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CULTIVO DO MILHO

(ZEA MAYS L.)

Larissa Reinicke
Origem
◦ Primeiros relatos 6000 a.c. No México;
Importância Econômica
◦ SAFRA 2015/2016

◦ 15,9 milhões de hectares plantados;


◦ Produtividade Média 4.207 kg/ha;
◦ Produção Total: 67,0 milhões de toneladas
◦ SAFRA 2015/2016

◦ 158,1 mil hectares plantados;


◦ Produtividade Média 4.135 kg/ha;
◦ Produção Total: 635,1 mil toneladas
Épocas de Plantio
◦ A produção de milho no Brasil é caracterizada pelo plantio em duas épocas:
primeira safra (ou safra de verão) e segunda safra (ou safrinha);
◦ Os plantios de verão são realizados em todos os estados, na época tradicional,
durante o período chuvoso, que ocorre no final de agosto, na região Sul, até os
meses de outubro/novembro, no Sudeste e Centro-Oeste. Na região Nordeste,
esse período ocorre no início do ano;
◦ A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) classifica como segunda
safra a safrinha propriamente dita e a safra de inverno plantada em Rondônia,
Tocantins e em determinadas regiões da Bahia e de Sergipe.
Biologia do Milho
◦ O milho é uma gramínea pertencente à família Poaceae, e sua espécie é a Zea
mays L.;
◦ O milho é uma das mais eficientes plantas armazenadoras de energia existentes
na natureza, devido à sua grande capacidade de acumulação de fotoassimilados
(Baldo, 2007);
◦ De uma semente que pesa pouco mais de 0,3 g irá surgir uma planta
geralmente com mais de 2,0 m de altura, isto dentro de um espaço de tempo de
cerca de nove semanas. Nos meses seguintes, essa planta produz cerca de 600 a
1.000 sementes similares àquela da qual se originou (Aldrich et al. 1982).
Exigências Hídricas
◦ Água: tanto excesso quando déficit são extremamente prejudiciais.
◦ Período Crítico: pendoamento (polinização).

◦ Cultivar;
◦ Época de semeadura;
◦ População de plantas;
◦ Região e ano agrícola.
Exigências Hídricas
◦ 350/500 mm/ciclo, bem distribuídos;
◦ Perdas por Déficit:
◦ 1 semana no período de florescimento=50%;
◦ 1 semana após o período de polinização=25-32%
Exigências Térmicas
◦ A condição ótima varia com os diferentes estádios de crescimento e
desenvolvimento da planta. 

◦  A temperatura ideal para o desenvolvimento do milho, da emergência à


floração, está compreendida entre 24 e 30°C. 

◦ Abaixo de 10°C, por períodos longos, o crescimento da planta é quase nulo e


sob temperaturas acima  de 30°C, também por períodos longos, durante a noite,
o rendimento de grãos decresce, em razão do consumo dos produtos
metabólicos elaborados durante o dia. 
Solos
◦ O manejo adequado do solo é essencial para a obtenção da produtividade de
grãos que permita, ao mesmo tempo, um rendimento econômico satisfatório e a
manutenção do potencial produtivo do solo;
◦ As operações de manejo de solos visam adequar o ambiente para o plantio e o
estabelecimento das plantas de milho, podendo também ajudar ano controle de
plantas invasoras e no controle de erosão;
◦ O uso adequado do solo permite a manutenção da atividade agrícola de forma
sustentável, permitindo atender às demandas da sociedade por alimentos,
preservando o ambiente e minimizando a degradação física, química e
biológica e a contaminação do solo e das águas.
Solos
◦ Devem ser evitados solos com:
◦ Inclinação acentuada;
◦ Baixa permeabilidade;
◦ Mudança abrupta de textura;
◦ Textura arenosa em todo o perfil;
◦ pequena profundidade efetiva;
◦ Baixa disponibilidade de nutrientes;
◦ Alta saturação em alumínio;
◦ Baixa CTC;
◦ Pedregosidade;
◦ Riscos de inundação.
Preparo
◦ Convencional: 1 aração + 2 gradagens (nível)
◦ Garante condições ótimas de solo;
◦ Alterações físicas (desestabilização);
Erosão e Compactação
Erosão e Compactação
Sistema de plantio direto (SPD)
◦ É uma tecnologia conservacionista, utilizada desde a década de 1970 no Brasil,
já bastante difundida entre os agricultores, dispondo-se atualmente de sistemas
adaptados a diferentes regiões e aos diferentes níveis tecnológicos;
Plantio - Época
◦ Depende da umidade do solo, temperatura, radiação solar, cujos limites
extremos são variáveis em cada região;
◦ O período de semeadura mais adequado é aquele que faz coincidir floração
com os dias mais longos do ano e a etapa de enchimento de grãos com
temperaturas mais elevadas e alta disponibilidade da radiação solar.
Plantio - Profundidade
◦ Em solos mais pesados com drenagem deficiente ou com fatores que dificultam
a emergência das plântulas devem ser colocadas entre 3 e 5 cm. Já em solos
mais leves ou arenosos, as sementes podem ser colocadas entre 5 e 7 cm para
se beneficiarem do maior teor de umidade do solo;
◦ No SPD, quando o teor de água e temperatura do solo não são limitantes, a
profundidade pode ser reduzida em 2,5 cm da média da profundidade utilizada
nos sistemas convencionais de plantio.
Plantio - Densidade
◦ A densidade ótima é variável para cada situação e é dependente principalmente
da cultivar, disponibilidade de água e nutrientes;
◦ Afeta o numero de espigas por planta e tamanho da espiga, diâmetro do colmo,
entre outras características;
◦ Os espaçamentos e população de plantas mais comuns são 0,8 a 0,9 m entre
linhas, com 44 a 55 plantas por 10 m em linha e 45 a 70 mil plantas/ha.
Adubação e Calagem
◦ Amostragem do solo:
◦ 0-20 cm;
◦ +/- 3 meses antes da semeadura;

