas, para isso, é preciso levar em
consideração certos aspectos morfológicos e
fisiológicos, referentes ao grau de corte.

• Esse é determinado por meio de três


métodos: grau fisiológico de maturidade,
diâmetro do fruto e diâmetro do fruto por
idade.
• No primeiro método, a colheita do
cacho baseia-se na aparência
morfofisiológica (a banana está “de
vez”) dos frutos.

Colheita
• Esse processo, considerado empírico,
é utilizado quando os frutos se
destinam ao mercado local ou a
mercados externos pouco exigentes.
• O método do diâmetro do fruto
baseia-se na correlação existente
entre o diâmetro do fruto central da
Colheita segunda penca e o grau de corte,
fazendo-se a medição com
calibrador.
• O método do diâmetro do fruto por
idade considera o momento em que o
cacho emite a última penca, e, com
base no conhecimento das
características, da época da brotação,
da floração e da frutificação da
bananeira, estabelece-se a época da
Colheita colheita do cacho, em semanas (12, 14
ou 16 semanas).

• Nos cultivos para exportação, a colheita


se faz com base nestes dois últimos
métodos.
• Em cultivos tradicionais, os cachos
são levados, logo após o corte, para
um local sombreado e colocados no
chão forrado com folhas de
Manejo Pós- bananeira, onde são despencados.
Colheita
• Não se deve amontoar nem os
cachos nem as pencas a fim de evitar
o atrito entre os frutos e o
escorrimento de látex nas pencas.
• Em cultivos mais tecnificados, os
cachos são transportados para as
margens dos carreadores, onde são
colocados lado a lado, sobre folhas
de bananeira, e protegidos do sol.
Manejo Pós-
Colheita
• Às vezes, são aí mesmo
despencados, mas nem sempre as
pencas são lavadas, o que poderia
ser feito com o uso de tanques
móveis acoplados a tratores.
• Os cachos também podem ser levados ao
galpão de embalagem, utilizando, para isso,
carretas acopladas a tratores ou caminhões,
cujas carrocerias devem ser forradas com
folhas de bananeira ou capim.
Manejo Pós-
Colheita • Só então os cachos são despencados, e as
pencas – nem sempre lavadas e classificadas
– são embaladas em caixas de madeira
chamadas “torito”. Eventualmente, são
submetidas ao processo de climatização
antes de chegarem ao mercado consumidor.
• No galpão de embalagem, os cachos
Manejo Pós- são despencados, e as pencas, após
a eliminação dos pistilos, são lavadas
Colheita e divididas em subpencas, de três a
oito dedos.
Manejo Pós-Colheita

• Em seguida, são classificadas,


pesadas, tratadas preventivamente
contra doenças pós-colheita, quando
o mercado consumidor aceita o uso
de fungicidas; depois são etiquetadas
e embaladas em caixas de papelão
ou de plástico (Fig. 25), e,
finalmente, são transportadas até o
porto de embarque, em caminhões
cobertos ou em contêineres.

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