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123456789 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

Estágio Supervisionado em Saúde Coletiva

Rafaela Cristina dos Santos

Florianópolis/SC
2023
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

Estágio Supervisionado em Saúde Coletiva

Rafaela Cristina dos Santos

Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado


ao Curso de Graduação em Nutrição da
Universidade Estácio de Sá como parte dos
requisitos para aprovação na disciplina de
Estágio Supervisionado em Nutrição Clínica,
com Orientação da Profª Ana Taborda*

Florianópolis/SC
2023
RESUMO

O atendimento coletivo nutricional visa garantir a saúde e o bem-estar do paciente, salientando


as boas práticas da terapia nutricional. Observou-se a importância de agregar a teoria à prática
profissional, permitindo o desenvolvimento da empatia e do cuidado humanizado prestado aos
pacientes, assim como os desafios desta área de atuação do nutricionista. A vivência dos grupos
possibilitou a promoção de práticas, com orientações e dinâmicas que visem a ampliação da
qualidade de vida. A execução das atividades se deu por meio de palestras, roda de conversas,
atividades terapêuticas e anamnese nutricional, acompanhamento da aceitabilidade de dieta pelos
pacientes, estudo, apresentação e avaliação de casos clínicos pela equipe de nutrição, discussão
diária com as nutricionistas, a fim de acompanhar a evolução clínica do paciente. Foi possível
promover educação alimentar. As atividades realizadas durante o período de estágio curricular
possibilitaram a aplicação de conhecimentos teóricos adquiridos durante as aulas, possibilitando
também melhor compreensão da atuação do nutricionista dentro do consultório. Por fim, o
estágio contribuiu grandemente com a preparação para a futura carreira e entrada no mercado de
trabalho, refletindo no aprendizado e futuro exercício da profissão, possibilitando rica
experiência profissional. Desta forma, ao realizar as atividades propostas ficou claro importância
da relação com os pacientes para que os mesmos tenham excelentes resultados ao seguir a dieta
elaborada pelo profissional nutricionista.

Palavras-chave: Atividade em grupo. Estágiosupervisionado. Nutrição coletiva.


ABSTRACT

Collective nutritional care aims to ensure the health and well-being of the patient, emphasizing
the good practices of nutritional therapy. The importance of adding theory to professional
practice was observed, allowing the development of empathy and humanized care provided to
patients, as well as the challenges of this area of nutritionist activity. The experience of the
groups made it possible to promote practices, with guidelines and dynamics aimed at expanding
the quality of life. The execution of the activities took place through lectures, conversation
circles, therapeutic activities and nutritional anamnesis, monitoring of the acceptability of the
diet by the patients, study, presentation and evaluation of clinical cases by the nutrition team,
daily discussion with the nutritionists, in order to monitoring the clinical evolution of the patient.
It was possible to promote food education. The activities carried out during the curricular
internship period allowed the application of theoretical knowledge acquired during the classes,
also allowing a better understanding of the nutritionist's role within the office. Finally, the
internship contributed greatly to the preparation for the future career and entry into the job
market, reflecting on learning and future practice of the profession, allowing for a rich
professional experience. In this way, when carrying out the proposed activities, it was clear the
importance of the relationship with the patients so that they have excellent results when
following the diet prepared by the professional nutritionist.

Keywords: Internship, Collective nutrition, Group activity.


SUMÁRIO:

1.INTRODUÇÃO______________________________________________________ 6
1.1 Metodologia __________________________________________________7
2. DISCUSSÃO E RESULTADOS_________________________________________7
2.1. Anamnese do Paciente__________________________________________ 7
2.2 Histórico de saúde/familiar_______________________________________ 7
2.3 Tratamento medicamentoso_______________________________________7
2.4 Exames Laboratoriais ___________________________________________7
2.5 Avaliação Alimentar ____________________________________________7
2.6 Recordatório 24 horas___________________________________________7
2.7Antropometria _________________________________________________8
2.8 Tratamento dietoterápico_________________________________________8
2.8.1 Calculo Vet____________________________________________8
2.8.2 Distribuição dos Macronutrientes___________________________8
2.8.3 Cardápio Quantitativo____________________________________9
3. CONCLUSÃO_______________________________________________________11
4. REFERÊNCIAS______________________________________________________12
1 INTRODUÇÃO

O Brasil é o único país com mais de 200 milhões de habitantes que assumiu o desafio de ter um
sistema universal, público e gratuito de saúde. (RIBEIRO, 2020). Sendo que mais da metade da
população está com excesso de peso. Para a mesma, as DCNT representam 74% do total de
mortes do País. A atuação do Nutricionista no SUS na área de Nutrição coletiva é promover
cuidados reativos a alimentação e nutrição voltados a promoção e proteção da saúde, prevenção,
diagnostico, e tratamento de agravos, que devem estar associados às demais ações de atenção a
saúde. (BATISTA, 2013).
Com um significado que vai além da função nutritiva, a alimentação está relacionada aos hábitos
alimentares, na qual pode ser influenciada por fatores socioeconômicos, psicológicos e culturais.
Nesse sentido, o estilo de vida além de comandar a alimentação, também determina os talheres e
utensílios que serão utilizados nesse processo (KAUFMAN, 2013).
A obesidade pode ser definida como uma doença crônica, associada a diversas complicações e
que é caracterizada pelo acúmulo de gorduras de tal forma que a saúde é comprometida.
(FRANCISCHI et al., 2000; GOSOY-MATOS et al., 2009).
Geralmente, a obesidade é resultado da ingestão excessiva de calorias comparada à quantidade
necessário para o funcionamento do organismo. Entretanto, Segundo Godoy – Matos et al.
(2009) deve-se levar em consideração que a obesidade possui carácter multifatorial, sendo
resultado de fatores socioeconômicos, psicológicos, genéticos, ambientais, culturais, nutricionais,
metabólicos, hormonais, etc.
O tratamento da obesidade deve ter base na mudança do estilo de vida, prática de exercícios
físicos, e dietoterapia. A dietoterapia deve ser individualizada, considerando o estado nutricional
e fatores de risco, utilizando metas realistas e planos personalizados (TRATADO DA
OBESIDADE (2015).
Os consultórios de nutrição, em geral, atendem à demanda de pacientes que necessitam de uma
intervenção nutricional. A prática da educação nutricional tem mostrado que apenas orientar
acerca de uma alimentação balanceada e equilibrada não garante a mudança de hábitos
alimentares e o alcance de resultados mais duradouros.(Bittencourt, 2010).
Nesse contexto, o atendimento nutricional diferenciado surge como uma necessidade de
adaptação do nutricionista aos padrões de exigência da sociedade atual, para garantir maior
eficácia em sua prática profissional.
Segundo Bittencourt, este novo perfil de profissional deve oferecer um plano alimentar
completo, envolvendo todas as etapas do processo alimentar, desde a aquisição do alimento até
seu consumo e que contemplam um programa de mudanças gradativas na rotina da família, no
sentido da adoção de uma alimentação saudável.
Este trabalho tem o objetivo avaliar as etapas do estágio em Nutrição Clínica. Assim como
apresentar princípios e estratégias de atuação do nutricionista. Identificar as principais demandas
dentro do consultório de atendimento nutricional, Recomendar a realização da terapia nutricional
ocorra seguindo protocolos institucionais de recomendação, Adquirir conhecimento prático na
área profissional.

1.2Metodologia
Realizado um estudo de revisão bibliográfica, junto com descrição do caso clínico realizado
atendimento durante o período de estágio. Foram efetuados atendimentos individuais e em dupla
para o paciente avaliado sempre tendo orientação com o nutricionista preceptor, feito discussão
de caso com equipe multidisciplinar e acompanhamento por um período de 30 dias da evolução
deste paciente.