◦ Calagem:
◦ Elevar V2 a 70%;
◦ No SPD a dose deve ser dividida pela metade;
Adubação Nitrogenada
◦ Varia com a produtividade almejada e pode ou não ser parcelada dependendo
da dose e textura do solo;
◦ Se for feita em uma única aplicação, deve ser realizada quando as plantas
apresentarem sete a oito folhas totalmente emergidas;
◦ A recomendação é que seja dividida caso o solo seja arenoso e, ou, as doses
recomendadas sejam muito altas. Para solos de textura média a argilosa, doses
acima de 100 e 150 Kg /ha de N respectivamente, devem ser divididas em duas
aplicações iguais. A primeira quando as plantas apresentarem de quatro a seis
folhas e a segunda quando apresentarem oito a dez folhas;
◦ Caso o solo apresente textura arenosa a adubação nitrogenada deve ser
parcelada igualmente em três vezes.
Adubação Fosfatada
◦ A adubação fosfatada dependerá da disponibilidade de P no solo e deverá ser
aplicada no sulco de plantio, toda no plantio;
◦ A cultura do milho é extremamente exigente quanto aos teores mínimos de P
no solo, ou seja, a produtividade é limitada quando os teores de P no solo são
baixos.
Adubação Potássica
◦ A adubação potássica também é recomendada de acordo com a disponibilidade
de K no solo e é feita no momento do plantio;
◦ Caso necessite a aplicação de mais de 60 Kg/ha de K 2O, o ideal é que essa
adubação seja parcelada principalmente em solos arenosos. Neste caso toda a
adubação potássica deve ser feita até no máximo 30 dias após o plantio para
atender a demanda da cultura e não causar prejuízo à produção.
Adubação Complementar
◦ Recomenda-se ainda adubação com Zn e S para a cultura do milho sugerindo 1
a 2 Kg/ha de Zn para solos deficientes e 30 Kg/ha de S quando forem usados
adubos sem esse nutriente.
Utilização de resíduos orgânicos na
adubação
◦ As alternativas de reciclagem de dejetos de suínos, aves e bovinos mais
adotadas nas regiões de cerrado são as adubações para produção de grãos e
forragens;
◦ Os sistemas de produção animal geram continuamente dejetos e estes, para
serem utilizados como insumo adequado, necessitam de armazenamento e
estabilização;
Utilização de resíduos orgânicos na
adubação
◦ A utilização dos dejetos como insumo pode ser feita de forma integral ou com
separação de sólidos;
◦ O sólido deve sempre ser submetido ao processo compostagem, para evitar
perdas e disponibilizar os nutrientes para culturas a serem desenvolvidas na
propriedade.
Adubação Orgânica
◦ As adubações orgânicas com resíduos devem sempre atentar para as doses
econômicas, sendo as de suínos de 45 a 90 m 3/ha para plantio convencional e
de 50 a 100 m3/ha para plantio direto; de cama de aves é de 5 toneladas em
plantio direto, e a de bovinos 100 m3/ha, em plantio convencional.
CULTIVARES
Híbridos
◦ As cultivares de milho podem ser subdivididas em dois tipos
principais: híbridos e variedades, sendo que os híbridos podem ser
simples, triplos ou duplos;
◦ Híbrido simples: é o resultado do cruzamento entre duas linhagens
puras e é indicado para sistemas de produção que utilizam alta
tecnologia, pois possui o maior potencial produtivo;
◦ O híbrido triplo é obtido a partir do cruzamento entre uma linha pura e
um híbrido simples e é indicado para média a alta tecnologia;
◦ Híbrido duplo é o resultado do cruzamento entre dois híbridos simples,
sendo indicado para média tecnologia.
Os híbridos só têm alto vigor e produtividade na
primeira geração (F1), sendo necessária a aquisição
de sementes híbridas todos os anos. Se os grãos
colhidos forem semeados, o que corresponde a uma
segunda geração (F2), haverá redução, dependendo
do tipo do híbrido, de 15% a 40% na produtividade,
perda de vigor e grande variação entre plantas.
Variedades
◦ Uma variedade de milho é um conjunto de plantas que
apresentam certa variabilidade, mas com características
genéticas comuns;
◦ Quando se considera a população, esse tipo de material é
geneticamente estável e, por essa razão, com os devidos
cuidados em sua multiplicação, as sementes podem ser
reutilizadas por várias gerações em sucessivas safras, sem
nenhuma perda de seu potencial produtivo.
Variedades
◦ As sementes das variedades melhoradas são de menor custo
e de grande utilidade em regiões onde a utilização de milho
híbrido torna-se inviável devido às condições econômico-
sociais e de baixa tecnologia;
◦ As variedades são também muito importantes em sistemas
de produção agroecológicos ou orgânicos. Embora estes
sistemas de produção não restrinjam o uso de híbridos, a
adoção de variedades permite ao produtor produzir sua
própria semente a um preço bem menor e com menor
utilização de recursos externos. 
Escolha da cultivar
◦ Objetivo da produção - além do produção de grãos, o milho
pode ser produzido para a produção de silagem (de planta
inteira ou silagem de grãos úmidos); para o consumo verde:
milho-verde, etc.
◦ Adaptação às condições edafoclimáticas de cada região -
atualmente o zoneamento agroclimático indica as cultivares
recomendadas para cada estado, tanto no plantio da safra
como na safrinha.
Escolha da cultivar
◦ Estabilidade e potencial de rendimento de grãos.
◦ Resistência às principais doenças que ocorrem na região.
◦ Nível de tecnologia disponível para a cultivar a ser
utilizada;
◦ Ciclo adequado aos diferentes sistemas de produção.
◦ Aceitação comercial do tipo de grão pelo mercado
consumidor, principalmente quanto à cor e à textura do
grão.
PLANTIO
◦ No plantio do milho, um importante aspecto é a regulagem
da densidade de plantio, onde a densidade ótima que
promoverá o rendimento máximo da lavoura, varia
basicamente, com a cultivar, e com a disponibilidade de
água e nutrientes.
Plantadeira Manual
Plantadeira Tratorizada
Plantadeira Tratorizada
TRATOS
CULTURAIS
Principais pragas e doenças

