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nutrição

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4

2. O QUE É TERAPIA NUTRICIONAL (TN)? ............................................................ 5

3. TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL (TNE) .......................................................... 6

4. TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL (TNP) ................................................... 7

5. NUTRIÇÃO FUNCIONAL ....................................................................................... 8

5.1 Princípios da nutrição funcional ............................................................ 9

6. ALIMENTOS FUNCIONAIS: DEFINIÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E


IMPORTÂNCIA...... ............................................................................................... 15

7. LEGISLAÇÃO....................................................................................................... 18

7.1 Nutrientes e não nutrientes com alegações de propriedades funcionais


e de saúde 20

7.2 Ácidos graxos: EPA e DHA ................................................................ 21

7.3 Carotenoides ...................................................................................... 21

7.4 Fibras alimentares .............................................................................. 22

7.5 Fitoesteróis ......................................................................................... 24

7.6 Polióis (Manitol / Xilitol / Sorbitol) ....................................................... 24

7.7 Probióticos .......................................................................................... 24

7.8 Proteína de soja ................................................................................. 25

8. ALIMENTOS FUNCIONAIS E OBESIDADE ........................................................ 25

9. PRINCIPAIS ALIMENTOS ESTUDADOS E SUAS ALEGAÇÕES DE


PROPRIEDADES FUNCIONAIS .......................................................................... 29
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10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................... 34

11. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ..................................................... 43

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1. INTRODUÇÃO

Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2. O QUE É TERAPIA NUTRICIONAL (TN)?

Fonte: sbcbm.org.br

A terapia nutricional é a oferta de nutrientes pelas vias oral, enteral e/ou


parenteral, de acordo com o as condições clínicas de cada paciente, tendo em vista
à oferta terapêutica de proteínas, energia, minerais, vitaminas e água, adequadas
aos pacientes, que, por algum motivo, não possam receber suas necessidades pela
via oral, convencional.
A terapia nutricional tem como principais objetivos prevenir e tratar a desnutrição,
preparar o paciente para o procedimento cirúrgico e clínico, melhorar a resposta
imunológica e cicatricial, modular a resposta orgânica ao tratamento clínico e cirúrgico,
prevenir e tratar as complicações infecciosas e não infecciosas decorrentes do
tratamento e da doença, melhorar a qualidade de vida do paciente, reduzir o tempo
de internação hospitalar, reduzir a mortalidade e, consequentemente, reduzir custos
hospitalares.

Todos os pacientes em TN devem ser monitorizados rotineiramente a fim de


garantir melhores desfechos clínicos e menores custos de internação
(Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina, 2011, apud
HAMMES, 2019)

Os passos para Terapia Nutricional são:


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• Triagem nutricional;
• Avaliação nutricional dos pacientes em risco nutricional ou desnutridos;
• Cálculo das necessidades nutricionais;
• Indicação da Terapia Nutricional a ser instituída;
• Monitoramento/acompanhamento nutricional;
• Aplicação dos indicadores de qualidade na Terapia Nutricional.

3. TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL (TNE)

Fonte: youtube.com

A nutrição enteral pode ser definida como um alimento para fins especiais, com
ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição
definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou
via oral, industrializado ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou
complementar a alimentação oral em usuário desnutrido ou não, conforme suas
necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a
síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas.

Alterações da motilidade gastrintestinal são comuns em pacientes


hospitalizados em uso de NE e, podem variar dependendo de sua condição
clínica e seu estado nutricional (BTAICHE et al., 2010, apud SCHODER et al
2019).
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É indicada para indivíduos impossibilitados de ingerir alimentos pela via oral,
seja por patologias do trato gastrointestinal alto, por intubação orotraqueal, por
distúrbios neurológicos com comprometimento do nível de consciência ou dos
movimentos mastigatórios. Também é indicada para pacientes com baixa ingesta via
oral e anorexia de diversas causas. A administração de nutrição por sonda enteral não
contraindica a alimentação oral, se esta não implicar em riscos para o paciente
(pacientes com nível de consciência rebaixado ou disfágicos).
A nutrição enteral, ao contrário da parenteral, ajuda a preservar e recuperar a
estrutura e a função do trato gastrointestinal, além de ser economicamente mais
viável.
A regra é: se o trato gastrointestinal funciona, mesmo que parcialmente, use-o.

Uma TN enteral (TNE) precoce e adequada pode reduzir consideravelmente


a incidência de infecções e o tempo de permanência hospitalar
(CARTOLANO et al 2009, apud ALVES 2019).

4. TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL (TNP)

Fonte: nutriente.com.br

A nutrição parenteral (NP) é a infusão intravenosa de nutrientes diretamente na


circulação sistêmica, ultrapassando o trato gastrointestinal (TGI). É recomendada
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quando há uma alteração parcial ou total do trato gastrointestinal, sendo indicada
também em outros casos como o pré-operatório ou subnutrição, além disso, pode ser
utilizada como complemento quando a dieta enteral ou oral não alcançarem as
necessidades nutricionais do paciente.
Os primeiros estudos bem-sucedidos de infusão de uma alimentação artificial
parenteral foram desenvolvidos por Dudrick e colaboradores, somente na década de
1960, o que demonstra o quanto esta prática tem se desenvolvido e se aperfeiçoada,
nos últimos tempos.
A decisão sobre qual paciente será submetido a NP envolve aspectos
relacionados com a doença de base e a experiência clínica da equipe de suporte
nutricional sendo a primeira etapa considerar se o processo mórbido em si vai ser
influenciado pelo suporte nutricional parenteral, se a doença ou o tratamento vai piorar
o apetite, alterar a digestão/absorção e qual sua duração.

A composição básica da solução de NPT deve visar fornecer todos os


nutrientes necessários à demanda nutricional do paciente, bem como deve
estar de 10 acordo com a capacidade metabólica, distúrbios metabólicos,
deficiências ou sobrecargas (TEIXEIRA NETO, 2003, apud CONY, 2019).