2 DISCUSSÃO E RESULTADOS

Para termos uma boa qualidade de vida é necessária uma alimentação equilibrada, tanto na
quantidade como na qualidade, alimentos variados, ricos em nutrientes e que proporcionem o
bem-estar e saúde do corpo humano.
O estagio clínico que vivenciamos nos proporcionou desenvolver os conhecimentos teóricos
aprendidos em sala de aula, mostrando a importância em aliar a pratica aos conteúdos, pois o
estágio clínico é essencial para o acadêmico, porque aproxima a realidade na qual iremos
vivenciar em nosso futuro como então profissionais de nutrição.

2.1 Anamnese do paciente

Paciente: RCS, Feminina, 39 anos. Reside no Município de Florianópolis. 1 gestação em 2004,


queixa principal reganho de peso, realiza atividade física 3 vezes na semana, a mesma diz não ter
alergia alimentar, ingere bebida alcoólica aos finais de semana, não fuma.

2.2 Histórico de saúde/familiar Realizou cirurgia bariátrica (Bypass) em 2014, vegetariana.


Nega demais comorbidades. Maior perda de peso no ano de 2018 com 64kg. Relata reganho pós
pandemia. Mãe obesa, com histórico de câncer de ovário. Filha adolescente com sobrepeso.

2.3 Tratamento medicamentoso

Baristar – 02 comprimidos ao dia de uso contínuo;


Carbonato de Calcio 1,250 mg – 01 comprimido ao dia longe das refeições de uso contínuo;
Colecalciferol 4000UI – 01 comprimido ao dia de uso contínuo;
Citoneurim 5000 mg aplicar 01 dose a cada 30dias, de uso contínuo uso IM.

2.4 Exames laboratoriais Glicose: 90,3/Colesterol Total: 160/ Triglicerídeos: 109/ Creatinina
0,70/Cálcio: 9,98/Fosforo: 4,60/Magnésio:1,9/Ferro Sérico: 118,4/ Ferritina:37/Cálcio Urinário:
210mg/24h/Sódio: 141/Vitamina B12: 616/Vitamina D: 29,3/Hemoglobina Glicada 4,6

2.5 Avaliação Alimentar Paciente não ingere carne de Gado, Porco e aves, desde criança, aceita
frutos do mar, ovos, leite, iogurte, preferência por consumo de legumes, verduras, frutas. Faz uso
de cafeína em capsula para maior rendimento no dia.

2.6 Recordatório 24h

Horário Alimentos Quantidade


Café da Manhã 06:30h
café sem adição de açúcar 1 xícara
Pão Integral 2 fatias
Queijo Mussarela 1 fatia
Lanche 09:30h Iogurte 200ml
Aveia 2 colheres de sopa
Almoço 12:00h Arroz 3 colheres de sopa
Feijão 1 concha
Ovo frito 1
Salada diversas ½ prato
Café da tarde 14:30h Café amargo 1 xícara
Biscoito salgado 5
Café da tarde 16:00h Café amargo 1 xícara
Pão 2 fatias
queijo 1fatia
Jantar 20:30h Arroz 3 colheres de sopa
Feijão 1 concha
Ovo mexido 2
Salada crua ½ prato

Não consome liquido durante a refeição;


Tem desejo por doce após as refeições e antes de dormir;
Consumo diário de água ao todo em médica de 1,5 ml;
Atividade física: Ginastica em grupo 3 vezes na semana e caminhada ao ar livre em grupo 1 vez
na semana.

2.7 Antropometria

Peso:75kg / Altura:1,62m / IMC: 29,34 Sobrepeso / Circunferência da Cintura: 78cm


De acordo com a avaliação antropométrica, baseado na literatura, paciente está com sobrepeso,
com circunferência da cintura dentro da referência
 Paciente relata dificuldade de mastigar (tédio, falta de atenção);
 Constipação fazendo uso de laxantes naturais (água de ameixa e azeite de oliva em jejum)

2.8 Tratamento dietoterápico

2.8.1 Calculo do VET:

VET Segundo a OMS, 1985 a partir do Peso Corporal (kg) e Altura (m)
VET = TMB x FA :
TMB = 13,3 x 54,78 + 334 x 1,58 + 35 = 1291,29 x 1.4 = 1807,81
VET = 1807,81 – 350 = 1457,81 kcal / dia.

2.8.2 Distribuição dos Macronutrientes


Carboidratos (45% a 65%)
1471,76-----------------100%
x------------------------55%
x =809,46/4= 202,36g/dia

Proteínas (10% a 35%)


1471,76-----------------100%
x---------------------20%
x =294,35/4= 73,58g/dia

Lipídios (20% a 35%)


1471,76-----------------100%
x----------------------25%
x =367,94/9= 40,88g/dia

2.8.3 Cardápio Quantitativo

Café da Manhã Quantidade Porção


e substituições
Ovos Mexidos 1 unidade 1
Ovo Cozido 1 unidade
Iogurte Desnatado 1 copo de 200ml
Queijo Branco 1 fatia grande
Ricota 2 fatias
Mamão Papaia ou ½ unidade 1
Abacate 1 ½ colher de sopa
Banana 1unidade
Manga 1unidade pequena
Morango 10 inidades
Pão de forma integral 2 Fatias 1
Tapioca 2 colheres de sopa
Aveia 2 colheres de sopa
Lanche da Manhã
Maçã 1 unidade 1
Banana 1 unidade
Mamão 1/2 unidade
Morangos 5 unidade

Almoço
Salada: ½ prato 1
- Verduras
(Alface/agrião…)
-Beterraba Crua
-Azeite de Oliva
Arroz 3 colheres de sopa 1
Macarrão 1 Pegador
Feijão 1 Concha 1
Grão de Bico 1 Concha
Ervilha 1 Concha
Lentilha 1 Concha
Carne Moída 3 colheres de sopa 1
Peito de frango grelhado 1 filé médio
Filé de peixe grelhados 1 filé médio
Partes do frango assado 3 partes
sem pele
File de carne grelhada 1 filé médio
Legumes cozido Variados à vontade 1
Lanche da Tarde
Iogurte desnatado 1 copo 200ml 1
Mamão Papaia ou ½ unidade 1
Abacate 1 ½ colher de sopa
Banana 1unidade
Manga 1unidade pequena
Morango 10 inidades
Aveia 3colheres de sopa 1
Linhaça 1 colher de sopa
Jantar
Feijão 1 Concha 1
Grão de Bico 1 Concha
Ervilha 1 Concha
Lentilha 1 Concha
Carne Moída 3 colheres de sopa 1
Peito de frango grelhado 1 filé médio
Filé de peixe grelhados 1 filé médio
Partes do frango assado 3 partes
sem pele
File de carne grelhada 1 filé médio
Legumes variados À vontade 1
Salada: À vontade 1
- Verduras
(Alface/agrião…)
-Beterraba Crua
-Azeite de Oliva

Observações:

 Deve escolher um item de cada quadro, mantendo o prato sempre variado e colorido.
 Mantenha uma alimentação saudável, evitando embutidos, enlatados e frituras e
preferindo alimentos grelhados ou assados
 Não ingerir líquidos durante as refeições, (pelo menos 30 minutos antes ou após);
 Se alimentar a cada 3 horas, procurando sempre ter horários regulares;
 Praticar atividade física pelo menos 5 vezes por semana durante 40 minutos;
 Aumentar a in gestão de fibras (frutas com bagaço, vegetais crus e cozidos e cereais
integrais)
 Aumentar o consumo de água para no mínimo 2,7 litros/dia

Realizado plano alimentar conforme os cálculos energéticos, na divisão dos macros nutrientes
ficou estabelecido que a paciente, como objetivo do tratamento dietético na primeira consulta
ficou estabelecido que a mesma realizará mudanças nos hábitos alimentares e no estilo de vida.
Ao elaborar o planejamento alimentar correspondente às necessidades nutricionais estabelecidas
ficou acordado que a paciente terá um retorno de 15 em 15 dias para ajuste do plano alimentar.
Nos retornos observou-se melhora nas escolhas, paciente motivado com ideias de receitas e
dúvidas de substituições.
Para um planejamento alimentar adequado, diversos fatores foram considerados, dentre eles a
adequação energética da dieta, a distribuição dos macronutrientes e o fornecimento de
quantidades adequadas de vitaminas e minerais.

