Você está na página 1de 33

UNIVERSIDADE ADVENTISTA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAÚDE

CURSO DE NUTRIÇÃO – 3º ANO, LABORAL

ENIA ETHEL DAVID – ID: 704

HITIMANA KANPIRE YVONNE – ID: 723

JOÃO JÚNIOR JOÃO – ID: 716

MASSARA ALEGRIA – ID: 714

OLINDA MÁRIO – ID: 642

ROSA TOMÁS M. MACANGA – ID: 701

GASTROTECNIA APLICADA A NUTRIÇÃO CLÍNICA

Beira

Março de 2021
4º GRUPO

ENIA ETHEL DAVID – ID: 704

HITIMANA KANPIRE YVONNE – ID: 723

JOÃO JÚNIOR JOÃO – ID: 716

MASSARA ALEGRIA – ID: 714

OLINDA MÁRIO – ID: 642

ROSA TOMÁS M. MACANGA – ID: 701

GASTROTECNIA APLICADA A NUTRIÇÃO CLÍNICA

Trabalho Cientifico da Cadeira de Gastrotecnia,


apresentado a Universidade Adventista de
Moçambique – UAM, como um dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de
Licenciatura.

Orientador: Prof. Letiwe Dzveta

Beira

Março de 2021
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 5

OBJECTIVOS ............................................................................................................ 6

METODOLOGIAS USADAS.................................................................................... 6

GASTROTECNIA APLICADA À NUTRIÇÃO CLÍNICA ...................................... 7

Nutrição clínica ........................................................................................................... 7

Os Benefícios Que A Nutrição Clínica Proporciona .................................................. 8

Administração De Alimentos ..................................................................................... 8

Nutrição Enteral .......................................................................................................... 8

Diferença entre dieta enteral e nutrição enteral? ........................................................ 9

Vias de acesso ........................................................................................................... 10

Complicações Relacionadas À Terapia Nutricional Enteral .................................... 12

Cuidados Necessários Para A Administração Da Dieta Enteral ............................... 13

Formas De Administração A Dieta Enteral .............................................................. 13

NUTRIÇÃO PARENTERAL ................................................................................... 15

Quando é indicada .................................................................................................... 16

Como Administrar A Nutrição Parenteral ................................................................ 17

Cuidados Durante A Administração ......................................................................... 18

Possíveis Complicações ............................................................................................ 18

DIETAS LÍQUIDAS ................................................................................................ 20

Características ........................................................................................................... 20

Indicações ................................................................................................................. 21

Composição Alimentar ............................................................................................. 21

PERMITIDOS......................................................................................................... 21

Exemplo de Cardápio de Dieta Líquida Restrita ...................................................... 22


DIETA LÍQUIDA COMPLETA OU LÍQUIDA GERAL ....................................... 22

Características ........................................................................................................... 22

Indicações ................................................................................................................. 23

Composição Alimentar ............................................................................................. 23

PERMITIDOS......................................................................................................... 23

Exemplo de Cardápio de Dieta Líquida Completa ................................................... 24

DIETA PASTOSA.................................................................................................... 25

Alimentos permitidos na dieta pastosa ..................................................................... 26

Alimentos proibidos na dieta pastosa ....................................................................... 26

Cardápio da dieta pastosa ......................................................................................... 27

DIETA HIPER – PROTEICA .................................................................................. 29

Dieta hiper proteica hospitalar .................................................................................. 29

Papel de uma dieta hiper proteica ............................................................................. 29

Alimentos permitidos................................................................................................ 30

Riscos da dieta hiper proteica ................................................................................... 31

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 32

FONTES BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 33


5

INTRODUÇÃO

Para manter um corpo saudável e resistente a doenças, é fundamental seguir uma


alimentação balanceada e nutritiva. Por isso, em um ambiente hospitalar, a Nutrição Clínica
age no gerenciamento da alimentação equilibrada de todos os pacientes, garantindo que cada
indivíduo receba a quantidade necessária de vitaminas e de proteínas.

Outro papel da nutrição hospitalar é cuidar para que os pacientes que não conseguem
completar todas as refeições se mantenham nutridos, evitando que seu quadro piore devido
à ingestão insuficiente de nutrientes.

O atendimento de nutrição clínica é realizado pelo nutricionista e médico nutrólogo a


nível ambulatório (consultórios particulares ou públicos, clínicas, asilos, etc) ou hospitalar
(enfermarias ou Unidades de Terapia Intensiva).

Ora, em questões alimentares, existem métodos de alimentação para aqueles que estão
com dificuldade ou impossibilitados temporária ou permanentemente de garantir uma
nutrição adequada por via oral. Dentre eles podemos destacar a dieta parenteral e enteral.

Essa impossibilidade pode acontecer por diversas circunstâncias como:

Disfagia: dificuldade na mastigação ou deglutição; odinofagia: dor ao mastigar ou


deglutir; problemas no trato gastrointestinal: úlceras, tumores, hemorragias, esofagite,
pós cirurgicos, entre outros; distúrbios neurológicos: como aqueles que podem afetar os
processos de mastigação, deglutição ou digestão, condições de impossibilitam a consciência
sobre a ação mecânica do ato de alimentar-se; baixa aceitação da dieta: principalmente em
desnutridos ou com risco de desnutrição, como na anorexia, durante tratamento
quimioterápicos, inapetência entre outros; outras condições específicas: impossibilidade de
alimentação via oral por necessidade de intubação orotraqueal, sedação, retirada total ou
parcial de órgão que participam do processo de alimentação e digestão, recomendação de
não estimular o funcionamento intestinal, entre outros.

Entretanto, o modo de administração, enteral ou parenteral depende do tipo ou classe


de dieta. As principais classes das dietas são líquidas, solidas e pastosas.
6

OBJECTIVOS

Objectivo Geral:

• Conceder relato geral relactivamente a Gastrotecnia aplicada a Nutrição


Clínica.

Objectivos Específicos:

• Proferir a significância do termo “Gastrotecnia”;

• Conceituar o vocábulo “Nutrição Clínica”;

• Exibir os benefícios da Nutrição Clínica;

• Condizer a administração dos alimentos:

a) Administração Enteral;
b) Administração Parenteral.