5. NUTRIÇÃO FUNCIONAL

Fonte: pixabay.com

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A Nutrição Funcional – atuante no Brasil há mais de 10 anos – conta com o
respaldo científico do The Institute For Functional Medicine (IFM – EUA) e do Instituto
Brasileiro de Nutrição Funcional (IBNF) fundado no ano de 2004.
A Nutrição Clínica Funcional possui cinco princípios básicos: a individualidade
bioquímica, o tratamento centrado no paciente, o equilíbrio nutricional e a
biodisponibilidade de nutrientes, a saúde como vitalidade positiva e as interconexões
em teia de processos bioquímicos que englobam: os desequilíbrios nutricionais,
estruturais e hormonais, o estresse oxidativo, a ecologia gastrintestinal, a
detoxificação do organismo, as alterações imunológicas e a interação corpo-mente.

O conceito de alimentação muda conforme o conhecimento da população


sobre a alimentos saudáveis e seus benefícios. A busca por uma vida
saudável leva as pessoas a buscarem novas formas de alimentação tendo
em vista sua funcionalidade e sustentabilidade, nesse sentido, podemos
perceber em vários setores mudanças profundas, que vieram crescendo nas
últimas décadas e levam ao indivíduo o retorno a vida natural (COSTA, 2012
apud DA SILVA LIBERATO 2019).

5.1 Princípios da nutrição funcional

As condutas da nutrição funcional são norteadas pelos seguintes princípios


básicos:
1- Individualidade bioquímica: princípio base para a terapia nutricional
funcional, caracterizado por um conjunto de fatores genéticos, fisiológicos e
bioquímicos individuais que orquestra o funcionamento do organismo e as
necessidades nutricionais, as quais interagem com fatores ambientais
(incluindo hábitos alimentares, toxinas, poluentes, stress mental e atividade
física). Assim, cada indivíduo apresenta uma necessidade ou deficiência
nutricional específica, que podem ser determinadas pela avaliação de sinais
e sintomas que o mesmo apresenta ou pelo meio ambiente ao qual está
exposto.
2- Tratamento centrado no paciente: o foco do tratamento nutricional
funcional é centrado no indivíduo e não na doença, uma vez que é
considerada a inter-relação entre os sistemas orgânicos e a influência
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sofrida por fatores ambientais, socioeconômicos, emocionais, culturais,
alimentares, bem como antecedentes individuais e familiares, utilização de
medicamentos e prática de atividade física, indicando a individualidade dos
sinais e sintomas apresentados pelo paciente. Neste ponto, utiliza-se,
conjuntamente, o sistema ATMs (Antecedentes, Triggers, and Mediators-
Antecedentes, Gatilhos e Mediadores) para a identificação dos
desequilíbrios nutricionais e funcionais e subsequente obtenção do
diagnóstico nutricional. Nesse sistema, os antecedentes incluem o histórico
de vida e familiar (genético) do paciente; os gatilhos envolvem fatores que
podem ser originários de stress físico, mental e oxidativo, traumas, radiação,
lipopolissacarídeos bacterianos (LPS) e microrganismos; os mediadores
são componentes que podem estar associados a disfunções do organismo,
nominados como mediadores químicos (hormonas, neurotransmissores,
citocinas, radicais livres), subatômicas (íons), cognitivos ou emocionais
(crença em relação à doença, sentimento de medo, ansiedade), sociais e
culturais (relações interpessoais profissionais e familiares).
3- Equilíbrio nutricional e biodisponibilidade de nutrientes: a absorção e
a ação dos nutrientes em âmbito celular são dependentes não apenas da
adequação da ingestão, mas também da razão de equilíbrio entre estes
componentes- os quais agem em sinergia dentro do organismo, da origem
do alimento e sua forma de conservação e preparo, da forma química em
suplementações, e por fim, da condição absortiva e/ou patológica e da
necessidade nutricional individual.
4- Saúde como vitalidade positiva: segundo a Organização Mundial da
Saúde (OMS), saúde se refere ao perfeito estado de bem-estar físico,
mental e social. O indivíduo deve ser avaliado de forma integral e tratado
com o objetivo de modular os desequilíbrios existentes para restabelecer a
relação positiva entre os sistemas, atingindo a saúde de forma plena, ou
seja, com vitalidade positiva.

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5- Inter-relações pela teia de interconexões metabólicas: as interconexões
metabólicas caracterizam um modo que permite elencar as inter-relações
entre todos os processos bioquímicos do organismo e entre o sistema
ATMs, permitindo a identificação dos desequilíbrios metabólicos associados
às condições clínicas apresentadas pelo paciente, favorecendo o
desmembramento das bases funcionais destes distúrbios para o tratamento
de suas causas.

O consumo de alimentos está intimamente ligado aos nossos pertencimentos


sociais, culturais e tradicionais, o que remete a um processo complexo de
tomada de decisão na escolha do alimento (LANDSTRÖM et al. 2007 apud
FILBIDO 2019).

- Passo a passo da Teia de interconexões metabólicas:

Fonte: facebook.com

Teia de interconexões metabólicas da nutrição funcional é utilizada para avaliar


o indivíduo de maneira completa e considerando sua individualidade bioquímica.
Permite identificar pontos positivos e negativos do paciente para direcionar a melhor
conduta nutricional para suas queixas e necessidades. No texto que segue, será
explicado de forma simples como o nutricionista poderá utilizar a teia da nutrição
funcional como ferramenta para o atendimento clínico:

