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Milho

• Duração do ciclo: 120 a 130 dias


• Germinação em condições ideais: 5-6 dias
• Partes constituintes do grão:

• As raízes não aprofundam mais que 40 cm no solo, mas se espalham em torno da


planta em torno de 50 cm

• Partes masculinas e femininas da planta


• Inflorescência masculina:

• Inflorescência feminina

• Planta de fecundação cruzada, autofecundação extremamente baixa (2%).


• Tempo seco na época de florescimento é prejudicial. Dois dias de estresse hídrico
no florescimento diminuem o rendimento em mais de 20%. Durante a floração, 4
a 8 dias de seca diminuem a produção em mais de 50%.
• O estresse hídrico provoca um maior consumo de reservas, reduz o crescimento e
a matéria seca.
• Na fase vegetativa até a polinização, temperaturas altas acelera o pendoamento.
• Na polinização, temperaturas altas vão reduzir a viabilidade do pólen.
• Na maturidade fisiológica, temperaturas altas vão provocar o encurtamento da
fase de enchimento de grãos, com consequente menor taxa de acúmulo de matéria
seca nos grãos e menor teor de proteína.
• Temperaturas baixas, vai provocar redução da germinação, e o desenvolvimento
será reduzido da emergência ao pendoamento, uma vez que o metabolismo
diminui com a baixa da temperatura.
• Na maturação fisiológica, o metabolismo vai continuar lento, com baixa perda de
umidade nos grãos e comprometimento na qualidade de grãos.
• O estresse hídrico, durante o enchimento da semente, afeta a deposição de amido
nas células do endosperma.
• Altas temperaturas reduzem o tempo em que a semente deveria estar em
enchimento.
• Por ser uma planta tropical, exige calor e temperatura para se desenvolver.

Escalas fenológicas

• Escala de Hanway e Benson

Condições favoráveis em cada etapa do ciclo:


1. Na semeadura, temperatura de acima de 10ºC, com umidade próxima a
capacidade de campo.
2. No estádio vegetativo, temperatura em torno de 25ºC, disponibilidade de
água e abundância de luz.
3. Durante a floração e enchimento dos grãos, temperatura em torno de 25ºC,
muita luminosidade, umidade do ar em torno de 70%, muita agua.
4. Na colheita, período seco.
• Por ser C4, o milho responde bem as intensidades luminosas.
• Redução de 40% da intensidade luminosa, ocorre o atraso no enchimento de grãos.
• Incidência de ventos pode aumentar a demanda de água pela planta. Pode
ocasionar acamamento e falhas na polinização.
• Fases críticas de estresse hídrico: emergência, florescimento e formação do grão.

Etapas de desenvolvimento:
1. Germinação e emergência: período compreendido desde a semeadura até
o efetivo aparecimento da plântula, o qual em função da temperatura e
umidade do solo pode apresentar de cinco a 12 dias de duração;
2. crescimento vegetativo: período compreendido entre a emissão da
segunda folha e o início do florescimento. Tal etapa apresenta extensão
variável, sendo este fato comumente empregado para caracterizar os tipos
de cultivares de milho, quanto ao comprimento do ciclo;
3. florescimento: período compreendido entre o início da polinização e o
início da frutificação, cuja duração raramente ultrapassa 10 dias;
4. frutificação: período compreendido desde a fecundação até o enchimento
completo dos grãos, sendo sua duração estimada entre 40 e 60 dias;
5. maturidade: período compreendido entre o final da frutificação e o
aparecimento da camada negra, sendo este relativamente curto e indicativo
do final do ciclo de vida planta.
Estádios vegetativo
Estádios reprodutivos
Plantio

• A definição do espaçamento e a densidade de plantio é muito importante por o


milho não ter característica de perfilhamento.
• A planta precisa acumular unidades calóricas para cumprir cada etapa de
desenvolvimento.

Classificação das cultivares:


i. Grupo I: n < 110 dias (precoce)
ii. Grupo II: 110 < n < 145 dias (normais)
iii. Grupo III: n > 145 dias (tardia).
• Plantio em maiores altitudes: maior número de dias para atingir o pendoamento,
aumentando o ciclo e apresentando um maior rendimento de grãos.
• Em geral, no Sul a época de plantio varia de agosto a setembro, e ao se subir para
o Centro Oeste e Sudeste, varia de outubro a novembro. Nordeste, varia de final
de novembro a início de dezembro.
• Profundidade de plantio: solos argilosos de 3 a 5 cm, em arenosos de 5 a 7 cm.
• Não se recomenda velocidades de trabalho acima de 7 km/h.
• Velocidades altas de trabalho aumenta o percentual de falhas, e desuniformidade
da profundidade de plantio.
• Em geral, cultivares precoce exigem maior densidade de plantio.
• Por apresentarem menor altura e massa vegetativa, para cultivares precoce usa um
menor espaçamento, pois tem um sombreamento menor.

Doenças

Medidas para reduzir o inoculo inicial dos patógenos:

1. Utilizar cultivares resistentes;


2. Realizar o plantio em época adequada, de modo a evitar que os períodos críticos
para a cultura coincidam com condições ambientais mais favoráveis ao
desenvolvimento da doença;
3. Utilizar sementes de boa qualidade e tratadas com fungicidas;
4. Utilizar rotação com culturas não suscetíveis;
5. Rotação de cultivares;
6. Manejo adequado da lavoura – adubação equilibrada (N e K), população de
plantas adequada, controle de pragas e de invasoras e colheita na época correta.

Cercosporiose (Cercospora zeae-maydis)

Sintomas: manchas de coloração cinza, retangulares, com lesões paralelas as


nervuras. Com o desenvolvimento, pode necrosar toda a folha.
Epidemiologia: A disseminação ocorre através de esporos e restos de cultura
levados pelo vento e por respingos de chuva. Os restos de cultura são, portanto, fonte
local e fonte para outras áreas.

Manejo convencional: Plantio de cultivares resistentes. Evitar a permanência de


restos da cultura de milho em áreas em que a doença ocorreu com alta severidade para
reduzir o potencial de inóculo. Realizar rotação com culturas como soja, sorgo, girassol,
algodão e outras, uma vez que o milho é o único hospedeiro da doença. Para evitar o
aumento de inóculo deve - se evitar o plantio de milho após milho. Plantar cultivares
diferentes em uma mesma área e em cada época de plantio. Realizar adubações de acordo
com as recomendações técnica para evitar desequilíbrios nutricionais nas plantas de
milho, favoráveis ao desenvolvimento desse patógeno, principalmente a relação
nitrogênio/potássio. Para que essas medidas sejam eficientes, recomenda-se a sua
aplicação regional para evitar que a doença volte a se manifestar a partir de inóculo trazido
pelo vento de lavouras vizinhas infectadas.

Mancha Branca (Phaeosphaeria maydis)


• Doença favorecida por temperatura noturna amena (15ºC a 20ºC), elevada
umidade relativa (>60%), e elevada precipitação.
• Plantios tardios favorecem o surgimento da doença, pois acontecem essas
condições climáticas durante o florescimento, fase que a planta está mais sujeita
ao ataque do patógeno e os sintomas são mais severos.
• Nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, os plantios tardios realizados a partir da
segunda quinzena de novembro até o final de dezembro favorecem a ocorrência
da doença em elevadas severidades.