• Referir as diversas classes dietéticas:

a) Liquidas;
b) Pastosas de consistência mole;
c) Hiper proteicas.

METODOLOGIAS USADAS

• Pesquisa Bibliográfica;

• Leitura Exploratória.
7

GASTROTECNIA APLICADA À NUTRIÇÃO CLÍNICA


Segundo o site verbetes.com.br informa-nos que Gastrotecnia é a “ciência que estuda
os preparados culinários e a influência que estes têm sobre a digestibilidade desses
alimentos”.

Essa palavra parece ser um sinónimo da palavra Gastrologia que, segundo o Dicionário
da Língua Portuguesa Contemporânea, é a “ciência ou arte da boa cozinha”.

Já o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa define Gastrologia como o “conjunto


dos conhecimentos e preceitos referentes à arte da cozinha”.

Visto que a definição da palavra espanhola Gastrotecnia é “la ciência de la buena


cocina”, podemos então concluir que, realmente, Gastrotecnia é exatamente o mesmo que
gastrologia.

Nutrição clínica
Esta, é a área da nutrição responsável pelo tratamento de diversas enfermidades que
afetam as pessoas, a nutrição clínica é aplicada aos pacientes por meio de um plano focado
na alimentação adequada. Essa área também atua no combate e na prevenção do surgimento
de doenças e, de forma terapêutica, no controle das doenças crônicas. O atendimento em
nutrição clínica, seja em nível ambulatorial, seja no hospitalar, é feito pelo profissional
nutricionista.

Manter uma boa saúde e ter um corpo resistente a doenças se dá por meio de uma
alimentação adequada e com todos os nutrientes necessários. Dentro do ambiente hospitalar,
a nutrição clínica atua no gerenciamento e balanço energético de todos os pacientes. É ela
que garante que todos recebam as quantidades necessárias de proteínas, vitaminas, minerais,
lipídios e glicose. Essa ingestão acontece por meio da alimentação hospitalar — esta, quando
é de alta qualidade, atende às necessidades nutricionais da maioria dos pacientes do hospital.

Tendo em vista que nem todos os pacientes ingerem toda as refeições que lhes são
servidas, uma maior deterioração do estado nutricional deles pode ocorrer por conta de uma
ingestão dietética insuficiente. Por esse motivo, o papel do nutricionista actuando dentro da
nutrição clínica é fundamental para a rotina hospitalar e a manutenção da saúde de seus
pacientes.
8

Os Benefícios Que A Nutrição Clínica Proporciona


Diante dos problemas de saúde que a população sofre por conta da má alimentação, a
nutrição clínica surge como uma via que contribui para a melhora dos resultados tanto em
pacientes clínicos quanto hospitalares. A alimentação balanceada e com todos os nutrientes
necessários proporciona uma série de benefícios. Vejamos como a nutrição clínica impacta
na saúde das pessoas:

✓ As feridas são cicatrizadas em menor tempo;


✓ Complicações relacionadas a cirurgias, por exemplo, podem ser reduzidas;
✓ As taxas de infecções passam a ser menores;
✓ O tempo de ventilação mecânica é reduzido;
✓ Reduz o tempo de internação hospitalar;
✓ Eleva a taxa de sobrevivência.

A ingestão de nutrientes é um dos passos mais importantes para a recuperação de quem


está debilitado. Porém, algumas pessoas não podem ou apresentam dificuldade em
alimentar-se totalmente pela boca e, assim, não alcançam a demanda nutricional necessária
exigida pelo organismo.

Administração De Alimentos
Entre as vias de administração, o meio preferido de nutrição é, se possível, a
administração oral. As alternativas incluem:

✓ Administração ou Nutrição enteral (na alimentação nasogástrica);


✓ Administração ou Nutrição Parenteral (na alimentação intravenosa).

Nutrição Enteral
A nutrição enteral serve justamente para suprir nutrientes em quem não pode se
alimentar da forma tradicional, seja em ambiente hospitalar ou em casa. Trata-se de uma
dieta líquida, que pode ser administrada por meio de sonda posicionada no intestino ou
estômago. Ela contém todos os nutrientes diários essenciais para a completa recuperação
nutricional do paciente.

Nutrição enteral é a oferta de uma dieta líquida por meio de uma sonda colocada no
estômago, duodeno ou jejuno.
9

O termo “enteral” vem do grego enteron, que significa intestino.

Ela é a alternativa mais utilizada para a ingestão de alimentos quando a alimentação


pela boca está impossibilitada ou é insuficiente em calorias e nutrientes.

A nutrição enteral é um método simples, seguro e eficaz que ajuda a manter o estado
nutricional adequado, permitindo a ingestão correta de calorias, proteínas, gorduras,
vitaminas e minerais nas doses certas, além de proporcionar melhor recuperação e qualidade
de vida.

Nas dosagens ideais prescritas pelo médico ou nutricionista, a alimentação por sonda
atende todas as necessidades nutricionais e, muitas vezes, não necessita de alimentação
complementar, como sucos, leite, vitaminas, sopas, caldos ou outros suplementos.

A utilização de nutrição enteral não se restringe apenas a pessoas acamadas.

Sua indicação é prescrita para pessoas com necessidades nutricionais normais ou


aumentadas, como em casos de perda de peso, falta de apetite, incapacidade funcional
temporária ou contínua da via oral (boca e esôfago) ou por alguma condição clínica
específica que comprometa a deglutição, tais como:

✓ Disfagia;
✓ Acidente vascular cerebral (AVC);
✓ Doença de Alzheimer;
✓ Doenças neurológicas;
✓ Tumores;
✓ Condições que necessitem de repouso, como em caso de cirurgias.

Diferença entre dieta enteral e nutrição enteral


Tanto nutrição enteral quanto dieta enteral são nomes utilizados para todo tipo de
alimentação que necessite de sonda.

