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CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA

Guilherme Meneguz Duarte


Ludmila de Moraes Farias

VITÓRIA/ES

Set/2021
Guilherme Meneguz Duarte
Ludmila de Moraes Farias

RELATÓRIO DE ESTÁGIO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA

Relatório de conclusão do estágio obrigatório em


nutrição clínica realizado no Hospital Estadual Dr.
Jayme dos Santos Neves, e na Clínica Escola do
Centro Universitário MULTIVIX, sob a supervisão
das preceptoras Karly Miranda e Andréa Bresciani,
e professora Emily Colombo Dutra. Apresentado ao
curso de graduação em nutrição como requisito
obrigatório de conclusão de curso.

VITÓRIA - ES
2022
SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO

1.1Identificação do estágio, dos acadêmicos, do supervisor de campo e do local........ 03

1.2.Período de realização do estágio....................................................................................04

2 . OBJETIVO DO ESTÁGIO

2.1 Objetivo Geral....................................................................................................................04

2.2 Objetivos Específicos.......................................................................................................04

3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS........................................................................................ 05

A. Clínicas de atuação............................................................................................................07

B. Número de pacientes atendidos e patologias encontradas...........................................07

C. Sistema de distribuição das refeições.............................................................................07

D. Dietas ofertadas.................................................................................................................09

DIETAS ORAIS........................................................................................................................11

DIETAS ENTERAIS.................................................................................................................13

SUPLEMENTOS......................................................................................................................14

4. CONCLUSÃO......................................................................................................................14

ESTUDO DE CASO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA .....................................................................15

7. REFERÊNCIAS...................................................................................................................21
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1. INTRODUÇÃO

1.1. Identificação do estágio, dos acadêmicos, do supervisor de campo e do


local

O estágio supervisionado em Nutrição Clínica foi realizado pelos alunos do 8°


período do curso de graduação em Nutrição da Faculdade Brasileira Multivix Vitória
no Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves (HEJSN), localizado em Morada de
Laranjeiras - Serra/ES, sob a supervisão de campo (interceptora) da nutricionista
Andréa Breciane.

O Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves é considerado o maior hospital público
do Espírito Santo, destinado 100% aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS),
e administrado pela Associação Evangélica Beneficente Espírito Santense (AEBES),
uma Organização Social (OS) contratada por meio de edital público.

Ao longo da sua história, o Hospital Dr. Jayme conquistou o nível máximo da


acreditação hospitalar com o certificado ONA Nível III – Acreditado com Excelência.
Além do certificado ISO 9001/2015, versão mais atual da organização. A unidade foi
reconhecida pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) como um dos
melhores hospitais do país, sendo o único hospital público capixaba a configurar na
listagem da ANS. Pelos capixabas foi eleito, em 2016, na categoria Hospital Público,
no Prêmio Excelência em Saúde e conquistou o Prêmio Marcas Ícones nos anos de
2017 e 2018, todos da Rede Vitória de Comunicação. Atualmente a unidade
hospitalar conta com 415 leitos.

Colaboraram para a execução do estágio clínico realizado no Hospital Dr. Jayme


Santos Neves as nutricionistas do serviço de Dietética e Nutrição, com as quais foi
possível acompanhar os processos de cuidados com a saúde, através de
intervenções realizadas nas áreas de nutrição e dietética. São elas as nutricionistas:
Flavianne Miranda, Tatiana, Bruna, Sarah, Débora, Maria Luiza, Iara, Mayara,
Gabriela e Josiane.
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1.2. Período de realização do estágio

O período de estágio de nutrição clínica no HJSN teve início no dia 07 de novembro


de 2021 e término no dia 22 de novembro de 2021, totalizando 96 horas práticas. No
dia 07 de novembro, data anterior ao início das atividades práticas, foi realizado
Treinamento para os estagiários no anfiteatro do Hospital, para que os alunos
pudessem vivenciar a realidade hospitalar, antes do início efetivo do estágio.

Concomitantemente ao estágio realizado no Hospital Dr. Jayme Santos Neves, foi


realizado também o estágio em nutrição clínica na própria Clínica da Faculdade
Multivix Vitória, com início no dia 28 de novembro de 2021 e término no dia 09 de
dezembro de 2022, sendo que a carga horária prática foi de 127 horas.

2. OBJETIVO DO ESTÁGIO

2.1. Objetivo Geral

Desenvolver experiências e habilidades necessárias para o desempenho do


profissional nutricionista, no que se refere estabelecer relação entre teoria e prática
no âmbito hospitalar e clínico.

2.2. Objetivos específicos

● Realizar triagem na entrada do paciente no hospital e realizar sua evolução no


sistema;
● Realizar visitas periódicas aos pacientes, seguindo um roteiro de anamnese
alimentar e avaliação do estado nutricional
● Vivenciar a programação das dietas normais e modificadas de acordo com os
princípios da nutrição;
● Acompanhar a distribuição das refeições, bem como verificar a aceitação das
mesmas
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● Tomar conhecimento sobre os tipos de dietas, a composição nutricional,


consistência, fracionamento e indicação das dietas hospitalares;
● Elaborar o diagnóstico nutricional, com base nos dados clínicos, bioquímicos,
antropométricos e dietéticos;
● Adquirir conhecimento sobre fitopatologias e medicações que podem ter relação
com a dietoterapia;
● Debater casos clínicos e condutas nutricionais adotadas;
● Elaborar um estudo de caso clínico.

2. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

As atividades realizadas durante o estágio englobam o atendimento clínico e neste


âmbito foi desenvolvido o processo de cuidado nutricional, o qual consiste em um
grupo de atividades realizadas com o objetivo de identificar as necessidades
nutricionais do paciente e prestar os cuidados necessários que atendam estas
necessidades. “O tratamento nutricional tem-se revelado um recurso extremamente
útil, uma vez que atua diretamente no estado nutricional dos doentes, ajudando na
recuperação e manutenção de um quadro estável e afetando positivamente a
evolução da doença” (Kasper DL, Braunwald E, Fauci A, Hauser SL, Longo DL JL i
IK. Harrison’s. 2005. 734-734 p).

O tipo de cuidado nutricional depende de fatores como presença e tipo da doença,


ambiente, fase de vida do indivíduo e suas condições socioeconômicas. Ele envolve:
avaliação completa do estado nutricional, com identificação do paciente, dados
clínicos, sintomas gastrointestinais, exames físicos, características observadas,
avaliação subjetiva global, Recordatório 24 horas, parâmetros bioquímicos,
avaliação antropométrica, conduta dietoterápica, evolução do prontuário, dieta,
planejamento e priorização da intervenção nutricional para atingir estas
necessidades. A avaliação do estado nutricional tem como objetivo identificar os
distúrbios nutricionais, possibilitando uma intervenção adequada para auxiliar na
recuperação ou manutenção do estado de saúde do indivíduo. “Utilizam-se métodos
objetivos (antropometria, composição corporal, parâmetros bioquímicos e consumo
alimentar) e métodos subjetivos (exame físico a Avaliação Subjetiva Global),
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recomendando-se a associação destes indicadores para obter um adequado


diagnóstico nutricional” (CUPARI, 2005)

A cada visita nutricional é feito o registro da conduta dietoterápica em evolução no


prontuário do paciente. “Estas ações, quando realizadas conjuntamente pela equipe
de saúde, podem auxiliar no cuidado nutricional, na evolução clínica e na prevenção
da desnutrição hospitalar. Os conhecimentos em nutrição, a clareza de papéis e as
responsabilidades da equipe são imprescindíveis neste processo”.( CAMPOS e
BOOG, 2006).

Durante a visita nutricional é realizada a triagem do paciente, para isso utiliza-se o


método de avaliação antropométrica. Para a avaliação foi aferido o peso corporal, a
circunferência do braço e da panturrilha e altura do joelho, seguindo o protocolo de
mensuração dos dados antropométricos estabelecido pelo hospital. Para obtenção
do peso corporal, foi utilizada uma balança digital. A circunferência do braço (CB) foi
aferida com o auxílio de uma fita antropométrica flexível, não extensível, com o
indivíduo deitado ou sentado, com o braço estendido. A circunferência da panturrilha
(CP) também foi aferida com o auxílio dessa fita antropométrica, localizada na maior
protuberância da perna direita. A altura do joelho também foi aferida por uma fita até
o calcanhar. Em pacientes entubados utiliza-se o peso estimado.

Após a triagem os dados antropométricos do paciente são lançados no sistema do


hospital onde é feita classificação do estado nutricional a partir do índice de massa
corporal (IMC) de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde
para adultos e Lipschitz10, para os idosos. Com base nos dados do paciente e
analisando todos os exames através do prontuário é elaborada uma conduta
nutricional sendo realizada uma adequação do cardápio.

Executamos também grupos de estudos com a nutricionista responsável pelo setor


de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) onde foram abordados conteúdos como:
drogas vasoativas e seu impacto na terapia nutricional (TP), tipos de dieta enteral,
contra indicações da nutrição enteral (NE), e ainda pensando na avaliação,
diagnósticos, planejamento dietético e casos clínicos das principais condições
clínicas dos pacientes que necessitam do suporte nutricional na Terapia Intensiva,
como: insuficiência renal e insuficiência respiratória, insuficiência hepática e
pancreatite aguda grave, entre outras.
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A. Clínicas de atuação

Até março de 2020, o Hospital atendia presencialmente, as especialidades: Clínica


Médica, Cirurgia Geral, Cirurgia Pediátrica, Cirurgia Plástica para tratamento de
queimaduras (CTQ), Cirurgia Torácica, Cirurgia Vascular, Obstetrícia de Alto Risco,
Neurocirurgia, Ortopedia e Traumatologia, Cardiologia, Oftalmologia, Nefrologia,
Cirurgia Bucomaxilofacial, Infectologia, Terapia Intensiva e Neonatologia. Após essa
data, em decorrência das mudanças de cenário estabelecidas pela Pandemia de
Covid-19 desde o início de 2020 e pelas novas diretrizes definidas pela OMS,
Ministério da Saúde e Secretaria de Saúde do Estado do ES (SESA), algumas
mudanças de processo, estrutura e resultado foram iniciadas no HEJSN, que foi
definido Hospital Referência para atendimento a pacientes SUS graves ou
potencialmente graves, suspeitos ou confirmados de COVID 19.