Sintomas: As lesões da mancha branca são, inicialmente, circulares, aquosa e verde clara
(anasarcas). Posteriormente, passam a necróticas, de cor palha, circulares a elípticas, com
diâmetro variando de 0,3 a 1 cm. Geralmente, são encontradas dispersas no limbo foliar,
mas iniciam-se na ponta da folha progredindo para a base, podendo coalescer. Em geral,
os sintomas aparecem inicialmente nas folhas inferiores, progredindo rapidamente para
as superiores, sendo mais severos após o pendoamento. Sob condições de ataque severo,
os sintomas da doença podem ser observados também na palha da espiga. Em condições
de campo, os sintomas não ocorrem, normalmente, em plântulas de milho.
Epidemiologia: Alta precipitação, alta umidade relativa (>60%) e baixas
temperaturas noturnas em torno de 14º C são favoráveis à doença. Plantios tardios
favorecem a doença. Há o envolvimento da bactéria Pantoeae ananas nas fases iniciais
da doença.
Manejo convencional: Plantio de cultivares resistentes (Embrapa BRS 1010 e
BRS 1035). Plantios realizados mais cedo reduzem a severidade da doença, pois não
coincidem com a fase de florescimento. O uso da prática da rotação de culturas contribui
para a redução do potencial de inóculo. Antecipar a época do plantio para a segunda
quinzena de outubro ou o início de novembro. Controle químico.

Ferrugem Polissora (Puccinia polysora Underw.)


Epidemiologia: Ocorrência dependente da altitude, ocorrendo mais em altitudes
menores que 700 m com temperatura mais alta. Períodos prolongados com alta umidade
favorece a doença.
Sintomas: Pústulas circulares a ovais marron claras, distribuídas na face superior das
folhas e, com muito menor abundância, na face inferior da folha.
Manejo convencional: Plantio de cultivares com resistência genética. Escolha da época
e do local de plantio, a aplicação de fungicidas em situações de elevada pressão de doença.

Ferrugem Comum (Puccinia sorghi)


• Maior severidade na região Sul.
Sintomas: As pústulas são formadas na parte área da planta e são mais abundantes
nas folhas. Em contraste com a ferrugem polissora, as pústulas são formadas em ambas
as superfícies da folha, apresentam formato circular a alongado, com coloração castanho
escuro e se rompem rapidamente. Pode se unir e viram uma mancha necrótica na folha.
Epidemiologia: Temperaturas baixas (16 a 23º C) e alta umidade relativa (100%)
favorecem o desenvolvimento da doença.
Manejo da Doença: Plantio de cultivares com resistência genética. Escolha da
época e lugar de plantio. Eliminação de hospedeiros alternativos. Uso de químico.

Ferrugem Tropical ou Ferrugem Branca (Physopella zeae)


• Ocorre no Centro Oeste e no Sudeste.
• Ocorre mais severamente em plantios contínuos de milho e em regiões irrigadas.
Sintomas: Pústulas brancas ou amareladas, em pequenos grupos, de 0,3 a 1,0mm de
comprimento na superfície superior da folha, paralelamente às nervuras. Pode ter uma
borda escurecida.
Epidemiologia: Os uredosporos são o inóculo primário e secundário, sendo
transportados pelo vento ou em material infectado. Não são conhecidos hospedeiros
intermediários de P. zeae. A doença é favorecida por condições de alta temperatura (22-
34º C), alta umidade relativa e baixas altitudes. Por ser um patógeno de menor exigência
em termos de umidade o problema tende a ser maior na safrinha.
Manejo da Doença: Plantio de cultivares resistentes. Os plantios contínuos tendem
a agravar o problema causado pelas ferrugens em geral. Recomenda-se a alternância de
genótipos e a interrupção no plantio durante um certo período para que ocorra a morte
dos uredosporos.
Diferenças entre as ferrugens:

Helmintosporiose (Exserohilum turcicum)


• Maior ocorrência na safrinha.
• Perdas maiores de 50%
Sintomas: Os sintomas característicos são lesões alongadas, elípticas, de
coloração cinza ou marrom e comprimento variável entre 2,5 e 15cm. A doença ocorre
inicialmente nas folhas inferiores.
Epidemiologia: O patógeno sobrevive em folhas e colmos infectados. A
disseminação ocorre pelo transporte de conídios pelo vento a longas distâncias.
Temperaturas moderadas (18-27º C) são favoráveis à doença bem como a presença de
orvalho. O patógeno tem como hospedeiros o sorgo, o capim sudão, o sorgo de halepo e
o teosinto.
Manejo da Doença: O controle da doença é feito através do plantio de cultivares
com resistência genética. A rotação de culturas é também uma prática recomendada para
o manejo desta doença.

Mancha de Bipolaris maydis (Bipolaris maydis)


• Severidade baixa a média no Brasil.
• Regiões Centro Oeste e Nordeste.
Sintomas: A Raça 0 produz lesões alongadas, delimitadas pelas nervuras com
margens castanhas com forma e tamanho variáveis. O patógeno ataca apenas as folhas. A
Raça T produz lesões de coloração marrom de formato elíptico, margens amareladas ou
cloróticas.
Epidemiologia: A sobrevivência ocorre em restos culturais infectados e grãos. Os
conídios são transportados pelo vento e por respingos de chuva. A temperatura ótima para
o desenvolvimento da doença é de 22 a 30º C. A doença é favorecida por alta umidade
relativa. A ocorrência de longos períodos de seca e de dias de muito sol entre dias
chuvosos é desfavorável à doença.
Manejo da Doença: Plantio de cultivares resistentes e rotação de culturas.

Mancha foliar de Diplodia (Stenocarpella macrospora)


• Presente nos estados de Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Bahia e Mato Grosso e
na região Sul do país.
• Baixa severidade.
Sintomas: As lesões são alongadas, grandes, semelhantes às de H. turcicum. Diferem
desta por apresentar, em algum local da lesão, pequeno círculo visível contra a luz (ponto
de infecção). Podem alcançar até 10 cm de comprimento.
Epidemiologia: A disseminação ocorre através dos esporos e os restos de cultura
levados pelo vento e por respingos de chuva. Os restos de cultura são fonte local e fonte
de disseminação da doença para outras áreas.
Manejo da doença: Plantio de cultivares resistentes e rotação de culturas.

Antracnose (Colletotrichum graminicola)


• Aumento da doença relacionado ao plantio direto e cultivo mínimo e pela não
rotação de culturas.
• Presente nos estados de GO, MG, MT, MS, SP, PR e SC.

Sintomas: Na fase foliar, a doença caracteriza-se pela presença de lesões de formas


variadas, sendo às vezes difícil o seu diagnóstico. Nas nervuras, é comum a presença de
lesões elípticas com frutificações (acérvulos do patógeno).
Epidemiologia: A taxa de aumento da doença é uma função da quantidade inicial de
inóculo presente nos restos de cultura, o que indica a importância do plantio direto e
plantio em sucessão para o aumento do potencial de inóculo. Um outro fator a influir na
quantidade de doença é a taxa de reprodução do patógeno, que vai depender das condições
ambientais e a da própria raça do patógeno presente.
Manejo da doença: Plantio de cultivares resistentes. A rotação de cultura é essencial
para a redução do potencial de inóculo presente nos restos de cultura.

Podridão de Stenocarpella (Stenocarpella maydis ou S. macrospora)


• Mesmo agente causal da podridão branca da espiga
Sintomas: Plantas infectadas por qualquer um desses fungos apresentam,
externamente, próximas aos entrenós inferiores, lesões marrom-claras, quase negras, nas
quais é possível observar a presença de pequenos pontinhos negros (picnídios).
Internamente, o tecido da medula adquire coloração marrom, pode se desintegrar,
permanecendo intactos somente os vasos lenhosos sobre os quais é possível observar
também a presença de picnídios.