Para administrar a dieta enteral, é necessária a passagem de uma sonda, um tubo fino
e flexível que conduz o alimento até o órgão necessário (estômago ou intestino).
10

Vias de acesso
Apesar de, à primeira vista, parecer complicado, a nutrição enteral é um método
simples, seguro e eficaz, e que, nas dosagens corretas recomendadas pelo profissional de
saúde, proporciona qualidade de vida à pessoa em recuperação, permitindo o convívio
familiar e a redução do estresse típico da rotina de hospitais. Existem duas vias de acesso:

Via Nasoenteral – quando a sonda é introduzida pelo nariz do paciente e ligada ao


estômago (sonda nasogástrica) ou ao intestino delgado (sonda nasojejunal). Geralmente,
essas sondas são recomendadas para pacientes que necessitam seguir a dieta enteral por um
tempo aproximado de até seis semanas.

https://prodiet.com.br/wp-content/uploads/post/via-nasal.png

Ostomia / Gastrostomia – quando a sonda é ligada por meio de cirurgia diretamente


ao tubo digestivo, através de um pequeno corte no abdômen, podendo ser direcionada ao
estômago (gastrostomia) ou ao intestino (jejunostomia). Esse tipo de sonda é recomendado
para pacientes que necessitam de um tratamento mais longo.
11

https://prodiet.com.br/wp-content/uploads/post/ostomia.png

A via de acesso para recebimento da dieta é escolhida pela equipe médica, conforme
cada caso, bem como a sua retirada para retorno da alimentação pela boca.

Para alcançar as necessidades nutricionais é preciso que a dieta seja produzida


artesanalmente ou adquirida em lojas especializadas.

Sendo assim, as dietas enterais são classificadas em 2 tipos:

1. Dieta caseira (artesanal)

É a dieta preparada em domicílio com alimentos em sua forma natural (leite, ovos,
carnes, legumes, verduras, óleo, entre outros) e pode ser adicionada ou não, de módulos de
nutrientes (maltodextrina, albumina, proteína, fibras, vitaminas e minerais). Ela deve ser
liquidificada e coada adequadamente até se obter a consistência ideal, evitando o risco de
entupir o equipo ou a sonda.

Vantagens

✓ Custo relativamente mais baixo;


✓ Possibilidade de individualização e variação da dieta;
✓ Estímulo ao olfato pela preparação caseira.
12

Desvantagens

✓ Maior risco de contaminação microbiológica e perda de nutrientes pelo


processamento;
✓ Tempo de preparo elevado, pelo fato de ser necessário seguir diversas
recomendações;
✓ Possível perda de nutrientes devido a procedimentos e técnicas utilizadas;
✓ Necessidade de ajuste fino na consistência para não entupir a sonda;
✓ Incerteza sobre o cálculo correto de calorias e nutrientes.

2. Dieta industrializada

É uma dieta pronta e nutricionalmente completa. Possui todos os nutrientes


necessários.

Pode ser encontrada na forma de pó, que necessita de diluição em água, ou na forma
líquida, pronta para administração diretamente no frasco.

Vantagens

✓ Menor risco de contaminação alimentar;


✓ Menor tempo de preparo: fórmula pronta para uso;
✓ Ingestão adequada de calorias, sem perda de nutrientes;
✓ Consistência ideal para administração na sonda;
✓ Praticidade, facilidade de acondicionamento, manipulação e administração;
✓ Melhor custo-benefício.

Desvantagens

✓ Custo relativamente mais elevado;


✓ Necessidade de espaço para estocagem;
✓ Encontrada apenas em lojas especializadas.

Complicações Relacionadas À Terapia Nutricional Enteral


As complicações relacionadas à Terapia Nutricional enteral são divididas em
complicações gastrointestinais, mecânicas, metabólicas e infecciosas. Dentre as
13

complicações gastrintestinais destacam-se: distensão abdominal, náuseas e vômitos,


diarreia, constipação e isquemia intestinal.

Quando se fala em complicações mecânicas: posicionamento incorreto da sonda,


sinusite, ulcerações e entupimento da sonda.

Com relação às complicações metabólicas: Hiperglicemia, hipoglicemia,


dislipidemias, disfunções eletrolíticas, disfunção hepática entre outras.

Estas complicações metabólicas são muito semelhantes às complicações encontradas


quando se administra a Nutrição Parental. E finalmente, quando se fala de complicações
Infecciosas: pneumonia ocasionada por aspiração e contaminação bacteriana.

Cuidados Necessários Para A Administração Da Dieta Enteral


Por meio da dieta enteral é possível prover a correta nutrição dos pacientes que se
encontram com o sistema digestivo de alguma forma comprometido. Contribuindo, assim,
na recuperação, saúde e qualidade de vida de milhões de pacientes pelo mundo.

Para que ele possa sentir esses efeitos positivos, porém, a correta administração da
dieta enteral é fundamental.

Se você possui um paciente em casa e é o responsável pela sua alimentação, saiba


como proceder de acordo com as melhores práticas.

Formas De Administração A Dieta Enteral


A dieta enteral pode ser administrada de forma intermitente ou contínua, se valendo
de três métodos:

✓ Por gravidade;
✓ Por seringa;
✓ Por bomba de infusão.

A escolha do método dependerá da necessidade e condições clínicas de cada paciente,


cabendo ao médico a definição do diagnóstico e o melhor método para o caso do paciente.
14

Administração da dieta enteral intermitente por gravidade

A administração da dieta enteral por gravidade é a mais utilizada para os mais diversos
casos.

Nela é utilizado um frasco descartável e é realizada em intervalos, como se fossem


refeições em cada período do dia. Aqui, é importante que o paciente fique sentado ou com
as costas elevadas no momento do procedimento, evitando engasgos. Com a refeição
preparada, verifique se a pinça do equipo está fechada e coloque o frasco em suporte seguro
elevado.

É importante que a refeição fique suspensa a no mínimo 60cm acima da cabeça do


paciente. Feito isso, sem conectar o equipo a sonda, abra a pinça, deixe o liquido preencher
toda extensão da tubulação e feche-a em seguida. Retire a tampa de proteção, faça o encaixe
na sonda e abra a pinça novamente regulando a velocidade conforme orientação médica.
Após o término do conteúdo do frasco, feche a pinça e desconecte o equipo da sonda, que
DEVE ser higienizada.

