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I.

CLASSIFICAÇÃO DAS HORTALIÇAS


Helen Elisa C. R Bevilacqua
OLERICULTURA Como as áreas são menores, podemos aprimorar os t rat os cult urais
que são int ensivos, podendo-se ut ilizar a polinização manual, fumiga-
O t ermo OLERICULTURA é derivado do lat im: olus (=hort aliça) e cole- ção dos cant eiros, produção de mudas em recipient es, raleament o dos
re (=cult ivar) e, port ant o, é ut ilizado para designar o cult ivo de cert as frut os, adubação foliar, et c. Com isso, ut ilizam-se, de modo int ensivo, a
plant as de consist ência herbácea, geralment e de ciclo curt o e t rat os mão-de-obra e a t erra.
cult urais int ensivos, cuj as part es comest íveis são diret ament e ut iliza- Pela sua alt a rent abilidade física e econômica, a olericult ura permit e
das na aliment ação humana, sem exigir indust rialização prévia. o aproveit ament o de t errenos de baixa fert ilidade nat ural, cuj a ut iliza-
As hort aliças t ambém são denominadas por cult ura olerácea e são ção seria ant ieconômica para out ras cult uras.
popularment e conhecidas como verduras e legumes.
A olericult ura não é sinônimo de hort icult ura, sendo est e últ imo mais
abrangent e, referindo-se à produção de uma grande diversidade de cul- EXPANSÃO DA OLERICULTURA
t uras comest íveis ou ornament ais, como a frut icult ura (cult ura de fru-
t eiras variadas), a cult ura de cogumelos comest íveis, a j ardinocult ura Quando os port ugueses chegaram ao Brasil, os índios que aqui viviam
(produção de plant as ornament ais), o cult ivo de plant as bulbosas (como aliment avam-se com a mandioca, vários t ipos de feij ões e favas, j eri-
a t ulipa), o cult ivo de plant as medicinais, o cult ivo de plant as condi- mum ou moranga, bat at a-doce, beldroega, t omilho, maxixe, caruru,
ment ares e a produção de mudas diversas (viveiricult ura). amendoim e várias espécies de piment a. Na Europa, j á era t radição
Segundo a Sociedade Brasileira de Olericult ura do Brasil, além das agrícola e hábit o dos port ugueses, o cult ivo de hort as, pois a base da
verduras e legumes por nós conhecidos, devem ser incluídas ent re as aliment ação eram os veget ais cozidos, em forma de caldos. Aqui no
cult uras oleráceas, a melancia, o melão, o morango, a bat at a-doce, a Brasil, para garant ir a produção dessas hort aliças, os port ugueses cria-
bat at inha, o inhame, a mandioquinha-salsa, ent re out ras. ram os cint urões verdes (áreas de cult ivo ao redor das cidades), em
Olinda, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo, nos quais, além de hort as,
t ambém implant aram pomares, criavam galinhas e produziam mel. Ado-
CARACTERÍSTICAS DAS HORTALIÇAS t aram a mandioca e cult ivavam os t emperos (coent ro, cominho, hort e-
lã, manj ericão ou alfavaca, salsa, cebola, alho, poej o), couve, nabo,
Como caract eríst ica mais marcant e, t emos o carát er int ensivo, quan- pepino, cenoura, alface, espinafre e berinj ela.
t o à ut ilização do solo, aos t rat os cult urais, à mão-de-obra e aos insu- A out ra influência decisiva na agricult ura e na aliment ação brasileira
mos agrícolas modernos (sement es, defensivos e adubos químicos). Em- veio com os africanos que chegaram ao Brasil a part ir de 1539 e mant i-
pregam-se esses insumos em quant ias elevadas por área cult ivada. Em nham os seus “ roçadinhos” ao redor da senzala, onde plant avam quia-
cont rapart ida, possibilit a alt as rendas líquidas por área cult ivada. bo, vinagreira, inhame, erva-doce, melancia, gergelim, açafrão e vários
O olericult or é o t ipo de empresário rural que obt ém os maiores lu- t ipos de piment a.
cros por unidade de área explorada em relação aos demais agricult ores Embora t enha surgido dessas t rês influências, o brasileiro não se dis-
ou criadores. Ist o porque, na maioria dos casos, o ciclo cult ural das t ingüiu como um grande consumidor de hort aliças. A part ir do começo
hort aliças é bem mais curt o, comparando-se com as demais cult uras. do século XVII, as hort aliças pouco a pouco passaram à cat egoria de
Como exemplo: em um ano, num mesmo t erreno, pode-se ut ilizar para “ mist ura” , ou um complement o event ual, mas a preferência era pelas
3 cult uras de t omat e t ransplant ados, ou 6 cult uras de alface t ransplan- carnes de gado, de peixe e de caça, muit o abundant es e barat as naque-
t adas ou 12 cult uras de rabanet e plant ados diret ament e. O ciclo das la época e pelo feij ão.
hort aliças normalment e é de 3 a 6 meses, com exceção do aspargo (que Houve um aument o do consumo de saladas pelos ricos que t inham
é perene) ou do chuchu (semi-perene). acesso à Cort e Imperial, com a chegada do Príncipe Regent e Dom João,

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Capit ulo I - Classif icação das hort aliças
em 1808, que t rouxe o cost ume da França. Cont udo, a camada mais t ros e órgãos de pesquisa e ext ensão rural (como a EMBRAPA - Empresa
pobre da população não t inha o cost ume de comer as hort aliças, somen- Brasileira de Pesquisas Agropecuárias e EMATER – Empresa de Assist ência
t e consumindo alguns t emperos. Técnica e Ext ensão Rural) que foram criados para a adequação de novas
Pequenas mudanças ocorreram no final do século, com a chegada dos variedades de produt os hort ícolas à nossa realidade de clima e solo e
imigrant es it alianos, alemães e nórdicos, que não abriam mão de seus para auxiliar o produt or na ut ilização dos novos insumos (adubos quími-
hábit os aliment ares aqui no Brasil, aument ando o consumo de bat at a cos, herbicidas, fungicidas, inset icidas, et c.).
(ent re os alemães) e do t omat e (ent re os it alianos) – hort aliças curiosa- Na década de 1970 foram implant adas as primeiras CEASA’s (Cent rais
ment e de origem sul-americana. de Abast eciment o S.A.) beneficiando a produção, com a comercializa-
A cont ribuição mais significat iva para a incorporação do hábit o de ção sendo racionalizada num único local.
consumo de hort aliças pelos brasileiros ocorreu com a chegada dos imi- A década de 1980 é considerada import ant e para a olericult ura brasi-
grant es j aponeses, a part ir de 1908. Depois de t rabalharem nas grandes leira, com o lançament o de cult ivares de hort aliças adapt adas às mais
fazendas de café, inst alaram-se em pequenas propriedades ao redor da diversas condições climát icas do t errit ório nacional, graças às at ivida-
cidade de São Paulo, formando o cint urão verde. Produziam em larga des da pesquisa oficial. Foi nessa época t ambém, que a qualidade dos
escala e com t écnicas modernas, as cult uras hort ícolas j á conhecidas no aliment os passa a ser considerada como fat or de segurança aliment ar e
país e out ras que eles mesmos t rouxeram, como a couve-chinesa, a cou- nut ricional - j á não bast a produzir em quant idade suficient e para abas-
ve-rábano, o espinafre, a bardana, o rabanet e, o repolho, a most arda, o t ecer a população e viabilizar as condições de acesso ao aliment o, mas
brot o de bambu e o brot o de feij ão. t ambém promover e mant er a saúde do homem.
O aument o da urbanização provocou um aument o do preço das t erras Com a chegada da década de 1990, aprofunda-se a crise ambient al no
próximas às cidades e da demanda de aliment os, gerando a necessidade mundo, havendo um grande quest ionament o sobre a influência da soci-
de se aprimorar a produção das hort aliças, com a melhoria da t ecnolo- edade capit alist a na nat ureza e t ambém sobre a sust ent abilidade do
gia ut ilizada e aument o da produt ividade. Com isso, a olericult ura saiu modelo de exploração dos recursos nat urais at é ent ão ut ilizados.
das proximidades das cidades, indo para locais com melhores condições Na últ ima década acent uou-se a implant ação do sist ema de cult ivo
ecológicas (de solo e clima), ou de maior conveniência econômica (cus- prot egido em est ufas e a hidroponia.
t o de ut ilização da t erra e da água). Assim, a hort a evoluiu para a Em 1996, na Conferência da Aliment ação realizada em Roma, a FAO
olericult ura empresarial, at endendo a demanda e exigência dos consu- (Organização das Nações Unidas para Agricult ura e Aliment ação) reco-
midores, t ant o no aspect o da qualidade dos produt os, quant o ao sabor e nhece o fracasso da Revolução Verde e o surgiment o de uma Nova Revo-
riqueza em vit aminas e minerais. lução Verde (ou Alt ernat iva). Além disso, moviment os int ernacionais que
No ent ant o, é int eressant e not ar que o nível de consumo das hort ali- apont avam falhas na propost a química, começaram a propor soluções
ças relaciona-se com a renda pessoal, o grau de escolaridade e a cult ura para uma melhor convivência com os recursos nat urais, criando sist e-
geral da população de um país. mas de produção baseados em modelos que combat em a degradação do
Na década de 1940, surgiu a Revolução Verde, onde devido à deman- meio ambient e e o esgot ament o dos recursos nat urais, garant indo ali-
da crescent e de aliment os, o cult ivo era feit o com a ut ilização dos “ pa- ment o e saúde t ant o para a at ual, quant o para as fut uras gerações.
cot es t ecnológicos” surgido no pós-guerra mundial (com as grandes so- Nas Conferências das Nações Unidas sobre o Meio Ambient e e o De-
bras de mat erial de guerra das indúst rias química e mecânica), que in- senvolviment o, realizadas em 1972, 1982 e em 1992 (est a últ ima no Rio
cluíam o uso da mecanização agrícola, de sement es híbridas seleciona- de Janeiro, conhecida como ECO-92 ou Rio-92), t ornaram-se visíveis os
das, adubos químicos e agrot óxicos para garant ir o aument o da produt i- danos causados pela agricult ura convencional (onde o obj et ivo principal
vidade. Esses pacot es t ecnológicos chegaram a part ir da década de 1960 é o aument o da produção), most rando que a agricult ura era a font e
no Brasil, com o apoio de polít icas agrícolas de crédit o rural e de cen- difusa de poluição no planet a, causado, sobret udo, pelo uso excessivo

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Capit ulo I - Classif icação das hort aliças
de inset icidas. Com isso, buscou-se uma agricult ura menos dependent e lho, espinafre), t alos e hast es (aspargo, funcho, aipo), flores e inflores-
dos insumos químicos, onde se quer conciliar as necessidades econômi- cências (couve-flor, brócoli, alcachofra).
cas e sociais da população humana, com a preservação da base nat ural • Hort al iças-f rut o - ut il iza-se o f rut o, verde ou maduro, t odo ou em
do planet a, ou sej a, o desenvolviment o sust ent ável. part e: mel ancia, piment ão, quiabo, ervil ha, t omat e, j il ó, berinj e-
Os mét odos alt ernat ivos de produção, onde se prioriza a int eração l a, abóbora.
ent re solo-plant a-clima-pragas e et c., começam a crescer, reflet indo Out ra classif icação, mais simples, incorret a e pouco abrangent e
uma mudança de at it ude do ser humano em relação ao meio ambient e. t ambém, e muit o ut ilizada, é a que reúne t odas as hort aliças em dois
Em maio de 1999 o Minist ério da Agricult ura e do Abast eciment o, grandes grupos: as “ verduras” e os “ legumes” . O crit ério para enqua-
at ravés da Inst rução Normat iva nº 07, aprova normas disciplinadoras drar as numerosas hort aliças cult ivadas num ou nout ro grupo, seria a
para a produção, t ipificação, processament o, envase, dist ribuição, iden- adequação ou não à t radicional embalagem que é a caixa t ipo “ K”
t ificação e cert ificação de produt os orgânicos no país. (de querosene, pois est e produt o era t razido, na época da Segunda
Busca-se hoj e, segundo os princípios da agroecologia, o rest abeleci- Guerra, nest e t ipo de caixa), t ambém conhecida como caixa t ipo “ t o-
ment o de uma relação saudável ent re a nat ureza e a sociedade e a mat e” . Assim, os “ legumes” seriam aquelas hort aliças consideradas
consolidação da segurança aliment ar e nut ricional sust ent ável, como adapt adas a t al embalagem (hort aliças t uberosas e hort aliças f ru-
opção para viabilizar a produção de aliment os de qualidade e fort alecer t os); t odas as demais (hort aliças herbáceas) seriam simploriament e
a agricult ura familiar. denominadas de “ verduras” , mesmo que a cor verde não predomine.
Esses t ermos t ambém são ut ilizados, f reqüent ement e, como sinôni-
mos de hort aliças.
CLASSIFICAÇÃO DAS HORTALIÇAS Porém, o melhor crit ério para agrupar as cult uras oleráceas, é con-
siderarmos o parent esco bot ânico das plant as, com a vant agem de se
Devido à grande quant idade de espécies envolvidas e as part iculari- basear em caract eríst icas muit o est áveis. Assim, enquant o que os mé-
dades de cada cult ura, t orna-se necessário uma met odologia capaz de t odos cult urais ut ilizados ou as part es aproveit áveis na aliment ação
evidenciar as semelhanças e as diferenças bot ânicas ou de ordem t ecno- podem variar de uma região para out ra, conf orme imposições econô-
lógica ent re essas cult uras. micas ou por simples t radição regional, as caract eríst icas bot ânicas
Por isso, procura-se agrupá-las didat icament e e, nesse sent ido, exis- são invariáveis. Esse t ipo de classif icação baseia-se no parent esco e
t em várias classificações baseadas nas caract eríst icas comuns. nas semelhanças ent re elas, ut ilizando-se os órgãos veget at ivos e re-
Uma classif icação muit o ant iga considera, como crit ério para o produt ivos.
agrupament o, as part es ut ilizadas na aliment ação humana, e que t êm Para t ant o, ut ilizamos t rês unidades t axonômicas que nos int eressam
valor comercial. At ualment e, t al classif icação vem sendo ut ilizada, mais de pert o:
com pequenas modif icações, pelo sist ema Nacional de Cent rais de • a família bot ânica - que é a reunião dos gênerosbot ânicos afins;
Abast eciment o. • o gênero bot ânico - que é o agrupament o de espécies afins;
A classificação é a seguint e: • a espécie bot ânica - que é a unidade t axonômica básica, englobando
• Hort aliças t uberosas - são aquelas cuj as part es ut ilizáveis desenvol- indivíduos veget ais muit o semelhant es ent re si.
vem-se dent ro do solo, compreendendo: t ubérculos (bat at inha, cará), Essas unidades são ut ilizadas desde os t rabalhos pioneiros do célebre
rizomas (inhame), bulbos (cebola, alho) e raízes t uberosas (cenoura, professor sueco Karl von Linnée (1707 - 1775), adot ando-se um sist ema
bet erraba, bat at a-doce, mandioquinha-salsa). binário de nomenclat ura, em lat im, aceit o universalment e, que com-
• Hort aliças herbáceas - aquelas cuj as part es aproveit áveis sit uam-se preende o nome do gênero e o epít et o específico para designar uma
acima do solo, sendo t enras e suculent as: folhas (alface, t aioba, repo- espécie bot ânica. Como exemplo, t emos:

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FAMÍLIA BOTÂNICA NOME POPULAR NOME CIENTÍFICO Brassica ol eracea var. t ronchuda (couve t ronchuda)
Brassica ol eracea var. bot ryt is (couve-flor)
Alliaceae cebola Al l ium cepa
Brassica ol eracea var. it al ica (brócoli)
Apiaceae cenoura Daucus carot a
Apiaceae salsa Pet roselinum crispum
Com isso, podemos definir bem uma det erminada hort aliça. Exempli-
Ast eraceae alface Lact uca sat iva ficando novament e, o nome complet o, do pont o de vist a cient ífico, t éc-
Brassicaceae couve-manteiga Brassica oleracea var. acephala nico ou comercial, de uma couve-flor brasileira, criada para condições
Brassicaceae rabanet e Raphanus sat ivus de verão quent e, muit o cult ivada no cent ro-sul é:
Brassicaceae rúcula Eruca sat iva
Chenopodiaceae bet erraba Bet a vul garis Brassica ol eracea var. bot ryt is cv. “ Piracicaba precoce” .
Solanaceae t omat e Lycopersicon escul ent um

VARIEDADE BOTÂNICA E VARIEDADE CULTIVADA

No meio t écnico at ual, o ant igo t ermo “ variedade” , no sent ido de


uma variedade comercial plant ada pelos olericult ores, não vem sendo
mais ut ilizado. Tem sido subst it uído pelo t ermo “ cult ivar” (do inglês
cultivat ed variet y), est abelecendo-se que sua abreviat ura é cv. Define-
se cultivar como um grupo de plant as cult ivadas, muit o semelhant es
ent re si, que se dist ingue por quaisquer caract eríst icas, como morfoló-
gicas, fisiológicas, químicas, cit ológicas, et c., como é o caso do rabane-
t e, que pode ser comprido ou redondo, uma alface que suport a o calor
sem florescer, os diversos t ipos de t omat e exist ent es, et c. Tais caract e-
ríst icas são mant idas inalt eráveis durant e a propagação da cult ivar, por
via sexual ou veget at iva.
A variedade bot ânica ou varietas (em lat im) não deve ser confundida
com “ cult ivar” . O t ermo variet as ou abreviando-se var. é uma unidade
t axonômica, ut ilizado logo após o nome da espécie bot ânica, para de-
signar uma população de plant as, dent ro de um mesma espécie, mas
com aparência marcadament e diferent e daquela. Um bom exemplo é o
da espécie bot ânica Brassica ol eracea, originária da couve selvagem
medit errânea, que abrange algumas varietas muit o import ant es, pois
são muit o conhecidas ent re nós:

Brassica ol eracea var. capit at a (repolho)


Brassica ol eracea var. acephal a (couve-mant eiga)