3 CONCLUSÃO

Para aplicação da prática nutricional é essencial e inerente ao exercício profissional, unir o


conhecimento teórico a prática, pois além de abordamos no dia-dia o que aprendemos durante
quase quatro anos, ainda nos proporciona o contato direto com pacientes, tanto sadios como
enfermos. Com isso o estágio em Nutrição Clínica proporciona um complemento de extrema
importância a bases teóricas estudadas de forma online. Concluindo assim então, que a
convivência na Clínica, junto com os profissionais e os pacientes foi de extrema importância
para percebermos as atividades que se enquadram nas funções de um Nutricionista Clínico e nos
prepare para sua formação profissional. Muitas foram às informações e experiências adquiridas
que serviram para crescermos profissionalmente e percebermos a importância do profissional de
Nutrição na área clínica.
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Bingo das frutas
Toalha de mesa, potinhos de plástico ou capa para botijão? Vamos deixar para o bingo de
domingo, na igreja. Aqui, o vencedor ganha uma cesta colorida cheia de frutas ou, então, uma
cesta da fruta de sua preferência.
Além de ser uma brincadeira divertida, o bingo da fruta estimula o consumo de alimentos
saudáveis, cria um momento de socialização e treina a coordenação e memória dos idosos. O
ideal é que a brincadeira continue até que todos saiam com sua cestinha de frutas.

2.Jogo de cardápio equilibrado


Buraco, tranca ou até mesmo truco. As cartas fazem parte da diversão de muitas pessoas, de
várias idades, sem falar que os jogos são ótimos instrumentos de fixação da aprendizagem. Nesse
jogo, porém, ganha quem formar primeiro um cardápio equilibrado com as cartas. Como? Nós
vamos explicar abaixo.
Comece montando o baralho. Substitua as estampas convencionais dos jogos de baralho por
alimentos e preparações, seus respectivos grupos e porções, de acordo com o Guia Alimentar
Brasileira para Idosos. Você também pode colocar tarjas coloridas nas bordas das cartas, de
maneira a identificar a qual grupo o alimento pertence. Por fim, no canto superior, coloque uma
sinaleira, do tipo farol de trânsito, na qual a cor vermelha indica cautela no consumo, a amarela
moderação e a verde consumo sem restrição.
Embaralhe as cartas e distribua dez para cada participante na mesa. Começa quem tirar o número
maior em um dado. Esse jogador pega um carta do montinho e descarta aquela que não lhe
auxilia na elaboração de um cardápio saudável. Os próximos jogadores fazem o mesmo, até que
um deles forme um cardápio completo e equilibrado de uma das refeições.

3.Relatos orais e escritos


Com o grupo de idosos formado, essa é uma boa prática de “aquecimento”, antes da palestra ou
dinâmica. Distribua textos informativos, que abordam o tema escolhido. Pode ser uma notícia,
uma entrevista, uma carta ou o relato de alguém, apresentando situações bem semelhantes à
realidade dos participantes da oficina.
Após a leitura, dê espaço para que cada um compartilhe suas impressões. Lembre-se de respeitar
o silêncio, as lágrimas e todas as emoções que o texto despertar. Ao fim do encontro, peça que
cada participante escreva seu próprio relato, contendo lembranças e reflexões acerca da oficina,
assim como partes de sua história.

4.Monte seu prato


Essa brincadeira é semelhante a das cartas, mas um pouco mais simples. A ideia é distribuir
pratos de acrílico para cada participante e dispor na mesa imagens de alimentos recortados de
revistas, cola e pincel. Cada participante, então, deve montar seu prato.
Ao fim da brincadeira, as nutricionistas passam dando orientações sobre as
escolhas, apresentando substituições e as melhores adequações. Depois de reestruturados, os
pratinhos podem ser levados como uma lembrança afetiva, para que a pessoa olhe para aquilo e
lembre de tudo o que aprendeu.

Alimentos cruzados
Após o fim da oficina, um brinde legal são os caça alimentos, onde a nutrição toma conta das
revistinhas com passatempos. Você pode criar caça palavras com os nomes de alimentos
saudáveis, montar jogo dos sete erros e até mesmo palavras cruzadas com as ideias apresentadas
no evento.
Com certeza, em algum momento de tédio ou lazer, o idoso pegará a revistinha e repassará todos
os conceitos apresentados pelo time da nutrição, fixando o conteúdo e aprimorando o processo
de aprendizagem. Ele leva o conteúdo com ele, na bolsa, literalmente.
Ah, mas eu não trabalho com idosos. Não tem problema. Você pode divulgar essas ideias ou, por
que não, promover eventos em seu estabelecimento para esse público? Quem trabalha com
alimentação, tem de preocupar com promoção da saúde e não há como falar disso sem esbarrar
na educação nutricional para todas as idades.
Se você gostou desse conteúdo, também vai adorar nosso curso sobre alimentação para idosos.
Por lá, você vai se aprofundar sobre quais são as necessidades desse público para atendê-lo com
mais firmeza e efetividade. Conheça!

Educação alimentar e nutricional com idosos: Dinâmicas de grupos desenvolvidas no Estágio

O envelhecimento populacional, antes considerado um processo característico apenas dos países