Para isso, utilize uma seringa para aspirar de 10 a 20ml de água limpa e filtrada e injete
na sonda.

Feito isso, basta fechar a sonda com a tampa de segurança até o momento da próxima
refeição.

Alguns cuidados importantes:

✓ O paciente deve permanecer na posição sentada ou elevada de 20 a 30


minutos após as refeições;
✓ O mesmo frasco não deve ficar conectado ao mesmo bico e à sonda por mais
de 6h sobre o risco de contaminação;
✓ O equipo e o frasco devem ser trocados, no máximo, a cada 24 horas.

Administração contínua por bomba de infusão

Caso o paciente esteja com uma sonda posicionada no duodeno ou jejuno, é possível
realizar a administração contínua da dieta enteral, realizada por gotejamento, com o auxílio
de uma bomba de infusão e que ocorre em um período de até 24 horas.
15

Para os cuidadores esse método é menos trabalhoso, uma vez que o processo é contínuo
e o tempo controlado pela própria bomba.

A cada troca de frasco, porém, é necessário realizar a higiene da sonda, com o auxílio
da seringa, e a troca do equipo.

É importante também manter a posição elevada.

Administração intermitente por seringa

Em casos de gastrostomia, a dieta enteral pode ser administrada através de seringas.


Para isso é necessário separar a quantidade de dieta prescrita em um vasilhame limpo,
aspirando o conteúdo com uma seringa.

Retire a tampa de segurança da sonda, posicione a seringa e faça a administração


cuidadosamente. Esse processo deve demorar de 20 a 30 minutos ao todo.

É muito importante não apertar a seringa de forma a despejar o conteúdo todo de uma
vez.

NUTRIÇÃO PARENTERAL
A nutrição parenteral, ou parentérica (NP), é um método de administração de
nutrientes que é feito diretamente na veia, quando não é possível obter os nutrientes através
da alimentação normal. Assim, este tipo de nutrição é utilizado quando a pessoa já não tem
um trato gastrointestinal funcionando corretamente, o que mais frequentemente acontece em
pessoas em estado muito crítico, como é o caso de câncer do estômago ou intestino em fase
muito avançada, por exemplo.

Existem dois tipos principais de nutrição parenteral:

1. Nutrição parenteral parcial: são administrados apenas alguns tipos de


nutrientes e vitaminas através da veia;
2. Nutrição parenteral total (NPT): são administrados todos os tipos de
nutrientes e vitaminas através da veia.

Geralmente, as pessoas que estão fazendo este tipo de alimentação também se


encontram internadas no hospital, para manter uma avaliação contínua do seu estado de
saúde, no entanto, é possível que, em alguns casos, a nutrição parenteral também seja feita
16

em casa e, nessas situações, o médico ou o enfermeiro devem explicar como administrar a


alimentação corretamente.

https://static.tuasaude.com/media/article/qy/qt/nutricao-parenteral_33081_l.jpg

Quando é indicada
A nutrição parenteral é utilizada com o objectivo de evitar a mal nutrição,
principalmente em pessoas que, por algum motivo, não têm um trato gastrointestinal
funcional ou que precisam dar descanso para o estômago ou intestino.

Por esse motivo, a nutrição parenteral também é indicada quando a alimentação por
via oral, mesmo com sonda, não pode ser feita em condições ótimas por mais de 5 ou 7 dias.

A indicação deste tipo de nutrição pode ainda ser feita por curto prazo, quando é feita
por até 1 mês, ou a longo prazo, dependendo da situação de cada pessoa:

Curto prazo (até 1 mês) Longo prazo (mais de 1 mês)

Remoção de grande parte do intestino delgado Síndrome do intestino curto

Fístula enterocutânea de alto débito Pseudo oclusão crônica do


intestino

Enterotomia proximal Doença de Crohn grave


17

Mal formações congênitas graves Cirurgia múltiplas

Pancreatite ou doença inflamatória intestinal Atrofia da mucosa do intestino com


grave má-absorção persistente

Doença ulcerativa crônica Fase paliativa do câncer

Síndrome de supercrescimento bacteriano -


(SBID)

Enterocolite necrosante -

Doenças metabólicas congênitas -

Queimaduras extensas, traumatismos graves ou -


cirurgias complexas

Transplante de medula óssea, doenças do -


sangue ou câncer

Insuficiência renal ou hepática que afeta o -


intestino

Como Administrar A Nutrição Parenteral


Na maior parte das vezes, a nutrição parenteral é feita pela equipe de enfermagem no
hospital, no entanto, quando é preciso fazer a administração em casa é importante que
primeiro se avalie a bolsa da alimentação, garantindo que está dentro do prazo de validade,
que a bolsa se mantém intacta e que mantém as características normais.

Depois, no caso de administração por um cateter periférico, deve-se seguir o passo-a-


passo:

✓ Lavar as mãos com água e sabão;


✓ Parar qualquer infusão de soro ou medicamento que esteja sendo
administrada pelo cateter;
18

✓ Desinfectar a conexão do sistema de soro, utilizando uma compressa


esterilizada com álcool;
✓ Retirar o sistema de soro que estava no local;
✓ Injectar lentamente 20 mL de soro fisiológico;
✓ Conectar o sistema da nutrição parenteral.

Todo este procedimento deve ser feito com a utilização do material indicado pelo
médico ou enfermeiro, assim como uma bomba de administração calibrada que garanta que
a alimentação é fornecida na velocidade correta e pelo tempo indicado pelo médico.

Este passo-a-passo também deve ser ensinado e treinado com o enfermeiro no hospital,
para tirar todas as dúvidas e garantir que não surgem complicações.

Cuidados Durante A Administração


Durante a administração da nutrição parentérica é importante ir avaliando o local de
inserção do cateter, avaliando a presença de inchaço, vermelhidão ou dor. Caso surja algum
desses sinais, é aconselhado parar a alimentação parenteral e ir no hospital.

Possíveis Complicações
As complicações que podem surgir com a nutrição parenteral são muito variadas e, por
isso, é sempre importante seguir todas as orientações feitas pelo médico e outros
profissionais de saúde.