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ANOTAÇÕES
II. A IMPORTÂNCIA DASHORTALIÇAS
NA ALIMENTAÇÃO HUMANA
Vera Lúcia T. Nakayama
A IMPORTÂNCIA DE UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL - font es de carboidrat os = cereais, massas, farinhas, açúcar, feculent os
(bat at a, mandioca, et c.).
Uma aliment ação saudável e equilibrada é fundament al para a saú- - font es de lipídios = óleos e gorduras.
de, const it uindo uma prát ica que cont ribui para o bem est ar físico, ment al Para que uma refeição est ej a qualit at ivament e equilibrada, é neces-
e social dos indivíduos. sário que cont enha pelos menos um aliment o de cada grupo. O hábit o de
A ciência da nut rição est uda os aliment os e suas relações com a saú- consumir aliment os variados é bast ant e saudável para que se garant a o
de, o valor nut rit ivo dos aliment os, o met abolismo, o equilíbrio das die- forneciment o de t odos os nut rient es ao organismo, uma vez que não
t as e os fat ores que int erferem na saúde, os quais podem ser sociais, exist e aliment o complet o. A apresent ação do prat o, com diferent es co-
psicológicos, cult urais e econômicos. res e t ext uras, bem como com sabores diversificados, cont ribui para a
Nos últ imos anos, a aliment ação saudável t em sido alvo de dest aque, implant ação de bons hábit os aliment ares.
visando a longevidade e qualidade de vida. Prova disso são as mat érias
divulgadas pela mídia, muit o embora, nem sempre as informações se- Em t ermos de quant idade, as necessidades variam conforme o sexo,
j am t ransmit idas com clareza e dot adas de comprovação cient ífica. As- faixa et ária e at ividade física dos indivíduos.
sim sendo, é import ant e que o público est ej a cient e dos riscos e benefí-
cios ao t ransformar um cert o aliment o como part e da rot ina de sua VALOR NUTRICIONAL DAS HORTALIÇAS
aliment ação e não apenas se deixar levar pelos apelos nut ricionais que
muit as vezes podem ser t endenciosos ou focados em apenas em um Como vimos, as hort aliças, j unt ament e com as frut as, fazem part e dos
aspect o de saúde. aliment os classificados como reguladores. Os benefícios que as verduras,
legumes e frut as podem propiciar ao organismo est ão cada vez mais com-
GRUPOS DE ALIMENTOS provados por pesquisas cient íficas. Por est a razão, é muit o import ant e
que seu consumo sej a mot ivado desde a primeira infância para que bons
At ravés da ingest ão de aliment os, o organismo recebe os nut rient es hábit os aliment ares se inst alem e perpet uem at ravés das gerações.
necessários para seu funcionament o. Nut rient es são subst âncias quími-
cas, com funções específicas no organismo. São eles: prot eínas, vit ami- • O que já se sabia?
nas e sais minerais, carboidrat os e lipídios.
Podemos dividir os aliment os em t rês grandes grupos, conforme a quan- Font es de vit aminas e minerais t êm sua import ância pela função regu-
t idade de nut rient es que possuem em maior quant idade e sua função: ladora e de prevenção de doenças carenciais.
• Construtores: são os aliment os font es de prot eínas, nut rient es impor- Exemplos:
t ant es para a const rução e manut enção dos t ecidos, formação de enzi- • Vitamina A: import ant e para a visão e para a manut enção da pele e
mas, hormônios e ant icorpos, ent re out ras funções. mucosas. Encont ra-se nas hort aliças e frut as sob forma de carot eno,
- aliment os de origem animal = carnes, ovos, leit e e derivados. que no organismo é convert ido em Vit amina A. Font es: veget ais e
- leguminosas secas = feij ões, grão-de-bico, lent ilha, ervilha-seca. frut as alaranj ados (cenoura, abóbora, manga, mamão, et c.) e folhas
• Reguladores: são os aliment os font es de vit aminas e minerais, nut ri- verde-escuras (agrião, almeirão, brócoli, couve, et c.).
ent es que regulam o funcionament o do organismo, colaborando no apro- • Vitamina C: import ant e para o organismo no combat e às inf ecções
veit ament o de t odos os out ros nut rient es. e no processo de cicat rização; f acilit a a absorção de f erro dos vege-
- aliment os de origem veget al = verduras, legumes e frut as. t ais. Font es: frut as cít ricas, goiaba, mamão, acerola, kiwi, et c. e,
• Energéticos: são os aliment os font es de carboidrat os e lipídios, nut ri- dent re as hort aliças, present e no piment ão verde, espinafre, couve,
ent es que fornecem energia para t odas as at ividades do organismo. brócoli, et c.

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Capit ulo II - A Import ância das hort aliças na aliment ação humana
• O que há de novo? A boa aliment ação (nut rição) é uma condição essencial à saúde.
Tem sua ef icácia quando prat icada regularment e at ravés de mudanças
Nos últ imos anos, a ciência t em descobert o que alguns aliment os de hábit os aliment ares e não apenas como uma diet a de modismo.
podem aj udar a prevenir várias doenças porque cont êm, ent re out ras
subst âncias, os chamados compostos bioativos. Além das vit aminas e
minerais para evit ar as doenças carenciais, t êm component es at ivos A BASE DA SAÚDE É A NUTRIÇÃO E A MATÉRIA-PRIMA É O ALIMENTO
capazes de prevenir ou reduzir males que vão desde a prisão de vent re
at é cert os t ipos de câncer e o envelheciment o precoce. Est es aliment os
est ão sendo chamados de alimentos funcionais. CONSUMO DIÁRIO RECOMENDADO DE HORTALIÇAS
Grande part e dos aliment os funcionais em est udo faz part e do grupo
dos aliment os reguladores. As hort aliças devem ser consumidas diariament e, e de preferência
Exist e uma série de compost os bioat ivos que est ão sendo pesquisa- cruas, para que não t enham perdido as vit aminas no processo de
dos. Cit aremos alguns exemplos: coziment o, e porque cruas dão maior saciedade. O consumo diário
• licopeno: (pigment o vermelho, que dá cor ao t omate, à melancia, ideal de hort aliças, no almoço e no j ant ar, é:
et c.) - est udos most ram que t em propriedades ant icancerígenas, at uan-
do como ant ioxidant es. 1 porção de verdura = 1 xícara de verdura crua ou ½ xícara de
• Bet a-carot enos: (pigment o amarelo-alaranj ado da cenoura, abóbora, verdura cozida, mais
mamão, et c.) - prot egem as células do cérebro cont ra os efeit os dano-
sos dos radicais-livres. 1 porção de legume = ½ xícara
• Glicosinolat os: compost os present es em boa quant di ade na couve-flor,
couve-mant eiga, repolho, brócoli, et c. – aj udam o fígado a fazer uma
desint oxicação, eliminando as subst âncias cancerígenas das células. CONSUMO DIÁRIO RECOMENDADO DE FRUTAS
Além dest as, lembramos que há várias out ras subst âncias funcionais
em est udo, mas não existe alimento milagroso. O grande segredo est á Al ém das hort al iças, as f rut as t ambém são al iment os ricos em
na variedade da aliment ação, um aliment o complement ando o out ro. vit aminas e minerais e, por isso, t ambém devem ser consumidas
diariament e, de pref erência cruas, para não perderem as vit a-
FIBRAS minas durant e o coziment o. O consumo diário ideal de f rut as é:

As hort aliças t ambém são import ant es font es de fibras, j unt ament e 1 porção no café da manhã
com as frut as. Component es dos aliment os veget ais, as fibras não po- 1 porção ant es do almoço
dem ser digeridas pelas secreções gast roint est inais e por isso, desempe-
nham funções de grande valor para o organismo, dent re elas: 1 porção no lanche da t arde
• melhorar o t rânsit o int est inal 1 porção como sobremesa do almoço
• aj udar a eliminar t oxinas 1 porção como sobremesa do j ant ar
• promover o aument o da saciedade
• prot eger a flora bact eriana 1 porção = 1 frut a fresca de t amanho médio ou ½ xícara de frut a
• auxiliar no cont role do diabet es picada ou ½ copo de suco de frut a.
Obs.: É import ant e consumir líquidos para facilit ar a ação das fibras.

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Capit ulo II - A Import ância das hort aliças na aliment ação humana
NUTRIENTE HORTALIÇAS E FRUTAS FONTES Caso queira saber a quant idade de nut rient es que há em cada hor-
DE VITAMINAS E MINERAIS t aliça, consult e a t abela de “ VALOR NUTRITIVO DAS HORTALIÇAS” (Da-
dos ext raídos das Tabelas de Composição de Aliment os de Guilherme
Franco e do Inst it ut o Brasileiro de Geograf ia e Est at íst ica - IBGE).
Legumes e frut as de cor amarela fort e, como: abóbora,
abóbora-moranga, cenoura, mamão , manga e out ros.
Legumes verdes, como: aipo, aspargo, chuchu, j iló, pi-
ment ão, quiabo e out ros.
Vit amina A Verduras verde-escuras, como: agrião, almeirão, bró-
coli, chicória, couve, escarola, espinafre, folhas de be-
t erraba, most arda, salsa, vagem e out ras.Algumas ver-
duras verdes, como a acelga e a alface.

Vit amina E Hortaliças verdes, como: agrião, alface, almeirão e outras.

Vit amina K Verduras verdes e folhosas, principalment e a couve, o


espinafre e out ras.

Vit amina B1 Hort aliças verdes e folhosas, como: abobrinha, agrião,


(Tiamina) alcachofra, almeirão, aspargo, couve, most arda, repo-
lho, salsa, vagem e out ras.

Vit amina B2 Hort aliças verdes e folhosas, como: abobrinha, agrião,


(Riboflavina) alcachofra, almeirão, aspargo, chuchu, couve-flor, es-
carola, espinafre, most arda, salsa, vagem e out ras.

Vit amina C Verduras folhosas cruas e frut as cít ricas cruas são as
mais ricas, como: agrião, couve, piment ão; abacaxi,
caj u, goiaba, laranj a, limão e out ras.

Cálcio Hortaliças verdes, como: acelga, agrião, aipo, alcachofra, al-


(Mineral) meirão, brócoli, cebolinha, chuchu, couve, couve-flor, esca-
rola, espinafre, jiló, mostarda, quiabo, salsa, vagem e outras.

Ferro Hort aliças verde-escuras, como: agrião, almeirão, acel-


(Mineral) ga, brócoli, couve, escarola, espinafre, most arda, sal-
sa, vagem e out ras.

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Capit ulo II - A Import ância das hort aliças na aliment ação humana
VALOR NUTRICIONAL DAS HORTALIÇAS
HORTALIÇAS FIBRA HIDRATO DE PROTEINA GORDURA CALORIAS CALCIO FOSFORO FERRO A B1 B2 NIACINA C
% CARBONO (gr) (gr) (mg) (mg) (mg) (mg) (mg) (mg) (mg) (mg)
Abobora 1,30 9,80 1,20 0,30 46,70 12 27 0,70 280 55 100 0,70 9,50
Abobrinha 0,50 6,00 1,00 0,20 29,80 15 30 0,56 5 230 160 2,90 5,80
Abobora Moranga 0,90 2,70 1,87 0,06 18,80 31 19 1,77 380 70 50 0,80 11,00
Acelga 1,00 5,60 1,60 0,40 32,40 110 29 3,60 292 30 90 0,40 34,00
Agrião 1,20 3,30 1,70 0,30 23,00 168 41 2,60 187 79 154 1,08 43,20
Aipo 1,10 3,30 1,10 0,00 21,20 72 46 0,70 92 48 47 0,24 11,90
Alcachofra 2,00 16,70 2,60 0,20 79,00 39 87 1,00 20 250 129 0,80 7,50
Alface 1,10 2,30 1,20 0,20 16,00 38 42 1,10 425 15 125 0,25 8,70
Alho Porró 2,10 29,30 5,30 0,20 134,00 38 134 1,04 0 224 74 0,29 14,00
Almeirão 1,80 4,10 1,70 0,20 20,00 70 23 1,70 263 213 120 0,40 11,00
Aspargo 2, 60 3,30 1,80 0,20 22,70 25 39 1,00 70 130 190 1,59 30,00
Bat at a Doce 1,10 21,70 1,82 0,10 94,90 40 62 0,90 350 89 25 0,40 23,00
Bat at a Inglesa 0,40 17,60 1,80 0,10 78,50 9 69 1,00 6 90 30 1,50 17,40
Berinj ela 1,90 3,90 1,00 - 19,60 17 29 0,40 5 60 45 0,60 1,20
Bet erraba 1,10 9,00 3,00 0,10 48,90 32 40 2,50 2 50 50 0,38 35,20
Brocolos 3,50 5,50 3,30 0,22 37,00 400 70 15,00 350 54 350 1,60 82,70
Cará 5,10 15,80 1,30 0,20 70,20 18 96 0,50 2 660 45 2,20 0,00
Cebola 1,10 5,60 1,60 0,20 31,50 32 44 0,50 2 60 45 0,36 9,70
Cebolinha 0,00 5,30 1,20 0,30 26,90 27 31 0,40 8 35 45 0,23 35,00
Cenoura 1,10 10,70 1,20 0,40 50,30 56 46 0,60 1100 60 50 0,60 26,80
Chicória 1,80 2,90 1,60 0,20 21,00 29 27 1,50 330 70 140 0,50 6,80
Chuchu 1,70 19,50 2,45 0,10 91,40 5 76 1,60 2 30 40 0,40 10,80
Cogumelo 0,00 2,40 1,70 0,22 18,40 3 136 1,00 1 120 115 1,90 8,00
Couve 2,00 4,50 1,40 0,20 24,50 330 66 2,20 750 96 247 0,37 108,00
Couve-Flor 2,70 4,30 2,50 0,30 30,00 122 61 0,60 1850 90 110 0,70 72,00
Escarola 0,00 3,20 1,60 0,20 21,00 70 49 1,80 2000 70 250 0,40 6,00
Espinaf re 2,90 2,60 2,30 0,10 22,30 95 92 3,08 585 70 100 0,60 15,30
Inhame 1, 00 14,60 1,50 0,20 66,80 25 50 4,00 5 100 83 1,10 9,80
Jiló 1,20 7,00 1,40 1,10 38,00 22 34 1,00 66 70 70 1,00 12,40
Mandioca 0,00 33,00 2,00 0,20 141,80 43 140 0,50 2 300 72 2,20 49,00
Mandioquinha 0,60 29,20 1,50 0,30 125,50 45 101 0,67 20 60 40 3,40 28,00
Most arda 2,00 4,00 2,30 0,30 28,00 221 66 5,66 700 110 220 0,80 57,30
Nabo 0,80 7,10 1,10 0,20 34,60 56 47 0,52 2 70 70 0,85 19,30
Palmit o 0,00 5,20 2,20 0,20 26,00 86 79 0,80 0 46 89 0,71 9,70
Pepino 0, 70 0,35 0,07 0,07 2,31 22 4 0,44 2 30 40 0,20 14,00
Piment ão Verde 1,80 5,70 1,30 0,20 29,00 12 28 0,40 123 53 52 0,82 0,00
Quiabo 1,00 7,40 1,80 0,20 38,60 62 19 0,50 31 40 80 0,60 25,80
Rabanet e 1,60 2,80 0,60 0,13 15,90 138 64 1,71 0 30 30 0,30 18,30
Repolho 6,30 4,30 1,40 0,20 25,00 0,20 53 32,00 10 110 60 0,40 41,30
Salsa 3,30 8,50 3,20 0,60 43,00 195 52 3,10 7000 120 240 1,00 183,4
Tomat e 1,00 3,40 1,00 0,30 20,00 9 43 1,67 60 80 113 0,45 34,30
Vagem 1,80 7,70 2,40 0,20 42,00 55 50 1,16 125 215 200 0,54 23,30
Font e: Tabel as de Composição de Al iment os de Guil herme Franco, do Inst it ut o Brasil eiro de Geograf ia e Est at íst ica - IBGE e da Empresa Brasil eira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA

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Capit ulo II - A Import ância das hort aliças na aliment ação humana
ANOTAÇÕES
III. UTILIZAÇÃO DE PARTES NÃO
CONVENCIONAIS DAS HORTALIÇAS
Daniela Fagioli, Eliana Pereira Vellozo e Rosmari da Silva
As hort aliças, assim como as frut as, são aliment os ricos em vit aminas,
minerais e água. Além desses nut rient es, t ambém fornecem grande quant i- MANIPULAÇÃO DAS HORTALIÇAS
dade de FIBRAS. As fibras são part es do aliment o que não são digeridas e,
dest a forma, aument am o volume das fezes, aj udam sua saída e melhoram Para que possamos consumir as hort aliças (verduras e legumes)
o funcionament o do int est ino. Também auxiliam no cont role do diabet es, com segurança à nossa saúde, devemos manipulá-las observando-
do colest erol e dos t riglicérides. As fibras são encont radas em grande quan- se os seguint es cuidados:
t idade nas cascas, folhas, t alos e bagaços das hort aliças e frut as. Por isso, é
import ant e que est as part es das hort aliças e frut as t ambém sej am aprovei- • Lavá-las int eiras em água corrent e.
t adas, pois além de seu valor nut ricional, são mais uma saudável alt ernat i- • Deixá-las de molho por 15 minutos em água clorada, na proporção de:
va para variar as preparações culinárias e evit ar a monot onia aliment ar. 10ml (= 1 colher de sopa) de cloro ou água sanit ária para 1.000ml
de água (= 1 lit ro)
SELEÇÃO E CONSERVAÇÃO DAS HORTALIÇAS para mat ar os micróbios cont idos nas hort aliças

As hort aliças devem ser colhidas quando est iverem amadurecidas. • Lavar folha por folha das verduras e legume por e l gume
Depois de colhidas, devem ser lavadas para a ret irada da t erra, deixadas • Deixá-las de molho por 15 minut os na água com vinagre (agrim),
para escorrer e depois selecionadas, t omando-se os seguint es cuidados: na proporção de:
• As folhas não devem estar queimadas, com pragas,amassadas e murchas; 10ml de vinagre (=1 colher de sopa) para 1.000ml de água (=1 lit ro)
• Os legumes não devem est ar rachados, machucados emurchos; para desprender das hortaliças, os micróbios mortos pela água clorada
• As hort aliças mais maduras devem ser separadas das mais verdes, con-
sumindo-se em primeiro lugar, as mais maduras. • Lavar novament e as hort aliças em água corrent e
Para melhor conservação, as hort aliças devem ser guardadas em saco para garant ir a eliminação dos micróbios mort os das hort aliças
plást ico, separadas por t ipo de verdura ou legume, e colocadas na gave- • Só depois dest es procediment os, cort á-las e prepará-las.
t a da part e mais baixa da geladeira.