A atuação do Nutricionista no âmbito hospitalar tem como objetivo exercer o controle


nutricional de pacientes com patologias diagnosticadas visando a promoção da
saúde. Atualmente o Nutricionista tem uma inserção maior em hospitais. (RECINE,
2009)

B. Número de pacientes atendidos e patologias encontradas


Durante o estágio supervisionado foram encontrados no Hospital Dr. Jayme Santos
Neves pacientes com diversas patologias como hipertensão, diabetes, dislipidemia,
doença renal, dentre outras, além de pacientes grávidas ou com suspeita de
infecções como covid e tuberculose.

C. Sistema de distribuição das refeições

As refeições servidas no HEJSN são preparadas por uma empresa contratada para
o fornecimento de refeições transportadas a pacientes, acompanhantes, funcionários
e médicos da unidade hospitalar. A contratação compreende o fornecimento de
refeições transportadas aos pacientes (desjejum, desjejum para diabéticos, colação,
almoço, lanche da tarde, jantar e ceia), refeições aos funcionários (desjejum,
almoço, lanche e jantar), refeições aos médicos (desjejum, almoço, lanche e jantar),
coffee break para eventos e reuniões, café para os setores, galões de água mineral
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para setor. Fornecimento de mão de obra qualificada (nutricionistas de produção,


técnicas de nutrição, nutricionistas clínicas, copeiras e auxiliares de serviços gerais).
Fornecimento de equipamentos e utensílios para execução do serviço.

Os alimentos são entregues com segurança alimentar e respeitando as


temperaturas dos alimentos definidas pela ANVISA, de acordo com a RDC 216,
respeitando os horários estipulados de entrega de cada refeição. São levadas até o
hospital através de cubas alimentícias dentro de isoboxs, que entram na cozinha
pela porta de carga e descarga. As cubas são pesadas e colocadas nas rampas ou
pass through. Na cozinha as rampas são divididas em 4 setores, das dietas
hipossódicas, normossódicas, rampa fria e rampas para alimentação de
funcionários.

“Na prática, a etapa do porcionamento não é sempre observada pelo profissional


responsável técnico pelo serviço. No entanto, dentre as funções atribuídas ao
nutricionista estão incluídos: planejamento, implantação, coordenação e supervisão
das atividades de pré-preparo, preparo e distribuição, além de execução de
programas de treinamento, atualização e aperfeiçoamento de colaboradores
(BRASIL, 2005). Essas ações vão de encontro às normas que apontam a integração
do nutricionista na equipe multidisciplinar, com participação plena na atenção
prestada ao paciente/cliente e atribuição específica na assistência hospitalar (SETA,
et.al.,2010).”

As refeições dos pacientes são montadas em marmitas de material alumínio para


dietas sólidas e de isopor para dietas líquidas e pastosas. As refeições são
entregues aos pacientes pelas copeiras que fazem o transporte da cozinha aos
setores com auxílio de carrinhos térmicos.

Para saber o tipo de dieta que cada paciente está recebendo, a equipe de
nutricionistas da cozinha se baseia no senso, na recomendação do médico e na
observação da nutricionista da clínica. Alterações que acontecem durante o dia
aparecem em um visor de televisão instalado na cozinha, justamente para alcançar
as alterações que ainda não foram feitas para o sistema.

“Para que a atenção dietética se dê de forma integral, é necessário que haja


planejamento e controle das etapas executadas pela unidade, a fim de se
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estabelecer meios para alcançar a qualidade dos processos na produção de


refeições. Nesse contexto, está inserida a prática de estandardização, estratégica
para garantir qualidade do serviço e melhor atenção nutricional (RIBEIRO, et.al.
2013; AKUTSU, et.al.,2005).

“Essa padronização na produção de refeições beneficia o trabalho do profissional


nutricionista, uma vez que ela é essencial para determinar a composição das dietas
e, portanto, fazer uma avaliação fidedigna de inquéritos dietéticos. Isso possibilita ao
profissional certificar‑se da refeição ofertada e consequentemente fazer uma melhor
estimativa sobre a quantidade de alimento e nutrientes consumidos. Para o
paciente/cliente é um aspecto de satisfação, refletindo na melhor aceitação da dieta.
Para os colaboradores do processo produtivo, numa abordagem mais ampla, a
padronização dos serviços facilita a execução de tarefas sem a necessidade de
ordens frequentes, propiciando maior tranquilidade e segurança no ambiente de
trabalho (AKUTSU, et.al., 2005). Os benefícios de um serviço padronizado são,
portanto, a garantia da obtenção de resultados previsíveis em processos repetitivos,
além de permitir melhor controle, monitoramento e melhoria da qualidade (MAMUS,
et.al., 2009; RIBEIRO, et.al., 2013).