Os principais tipos de complicações podem ser agrupados de acordo com a duração da


NP:

1. Curto prazo

A curto prazo, as complicações mais frequentes incluem aquelas relacionadas com a


colocação do cateter venoso central, como pneumotórax, hidrotórax, hemorragia interna,
lesão dos nervos do braço ou lesão no vaso sanguíneo.

Além disso, pode ainda acontecer infecção da ferida do cateter, inflamação do vaso
sanguíneo, obstrução do cateter, trombose ou infecção generalizada por vírus, bactérias ou
fungos.
19

A nível metabólico, a maior parte das complicações incluem alterações dos níveis de
açúcar no sangue, acidose ou alcalose metabólica, diminuição dos ácidos graxos essenciais,
alterações dos eletrólitos (sódio, potássio, cálcio) e aumenta da ureia ou da creatinina.

2. Longo prazo

Já quando a nutrição parentérica é usada por um longo prazo, as principais


complicações incluem alterações no fígado e vesícula, como fígado gordo, colecistite e
fibrose portal. Por esse motivo, é comum que a pessoa apresente aumento das enzimas
hepáticas nos exames de sangue (transaminase, fosfatase alcalina, gama-GT e bilirrubina
total).

Além disso, pode ainda acontecer deficiência de ácidos graxos e de carnitina, alteração
da flora intestinal e atrofia das vilosidades e musculatura intestinal.

Ou melhor, as complicações da NP são classificadas em metabólicas e não


metabólicas. As complicações metabólicas estão relacionadas com a formulação e as não
metabólicas relacionadas com a técnica nos procedimentos mecânicos de posicionamento
do cateter.

Dentre as complicações metabólicas destacam-se: hiperglicemia, hipoglicemia,


desidratação hiperosmolar, disfunção eletrolítica, hiperamonemia, disfunção hepática,
dislipidemias, disfunção renal e outras.

Os problemas relacionados ao metabolismo da glicose se destacam pela sua


frequência, porém não deve haver maiores consequências do seu advento quando um
programa de controle de glicosúria e glicemia está em vigor, e os desvios são corrigidos a
tempo.

Merece citação inicial a hiperglicemia e a diurese osmótica, que em suas formas


extremas se seguem do coma hiperosmolar. Os indivíduos propensos a algum destes
acidentes são obviamente os diabéticos, mas também certos doentes com infecção grave,
poli traumatizados, após cirurgias complicadas, e na cirrose hepática.

Segundo Ukleja e colaboradores, dentre as complicações não metabólicas, têm-se:


20

✓ Complicações da punção subclávia: hematoma, hidrotórax, quilotórax,


embolia aérea, migração do cateter, perfuração da aurícula e ventrículo, posicionamento
incorreto do cateter com trombose posterior, enfisema subcutâneo;
✓ Complicações por permanência do cateter: sepsis e trombose venosa;
✓ Complicações da punção jugular: hematoma e lesão plexo braquial são as
mais comuns.

Ora, o modo de administração, enteral ou parenteral depende do tipo ou classe de dieta.


As principais classes das dietas são líquidas, solidas e pastosas.

DIETAS LÍQUIDAS
Sinónimo: Líquida Restrita ou Dieta de Líquidos Claros ou Dieta Hídrica ou Dieta
Líquida Cirúrgica

Características
É uma dieta muito restrita, geralmente usada em pós-operatórios, principalmente de
cirurgias relacionadas ao trato gastrointestinal, com finalidade exclusiva de hidratação e de
readaptação do processo digestivo e absortivo após paralisação por anestesia. Fornece um
mínimo de resíduos, propiciando o máximo de repouso intestinal. Suas principais
características são:

✓ Composta de alimentos líquidos ou que se liquefazem a temperatura corporal


em contato com a boca. Basicamente consiste em água, líquidos límpidos e carboidratos;
✓ Constituída por líquidos claros, límpidos e transparentes, sendo, portanto,
limitada em alimentos, pois a grande maioria dos mesmos não apresenta esta capacidade.
Leite e líquidos preparados com leite e gorduras são excluídos;
✓ Possui baixo valor calórico (hipocalórica), em torno de 400 a 800 kcal (com
média de 500 kcal/dia), por não conter uma variedade alimentar que propicie oferta calórica
adequada, devendo ser ofertada por pouco tempo, pois não tem o objetivo de nutrir, apenas
de hidratar. Nutricionalmente é hiper glicídica (até 70%), hipoproteica e hipolipídica.
Fornece prioritariamente líquidos e eletrólitos;
✓ São preparações de fácil absorção e com pouco resíduo, pela própria
característica física da dieta – líquida – e tipos de alimentos usados;
21

✓ Deve ser administrada por no máximo 24 a 48 horas, sob o risco de precipitar


ou piorar a condição de desnutrição do indivíduo;
✓ Deve ser oferecida em pequenos volumes (100 a 150 ml/refeição) e com
maior fracionamento (10 a 12 refeições/dia) para hidratar os tecidos e evitar distensão
abdominal.

Indicações
✓ Função digestiva restrita;
✓ Restrição severa de resíduos;
✓ Preparo de exames (principalmente de visualização dos cólons);
✓ Pré e pós-operatório (principalmente cirurgias do trato gastrointestinal).

Composição Alimentar
Permite-se água sem gás, água de coco, bebidas isotônicas, chás claros (ervas claras,
frutas e flores), sucos de frutas naturais não ácidas (coados e sem adição de açúcar), caldo
de vegetais e de carne coado sem temperos (oferece-se o caldo do cozimento!), gelatina em
temperatura ambiente. Abaixo apresentamos um quadro com uma lista proposta de alimentos
que podem ser incluídos e que devem ser excluídos deste tipo de dieta:

GRUPO ALIMENTAR PERMITIDOS EVITADOS


PÃES, CEREAIS, ARROZ,
MASSAS, TUBÉRCULOS Nenhum Todos
VEGETAIS Caldos* e sucos coados Leguminosas
Frutas que não
produzem sucos claros
Caldos* e sucos coados (abacate, manga, etc),
FRUTAS (pera, maçã, limão) oleaginosas
LEITE E DERIVADOS Nenhum Todos
CARNES, AVES, PEIXES ECaldo de carne ou frango Ovos, carnes gordas,
OVOS desengordurado (leve) frituras, embutidos, etc.
Óleos vegetais sem
GORDURAS, ÓLEOS Eexcessos; mel, mel KaroÒ, Excesso de óleos e
AÇÚCARES dextrosol. gorduras e açúcar.
22

Chás claros, água de coco, Chá preto, café,


gelatina em temperatura condimentos fortes e
OUTROS ambiente, adoçante. picantes.