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Capit ulo III - Ut lização de part es não convencionais das hort aliças
CUIDADOS NO PREPARO DAS HORTALIÇAS
RECEITAS UTILIZANDO INTEGRALMENTE AS HORTALIÇAS
• Faça, sempre que possível, o coziment o das hort aliças int eiras ou
cort adas em pedaços grandes. A seguir, sugerimos algumas receit as ut ilizando int egralment e as hor-
• Faça o coziment o em panela fechada, para conservar a cor e os nut ri- t aliças, aproveit ando TALOS, CASCAS e FOLHAS, que são part es t ambém
ent es (vit aminas e minerais). muit o nut rit ivas e, por isso, não devem ser desprezadas.
• Cozinhe apenas o suficient e para que fiquem macias e não deixe
muit o t empo no fogo, para evit ar que percam o valor nut rit ivo. DOCES
• Junt e o sal quando as hort aliças j á est iveram macias.
• Coloque em panela com pouca água (apenas molhada), t ampada e GELATINA DE BETERRABA
em fogo baixo, as verduras folhosas, como o espinafre e a couve. Ingredientes: Água na qual a bet erraba f oi cozida; açúcar; maise-
• Aproveit e o líquido do coziment o das hort aliças para preparar out ras na. PREPARO: Lave bem as bet errabas e leve para cozinhar em água.
receit as, como arroz, feij ão e molhos, pois nessa água est á cont ida a Separe a água do coziment o. Para cada ½ lit ro dest a água, acrescen-
maior part e das vit aminas e minerais. Mas isso só deve ser feit o se a t e uma colher (sopa) de maisena e açúcar a gost o. Mexa e leve para
hort aliça foi cult ivada sem o uso de agrot óxicos. gelar. Sirva.
• Não ut ilize bicarbonat o de sódio no coziment o, pois ele dest rói as
subst âncias nut rit ivas das hort aliças. PÃO DE AIPIM
• Adicione got as de limão à água de coziment o paraacent uar a cor da Ingredientes: 4 colheres (sopa) de açúcar; 3 prat os de mesa de fari-
hort aliça. nha de t rigo; 2 ovos; 4 colheres(sopa) de banha; 1 colher(café) sal; 1
• Adicione uma pit ada de açúcar à água de coziment opara melhorar o prat o de mesa de aipim cozido e amassado; 1 colher (sopa) de ferment o
sabor das hort aliças. de pão; ½ xícara (chá) de leit e.
• Consuma as verduras de folhas de preferência cruas porque, além de Preparo: Desmanche o f erment o no leit e. Mist ure os ovos, a banha,
conservar t odas as vit aminas e minerais, fornecem maior quant idade o aipim, o sal o açúcar e a f arinha de t rigo. Sove a massa e deixe-a
de fibras. descansar at é crescer. Divida a massa em pães e leve para assar no
• Armazene inteiras as hortaliças frescas, que sãomais ricas em vitaminas. f orno. Sirva.
• Não deixe as hort aliças de molho, depois de cort adas ou descascadas.
• Aproveit e as folhas e os t alos, quando a hort aliça for cult ivada sem o PÃO DE CARÁ
uso de agrot óxicos. Ingredientes: 2 xícaras (chá) de cará cozido e amassado; 4 xícaras
• Não use agrotóxicos no plantio da horta, porque estes representam um (chá) de farinha de t rigo; 1 colher (sopa) de ferment o fresco granulado
grande risco à saúde. As hortaliças que apresentarem odor de inseticida ou 1 t ablet e de ferment o fresco; ½ xícara (chá) de leit e; 1 ovo; 1colher
NÃO devem ser consumidas, pois nem uma boa lavagem elimina o produto. (sopa) de banha; 1 colher (sopa) de açúcar; 1 colher (café) sal; 1 colher
• Também é import ant e saber subst it uir as hort aliças dent ro dos se- (café) de canela em pó.
guint es grupos: Preparo: Deixe o ferment o e o açúcar em repouso em leit e morno
FOLHAS: alface, couve, repolho, acelga, almeirão, escarola, espina- durant e 15 minut os. Mist ure a farinha de t rigo com o cará, o ovo e o sal,
fre, rúcula e out ros. a canela e a banha. Acrescent e o ferment o amassando bem. Deixe a
LEGUMES: beterraba, chuchu, abobrinha, abóbora, cenoura, nabo e outros. massa em repouso durant e uma hora e meia. Faça os pães e deixe em
FECULENTOS: bat at a inglesa, bat at a doce, cará, mandioca ou aipim, repouso mais meia hora, em assadeira unt ada e polvilhada. Leve para
mandioquinha, inhame, rabanet e e out ros. assar em forno quent e. Sirva.

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Capit ulo III - Ut lização de part es não convencionais das hort aliças
SALGADOS COM TALOS, FOLHAS OU CASCAS RECEITAS COM TALOS

ASSADO DE TALOS, FOLHAS OU CASCAS CARNE MOÍDA COM TALOS


Sugestão: Para est a receit a use, cozidos ou ref ogados de: t alos de Sugestão: Para est a receit a use t al os de bet erraba, brócol i, cou-
agrião, t alos de bet erraba, t alos de brócoli, t alos de couve, et c. ; OU ve, et c.
f olhas de bet erraba, f olhas de cenoura, f olhas de nabo, f olhas de Experimente: Preparar est a receit a ut ilizando cascas de chuchu bem
rabanet e, et c. ; OU cascas de abóbora j aponesa ou cascas de chuchu. lavadas e cort adas em t iras finas.
IngredienteS: 4 xícaras (chá) de t alos, folhas ou cascas, bem lava- Ingredientes: 1 xícara (chá) de carne moída; 3 xícaras (chá) de t alos
das, picadas e cozidas; 2 colheres (sopa) de queij o ralado; 1 xícara (chá) bem lavados e cort ados com 3 cm de compriment o; 2 t omat es sem peles
de pão amanhecido molhado no leit e; 2 ovos bat idos; 1 cebola pequena e sement es; 1 cebola picada; 2 colheres (sopa) de óleo; cheiro-verde e
picada; 1 colher (sopa) de óleo; cheiro verde e sal a gost o. sal a gost o.
Preparo: Bat a as cascas cozidas no liquidificador ou passe na penei- Preparo: Frit e ligeirament e a cebola e o t omat e no óleo. Acrescent e
ra. Coloque a past a obt ida numa t igela e mist ure o rest ant e dos ingredi- a carne moída e o rest ant e dos ingredient es. Deixe cozinhar at é que a
ent es. Unt e um pirex ou forma com óleo ou margarina, despej e a massa carne e os t alos est ej am macios. Sirva.
e leve para assar at é que est ej a dourada. Sirva quent e.
FRITURINHAS COM TALOS
BOLINHOS DE TALOS, FOLHAS OU CASCAS Sugestão: Para est a receit a use t alos de bet erraba, brócoli, et c.
Sugestão: Para est a receit a use: t alos de acelga, t alos de agrião, t alos Ingredientes: 1 xícara (chá) de t alos bem lavados, cozidos e pica-
de brócoli, t alos de couve, t alos de couve-flor, et c.; OU folhas de bet er- dos; 2 xícaras (chá) de f arinha de t rigo; 2 ovos; 2 colheres (sopa) de
raba, folhas de cenoura, folhas de nabo, folhas de rabanet e, et c.; OU cachaça; sal a gost o; óleo para f rit ar. PREPARO: Bat a no liquidif icador
cascas de chuchu. os t alos ou passe por peneira. Mist ure numa t igela os t alos bat idos, a
Nota: No caso de ut ilizarem-se t alos de brócoli, couve ou couve-flor, f arinha de t rigo, os ovos, a cachaça e o sal, at é f ormar uma massa.
recomenda-se que est es sej am submet idos a uma pré-fervura ant es do Est enda a massa e cort e-a em rodelas com a aj uda de um copo. Junt e
preparo, podendo aproveit ar-se est a água para out ras preparações (ar- duas a duas unindo-as no cent ro. Frit e-as em óleo quent e e recheie e
roz, sopa, et c.). gost o. Sirva.
Ingredientes: 1 xícara (chá) de t alos, folhas ou cascas, bem lavadas
e picadas; 2 ovos; 5 colheres (sopa) de farinha de t rigo; ½ cebola pica- MASSA VERDE PARA PANQUECA
da; 2 colheres (sopa) de água; sal a gost o; óleo para frit ar. Sugestão: Para est a receit a use t alos de agrião, t alos de couve, t alos
Preparo: Bat a bem os ovos e mist ure o rest ant e dos ingredient es. de couve-flor, et c.
Frit e os bolinhos às colheradas em óleo quent e. Escorra os bolinhos em Ingredientes: 1 xícara (chá) de t alos bem lavados, cort ados e co-
papel absorvent e. Sirva. zidos; ¾ xícara (chá) de f arinha de t rigo ou 7 colheres (sopa) rasas; 1
xícara (chá) de leit e; 2 ovos; ½ colher (chá) de sal; 1 colher (sopa) de
RECEITA COM SEMENTES margarina.
Preparo: Bat a no liquidificador os t alos com o leit e ou passe por
TIRA-GOSTO DE SEMENTES peneira. Junt e os demais ingredient es e cont inue bat endo. Unt e uma
Ingredientes: Sement es de abóbora ou melão, sal a gost o. PREPARO: frigideira com óleo e coloque para frit ar uma part e da massa que cubra
Leves bem as sement es e salgue-as. Deixe secar por 24 horas e leve ao o fundo da frigideira (correspondent e a uma concha ou colher de arroz).
forno para t ost ar. Sirva. Recheie a gost o. Sirva com molho de t omat e ou molho branco.

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Capit ulo III - Ut lização de part es não convencionais das hort aliças
SALGADOS COM FOLHAS Preparo: Em uma panela funda coloque o óleo, o sal, a cebola e o
alho. Leve ao fogo para frit ar, j unt ando em seguida as folhas. Acrescen-
FOLHAS REFOGADAS t e 1 lit ro de água fria. Quando abrir fervura, j unt e o fubá previament e
Sugestão: Para est a receit a use folhas de bet erraba, brócoli, couve- umedecido. Deixe cozinhar por uns 10 minut os, mexendo sempre. Sirva
flor, nabo, rabanet e, et c. a polent a quent e ou fria.
Ingredientes: 3 xícaras (chá) de folhas bem lavadas e picadas; 1 ce- Se quiser, t ambém poderá cort ar a polent a, frit á-la em óleo quent e e
bola pequena picada; 1 dent e de alho amassado (opcional); 2 colheres escorrê-la em papel absorvent e, ant es de servir.
(sopa) de óleo; sal a gost o. PREPARO: Frit e no óleo, a cebola e o alho at é
dourar. Junt e as folhas e o sal. Mist ure bem e deixe cozinhar em fogo SUFLÊ DE FOLHAS
baixo e panela t ampada, no próprio suco, at é que est ej am cozidas. Se Sugestão: Para est a receit a use f ol has de bet erraba, cenoura,
necessário, acrescent e água aos poucos, para não queimar. Sirva. nabo, rabanet e, et c.
Atenção: Experiment e usar est a receit a para o recheio de t ort as, Ingredientes: 2 xícaras (chá) de folhas bem lavadas, cozidas e pica-
omelet es, past éis, et c., ou servi-la com molho branco. das; 1 xícara (chá) de leit e; 2 colheres (sopa) de farinha de t rigo; 1
colher (sopa) de margarina ou óleo; 3 ovos, sal a gost o.
PÃO DE LEGUMES E FOLHAS Preparo: Mist ure o leit e, a farinha de t rigo e a margarina ou o óleo.
Sugestão: Para est a receit a use folhas de bet erraba, cenoura, nabo, Leve ao fogo mexendo sempre at é engrossar. Ret ire do fogo, acrescent e
rabanet e, et c. as gemas e as folhas mist urando bem. Coloque as claras em neve mist u-
Ingredientes: ½ bet erraba crua bem lavada e cort ada em pedaços; ½ rando cuidadosament e. Leve ao forno para assar em forma unt ada at é
chuchu cru bem lavado; 2 xícaras (chá) de folhas cruas bem lavadas e dourar. Sirva.
picadas; 1 xícara (chá) do caldo dos legumes e folhas cozidas; 1 ovo; ½
xícara (chá) de água; 1 colher (chá) de açúcar; 3 colheres (chá) de sal; 15 TORTA SALGADA
gramas ou 1 t ablet e de ferment o biológico ou de padaria; 3 colheres (sopa) Sugestão: Para o recheio dest a receit a use f olhas de bet erraba,
de óleo; 4 ½ xícaras (chá) de farinha de t rigo. brócoli, couve-f lor, nabo, rabanet e, et c. , bem lavadas e ref ogadas
Preparo: Bat a no liquidificador a bet erraba, o chuchu e as folhas, com a com t omat e, óleo, cebola, alho (opcional), sal. INGREDIENTES: 2 xí-
água e o caldo dos legumes e folhas. Em seguida j unt e o ovo, o açúcar, o caras (chá) de leit e; 3 ovos; 1 xícara (chá) de óleo; 1 ½ xícara (chá)
sal, o ferment o e o óleo e cont inue bat endo at é mist urar bem. Coloque de f arinha de t rigo, 1 colher (sopa) de f erment o em pó; 1 colher
numa vasilha a farinha de t rigo e despej e a mist ura do liquidificador. Amas- (sobremesa) de sal.
se at é desgrudar das mãos. Deixe a massa descansando para que cresça at é Preparo: Bat a t odos os ingredient es no l iquidif icador ou mist u-
dobrar de volume. Amasse novament e e forme os pães. Coloque-os em re-os bem numa t igel a. Para mont ar a t ort a, unt e uma f orma, des-
assadeira unt ada. Deixe crescer novament e. Coloque para assar em forno pej e a met ade da massa, despej e t odo recheio e, por f im, despej e
com t emperat ura moderada por, aproximadament e, 40 minut os. Sirva. o rest ant e da massa. Leve para assar at é que a massa est ej a doura-
da. Sirva.
POLENTA COM FOLHAS
Sugestão: Para est a receit a use folhas de bet erraba, couve-flor, nabo, SALGADOS COM TALOS OU FOLHAS
rabanet e, et c.
Ingredientes: 3 xícaras (chá) de folhas bem lavadas, picadas e cozi- FAROFA DE TALOS OU FOLHAS
das; 3 xícaras (chá) de fubá, sal a gost o, 2 colheres (sopa) de óleo, 1 Sugestão: Para est a receit a use t alos ou folhas de bet erraba, brócoli,
cebola pequena picada, 1 dent e de alho (opcional). couve-flor, nabo, rabanet e.

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Capit ulo III - Ut lização de part es não convencionais das hort aliças
Ingredientes: 2 colheres (sopa) de margarina ou óleo; 2 colheres Preparo: Cozinhe as vagens de ervilha em um pouco d’ água. Ret ire
(sopa) de cebola ralada; 2 xícaras (chá) de f arinha de mandioca t orra- do fogo e escorra quando est iverem macias. Bat a em liquidificador a
da ou f arinha de milho; sal a gost o; t alos ou f olhas bem lavados, pica- vagem de ervilha cozida, os ovos, o t empero, a cebola e, aos poucos,
dos e ref ogados. adicione a farinha de rosca, at é at ingir a consist ência desej ada. Frit e a
Preparo: Leve ao fogo a margarina ou o óleo e refogue a cebola at é massa às colheradas em gordura quent e. Sirva.
dourar. Junt e os t alos ou folhas. Acrescent e, aos poucos, a farinha de
mandioca ou a de milho e o sal. Mexa bem. Sirva. CUSCUZ DE ESPINAFRE
Ingredientes: Carne de 3 carcaças de frango (250g); 2 prat os (sopa) de
SOPA DE TALOS OU FOLHAS espinafre cru e limpo; 1 colher (sopa) de óleo; 1 cebola média picada; e
Sugestão: Para est a receit a use t alos ou folhas de acelga, agrião, dent es de alho picados; 3 t omat es sem pele picados; 1 maço de cheiro
bet erraba, cenoura, couve, nabo, rabanet e, et c. verde picado; 2 ovos cozidos picados; 3 colheres (chá) de sal; 1/ 3 de xícara
Ingredientes: 1 xícara (chá) de t alos ou folhas bem lavados; 2 bat a- (chá) de farinha de mandioca; 2 xícaras (chá) de farinha de milho de flocos.
t as picadas; 1 cenoura picada, 1 xícara (chá) de caldo de carne; 1 ½ Preparo: Cozinhe as carcaças de frango em 2 litros de água, desfie a
lit ro de água; t emperos e sal a gost o. PREPARO: Pique bem, ou bat a em carne e reserve. Cozinhe o espinafre (folhas e talos) em pouca água e reser-
liquidificador com um pouco de água, os t alos ou folhas. Coloque-os ve. Coloque o óleo em uma panela, acrescente a cebola, o alho e refogue até
numa panela com os demais ingredient es e leve ao fogo para cozinhar dourar. Junte os tomates e o cheiro verde. Acrescente o espinafre, sendo os
at é ficarem macios. Sirva. talos batidos no liquidificador com um pouco de água da cocção e as folhas
ligeiramente picadas. Junte os ovos e o sal. Adicione, aos poucos, as farinhas
OUTRAS RECEITAS DE SALGADOS de milho e mandioca, mexendo sempre até soltar do fundo da panela. Despe-
j e a massa em forma umedecida com água. Deixe esfriar e desenforme.
APERITIVO DE CASCAS DE BATATA Sirva. RENDIMENTO: 1 kg e 430 gramas ou 13 porções de 110 gramas.
Ingredientes: casca de bat at as, óleo para frit ar, sal. PREPARO: Lave
bem as cascas de bat at as e frit e em óleo quent e at é ficarem douradas e FAROFA DE CASCAS DE BATATA
sequinhas. Tempere com sal. Sirva como aperit ivo. Ingredientes: cascas de bat at as bem lavadas, farinha de mandioca,
óleo, cebola, alho, sal e salsa a gost o.
BOLO SALGADO DE CARÁ Preparo: Ferva as cascas de bat at as e depois seque-as em frigideira
Ingredientes: 1 quilo de cará; 5 unidades de bat at a de t amanho mé- e reserve-as. Coloque em frigideira com óleo, a cebola e o alho e deixe
dio; 1 colher (sopa) de margarina; 2 ovos (separar as gemas e bat er as dourar. Acrescent e as cascas secas e refogue um pouco. Adicione a fari-
claras); sal, cheiro verde, óleo para frit ar. PREPARO: Cozinhe o cará e a nha de mandioca, o sal e a salsa. Sirva.
bat at a. Amasse os dois, mist urando-os bem. Junt e a margarina, as ge-
mas, as claras bat idas em neve, o sal e o cheiro verde cort ado. Frit e a PATÊ DE TALO DE BETERRABA
massa às colheradas em óleo quent e. Sirva. Ingredientes: 1 copo de água (200 ml); 1 pires de chá de t alos de
bet erraba; 1 colher (sopa) de cebola picada; 1 colher (chá) de sal; 3
CROQUETE DE VAGEM DE ERVILHA colheres (sopa) de maionese; 2 colheres (sopa) de óleo; sal, orégano,
Ingredient es: 2 pi res (caf é) de vagem de ervi l ha (= 200 gra- piment a do reino e salsa a gost o. PREPARO: Refogue os t alos em pouca
mas); 2 col heres (sopa) de cebol a ral ada; 2 ovos bat i dos; 1 xícara água com sal por cinco minut os. Despreze a água que sobrar. Bat a no
(chá) de f ari nha de rosca; sal e pi ment a do rei no a gost o, gordura liquidificador, adicionando a maionese, a cebola e o óleo. Tempere a
par a f r i t ar. gost o, com orégano, piment a do reino e salsa. Sirva.