Epidemiologia: As podridões do colmo causadas por Stenocarpella sp. são


favorecidas por temperaturas entre 28 e 30o C e alta umidade, principalmente na forma
de chuva. Esses fungos sobrevivem nos restos de cultura na forma de picnídios e, nas
sementes, na forma de picnídios ou de micélio. Apresentam como único hospedeiro o
milho o que torna a rotação de culturas uma medida eficiente no controle dessa doença.
A disseminação dos conídios pode ocorrer pela ação da chuva ou do vento.
Manejo da doença: Utilização de cultivares resistentes e rotação de culturas,
principalmente em áreas onde se utiliza o Sistema Plantio Direto. Evitar altas densidades
de semeadura. Realizar adubações de acordo com as recomendações técnicas para evitar
desequilíbrios nutricionais nas plantas de milho.

2) Podridão de Fusarium (e Fusarium entre elas F. moniliforme e F. moniliforme


var. subglutinans)
• Mesmo agente causal da podridão rosada da espiga.
Sintomas: Em plantas infectadas, o tecido dos entrenós inferiores geralmente adquire
coloração avermelhada que progride de forma uniforme e contínua da base em direção à
parte superior da planta. Embora a infecção do colmo possa ocorrer antes da polinização,
os sintomas só se tornam visíveis logo após a polinização e aumentam em severidade à
medida em que as plantas entram em senescência. A infeção pode se iniciar pelas raízes
e é favorecida por ferimentos causados por nematóides ou pragas subterrâneas.
Epidemiologia: Esse patógeno é um fungo de solo capaz de sobreviver nos restos de
cultura na forma de micélio e apresenta várias espécies vegetais como hospedeiras o que
torna a medida de rotação de cultura pouco eficiente. Frequentemente pode ser encontrado
associado às sementes. A disseminação dos conídios se dá através do vento ou da chuva.
Manejo da doença: Uso de cultivares resistentes. Evitar altas densidades de
semeadura. Realizar adubações de acordo com as recomendações técnicas para evitar
desequilibrios nutricionais nas plantas de milho.

Podridão Seca do Colmo (Macrophomina phaseolina)

Sintomas: A infeção das plantas se inicia pelas raízes. Embora essa infecção possa
ocorrer nos primeiros estádios de desenvolvimento da planta, os sintomas são visíveis nos
entrenós inferiores, após a polinização. Internamente, o tecido da medula se desintegra
permanecendo intactos somente os vasos lenhosos sobre os quais é possível observar a
presença de numerosos pontinhos negros que conferem internamente ao colmo uma cor
cinza típica.

Epidemiologia: A podridão de Macrophomina é favorecida por altas


temperaturas (37 C) e baixa umidade no solo. A sobrevivência de M. phaseolina no solo,
bem como sua disseminação, ocorrem na forma de esclerócios. Esse fungo apresenta
muitos hospedeiros, inclusive o sorgo e a soja o que torna a rotação de cultura uma medida
de controle pouco eficiente.
Manejo da doença: Utilização de cultivares resistentes. Promover uma irrigação
adequada em anos de pouca chuva. Evitar altas densidades de semeadura. Realizar
adubações de acordo com as recomendações técnicas para evitar desequilíbrios
nutricionais nas plantas de milho.

Podridão por Pythium (Pythium aphanidermatum)


Sintomas: Essa podridão é do tipo aquosa, assemelhando-se às podridões por
bactéria. Difere dessas por ficar tipicamente restrita ao primeiro entrenó acima do solo,
enquanto as bacterioses atingem vários entrenós. As plantas, antes de tombarem,
geralmente sofrem uma torção. Plantas tombadas permanecem verdes por algum tempo,
visto que os vasos lenhosos permanecem intactos.
Epidemiologia: Esse fungo sobrevive no solo, apresenta elevado número de
espécies vegetais hospedeiras e é capaz de infectar plantas de milho jovens e vigorosas,
antes do florescimento. Essa podridão é favorecida por temperaturas em torno de 32o C
e por alta umidade no solo proporcionada por prolongados períodos de chuva ou irrigação
excessiva.
Manejo da doença: Manejo adequado da água de irrigação.
Podridões bacterianas (Pseudomonas e Erwinia)
Sintomas: As podridões causadas por bactérias são do tipo aquosa e, quando
causadas por Erwinia, exalam tipicamente um odor desagradável. Em geral, iniciam-se
nos entrenós próximos ao solo e rapidamente atingem os entrenós superiores. Essas
podridões podem também se iniciar pela parte superior do colmo, causando a “podridão
do cartucho por Erwinia”. Os sintomas típicos dessa doença são a murcha e a seca das
folhas do cartucho decorrentes de uma podridão aquosa na base desse cartucho. As folhas
se desprendem facilmente e exalam um odor desagradável. Na bainha das outras folhas,
pode-se observar a presença de lesões encharcadas (anasarcas). Pode ocorrer o
apodrecimento dos entrenós inferiores ao cartucho e a murcha do restante da planta.
Ferimentos no cartucho causados por insetos podem favorecer a incidência dessa
podridão.
Manejo da doença: Manejo adequado da água de irrigação e melhoria no sistema
de drenagem do solo.

Raiado Fino (Maize Rayado Fino Virus)


• Transmitida e disseminada por uma cigarrinha de cor palha, tamanho de 0,5cm,
denominada Dalbullus maidis.
Sintomas: Os sintomas característicos são riscas formadas por numerosos pontos
cloróticos coalescentes ao longo das nervuras, que são facilmente observados quando as
folhas são colocadas contra a luz.
Epidemiologia: O vírus do rayado fino ocorre sistemicamente na planta de milho e é
transmitido de forma persistente propagativa pela cigarrinha Dalbullus maidis que, ao se
alimentar em plantas doentes, adquire o vírus que é transmitido para plantas sadias. O
período latente entre a aquisição desse vírus e sua transmissão varia de 7 a 37 dias. A
incidência e a severidade dessa doença são influenciadas por grau de susceptibilidade da
cultivar, por semeaduras tardias e por população elevada de cigarrinha coincidente com
fases iniciais de desenvolvimento da lavoura de milho. O milho é o principal hospedeiro
tanto do vírus como da cigarrinha.
Manejo: O método mais eficiente e econômico para controlar o vírus rayado fino é a
utilização de cultivares resistentes. Práticas culturais recomendadas que reduzem a
incidência dessa doença no milho são: eliminação de plantas voluntárias de milho, fazer
o pousio por um período de dois a três meses sem a presença de plantas de milho, alterar
a época de semeadura, evitando as semeaduras tardias e sucessivas de milho.

Mosaico comum do milho


Agentes causais:
Maize Dwarf Mosaic Virus (MDMV); Sugar Cane Mosaic Virus (SCMV); Johnson
Grass Mosaic Virus (JGMV); Sorghum Mosaic Virus (SrMV).