Os pacientes recebem 5 refeições ao longo do dia, entre elas o desjejum às 07h00,


almoço às 11h00, lanche da tarde às 15h00, jantar às 18h00 e ceia às 20h00. Salvo
os pacientes dialíticos e a ala da maternidade recebem 6 refeições por dia, sendo
elas, desjejum às 07h00, colação às 09h00, almoço às 11h00, lanche da tarde às
15h00, jantar às 18h00 e ceia às 20:00. Como também há alteração para os
pacientes do CTQ e UTQ recebem 4 refeições por dia, sendo elas, desjejum às
09:00h, almoço às 13h00, lanche da tarde às 17h00, jantar às 19h00.

D. Dietas ofertadas

“A subnutrição é considerada um sério problema entre pacientes/clientes


hospitalizados, a qual leva a um aumento na morbimortalidade (DIEZ et.al.,2012). A
desnutrição em indivíduos internados é resultado de uma série de fatores, podendo
estar associada à doença e, ou ao tratamento. Uma das principais causas é o
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consumo alimentar inadequado, e são várias as situações clínicas e a necessidade


de alterações na composição da dieta (redução de sódio, de potássio, de
proteína...), que podem causar perda de apetite ou dificultar a ingestão de alimentos.
Ademais, a detecção e intervenção inadequadas também podem acarretar o
agravamento do estado nutricional durante a internação (ARQUINO et.al.,2011).”

“No contexto da intervenção nutricional, a dieta hospitalar exerce um papel relevante


para garantir o aporte de nutrientes que o paciente/cliente hospitalizado necessita,
contribuindo para recuperação e conservação de sua saúde, prevenindo a
subnutrição e reduzindo o risco de morbimortalidade. Ademais, a dietoterapia é uma
prática importante no decorrer da permanência hospitalar, uma vez que, atendendo
os atributos psicossensoriais e simbólicos do reconhecimento do indivíduo, pode
atenuar o sofrimento no período de ruptura de suas atividades cotidianas (GRACIA,
2006; TOLEDO, et.al., 2010; Godoy, et. al., 2007).”

Neste sentido, o Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves (HEJSN), pode viabilizar
esse cenário, fornecendo uma alimentação adequada às necessidades nutricionais,
sensoriais e emocionais dos pacientes, por meio de cardápios adequados,
balanceados e atrativos dentro do limite de um hospital público. Um exemplo
vivenciado por nós foi que no dia do aniversário do paciente eles tentaram adaptar a
sobremesa a data comemorativa, como a de um paciente com dieta líquida restrita,
recebeu um bolo de gelatina colorido para comemorar seu aniversário.

As dietas oferecidas no HEJSN são as orais, enterais e parenterais. Podendo ser


livre, branda, pastosa, líquida pastosa, líquida completa, líquida restrita. De acordo
com sua densidade calórica: normocalórica, normoproteíca, hipercalórica,
hiperproteica. Livre de micronutrientes como: assódica e sem glúten, porém todas
são zero lactose. Outra característica que pode ser mais laxativa ou mais
constipante, com ou sem uso de fibras alimentares. Quando necessário é ofertado
suplementação de uma fórmula industrial.
As refeições hospitalares sem sabor e atração visual, resultam em uma baixa
aceitação (JOHN; HARTWEEL; MORGAN, 2010), assim, a alimentação hospitalar
deve ser bem planejada do ponto de vista sensorial e com adequado aporte de
macro e micronutrientes.
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DIETAS ORAIS

A alimentação oral é a forma mais fisiológica para fornecimento de energia e de


todos os macronutrientes e micronutrientes necessários para o organismo, constitui
a primeira opção para nutrir um paciente, desde que o trato intestinal esteja íntegro
ou pelo menos parte funcionante (MACULEVICIUS; DIAS; 2002).

As dietas orais hospitalares recebem diferentes classificações para atender às


necessidades individuais de cada paciente. Desta forma, temos:

a) Livre: normossódicas, normocalórica e normoproteica. Ofertada a pacientes sem


restrição alimentar.

b) Branda: para pacientes em pós cirúrgico, perturbações no TGI e como dieta de


transição. Diferencia da livre por não conter folhosos, saladas cruas, frutas com
casca, proteínas com gordura aparente são substituídas por outra opção e com
pouco sal.

c) Pastosa: para pacientes com dificuldade de mastigação e/ou deglutição.

d) Líquida pastosa: para pacientes com dificuldade de mastigação e/ou deglutição e


para pacientes pós-operatórios de cirurgias do TGI, para minimizar seu trabalho e a
presença de resíduos no cólon.

e) Líquida completa: indicada para pós-operatórios, por fornecer o mínimo de


estímulo para digestão, hidratar e nutrir tecidos.

f) Liquida restrita: para pacientes para pós-operatórios, por fornecer o mínimo de


estímulo para digestão, hidratar e nutrir tecidos, evitar acidose e manter a função
renal.

g) Assódica: normocalórica e normoproteica, com o mesmo cardápio da dieta livre,


porém sem sal.