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Capit ulo III - Ut lização de part es não convencionais das hort aliças
PATÊ DE CASCA DE ABÓBORA-MORANGA SUCO DE LIMÃO COM COUVE
Ingredientes: 2 colheres (sopa) de óleo; 2 xícaras (chá) de casca de Ingredientes: 5 limões em suco; 5 folhas de couve; 5 colheres(sopa)
abóbora; 1 colher (chá) de salsa picada; 1 colher (sopa) de cebola pica- de açúcar; 1 lit ro de água.
da; 1 dent e de alho picado; 3 colheres (sopa) de maionese; ¼ de limão Preparo: Bat a t udo no liquidificador.
em suco; orégano, sal e piment a do reino a gost o. PREPARO: Cozinhe a Rendimento: 10 porções
casca em água com óleo e condiment os por 10 minut os. Despreze a água
que sobrar. Bat a no liquidificador. Adicione sal a gost o. Sirva.

PATÊ DE RAMA DE CENOURA


Ingredientes: 1 xícara (chá) de rama de cenoura; 1 ½ copo de água
(300 ml); 1 colher (chá) de sal; 3 colheres (sopa) de maionese; 1 colher
(sopa) de cebola picada; 2 colheres (sopa) de óleo; piment a do reino e
orégano a gost o.
Preparo: Ref ogue as ramas em água com sal por 10 mi nut os.
Despreze a água que sobrar. Bat a no l i qui di f i cador e adi ci one a
mai onese, a cebol a e o ól eo. Tempere a gost o com orégano e pi -
ment a do rei no.
Montagem do Patê: Cort e um pão de forma (sem fat iar) no sent ido
longit udinal, em quat ro camadas. Passe ent re as camadas, um t ipo de
pat ê por vez. Cubra os sanduíche, j á mont ado, com maionese e decore
a gost o. Sirva. RENDIMENTO: 15 porções de 75 gramas.

SALGADINHO DE CARÁ
Ingredientes: 1 xícara (chá) de cará cozido e amassado; 1 xícara
(chá) de farinha de t rigo; ½ xícara (chá) de mant ei ga; sal, piment a e
out ros t emperos a gost o; queij o ralado. PREPARO: Amasse t odos os in-
gredient es, menos o queij o. Abra a massa e cort e em pequenos peda-
ços. Passe o queij o. Coloque na assadeira e leve ao forno quent e para
corar. Sirva.

SUCOS

SUCO DE ABACAXI COM BETERRADA


Ingredientes: 6 fat ias de t amanho grande de abacaxi (=300 gramas);
1 bet erraba de t amanho médio (=100 gramas); 1 lit ro de água; 5
colheres(sopa) açúcar.
Preparo: Bat a t udo no liquidificador.
Rendimento: 10 porções

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Capit ulo III - Ut lização de part es não convencionais das hort aliças
ANOTAÇÕES
IV. AGRICULTURACONVENCIONAL
X
AGRICULTURA ALTERNATIVA
Juscelino Nobuo Shiraki
AGRICULTURA ALTERNATIVA

A agricult ura alt ernat iva segundo a EMBRAPA (Empresa Brasileira de


Pesquisa Agropecuária) é “ um conj unt o de sist emas de produção que
busca maximizar os benefícios sociais e a aut o-sust ent abilidade do sis-
t ema produt ivo, minimizar ou at é eliminar a dependência de energia
não renovável (agroquímicos são obt idos do pet róleo, que é uma font e
de energia não renovável) e preservar o meio ambient e at ravés da ut ili-
zação dos recursos nat urais renováveis” .
Esses sist emas de produção t êm como caract eríst icas:
a) O uso int ensivo da mat éria orgânica para mant er a fert ilidade do
solo e favorecer a microvida do solo.
b) A diversificação da propriedade quant o ao cult ivo (policult ura).
c) Minimização/ eliminação do uso de energia fóssil (pet róleo), insumos
(agroquímicos) e t ecnologias import adas.
d) As prát icas de cult ivo mínimo e a int egração da produção vege-
AGRICULTURA CONVENCIONAL t al/ animal.
e) Manut enção de mat as nat ivas.
A agricult ura convencional é aquela baseada num conj unt o de t écnicas,
práticas e procedimentos agronômicos, seguindo padrões estabelecidos pela Dent ro da agricult ura alt ernat iva, exist em diversas linhas ou escolas:
pesquisa, dependent e ent re out ras coisas, da mecanização int ensa (maxi-
mização quant o ao uso de energia não renovável) e com redução da mão- • Agricultura biodinâmica - Surgiu com o filósofo Rudolf St einer, no
de-obra ao mínimo; do uso int ensivo de produt os químicos sint ét icos t ant o início da década de 1920 e é definida como uma “ ciência espirit ual” ,
para repor os nut rient es absorvidos pelas plant as (fert ilizant es sint ét icos), ligada a ant roposofia, em que a propriedade deve ser ent endida como um
como para combat er pragas e plant as daninhas (herbicidas, inset icidas, organismo. Possui uma base comum com as demais formas de produção
fungicidas, et c.) e da adoção do regime agrícola de monocult ura em áreas orgânicas, no que diz respeit o à diversificação e int egração das explora-
ext ensas, com concent ração de capit al e recursos físicos. ções veget ais, animais e florest ais; à adoção de esquemas de reciclagem
O uso int ensivo dos adubos químicos sint ét icos e dos agrot óxicos, de resíduos veget ais/ animais (produzidos dent ro da propriedade) e ao uso
nest e modelo de agricult ura, t raz uma série de desvant agens, t ais como: de nut rient es de baixa solubilidade/ concent ração. Difere das demais cor-
a) Degradação do solo devido ao uso intensivo dos adubos químicos que rent es orgânicas, basicament e em dois pont os: o primeiro é o uso de
destrói a microvida e, com o tempo, há a salinização/ acidificação do solo. preparados biodinâmicos, que são subst âncias de origem mineral, vege-
b) Dest ruição da biodiversidade pelo uso int ensivo de agroquímicos e t al e animal alt ament e diluídas (segundo os princípios da homeopat ia)
pelo cult ivo de uma só espécie (monocult ura). aplicados no solo, nas plant as e nos compost os. Esses preparados t êm por
c) Produção de alt os índices de t oxicidade para quem aplica e não obj et ivo favorecer a microvida do solo, de vit alizar as plant as e est imular
ut iliza os equipament os de prot eção individual. o seu cresciment o e favorecer a decomposição do compost o. O segundo é
d) Risco para quem consome quando não se respeit a a dat a de carência o fat o de efet uar as operações agrícolas (plant io, poda, raleio, demais
do produt o aplicado, ou quando o produt or aplica o produt o em doses t rat os cult urais e colheit a) de acordo com um calendário ast ral, conce-
acima do recomendado. dendo at enção especial à disposição da lua e dos planet as.

22
Capit ulo IV - Agriculut ra t radicional x agricult ura alt ernat iva
• Agricultura biológica - não apresent a vinculação religiosa. Surgiu na na própria unidade de produção agrícola, ao invés de buscar recursos
década de 1930, na Suíça, com o Dr. Hans Müller, com o obj et ivo inicial de ext ernos. Esse sist ema possibilit a uma rápida recuperação de áreas de-
buscar a aut onomia do agricult or e a comercialização diret a. A preocupa- gradáveis e de produção agrícola at ravés de poda int ensiva de árvores,
ção é a prot eção ambient al, a qualidade biológica do aliment o e desen- que acelera a incorporação de biomassa ao solo; int ensivo cont role de
volviment o de font es renováveis de energia. Os princípios da agricult ura sucessão veget al; indução ao rej uvenesciment o e int enso cresciment o e
biológica são baseados na saúde da plant a, que est á associada à saúde do vigor que a poda provoca.
solo, ou sej a, uma plant a bem nut rida, além de ficar mais resist ent e a • Permacultura - modelo criado pelo Dr. Bill Mollison, na Aust rália, a
doenças e pragas, fornece ao homem um aliment o de maior valor biológi- part ir das pesquisas de Masanobu Fukuoka, que defendia a idéia de art i-
co. Diferent ement e da agricult ura biodinâmica, a mat éria orgânica ut ili- ficializar o menos possível a produção, mant endo o sist ema agrícola o
zada pode vir de uma font e ext erna à propriedade.
mais próximo possível dos sist emas nat urais, com uma visão holíst ica da
• Agricultura orgânica - não tem ligação a nenhum movimento religioso.
agricult ura, com fort e carga ét ica, buscando a int egração ent re a pro-
Foi criada pelo inglês Howard em 1905. É baseada na melhoria da fertilidade
priedade e o ecossist ema, com um modelo de sucessão de cult ivos na
do solo por um processo biológico natural, pelo uso da matéria orgânica, o
int enção de maximizar a produção, conservando os recursos nat urais e
que é essencial para a saúde das plantas, assegurando uma vida intensa e rica
para a flora microbiana, pela qual a nutrição (alimentos com alto valor nutri- int egrando espécies veget ais e animais perenes (de onde vem o nome
tivo e impregnados de vitalidade) e a sanidade das plantas são plenamente permacult ura) ou aut operpet uant es út eis ao homem.
atendidas. Como as outras correntes essa proposta é totalmente contrária à • Agricultura sustentável - conceit o difundido no final dos anos 80 e
utilização de adubos químicos solúveis e de agrotóxicos (agroquímicos). Os durant e a década de 1990, não sendo um modo ou um sist ema de produ-
princípios são, basicamente, os mesmos da agricultura biológica e englobam ção e nem, ainda, um conj unt o de prát icas agrícolas. Trat a-se mais de
as práticas agrícolas da agricultura biodinâmica e natural. um obj et ivo a ser at ingido, um conceit o de desenvolviment o ao qual se
• Agricultura natural - o modelo apresent a uma vinculação religiosa. pode chegar com modalidades de produção, com t ecnologias que t êm
Em 1930, o filósofo j aponês Mokit i Okada fundava uma religião (Igrej a uma base agroecológica. Tem como princípio buscar a aut o-sust ent abili-
Messiânica) baseada no princípio da purificação do espírit o e, para t an- dade e o uso racional dos recursos nat urais.
t o, deverá vir acompanhado da purificação do corpo, que é o result ado • Agroecologia - é uma ciência que apresent a uma série de princípi-
do consumo de aliment os saudáveis, de alt o valor biológico e livres de os e met odologias para est udar, analisar, dirigir, desenhar e avaliar
adubos químicos e agrot óxicos. O princípio fundament al dest a agricul-
agrossist emas. Não é uma prát ica ou um sist ema de produção. A agro-
t ura é o de que as at ividades agrícolas devem respeit ar as leis da nat u-
ecologia vê os sist emas produt ivos como uma unidade, onde os ciclos
reza, reduzindo ao mínimo possível a int erferência do homem sobre o
minerais, as t ransf ormações energét icas, os processos biológicos e as
ecossist ema e mant endo o sist ema agrícola o mais próximo possível dos
sist emas nat urais, j á que a agricult ura em si, é uma violência ao meio relações sócio-econômicas (ent re pessoas, cult uras, solos e animais)
ambient e. Na prát ica faz-se o uso de microrganismos eficient es (EM) são invest igadas e analisadas como um t odo.
que são ut ilizados como inoculant es para o solo, as plant as e o compost o Em sínt ese, podemos dest acar que o pont o comum ent re as diferent es
orgânico. Na compost agem t ambém não se recomenda o uso de est erco corrent es que formam a base da agricult ura orgânica é a busca de um
animal, pois argument a-se que os dej et os animais aument am o nível de sist ema de produção energet icament e sust ent ável no t empo e no espaço,
nit rat os que at raem inset os e proliferam parasit as. mediant e o manej o e a prot eção dos recursos nat urais; a não ut ilização
• Agricultura regenerativa - moviment o que surgiu a part ir da agri- de produt os químicos agressivos à saúde humana e ao meio ambient e; a
cult ura orgânica. Est e modelo reforça o fat o de o agricult or buscar sua manut enção e o increment o da fert ilidade e a vida do solo, a diversidade
independência pela pot encialização dos recursos encont rados e criados biológica e respeit ando a int egridade cult ural dos agricult ores.

23
Capit ulo IV - Agriculut ra t radicional x agricult ura alt ernat iva
BREVE COMPARAÇÃO ENTRE OS DOIS SISTEMAS
AGRICULTURA CONVENCIONAL AGRICULTURA ORGÂNICA

Obj et ivo do manej o: a plant a Obj et ivo do manej o: o solo

Monocult ura: uso unilat eral do solo Policult ivo: diversificação do uso do solo e plant as

Manej o baseado em 16 nut rient es Manej o baseado em 52 nut rient es (macro e micronut rient es)

Ant ibiose: eliminar os problemas por meio de “ cidas” Probiose: equilibrar os problemas por meio de probiót icos
(herbicidas, inset icidas, fungicidas, et c.) (vida cont rolando a vida)

Aument o da quant idade de minerais solúveis Aumento dos minerais na forma protéica (bactérias, fungos, actinomicetos)

Acréscimo gradual de adubos químicos e agrot óxicos Acréscimo gradual de adubos orgânicos

Indução de resist ência nos pat ógenos (pragas e doenças) Enfraqueciment o gradual na virulência de doenças

Menor sabor e aroma Maior sabor e aroma

Nut rição humana incomplet a Nut rição humana complet a

Produz à medida que degrada o meio ambient e Produz à medida que recupera e mantém a saúde do solo e ecossistema

Produção quant it at iva Produção qualit at iva

Não há cont role de qualidade e origem A certificação orgânica implica em controle de qualidade dos aspectos
Font e: Frut al 2001

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Capit ulo IV - Agriculut ra t radicional x agricult ura alt ernat iva
V. PLANEJAMENTO DA HORTA
Adão Luiz C. Mart ins

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Capit ulo V - Planej ament o da Hort a
INTRODUÇÃO A hort a realizada de acordo com os princípios da agricult ura orgâni-
ca deve ser baseada em um conj unt o de procediment os e t écnicas,
A hort a é o local onde serão cul- que t em por obj et ivo propiciar um ambient e equilibrado para as plan-
t ivadas as hort aliças, plant as popu- t as e garant ir a segurança ambient al, ocupacional (das pessoas envol-
larment e conhecidas como verduras vidas com a hort a) e aliment ar (os adubos químicos solúveis e os agro-
e legumes. Seu t amanho dependerá t óxicos ou def ensivos agrícolas são proibidos, devendo-se ut ilizar f on-
da disponibilidade de área, do ob- t es orgânicas na adubação e mét odos alt ernat ivos e ambient alment e
j et ivo da produção, do número de seguros, no cont role de pragas e doenças das hort aliças).
pessoas envolvidas, da disponibilida- No planej ament o de uma hort a a ser implant ada, o espaço dispo-
de de t empo dessas pessoas, dos re- nível deve ser dividido de f orma a cont emplar: área para a sement ei-
cursos exist ent es, et c. Para dimen- ra - local onde são produzidas as mudas (em t orno de 1% da área
sionament o, considera-se uma área t ot al); área para guarda de f errament as e insumos; área para a com-
de 10m2 por pessoa, em uma hort a para aut oconsumo. As hort aliças exi- post agem (prát ica imprescindível na agricult ura orgânica) e armaze-
gem t rat os cult urais int ensivos e diários: uma pessoa t rabalhando em t or- nament o do compost o e área para os cant eiros de produção. A área
no de 2 a 3 horas por dia pode mant er uma hort a de 150 a 200m2. deve ser cercada, impedindo principalment e o acesso de animais in-
Em função da finalidade da produção, t emos diferent es t ipos de hort a: desej áveis. Em hort as comerciais, as mudas são normalment e produ-
• Hort a domést ica: para abast eciment o de uma família; zidas em est uf as, em bandej as de isopor.
• Hort a comunit ária: várias pessoas ou famílias envolvidas dividindo os A realização de uma hort a, além de possibilit ar o consumo de hort a-
t rabalhos, as despesas e os produt os; liças frescas e sadias (isent as de agrot óxicos, quando cult ivadas organi-
• Hort a escolar ou inst it ucional: com finalidade didát ica/ educat iva nas cament e), t raz inúmeros benefícios:
escolas e para abast ecer inst it uições (ex.: orfanat os, asilos, et c.); • Permit e a prát ica do exercício ao ar livre rompendo o sedent arismo e
• Pequena hort a comercial: visando complement ação de renda em pe- diminuindo o est resse das pessoas;
quena propriedade ou mesmo em casas com quint ais grandes; • Permit e a int egração das pessoas dent ro da comunidade;
• Grande hort a comercial: quando é a principal fonte de renda do agri- • Permit e a complement ação da renda familiar;
cult or ou da propriedade. • Serve para o desenvolviment o de at ividades de cunho t erapêut ico;
De maneira simplificada podemos, ent ão, separar a produção de hort a-
• Serve como inst rument o para o desenvolviment o de at ividades de
liças em duas escalas:
carát er pedagógico e de educação ambient al;
• Permit e a melhoria da qualidade do meio, com a uti lização de espa-
Pequena Escala Grande Escala ços ociosos e/ ou ut ilizados indevidament e.