Sintomas: Os sintomas caracterizam-se pela formação nas folhas de manchas verde


claro com áreas verde normal, dando um aspecto de mosaico. As plantas doentes são,
normalmente, menores em altura e em tamanho de espigas e de grãos.
Epidemiologia: A transmissão do mosaico comum do milho é feita por várias
espécies de pulgões. Os vetores mais eficientes são as espécies Ropalosiphum maidis,
Schizophis graminum e Myzus persicae. Os insetos vetores adquirem os virus em poucos
segundos ou minutos e os transmitem, também, em poucos segundos ou minutos. A
transmissão desses vírus pode ser feita, também, mecanicamente. Mais de 250 espécies
de gramíneas são hospedeiras dos vírus do mosaico comum do milho.
Controle: A utilização de cultivares resistentes é o método mais eficiente para
controlar essa virose. A eliminação de outras plantas hospedeiras pode contribuir com a
redução da incidência dessa doença. A aplicação de inseticidas para o controle dos vetores
não tem sido um método muito efetivo no controle do mosaico comum do milho.
Enfezamentos
Pálido (Spiroplasma) Vermelho (Phytoplasma)
• Transmitida e disseminada por uma cigarrinha de cor palha, tamanho de 0,5cm,
denominada Dalbullus maidis.
Sintomas: Enfezamento pálido: Os sintomas característicos são estrias
esbranquiçadas irregulares na base das folhas que se estendem em direção ao ápice.
Normalmente as plantas são raquíticas devido ao encurtamento dos entrenós e pode haver
uma proliferação de espigas pequenas e sem grãos. Quando há produção de grãos, eles
são pequenos, manchados e frouxos na espiga. As plantas podem secar precocemente.
Enfezamento vermelho: Os sintomas típicos dessa doença são o avermelhamento das
folhas, a proliferação de espigas, o perfilhamento na base da planta e nas axilas foliares e
encurtamento dos entrenós.
Epidemiologia: Molicutes Spiroplasma e Phytoplasma ocorrem somente em células
do floema de plantas doentes de milho e são transmitidos de forma persistente propagativa
pela cigarrinha Dalbulus maidis que, ao se alimentar em plantas doentes, adquire os
molicutes que são transmitidos para as plantas sadias. O período latente entre a aquisição
do patógeno e sua transmissão pela cigarrinha varia entre 12 e 28 dias para Spiroplasma
enquanto para Phytoplasma a variação é de 22 a 26 dias. A incidência e a severidade
dessas doenças são influenciadas por grau de susceptibilidade da cultivar, por semeaduras
tardias, por temperaturas elevadas e por densidade elevada de cigarrinhas coincidente
com fases iniciais de desenvolvimento da lavoura de milho.
Controle: O controle dessas doenças mais eficiente é a utilização de cultivares
resistentes. Outras práticas recomendadas para o manejo dessas doenças são: evitar
semeaduras sucessivas de milho, fazer o pousio por período de dois a três meses sem a
presença de plantas de milho e alterar a época de semeadura, evitando-se a semeadura
tardia do milho.

Podridão Branca da Espiga


A podridão branca da espiga é causada pelos fungos Stenocarpela maydis e S.
macrospora. As espigas infectadas apresentam os grãos de cor marrom, de baixo peso e
com crescimento micelial branco entre as fileiras de grãos (Figura 17). No interior da
espiga ou nas palhas das espigas infectadas, há a presença de numerosos pontinhos negros
(picnídios), que são as estruturas de frutificação do patógeno. Uma característica peculiar
entre as duas espécies de Diplodia é que apenas a D. macrospora ataca as folhas do milho.
A precisa distinção entre essas espécies só é possível mediante análises microscópicas,
pois comparativamente os esporos de D. macrospora são maiores e mais alongados do
que os de D. maydis. Os esporos desses fungos sobrevivem dentro dos picnídios no solo
e nos restos de cultura contaminados e, nas sementes, na forma de esporos e de micélio
dormente, sendo essas fontes primárias de inóculo para a infecção das espigas. A infecção
pode se iniciar em qualquer uma das extremidades das espigas. Entretanto, as espigas mal
empalhadas ou com palhas frouxas ou que não se dobram após a maturidade fisiológica
são as mais suscetíveis. A alta precipitação pluviométrica na época da maturação dos
grãos favorece o aparecimento dessa doença. A evolução da podridão praticamente cessa
quando o teor de umidade dos grãos atinge 21 a 22% em base úmida. O manejo integrado
para o controle desta podridão de espiga envolve a utilização de cultivares resistentes; de
sementes livres dos patógenos; da destruição de restos culturais de milho infectados; e da
rotação de culturas, visto que o milho é o único hospedeiro desses patógenos.
Podridão Rosada da Espiga
Essa podridão é causada por Fusarium moniliforme ou por Fusarium subglutinans.
Esses patógenos apresentam elevado número de plantas hospedeiras, sendo, por isso,
considerados parasitas não especializados. A infecção pode se iniciar pelo topo ou por
qualquer outra parte da espiga, mas sempre asssociada a alguma injúria (insetos,
pássaros). Com o desenvolvimento da doença, uma massa cotonosa avermelhada pode
recobrir os grãos infectados ou a área da palha atingida. Em alguns grãos, pode haver o
aparecimento de estrias brancas no pericarpo causadas pela ação do fungo. Quando a
infecção ocorre através do pedúnculo da espiga, todos os grãos podem ser infectados, mas
a infecção só se desenvolverá naqueles que apresentarem alguma injúria no pericarpo. O
desenvolvimento dos patógenos nas espigas é paralisado quando o teor de umidade dos
grãos atinge 18 a 19%, em base úmida. Embora esses fungos sejam frequentemente
isolados das sementes, essas não são a principal fonte de inóculo. Como os fungos
possuem a fase saprofítica ativa, sobrevivem e se multiplicam na matéria orgânica, no
solo, sendo essa a fonte principal de inóculo.
Podridão Rosada da Ponta da Espiga
Essa podridão de espiga é conhecida também pelo nome de podridão de giberela
(Gibberella zeae), sendo mais comum em regiões de clima ameno e de alta umidade
relativa. A ocorrência de chuvas após a polinização propicia a ocorrência dessa podridão
de espiga. A doença inicia-se com uma massa cotonosa avermelhada na ponta da espiga
e pode progredir para a base da espiga. A palha pode ser colonizada pelo fungo e tornar-
se colada na espiga. Ocasionalmente, essa podridão pode iniciar-se na base e progredir
para a ponta da espiga, confundindo o sintoma com aquele causado por Fusarium
moniliforme ou F. subglutinans. Chuvas frequentes no final do desenvolvimento da
cultura, principalmente em lavoura com cultivar com espigas que não dobram, aumentam
a incidência dessa podridão de espiga. Esse fungo sobrevive nas sementes na forma de
micélio dormente. A forma anamórfica de G. zeae é denominada Fusarium graminearum.
Controle da Produção de Grãos Ardidos
A prevenção contra a infecção dos grãos de milho por fungos promotores de grãos
ardidos deve levar em consideração um conjunto de medidas: a) utilizar cultivares de
milho com grãos mais resistentes aos fungos dos gêneros Fusarium e Diplodia; b) realizar
rotação de culturas com espécies de plantas não suscetíveis aos fungos dos gêneros
Fusarium e Diplodia; c) interromper o monocultivo do milho; d) promover o controle das
plantas daninhas hospedeiras de fungos do gênero Fusarium; e) usar sementes de alta
qualidade sanitária; f) evitar altas densidades de plantio; g) utilizar cultivares de milho
com espigas decumbentes; h) evitar colher espigas atacadas por insetos e pássaros; i) não
colher espigas de plantas acamadas; j) não retardar a colheita e k) realizar o enterrio de
restos culturais de milho infectados com fungos causadores de grãos ardido

Pragas
Cigarrinha-das-raízes, cigarrinha-vermelha
Mahanarva fimbriolata (Stal, 1854) (Hemiptera: Cercopidae)

O macho adulto mede de 1 a 2 cm de comprimento e tem cor preta com manchas


vermelhas ou alaranjadas. As fêmeas são menores e têm coloração avermelhada escura.
Alguns indivíduos podem ainda apresentar coloração castanha, preta ou rosada. Os ovos
são postos nas folhas mais velhas e secas, na base das plantas ou no solo. Podem
permanecer em diapausa por um longo período, até que o clima chegue às condições de
umidade e temperatura elevadas. As ninfas vivem nas raízes ou na base dos colmos e
ficam envoltas por uma espuma branca, facilmente vista em campo. O ciclo completo, do
ovo até a fase adulta, dura 30 a 40 dias. As cigarrinhas são pragas muito importantes de
gramíneas, como cana-de-açúcar, milho e pastagens. Surgem principalmente no verão.
As ninfas e os adultos sugam a seiva das raízes e folhas, respectivamente. Nessa atividade,
também injetam toxinas que promovem a queima e a seca das folhas. Os sintomas mais
comuns do ataque das cigarrinhas são estrias amareladas no limbo foliar, bordos
enrolados e definhamento do colmo.
Coró-das-pastagens
Diloboderus abderus, (Coleoptera: Melolonthidae)

O coró-das-pastagens é uma importante praga de gramíneas e de outras plantas.