desenvolvidos, hoje é realidade em todo o mundo, devido à transição demográfica que os países
em desenvolvimento vêm presenciando.
o último Censo realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
revelou crescimento aproximado de 39,98% da população com idade superior a 60 anos entre os
anos de 2000 e 2010, um acréscimo superior a 5,5 milhões de pessoas acima de 60 anos (IBGE,
2010).
A alteração do perfil populacional brasileiro pode ser explicada pela redução dos coeficientes de
fecundidade e de mortalidade, em consonância com a introdução de métodos de controle de
natalidade, melhoria das condições de vida, em especial de moradia e alimentação, assim como o
avanço científico-tecnológico que permitiu o diagnóstico e tratamento precoce de inúmeras
enfermidades. De forma distinta ao ocorrido nos países desenvolvidos, o envelhecimento
populacional nos países em desenvolvimento, a exemplo do Brasil, está surpreendentemente
acelerado (MARUCCI et al., 2013), colocando o país em uma situação de alerta, quanto ao
adequado planejamento de intervenções e capacitação de profissionais da área da saúde, aptos a
atuarem e atenderem com qualidade as crescentes demandas de serviços à pessoa idosa.
Conforme a Organização das Nações Unidas – ONU (1982) e o Estatuto do Idoso (BRASIL,
2003), considera-se idosa nos países em desenvolvimento, a pessoa com 60 ou mais anos, de
forma diferente, nos países desenvolvidos considera-se idosa a pessoa com 65 ou mais anos de
idade. O envelhecimento é um processo natural, dinâmico, progressivo e irreversível no qual
ocorrem alterações morfológicas, bioquímicas, fisiológicas, comportamentais e psicossociais.
Em virtude dessas alterações, há progressiva perda da capacidade de adaptação aos diferentes
estímulos do ambiente e prejuízo na forma de se alimentar. Essas condições tornam o indivíduo
mais vulnerável e aumenta a incidência de má nutrição e instalação de doenças crônicas
nãotransmissíveis, dentre elas, o diabetes, doenças coronarianas e o câncer (CARDOSO et al.,
2013).
Outra forma de se abordar a educação em saúde, consiste na realização de Grupos de
Convivência. O grupo é um espaço em que se desenvolve a escuta das necessidades dos usuários,
dos seus problemas e vivências e onde os profissionais e os usuários buscam, em conjunto,
soluções para os problemas identificados (BRASIL, 2014). No convívio com semelhantes nos
grupos, é possível ensinar e aprender por meio da troca de experiências, proporcionar a reflexão
da realidade e assim, a mudança de comportamento desejada é facilitada (AFONSO, 2006;
SOUZA, 2011). Essa aprendizagem por meio da troca de experiências com os semelhantes, ou
seja, outros usuários que vivem em contextos semelhantes, se dá nos diálogos proporcionados na
educação em grupo em que um usuário fala das barreiras no cotidiano para realizar o
autocuidado (ALMEIDA; SOARES, 2010; MELO CAMPOS, 2014; SANTOS et al., 2007).
Essas barreiras 17 podem ser financeiras, pouco apoio familiar ou do serviço de saúde, falta de
recursos financeiros ou de tempo e os sentimentos que permeiam essas experiências. E então, um
usuário se vê na barreira do outro e na superação dessas, e é onde acontece o empoderamento.
Um grupo fundamentado na abordagem do empoderamento com delimitação dos participantes,
cronograma previamente definido, porém, com flexibilidade para atender as necessidades dos
usuários, oferece inúmeras vantagens. Nesse formato de grupo há maior confiança entre os
usuários e desses com os profissionais, o que intensifica a troca de experiências, e outra
vantagem é que não há repetição de informações (BRASIL, 2014; FUNNELL; TANG;
ANDERSON, 2007). Mesmo sendo a prática educativa no formato em grupo, o plano de
cuidados de cada usuário deve ser individual, pois cada um tem sua própria meta. Para além de
troca de informações e construção de conhecimentos no espaço da educação em grupo, os
usuários encontram um espaço aberto e propício para trabalhar os aspectos psicossociais
relacionados ao cuidado com o diabetes e seu convívio, por exemplo. Relata-se que há alívio da
sensação de solidão, de isolamento social, podendo levar a melhorias no relacionamento familiar
e com os profissionais (MELO; CAMPOS, 2014). Esse é o modelo de educação em grupo com
base no empoderamento em que se acredita que há maior chance de sucesso e que se propõe
neste estudo. O grupo tem se mostrado uma prática adequada para atender a complexidade do
envelhecimento e do viver com as condições das DCNT, quando essas estão presentes. Estudos
têm relatado resultados promissores da educação em grupo, como o fortalecimento das práticas
de autocuidado, além de um espaço para manifestação dos aspectos psicossociais relacionados à
condição, que são muitas vezes negligenciados nas práticas educativas (BAQUEDANO et al.,
2010; OLIVEIRA et al., 2011; PEREIRA et al., 2021; VINCHA; BOGUS;
CERVATOMANCUSO, 2020). Schlaff et al. (2018) avaliaram os efeitos da intervenção
nutricional realizada em atividades de grupo, ao longo de 12 semanas com pessoas idosas sob
seus hábitos alimentares. Os autores encontraram uma interação positiva e significante entre o
consumo de frutas, hortaliças e fibras e o tempo da intervenção. As 12 semanas contribuíram
significativamente com a melhora dos hábitos alimentares dos idosos, mas não interfeririam na
prática de atividade física.
https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/701736/2/LIVRO%20EAN%20para%20idosos
%2C%20din%C3%A2micas%20em%20grupo.pdf
https://www.nutrimixassessoria.com.br/ideias-de-educacao-nutricional-para-idosos/ Acessado:
04/06/2023 as 15:00h

consideraç~~oes finais As medidas que foram aqui apresentadas podem contribuir para que as
refeições se tornem mais prazerosas para o dia-a-dia da pessoa idosa, favorecendo a autonomia, o
entrosamento social, a segurança alimentar e nutricional e o envelhecer de forma mais saudável.
A orientação nutricional deve ser um dos componentes da atenção à saúde da pessoa idosa, uma
vez que a alimentação saudável contribui para a promoção da saúde e para a prevenção de
doenças. Os benefícios dessa orientação também se estendem àquelas pessoas idosas que, em
função de algum comprometimento do estado de saúde, requerem cuidados alimentares específi
cos. Na atenção à pessoa idosa, a consulta ao nutricionista favorece o planejamento e a adoção de
uma alimentação saudável, contribuindo para a segurança alimentar e nutricional e para a
qualidade de vida dessas pessoas. Esperamos que essas informações possam ser úteis para os
profi ssionais de saúde que atendem esse grupo etário, que possam contribuir para a melhoria de
qualidade de alimentação das pessoas idosas, sabendo aplicar as soluções mais adequadas às suas
necessidades uma vez que a alimentação e a nutrição são elementos importantes e indissociáveis
dos demais cuidados.

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/alimentacao_saudavel_idosa_profissionais_saude.pdf

Resumo
Entre os maiores problemas de saúde pública no país atualmente, a maioria está relacionada com o
estado nutricional. O envelhecimento populacional é uma realidade e traz grandes desafios,
especialmente para o setor de saúde. Visto o papel da nutrição na modulação do processo do
envelhecimento, na etiologia de doenças e declínios funcionais associados com a idade, a
avaliação e o monitoramento nutricional de idosos são necessários para uma assistência adequada
e para o planejamento de ações de promoção da saúde. Nesse contexto, o objetivo do presente
estudo foi refletir sobre métodos e indicadores propostos para avaliação e acompanhamento
nutricional de idosos. Apresenta-se uma síntese do que vem sendo proposto por meio das
recomendações do Ministério da Saúde, que orientam a atenção e a vigilância nutricional do idoso
no Sistema Único de Saúde (SUS). Os procedimentos relativos ao diagnóstico e acompanhamento
do estado nutricional de idosos preconizados, embora sinalizem a importância de se levantar
marcadores de consumo alimentar, acabam por dar ênfase ao uso de medidas antropométricas,
especialmente o índice de massa corporal. A incorporação de outros indicadores para o
monitoramento dos idosos demonstra avanço no reconhecimento de eixos fundamentais que
precisam ser incorporados na prática profissional e na rotina da atenção básica. Entretanto, o uso
desses marcadores exige que o profissional o faça de forma crítica e integrada em equipe,
compreendendo que nenhum indicador isolado satisfará as necessidades de todas as dimensões
envolvidas na avaliação nutricional, especialmente tratando-se de idosos.

Idoso; Avaliação Nutricional; Atenção Básica à Saúde


Abstract

The majority of the public health problems in Brazil are related to nutritional status. Population aging
is a reality and presents great challenges, especially for the health sector. Since nutrition plays a role
in modulating the aging process, in the etiology of diseases and in the functional declines associated
with aging, evaluation and nutritional monitoring of the elderly are necessary for proper care and
planning of health promotion strategies. In this context, the present study aimed to reflect on the
monitoring methods and proposed indicators of nutritional assessment of the elderly. It presents a
summary of Ministry of Health recommendations which guide the care and nutritional assessment
provided to the elderly by the National Health Service (SUS). The recommended procedures for the
diagnosis and monitoring of the nutritional status of the elderly, though suggesting an increasing
importance of monitoring food consumption indicators, end up emphasizing the use of
anthropometric measures, especially the body mass index. The incorporation of other indicators in
monitoring the elderly demonstrates progress in the recognition of the fundamental issues that need
to be incorporated into professional practice and routine primary care. However, these indicators
must be used by the professional as part of a critical, team-based approach, it being understood that
no single indicator will meet the needs of all the elements of nutritional assessment, especially when
it comes to the elderly.