nível caseiro ou comunit ário nível comercial


Elementos necessários para a produção de hortaliças
diversas espécies poucas espécies • Meio onde a plant a vai se desenvolver (solo, substrat os preparados no
em pequenas hort as em hort as maiores local ou comprados, et c);
• Sement esou out ros mat eriais de propagação das espécies de int e-
não visa produt ividade visa alt a produt ividade resse (mudas de est acas, rebent os, bulbos, t ubérculos, est olões,
ou lucro e rent abilidade
ent re out ros);

26
Capit ulo V - Planej ament o da Hort a
• Água: de boa qualidade para não cont aminar as hort aliças e o solo; ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO DA HORTA
• Sol: a plant a clorofilada precisa da luz solar para se desenvolver e
produzir carboidrat os (glicose, amido) at ravés da fot ossínt ese; Escolha do local
• Ar: a plant a int eira respira (inclusive as raízes);
• Nut rient es: se o solo for pobre em nut rient es, t emos que comple- Em áreas urbanas a escolha do local muit as vezes fica um pouco limi-
t ada em função da disponibilidade de t erreno (normalment e são áreas
ment ar por meio dos adubos;
pequenas, com muit as int erferências), mas deve-se, na medida do pos-
• Mão-de-obra: a hort a é uma at ividade int ensiva, exigent e em mão-
sível dar preferência aos locais com as seguint es caract eríst icas:
de-obra (os t rat os ou serviços diários devem ser divididos ent re os • Proximidade de água de boa qualidade e em abundância;
part icipant es – o sucesso de uma hort a comunit ária est á diret ament e • Proximidade das casas das famílias ou pessoas part icipant es da hort a:
relacionado ao envolviment o e compromet iment o das pessoas que facilit ar os t rabalhos de manut enção da hort a e evit ar furt os;
part icipam de sua execução); • Área expost a ao sol o dia t odo ou por pelo menos4 a 6 horas diárias;
• Ferrament as: enxada, enxadão, sacho, rast elo, pulverizador, car- • Dist ant e de árvores para evit ar o sombreament o ecompet ição por
rinho de mão, regador ou mangueira de borracha, conj unt o de nut rient es do solo;
f errament as de j ardim (com colheres de t ransplant e e rast elinho), • Terrenos não suj eit os a alagament os ou encharcament os e ligeira-
pás (curva, ret a), f orcado ou gadanho, et c. ; em hort as comerci- ment e inclinados (para facilit ar o escoament o do excesso de água);
ais, ut ilizam-se máquinas e implement os agrícolas (arado, grade, • Áreas de solo de consist ência média (areno-argilosa): se possível evi-
escarif icador, enxada rot at iva, et c. ) nas dif erent es operações; t ar os solos muit o argilosos ou arenosos.
• Out ros insumos: calcário, caldas e preparados, biofert ilizant es, et c.
Escolha das espécies

Esta etapa é muito importante, pois as espécies de hortaliças possuem


diferentes exigências climáticas, especialmente com relação à temperatura,
luz e umidade. A escolha de culturas e cultivares adaptados às condições
locais e às épocas de plantio é prática fundamental na agricultura orgânica.
No cent ro-sul do Brasil (inclui o Est ado de São Paulo) a t emperat ura é
o fat or que maior influência exerce sobre a produção de hort aliças: afet a
o desenvolviment o veget at ivo, o floresciment o, a frut ificação, a forma-
ção das part es t uberosas ou bulbosas e a produção de sement es. Algumas
espécies se desenvolvem melhor em períodos mais quent es (primavera e
verão), out ras em períodos mais amenos e frios (out ono e inverno) e ou-
Da esquerda para direit a: enxada, enxadão e rast el o t ras possuem cult ivares adapt ados ao ano t odo (ex.: alface de verão e
alface de inverno; cenoura de verão e cenoura de inverno, et c.).
De um modo geral, as hortaliças encontram melhores condições de desen-
volvimento e produção quando o clima é ameno, com chuvas leves e pouco
freqüentes. As temperaturas elevadas favorecem o florescimento e aceleram
Da esquerda para direit a: Sacho, pá est reit a, pá l arga, a maturação. As baixas temperaturas retardam o crescimento, a frutificação
rast el inho e em cima: pul verizador e regador e a maturação, podendo também induzir florescimento indesej ável.

27
Capit ulo V - Planej ament o da Hort a
Sem generalizar, podemos agrupá-las da seguint e forma: Out ro fat or climát ico import ant e é a umidade, uma vez que a água é
• Hortaliças de folhas, raízes e bulbos: t emperat uras mais amenas imprescindível à vida veget al e const it ui mais de 90%do peso da maioria
(15 a 23ºC). Exemplos: alf ace, couve, almeirão, chicória, rúcula, espi- das hort aliças. O grau de umidade do ar influencia na perda de água das
naf re, cenoura, bet erraba, rabanet e, mandioquinha-salsa, alho, cebo- plant as por meio da t ranspiração e o t eor de umidade do solo influencia
la, et c. a absorção de água e nut rient es pelas plant as. A umidade do solo pode
• Hortaliças de frutos e condimentos: t emperat uras mais elevadas ser cont rolada por meio da irrigação, sendo est a uma prát ica imprescin-
(18 a 30ºC). Exemplos: abóboras e morangas, berinj ela, j iló, chuchu, dível ao cult ivo de hort aliças. O alt o t eor de umidade do ar afet a o
melancia, melão, piment ão, quiabo, salsa, coent ro, et c. est ado fit ossanit ário das hort aliças, pois favorece o at aque de fungos e
Port ant o, as diferent es exigências das espécies em t emperat ura é bact érias pat ogênicos. A baixa umidade do ar, por out ro lado, oferece
que vão definir as épocas adequadas de plant io. condições adequadas para a proliferação de ácaros.
A l uz sol ar é um dos f at ores cl i mát i cos mai s i mport ant es para a Um aspect o import ant e a considerar no planej ament o da hort a
vi da veget al , poi s é aquel e que promove o processo da f ot ossínt e- com relação às espécies, se ref ere à duração do ciclo de vida de cada
se. O aument o da i nt ensi dade l umi nosa provoca o aument o da at i - plant a (período da semeadura à colheit a), que vai det erminar o perí-
vi dade f ot ossi nt ét i ca da pl ant a e conseqüent e aument o da produ- odo de ocupação de cada cant eiro com as dif erent es espécies.
ção de hi drat os de carbono, el evando o t eor de mat éri a seca nos
veget ai s. A def i ci ênci a l umi nosa provoca um mai or el ongament o Preparo do terreno para semeadura ou plantio
cel ul ar, resul t ando no est i ol ament o da pl ant a (aument o em al t ura
e ext ensão da part e aérea - caul e, f ol has, sem el evação do t eor de
mat éri a seca).
A dur ação do per íodo l umi noso, denomi nado de f ot oper íodo
(númer o de hor as di ár i as de l uz sol ar ), i nf l uenci a o cr esci ment o
veget at i vo, a f l or ação e a pr odução de al gumas hor t al i ças, como
o al ho e a cebol a. Ambas as espéci es soment e f or mam bul bos em
condi ções de comer ci al i zação, quando os di as t êm a sua dur ação
aci ma de um cer t o númer o míni mo de hor as de l uz - car act er íst i -
ca que var i a de um cul t i var a out r o. Exempl os: al ho - o cul t i var
“ Br anco Mi nei r o” adapt a-se bem a di as cur t os, quando pl ant ado
no out ono, em di f er ent es l at i t udes e al t i t udes; os cul t i var es “ Gi -
gant e-de-Lavíni a” e “ Amar ant e” são menos pr ecoces, mai s exi -
gent es em f ot operíodo, mas t ambém produzem bons bul bos quando
pl ant ados no out ono na r egi ão do cent r o-sul ; j á os cul t i var es ar -
gent i nos veget am vi gor osament e nessas condi ções, mas não bul -
bi f i cam; cebol a - cul t i var es de ci cl o médi o (“ Bai a Per i f or me” ,
“ Bai a Per i f or me” “ Pi r aci caba” , “ Pi r a Our o” , et c. ) exi gem f ot o-
per íodo de 11 a 13 hor as di ár i as de l uz e são as mai s i ndi cadas
par a o pl ant i o no Est ado de São Paul o; cul t i var es pr ecoces (“ Gr a-
nex” , “ Texas Grano 502” , et c. ) exi gem f ot operíodos de 10-12 horas
par a a f or mação dos bul bos.

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Capit ulo V - Planej ament o da Hort a
• Limpeza da área escolhida para a hort a: capinação e amont oa do • Para algumas hort aliças não há necessidade de cant eiros, bast ando
mat o em um pont o do t erreno para decomposição e post erior incor- revolver e dest orroar a t erra e, em seguida abrir as covas, adubar e
poração ao solo (a queimada é prát ica proibida no manej o orgânico, plant ar (ex.: abóbora, quiabo, berinj ela, j iló, couve, et c.);
excet o para eliminação de plant as cont aminadas por vírus e out ras • Dist ância ent re cant eiros (caminhos): 30 a 40cm. Os caminhos, bem
doenças), ret irada de ent ulhos, t ocos e raízes de árvores, et c. como as ent relinhas das plant as, devem ser mant idos e prot egidos
• Locais de fácil encharcament o: efet uar a drenagemda área. com cobert ura mort a para cont role do mat o, manut enção da umida-
• Revolviment o do solo: a uma profundidade de 20 a25cm (aproxima- de e do equilíbrio t érmico do solo;
dament e um palmo) quebrando-se os t orrões de t erra e nivelando-se • Nos t errenos com declive, os cant eiros devem ser dispost os de ma-
o t erreno. Em áreas pequenas usam-se o enxadão e enxada nest a neira que “ cort em as águas” , ou sej a, devem acompanhar as curvas
operação; em áreas grandes o arado e grade t racionados por t rat or de nível do t erreno, para diminuir perdas de solo por erosão; nos
ou por animais (usar equipament os que impeçam ao máximo a rever- t errenos planos, dispost os no sent ido nort e-sul;
são das camadas de solo e a desagregação de sua est rut ura). Nest a • Devem apresent ar a t erra solt a, sem t orrões, pedras, raízes grandes,
operação pode-se aproveit ar para incorporar corret ivos (ex.: calcá- e a superfície plana.
rio) ou adubos orgânicos (ex.: est ercos animais curt idos, compost os • Correção do solo (calagem e adubação orgânica): aplicação de cal-
orgânicos, et c.). cário para correção da acidez e dos adubos e compost os orgânicos
• Const rução dos cant eiros para sement eiras, semeadura diret a e para para correção das def iciências minerais e melhoria da bioest rut ura
o t ransplant e de mudas, com as seguint es dimensões: largura ent re do solo. A calagem deve ser f eit a ant ecipadament e ao plant io, po-
0,80 e 1,20m; alt ura de 20 a 25cm e compriment o variável de acordo dendo-se aplicar no sist ema orgânico, no máximo 2t / ha/ ano (equi-
com a dimensão do t erreno, normalment e não superior a 10m, em vale a 200g/ m2). Com a melhoria do solo, pelas adubações orgâni-
hort as para aut oconsumo. cas f reqüent es e incorporações de rest os de veget ais, a calagem
pode ser suspensa.

O preparo do solo é uma das operações mais import ant es para o su-
cesso do cult ivo de hort aliças orgânicas, pois a manut enção de um solo
sadio, vivo e equilibrado é que garant irá o desenvolviment o de plant as
saudáveis, capazes de suport ar as adversidades (fat ores climát icos des-
favoráveis, at aques de pragas e doenças, ent re out ros).

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Capit ulo V - Planej ament o da Hort a
ANOTAÇÕES
VI. PROPAGAÇÃO E PLANTIO
Juscelino Nobuo Shiraki
A maioria das hort aliças é propagada por sement es e algumas pelo Ela pode ser feit a em caixot es (furadas no fundo, com uma camada
plant io de suas part es veget at ivas. de pedras embaixo, para facilit ar o escoament o do excesso de água e
Devem-se ut ilizar sement es de hort aliças de boa qualidade e t am- como subst rat o, pode-se usar uma mist ura cont endo part es iguais de
bém, dar preferência a cult ivares brasileiros ou aquelas variedades j á areia, t erra de j ardim e t erra veget al); ou em uma part e do cant eiro,
consagradas pelos agricult ores daqui. onde a dist ribuição das sement es deverá ser uniforme e em sulcos dis-
Na hora da compra das sement es, deve-se t er o cuidado de escolher t anciados de aproximadament e 10cm.
a variedade mais adapt ada ao local (clima) e à época de plant io (prima- As sement es deverão est ar a uma profundidade de, aproximadamen-
vera ou verão) que será feit a. Deve-se preferir a compra de sement es t e, duas vezes o seu t amanho ou ent ão, o equivalent e a duas vezes o seu
acondicionadas em sacos aluminizados, que foram est ocados em local maior diâmet ro, pois quando semeadas muit o rasas, as plant as não t êm
seco, arej ado e sombreado, prest ando-se at enção no prazo de validade o apoio necessário e quando muit o fundas, t êm dificuldade de romper a
anot ado na embalagem. camada de solo e at ingir a superfície.
Em alguns casos, as sement es que apresent am a casca (t egument o) A cobert ura deverá ser feit a com uma fina camada de t erra, de pre-
muit o dura, devem ficar de molho em água por 24 horas para facilit ar a ferência peneirada e, em seguida, regada com regador de crivo fino,
ent rada de água e dar início à germinação. Como exemplo, t emos o para que as got as de água não ent errem demais as sement es, ou as
espinafre, a abóbora, o quiabo, ent re out ros. Por últ imo, ut ilize somen- espalhem para fora do sulco de semeadura.
t e as sement es que est iverem no fundo do recipient e, pois as que fica- É import ant e mant er o solo da sement eira sempre úmido, sem exces-
rem boiando quase sempre serão chochas e não irão germinar. sos, para que haj a uma boa germinação.

SEMENTEIRA TRANSPLANTE

Corresponde ao local onde será Consist e na ret irada das mu-


feito o cultivo das ‘ mudinhas’ por das da sement eira e replant io das
um determinado tempo, e depois, mesmas para o local def init ivo
será realizado o transplante para o (em cant eiros ou covas).
local definitivo (canteiros ou covas). Deve ser feit o quando as mu-
A sement eira será feit a para das est iverem com 4 a 6 folhas
as hort aliças que formam “ cabe- def init ivas ou com o t amanho
ças” (ex.: alface, chicória, acel- ent re 4 a 5cm, para que o pega-
ga, ent re out ros), as que possu- ment o sej a bom e não haj a re-
Sement eira de al f ace
em sement es muit o pequenas Ret irada das mudas de al f ace t ardament o no seu cresciment o.
(necessit am de boas condições Deve-se molhar bem a semen-
para germinar e crescer), ocorre demora na germinação, ou ent ão, há t eira, proceder à ret irada das mudas (com a colher de j ardineiro) com o
necessidade de cuidados especiais durant e a germinação e seu desen- t orrão de t erra e desmanchá-lo com t odo o cuidado para preservar as raí-
volviment o inicial. zes, e a seguir, escolher as de melhor aspect o (fort es e bem desenvolvidas)
Para deixar as sement es bem espaçadas ent re si, pode-se mist urá-las e t ransplant ar, com espaçament o variável de acordo com a espécie.
com part es iguais de areia fina ou t erra peneirada para permit ir melhor Com a colher de t ransplant e, abrem-se as covas no local definit ivo
dist ribuição dent ro dos sulcos de plant io. (cant eiro ou cova), e a seguir, é colocada uma muda por cova e, t oman-
Para a sement eira, não é necessário o preparo de grandes áreas. do o cuidado para que a raiz principal não fique enrolada durant e o

32
Capit ulo VI - Propagação e plant io
processo do t ransplant e. Por fim, cobrir com t erra a raiz e apert ar um 3. Cult uras que são semeadas em sulcos superficiais, abert os em
pouco a t erra ao redor das raízes para ficarem bem firmes e depois, cant eiros, como a cenoura, rabanet e, nabo, acelga, bet erraba, espina-
molhar bem o local (regar t odos os dias, de manhã ou no final da t arde, fre, ent re out ras. Recomendado para plant as de port e pequeno ou de
evit ando regar nas horas de sol quent e). ciclo curt o.
O ideal para realizar o t ransplant e é no final de t arde, dias chuvosos Quando a semeadura for em sulcos, procede-se da mesma forma fei-
ou nublados, ou durant e as horas mais frescas do dia, para um melhor t a nas sement eiras e, quando as plant as est iverem com aproximada-
enraizament o. ment e 5 a 7cm, fazer o desbast e, ou sej a, ret irar algumas plant as para
A profundidade de plant io das mudas, no local definit ivo, depende do dar mais espaço para as out ras crescerem.
t ipo de hort aliça, sendo: Quando a semeadura ou o plant io de mudas for em covas, abri-las com
• mudas de caule evident e: é o o enxadão, de preferência com 30cm de profundidade e 30cm de boca,
caso do t omat e, berinj ela, pi- com dist âncias variando conforme o t ipo de hort aliça a ser semeada ou
ment ão, couve-f l or, r epol ho, t ransplant ada. Adicionar o compost o orgânico na t erra ret irada e mist urar
et c., que devem ser plant adas a bem. Recolocar a t erra adubada para dent ro da cova e fazer uma cova
uma profundidade um pouco mai- rasa (3 a 5cm ) e a seguir, colocar de 3 a 4 sement es por cova (realizar o
or do que aquela em que se en- desbast e, deixando de 1 a 2 mudas por cova); ou ent ão, colocar uma
cont ravam na sement eira. Devem muda por cova. Por fim, proceder a rega, que deve ser diária.
ficar ent erradas at é a alt ura da Sendo uma vez por dia no inverno ou duas vezes por dia no verão ou,
inserção no caule das folhas de- quant as vezes forem necessárias para mant er o solo úmido, at é que a
Transpl ant e de mudas de al f ace
finit ivas mais velhas. muda se est abeleça no local (sist ema radicular bem desenvolvida que
explore um grande volume de solo, permit indo que as regas sej am mais
• mudas de caule pouco percept ível: como a bet erraba, o espinafre, a espaçadas).
alface, a chicória, et c.; devem ser t ransplant adas de modo a ficarem
à mesma profundidade, em relação à superfície do solo, em que se PROPAGAÇÃO VEGETATIVA
encont ravam ant eriorment e na sement eira.
Algumas hort aliças são propagadas pelo plant io de part es veget at ivas
SEMEADURA DIRETA diversas (propagação assexuada), procedent es da plant a-mat riz e não
por sement es. Como exemplos, t emos: agrião, alcachofra, alho, aspar-
As hort aliças de plant io diret o podem se divididas em 3 grupos: go, bat at a-doce, bat at a, cará, cebolinha, couve-mant eiga, inhame,
mandioquinha-salsa, morango e t aioba. No caso da alcachofra, do as-
1. Cult uras que são semeadas diret ament e em covas amplas, dist an- pargo, da cebolinha e da couve-mant eiga, a propagação pode ser feit a
ciadas por espaçament os largos, como a abóbora, abobrinha, pepino, por sement es ou veget at ivament e; sendo que no segundo caso, há uma
quiabo, ent re out ras. São recomendados para plant as de grande port e, redução no ciclo cult ural, ant ecipando a colheit a.
que possuem ciclo longo de cult ivo ou são perenes. Quando a propagação se dá pelas part es veget at ivas, a escolha das
2. Cult uras que são semeadas diret ament e em sulcos, com espaça- mat rizes é import ant e, pois o sucesso da cult ura dependerá dest as plan-
ment o mais est reit o, como o feij ão, a vagem, ent re out ras. Para est a t as. Assim sendo, escolha plant as mat rizes com as melhores caract erís-
forma de plant io, são recomendados para plant as de ciclo longo, ou me- t icas da espécie ou variedade. Não ret ire as mudas quando a plant a
nos exigent es a t rat os cult urais, ou ent ão, quando as part es veget at ivas est iver em repouso (inverno) e por fim, não ret ire mat erial de propaga-
de propagação são resist ent es e permit em a colocação diret a no solo. ção quando a plant a mat riz est iver em flor.