h) Renal: cardápio da dieta livre com mudança na opção proteica, pois só é ofertada
carne vermelha 1x por semana e assódica.

i) Renal conservador: para pacientes que não fazem diálise. Não é ofertado feijão. É
assódica.
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j) Renal dialítico: para pacientes que fazem diálise. É ofertado feijão. Não é ofertado
folhosos verdes escuros, na sobremesa não vai gelatina, esta é substituída por
frutas, podendo ser apenas maçã, pera, abacaxi ou melancia.

l) Hipercalórica e hiperproteica: vai o dobro de comida.

m) Sem glúten: as preparações são feitas sem trigo e aveia, no lanche é enviado
vitamina ou mingau no lugar do pão.

n) Preparo para colonoscopia: é utilizada a dieta líquida completa ou líquida restrita.

o) Dieta laxativa ou constipante: seguem o cardápio e consistência que já são


ofertadas ao paciente, porém são feitas mudanças de alguns alimentos que
possuem reações diferentes das necessidades requeridas pelo paciente.

DIETA ENTERAL

É uma forma líquida de tratamento nutricional, aplicada quando o paciente não pode
ingerir alimentos sólidos por via oral. Nessa condição, todos os nutrientes obtidos
através da alimentação sólida devem ser igualmente mantidos na alimentação
líquida.

O Ministério da Saúde define nutrição enteral como todo e qualquer “alimento para
fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou
combinada, de composição definida ou estimada especialmente formulada e
elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializado ou não, utilizada exclusiva
ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes
desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar,
ambulatorial ou domiciliar, visando à síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou
sistemas”

Os produtos industrializados atendem a totalidade das necessidades nutricionais de


micronutrientes. Entretanto, existem dietas para diferentes necessidades de
macronutrientes e/ou com adição de nutrientes especiais. Estas podem conter
diferentes quantidades de proteínas, carboidratos, lipídios, fibras, ômega-3,
aminoácidos específicos, etc. Tais necessidades nutricionais podem ser ajustadas
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para diabéticos, com maior oferta calórica por ML, apresentar ingredientes mais
íntegros ou moléculas menores (facilitando absorção), estar livres de alguns
nutrientes (lactose, glúten).

Está indicada para pacientes com risco de desnutrição ou ingestão oral inadequada
(menos de 2/3 a 3/4 de suas necessidades nutricionais diárias); com trato digestivo
funcionante; estabilidade hemodinâmica. São candidatos a TNE pacientes que não
satisfazem suas necessidades nutricionais com a alimentação convencional e
contraindicadas em casos de instabilidade hemodinâmica, doença terminal,
obstrução mecânica do trato gastrointestinal, sangramento severo do TGI, vômitos
frequentes (severos), diarreias frequentes (rever terapia e gotejamento da dieta).

SUPLEMENTAÇÃO

Quando o organismo não recebe os nutrientes necessários através da alimentação


convencional ou no gerenciamento de necessidades específicas associadas a
doenças, recomenda-se inserir suplementos na dieta. Eles são compostos por
substâncias naturais e devem ser prescritos por um médico ou nutricionista. Os
suplementos são complementos e nunca devem substituir completamente a dieta.
Além disso, devem ser prescritos por médicos ou nutricionistas. É uma dieta com
teor de proteínas de alto valor biológico e aporte calórico aumentados, devido ao
acréscimo de carboidratos, gordura e proteínas. Indicado especialmente para
pacientes com desequilíbrio do balanço nitrogenado, necessidade de reposição de
tecidos musculares, pacientes submetidos à grande estresse, como queimados,
necessidade de aumentar a formação de reservas de gorduras, como: período de
convalescença, pós operatório e alguns casos de infecção, pacientes oncológicos
apresentando perda de peso e que não estão atingindo suas necessidades
nutricionais pela dieta padrão.

Hiperproteica oral: feita com whey protein diluído no suco ou vitamina.

Hiperproteica e hipercalórica oral: feita com nutren ou por fórmula feita pelo hospital
utilizando banana, aveia, leite em pó e adoçante.
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Ressalta-se que a fórmula desenvolvida pelo hospital não pode ser utilizada por
pacientes renais e só são enviados para diabéticos com observação.

- A equipe da nutrição após a avaliação da equipe de fonoaudiólogos, libera para o


paciente os espessantes, que são utilizados para garantir a estabilização da disfagia
e a normalização dos procedimentos alimentares.

Para consistência de Néctar é necessária 1 colher de medida para cada 100ml.

Para consistência de Mel são necessárias 2 colheres de medida para cada 100ml.

Para consistência de Pudim são necessárias 3 colheres de medida para cada


100ml.

- A equipe de nutrição libera 2x ao dia (no desjejum às 07h00 e na janta às 19h00) o


kit-fono para os fonoaudiólogos. O kit é composto por 3 mingaus, 1 pão doce e 1
banana.