Elderly; Nutritional Assessment; Primary Health Care

INTRODUÇÃO

Entre os problemas de saúde pública no país atualmente, a maioria está relacionada com o estado
nutricional. Há uma crescente demanda de saúde atrelada à dupla carga de doenças - doenças não
transmissíveis como obesidade, diabetes e doenças coronarianas; e fome/desnutrição e
anemia.1 Esse cenário díspar e complexo está relacionado com outra particularidade: o
envelhecimento populacional.2

O envelhecimento populacional é uma realidade nos países em desenvolvimento, o que traz


grandes desafios para a sociedade e especialmente para o setor saúde.2 No Brasil, esse processo
é acelerado e se dá de maneira desigual entre as diferentes regiões do país. 3 Dessa forma, torna-
se premente o desenvolvimento de ações intersetoriais articuladas de assistência e estímulo à
inserção social de idosos para a promoção de envelhecimento ativo.4

A atenção integral à saúde do idoso constitui uma das prioridades no Sistema Único de Saúde
(SUS), bem como a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa.4 Nesse contexto, avaliação e
monitoramento das condições de alimentação e nutrição dos idosos são fundamentais. A avaliação
nutricional nesse grupo etário deve ser realizada de forma reflexiva, crítica e mais humanizada. Isso
porque deve ser levada em consideração uma rede complexa de fatores determinantes diretos e
indiretos inerentes ao processo de envelhecimento, tais como: isolamento social, doenças,
incapacidades, alterações fisiológicas e biológicas.5 Além dessas especificidades, os métodos de
avaliação nutricional e o contexto de vida da atualidade exigem a incorporação de uma perspectiva
ampliada.

Visto que a nutrição tem papel importante na modulação do processo do envelhecimento, na


etiologia de doenças associadas com a idade, bem como no declínio funcional e surgimento de
deficiências,5 a avaliação e o monitoramento nutricional de idosos são necessários para uma
assistência adequada e para o planejamento de ações de promoção da saúde.

A avaliação nutricional é a interpretação de informações obtidas de dados socioeconômicos,


dietéticos, bioquímicos, antropométricos e clínicos. Essas subsidiam o diagnóstico coletivo, a
identificação de indivíduos em risco, a vigilância nutricional, o estabelecimento e avaliação de
políticas e programas.6

No Brasil, ainda nos deparamos com importantes desafios para garantir o monitoramento da
situação nutricional dos idosos. Questões relacionadas ao perfil epidemiológico, ao processo de
envelhecimento, às alterações nos modos de vida e às preocupações da vida moderna, incluindo a
demanda por um corpo jovem e belo, os valores simbólicos associados à comida, exemplificam a
complexidade do tema. O ajuste de indicadores do estado nutricional adequados às diversas
modalidades de cuidado também são aspectos que merecem atenção, especialmente porque o
enfoque central é promover a identificação de risco e a intervenção precoce, a fim de reduzir o
impacto da perda de funcionalidade.

Nesse contexto, o objetivo do presente estudo foi refletir sobre métodos e indicadores propostos
para avaliação e acompanhamento nutricional de idosos na atualidade. Trata-se de uma síntese do
que vem sendo proposto, abordando-se alguns destes, seus alcances e limitações. Foram utilizadas
as atuais recomendações do Ministério da Saúde que orientam a atenção e a vigilância nutricional
do idoso no SUS,7 - 10 assim como referências científicas da área.

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE IDOSOS NO SUS

O Ministério da Saúde lançou, em 2006, a Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa como instrumento
de acompanhamento do idoso na atenção básica de saúde.8 A função primordial da Caderneta é
permitir um monitoramento periódico de algumas condições do indivíduo idoso e de outros aspectos
que possam interferir em sua saúde e bem-estar. Com relação às informações nutricionais, essa
versão contém apenas o registro de peso, pressão arterial e glicemia.

Em paralelo, a publicação do Caderno de Atenção Básica no.19 - Envelhecimento e Saúde da


Pessoa Idosa reforçou a importância do uso da Caderneta, trazendo orientações para os
profissionais sobre a avaliação e a atenção integral à saúde do idoso.9 Nesse são recomendados o
registro semestral das medidas antropométricas na Caderneta e/ou prontuário e o uso do Índice de
Massa Corporal (IMC) como indicador para o diagnóstico nutricional com pontos de corte
diferenciados.

Destaca-se que a Antropometria Nutricional tem sido amplamente utilizada na prática clínica e
epidemiológica. É o método mais utilizado para avaliação do estado nutricional por ser prático, de
baixo custo, com uso de equipamentos portáteis e por detectar alterações nutricionais
precocemente.6 Dessa forma, a antropometria tem sido priorizada nas ações de vigilância
nutricional, cuja história está mais consolidada na rede de saúde no monitoramento do crescimento
infantil.

Na população adulta, a antropometria tem como principal objetivo avaliar a composição corporal,
porém surgem mais dificuldades na sua aplicação quando se trata de indivíduos idosos. Alterações
físicas e de composição corporal observadas com a idade, tais como: redução da estatura,
problemas posturais ou de mobilidade, presença de edema ou desidratação, redução de massa
muscular e de densidade óssea, aumento e redistribuição da gordura corporal, perda da
elasticidade e compressibilidade da pele, interferem na coleta e análise de medidas
antropométricas.11 , 12

Alterações fazem parte do processo fisiológico do envelhecimento humano, porém, em dado


momento e de acordo com a história do indivíduo, podem estar relacionadas a riscos de agravos
importantes para a saúde do idoso,11 , 12 conforme quadro 1.

Quadro 1
Alterações de composição corporal e agravos relacionados com o envelhecimento. Fonte: A
referências.11-12

tendência de aumento de massa corporal com a idade parece alcançar seu platô aos 65 anos em
homens e 75 anos em mulheres, quando esta começa a diminuir associada à redução de água
corporal e massa muscular, sendo maior em homens.13

Nesse grupo é importante o acompanhamento da velocidade de perda de massa corporal, sendo


essa considerada um indicador de risco nutricional quando relatada como mudança involuntária ou
recente de peso.12 , 14 Na prática clínica, normalmente utiliza-se a classificação de gravidade pela
porcentagem de perda de peso sobre o peso total do indivíduo relacionada ao tempo. 12

Há uma redução da estatura com a idade devido ao aumento da curvatura da coluna em


consequência do achatamento dos discos intervertebrais e devido a alterações, tais como:
osteoporose, cifose dorsal, escoliose, perda do tônus muscular, arqueamento dos membros
inferiores e/ou achatamento do arco plantar.11 Não existe consenso quanto ao valor da redução da
estatura com a idade, que parece ser de 0,5 a 2 cm/ década, após os 60 anos, acentuando-se nas
idades mais avançadas, em ambos os sexos.13

Em situações posturais acentuadas que dificultam a obtenção da estatura ou na impossibilidade de


sua aferição (idoso acamado ou cadeirante), recomenda-se o uso da medida "Knee height" - altura
do joelho - para estimativa da estatura.11 Nos casos em que o indivíduo não pode ser pesado com o
auxílio de uma balança, pode-se também estimar a massa corporal por meio da obtenção de outras
medidas corporais (perímetros, dobras subcutâneas, altura do joelho).11 , 12 , 15

O IMC tem sido apontado como importante preditor de morbimortalidade, 13 apresentando boa
correlação com a massa corporal e gordura corporal nos indivíduos. De acordo com publicação da
Organização Mundial de Saúde (OMS)16 e do documento Protocolos do Sistema de Vigilância
Alimentar e Nutricional - SISVAN do Ministério da Saúde,7 o IMC é o índice preconizado para
classificar o estado nutricional tanto de adultos como idosos. Esse protocolo define para triagem e
acompanhamento de idosos em risco à saúde os seguintes parâmetros antropométricos: IMC ≥30
kg e perda de peso não intencional ≥4,5 kg ou de 5% do peso corporal no último ano.