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Inicialmente, é importante que o nutricionista considere no indivíduo os fatores
envolvidos com antecedentes (fatores que ocorreram ao longo da vida do paciente,
desde o nascimento até o momento atual: qualidade da alimentação durante a
gestação, como foi a amamentação e a introdução alimentar, quais as doenças que
ocorreram ao longo da vida desse paciente que podem influenciar seu estado atual),
gatilhos (fatores alimentares e ambientais que estão envolvidos no aparecimento dos
sintomas apresentados pelo paciente e que vão desencadear então os mediadores) e
mediadores (são as substâncias químicas avaliadas pelo nutricionista clínico por meio
dos exames laboratoriais e que vão efetivamente mostrar as alterações apresentadas
pelo indivíduo).
Com relação à teia, o primeiro ponto a ser avaliado pelo nutricionista e de
extrema importância para a nutrição funcional é a ASSIMILAÇÃO (ponto que envolve
o sistema gastrointestinal, isto é, a saúde intestinal do paciente). Nessa etapa é
importante abordar com o paciente algumas questões como funcionamento do
intestino, hábito intestinal, presença de flatulências, má digestão, distensão abdominal
e tentar identificar quais outros pontos da teia que podem estar alterados e culminar
com esses sintomas gastrointestinais, como por exemplo o estresse, que é um fator
importante que pode levar a alterações do sistema gastrointestinal.
O próximo ponto da teia é a INTEGRIDADE ESTRUTURAL que aborda como
está a saúde das membranas celulares que são essenciais para a comunicação entre
as células, possibilitando que as mesmas recebam os nutrientes e possam
efetivamente desempenhar sua função. Dentro da integridade estrutural podemos
fazer uma relação com, por exemplo, a ingestão de ácidos graxos ômega 3 que são
essenciais para manter a estrutura dessas membranas.
Outro ponto importante é o ponto da COMUNICAÇÃO que diz respeito aos
hormônios e aos neurotransmissores que atuam no organismo. Nesse sentido, pode-
se ter alterações nos níveis de hormônios como os hormônios sexuais e os hormônios
tireoidianos que podem comprometer o funcionamento de outros sistemas do corpo
como por exemplo: alterações nos neurotransmissores, sendo o mais conhecido deles
a serotonina que está diretamente relacionada com as sensações de prazer e bem-

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estar. Alterações nos níveis de serotonina podem comprometer o sistema de
assimilação já que a mesma está diretamente associada com a saúde intestinal.
Já o ponto de TRANSPORTE é responsável pelos meios como os hormônios
e os nutrientes vão chegar nas células onde efetivamente conseguem desenvolver
sua atividade biológica. Então o nutricionista deve estar atento para possíveis
alterações nesses transportadores que vão comprometer a atividade biológica de
outras substâncias importantes.
A BIOTRANSFORMAÇÃO é relevante pois o fígado é um órgão importante e
essencial para manutenção da saúde e também para o funcionamento do organismo
já que muitos nutrientes precisam passar pelo metabolismo hepático antes de
efetivamente realizar suas atividades biológicas. Além disso, o fígado é responsável
por filtrar e eliminar as substâncias tóxicas as quais estamos expostos diariamente
(poluentes ambientais, substâncias químicas derivadas de produtos usados na
higiene da casa, perfumes, maquiagens, agrotóxicos e substâncias químicas
encontradas nos alimentos) que precisam ser eliminados do nosso organismo já que
não fazem parte da nossa função biológica.
Além disso, tem-se o SISTEMA DE DEFESA E REPARO que é o sistema que
inclui o sistema imunológico, essencial para a manutenção da saúde já que sem ele
estaríamos constantemente doentes e não teríamos condições de nos
desenvolvermos e viver com plena saúde. O sistema imunológico pode sofrer
alterações provenientes de outros sistemas, como por exemplo, do próprio
comprometimento do funcionamento hepático. Na presença de alterações e
comprometimento do funcionamento hepático por exemplo, nós podemos ter um
estado pró-inflamatório de maior intensidade que vai prejudicar nosso sistema
imunológico e isso pode aumentar o risco de desenvolvimento de diversas doenças
como alergias e hipersensibilidade alimentar por exemplo.
Por último, existe o ponto da ENERGIA, ponto associado com a produção
efetivamente de energia (ATP) no nosso organismo. A pergunta a se fazer aqui é:
como está nossa energia para que possamos desenvolver nossas atividades no dia a
dia? Esse ponto inclui também a presença do estresse oxidativo que deverá ser

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avaliado pelo nutricionista, e pode ser acarretado tanto por uma deficiência de
antioxidantes (vitaminas E, C e A, selênio, etc.) como também pelo estresse emocional
(é muito comum o paciente ter uma vida estressante e consequentemente estar
sempre cansado, fadigado e com falta de energia para realizar suas atividades
cotidianas, às vezes as mais simples atividades).
No centro da teia nós temos os FATORES EMOCIONAIS, ESPIRITUAIS E
MENTAIS. Hoje em dia esses fatores são considerados os mais importantes, porque
é sabido que sem o controle desses fatores, podemos ter um desequilíbrio de todos
os outros fatores envolvidos no funcionamento do nosso organismo. Fatores
emocionais influenciam diretamente a saúde e a doença. Não é à toa que esses
fatores se encontram no cento da teia: eles devem ser considerados durante o
atendimento clínico.
Nesse sentido, é importante que durante a elaboração do plano alimentar do
cliente/paciente o profissional nutricionista inclua alimentos e nutrientes que deem
sustentação para que esse indivíduo possa lidar com as adversidades do dia a dia,
com o próprio estresse e com os fatores emocionais, ao mesmo tempo em que a
nutrição vai conseguir contribuir com que os sinais e sintomas sejam menos
prejudiciais para o organismo de uma forma geral.

O termo funcional está sendo aplicado a alimentos com uma característica


diferente, ou seja, de proporcionar um benefício fisiológico adicional, além
das qualidades nutricionais básicas encontradas (MAYER, 2007 apud PADIA
2019).

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6. ALIMENTOS FUNCIONAIS: DEFINIÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E IMPORTÂNCIA

Fonte: einstein.br

A expressão “alimentos funcionais” foi originada primeiramente no Japão em


meados dos anos 80, também denominados alimentos para uso específico de saúde
(FOSHU, do inglês Foods for Specified Health Use). Foi resultado de um programa
financiado pelas autoridades japonesas com o objetivo de reduzir os recursos
financeiros dispensados com a saúde pública, contendo os avanços das doenças
crônicas. Não existe uma definição aceita internacionalmente, para o termo “alimentos
funcionais” e a maioria dos países não possuem uma definição oficial. Tal fato reflete
em diversos conceitos de “alimentos funcionais” encontrados na literatura, que podem
englobar os alimentos que sofreram algum tipo de processamento e/ou alimentos in
natura como frutas, legumes, cereais.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) não define alimento


funcional, mas, sim, define alegação de propriedade funcional e estabelece
as diretrizes para sua utilização e as condições de registro para alimentos
com alegação de propriedade funcional (COSTA; ROSA, 2016, apud DA
SILVA et al 2019).