Sua ocorrência é mais comum no sul do Brasil. É uma espécie de ciclo anual. Os adultos
são mais encontrados nos primeiros meses do ano, junto com os ovos; as larvas ocorrem
até novembro e as pupas a partir de outubro.

Os adultos medem cerca de 3 cm de comprimento e são marrom-escuros. Os


machos possuem aspecto sujo e apresentam chifres, um na frente da cabeça, fino,
comprido e voltado para cima, e outro acima da cabeça, curto, bifurcado e voltado para a
frente. As fêmeas não apresentam chifres e seus élitros são brilhantes.
Os ovos são postos em ninhos subterrâneos formados por restos vegetais. As larvas
nascem duas semanas após a postura. Elas vivem em galerias subterrâneas e são chamadas
de corós. Seus corpos são esbranquiçados, recurvados em formato de “C” e possuem 3
pares de pernas torácicas; a cabeça é marrom ou castanha.

As larvas, inicialmente, alimentam-se dos materiais que formaram o ninho.


Depois passam a se alimentar de sementes, plântulas, raízes e folhas, que puxam para
dentro das galerias. As consequências do ataque são: redução na germinação, falhas nas
linhas de plantio e tombamento, com morte de plantas e redução na produção. Esses danos
geralmente ocorrem em reboleiras.
Coró-da-soja
Phyllophaga cuyabana (Coleoptera: Melolonthidae)

Trata-se de um besouro de coloração castanha, com cerca de 2 cm de comprimento


e sem chifres. É uma espécie muito importante no Paraná e em outros estados. Vive no
solo, em até 15 cm de profundidade, e possui hábito noturno. As fêmeas adultas
alimentam-se das folhas, porém não causam danos significativos.

Seus ovos são esbranquiçados e encontrados isoladamente no solo. A eclosão


ocorre em poucos dias, sendo que variações na temperatura e umidade do solo podem
adiantar ou atrasar esse período. As larvas são chamadas de corós. Possuem corpo
recurvado e esbranquiçado, cabeça castanha ou marrom e três pares de pernas torácicas.
O seu comprimento pode chegar a 4 cm. Vivem em túneis no solo, geralmente na camada
arável de terra, mas, dependendo das condições climáticas, podem se aprofundar mais. A
fase larval dura mais de 250 dias, sendo a mais longa do ciclo biológico. Ocorre apenas
uma geração por ano.

As larvas alimentam-se de sementes, raízes e outras partes das plantas que elas
puxam para dentro das galerias no solo. No início do seu desenvolvimento, os danos não
são significativos, mas, quando elas já estão desenvolvidas, podem ocasionar queda
significativa na produção.

Os principais sinais da presença dos corós são: falhas nas linhas de plantio,
plantas amareladas e enfezadas, tombamento, folhas murchas e secas, não-enchimento
dos grãos e plantas mortas. Esses sintomas geralmente ocorrem em reboleiras.
Coró-do-trigo

Phyllophaga triticophaga (Morón e Salvadori, 1998)

(Coleoptera: Melolonthidae)

Besouro de coloração marrom-avermelhada com pelos amarelos na base das


pernas. Possui cerca de 2 cm de comprimento quando adulto e não apresenta chifres. Vive
no solo, a cerca de 15 cm de profundidade. Consome folhas na fase adulta, mas não causa
danos significativos. O ciclo biológico é semelhante ao do P. cuyabana.

Seus ovos, esbranquiçados, são encontrados isoladamente no solo, em poucos


centímetros de profundidade. A eclosão ocorre em poucos dias, sendo que variações na
temperatura e umidade do solo podem adiantar ou atrasar esse período.

As larvas são chamadas de corós. Possuem corpo recurvado e esbranquiçado,


cabeça castanha ou marrom e três pares de pernas torácicas. O seu comprimento pode
chegar a 4 cm. Elas vivem no solo e a maioria é encontrada na camada arável de terra,
mas, dependendo das condições climáticas, podem se aprofundar mais. Tendem a se
concentrar nas linhas de plantio, pois o solo solto facilita sua locomoção.

Os danos causados são os mesmos do coró-da-soja.


Larva-alfinete, vaquinha, brasileirinho
Diabrotica speciosa,(Coleoptera: Chrysomelidae)

Os insetos adultos são besouros com menos de 1 cm de comprimento. Possuem


coloração verde brilhante e 3 manchas amarelas ovais sobre cada élitro. A cabeça é
castanha ou marrom e o abdome e o protórax são verdes.

As fêmeas depositam os ovos no solo, próximo das áreas de plantio. A referência


é por terras escuras e ricas em matéria orgânica. As larvas eclodem 5 a 20 dias após a
postura. São branco-leitosas, com exceção das extremidades e patas, que são escuras.
Medem aproximadamente 1 cm de comprimento, quando bem desenvolvida. As pupas
são encontradas no solo em casulos de terra construídos pelas larvas. Os danos às plantas
são causados pelas larvas e pelos adultos. As larvas são conhecidas como larvas-alfinete
e alimentam-se das raízes das plantas, o que reduz a sustentação e a absorção de água e
nutrientes. Já os adultos fazem perfurações e cortes em brotações, folhas, botões florais,
flores e vagens.
Larva-angorá, vaquinha
Astylus variegatus, (Coleoptera: Melyridae)

Besouro de formato oblongo com cerca de 1 cm de comprimento e coloração


amarelada com manchas escuras e simétricas sobre os élitros. A cabeça é pequena,
triangular e preta; pronoto, pernas, antenas e abdome também são pretos.

Seus ovos geralmente são postos em grupos no solo ou em restos vegetais. Após
alguns dias, surgem as larvas, com cerca de 1 mm e que podem atingir até 2 cm de
comprimento quando bem desenvolvidas. Elas vivem no solo e possuem 3 pares de pernas
torácicas. São cinza-escuras ou marrons e totalmente cobertas por pelos longos, finos e
escuros.

As pupas também são encontradas no solo, em câmaras construídas pelas larvas.


O ciclo de vida do inseto é de aproximadamente 1 ano e a fase larval é a mais demorada.
Os adultos alimentam-se de pólen e são encontrados em botões florais e flores de plantas
silvestres e cultivadas, mas não causam prejuízos significativos.

Os maiores danos são causados pelas larvas, pois elas se alimentam de sementes,
plântulas e raízes, o que prejudica a germinação e o desenvolvimento das plantas. O
ataque geralmente ocorre em reboleiras e na fase inicial da cultura.
Larva-arame, vaga-lume
Conoderus scalaris, (Coleoptera: Elateridae)

São insetos de hábitos noturnos conhecidos como vaga-lumes. Possuem corpo


afilado e medem de 1 a 2 cm de comprimento. A coloração no pronoto é preta e nos élitros
é marrom com pontuações escuras. Apresentam uma peculiaridade no protórax que
possibilita que deem saltos, quando caem de costas no chão, e voltem à posição normal.
Quando isso ocorre, pode-se ouvir um pequeno estalo.

Os ovos são postos no solo. Após alguns dias, eclodem as larvas esbranquiçadas
e de corpo macio. Com o tempo, elas se tornam amareladas ou marrons, com as
extremidades escuras e o corpo fica bastante rígido, o que lhes confere o nome de larva-
arame. Podem medir 2 cm de comprimento. A fase larval ocorre no solo e pode durar até
5 anos.