A recomendação do Protocolo SISVAN é a utilização de pontos de corte específicos de IMC para


idosos:7 <22 kg/m2 - baixo-peso; ≥22 e <27 kg/m2 - eutrofia; ≥27 kg/m2 - sobrepeso. Esses se
diferenciam dos pontos de corte de adultos, considerando as modificações físicas e de composição
corporal que ocorrem com o envelhecimento. No entanto, a definição do critério de classificação
mais adequado é polêmica, visto os diversos pontos indicados na literatura, conforme observado
no quadro 2.

Quadro 2
Classificação nutricional de idosos, segundo o valor do IMC, de acordo com diferentes
referências internacionais (1991 a 2005).

Ainda que o IMC seja um índice de fácil utilização na rotina dos serviços e um bom preditor de
saúde, sua análise apresenta algumas limitações em idosos:20

1. a) Avaliação do real excesso de gordura corporal - esse índice não diferencia massa
gordurosa de massa magra (músculos) ou outros tecidos (exemplo: ósseo). Há mudanças
importantes na composição corporal a partir dos 60 anos que ocorrem em proporção
diferente com o avançar da idade;

2. b) decréscimo de estatura - mudanças no IMC não necessariamente refletiriam uma


mudança na massa corporal, como entre os adultos, mas poderiam refletir essa mudança na
estatura;

3. c) avaliação da distribuição de gordura - a não estimativa do real aumento (ou diminuição)


da gordura corporal, especialmente a gordura central, em indivíduos de idade mais
avançada, pode comprometer a avaliação do risco de muitas doenças.

Portanto, torna-se necessário complementar a avaliação do IMC com o acompanhamento de outras


medidas antropométricas e informações obtidas por outros métodos.

Em 2012, iniciou-se uma revisão e atualização da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa,


objetivando a ampliação, instrumentalização e articulação das equipes da Atenção Básica para o
cuidado da pessoa idosa, à luz da necessidade de aperfeiçoamento dos instrumentos no contexto
atual do SUS.

A proposta de uma nova versão da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa passou por consulta
pública no início de 2014 e está atualmente no prelo para publicação. 10 No que diz respeito à
avaliação nutricional, essa nova versão traz mudanças importantes com a possibilidade de registro
em tabela e/ou gráfico de medidas e índices antropométricos, como: peso; estatura; IMC com a
classificação nutricional para idosos, recomendada no Protocolo SISVAN; perda de peso não
intencional (4,5 kg em um ano, 6 kg em seis meses e 3 kg em um mês) e perímetro da panturrilha
com os pontos de corte de 34 e 31 cm para avaliar redução de massa muscular e risco de
sarcopenia. Caso seja realmente implantada, a nova Caderneta se constituirá em um avanço para o
monitoramento nutricional da população idosa na atenção primária de saúde.

A perda de peso, como já mencionado, é um importante indicador na prática clínica, porém pode
ocultar importantes mudanças que ocorrem no estado nutricional de idosos. Segundo a OMS, 13 o
perímetro da panturrilha é indicado para avaliação de idosos por ser considerado mais sensível às
alterações de massa muscular com a idade, decréscimo da atividade física e da mobilidade.
A Caderneta contempla ainda importantes indicadores que complementam a avaliação do estado
nutricional, como o monitoramento de parâmetros clínicos e bioquímicos, principalmente glicemia e
pressão arterial.10 O Protocolo SISVAN propõe parâmetros bioquímicos de glicemia (≥126 mg/dl);
pressão arterial (pressão arterial sistólica e diastólica ≥120 mmHg e 80 mmHg, respectivamente);
colesterol (Low Density Lipoproteins Oulipoproteínas de baixa densidade - LDL ≥160 mg/dl) ou outra
alteração no lipidograma.7 Todos esses parâmetros devem ser avaliados, mesmo que só haja
campo específico para o registro de glicemia e pressão arterial.

Outros pontos também abordados pela nova Caderneta são fundamentais para entendermos o
contexto socioeconômico, familiar e clínico-funcional do idoso.10 Destacam-se as seguintes
informações por sua relação com a situação alimentar e
nutricional: sociodemográficas (escolaridade, situação conjugal, origem, raça/cor,
religião); sociofamiliares (arranjo domiciliar, convívio social, situação de trabalho e fontes de
renda); condições de saúde; uso de medicamentos (fitoterápicos, suplementos ou vitaminas); Índice
de Vulnerabilidade Clínico-Funcional para Atenção Básica (IVCF-AB), que utiliza marcadores de
idade, autopercepção de saúde, atividades de vida diária, cognição e humor, mobilidade,
comunicação e comorbidades múltiplas; hábitos de vida (tabagismo, álcool, atividade física e de
lazer); e avaliação da equipe de saúde bucal.

Mesmo reconhecendo a importância da Caderneta, vale ressaltar que a avaliação nutricional de


idosos deve ir além, englobando diferentes aspectos de forma integrada e multidisciplinar, em
distintos níveis.

Em relação à questão alimentar, tanto no Caderno de Atenção Básica como no Protocolo SISVAN é
destacada a necessidade dos profissionais atentarem às seguintes questões:7 , 9

 perda da autonomia para comprar os alimentos, inclusive financeira;

 perda da capacidade/autonomia para preparar os alimentos e para alimentar-se;

 perda de apetite e diminuição da sensação de sede e da percepção da temperatura dos


alimentos;

 perda parcial ou total da visão que dificulte a seleção, o preparo e consumo dos alimentos;

 perda ou redução da capacidade olfativa, interferindo no seu apetite;

 algum motivo que a faça restringir determinados tipos de alimentos, como dietas para perda
de peso, diabetes, hipertensão, hipercolesterolemia;

 dificuldade de mastigação por lesão oral, o uso de prótese dentária ou problemas digestivos.

Em nível individual, para avaliação do consumo alimentar, os instrumentos mais utilizados para a
obtenção de dados (grupos de alimentos, tipos de refeições, locais e horários das refeições, tipos
de preparações utilizadas) são o questionário de frequência alimentar, o registo ou diário alimentar
e o recordatório de 24 horas.6 , 21
Diante da impossibilidade do emprego de métodos mais completos para análise da dieta, podem
ser usados métodos mais indiretos para caracterizar padrões de consumo. Entre as possibilidades,
encontram-se inquéritos que buscam identificar características da dieta e/ou do comportamento
alimentar reconhecidos como fatores de risco e/ou de proteção para doenças crônicas e, também,
aspectos associados à maior longevidade com qualidade de vida. Esses itens podem ser
analisados sob a forma de questões isoladas e/ou combinadas e ser definidos como marcadores de
padrões alimentares.22 Como exemplos, têm-se: a associação do consumo de frutas e hortaliças
com desfecho favorável;23 e, por outro lado, o consumo diário ou quase diário de refrigerantes,
consumo habitual de alimentos fontes de gorduras saturadas de origem animal e consumo abusivo
de bebidas alcoólicas, empregadas como marcadores de desfecho desfavorável.22 , 24

O Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas não Transmissíveis
por Inquérito Telefônico, o Vigitel, exemplifica o emprego desses marcadores de padrão
alimentar.25 É um sistema de monitoramento que acompanha essas condições por meio de
entrevistas telefônicas realizadas continuamente em amostras probabilísticas da população adulta
de capitais brasileiras. Alguns desses marcadores foram incorporados em questionário de avaliação
de frequência de consumo de itens alimentares para atenção básica, proposto no Protocolo
SISVAN.7