Desde que sejam avaliadas pela Gerência Geral de Alimentos (GGALI) da


ANVISA e comprovada sua segurança de uso e eficácia, o alimento detentor da

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alegação pode ser disponibilizado no mercado para consumo. As alegações podem
ser veiculadas em alimentos e ingredientes para consumo humano, em rótulos e
propagandas de produtos elaborados, embalados e prontos para a comercialização e
oferta ao consumidor.
Um alimento pode ser considerado funcional se for demonstrado que o mesmo
pode afetar beneficamente uma ou mais funções alvo no organismo, além de possuir
os adequados efeitos nutricionais, de maneira que seja tanto relevante para o bem-
estar e a saúde quanto para a redução do risco de uma doença.
Os alimentos funcionais são alimentos que provêm a oportunidade de combinar
produtos comestíveis de alta flexibilidade com moléculas biologicamente ativas, como
estratégia para corrigir de forma eficaz os distúrbios metabólicos, resultando em
redução dos riscos de doenças e manutenção da saúde do indivíduo. Os alimentos
funcionais se caracterizam por oferecer vários benefícios à saúde, além do valor
nutritivo inerente à sua composição química, podendo desempenhar um papel
potencialmente benéfico na redução do risco de doenças crônico degenerativas.
Os alimentos e ingredientes funcionais podem ser classificados de dois modos:
quanto à fonte, de origem vegetal ou animal, ou quanto aos benefícios que oferecem,
atuando em seis áreas do organismo:
1- No sistema gastrointestinal;
2- No sistema cardiovascular;
3- No metabolismo de substratos;
4- No crescimento;
5- No desenvolvimento e diferenciação celular;
6- No comportamento das funções fisiológicas e como antioxidantes.

Por meio da alimentação tem se procurado, além de satisfazer as atividades


nutricionais básicas, promover saúde e reduzir o risco de doença. Em meio
ao cenário do século XXI, os alimentos funcionais passaram a ser vistos como
uma estratégia importante para deter o avanço das DCNTs (ROBERFROID
M. 2002, apud SILVA et al 2016, p. 134).

Uma grande variedade de produtos tem sido caracterizada como alimentos


funcionais, incluindo componentes que podem afetar inúmeras funções corpóreas,

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relevantes tanto para o estado de bem-estar e saúde como para a redução do risco
de doenças. Esta classe de compostos pertence à nutrição e não à farmacologia,
merecendo uma categoria própria, que não inclua suplementos alimentares, mas o
seu papel em relação às doenças estará, na maioria dos casos, concentrado mais na
redução dos riscos do que na prevenção.
Os alimentos funcionais apresentam as seguintes características:
a) devem ser alimentos convencionais e serem consumidos na dieta
normal/usual;
b) devem ser compostos por componentes naturais, algumas vezes, em
elevada concentração ou presentes em alimentos que normalmente não os supririam;
c) devem ter efeitos positivos além do valor básico nutricional, que pode
aumentar o bem-estar e a saúde e/ou reduzir o risco de ocorrência de doenças,
promovendo benefícios à saúde além de aumentar a qualidade de vida, incluindo os
desempenhos físico, psicológico e comportamental;
d) a alegação da propriedade funcional deve ter embasamento científico;
e) pode ser um alimento natural ou um alimento no qual um componente tenha
sido removido;
f) pode ser um alimento onde a natureza de um ou mais componentes tenha
sido modificada;
g) pode ser um alimento no qual a bioatividade de um ou mais componentes
tenha sido modificada.

O Japão foi o primeiro país a elaborar um processo de regulamentação


específica para os alimentos considerados funcionais, onde os define como
qualquer alimento que atue positivamente na saúde, no desempenho físico
ou no estado mental de um indivíduo em virtude de suas funções nutricionais.
No Japão, os alimentos funcionais precisam possuir um selo de aprovação
do Ministério de Saúde e Bem-estar japonês (STRINGHETA, 2007 apud
HENRIQUE et al 2018).

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7. LEGISLAÇÃO

Fonte: vilavelha.es.gov.br

No Brasil, o Ministério da Saúde, através da Agência Nacional de Vigilância


Sanitária (ANVISA), regulamentou os Alimentos Funcionais através das seguintes
resoluções: ANVISA/MS 16/99; ANVISA/MS 17/99; ANVISA/MS 18/99; ANVISA/MS
19/99, cuja essência é:
a) Resolução da ANVISA/MS 16/99 - trata de Procedimentos para Registro de
Alimentos e/ou Novos Ingredientes, cuja característica é de não necessitar de um
Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ) para registrar um alimento, além de permitir
o registro de novos produtos sem histórico de consumo no país e também novas
formas de comercialização para produtos já consumidos (BRASIL, 1999a);
b) Resolução da ANVISA/MS 17/99 - Aprova o Regulamento Técnico que
estabelece as Diretrizes Básicas para Avaliação de Risco e Segurança de Alimentos
que prova, baseado em estudos e evidências científicas, se o produto é seguro sob o
ponto de risco à saúde ou não (BRASIL, 1999b);
c) Resolução ANVISA/MS 18/99 - Aprova o Regulamento Técnico que
estabelece as Diretrizes Básicas para a Análise e Comprovação de Propriedades
Funcionais e/ou de Saúde, alegadas em rotulagem de alimentos.

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d) Resolução ANVISA/MS 19/99 - Aprova o Regulamento Técnico de
Procedimentos para Registro de Alimentos com Alegação de Propriedades Funcionais
e/ou de Saúde em sua Rotulagem (BRASIL, 1999d).

Além de garantir a segurança do alimento, essas resoluções determinam que


as alegações sejam cientificamente comprovadas e não induzam o
consumidor ao erro (ANVISA, 2016, apud HENRIQUE et al 2018).