4. CONCLUSÃO

O estágio supervisionado permitiu a vivência na prática de situações e teorias


aprendidas em sala, reforçando ideias, aprendizado e possibilitando observar as
principais dificuldades envolvidas no cotidiano, além de proporcionar um contato
muito próximo da rotina do nutricionista atuante na área hospitalar e constatar a
importância de uma dietoterapia de qualidade e individualizada na evolução do
quadro clínico dos pacientes. Além disso, permitiu o desenvolvimento da capacidade
de trabalho com diferentes patologias e profissionais de saúde, estimulando o senso
crítico e capacidade analítica, tendo em consideração a importância de se avaliar um
caso clínico através de uma perspectiva de complementaridade e
multidisciplinaridade.

Por fim, o estágio proporcionou novos conhecimentos vivenciados neste período,


que refletirão positivamente no futuro profissional de cada aluno participante.
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ESTUDO DE CASO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA

HOSPITAL ESTADUAL DR. JAYME SANTOS NEVES


ESTÁGIO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA
CASO CLÍNICO

1 – Identificação do paciente
Nome: A. A. O.
Sexo: Masculino
Idade: 83 anos
Naturalidade: Vitória-ES Nacionalidade: Brasileira

2 – História Clínica e Social


2.1. História social: Idoso, 83, trazido pelo SAMU da UPA de Carapina no dia
13/11/2022. No dia 11/11 paciente deu entrada com queixa de dor lombar, que
irradia para MMII, iniciada em 10/11 com piora progressiva. Relato de
presença de diarreia e náuseas. Em 12/11 paciente evolui com dor abdominal
difusa - mais importante em metade direita do abdômen. Ao exame físico,
presença de abdômen distendido, porém depressível, doloroso à palpação
em HD (hipocôndrio direito) e FD (flanco direito). Além da fibrilação atrial
instável, paciente apresenta dor abdominal A/E, equipe médica suspeita de
uma possível colecistite aguda.
2.1. História familiar: Não foi possível obter informações a respeito da
história familiar do paciente, pois o mesmo estava em estado grave, não
havendo possibilidade de comunicação.
2.2. História de doença pregressa e/ou cirurgia e/ou de doença crônica:
Paciente possui história pregressa de Hipertensão Arterial Sistêmica, Hérnia
de disco e Litíase Renal.
2.3. História dietética: Paciente encontra-se entubado não havendo
possibilidade de comunicação e obtenção de informações acerca de sua
história dietética.

3- Diagnóstico clínico e/ou suspeitas diagnósticas


Além da fibrilação atrial instável, paciente apresenta dor abdominal A/E,
equipe médica suspeita de uma possível colecistite aguda.

4 - Fisiopatologia (da doença predominante)


A Fibrilação Atrial (FA) trata-se da ativação atrial desorganizada, rápida e
irregular. Nos pacientes não-tratados, a frequência ventricular tende a ser
acelerada. A frequência cardíaca normalmente varia entre 120 e 160 BPM, em
outros casos pode chegar a 200 BPM, ou até mesmo ser extremamente lenta,
<100 BPM.
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Os sintomas associados à FA de início recente são:


- Palpitação
- Sensação de disparo dos batimentos cardíacos
- Pulso irregular
- Cansaço
- Fraqueza
- Respiração curta e rápida

Um quadro de FA pode levar à:


- Infarto agudo do miocárdio
- Síncope (desmaio)
- Edema pulmonar agudo

A Colecistite é caracterizada pela inflamação da vesícula biliar, podendo


ocorrer em sua forma crônica ou aguda, geralmente causada pelos cálculos
biliares. Em sua forma crônica, apresenta inflamação por longo período, com
crises leves repetidas de colecistite aguda. Já sua forma aguda, pode
ocasionar dor abdominal no quadrante superior, náusea, vômito e
flatulência, desta forma se faz necessária a cirurgia.

Etiologia da doença: A maioria dos pacientes tem antecedentes de cólicas


biliares ou colecistite aguda. A dor causada pela colecistite aguda apresenta
qualidade e localização similares à da cólica biliar, mas com duração maior
(> 6 h) e com maior intensidade. É comum haver vômitos, bem como dor à
palpação subcostal. Após algumas horas, a inspiração profunda exacerba a
dor durante a palpação do hipocôndrio direito, interrompendo a inspiração,
juntamente com defesa involuntária dos músculos do hipocôndrio direito,
febre, em níveis não elevados, também é comum.
Em idosos, pode não haver febre e os primeiros e únicos sinais podem ser
sistêmicos e não específicos (p. ex., anorexia, vômitos, mal-estar, fraqueza e
febre). Às vezes, não há febre. A colecistite aguda começa a regredir em 2 a
3 dias e remite completamente em 1 semana em 85% dos pacientes, mesmo
sem tratamento.