Exemplo de Cardápio de Dieta Líquida Restrita


PLANO ALIMENTAR: HORÁRIO E COMPOSIÇÃO GENÉRICA DAS REFEIÇÕES
COMPOSIÇÃO
REFREIÇÃO HORÁRIO
GENÉRICA
Leite meio gordo sem
Pequeno-almoço 9h00
lactose (300 mL)
Meio da manhã 10h30 Sumo 100% fruta (200 mL)
Sopa de produtos hortícolas
Almoço 12h30 passada com Carne ou Peixe
ou Ovo (300 mL)
Meio da tarde 1 15h00 Sumo 100% fruta (200 mL)
Leite meio gordo sem
Meio da tarde 2 17h00
lactose (300 mL)
Jantar 19h30 Idêntico ao Almoço
Leite meio gordo sem
Ceia 22h00
lactose (300 mL)

DIETA LÍQUIDA COMPLETA OU LÍQUIDA GERAL


Características
É composta por preparações líquidas, às quais são adicionadas substâncias que
permaneçam dissolvidas na solução de forma que continue líquida. Ainda oferece pouco
resíduo e é de fácil digestão e absorção. Suas outras características são:

✓ Fornece alimentos e preparações na forma líquida ou que se liquefazem à


temperatura corporal.
✓ Permite adição de leite e derivados, ovos e cereais refinados, sendo o leite a
maior fonte proteica líquida e, em casos de intolerância à lactose ou alergia à proteína do
leite de vaca, podem ser usados produtos isentos de lactose ou fórmulas hidrolisadas.
23

✓ Pode apresentar baixo valor nutritivo, sendo necessário fazer


complementação calórica e nutricional quando houver necessidade de prolongar o uso desta
dieta. Sua oferta calórica fica em torno de 1.200 a 1.500kcal/dia;
✓ Nutricionalmente pode oferecer 50g de proteínas, 50 a 65g de lipídios e 150
a 170g de carboidrato;
✓ Propicia pouca saciedade, sendo necessário aumentar o fracionamento (8 a
10 refeições/dia) com volume médio de 200 a 300 ml por refeição para evitar distensão
gástrica.

Indicações
✓ Evolução pós-cirúrgica (dieta de transição após o uso da dieta líquida
restrita);
✓ Após cirurgias de cabeça e pescoço;
✓ Dificuldade de mastigação e/ou deglutição;
✓ Para pacientes que não toleram alimentos sólidos.

Composição Alimentar
É fundamentalmente à base de leite e bebidas lácteas (preferencialmente desnatados),
sem açúcar e alimentos gás-formadores, sendo permitido: cereais refinados, ovos, sucos
naturais de frutas peneiradas sem açúcar, caldos liquidificados (carne, frango, peixe,
vegetais), além de pudins e iogurtes. As preparações devem ser liquidificadas e coadas a
ponto de poderem ser tomadas por canudos, caso necessário.

Importante ressaltar que não se recomenda seu uso por sondas enterais devido o
descontrole de viscosidade e osmolalidade das preparações artesanais. O quadro abaixo
exemplifica melhor as permissões e exclusões alimentares:

GRUPO ALIMENTAR PERMITIDOS EVITADOS


Cereais refinados e
cozidos, mingaus finos,
PÃES, CEREAIS, ARROZ, como espessante de sopas Alimentos integrais,
MASSAS, ETC. (farinha de aveia, creme de com sementes, farelos.
24

arroz, milho e trigo),


macarrão, arroz.
Vegetais crus e
Caldos e sucos inteiros, folhosos,
VEGETAIS liquidificados e coados* leguminosas.
Sucos liquidificados e Frutas inteiras e
FRUTAS coados flatulentas
Produtos integrais e
desnatados, bebidas
lácteas, iogurtes líquidos,
requeijão cremoso, queijos Queijos ricos em
LEITE E DERIVADOS brancos e macios, pudim gordura
CARNES, AVES, PEIXES Liquidificados na sopa, Carnes gordas,
E OVOS ovos moles embutidos
Todos, sem excessos;
GORDURAS, ÓLEOS E gelatina, sorvete, geleia,
AÇÚCARES pudim Doces em pasta
Café, chá preto, tereré,
excesso de
OUTROS Chás, temperos naturais condimentos

Exemplo de Cardápio de Dieta Líquida Completa


PLANO ALIMENTAR: HORÁRIO E COMPOSIÇÃO GENÉRICA DAS REFEIÇÕES
REFEIÇÃO HORÁRIO COMPOSIÇÃO GENÉRICA
BATIDO COM:
Leite meio gordo (400 mL)
Creme de cereais para
adultos (20 g) ou Pão de
Pequeno-almoço 9h00
mistura (25 g) ou Bolachas
maria (12 g) ou Bolachas de
água e sal (15 g)
Fruta fresca (160 g)
25

Meio da manhã 10h30 Sumo 100% fruta (200 mL)


Sopa de produtos hortícolas
Almoço 12h30 passada com Carne ou Peixe
ou Ovo (500 mL)
Meio da tarde 1 15h00 Sumo 100% fruta (200 mL)
BATIDO COM:
Leite meio gordo (400 mL)
Creme de cereais para
adultos (20 g) ou Pão de
Meio da tarde 2 17h00
mistura (25 g) ou Bolachas
maria (12 g) ou Bolachas de
água e sal (15 g)
Fruta fresca (160 g)
Jantar 19h30 Idêntico ao Almoço
BATIDO COM:
Leite meio gordo (300 mL)
Creme de cereais para
Ceia 22h00 adultos (20 g) ou Pão de
mistura (25 g) ou Bolachas
maria (12 g) ou Bolachas de
água e sal (15 g)

DIETA PASTOSA
A dieta pastosa tem consistência mole e, por isso, é indicada, principalmente, após
cirurgias no sistema digestório, como gastroplastia ou cirurgia bariátrica, por exemplo. Além
disso, essa dieta facilita todo o processo da digestão porque diminui o esforço do intestino
para digerir os alimentos.