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Capit ulo VI - Propagação e plant io
As est rut uras de propagação veget at iva ut ilizadas podem ser classi-
f icadas em: rebent os, ramas, bulbilhos, t ubérculos, perf ilhos, est o-
lhos, et c. Elas são plant adas diret ament e no local def init ivo, em covas
ou sulcos.
As razões para que a propagação veget at iva sej a a única ut il iza-
da para det erminadas espécies est á rel acionada com a incapacida-
de de produzir sement es f ért eis (como é o caso do al ho), ou ent ão,
as sement es são produzidas soment e em condições ecol ógicas espe-
ciais (como a mandioquinha-sal sa e a couve-mant eiga). Também, a
propagação veget at iva t orna-se int eressant e, devido à capacidade
de ant ecipar a col heit a e a cul t ura ser idênt ica a pl ant a que se
desej a cul t ivar.
Como desvant agem nesse mét odo, podemos cit ar o acúmulo de vírus e
out ros pat ógenos, responsáveis pela perda de vigor e de produt ividade.

Os exemplos de reprodução veget at iva são:


rebentos / perfilhos - são brot os lat erais que surgem nas plant as
adult as ou ao redor delas, chamadas de mudas - ex.: alcachofra, couve,
cebolinha, mandioquinha-salsa. Ret irada de mudas (rebent os) de couve

ramas - ut iliza-se pedaços de 20-30cm de compriment o das ramas ou


hast es de plant as adult as, ent errando-se inclinadament e mais da met a-
de - ex.: agrião, bat at a-doce, espinafre.
tubérculos - como é o caso da bat at a, cuj os t ubérculos devem t er de
3 a 4cm de t amanho e brot ados (com brot os de 1 a 2cm de t amanho).
bulbilhos - no caso do alho, em que chamamos o bulbilho de dent e,
devendo est e t er 1 a 2 gramas de peso.
frutos - para o plant io do chuchu, usa-se o frut o com o brot o de 15 a
20cm de alt ura.
estolhos - no caso do morango, ut ilizam-se os brot os que saem da
plant a-mãe (caule rast ej ant e que enraíza em cont at o com o solo).

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Capit ulo VI - Propagação e plant io
VII. O SOLO:
CONCEITOS, COMPOSIÇÃO,
ATRIBUTOS IMPORTANTES
PARA O MANEJO
Adão Luiz C. Mart ins

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Capit ulo VII - O solo: conceit os, composição, at ribut os import ant es para o manej o
CONCEITOS, FORMAÇÃO E PERFIL DO SOLO • matéria inorgânica ou mineral: formada por part ículas de diversos
t amanhos (cascalho, areia, argila, silt e, et c);
O solo para o agricult or é o meio ou a t erra onde ocorre o cresci- • matéria orgânica: formada por rest os veget ais e animais, em dife-
ment o das plant as e dos animais e de onde ret ira os produt os para rent es est ágios de decomposição e por organismos vivos (microrga-
sua subsist ência. nismos, minhocas, et c.);
De modo geral, ent ende-se por solo, a camada de mat erial não con- • água do solo: t ambém chamada solução do solo, é compost a de água,
solidado da superf ície da crost a t errest re, modif icada ou não pelo ho- sais minerais dissolvidos e mat érias coloidais em suspensão;
mem, que cont ém mat éria viva e que é capaz de suport ar plant as ao ar • ar do solo: composição diferente em relação ao ar atmosférico, em razão
livre. Dest a def inição, conclui-se, port ant o, que o solo é uma est rut u- do acúmulo de CO2 (na atmosfera, teor de CO2 ≅ 0,03 %e no ar do solo ≅ 1%).
ra viva, dinâmica e que deve possuir algumas caract eríst icas e propri- Considera-se que um solo ideal deve t er 50% de mat éria sólida (45%
edades para permit ir a f ixação e o cresciment o das plant as. de mat éria mineral e 5%de mat éria orgânica) e 50%de porosidade (25%
O solo deve proporcionar a penet ração das raízes e o suport e mecâni- dos poros para a água e 25%para o ar).
co; deve est ar em uma condição capaz de fornecer água, ar e nut rien-
t es, em quant idades suficient es (nem excesso, nem deficiência) para IMPORTÂNCIA DO SOLO NO CULTIVO ORGÂNICO DE HORTALIÇAS
que, j unt ament e com oxigênio, gás carbônico, luz e calor, favoreçam o
cresciment o de plant as saudáveis e equilibradas. No sistema orgânico de produção, o solo é considerado um organismo vivo e
O solo forma-se a partir do intemperismo físico (desintegração), químico complexo, e a meta principal é conservá-lo sadio para as gerações presentes e
(decomposição) e biológico (ação de excreções orgânicas ácidas produzidas futuras (princípio da sustentabilidade). Nesse sentido, a fertilidade de um solo
por microrganismos e plantas), sobre o material de origem (rocha-mãe), por deve ser avaliada considerando não apenas o aspecto químico, ou sej a, as
meio da ação do clima (calor do sol, água das chuvas, ventos) e organismos quantidades de nutrientes e de elementos tóxicos presentes, mas também o
vivos (microrganismos, vegetais, animais e homem) nas diversas formas de aspecto físico (porosidade, capacidade de retenção de água e nutrientes, infil-
relevo, ao longo do tempo (normalmente milhares de anos). A interação de tração de água, aeração, ausência de camadas adensadas que impeçam o
todos esses fatores é que levou à formação da grande diversidade de tipos de desenvolvimento das raízes, bioestrutura, etc.) e o biológico (flora e fauna
solos existentes (com diferentes cores, profundidades, constituições, etc.). benéficas, como fungos, bactérias, protozoários, insetos, minhocas e outros
Durante o processo de formação dos solos, a ação conj unta de fenômenos vermes, que fazem a transformação da matéria orgânica em húmus, liberando
físicos, químicos e biológicos faz com que os mesmos se organizem em cama- lentamente os nutrientes às plantas; formam a bioestrutura do solo e secretam
das de aspecto e constituição diferentes, aproximadamente paralelas à su- várias substâncias - vitaminas, enzimas, antibióticos, que favorecem o desen-
perfície, denominadas de horizontes. Ao conj unto de horizontes, num corte volvimento das plantas e controlam organismos nocivos). A planta deve explo-
vertical que vai da superfície até o material que deu origem ao solo, dá-se o rar o maior volume possível de solo, com aprofundamento de suas raízes,
nome de perfil do solo (normalmente considera-se a profundidade de 2,0m). tendo à sua disposição um maior reservatório de água e nutrientes.
O perfil de um solo bem desenvolvido possui basicamente 4 tipos de horizon- Para atingir essa condição, lança-se mão de um conj unto de técnicas:
tes, convencionalmente identificados pelas letras maiúsculas O, A, B e C. adubações orgânicas variadas e freqüentes (compostos, estercos, tortas, bi-
ofertilizantes, etc.), incorporação de restos de culturas, adubações verdes
COMPOSIÇÃO DO SOLO com plantas de raízes profundas para romper camadas endurecidas e reciclar
nutrientes de outras camadas do solo, coberturas mortas, biodiversidade de
O solo é um sist ema poroso compost o de mat éria sólida (mineral e cultivos, correção do solo com materiais pouco solúveis e de forma equilibra-
orgânica) e espaços vazios ou poros, preenchidos com o ar e com a água da (calcários, pós e fosfatos de rocha), rotação e consorciação de culturas,
(de acordo com o t amanho, são divididos em macroporos e microporos): cultivo mínimo, em faixas e outras práticas conservacionistas.

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Capit ulo VII - O solo: conceit os, composição, at ribut os import ant es para o manej o
ATRIBUTOS DO SOLO IMPORTANTES PARA O MANEJO

Cor do solo

É a caract eríst ica morfológica de mais fácil visualização. Muit os no-


mes populares de solos são dados em função das respect ivas colorações:
“ t erra roxa” , “ t erra pret a” , ent re out ros. A cor t ambém é enfat izada no
Sist ema de Classificação de Solos: Lat ossolos Amarelos, Vermelhos; Ar-
gissolo vermelho-amarelo, et c.
A cor normalment e est á relacionada com out ras caract eríst icas ou
propriedades do solo:
• cores escuras: indicam alt os t eores de mat erial orgânico decompost o;
• cor vermelha: indica boa drenagem int erna e alt ost eores de ferro;
• cor cinza: indica que o solo é mal drenado, que permanent ement e
t em excesso de água no perfil (baixadas próximas a rios e riachos);
• cores claras: boa drenagem, pobreza em mat éria orgânica, maiores
t eores de areia.
Test e para verif icar a t ext ura do sol o
Textura
Um solo é classificado como de:
O t ermo t ext ura se refere à proporção relat iva das frações granulo- • t ext uraarenosa quando mais de 85% das part ículas est ão na f ra-
mét ricas (areia, silt e e argila) que compõem a massa do solo. As part ícu- ção areia;
las do solo t êm t amanhos bast ant e variados: algumas são suficient e- • t ext uraargilosa quando mais de 35% das part ículas est ão na f ra-
ment e grandes para observação a olho nu (ex. areias), out ras podem ser ção argila;
vist as com o uso de lent es de bolso ou microscópio comum, enquant o as • t ext urabarrenta ou franca (média), quando ocorre equilíbrio ent re
rest ant es só podem ser observadas com auxílio de microscópio elet rôni- as frações.
co (ex. argilas). O t amanho das part ículas t em influência diret a nas propriedades físi-
As part ícul as podem ser agrupadas em 5 f rações, de acordo com cas e químicas: normalment e as menores são mais at ivas. Port ant o, a
o diâmet ro: t ext ura irá det erminar no solo algumas caract eríst icas import ant es: t axa
de infilt ração de água no solo, capacidade de ret enção de água e nut ri-
ent es, t axa de decomposição da mat éria orgânica (maior no solo areno-
argila < 0,002 mm so), permeabilidade à água, grau de plast icidade, facilidade de t rabalho
silt e (limo) 0,002 – 0,02 mm com máquinas e resist ência à erosão.
areia fina 0,02 – 0,2 mm Solo arenoso: fácil de se t rabalhar, bem arej ado, a água infilt ra rapi-
dament e, baixo armazenament o de água;
areia grossa 0,2 – 2 mm
Solo argiloso: é mais pesado e difícil de se t rabalhar, resist indo às
cascalho 2 – 20 mm ferrament as; a água infilt ra mais lent ament e, porém apresent a melhor
pedras > 20 mm capacidade de armazenament o de água.

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Capit ulo VII - O solo: conceit os, composição, at ribut os import ant es para o manej o
Estrutura escuro, f inament e dividido e relat ivament e est ável, onde não se iden-
t if ica o mat erial que lhe deu origem, denominado de húmus. A MO
A est rut ura define como as part ículas de areia, silt e e argila est ão acumula-se no solo at é um nível de equilíbrio ent re as adições e as
ligadas ent re si e se exist em poros ent re elas. Est as part ículas, em condi- perdas por decomposição.
ções nat urais, encont ram-se aglomeradas em part ículas compost as refe- Ent re os diversos benefícios da MO, podemos dest acar:
ridas com freqüência como agregados ou t orrões. A est rut ura é o aspect o • é condicionadora do solo: at ravés de suas longascadeias orgânicas,
do conj unt o dos t orrões que ocorrem no solo. As principais subst âncias agrega part ículas minerais e confere ao solo condições favoráveis de
que at uam como agent e ciment ant e, unindo aquelas part ículas, são a porosidade, melhorando a permeabilidade e a capacidade de ret en-
mat éria orgânica, as argilas e os óxidos de ferro. Os organismos vivos do ção de água;
solo cont ribuem para a formação e est abilização de sua est rut ura. • é responsável, em grande part e, pela capacidade de ret enção de
A est rut ura define a maior ou menor porosidade do solo e a proporção nut rient es dos solos, evit ando perdas por lixiviação (carregamen-
de macroporos e microporos. O solo ideal t em 50% de mat éria sólida e t o dos nut rient es por meio da água, ao longo do perf il do solo),
50%de poros, assemelhando-se a uma esponj a. f azendo com que os mesmos f iquem f ora da zona de exploração
Um solo é mal est rut urado ou compact ado, quando não há água nem das raízes das plant as;
ar em quant idades suficient es; a água não consegue se infilt rar no solo • serve como font e de energia para o desenvolvimento dos microrga-
reduzindo a capacidade de armazenament o de água dest e e causando nismos do solo: alguns são muit o import ant es, como as bact érias que
erosão. A falt a de água pode provocar a elevação da t emperat ura do fixam o nit rogênio do ar, cedendo-os às plant as e os microrganismos
solo, a diminuição da absorção de nut rient es pelas plant as, a dest ruição que fazem a decomposição da mat éria orgânica fresca, liberando os
da mat éria orgânica e os conseqüent es prej uízos aos microrganismos do nut rient es N, P, K, Ca, S, et c., além de secret arem subst âncias at ivas
solo. Por out ro lado, um encharcament o e falt a de ar no solo provoca o como hormônios, ant ibiót icos e enzimas, que aument am a at ividade
abaixament o da t emperat ura, o ret ardament o ou paralisação da decom- biológica e auxiliam no cont role de populações de organismos noci-
posição da mat éria orgânica, a diminuição das reações químicas que vos, como pragas e pat ógenos present es no solo;
t ornam os nut rient es disponíveis, o aument o da at ividade de microrga- • é uma font e de macro e micronut rient es, liberadoslent ament e para
nismos prej udiciais e a dissolução de ferro e manganês em grandes quan- as plant as (o que é int eressant e no cult ivo orgânico);
t idades, at ingindo níveis que são t óxicos para as plant as. • imobiliza element os t óxicos e em excesso (Al, Mn, et c.) e exerce
Exist em alguns indicadores simples que revelam a sit uação da est ru- poder t ampão no solo (aj uda a mant er o pH est ável).
t ura do solo. A presença de cert as plant as invasoras como a guanxuma e
o assa-peixe indicam a compact ação do solo. Já a presença de carquej a É muit o import ant e mant er o t eor de mat éria orgânica acima de um
e gramíneas baixas e de folhas muit o est reit as, indicam excesso de água valor mínimo no solo (mant er na faixa de 2 a 5%), o que não é fácil na
ou má aeração. Out ro indicat ivo da má est rut ura do solo é o acúmulo de condição t ropical, uma vez que o calor e a umidade exist ent es nas regiões
pó na superfície e a ocorrência de nuvens de poeira em dias com vent os. quent es promovem a aceleração dos processos de decomposição da MO.