Etiologia do paciente: Paciente possui história pregressa de Hipertensão


Arterial Sistêmica, Hérnia de disco e Litíase Renal.
Os medicamentos comumente utilizados no início do tratamento da
hipertensão, podem ser diuréticos, betabloqueadores, antagonistas dos
canais de cálcio, inibidores da enzima de conversão de angiotensina ou
bloqueadores dos receptores da angiotensina.
As hérnias de disco localizadas na coluna lombar, em geral, respondem bem
ao tratamento clínico conservador. O quadro reverte com o uso de
analgésicos e anti-inflamatórios, se o paciente passar por períodos de
repouso e sessões de fisioterapia e acupuntura.
O tratamento da Litíase Renal é feito por meio do uso de fluidos e
medicamentos para retenção urinária. O tratamento inclui analgésicos e
ingestão de muita água para ajudar a expelir a pedra. Procedimentos
médicos podem ser necessários para remover ou quebrar as pedras
maiores.
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Apresentação Clínica: “O principal sintomas da colecistite aguda são: cólica


na parte superior direita do abdome, que dura mais de seis horas, dor
abdominal que irradia para o ombro direito ou para as costas; sensibilidade
no abdômen durante a palpação no exame médico; náuseas, vômitos e perda
de apetite; febre; aparência de mal-estar generalizado e batimentos
cardíacos acelerados”.
“Os achados do exame físico são proporcionais e indicativos de um quadro
de colecistite aguda”.

Exames laboratoriais: “Os principais achados laboratoriais são elevados


níveis de Creatinina, Sódio sérico e Ureia, indicativos da função renal
comprometida”. Os exames utilizados na presença de Colecistite aguda são
hemograma completo, função renal e eletrólitos, transaminases (TGO e
TGP), fosfatase alcalina (FA), gamaglutamiltransferase (GGT), bilirrubina total
e frações, proteína C-reativa, amilase e lipase. Beta-HCG pode ser solicitado
e urinálise também pode ser solicitado para diagnóstico diferencial com
pielonefrite e nefrolitíase. Hemocultura deve ser solicitada para todos os
pacientes, indicada ou não a antibioticoterapia. Além disso, exames de
imagem estão indicados em todo paciente com suspeita de colecistite. O
exame de imagem de primeira escolha é a ultrassonografia de abdome,
sendo a cintilografia hepatobiliar a alternativa de preferência.

Avaliação da gravidade: “A Colecistite Aguda é classificada com base na


repercussão local e/ou sistêmica que ela causa. A determinação do grau da
Colecistite Aguda é fundamental para determinar qual o tratamento mais
adequado para o paciente. Além disso, ajuda a padronizar a informação na
comunicação. A gravidade da inflamação é classificada em leve, moderada e
grave”.

Tratamento: “O tratamento é a internação hospitalar com reposição volêmica


intravenosa e analgesia, como um anti-inflamatório não esteróide ou
opióides. Nada é administrado por via oral e institui-se passagem de sonda
nasogástrica e aspiração gástrica se houver vômitos intensos”.

“Antibioticoterapia intravenosa é administrada para tratar possíveis


processos infecciosos, mas não há comprovação clara do benefício desta
conduta.”.

5 – Exame Físico
Data da realização: 16/11/2022
Geral: grave estado geral, corado, hidratado, acianótico, anictérico. afebril.
Neurológico: acordado, interage com examinador, pupilas isofotorreagentes,
obedece a comandos.
Respiratório: Eupneico, respiração espontânea, em ar ambiente, SAT: 95%.
Cardiovascular: ritmo cardíaco irregular, BNF e sem sopros audíveis. FC: 62
BPM, PA: 140/81 MMHG.
Abdômen: flácido, depressível, timpânico a percussão, sem massas ou
visceromegalias, sem sinais de irritação peritoneal, dieta enteral.
18

MMII: sem edemas. panturrilhas livres.


Renal: diurese em Sonda vesical de demora (SVD), função renal alterada em
melhora, hiponatremia discreta sem outras disfunções iônicas.
H/I: afebril em uso de ATB com hemoculturas em andamento. HB e plaquetas
normais. Leucocitose sem desvio em melhora e PCR em queda.
Nega alergias.

Data da realização: 17/11/2022


Geral: grave estado geral, corado, hidratado, acianótico, anictérico. afebril.
Neurológico: acordado, interação ruim com examinador, pupilas
isofotorreagentes. obedece a comandos.
Cardiovascular: ritmo cardíaco irregular, BNF e sem sopros audíveis. FC: 146
BPM, PA: 125/88 mmhg em uso de DVA.  
Respiratório: Murmúrio vesicular universalmente audível sem ruídos
adventícios (MVFUA, SRA). Confortável em CNO2 3L SAT : 93%
Abdômen: flácido, depressível, timpânico a percussão, sem massas ou
visceromegalias. Sem sinais de irritação peritoneal. Dieta enteral.
MMII: sem edemas. Panturrilhas livres.
Ectoscopia: grave estado geral, corado, hidratado, anictérico, acianótico,
afebril e normoglicêmico nas últimas 12 horas;

Data da realização: 18/11/2022


Geral: ruim estado geral, corado, hidratado, acianótico, anictérico. Afebril.
Neurológico: acordado, interação ruim com examinador, pupilas
isofotorreagentes. Obedece a comandos.
Cardiovascular: ritmo cardíaco irregular, BNF e sem sopros audíveis. FC: 88
BPM, PA: 171/88 MMHG.  
Respiratório: MVFUA, SRA. Confortável em CNO2 3L AT : 94% -
Hipersecretivo.
Abdômen: flácido, depressível, timpânico a percussão, sem massas ou
visceromegalias. Sem sinais de irritação peritoneal. Dieta enteral.
MMII: sem edemas. Panturrilhas livres.
H/I: afebril em uso de ATB, PCR em ascensão e aumento de leucocitose com
desvio. HB e plaquetas normais
Renal: diurese presente, função renal em melhora. Hipomagnesemia.

6- AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL


6.1. Indicadores antropométricos da gestante:
Peso atual estimado: 70 Kg Peso ideal: 52,8 kg
Estatura estimada: 1,55 cm IMC: 29,15

7 – DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL
Diagnóstico nutricional é realizado em até 24 h após admissão do paciente
através da triagem nutricional + sistematização da assistência nutricional.
Através da triagem e sistematização da assistência nutricional realizada no
dia 13/11, o paciente encontra-se bem nutrido e em risco nutricional devido
ao quadro crítico sendo classificado no nível primário de assistência
nutricional.
19

8 – CÁLCULO NUTRICIONAL
O protocolo inicial utilizado para se realizar o cálculo das necessidades
energéticas do paciente é a fórmula de bolso, que consiste em 20 a 25
kcal/kg de peso em uma situação em que o objetivo é a perda de peso, em
uma situação de ganho de peso utiliza-se de 30 a 35 kcal/kg de peso.
É importante ressaltar que, ao dar entrada na UTI, o paciente encontra-se
hemodinamicamente instável e por isso, taxas menores de calorias e,
consequentemente, infusões são preconizadas, para promover uma melhor
adaptação do paciente à dietoterapia e alcançar maior tolerabilidade ao
tratamento.
As metas calóricas e proteicas definidas para o paciente de acordo com sua
patologia foram 1400 à 1750 kcals (20 - 25 kcal/kg) e a quantidade de
proteínas ficou entre 84 à 140 (1,2 - 2,0 g/kg/dia). Sendo esta, uma dieta
enteral de controle glicemico 1.0 - 45 ml/h (1000KCAL - 47G/ptn), no
momento sendo infundida Normoproteica e Normocalórica a 22 mL/h e com
boa tolerabilidade.

09 – EXAMES LABORATORIAIS

Valores de 13/11/2022 15/11/2022 15/11/2022


referência 09:34 01:55 23:27
Creatinina 0,81 - 1,44 2,71 2,45 1,85
Fósforo 2,5 - 4,5 - 3 -
Potássio 3,5 - 5,1 6,4 4 3,8
Sódio
sérico 136 - 145 126,31 134,27 131
Ureia 17 - 43 84,5 91,5 75,3

10 – INTERAÇÃO DROGA-NUTRIENTE
Noradrenalina 5 ML/H

11 – INTERVENÇÃO NUTRICIONAL
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL: DIETA ENTERAL
A depender da resposta ao tratamento médico e da condição de evolução do
paciente e intervenções aplicadas pela equipe multidisciplinar, há a
necessidade de que seja retomada a dieta enteral, para que sejam ofertadas
calorias e nutrientes necessários à recuperação e melhora do quadro clínico
do paciente.
As indicações são de retomar a dieta enteral, de acordo com a viabilidade do
quadro, fazendo o aumento progressivo das calorias, com início em 20 à 25
kcal/kg e proteínas entre 1,2 - 2,0 g/kg/dia, à fim de proporcionar uma
tolerância a dietoterapia, sendo feitas reavaliações a cada 5 a 7 dias. Tais
20

demandas energéticas podem ser elevadas gradativamente a depender do


risco nutricional atual do paciente.

12 – EVOLUÇÃO CLÍNICA
Paciente passou por quadro cirúrgico então evolui para dieta zero no dia
16/11 sendo retomada no dia 18/11 após cirurgia.

13 - CONCLUSÃO
Embora o quadro do paciente ainda não seja totalmente determinado pela
junta médica, a nutrição desempenha um papel importante e estratégico na
equipe de tratamento multidisciplinar, fornecendo nutrientes e dando
suporte para que o quadro nutricional do paciente melhore. É importante
ressaltar que para que a dietoterapia seja aplicada, há a necessidade de que
o paciente esteja hemodinamicamente estável, com intuito de diminuir
possíveis complicações futuras.

Como descrito anteriormente, as indicações para o paciente seriam o


aumento progressivo das calorias indo de 20 a 25 Kcal/Kg para em torno de
35 kcal/Kg acompanhando sua tolerabilidade e progressão do quadro clínico.
Além disso, seria indicado manter o padrão normocalórico e normoproteico
no decorrer do tratamento.

É possível perceber a necessidade e importância de uma equipe


multidisciplinar eficiente e coesa no tratamento da doença. A troca de
informações de forma clara e pertinente, assim como a integração dos
diversos setores, faz com que as chances de melhora do estado de saúde do
paciente aumentem significativamente devido à melhor eficiência do
tratamento.

15 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS UTILIZADAS


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21

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