Além de casos de cirurgia, essa dieta também é utilizada em pacientes com


dificuldades em mastigar ou engolir a comida devido a inflamações ou feridas na boca,
utilização de prótese dentária, retardo mental severo ou em caso de doenças como a
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), por exemplo.
26

https://static.tuasaude.com/media/article/ed/qn/dieta-pastosa_26675_l.webp

Alimentos permitidos na dieta pastosa


Os alimentos permitidos na dieta pastosa são cereais, frutas e legumes sem casca, ovo,
peixe ou carne de aves que possam ser transformados em purês, liquidificados ou amassados,
como:

✓ Creme de arroz;
✓ Batata doce, cenoura ou suco de frutas e hortaliças;
✓ Leite, iogurte batido;
✓ Carnes, peixes e aves na forma de purê ou desfiados, sem pele;
✓ Ovos mexidos moles;
✓ Gelatina, sorvetes, geleia, mel;
✓ Manteiga, creme de leite, azeite e óleo de coco, etc.

A dieta pastosa é mais atraente e melhor tolerada quando os alimentos são colocados
na consistência pastosa separadamente, em vez de todos misturados juntos.

Alimentos proibidos na dieta pastosa


Os alimentos proibidos na dieta pastosa são alimentos duros, crocantes e secos. Alguns
exemplos são as frutas secas como castanhas e amendoins, coco, biscoitos e alimentos de
27

difícil digestão, como alimentos empanados, fritos ou embutidos, como salsicha, linguiça e
presunto.

Iogurte com pedaços de frutas, frutas com bagaço e casca, hortaliças folhosas cruas e
alimentos com sementes também não são aconselhados.

Cardápio da dieta pastosa


A tabela a seguir traz um exemplo de cardápio de 3 dias da dieta pastosa:

Refeição Dia 1 Dia 2 Dia 3

Café da manhã Mingau de aveia 1 iogurte natural vitamina de abacate


batido com fruta e 1
col de pasta de
amendoim

Lanche da 1 banana amassada 1 copo de suco 1 maçã cozida


manhã com 1 col rasa de
pasta de amendoim

Almoço/Jantar sopa de carne moída purê de batata com arroz em papa, caldo
batida no peixe desfiado e de feijão e frango
liquidificador cenoura cozida desfiado + gelatina
amassada + 1 copo
de suco

Lanche da 1 iogurte + 1 ovo vitamina de mamão cuscuz dissolvido no


tarde cozido amassado leite + 1 ovo cozido

A quantidade e o tipo de alimento a ser adicionado na dieta pastosa varia com cada
caso, e o ideal é que essa dieta seja acompanhada por um profissional de saúde, como o
nutricionista.
28

Creme de legumes e frango

https://static.tuasaude.com/media/article/zs/qm/dieta-pastosa_26676_l.webp

Ingredientes:

3 batatas médias, 2 mandioquinhas, 2 cenouras pequenas, 1 cebola pequena, 500g de


peito de frango desfiado, cheiro verde, Azeite, 3 dentes de alho, sal a gosto, queijo ralado ou
muçarela ralada (opcional)

Modo de preparo:

Descascar e cortar os legumes. Colocar em uma panela de pressão o azeite e o alho,


adicionando em seguida os legumes cortados e o creme de cebola. Cobrir com água fervente
até tampar totalmente os legumes e tampar a panela.

Deixar na pressão por 8 minutos e retirar. Após abrir a panela, retirar os legumes com
o caldo e bater no liquidificador por 2 minutos.

Em uma panela, refogar o peito de frango com sal a gosto, azeite e cebola. Despejar o
caldo em cima do frango e mexer bem, desligando o fogo e salpicando cheiro verde por
cima. Se necessário, bater a mistura com o frango no liquidificador também. Servir em
seguida com queijo ralado (opcional).
29

DIETA HIPER – PROTEICA


A dieta da proteína, também chamada de dieta hiper proteica ou proteica, baseia-se no
aumento do consumo de alimentos ricos em proteínas, como carnes e ovos, e diminuição da
ingestão de alimentos ricos em carboidratos, como pão ou macarrão. Comer mais proteínas
ajuda a diminuir a fome e aumentar a sensação de saciedade, isso porque atua diretamente
nos níveis de grelina e de outros hormônios responsáveis por regular o apetite.

Dessa forma, as proteínas podem aumentar o metabolismo, ajudando a queimar mais


calorias, e a ausência de carboidratos na alimentação faria com que o organismo utilizasse
outras fontes de gordura para produzir energia.

É normal que no início da dieta a pessoa sinta um pouco de fraqueza e tontura nos
primeiros dias, no entanto esses sintomas normalmente passam após 3 ou 4 dias, que é o
tempo necessário para o organismo se acostumar com a falta de carboidratos.

Dieta hiper proteica hospitalar


A dieta hiper proteica está também inserida no contexto hospitalar. Ela tem
características diferentes da dieta hiper proteica relacionada ao mundo fitness, pois visa a
manutenção ou recuperação da saúde.

Ela é principalmente utilizada em pacientes que:

✓ Necessitam da reposição de tecidos musculares;


✓ Necessitam aumentar a reserva de gorduras;
✓ Não estão atingindo suas necessidades nutricionais com a dieta padrão;
✓ Têm um desequilíbrio no balanço nitrogenado (quando a massa muscular está
sendo perdida).

Papel de uma dieta hiper proteica


A dieta hiper proteica, quando relacionada ao mundo fitness, serve principalmente para
o ganho de massa muscular (hipertrofia), podendo auxiliar ainda na redução de gorduras.

Dentro disso, outros benefícios podem ser citados:

✓ Fortalecimento dos músculos;


✓ Maior saciedade;
30

✓ Melhora do desempenho físico.