Entre os idosos, a escolha dos métodos para a avaliação do consumo precisa considerar as
características associadas ao processo de envelhecimento, como dificuldades de cognição,
concentração, memória, visão ou audição. Nesse contexto, a escolaridade, o arranjo domiciliar, o
acesso aos alimentos (segurança alimentar ou autonomia financeira e operacional quanto a
aquisição, transporte e preparo de alimentos) e o prazer associado ao consumo alimentar são
também aspectos que merecem atenção.7 , 26

Vale ressaltar que compreender a prática alimentar vai além desses métodos de avaliação de
consumo. As questões de natureza socioculturais influenciadas pela história de vida, preferências e
aversões construídas, tradição culinária, tabus e crenças; e, na atualidade, pela industrialização
e marketing de alimentos processados, o consumo de alimentos fora de casa, valorização de
alimentos considerados funcionais, trazem novos elementos a essa complexa rede. A análise
dessas informações reforça a percepção de que as questões alimentares e nutricionais
transcendem a necessidade biológica e se constituem em um complexo sistema simbólico de
significados sociais, políticos, religiosos, éticos e estéticos.27

Por outro lado, uma dimensão relevante se relaciona às modificações corporais associadas com o
envelhecimento, que incluem alterações da quantidade e distribuição do tecido adiposo e de massa
muscular. Essas podem ser analisadas de forma quantitativa e qualitativa, por exemplo, por meio de
métodos antropométricos e de percepção da imagem corporal, respectivamente. A busca pelo corpo
perfeito e rejuvenescido está entre as características da sociedade contemporânea e, em
consequência, a negação das transformações corporais associadas ao envelhecimento pode
contribuir para a piora do bem-estar e perda da identidade. Nesse sentido, a análise das questões
simbólicas e da percepção corporal, construção multidimensional que representa como a pessoa
percebe seu próprio corpo, pode ser importante componente da identidade pessoal dos idosos na
atualidade.28
A associação entre estado nutricional e a insatisfação da autoimagem corporal tem revelado que
indivíduos com IMC elevado tendem a ser mais insatisfeitos com sua imagem corporal. 28 Tal fato
merece mais aprofundamento sobre os determinantes e os significados dessa insatisfação na
complexa relação corpo, beleza, saúde e envelhecimento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os procedimentos relativos ao diagnóstico e acompanhamento do estado nutricional de idosos


preconizados pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, embora sinalizem a importância de
se levantar marcadores de consumo alimentar, acabam por dar ênfase ao uso de medidas
antropométricas, especialmente o índice de massa corporal. Entretanto, a nova versão
da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa pode ser considerada um marco no sentido de incorporar
outros indicadores para o monitoramento de um grupo que não era tradicionalmente alvo das ações
de vigilância nutricional, mas que ao mesmo tempo representa hoje uma das principais demandas
de saúde. Isso demonstra avanço no reconhecimento de que esses eixos são fundamentais e
precisam ser incorporados na prática profissional e na rotina da atenção básica.

Para tal, o profissional deve ser habilitado a realizá-los de forma crítica e integrada em equipe,
compreendendo que nenhum indicador isolado satisfará as necessidades de todas as dimensões
envolvidas, especialmente tratando-se de idosos. No cuidado individual, deve-se considerar que
são insuficientes para uma avaliação ampla do idoso, que deve ser olhado de forma singular,
levando em conta a heterogeneidade do processo de envelhecer e de adoecer em nossa sociedade
desigual. Na perspectiva coletiva, são parâmetros importantes para a definição de políticas e
programas de promoção e atenção à saúde.

REFERÊNCIAS

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Datas de Publicação
Publicação nesta coleção
July-Sep 2015

https://www.scielo.br/j/rbgg/a/gs9jQ8cX3QbDvPGZPZPK9Fb/?lang=pt

https://periodicos.uniarp.edu.br/index.php/ries/article/view/1137

Resumo
Introdução: O envelhecimento é determinado por alterações fisiológicas, morfológicas e

bioquímicas que leva o indivíduo ter a diminuição da capacidade de adaptação ao meio

ambiente. É considerado idoso no Brasil o indivíduo que possui 60 anos de idade. A nutrição, a

saúde e o envelhecimento estão relacionados a manutenção do estado nutricional e a alimentação

equilibrada. Objetivo: Este trabalho visa avaliar a frequência do consumo alimentar e o estado

nutricional de um grupo de idosos do Município de Cristal do Sul. Métodos: Estudo

quantitativo, descritivo e de natureza analítica. Para a coleta de dados foi utilizada uma tabela

composta por questões de identificação do paciente, em seguida foi aplicado um questionário de

frequência alimentar. Resultados: Foram avaliados 25 idosos, sendo que 76% eram mulheres e

24% eram homens. Com relação ao estado nutricional 60% apresentaram sobrepeso, 40%

presentaram eutrofia. O aspecto positivo foi a preservação de hábitos saudáveis como o consumo

de arroz e feijão. Como aspectos negativos observou que a alimentação é monótona, poucos

alimentos contribuem para o consumo de vários nutrientes. Apresentam baixo consumo de frutas,

verduras, leite e derivados. Além disso houve um elevado consumo de carboidratos refinados,

óleos e gorduras e petiscos. Conclusão: A alta prevalência de sobrepeso em ambos os sexos

interfere diretamente no estado nutricional dos idosos socialmente ativos, possuem uma

alimentação inadequada devido aos seus costumes alimentares, assim faz-se necessário medidas

educativas que visem orientar e promover uma alimentação saudável. Contudo estes idosos

poderão vivenciar um envelhecimento ativo bem sucedido.


Palavras-chave: Avaliação nutricional. Consumo de alimentos. Idosos.

ABSTRACT: Introduction: Aging is determined by physiological, morphological and

biochemical changes that lead the individual to have a reduced ability to adapt to the

environment. It is considered elderly in Brazil the individual who is 60 years old. Nutrition,

health and aging are related to maintenance of nutritional status and balanced

nutrition. Objective: This study aims to evaluate the frequency of food consumption and the

nutritional status of a group of elderly people from the city of Cristal do

Sul. Methodology: Quantitative, descriptive and analytical study. For data collection, a table

composed of patient identification questions was used, followed by a food frequency

questionnaire. Results: Twenty-five elderly individuals were evaluated, of which 76% were

women and 24% were men. Regarding nutritional status, 60% were overweight, 40% presented

eutrophy. The positive aspect was the preservation of healthy habits such as the consumption of

rice and beans. As negative aspects noted that food is monotonous, few foods contribute to the

consumption of various nutrients. They present low consumption of fruits, vegetables, milk and

derivatives. In addition there was a high consumption of refined carbohydrates, oils and fats and

snacks. Conclusion: The high prevalence of overweight in both sexes directly interferes with the

nutritional status of the socially active elderly, they have an inadequate diet due to their eating

habits, and educational measures are necessary to guide and promote a healthy diet. However

these elderly people may experience a successful active aging.

Keywords: Nutritional assessment. Food consumption. Elderly people.