As diretrizes para a utilização da alegação de propriedades funcionais ou de


saúde, segundo a ANVISA são:
a) A alegação de propriedades funcionais e/ou de saúde é permitida em caráter
opcional;
b) O alimento ou ingrediente que alegar propriedades funcionais ou de saúde
pode, além de funções nutricionais básicas, quando se tratar de nutriente, produzirem
efeitos metabólicos e ou fisiológicos e ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser
seguro para consumo sem supervisão médica;
c) São permitidas alegações de função ou conteúdo para nutrientes e não
nutrientes, podendo ser aceitas aquelas que descrevem o papel fisiológico do
nutriente ou não nutriente no crescimento, desenvolvimento e funções normais do
organismo, mediante demonstração da eficácia. Para os nutrientes com funções
plenamente reconhecidas pela comunidade científica não será necessária a
demonstração de eficácia ou análise da mesma para alegação funcional na rotulagem;
d) No caso de uma nova propriedade funcional, há necessidade de
comprovação científica da alegação de propriedades funcionais e/ou de saúde e da
segurança de uso, segundo as Diretrizes Básicas para Avaliação de Risco e
Segurança dos Alimentos;
e) As alegações podem fazer referências à manutenção geral da saúde, ao
papel fisiológico dos nutrientes e não nutrientes e à redução de risco de doenças. Não
são permitidas alegações de saúde que façam referência à cura ou prevenção de
doenças.
O registro de um alimento funcional só pode ser realizado após comprovada a
alegação de propriedades funcionais ou de saúde com base no consumo previsto ou

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recomendado pelo fabricante, na finalidade, condições de uso e valor nutricional,
quando for o caso ou na(s) evidência(s) científica(s): composição química ou
caracterização molecular, quando for o caso, e ou formulação do produto; ensaios
bioquímicos; ensaios nutricionais e ou fisiológicos e ou toxicológicos em animais de
experimentação; estudos epidemiológicos; ensaios clínicos; evidências abrangentes
da literatura científica, organismos internacionais de saúde e legislação
internacionalmente reconhecidas sob propriedades e características do produto e
comprovação de uso tradicional, observado na população, sem associação de danos
à saúde.

Pesquisas vêm sendo realizadas visando desvendar os efeitos metabólicos e


fisiológicos dos alimentos funcionais, principalmente em enfermidades como
câncer, hipertensão, diabetes, Alzheimer, doenças cardiovasculares,
intestinais, ósseas e inflamatórias (STRINGHETA, 2007; VIDAL et al., 2012,
apud HENRIQUE et al 2018).

7.1 Nutrientes e não nutrientes com alegações de propriedades funcionais e


de saúde

Fonte: revistanews.com.br

Representações que apontam ou sugerem a existência de um liame entre o


consumo de um alimento específico ou seu constituinte e a saúde podem ser

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transmitidas no momento em que atendem as diretrizes básicas para comprovação
de propriedades funcionais ou de saúde estabelecidas na Resolução nº 18, de 30 de
abril de 1999 da ANVISA.
Essas diretrizes possuem como objetivo gerar a segurança do alimento e que
haja comprovação científica das alegações além de não persuadir o erro. Podem
constar nas alegações a descrição do papel fisiológico do nutriente ou não nutriente
no crescimento, desenvolvimento e nas funções normais do organismo. Ademais, as
alegações podem, ainda, fazer referência à manutenção geral da saúde e à redução
do risco de doenças.

A preocupação com uma alimentação saudável, que nutra e promova a


saúde, aumenta a preferência dos consumidores por alimentos ricos em
nutrientes que possam fortalecer o organismo, prevenir e combater doenças.
Assim, o desenvolvimento desses alimentos tem contribuído para a inserção
de novas indústrias no mercado de alimentos (BERTÉ et al., 2011 apud DA
SILVA et al, 2019).

7.2 Ácidos graxos: EPA e DHA

Com base em todas as evidências, muitas recomendações para a ingestão de


EPA e DHA para uma dieta humana saudável foram produzidas por um grande
número de agências e associações de saúde globais e nacionais e por órgãos do
governo (ARANCETA et al 2012, apud TOCHER et al 2019).

7.3 Carotenoides

O interesse em dietas ricas em licopeno e em suplementos para a prevenção


ou a terapia de câncer de próstata aumentou extremamente nos últimos anos. Os
produtos de licopeno são bem tolerados e cumprem os requisitos da US Food and
Drug Administration (USFDA, na sigla em inglês) para a designação de geralmente
reconhecida como segura (GRAS, na sigla em inglês). No entanto, ainda é
questionável se existe uma evidência definitiva para recomendá-lo aos pacientes
(SILVA et al 2017, apud BÔTO et al 2019).

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1- Luteína: Os estudos epidemiológicos têm sugerido que o carotenoide luteína pode
agir como antimutagênico, podendo diminuir a incidência das principais doenças
crônico-degenerativas tais como câncer, doenças cardiovasculares, degeneração
macular relacionada com a idade e doenças de pele causadas pela radiação
ultravioleta (ASTNER et al., 2007, apud BIAZI et al 2018).
2- Zeaxantina: A zeaxantina, que apresenta importante papel protetor contra a
degeneração macular e catarata, está presente em poucos alimentos e quando
presente encontra-se em teores reduzidos (RODRIGUEZ-AMAYA et al., 2008,
apud BORGUINI et al 2018).

7.4 Fibras alimentares

1- Fibras alimentares: Tanto as fibras solúveis quanto as insolúveis, podem


representar efeito positivo para a saúde, contribuindo na redução da circunferência
abdominal (CA) e no emagrecimento, podendo ser utilizadas pela população em
geral, sem que estas tragam efeitos negativos e colaterais, ao contrário do uso de
drogas sintéticas usadas no tratamento de obesidade (BERNAUD; RODRIGUES,
2013, apud TEOSSI et al 2019).
2- Beta glucana (em farelo de aveia, aveia em flocos e farinha de aveia): Um
alimento reconhecido pela ciência devido ao seu alto teor de fibras alimentares é a
aveia (Avena sativa L.), possuindo propriedades que são responsáveis por reduzir
o colesterol, prevenindo principalmente as doenças cardíacas. Este cereal possui
em sua composição aminoácidos, ácidos graxos, fibras alimentares, vitaminas e
sais minerais. Por conter uma grande taxa de betaglucana e polissacarídeo, a aveia
é reconhecida como sendo um alimento funcional, sendo classificada como sendo
uma fibra solúvel (TEIXEIRA et al, 2007 apud MARTINES, et al 2018).
3- Dextrina resistente: Produto da dextrinização do amido, a Dextrina Resistente é
um polímero de glicose de cadeia curta que exerce forte resistência à ação
hidrolítica das enzimas digestivas do organismo humano, o componente apresenta
propriedades semelhantes ao amido resistente e não possui sabor adocicado.