Não causam danos significativos na fase adulta. Os prejuízos são causados pelas
larvas, que atacam sementes e outras partes das plantas, como raízes e a base dos caules.
Causam falhas nas linhas de plantio, redução do vigor das plântulas e definhamento das
plantas maiores. Funções básicas como sustentação e absorção de nutrientes e água são
prejudicadas, em razão da perda de parte do sistema radicular.

Esses sintomas são muito semelhantes àqueles causados por outras pragas
subterrâneas, como larva-angorá, larva-alfinete e lagarta-elasmo. Dessa forma, deve-se
atentar para não confundir o ataque da larva-arame com o dessas espécies.
Percevejo-castanho

Atarsocoris brachiariae (Becker, 1996)

(Hemiptera: Cydnidae)

Os adultos têm corpo oval com cerca de 1 cm de comprimento e cor amarelada.


As ninfas são mais claras e têm coloração esbranquiçada. O ciclo biológico dura de 10 a
12 meses.

Vivem no solo, aproximadamente a 30 cm de profundidade, onde obtêm boas


condições de umidade e temperatura. Em busca de tais condições, podem se aprofundar
a mais de 1 m, o que geralmente ocorre durante a seca. Deixam o solo apenas por alguns
dias na estação chuvosa. Nessa ocasião, são observadas as revoadas de acasalamento dos
adultos. A presença deles é facilmente notada pelo cheiro que liberam e o som estridente
que produzem quando estão na superfície. Tanto os adultos quanto as ninfas sugam a
seiva de raízes de várias espécies de plantas cultivadas e silvestres.

Além disso, também injetam substâncias nocivas, o que prejudica ainda mais a
cultura. Nas lavouras, os danos observados são reboleiras com plantas pouco
desenvolvidas e com sintomas de deficiência nutricional e hídrica. As plantas
enfraquecidas podem morrer.

Scaptocoris castanea (Perty, 1830) (Hemiptera: Cydnidae)

O comportamento, a aparência e a biologia desse inseto são muito semelhantes


aos do outro percevejo-castanho, o Atarsocoris brachiariae. Ambos vivem no solo,
alimentam-se da seiva de raízes de diversas plantas cultivadas, realizam as revoadas
durante as chuvas e exalam forte odor quando expostos na superfície. As diferenças entre
as espécies estão na cor dos adultos e em algumas características nos tarsos, no orifício
ostiolar e no ápice do clípeo.

Os danos nas lavouras são observados em reboleiras. As plantas atacadas


apresentam desenvolvimento inferior ao restante da cultura e alguns sintomas de
deficiência nutricional e hídrica, que ocorrem em razão da sucção da seiva e da injeção
de substâncias tóxicas. As plantas enfraquecidas podem morrer.

Broca-do-colmo, broca-da-cana-de-açúcar
Diatraea saccharalis,(Lepidoptera: Crambidae)

Os adultos são mariposas de hábitos noturnos que podem chegar a 3 cm de


envergadura. As asas anteriores são pardas com manchas escuras e as asas posteriores são
claras. Os palpos labiais são muito desenvolvidos, projetados para a frente e cobertos por
cerdas, característica que facilita sua identificação.

Os ovos são amarelados e depositados em grupos na face superior das folhas.


Eclodem quatro a nove dias após a postura. As lagartas têm cabeça marrom ou
avermelhada e o corpo é amarelado com várias pontuações escuras no dorso.
Inicialmente, medem menos de 2 mm de comprimento e apenas raspam a superfície foliar.
Totalmente desenvolvidas, podem atingir 3 cm de comprimento e abrem galerias no
interior do colmo ou das espigas. As pupas são encontradas dentro das galerias
construídas pelas lagartas. Essa fase dura cerca de 15 dias, quando então surge o adulto.
O ciclo biológico dura aproximadamente 2 meses. Os prejuízos ocorrem em decorrência
das galerias abertas nos colmos, que facilitam a quebra e o tombamento das plantas, e nas
espigas, que causam a perda de grãos. Quando o ataque é no cartucho da planta, algumas
folhas se abrem já perfuradas. Além disso, os orifícios também são portas de entrada para
outros insetos e microrganismos oportunistas causadores de doenças e podridões.
Lagarta-elasmo
Elasmopalpus lignosellus, (Lepidoptera: Pyralidae)

Mariposa de hábitos noturnos e coloração geral acinzentada, com cerca de 2 cm


de envergadura. As fêmeas apresentam cor mais homogênea do que os machos cujas asas
são claras com bordas escuras. Quando estão em repouso, os insetos permanecem com as
asas rentes ao corpo e podem ser confundidos com restos vegetais.

As fêmeas depositam os ovos no solo próximo das plantas hospedeiras e possuem


preferência por solos arenosos. Os ovos inicialmente são claros e, com o aproximar da
eclosão, tornam-se vermelho-escuros. As lagartas são amareladas ou esverdeadas com
listras e anéis vermelhos no corpo e sua cabeça é marrom-escura. Quando completamente
desenvolvidas, medem de 1 a 2 cm de comprimento. Atacam o caule e as folhas das
plantas recém-germinadas, causando murcha, seca e tombamento. Nas plantas maiores,
abrem galerias no interior do caule e constroem um abrigo conectado a ela ou próximo
dela, onde a pupa será formada. O resultado é o enfraquecimento ou a morte da planta,
dependendo da intensidade do ataque.

Durante a fase larval, os insetos possuem alta mobilidade e migram facilmente de


plantas mortas para as vivas mais próximas. Dessa forma, uma única lagarta pode atacar
várias plantas e causar grandes falhas nas linhas de plantio. O ataque é mais severo na
fase inicial da cultura, especialmente se coincidir com um período de estiagem
Lagarta-rosca
Agrotis ipsilon, (Lepidoptera: Noctuidae)

Os adultos são mariposas que podem atingir até 5 cm de envergadura e têm


coloração que varia do pardo ao marrom. A cabeça, o tórax e as asas anteriores
apresentam pontuações e manchas escuras de vários formatos. As asas posteriores são
mais claras, podendo ser translúcidas e apresentar manchas.

Os ovos são depositados em colmos, hastes, folhas ou no solo. Eles são


esbranquiçados e podem ser encontrados isolados ou em grupos. As lagartas são robustas,
lisas e de coloração variável, com predominância do cinza-escuro e marrom com
pontuações pretas. Possuem hábito noturno e durante o dia ficam abrigadas sob a
vegetação morta, em buracos ou sob torrões, normalmente próximos das plantas das quais
se alimentam. Uma importante característica é que se enrolam quando perturbadas. A fase
larval dura aproximadamente 30 dias.

A pupa é encontrada no solo dentro de casulos de terra construídos pelas lagartas. O inseto
permanece nesse estágio por aproximadamente 15 dias, quando então surge o adulto, reiniciando
o ciclo. Os prejuízos causados pelas lagartas são significativos principalmente na fase inicial da
cultura, pois as plântulas têm menor capacidade de recuperação. Os insetos atacam sementes,
hastes e folhas, em especial aquelas mais próximas do solo. Em consequência do seu ataque,
surgem falhas de germinação nas linhas de plantio e as plantas mais jovens murcham e tombam.
Já em plantas adultas, são abertas galerias na base do caule e nas raízes mais superficiais.
Percevejo-barriga-verde

Dichelops furcatus (Fabricius, 1775)

(Hemiptera: Pentatomidae)

Essa espécie é mais encontrada na Região Sul do Brasil. Percevejo com


aproximadamente 1 cm de comprimento, coloração marrom no dorso e verde no abdome.
Nas laterais do protórax, existe um par de espinhos com a mesma coloração da cabeça e
do pronoto. Essa característica o diferencia de um outro percevejo barriga-verde, o
Dichelops melacanthus. Seus ovos são verdes e encontrados em grupos no formato de
pequenas placas. As ninfas, bastante semelhantes aos adultos, são marrons com o abdome
também verde e cabeça pontiaguda. O ciclo biológico, do ovo ao adulto, completa-se em
aproximadamente 45 dias.