Matéria orgânica (MO) Reação do solo (acidez e alcalinidade)

A mat éria orgânica é provenient e da acumulação e decomposição O grau de acidez de um solo é medido pela concent ração de íons
de rest os de origem veget al ou animal: raízes, f olhas, f rut os, corpos hidrogênio (H+) na solução do solo e é normalment e expresso pelo sím-
de animais, est ercos, et c. Os mat eriais adicionados passam por di- bolo pH (p = pot encial; H = Hidrogênio). A escala de pH vai de 0 a 14,
versas t ransf ormações, t ornando-se com o t empo, em um produt o sendo 7 o pont o médio, onde se diz que o pH é neut ro. Acima de 7 se diz

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Capit ulo VII - O solo: conceit os, composição, at ribut os import ant es para o manej o
que o solo t em reação alcalina ou básica, e abaixo de 7 que o solo t em a 500g, ret irada de uma mist ura de diversas amost ras de um mesmo t ipo
reação ácida. A maioria das hort aliças se desenvolve bem em valores de de solo (é uma amost ra média). A amost ragem do solo deve ser feit a
pH variando de 5,5 a 6,8. seguindo os passos abaixo:
Os solos podem ser nat uralment e ácidos em razão da pobreza do • dividir a propriedade em áreas homogêneas (mesmo t ipo de solo,
mat erial de origem em Ca, Mg, K e Na (bases), ou at ravés de processos veget ação e manej o): para cada área ret ira-se uma amost ra confor-
de formação ou de manej o de solos que levam à perda dest as bases e, me passos seguint es;
port ant o, à acidificação. Adubações nit rogenadas com adubos químicos • na área a ser amost rada, caminhe em zigue-zague dist ribuindo os
solúveis provocam a acidificação dos solos. pont os de colet a em t oda área (em t orno de 20 pont os);
Na maioria dos casos, não é a acidez em si que prej udica o cresci- • em cada pont o, limpe a superfície do solo (ret ire o mat o, pedras,
ment o dos veget ais e sim os fenômenos colat erais que ela ocasiona: et c.) e abra uma cova at é a profundidade de 20cm; com auxílio de
apareciment o de element os t óxicos (alumínio), insolubilização de al- um enxadão ou pá ret a (vanga), ret ire uma fat ia de t erra, cort ando
guns element os (fósforo e boro), remoção de out ros por subst it uição nas de cima at é o fundo da cova, e coloque em um balde;
part ículas do solo (cálcio, magnésio e pot ássio que são subst it uídos por • ao f inal de t odos os pont os, mist ure bem t oda a terra do balde e
hidrogênio e alumínio). ret ire cerca de meio quilo; se a amost ra est iver úmida, deixe secar
O processo de acidif icação é comum em regiões de clima úmido: à sombra;
lavagem progressiva pela água das chuvas, de quant idades apreciáveis • embale a amost ra em saco plást ico ou caixa de papelão e cole uma
de bases (Ca, Mg, Na e K), que são subst it uídas inicialment e por hidro- et iquet a ident if icando seu nome, município, nome da propriedade,
gênio e depois por alumínio. A incorporação de mat eriais orgânicos nos número da amost ra, plant a cult ivada, endereço e t elef one para con-
solos, principalment e nos mais arenosos, aj uda a diminuir a perda des- t at o; envie ao laborat ório (pode ser por meio do correio ou ent re-
t es nut rient es, pela grande capacidade de ret enção e t roca de nut ri- gue pessoalment e).
ent es que a mat éria orgânica possui, aj udando dest a f orma a mant er o
pH mais est ável e os nut rient es disponíveis para as plant as. A maior
part e dos solos brasileiros são ácidos e, port ant o, deverão ser corrigi-
dos para permit ir o bom desenvolviment o das plant as. Em regiões ári-
das e semi-áridas (como o sert ão nordest ino), podem ocorrer solos
neut ros e alcalinos em razão do acúmulo de sais no solo, dada a escas-
sez de chuvas.
Para se conhecer o grau de acidez do solo ou o valor do seu pH deve-
se recorrer à análise do solo, devidament e amost rado. Porém, algumas
plant as como samambaias e sapé são indicadoras de acidez do solo.

AMOSTRAGEM DO SOLO PARA ANÁLISE

Para conhecer a fert ilidade de um solo recorre-se à análise química,


em laborat órios especializados. Para que se obt enham result ados confi-
áveis, de nada adiant a uma análise bem feit a se a amost ra enviada ao
laborat ório não for represent at iva da área que se quer conhecer e cult i-
var. A amost ra a ser enviada é uma quant idade de t erra, em geral de 300 Amost ras de sol o

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Capit ulo VII - O solo: conceit os, composição, at ribut os import ant es para o manej o
ANOTAÇÕES
VIII. NUTRIÇÃO MINERAL, CALAGEM
E ADUBAÇÃO DAS HORTALIÇAS
Adão Luiz C. Mart ins
ELEMENTOS ESSENCIAIS PARA AS HORTALIÇAS Os macronut rient es secundários (Ca, Mg e S) são t ão import ant es
quant o os primários (N, P e K), sendo as hort aliças part icularment e exi-
As hort aliças, assim como as demais plant as, precisam para viver de gent es em Ca, ext raindo quant idades maiores dest e nut rient e do que de
16 element os ou nut rient es: P, em muit os casos. O pot ássio (K) é o element o ext raído em maior
• Orgânicos: Carbono (C), Hidrogênio (H) e Oxigênio(O). quant idade, seguido do N, para a maioria das hort aliças.
• Minerais: Embora cada espécie de hort aliça apresent e as suas exigências nu-
- Macronut rient es: Nit rogênio (N), Fósforo (P); Pot ássio (K), Cálcio (Ca), t ricionais, podemos dest acar algumas que são comuns a det erminados
Magnésio (Mg), Enxofre (S); grupos ou f amílias bot ânicas. As solanáceas (t omat e, piment ão, j iló,
- Micronut rient es: Boro (B), Cloro (Cl), Cobre (Cu), Ferro (Fe), Manga- berinj ela) são muit o exigent es em Ca e Mg. As brassicáceas (couve-
nês (Mn), Molibdênio (Mo), e Zinco (Zn). mant eiga, repolho, couve-f lor, brócoli) são especialment e exigent es
Algumas plant as necessit am ainda de sódio (Na), cobalt o (Co), silício em S, assim como a cebola e o t omat e. Com relação aos micronut rien-
(Si) e níquel (Ni). t es, as brassicáceas (principalment e a couve-f lor) são muit o exigent es
Os element os orgânicos são fornecidos pelo ar e pela água. Os mine- em B e Mo. Out ras hort aliças, t ais como t omat e, alho, bet erraba, ce-
rais vêm do solo, e quando o solo não é capaz de fornecê-los nas quan- noura e repolho, t ambém t em sido apont adas como def icient es em B,
t idades e proporções exigidas t em-se que recorrer aos adubos. com f reqüência. Sint omas de carência de Zn t êm sido observados em
Os adubos devem, port ant o, cobrir as diferenças ent re as quant ida- alho, bat at a e bet erraba. No cult ivo orgânico, essas def iciências de
des exigidas pela plant a de int eresse e as quant idades fornecidas pelo micronut rient es são corrigidas com a ut ilização de compost os orgâni-
solo. No sist ema orgânico de produção são ut ilizadas diversas t écnicas cos e biof ert ilizant es.
para se obt er um solo sadio e equilibrado, sendo permit ida apenas a
ut ilização de font es minerais pouco solúveis e orgânicas na adubação, IMPORTÂNCIA E FUNÇÕES DOS NUTRIENTES
que vão liberar lent ament e os nut rient es exigidos pelas plant as, man-
t endo o equilíbrio químico e biológico no solo. Para que um veget al se desenvolva, ele necessit a de alguns requisit os
indispensáveis: local favorável à fixação de suas raízes, t emperat ura
ABSORÇÃO E EXTRAÇÃO DE NUTRIENTES PELAS HORTALIÇAS adequada, luz solar, água, quant idade suficient e de nut rient es, et c.,
condições at endidas em maior ou menor proporção pelas condições do
As hort aliças obt êm os nut rient es que necessit am at ravés da absor- solo onde se encont ra.
ção pelas raízes, dos element os exist ent es na solução do solo. Ent ende- At endidas as necessidades básicas acima mencionadas, os veget ais
se por absorção o processo pelo qual o element o passa do subst rat o superiores providos de clorofila, part indo do C, H e O, ret irados do ar e
(solo, solução nut rit iva) para dent ro da célula veget al da raiz. da água e de diversos element os procedent es do solo (nut rient es), con-
As hort aliças absorvem maiores quant idades de macro e micronut ri- seguem com o auxílio da energia fornecida pela luz solar, sint et izar a
ent es por hect are (ha) cult ivado e em menor espaço de t empo, em rela- mat éria orgânica necessária à sua própria formação.
ção às grandes cult uras (cereais, cit ros, café, et c.). Essa caract eríst ica Assim, at ravés da fot ossínt ese, as plant as t êm a capacidade de for-
aliada ao carát er int ensivo de ut ilização do solo, com plant ios cont ínuos mar em suas células clorofiladas, inicialment e compost os orgânicos de
ao longo do ano e à maior produt ividade das hort aliças quando compara- est rut ura simples, depois part indo para compost os de est rut ura mais
das a out ras cult uras cont ribuem para um rápido esgot ament o do solo, complexa, como celulose, amido, açúcares diversos, ácidos orgânicos,
razão porque se deve t er at enção especial às adubações orgânicas e gorduras, prot eínas, enzimas, vit aminas, et c.
out ras prát icas que cont ribuam para mant er a fert ilidade do solo (física, Além de part iciparem da fot ossínt ese, os nut rient es desempenham
química e biológica). out ras funções nas plant as:

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Capit ulo VIII - Nut rição mineral, calagem e adubação das hort aliças
• Nitrogênio (N): promove a formação das prot eínas veget ais, auxilia a são o H e o Al (alumínio), est e últ imo t óxico às plant as, e o processo de
formação da folhagem e favorece o rápido cresciment o das plant as; acidificação do solo se dá pela remoção das bases (Ca, Mg, K e Na) e
subst it uição pelo H e Al. As adubações com adubos nit rogenados t am-
• Fósforo (P): est imula o cresciment o e formação das raízes; aument a bém causam a acidificação dos solos.
o perfilhament o; import ant e para o floresciment o e formação dos A neut ralização da acidez é feit a at ravés da operação denominada
grãos e sement es; calagem, que consist e em aplicar a lanço no solo, em área t ot al, det er-
minados mat eriais que t êm a capacidade de neut ralizar a acidez do
• Potássio (K): cont rola a ent rada e saída de água e CO2 nas folhas; solo. O mat erial corret ivo mais ut ilizado é o calcário, que é uma rocha
aument a a resist ência das plant as a doenças, ao acamament o e à calcária moída. Quimicament e o calcário consist e basicament e de car-
seca; melhora a qualidade dos frut os; bonat o de cálcio (CaCO3) que é um sal de baixíssima solubilidade, mas
que, na presença de gás carbônico e água, part icipa de reações que
• Cálcio (Ca): faz part e da parede celular das células das plant as, au- result am na neut ralização da acidez do solo.
ment ando o vigor e a resist ência das folhas e caules; at ua na formação A neut ralização da acidez ocorrerá mais rapidament e quant o mais
e pegament o de frut os j ovens e no enraizament o em profundidade; fino for o calcário e quant o melhor for a mist ura com o solo, não se
esquecendo de irrigar o solo caso não chova, pois a reação só ocorre
• Magnésio (Mg): faz part e da molécula de clorofila, que é responsável com a presença da água.
pela capt ação de energia solar na fot ossínt ese; na sua presença, as Quant o ao t eor de Mg (óxido de magnésio) os calcários podem ser
plant as absorvem mais fósforo (P); classificados em t rês t ipos:
• Calcít icos: < 5%MgO
• Enxofre (S): ent ra na composição das prot eínas e na formação de • Magnesianos: 5 a 12%MgO
grãos e sement es; quando ligado ao Ca, favorece a sua migração para • Dolomít icos: > 12%MgO
o subsolo, at raindo as raízes; O calcário deve ser aplicado ant ecipadament e ao plant io (pelo me-
nos com 20 a 30 dias de ant ecedência), dist ribuído uniformement e e
• Boro (B): at ua no t ransport e de carboidrat os (açúcares) das folhas incorporado na maior profundidade possível (20 a 30cm). A necessidade
para os órgãos armazenadores das plant as (grãos, raízes e caules); de calcário é calculada at ravés dos dados da análise de solo.
import ant e na mult iplicação e cresciment o das células; auxilia no No cultivo orgânico não são aceitas aplicações elevadas de calcário de uma só
pegament o da florada; vez. Recomenda-se a aplicação de no máximo 2t/ ha, o que equivale a 200g/ m2,
para não provocar desequilíbrios entre os nutrientes do solo. É importante tam-
• Zinco (Zn): é at ivador de enzimas e part icipa da sínt ese de um im- bém manter relações equilibradas entre os nutrientes Ca, Mg e K no solo: 3 a 4
port ant e hormônio de cresciment o (auxina); part icipa da sínt ese de partes de Ca para 1 parte de magnésio (Ca/ Mg = 3-4 : 1); 9 a 12 partes de Ca para
prot eínas; est imula o cresciment o e a frut ificação. 1 parte de K (Ca/ K = 9-12 : 1) e 3 partes de Mg para 1 parte de K (Mg/ K = 3 : 1).
O conhecimento de como estão os teores desses elementos, por meio da
CORREÇÃO DA ACIDEZ (CALAGEM) análise do solo, permite escolher a melhor forma de calcário a ser aplicado
(dolomítico, calcítico ou magnesiano), procurando estabelecer essas relações.
A reação do solo (ácida ou alcalina) é o primeiro fat or que precisa ser Isso significa, por exemplo, que em um solo com baixo teor de Mg, devo utilizar
conhecido, pois a calagem é feit a com ant ecedência aos cult ivos e at é um calcário mais rico em Mg (dolomítico ou magnesiano) e em solos onde os
mesmo ao preparo do solo. teores de Mg já estão em níveis adequados ou até elevados, devo utilizar calcário
Como j á foi vist o ant eriorment e, os element os que causam a acidez calcítico (tem bastante Ca e pouco Mg), para manter uma boa relação Ca/ Mg.

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Capit ulo VIII - Nut rição mineral, calagem e adubação das hort aliças
ADUBAÇÃO DAS HORTALIÇAS fórmulas 10-10-10 (10%de N, 10%de P e 10%de K), 4-14-8, 20-5-20, et c.
Em cult ivos convencionais, onde os adubos químicos são ut ilizados,
Os solos cult ivados podem perder seus nut rient es por meio de vários podem ser aplicados no plant io ou em cobert ura; no solo ou via foliar. As
processos: remoção pelas colheit as sucessivas; arrast ament o das part í- quant idades a serem aplicadas baseiam-se nos result ados da análise do
culas do solo pela erosão e por meio da lixiviação (lavagem dos nut rien- solo. A adubação de plant io é a melhor época para fornecer os macro-
t es para as part es mais profundas do perfil do solo). nut rient es (P, K, Ca, Mg e S). O nit rogênio (N) é aplicado apenas parcial-
Considerando que as plant as de uma det erminada espécie possuem ment e nest a época, ficando a maior part e para aplicação em cobert ura,
sempre a mesma exigência em nut rient es, para que as mesmas sej am em doses parceladas nos moment os mais import ant es do ciclo da plant a
supridas em suas necessidades, será necessário repor os nut rient es per- (para evit ar perdas por lixiviação). Part e do K t ambém pode ser aplicada
didos. A reposição dos nut rient es ou a complement ação do que est á em cobert ura. Os micronut rient es são aplicados no solo j unt ament e com
falt ando no solo, é feit a por meio da operação denominada adubação, os out ros adubos e/ ou nas folhas. Exemplo: para brócoli, couve-flor e
ut ilizando-se os adubos ou fert ilizant es. repolho recomenda-se a aplicação de 3 a 4kg/ ha de B j unt ament e com os
Na agricult ura orgânica a adubação t em como foco principal o solo, demais adubos minerais no plant io e a pulverização das folhas por t rês
diferent ement e da convencional em que o foco é a plant a. Int eressa no vezes durant e o ciclo, com solução de ácido bórico (1g/ lit ro de água).
cult ivo orgânico mant er o solo saudável e rico em organismos vivos, bené- • Orgânicos: são produt os de origem veget al ou animal que, aplica-
ficos ao solo e às plant as. Para que isso ocorra, empregam-se priorit aria- dos ao solo em quant idades e em épocas e maneiras adequadas, propor-
ment e adubações orgânicas de font es variadas, complement ando-se com cionam melhorias de suas propriedades físicas, químicas e biológicas,
font es minerais permit idas (pouco solúveis). Os adubos orgânicos, por fornecendo às raízes nut rient es suficient es para produzir colheit as com-
liberarem lent ament e os nut rient es para as plant as, não favorecem a pensadoras, com produt os de boa qualidade, sem causar danos ao
infest ação e desenvolviment o de inset os ou microrganismos nocivos. solo, à plant a ou ao ambient e. Exemplos:
Os adubos podem ser classificados em vários t ipos: minerais, orgâni-
cos e organominerais. Dent ro dos orgânicos, exist e uma modalidade co- Material Umidade % %N %P %K
nhecida como adubo verde. Est erco de bovinos 70 0,56 0,21 0,56
• Minerais ou químicos: são sais muit o solúveis, simples ou formula-
Est erco de eqüinos - 1,67 1,00 1,19
dos, que apresent am um ou mais nut rient es, normalment e em concen-
Est erco de aves (seco) 8 2,2 2,0 1,3
t rações bem maiores quando comparados aos orgânicos, de liberação
Compost o de lixo 5-75 0,3-1,0 0,2-2,0 0,2-1,5
rápida ao meio; fabricados em escala indust rial a part ir de moléculas
ext raídas do pet róleo (recurso não renovável). O uso destes adubos é Tort a de mamona 10 7,4 1,6 1,1
proibido em agricultura orgânica, ent re out ros mot ivos, pelas alt era- Bagaço de cana 72 0,38 0,15 0,17
ções das condições químicas e biológicas do solo e os efeit os sobre os Palha de arroz 15 0,67 0,27 1,27
processos de absorção e met abolismos das plant as, com est ímulos à pro- Palha de café 12 1,30 0,31 1,80
t eólise (quebra das prot eínas), acumulando subst âncias simples na seiva
(aminoácidos, glicose, et c.) e t ornando-as mais suscept íveis ao at aque A aplicação de fert ilizant es orgânicos em hort aliças é alt ament e eco-
de pragas e doenças. nômica, apesar do cust o crescent e do t ransport e. São usados est ercos
Exemplos: uréia (44%N), sulfat o de amônio (20%N e 22 a 24%S), super- de animais, mat eriais veget ais t rit urados, compost os, t ort as veget ais,
fosfat o simples (18%P2O5, 10%Se 18 a 20%Ca), t ermofosfat o (17%P2O5 e 18 et c. É fundament al a aplicação do mat erial j á ferment ado ou “ curt ido” ,
a 20%Ca), cloret o de pot ássio (58%K2O); sulfat o de pot ássio (48%K2O e 15 com pouca umidade e peneirado, para facilidade de aplicação de ma-
-17%S); bórax (11%B); sulfat o de Zn (20%Zn), sulfat o de cobre (13%Cu); neira uniforme sobre a área a ser plant ada com hort aliças. A aplicação