22
Estudos a apontam como componente com ação de fibra solúvel e de prebiótico,
ou seja, além de promover redução da resposta glicêmica, ao ser ingerido na
quantidade adequada, estimula a colonização de uma microbiota benéfica ao
organismo humano. O amido a ser dextrinizado pode ser originário, mais
comumente, da batata, do milho ou do trigo (LEFRANC-MILLOT, 2012;
ŚLIZEUSKA et al., 2012 apud FREITAS 2014).
4- Frutooligossacarídeo – FOS: Os frutooligossacarídeos (FOS) são açúcares não
convencionais, não metabolizados pelo organismo humano e não calóricos. São
considerados prebióticos, uma vez que promovem seletivamente o crescimento de
probióticos como Acidophillus, Bifidus e Faecium, aumentando a proliferação
dessas bactérias no trato gastrointestinal. Essa característica faz com que os FOS
promovam uma série de benefícios à saúde humana, desde a redução dos
triglicerídeos séricos e do colesterol total, até o auxílio na prevenção de alguns tipos
de câncer (PASSOS; PARK, 2003 apud REIS et al 2018).
5- Goma guar parcialmente hidrolisada: A goma guar também pode ser empregada
em bebidas como estabilizante ou, ainda, em sorvetes, molhos, misturas para bolo,
como espessante (MUDGIL et al., 2014, apud SILVA et al 2018).
6- Inulina: A inulina é um tipo de fibra solúvel considerada prebiótica que vem sendo
empregada visando o melhoramento do perfil nutricional em diferentes tipos de
alimentos (REBEQUI et al., 2016 apud DOS SANTOS et al 2018).
7- Lactulose: Como a lactulose não pode ser absorvida durante a passagem pelo
intestino delgado do hospedeiro, ela atinge o intestino grosso, onde enriquece o
pool de nutrientes disponíveis para a microbiota intestinal. Após a chegada, a
lactulose é fermentada por certos membros da microbiota intestinal, resultando na
produção de ácidos graxos de cadeia curta (SCFA), hidrogênio (H 2) e metano
(MAO et al 2014, apud WOTZKA 2018).
8- Polidextrose: “As fibras alimentares auxiliam o funcionamento do intestino. Seu
consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida
saudáveis”. (ANVISA, 2016).

23
9- Psillium ou psyllium: “O psillium (fibra alimentar) auxilia na redução da absorção
de gordura. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e
hábitos de vida saudáveis”. (ANVISA, 2016).
10- Quitosana: A quitosana é comercialmente obtida da N-deacetilação da quitina
(β-1,4 N-acetilglucosamina) encontrada no exoesqueleto de crustáceos, insetos e
parede celular de fungos (OLIVEIRA et al., 2014, apud BARRETO et al 2016).

7.5 Fitoesteróis

Os fitoesteróis auxiliam na diminuição da absorção de colesterol por competir


pelo mesmo sítio de absorção, com consequente aumento da excreção fecal de
colesterol. Desse modo, uma dieta rica em fitosteróis reduz a hipercolesterolemia,
auxiliando na prevenção e no tratamento das doenças cardiovasculares. Além de
possuírem propriedades antinflamatórias e anticancerígenas se consumidos
regularmente (COSTA & JORGE, 2011 apud HENRIQUE, 2018).

7.6 Polióis (Manitol / Xilitol / Sorbitol)

O xilitol é um importante açúcar que além de ser utilizado como substituto da


sacarose para diabéticos, devido a sua independência de insulina para aderir às vias
glicogenolíticas, apresenta alto poder anticariogênico, controla o mau hálito e previne
infecções de otite aguda em crianças. Os principais ramos de uso do xilitol são a
produção de alimentos, produtos de perfumaria, farmacêutica e química (MARTÍNEZ
et al., 2015, apud MACHADO 2018).

7.7 Probióticos

O Kefir é um alimento simbiótico (pré e probiótico), que auxilia na prevenção e


tratamento de disbiose intestinal. Trata-se de uma bebida de leite fermentado que tem
sua origem nas montanhas do Cáucaso da Rússia. Sendo este preparado por

24
inoculação de leite com Grãos de Kefir que são uma combinação de bactérias e
leveduras, numa matriz simbiótica (DESENTHUM; JOHN, 2015 apud DOS SANTOS
MORAES, 2018).

7.8 Proteína de soja

Dentre os alimentos considerados funcionais destaca-se a soja que apresenta


em sua composição fitoquímicos como a isoflavona e a proteína de soja que auxilia
respectivamente na redução dos sintomas da menopausa, além de ser considerada
anticancerígena e atuar na redução dos níveis de colesterol (MATA et al., 2017, apud
HENRIQUE et al, 2018).

8. ALIMENTOS FUNCIONAIS E OBESIDADE

Fonte: mdsaude.com

A obesidade pode ser caracterizada por um excesso de lipídios no tecido adiposo,


que resulta do desequilíbrio entre a ingestão e o gasto energético. Além disso,
evidências científicas relacionam a obesidade com o aumento do estresse oxidativo e
redução dos mecanismos de defesa antioxidante, os quais conduzem a um processo

25
inflamatório crônico de baixo grau, em razão do aumento de citocinas pró-
inflamatórias.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de dois milhões de
pessoas acima de 15 anos de idade apresentam excesso de peso, e, dentre essas,
há mais de 400 milhões obesos. Além disso, as projeções para o ano de 2025 indicam
que haverá um aumento mundial de três bilhões e 700 milhões no número de pessoas
adultas com excesso de peso e obesidade, respectivamente.