Tanto as ninfas quanto os adultos sugam seiva das plantas. No milho, atacam
principalmente a base do colmo, o que causa murcha, seca e perfilhamento. Também pode
haver formação de manchas escuras nos locais da picada e as folhas centrais podem ficar
enroladas, deformadas e descoloridas. Era considerada praga apenas para a cultura da
soja, no entanto, com o plantio em sucessão e em rotação de culturas, os insetos passaram
a prejudicar também o milho, principalmente na safrinha e no plantio direto.

Dichelops melacanthus (Hemiptera: Pentatomidae)

Essa espécie é mais encontrada nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil.


Assim como o D. furcatus, possui cerca de 1 cm de comprimento, coloração marrom no
dorso e verde no abdome. A diferenciação entre os dois percevejos-barriga-verde é feita
pelos espinhos situados nas laterais do pronoto, que são escuros no D. melacanthus.

Além da aparência, o comportamento, a biologia e os danos também são


semelhantes nas duas espécies. No milho, atacam a base do caule e causam a deformação
e descoloração na região atacada.
Cigarrinha-das-pastagens
Deois flavopicta, (Hemiptera: Cercopidae)

Cigarrinha com coloração escura e aproximadamente 1 cm de comprimento. As


asas também são escuras e têm duas faixas laterais de cor clara no sentido transversal e
uma no sentido longitudinal. As fêmeas depositam os ovos no solo ou em restos
vegetais. Eles podem permanecer viáveis por mais de 200 dias e só eclodem quando há
boas condições de umidade e temperatura.

As ninfas são amareladas e permanecem na parte mais baixa do caule das


plantas, onde sugam a seiva. Ficam envoltas por uma espuma branca que as protege
contra dessecação e é facilmente vista na base das plantas. Os adultos e as ninfas
causam danos em razão de sucção da seiva e da injeção de saliva tóxica. O resultado do
ataque são plantas atacadas com aspecto queimado, seco ou amareladas. Outras espécies
de cigarrinhas também são comuns no milho, como Zulia entreriana e outras
Cigarrinha-do-milho
Dalbulus maidis, (Hemiptera: Cicadellidae)

São insetos com poucos milímetros de comprimento e coloração clara, podendo


variar entre o branco, o amarelo, o verde e o marrom. Vivem em colônias, formadas por
adultos e ninfas, encontradas no cartucho das plantas. As ninfas são parecidas com os
adultos, porém são menores e não voam. Os ovos são postos dentro do tecido foliar. O
ciclo biológico, do ovo ao adulto, dura cerca de 30 dias e os adultos podem viver por 2
meses.

Tanto as ninfas quanto os adultos sugam a seiva das plantas e, nesse processo,
injetam saliva tóxica. Os resultados do ataque são enfraquecimento das plantas,
encurtamento dos entrenós, queda de produção e folhas avermelhadas ou com estrias
amareladas. Também há formação de fumagina – camada escura formada por fungos que
se desenvolvem sobre as secreções dos insetos – na superfície foliar, que reduz a
fotossíntese e a respiração vegetal. Entretanto, o maior prejuízo causado por essa praga é
a transmissão de doenças como o enfezamento pálido e vermelho, o mosaico de estrias
finas e o nanismo arbustivo do milho. A incidência e a severidade dessas doenças são
influenciadas pelo grau de suscetibilidade da variedade cultivada, por semeaduras tardias
e pela população elevada de cigarrinha na fase inicial da lavoura. As variedades de ciclo
tardio e safrinha são as mais afetadas.
Curuquerê-dos-capinzais
Mocis latipes, (Lepidoptera: Noctuidae)

Essa lagarta é uma praga dos capinzais e é encontrada no milho, especialmente


em lavouras próximas de pastagens. Os insetos adultos são mariposas de cor acinzentada
e podem chegar a 4 cm de envergadura. Suas asas anteriores são cortadas
transversalmente por uma linha mais escura próxima da parte central.

As lagartas possuem três pares de pernas torácicas, dois abdominais e um terminal.


Podem chegar a 4 cm de comprimento e locomovem-se em movimentos do tipo mede-
palmo. Sua coloração é bastante característica: o corpo e a cabeça possuem várias estrias
longitudinais que variam do amarelado ao castanho-escuro. As pupas podem ser
encontradas entre as folhas das plantas ou no solo. São marrom-avermelhadas e cobertas
por um pó claro.

O ciclo biológico, do ovo ao adulto, varia de acordo com as condições ambientais.


Em média, são necessários de 25 a 60 dias para que ocorra o desenvolvimento completo.
As lagartas recém-nascidas raspam a face inferior das folhas e não causam muitos danos
nessa ocasião. Quando maiores, elas consomem boa parte das folhas e deixam para trás
somente a nervura central. Em ataques intensos, grande parte da área foliar é consumida.
Grilo-pardo
Anurogryllus muticus, (Orthoptera: Gryllidae)

Os grilos são insetos mastigadores e atacam diversas plantas, como hortaliças,


frutíferas, graníferas e silvestres. São noturnos e durante o dia ficam abrigados sob restos
vegetais, pedras e troncos ou em galerias de até 30 cm de profundidade que constroem no
solo. Na abertura dessas galerias, o grilo deixa montículos de terra que facilitam seu
monitoramento em campo. O ciclo de vida é anual, porém em determinadas condições
pode ocorrer mais de uma geração por ano. As fêmeas realizam a postura dos ovos no
final da estação seca e início da chuvosa, o que geralmente coincide com o plantio de
lavouras.
Têm maior importância na fase inicial das culturas, pois as ninfas e os adultos
podem cortar várias plântulas e carregar para as galerias. O ataque também pode ocorrer
em sementes, raízes, folhas e espigas. Períodos com baixa umidade e temperatura alta
durante a noite favorecem o ataque dos grilos. Além do A. muticus, o Gryllus assimilis,
conhecido como grilo-preto, também é comum em lavouras. Ambos possuem
comportamento semelhante; a diferenciação é feita, entre outras características, pela
coloração.

Lagarta-do-cartucho, lagarta-militar

Spodoptera frugiperda (J. E. Smith, 1797)

(Lepidoptera: Noctuidae)

Os insetos adultos são mariposas de hábitos noturnos com até 4 cm de


envergadura. Suas asas anteriores são cinza-escuras e as posteriores cinza-claras. As
fêmeas depositam os ovos nas folhas das plantas hospedeiras e depois os cobrem com
pelos e escamas que retiram do próprio corpo. Geralmente se encontra apenas uma lagarta
grande por planta, pois são canibais.

A duração do período larval pode chegar a 30 dias, quando as lagartas medem


aproximadamente 5 cm de comprimento. Possuem três pares de pernas no tórax, quatro
no abdome e um par anal. A coloração pode ser pardo-escura, esverdeada ou preta. Na
região dorsal, existem três linhas longitudinais de cor clara e nas laterais duas faixas mais
escuras. No topo da cabeça, origina-se um Y invertido de cor clara que facilita sua
identificação.

As pupas, de cor avermelhada, são encontradas no solo, a poucos centímetros de


profundidade. O ciclo do ovo ao adulto dura de 20 a 60 dias, dependendo das condições
climáticas. Trata-se de uma importante praga do milho. As lagartas, inicialmente, apenas
raspam a superfície foliar e deixam uma membrana translúcida para trás. Quando maiores,
alojam-se no cartucho do milho e começam a devorar as folhas novas e a parte apical do
colmo. Os sinais de seu ataque são folhas que já nascem recortadas e detritos no interior
do cartucho. Quando as plantas já estão maiores, as lagartas podem se alimentar do
pendão e das espigas.