Biografia do Autor

Daiane Botene de Moura, Universidade Regional Integrada do Alto


Uruguai e das Missões (URI)
Nutricionista. Graduação em Nutrição da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das
Missões (URI), Departamento de Ciências da Saúde, Setor Nutrição, Frederico Westphalen, Rio
Grande do Sul

Fábia Benetti, UFRGS


Nutricionista. Mestre em Envelhecimento Humano. Doutoranda em Ciências em

Gastroenterologia e Hepatologia UFRGS. Docente do Curso de Nutrição da Universidade

Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões-URI Campus de Frederico Westphalen,

Departamento de Ciências da Saúde, Setor Nutrição, Frederico Westphalen, Rio Grande do Sul

Dionara Volkweis, URI


Nutricionista. Mestre em Envelhecimento Humano. Especialização em Saúde Pública pela
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, UNIJUI, Brasil. Docente e
Coordenadora do Curso de Nutrição, da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das
Missões-URI Campus de Frederico Westphalen, Departamento de Ciências da Saúde, Setor
Nutrição, Frederico Westphalen, Rio Grande do Sul

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Nutrição na terceira idade


O envelhecimento é um processo natural e progressivo caracterizado por modificações
morfológicas, psicológicas, funcionais e bioquímicas que influenciam a nutrição e
alimentação dos mesmos. Todo este processo leva ao aumento do risco de défices
nutricionais.

Um estado nutricional inadequado no idoso contribui de forma significativa para o


incremento da incapacidade física, da morbilidade e da mortalidade, condicionando
assim a sua qualidade de vida. A desnutrição no idoso pode ser confundida com sinais de
envelhecimento, por isso, é importante o reconhecimento precoce para que possa ser
corrigida atempadamente.

Os fatores que condicionam o estado nutricional são:

 Fatores ambientais: Habitação inadequada, falta de meios para confecionar


refeições, dificuldade de acesso a géneros alimentícios;

 Fatores neuropsicológicos: Doenças neurológicas, diminuição das capacidades


cognitivas, depressão, alteração do estado emocional.

 Fatores socioeconómicos e culturais: Baixo nível de educação, baixos rendimentos,


acesso limitado a cuidados médicos, falta de conhecimentos
alimentares/nutricionais, institucionalização, crenças, elevados gastos de saúde.

 Fatores fisiológicos: Saúde oral, imobilidades, perda de massa muscular,


diminuição da densidade óssea, função imunitária, ph gástrico.

A diminuição da ingestão alimentar por parte dos idosos pode ocorrer em consequência
de vários fatores, a saber: problemas de mastigação, de deglutição, perda ou diminuição
de capacidades sensoriais (visão, olfato, paladar), patologias físicas, mentais e
psiquiátricas, alterações gastrointestinais, desidratação, tabaco e bebidas alcoólicas e
medicamentos.

A polimedicação, ato frequente nesta fase da vida, pode interferir no estado nutricional
ao nível da absorção e metabolismo de vários nutrientes pela sua interação fármaco-
fármaco, fármaco-alimento, fármaco-estado nutricional.

Avaliação do estado nutricional


O estado nutricional do idoso pode ser avaliado por um profissional de saúde através de
4 níveis, a saber:

 Avaliação clínica e funcional: exames clínicos e físicos, avaliação da autonomia e


independência do idoso e estado cognitivo;

 Avaliação da ingestão alimentar: os alimentos que consome, as quantidades,


refeições diárias;

 Avaliação antropométrica e da composição corporal: medição do peso, altura,


massa gorda, massa muscular, perímetros da cintura, anca, braços, pernas;

 Avaliação bioquímica e imunológica: Análises clínicas.

Necessidades nutricionais no idoso


Na terceira idade, é comum ocorrer uma diminuição das necessidades energéticas, pela
igual diminuição dos mecanismos fisiológicos do organismo. O decréscimo da atividade
física e eventual perda de massa muscular é também razão para uma dieta com menos
calorias. No entanto, as necessidades em vitaminas e minerais podem aumentar,
especialmente vitaminas do complexo B (b6 e b12), vitamina D, E, K e minerais como
cálcio, ferro e zinco.

Recomendações alimentares no idoso


A alimentação do idoso deve ser completa, equilibrada, variada e baseada na Roda dos
Alimentos Portuguesa, consumindo diariamente alimentos dos 7 grupos. Os idosos
devem guiar-se pelas porções intermédias de cada grupo alimentar. É recomendado que
façam entre 5 a 6 refeições diárias: pequeno-almoço, lanche da manhã, almoço, lanche
da tarde, jantar e ceia.

Idealmente o pequeno-almoço e lanches deverão ser compostos por uma fonte de


proteína (leite, iogurte, queijo), uma fonte de hidratos de carbono (pão, aveia, bolachas)
e uma peça de fruta. O almoço e jantar deverão ser compostos por uma sopa de legumes,
prato constituído por uma fonte de hidrato de carbono (arroz, massa, batata, batata-
doce), uma fonte de proteína (carne, peixe, ovo), legumes e leguminosas. Para sobremesa
optar por uma peça de fruta e ocasionalmente por uma sobremesa com pouco açúcar. A
ceia deve ser uma refeição leve como por exemplo um chá e umas bolachas.

A ingestão de água deve ser reforçada, 1.5L/dia, pois os idosos têm elevado risco para a
desidratação pelas possíveis perdas de líquidos e pela baixa perceção de sede.

Outras recomendações que pode seguir:

 Não saltar refeições;

 As refeições devem ser pouco volumosas e facilmente digeríveis;

 Ingerir fruta e hortícolas;

 Adaptar a consistência dos cozinhados quando existirem dificuldades na


mastigação, deglutição e digestibilidade;

 Preparar as refeições com diferentes cores, sabores, formas, texturas e aromas;

 Fazer as refeições com companhia, sempre que possível, e num ambiente calmo e
agradável;

 Utilizar ervas aromáticas, especiarias e sumo de limão para temperar os


cozinhados (evitando o excesso de sal);

 Beber água regularmente;

 Moderar o consumo de açúcar, sal, gorduras e bebidas alcoólicas;

 Preparar mais quantidade das refeições e congelar as porções em recipientes


individuais para outras ocasiões;

 Confecionar bem os alimentos (ovos, carnes, peixe e marisco), para evitar toxi-
infeções alimentares;

 Fazer uma caminhada antes das refeições para estimular o apetite;

 Estar atento às alterações do apetite;

 Incentivar o consumo de pratos tradicionais portugueses adequados do ponto de


vista nutricional que incluam leguminosas e hortícolas;

 Estar atento às modificações involuntárias do apetite ou de peso;

 Ser fisicamente ativo, de acordo com as capacidades individuais.


Adaptações na alimentação do idoso
As refeições dos idosos devem ser adaptadas às suas dificuldades ou não de mastigação,
deglutição e digestibilidade, e para isso é, muitas vezes, necessário a alteração da
consistência dos alimentos.

Os alimentos do grupo dos cereais, como o arroz, massa, aveia, pão, batata devem ser
bem cozinhados e transformados em puré (no caso da batata) ou misturá-los com
líquidos como o leite, chá ou água, em sopas e caldos. A fruta deve ser oferecida mais
madura, cozida ou assada, bem como os legumes devem ser muito bem cozinhados e
oferecidos em sopa ou misturados com outros alimentos. O alimento rico em proteína,
como o caso da carne/peixe/ovo oferecê-los bem cozinhados, cortados em pedaços
pequenos e misturados por exemplo na sopa ou em caldos, pois nesta fase pode haver
uma rejeição por parte dos idosos a estes alimentos. As leguminosas, fonte igualmente
de proteína, trituradas seriam uma melhor opção para melhorar a digestibilidade.
Relativamente ao consumo de lacticínios optar pelos magros e moderar o consumo de
gordura e produtos industrializados.

O envelhecimento não deverá ser visto como um problema, mas como uma parte natural
do ciclo de vida, por isso o cuidado com a nossa saúde será uma mais-valia para viver de
forma autónoma o maior tempo possível.

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Autor: Drª Jéssica Fernandes, Nutricionista (NO 3663N).

Data da última revisão: 20/01/2021

https://www.saudebemestar.pt/pt/blog/nutricao/dieta-no-idoso/

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