Nas últimas décadas, devido às mudanças na alimentação tradicional e


adoção de dieta do tipo Ocidental, a incidência de obesidade, síndrome
metabólica e câncer vem aumentando na população brasileira (Schmidt e
colaboradores, 2011, apud WADI et al 2017).

A obesidade é uma doença crônica de caráter multifatorial e, ao mesmo tempo,


representa um fator de risco para várias outras doenças crônicas. Além da
susceptibilidade genética, fatores ambientais, caracterizados por um estilo de vida
sedentário e hábitos alimentares inadequados representam expressivo papel na
gênese da obesidade da vida moderna e urbana.
A alimentação é um dos fatores relacionados à obesidade que merece destaque.
O maior consumo de alimentos com alta densidade energética, de lipídios saturados
e açúcar, aliado ao menor consumo de frutas e verduras está diretamente associado
com o aumento dos números de sobrepeso e obesidade.
No Brasil não há alimentos ou compostos funcionais aprovados pela ANVISA que
possuem relação direta com a redução do risco de obesidade. Porém, existem
alegações de funcionalidades aprovadas que se correlacionam com alguns fatores de
rico relacionados à obesidade.
Algumas destas alegações de funcionalidade são: auxílio na manutenção de
níveis saudáveis de triglicerídeos (ácidos graxos ômega 3), auxílio na redução da
absorção de colesterol (betaglucana, psyllium, quitosana, fitosteróis), ação
antioxidante que protege as células contra radicais livres (licopeno, luteína e
zeaxantina).
Diante do fato da obesidade ser uma doença de difícil controle, por estarem
envolvidos fatores psicológicos, comportamentais, fisiológicos e genéticos, o consumo
26
de nenhum alimento ou substância específica presente nos alimentos seria capaz de
solucionar o problema da obesidade, sendo necessária uma mudança do estilo de
vida de uma forma geral.
Porém, alguns estudos mostram que determinados compostos e/ou alimentos
funcionais podem indiretamente auxiliar a perda de peso, influenciando o balanço
energético por meio do controle da ingestão ou do gasto energético.
Na Nutrição Funcional, a obesidade é tratada como uma patologia complexa,
com envolvimento de muitos fatores além do desequilíbrio entre a ingestão e a
utilização de calorias.

A obesidade aumenta o risco de doenças mortais como diabetes, do coração


e pelo menos 13 tipos de câncer, de acordo com o Instituto Nacional de
Câncer (INCA 2018, apud MARTINS 2018).

A Nutrição Funcional tem demonstrado clinicamente ser uma intervenção de


sucesso para a redução de peso corporal, pois faz uma interação entre todos os
sistemas do corpo, enfatizando as relações que existem entre a bioquímica, a
fisiologia e os aspectos emocionais e cognitivos do organismo. Ainda levam em
consideração como os genes respondem a essas intervenções dietéticas e preconiza
condutas nutricionais de acordo com a base genética de cada indivíduo. Assim,
personaliza e individualiza as intervenções nutricionais, independentemente do
estado fisiopatológico do paciente.
A Nutrição Funcional parte do princípio que cinco causas ambientais podem
desequilibrar os sistemas orgânicos e causar a obesidade: toxinas, substâncias
alergênicas, microrganismos, estresse e má nutrição.
Esses cinco fatores interagem com nossos genes, causam desequilíbrios
nutricionais e comprometem o funcionamento de sistemas fisiológicos, causando
alterações: imunológicas (que desencadeiam um processo inflamatório crônico), no
metabolismo energético e no sistema oxidante-antioxidante, gastrointestinais (que
afetam a digestão e absorção de nutrientes), estruturais de membrana celular do
músculo esquelético, na destoxificação e biotransformação das toxinas,
neuroendócrinas e hormonais. Além da interação corpo e mente.

27
A programação nutricional para a perda de peso deve adotar condutas que
bloqueiem os gatilhos e por nutrientes que modulem os mediadores, restabelecendo
o equilíbrio funcional de cada sistema. A perda de peso virá como consequência do
restabelecimento da funcionalidade do organismo.
As intervenções de mudança de estilo de vida, aliando uma alimentação mais
saudável (rica em alimentos integrais, fitoquímicos e baixa carga glicêmica), à prática
de exercícios físicos e ao controle do estresse, compõem uma das condutas mais
adotadas para a redução de peso corporal. Porém não são raros os pacientes que
não respondem satisfatoriamente a tudo isso. Assim, tem-se sugerido que a
resistência na redução da gordura corporal pode ser consequência não só do estilo
de vida, mas também da crônica exposição a certas toxinas ambientais que alteram
os mecanismos chaves do controle de peso.
Supõe-se que essas toxinas enviam falsas mensagens, alterando a ação dos
hormônios, principalmente aqueles envolvidos com o controle energético, hormônios
tireoidianos, estrogênio, testosterona, cortisol, insulina, hormônio do crescimento e
leptina. Com isso pode haver alteração na ação dos neurotransmissores que
controlam a saciedade e o metabolismo energético ou até mesmo ocasionar danos na
função muscular, alterando o metabolismo mitocondrial na oxidação dos lipídeos.
Aperfeiçoar os sistemas de destoxificação no organismo humano é uma nova
e importante estratégia para o sucesso na redução de peso corporal. É através desse
sistema que se consegue eliminar as toxinas acumuladas no organismo.
Considerando-se todas as alterações metabólicas ocorridas na obesidade, é
importante se adotar condutas capazes de modular o desequilíbrio funcional e o
quadro inflamatório sistêmico. Assim, alimentos funcionais devem fazer parte do plano
alimentar diário, já que modulam a inflamação, melhoram os níveis de glicemia e
neutralizam as espécies reativas de oxigênio (radicais livres).
Os alimentos funcionais apresentam a capacidade de reduzir o risco de
doenças crônicas, além da sua propriedade básica de nutrir. Esses alimentos
apresentam papel metabólico e fisiológico no desenvolvimento e na manutenção das
funções do organismo humano.