Nos ataques às espigas, é comum que se confunda S. frugiperda com Helicoverpa


zea. Para a diferenciação, além das características morfológicas de cada espécie, há
diferenças comportamentais. A lagarta-do-cartucho pode penetrar em qualquer parte da
espiga, inclusive pela parte basal. Já a H. zea prefere alimentar-se dos cabelos do milho e
dos grãos localizados no topo da espiga. O ataque na fase inicial da lavoura também é
comum. Nesse caso, os danos são semelhantes aos da lagarta-rosca (Agrotis ipsilon). As
lagartas andam pelo chão e atacam as plântulas a partir da região do colo. Quando não as
consomem por inteiro, causam a murcha, o tombamento e a morte, o que pode reduzir
consideravelmente o estande.
Pulgão-do-milho
Rhopalosiphum maidis, (Hemiptera: Aphididae)

Esses insetos podem ser facilmente reconhecidos pelo grande número de


indivíduos verde-azulados ou pretos que vivem em colônias nos pendões, nas folhas, nas
espigas ou no interior do cartucho. Os adultos podem possuir asas ou não. Os alados, mais
raros, são os responsáveis pela dispersão da espécie em condições ambientais
desfavoráveis e falta de alimento. Na reprodução, não há necessidade de fecundação das
fêmeas e os novos pulgões já nascem completamente formados. Não há postura de ovos.

Locais e períodos com baixa umidade, ventos de baixa velocidade e temperatura


ao redor de 20 °C são ideais para o seu desenvolvimento. Nessas condições, o ciclo
biológico dessa espécie varia de 20 a 30 dias e cada fêmea origina cerca de 70 novos
pulgões. Alimentam-se da seiva das plantas, o que esgota as reservas hídricas e
nutricionais e causa deformações nas folhas. Além desses danos, ainda há a transmissão
de vírus, como o mosaico, e a formação da fumagina sobre folhas, espigas e outras partes.
Tripes
Frankliniella williamsi, (Thysanoptera: Tripidae)

Pequeno inseto, com cerca de 1 mm de comprimento. Os adultos apresentam


coloração amarelada e podem voar e se movimentar entre plantas com maior facilidade.
As fêmeas depositam os ovos dentro dos tecidos foliares. Após alguns dias, nascem as
ninfas, que são mais claras e permanecem nas colônias, geralmente nas folhas e na base
delas.

Tanto os adultos quanto as ninfas se alimentam da seiva das plantas e, para isso,
raspam a superfície foliar e sugam a seiva que vaza nesses ferimentos. Em consequência
desse ataque, as folhas ficam com manchas amarelas, brancas ou prateadas e as bordas
podem enrolar.
Esses tripes têm se destacado principalmente nos estados do Sul e Sudeste do
Brasil. Eles causam mais prejuízos nas primeiras semanas após a germinação, pois as
plântulas são pouco resistentes e podem morrer. Condições climáticas de baixa umidade
e alta temperatura favorecem seu desenvolvimento.A infestação também pode ocorrer em
plantas adultas. Nesse caso, as folhas e inflorescências podem ser atacadas. Nestas,
surgem manchas avermelhadas e pode haver esterilidade.

Lagarta-da-espiga
Helicoverpa zea, (Lepidoptera: Noctuidae)

Mariposa noturna que pode atingir 4 cm de envergadura. Tem coloração amarelo-


esverdeada, mas pode haver variações entre indivíduos. As asas anteriores possuem uma
pequena mancha escura no centro e franjas na parte de trás. As asas posteriores são mais
claras e também são franjada. Essa espécie possui diversos hospedeiros e seus ovos, de
coloração inicial clara, podem ser encontrados em várias partes das plantas, como folhas,
hastes e brácteas. No caso do milho, a oviposição ocorre preferencialmente nos cabelos
da espiga.

As lagartas eclodem cerca de quatro dias após a postura dos ovos. Jovens, elas se
alimentam dos cabelos do milho, o que compromete a formação dos grãos.
Desenvolvidas, elas podem medir cerca de 5 cm de comprimento e alimentam-se dos
grãos, principalmente dos localizados na ponta da espiga. Nesse momento, as lagartas são
verdes, esbranquiçadas ou pretas com listras que também podem ser de várias cores.

As pupas de cor marrom-avermelhada são encontradas no solo, a até 25 cm de


profundidade. Para que o ciclo se complete, são necessários de 30 a 40 dias. Além dos
danos causados pela alimentação das lagartas, os orifícios abertos por elas facilitam a
ação de insetos e microrganismos oportunistas, que causam mais danos, doenças e
podridões.
Mosca-da-espiga
Euxesta spp., (Diptera: Otitidae)

São pequenas moscas, com cerca de 6 mm de comprimento, de coloração escura


com brilho metálico. Seus olhos são castanho-avermelhados e as asas são intercaladas por
faixas escuras e translúcidas. Uma característica dessa mosca é a intensa movimentação
de abrir e fechar as asas enquanto se locomove. As larvas são ápodas, esbranquiçadas e
vermiformes. Medem pouco menos de 1 cm de comprimento.

Essa fase dura aproximadamente 10 dias, quando então o inseto passa à fase de
pupa, na própria planta ou no solo. O ciclo biológico, do ovo ao adulto, dura cerca de 15
dias. Os ovos são depositados no cabelo das espigas. As larvas, inicialmente, permanecem
ali e depois passam para os grãos que estão na ponta da espiga. Com o ataque, essa região
fica apodrecida, o que prejudica o consumo in natura e a produção de milho enlatado. A
infestação também pode ocorrer no cartucho, porém os danos são menos significativos.

São pragas oportunistas, pois penetram pelos ferimentos feitos por outros insetos
e potencializam os prejuízos causados por eles. Nas espigas, o seu ataque ocorre
geralmente em conjunto com a lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea), e no cartucho, com
a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda). Injúrias causadas por máquinas, pessoas
e ventos também favorecem a proliferação dessa mosca.
Percevejo-do-milho
Leptoglossus zonatus, (Hemiptera: Coreidae)

Mede cerca de 2 cm de comprimento, apresenta coloração geral pardo-escura e


antenas amareladas. As características visuais que facilitam sua identificação são: duas
manchas amarelas circulares no pronoto, uma linha amarela transversal, em ziguezague,
nas asas logo acima da região membranosa e uma dilatação em formato de folha no último
par de pernas.

Os ovos são depositados em linha nas folhas. Alguns dias após a postura, eclodem
as ninfas de coloração geral vermelha ou amarelada. Dependendo das condições
climáticas, o ciclo biológico varia de um a dois meses. Os danos ao milho são causados
por adultos e ninfas, que sugam os grãos e causam murcha e podridão.
Adubação

Pré-plantio: Realização da calagem com o intuito de fornecer cálcio e magnésio. A


realização da gessagem com o intuito de fornecer cálcio e enxofre e a realização da fosfatagem
com o intuito de elevar os teores de fósforo do solo.

Sulco de plantio: No sulco de plantio sugere-se que sejam fornecidos os nutrientes N,


P2O5 e K2O através de uma fonte mineral formulada que contenha os micronutrientes boro,
cobre, manganês e zinco.

Adubação de cobertura: Na adubação no milho de cobertura sugere-se a aplicação de


N e K2O.

Adubação foliar: Os nutrientes recomendados a serem aplicados via foliar são os


micronutrientes Mn, Zn e Cu, sendo que a aplicação deve ocorrer ou no estagio vegetativo V4
ou R1

Tratamento de sementes: No que diz respeito ao tratamento de sementes recomenda-se


a aplicação de Zn.

Entrada do parcelamento da adubação: V4 a V6.

Luan Leone de Magalhães

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