Complexo de Spodoptera: S. frugiperda, S. cosmioides e S. eridania.
S. cosmioides e S. eridania preferência por soja; S. frugiperda por
milho.
Identificação e Características
Spodoptera frugiperda (Lagarta do cartucho)
Características: coloração escura, “Y” invertido na cabeça, listras
claras no dorso e pontuações escuras em todo o corpo, incluindo 4 pontos pretos no abdome (região posterior a cabeça). Ciclo em torno de 30 dias;
No milho, é conhecida como lagarta-do-cartucho e as perdas podem
chegar a 60%. Em decorrência dos danos, os furos são porta de entrada para microrganismos que reduzem a qualidade dos grãos. Raspam as folhas, promovem furos e causam destruição total do cartucho. Além disso, atacam as espigas, reduzindo a potencialidade de produção dos grãos.
Spodoptera eridania (lagarta das folhas)
Características: possuem coloração escura com faixas cor de creme.
Para diferenciá-la, uma das listras é interrompida por uma mancha escura no tórax, assim a faixa não chega até a cabeça. Ciclo de vida em torno de 28-35 dias (SANTOS et al. 2005).
É comum em regiões de soja e algodão. Em milho os ataques são
esporádicos. Na leguminosa, acarretam em desfolha e danos nas vagens. No algodoeiro, as lagartas no início do desenvolvimento atacam as folhas e posteriormente podem danificar os botões florais, flores e maçãs do algodão.
No final do ciclo da soja, as lagartas migram para outras plantas
hospedeiras, como a corda-de-viola. SANTOS et al. (2005), relata que a disponibilidade de hospedeiros facilita a ocorrência da praga.
Spodoptera cosmioides (lagarta das vagens)
Características: listras amarelas em todo o dorso, chegando até a
cabeça. Apresentam pontuações brancas e triângulos pretos. O ciclo de vida varia entre 40-46 dias.
Na soja, perfuram as folhas e as vagens. No algodão, perfuram os
botões florais e maçãs macias. Na cultura do milho não é frequente.
A sobrevivência de S. cosmioides é maior em soja e algodão (76,7 e
78,3%, respectivamente). Em milho, é de apenas 1,7%. Entretanto, essa praga já está presente em cultivos de milho transgênico Bt, como relatado nas regiões de Carira – SE e Paripiranga – BA, na safra 2013 (TEODORO, et al. 2013). Lagarta-falsa-medideira (Crysodeixis includens) Essa praga pode ser reconhecida através da sua coloração verde-clara com linhas longitudinais brancas que percorrem todo o seu dorso, além de pequenos pontos pretos. As lagartas se locomovem a “mede-palmo” e apresentam três pares de patas torácicas, dois pares de pseudopatas e um par abdominal. Helicoverpa (Helicoverpa armigera) Helicoverpa apresenta colorações diversas ao longo de sua vida, passando por branco quando jovem e chegando a tons de verdes, desde claro até escuro. Além disso, a lagarta possui “pintas” escuras no seu corpo. Os tons de coloração variam conforme a alimentação do inseto. S. cosmioides consome quase o dobro de área foliar que as demais lagartas. Lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis)
Elas apresentam inicialmente coloração verde com três listras
longitudinais brancas no dorso e as patas abdominais ainda não se desenvolveram completamente, fazendo-as serem confundidas com a lagarta falsa-medideira. Quando maiores, as lagartas podem continuar verdes ou ficarem escuras, no entanto, as três linhas longitudinais claras no dorso permanecem. Possuem 4 pares de pernas abdominais e não andam medindo palmos. Lagarta Mede Palmo (Oxydia saturniata)
Praga do café. Possuem apenas 1 par de pseudopatas abdominais.