◦ Trabalho escrito AVA


Manejo de Plantas Espontâneas
◦ As plantas daninhas representam
sérios problemas para as
culturas agrícolas pelos
múltiplos prejuízos que
ocasionam;
◦ dificultando ou onerando os
tratos culturais;
◦ concorrência por água, luz,
nutrientes ou espaço físico.
Objetivos do Manejo
◦ evitar perdas devido à competição;
◦ beneficiar as condições de colheita;
◦ evitar o aumento da infestação; e
◦ proteger o ambiente
Controle Cultural
◦ Utilização das características da cultura e do meio ambiente
para aumentar a competitividade da cultura do milho,
favorecendo o crescimento e o desenvolvimento das
plantas;
◦ uso de variedades adaptadas às regiões, densidade de
semeadura, espaçamento do milho, época de plantio do
milho, uso de cobertura morta, alelopatia, rotação de
culturas
Controle Mecânico
◦ Capina manual ou mecânica
Irrigação
◦ A decisão de irrigar ou não deve levar em
consideração diversos fatores:
◦ quantidade e distribuição da chuva;
◦ efeito da irrigação na produção;
◦ necessidade de água das culturas;
◦ qualidade e disponibilidade de água da fonte.
COLHEITA
E
PÓS-COLHEITA
◦ O agricultor deve integrar a colheita ao sistema de
produção e planejar todas as fases, para que o grão colhido
apresente bom padrão de qualidade. Nesse sentido, várias
etapas, como a implantação da cultura, até o transporte,
secagem e armazenamento dos grãos têm de estar
diretamente relacionadas.
Ponto de Colheita - Grão
◦ O milho está pronto para ser colhido a partir da maturação
fisiológica do grão, o que acontece no momento em que
50% das sementes na espiga apresentam uma pequena
mancha preta no ponto de inserção das mesmas com o
sabugo.
Ponto de Colheita - Silagem
◦ É sugerido para silagem de
planta inteira, que lavouras de
boas condições sejam colhidas
com o grão em,
aproximadamente, 2/3 da linha
do leite, uma vez que nesta fase a
planta estará muito próxima de
ter atingido 30% de matéria seca
e já capturado bons conteúdos de
amido.
Colheita Manual - Grão
Colheita Mecanizada - Grão
Colheita Mecanizada - Silagem
SECAGEM
E
ARMAZENAMENTO
- GRÃO

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