É importante mencionar que a dieta hiper proteica está relacionada com a prática de
exercícios físicos regulares. Ou seja, para obter resultados, as duas, tanto a dieta quando as
atividades físicas, devem ser exercidas juntamente.

Já a dieta hiper proteica hospitalar é utilizada na recuperação de pacientes. Actuando


principalmente no fortalecimento da massa magra, já que a proteína é responsável pela
formação muscular.

Alimentos permitidos
O cardápio hiper proteico pode variar desde um restrito, onde o consumo é apenas de
alimentos proteicos e zero carboidratos, até o que envolve apenas o aumento da ingestão de
proteínas.

Em geral, em ambos os casos, o cardápio pode ser construído com base nesses
alimentos:

✓ Carnes magras, peixe, ovo e presunto;


✓ Queijo branco, leite e iogurte desnatados;
✓ Acelga, couve, espinafre, alface, rúcula, agrião, chicória, cenoura, repolho,
tomate, pepino e rabanete;
✓ Azeite de oliva;
✓ Nozes, castanhas e amêndoas;
✓ Chia, gergelim, linhaça e girassol;
✓ Limão e abacate.

As gorduras boas (gorduras insaturadas) presentes em alguns alimentos, como abacate,


nozes, salmão, azeite de oliva extravirgem, atum e sardinha são essenciais para a saúde do
corpo e controle de apetite. Podendo, assim, ser incluídos no cardápio.

O tempo de execução da dieta pode variar. Ela vai depender dos seus objetivos com o
desempenho da dieta e também da orientação nutricional.

As mais restritas, em geral, têm orientação para durarem até 14 dias. Já aquelas
destinadas a atletas de alto rendimento, em busca de hipertrofia, pode ser adotadas
continuamente, com acompanhamento nutricional.
31

Riscos da dieta hiper proteica


O importante é que as pessoas que utilizam o método da dieta hiper proteica se atentem
aos riscos quando não acompanhada por um profissional da saúde e executada durante um
longo prazo.

O surgimento de gota, a sensação de cansaço e danos nos rins e fígados são alguns
riscos que podem surgir naquelas alimentações muito restritas.

É essencial durante o processo da dieta hiper proteica a prática de exercícios físicos.


Como a ingestão de proteínas é grande, sem o fortalecimento dos músculos presentes nas
atividades, o consumo pode engordar em vez de emagrecer.
32

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Não ingerir nada sólido durante as refeições: é assim que funciona a dieta líquida, tudo
é substituído por chás, sopas, shakes, sucos, água e vitaminas. O regime alimentar ajuda a
fazer um detox no organismo, melhora o funcionamento do intestino e também auxilia na
perda de peso, já que as calorias são reduzidas.

O cardápio restrito pode causar perda de massa muscular e hipoglicemia. Então, para
que o organismo não fique lento ou para que não ocorra uma carência nutricional, o indicado
é que a dieta aconteça por no máximo cinco dias.

A dieta líquida pode ser uma solução para quem deseja emagrecer (emagreça com o
Tecnonutri) rápido, é possível eliminar até 2 kg em apenas dois dias. Mas, apesar do cardápio
rígido, o regime também elimina as toxinas do corpo e mantém a disposição.

Também é de fácil adesão e estimula o consumo de frutas, verduras e legumes.

Ela é dieta incompleta, modificada, cujos alimentos se apresentem numa consistência

líquida. Destina-se a utentes que não possam ingerir alimentos sólidos ou cremosos.

A dieta hiper proteica prioriza carnes, laticínios e verduras, e diminui ou exclui do


cardápio massas, pães, doces, a maioria das frutas e outras fontes de carboidratos. A dieta
hiper proteica, quando relacionada ao mundo fitness, serve principalmente para o ganho de
massa muscular (hipertrofia), podendo auxiliar ainda na redução de gorduras.

Dieta hiper proteica hospitalar é utilizada na recuperação de pacientes. Actuando


principalmente no fortalecimento da massa magra, já que a proteína é responsável pela
formação muscular.

Dieta pastosa, por ser de consistência mole é indicada, principalmente, após cirurgias
no sistema digestório, como gastroplastia ou cirurgia bariátrica, por exemplo. Ademais, ela
auxilia todo o processo da digestão pois reduz o esforço do intestino para digerir os
alimentos.
33

FONTES BIBLIOGRÁFICAS

https://www.nutrii.com.br/blog/o-que-e-
nutricaoenteral/#:~:text=Nutri%C3%A7%C3%A3o%20enteral%20%C3%A9%20a%20ofe
rta,grego%20enteron%2C%20que%20significa%20intestino;
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/complicacoe
s-da-terapia-nutricional-parenteral-e-enteral/26001
Ebook – Tudo Sobre Nutrição Enteral da Prodiet
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_terapia_nutricional_aten
cao_especializada.pdf
https://www.diganaoadesnutricao.org/single-
post/2018/07/15/%C3%8Dndice-de-pacientes-hospitalizados-que-est%C3%A3o-
desnutridos-chega-a-60
MAHAN, L. Kathleen et al. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia.
13.ed. São Paulo: Elsevier Editora, 2013. 314-320.
ÁLVAREZ María Luisa et al. Nutrición en pediatría . 2ª. Caracas, Venezuela:
Cania, 2009. 415-445.
BERGER, Mette M; PICHARD, Claude. Parenteral Nutrition in the ICU:
lessons learned over the last few years. Nutrition. 2018
ASPEN. What is Parenteral Nutrition. Disponível em:
<http://www.nutritioncare.org/about_clinical_nutrition/what_is_parenteral_nutrition/>.
Acesso em 17 Dez 2018
BAPEN. Parenteral Nutrition. Disponível em:
<https://www.bapen.org.uk/nutrition-support/parenteral-nutrition>. Acesso em 17 Dez 2018
PIGNATELLI, Nuno. Alimentação Parentérica: Indicações, Modalidades e
suas Complicações. 2008. UCI Hospital Fernando Fonseca.
https://www.tuasaude.com/dieta-pastosa/

Você também pode gostar