28
Conforme a Organização Pan Americana da Saúde, os fatores de risco
relativos às DCNT são semelhantes em todos os países. Atualmente o
tabagismo, os alimentos com altas concentrações de gorduras trans e
saturadas, o sal e o açúcar em excesso, especialmente em bebidas
adoçadas, o sedentarismo, bem como o consumo excessivo de álcool,
causam mais de dois terços de todos os novos casos de DCNT e aumentam
o risco de complicações em pessoas que já sofrem dessas doenças
(GOULART 2011 apud ROMAN et al 2018).

9. PRINCIPAIS ALIMENTOS ESTUDADOS E SUAS ALEGAÇÕES DE


PROPRIEDADES FUNCIONAIS

Fonte: ciclovivo.com.br

Os principais alimentos estudados na nutrição funcional, com seus respectivos


compostos ativos e propriedades funcionais, são:

Alimentos Componentes ativos Propriedades funcionais


Soja e derivados Isoflavonas Ação estrogênica (reduz
sintomas da menopausa)

29
e pode levar à prevenção
de alguns tipos de câncer)
Soja e derivados Proteína da soja Redução dos níveis de
colesterol
Peixes como sardinha, Ácidos graxos ômega-3 Redução do LDL-
salmão, atum, anchova, colesterol e ação anti-
truta e arenque inflamatória
Óleos de linhaça, soja, Ácido graxo poli- Estimula o sistema
nozes, amêndoas, insaturado – (linoleico) imunológico, tem ação
castanhas e azeite de anti-inflamatória e pode
oliva reduzir o risco de doença
cardiovascular
Azeite, óleo de canola, Ácido graxo Ação antiaterogênica,
azeitonas, abacate e monoinsaturado (oleico) anticancerígena,
frutas oleaginosas imunológica, hipotensora
(castanhas, nozes,
amêndoas)
Chá verde, cerejas, Catequinas e resveratrol Podem prevenir certos
amoras, framboesas, uva tipos de câncer, inibem a
roxa, mirtilo e vinho tinto agregação plaquetária,
reduzem o colesterol e
estimulam o
funcionamento do sistema
imunológico
Tomate e derivados Licopeno Ação antioxidante, reduz
(molho de tomate, suco de níveis de colesterol e
tomate), goiaba vermelha, podem prevenir o risco de
pimentão vermelho e certos tipos de câncer,
melancia (frutas principalmente o de
avermelhadas) próstata

30
Folhas verdes em geral e Luteína e zeaxantina Ação antioxidante,
milho protegem contra
degeneração macular
(alterações na visão)
Cenoura, manga, Betacaroteno Precursor da vitamina A.
abóbora, pimentão Ação hipotensiva
vermelho e amarelo,
acerola e pêssego (frutas
alaranjadas)
Couve-flor, repolho, Indóis e isotiocianatos Indutores de enzimas
brócolis, couve de protetoras que podem
bruxelas, rabanete e proteger contra alguns
mostarda tipos de câncer,
principalmente o de mama
Soja, frutas cítricas, Flavonoides Podem prevenir o risco de
tomate, pimentão, certos tipos de câncer.
alcachofra, cereja e salsa Ação vasodilatadora, anti-
inflamatória e antioxidante
Aveia, centeio, cevada, Fibras solúveis e fibras Podem auxiliar na
leguminosas (feijões, insolúveis redução do risco para
ervilha, lentilha), frutas câncer de cólon e o bom
com casca funcionamento intestinal.
Auxiliam no controle da
glicemia (fibras solúveis)
Podem aumentar a
sensação de saciedade
Alho e cebola Sulfetos alílicos (alil Podem auxiliar na
sulfetos) redução de colesterol,
pressão sanguínea, do
risco para câncer gástrico

31
e auxiliar os processos do
sistema imunológico
Linhaça, noz-moscada Ligninas Podem auxiliar na inibição
da formação de alguns
tipos de tumores
Maçã, manjericão, Taninos Ação antioxidante,
manjerona, sálvia, uva, antisséptica e
caju, soja vasoconstritora
Óleos vegetais Esteróis vegetais, Podem auxiliar na
estanóis redução de doenças
cardiovasculares
Leites fermentados, Probióticos – Favorecem funções
iogurtes e outros produtos bifidobactérias e gastrointestinais, com
lácteos fermentados lactobacilos redução de obstipação e
podem auxiliar na
prevenção do câncer de
cólon
Vegetais como chicória, Prebióticos – Ativação da microflora
alcachofra frutooligossacarídeos e intestinal, favorecendo o
inulina bom funcionamento do
intestino
Fonte: Sociedade Brasileira de Alimentos Funcionais

Dicas para se beneficiar das propriedades funcionais de uma forma mais prática:
 Azeite de oliva extra virgem (acidez < 1%): utilize diariamente uma colher de
sopa sobre a salada no almoço e no jantar.
 Linhaça, aveia e gérmen de trigo: utilize uma colher de sopa pela manhã e/ou
à tarde sobre uma fruta ou iogurte.
 Chá verde: utilize pelo menos três xícaras (200 ml) ao dia. Evite utilizar à noite.

32
 Frutas: coma frutas pelo menos três vezes por dia e procure utilizar frutas de
coloração variada (ex. maçã, mamão e ameixa). Frutas secas também são uma
boa opção.
 Alimentos integrais: se houver opção, sempre escolha massas, panificações
e cereais integrais.
 Soja: caso tolere bem este alimento, procure utilizá-lo como alternativa
alimentar. Existem leites, iogurtes, queijos e preparações muito saborosas.
 Legumes: assim como as frutas, coma pelo menos três vezes por dia. Prefira
variar o máximo possível sua coloração.
 Castanhas e nozes: apesar de bem calóricas, são muito saudáveis. Coma
quatro a cinco unidades, uma vez ao dia como opção.
 Leites fermentados e probióticos: caso tolere bem, procure consumir
diariamente iogurtes e leites que contenham lactobacilos. Estes auxiliam na
regulação intestinal e contribuem para o bom funcionamento orgânico.
 Peixes: caso tolere bem, procure consumir pelo menos duas vezes por
semana, dando preferência às preparações grelhadas.

33
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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