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Capit ulo VIII - Nut rição mineral, calagem e adubação das hort aliças
dos fert ilizant es orgânicos deve ser feit a na área t ot al dos cant eiros, 2- Bokashi solo:
sulcos ou covas, incorporando-se uniformement e, com ant ecedência de indicado para hort aliças de frut os (Font e: Est ação de Agricult ura Or-
30 a 40 dias ao plant io das hort aliças. gânica de São Roque. Fórmula Shimamot o Seibut zu (Japão), cit ado por
O preparo e a ut ilização de compost os orgânicos t em se most rado Pent eado, 2000)
superior a out ros adubos orgânicos, em razão da compost agem inviabili-
zar a germinação de sement es de plant as daninhas e diminuir a ação de • Ingredientes: 500kg t erra, 200kg t ort a de mamona, 100kg farinha
alguns pat ógenos (ex. Fusarium e Rizoct onia), muit as vezes present es de osso, 50kg farinha de peixe, 60kg de farelo de arroz, 30kg de carvão,
em mat eriais veget ais crus. Além desses efeit os, o processo e t empo de 5kg açúcar mascavo, 3kg farinha de mandioca, 2kg inoculant e Bain-Food
ferment ação de diversos t ipos de mat erial orgânico, cont ribuem t am- e 40 lit ros água;
bém para eliminar vermes e out ros agent es causadores de doenças em • Inoculante e preparo: idem receit a 1.
seres humanos.
Um dos adubos orgânicos que vem sendo bast ant e ut ilizado, prin- • Organominerais: são fert ilizant es procedent es da mist ura ou combi-
cipal ment e pel os adept os da agricul t ura nat ural e orgânica, é o nação de fert ilizant es minerais e orgânicos, cont endo na sua fórmula no
Bokashi, um adubo orgânico concent rado, rico em N, P e K, podendo mínimo 25%de mat éria orgânica t ot al e no mínimo de 12%da soma dos
ser aplicado t ant o no preparo do solo como em cobert ura. Tem como t eores dos nut rient es N, P e K.
vant agens, em relação ao compost o de volumoso comum (f eit o com
resíduos palhosos e est ercos), a maior concent ração em nut rient es e • Adubos verdes: adubação verde é a prát ica de se cult ivar cert os vege-
a produção mais rápida (7 a 21 dias). Exist em dif erent es f ormula- t ais com o obj et ivo de incorporá-los post eriorment e ao solo. Os veget ais
ções, variando de acordo com a espécie de hort aliça a ser produzida mais indicados e usados são as leguminosas, que além de fornecerem
e com a Font e (idealizador): grande quant idade de mat éria orgânica (20 a 60 t oneladas de massa
verde por hect are), incorporam o N do ar at ravés da fixação simbiót ica
1- Bokashi solo: (bact érias do gênero Rhizobium que vivem nos nódulos das raízes das
indicado para hort aliças folhosas (Font e: Takahashi, cit ado por Pent ea- leguminosas). As mais conhecidas são: soj a, mucuna, feij ão-de-porco,
do, 2000) guandu, crot alária, et c. Também se pode ut ilizar plant as da família das
gramíneas (ex.: aveia-pret a, milho, et c.) que produzem grande quant i-
• Ingredientes: 500kg solo argiloso, 200kg farelo ou t ort a de mamona, dade de biomassa veget al, fornecendo carbono, aument ando a mat éria
50kg farinha de osso, 50kg farinha de peixe, 30kg farelo de arroz, 170kg orgânica do solo e favorecendo os microrganismos.
de est erco de galinha seco, 3kg farinha de mandioca, 5kg açúcar masca-
vo, inoculant e: 2kg de Bain-Food ou 2 lit ros de EM-4 e 40 lit ros água. FONTES PERMITIDAS EM AGRICULTURA ORGÂNICA
• Inoculante: fazer um mingau com 3kg de f arinha de mandioca
(ou out ra f ont e de amido) e 40 lit ros de água. Após f ervura, ret ira-se Fontes de nitrogênio (N) e matéria orgânica: est ercos de ani-
do f ogo e acrescent a-se o açúcar mascavo. Quando esf riar, acrescen- mais (aves, bovinos, eqüinos, et c. , pref erencial ment e compost a-
t a-se o inoculant e. dos), cama de currais e aviários, est erco l íquido e urina (est abil iza-
• Preparo: mist urar os ingredient es, acrescent ar o inoculant e prepa- dos), biof ert il izant es, adubos verdes, compost os orgânicos, t ort as,
rado e molhar at é 50-55%de umidade (ao apert ar um punhado na mão, vinhaças, húmus de minhoca, pal has e rest os veget ais compost ados
não escorre água ent re os dedos e forma um “ bolinho” que se esboroa ou não, et c.
facilment e). Revirar de 2 a 3 vezes ao dia, quando aquecer muit o a pilha Fontes de fósforo (P): fosfat os nat urais de Araxá, farinha de ossos e
(t emperat ura > 50°C). Est ará pront o para uso em 5 a 7 dias. t ermofosfat os.

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Capit ulo VIII - Nut rição mineral, calagem e adubação das hort aliças
Fontes de potássio (K): cinzas veget ais, resíduos (cascas de caf é), de micronut rient es (B, Cu, Fe, Mn, Cl, Co, Mo, Zn) e produt os de
pó de granit o e basal t o, sul f at o de pot ássio (com rest rições, deven- origem animal (leit e, f arinha de osso, f arinha de peixe, sangue, et c. ).
do-se comunicar à Cert if icadora no caso do cul t ivo orgânico). É indicado como f ont e suplement ar de micronut rient es para as plan-
Fontes de micronutrientes: biofert ilizant es, supermagro, algas, pós t as e para aument ar a resist ência às pragas e doenças. Recomenda-se
de rochas (basalt o e granit o). aplicar na concent ração de 1 a 5%(2%para f rut íf eras e hort aliças em
geral e 4%para o t omat e), em int ervalos de uma semana para t omat e
• Biofertilizantes: são f ert ilizant es líquidos obt idos da degradação e hort aliças de f rut os e de 10 a 20 dias para as demais hort aliças.
da mat éria orgânica (est ercos ou rest os veget ais) em condições aeró-
bias e anaeróbias em biodigest or. Além de seu ef eit o nut ricional, f or- RECOMENDAÇÕES DE ADUBAÇÃO
necendo prot eínas, enzimas, vit aminas, ant ibiót icos nat urais, alca-
lóides, macro e micronut rient es, t ambém são ut ilizados como def en- Em escala comercial as recomendações de adubação são feit as a par-
sivo nat ural, devido à presença do microrganismo Baci l l us subt i l l i s, t ir dos result ados da análise do solo. Caso a opção sej a por adubos orgâ-
aument ando o vigor e a resist ência das plant as às pragas e doenças. nicos, normalment e será ut ilizada grande quant idade, uma vez que os
Exist em várias receit as de biof ert ilizant es: mesmos possuem baixos t eores de nut rient es para as plant as: é comum
recomendações da ordem de 80 a 100t / ha de est erco bovino curt ido em
• Receit a 1 (mais simples): est erco de gado + água(em um t ambor de cult ivo de alface, almeirão, et c.
200 lit ros colocam-se 50 a 80kg de est erco fresco e complet a-se o volu-
me com água); A relação entre o esterco de galinha e o bovino é de 1:4 (uma
part e de est erco de galinha corresponde a 4 de est erco bovino). Para
• Receit a 2: 40kg de est erco fresco + 20 a 40kg decapins picados + água; a t ort a de mamona f erment ada, a relação é 1: 10 (uma part e de t ort a
de mamona corresponde a 10 part es de est erco bovino ou de curral).
• Receit a 3 (enriquecido com P e K): 50kg de est erco fresco de gado + 15kg Exemplos: deve-se aplicar para as hort aliças f olhosas (alf ace, almei-
de farinha de ossos + 5kg de cinzas de madeira + 4kg de melaço de cana. rão, chicória, escarola, rúcula e agrião d’ água) no plant io: 60 a 80t /
ha de est erco de curral ou 15 a 20t / ha de est erco de galinha; para as
A adição de açúcar ou melaço (pode ser acrescent ado em qualquer brassicáceas (brócoli, couve-f lor, repolho) deve-se aplicar 40 a 60t /
receit a) f avorece a f erment ação. Quando a receit a f or preparada na ha de est erco de curral ou 10 a 15t / ha de est erco de galinha (Bolet im
f orma anaeróbia (em local f echado), devem ser adot ados os seguint es 100 do IAC).
procediment os: fechar hermet icament e o t ambor com uma t ampa, dei- Para adubação de pequenas hort as, em solos de média fert ilidade,
xar um espaço de no mínimo 20cm ent re o líquido e a t ampa para recomenda-se a seguint e adubação:
evit ar o expansão dos gases e o est ouro do t ambor, inserir uma man-
gueira plást ica na t ampa do t ambor, bem vedada, mergulhando-se a
out ra ext remidade em um recipient e com água (os gases vão escapar e A. Para hortaliças plantadas em sementeiras e canteiros
borbulhar na água, indicando que o mat erial est á f erment ando). Dei- (quant idade por met ro quadrado)
xar f erment ar por 30 a 40 dias. Para ut ilização, deve-se coar o biof er-
t ilizant e e diluir em água (1 a 5%, ou sej a, de 1 a 5 lit ros em 100 lit ros Est erco de curral (bovino) .............................. 15 – 20 lit ros
de água), em seguida pulverizar as plant as ou regar o solo. Superfosfat o simples ..................................... 150 a 200g *
- Supermagro: é uma das f ormas mais conhecidas de biof ert ilizant e, Cloret o de pot ássio ........................................ 20 a 50g *
produzido a part ir da mist ura de est erco de curral com um complexo

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Capit ulo VIII - Nut rição mineral, calagem e adubação das hort aliças
B. Para hortaliças plantadas em covas

Est erco de curral ......................................... 1,5 a 2 lit ros


Super simples .............................................. 200 a 300g *
Cloret o de pot ássio ......................................... 20 a 30g *
ou
Mesma quant idade de est erco + 200 a 300g da fórmula 4-14-8 *

* No cul t ivo orgânico, esses adubos minerais devem ser subst it uídos por f ont es nat urais e orgâ-
nicas (P = f osf at o de rocha nat ural , t ermof osf at o ou f arinha de ossos, na mesma quant idade; K =
cinzas veget ais, na quant idade de 200 a 500g).

O est erco de curral pode ser subst it uído por: compost o orgânico
(quant idade igual), est erco de galinha (um quart o da quant idade de
est erco de curral) ou t ort a de mamona (um décimo da quant idade).
Também se pode adubar os cant eiros com compost o e complement ar
com bokashi na proporção de 500g/ m2 (hort aliças f olhosas) e 300g/
cova (hort aliças de f rut os), além de pulverizações com biof ert ilizan-
Adubação orgânica do cant eiro
t es (a cada 10 a 15 dias).

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Capit ulo VIII - Nut rição mineral, calagem e adubação das hort aliças
ANOTAÇÕES
IX. COMPOSTAGEM:
PREPARO DO COMPOSTO ORGÂNICO
Helen Elisa C. R. Bevilacqua
Na nat ureza a decomposição da mat éria orgânica ocorre nat uralmen- ocorra a liberação de gás amônio, que t em mal cheiro. Ex.: rest os
t e, onde os mat eriais considerados "lixo", como os rest os de animais e animais, est ercos, sobras de compost o, t ort as veget ais, rest os veget ais
veget ais, são t ransformados pelos microrganismos exist ent es no solo, de leguminosas (adubos verdes), folhas, borra de café, bagaços de la-
em element os ut ilizados na nut rição das plant as e na melhoria das con- ranj a, farinha de sangue, sobras de frut as e de hort aliças, ent re out ros.
dições físicas e biológicas do solo. • Oxigênio- é exigido especialment e pelas bact érias mais eficient es,
A compost agem é a t écnica para se obt er mais rapidament e e em chamadas aeróbias. À medida que os microrganismos aeróbios degra-
melhores condições a est abilização da mat éria orgânica, formando o dam os compost os de carbono em gás carbônico e água, t ambém produ-
compost o orgânico, que t ot alment e decompost o, ou est abilizado, resul- zem uma grande quant idade de energia (em forma de calor). Ao mesmo
t a no húmus (result ado final da decomposição da mat éria orgânica). t empo, eles liberam nut rient es para as plant as (N, P, Mg, et c.). Quando
O compost o orgânico é o result ado da decomposição biológica da falt a oxigênio, os microrganismos anaeróbios começam a aument ar em
mat éria orgânica na presença do oxigênio do ar e água, t endo como quant idade, diminuindo a velocidade de decomposição e produzindo subs-
produt o final, além do compost o, o desprendiment o de gás carbônico, t âncias com cheiro desagradável (aminas, ácido sulfídrico, ent re ou-
calor e vapor d'água, reduzindo o peso e o volume do mat erial inicial- t ros), causando perdas de nit rogênio e problemas com moscas. O mat e-
ment e ut ilizado (redução de um t erço a met ade do volume inicial). Quant o rial deve ser periodicament e revolvido para dar o oxigênio suficient e
mais variada for a mist ura de mat eriais, melhor será o compost o obt ido. para as bact érias aeróbias.
O compost o pront o t em um aspect o homogêneo, cor escura (marrom • Umidade- é necessária para que os microrganismos realizem seu traba-
café), cheiro agradável de t erra, est rut ura de grãos pequenos, onde não lho. Pouca umidade diminui a decomposição. Muita umidade diminui o nú-
se pode mais dist inguir o mat erial de origem e que não aquece mais, mero de microrganismos aeróbios, mais eficientes. A umidade ideal está em
mesmo após ser revirado. torno de 45 a 50%(teor de umidade semelhante a uma esponj a espremida).
A ferment ação, ou decomposição, ocorre pela ação de diversos mi-
crorganismos, como fungos, bact érias e act inomicet os numa primeira O QUE UTILIZAR PARA FAZER O COMPOSTO
fase (decomposição propriament e dit a) e de out ros microrganismos como
prot ozoários, nemat óides, vermes e inset os (besouros, lacraias, aranhas, • O que pode ser utilizado - folhas secas, palhas, serragens, cinzas de
et c.), numa segunda fase (amadureciment o do compost o). madeira, penas, lixo orgânico domést ico (menos óleo e gordura ani-
mal), aparas de grama, rocha moída e conchas, podas, resíduos da
DO QUE OS MICRORGANISMOS NECESSITAM indúst ria de aliment os, j ornais (menos os coloridos), t urfa, algas ma-
PARA REALIZAR SEU TRABALHO rinhas, grama, ervas daninhas, borra de café, casca de amendoim,
casca de frut as.
• Carbono– font e de energia dos microrganismos. São mat eriais se- • Materiais de difícil degradação - sabugo de milho, bagaço de maçã,
cos e fibrosos de plant as, como folhas secas, palhas, serragens, rolão de casca de cit rus, folhas de cana, folhas de palmeira, veget ais espinho-
milho, capim seco, cascas de eucalipt o, casca de arroz, de café, de sos, casca e folhas de pinus e eucalipt o.
t rigo, ent re out ros. • Materiais que não devem ser utilizados - carvão mineral e veget al,
• Nitrogênio- fornece as prot eínas que os microrganismos necessi- papel colorido, plant as doent es, mat eriais não biodegradáveis (roupa
t am para decompor as font es de carbono. São considerados at ivadores, de t ecido sint ét ico, plást ico, vidro, alumínio, borracha), fezes de
pois fazem com que a pilha do compost o esquent e. Em geral, esses animais domést icos, produt os químicos t óxicos.
mat eriais não são fibrosos nem volumosos (como o carbono) e são apli- • Ativadores (aceleradores da decomposição) - farinha de alfafa, de
cados em quant idades menores. Com pouco nit rogênio, a decomposição sangue, de osso, compost o, t ort a de algodão, farinha de peixe, de
se processa lent ament e, j á com excesso de nit rogênio, faz com que casco, de chifre, pós de couro, est ercos, solo, resíduos de peixe.

50
Capit ulo IX - Compost agem: preparo do compost o orgânico
COMO MONTAR A PILHA DE COMPOSTO • se est iver fria, acrescent ar um pouco mais de material rico em nit rogê-
nio (mat erial verde), para depois fazer o revirament o da massa vege-
O local para se mont ar t al quando esquent ar.
a pilha de compost o orgâ- Fazer est e revolviment o do mont e a cada semana ou 10 dias, para
nico, deve ser prot egido do acelerar a decomposição. Em aproximadament e 3 a 4 meses, quando
vent o, do excesso de sol e o mat erial est iver bem homogêneo, não se dist inguindo mais as ca-
de chuva, com leve incli- madas originais, de cor escura, com a consist ência de t erra e com
nação (para que a água de cheiro agradável, o compost o orgânico est ará pront o para ut ilização
chuva não f ique empoça- como adubo.
da), espaçoso (para conse-
guir revirar a pilha de com- COMO FAZER O COMPOSTO EM PEQUENOS ESPAÇOS
post o), próximo de um pon-
t o de água e do local de Quando não se dispuser de espaço para mont ar uma pilha com mat e-
ut ilização. Inicia-se empi- rial orgânico, pode-se acumulá-lo em recipient es, t ais como t ambores,
lhando os mat eriais em ca- baldes, caixas ou cest os t elados, porém est es devem t er furos suficien-
madas alt ernadas, colocando-se em primeiro lugar, uma camada de 15cm t es para que haj a t roca de oxigênio ent re o mont e e o ambient e e para
de mat erial rico em carbono e em seguida, uma camada de 5cm de que haj a drenagem do excesso de água.
mat erial rico em nit rogênio. A mont agem segue o modelo cit ado ant eriorment e de mont agem
A cada camada, deve-se umedecer o mont e, sem excessos (a umi- da pilha de compost o orgânico, alt ernando-se camadas de mat eriais ri-
dade deve ser de, no máximo 60% - quando se apert a uma porção da cos em carbono e mat eriais ricos em nit rogênio.
massa, não deve escorrer, soment e aparecer um pouco de água ent re
os dedos).
Ao t érmino de formação da pilha, que deve t er no máximo 1,50cm de
alt ura, deve-se cobrir com uma camada de capim seco ou folhas de
bananeira, ou out ro mat erial fibroso para mant er a umidade, ou ainda
uma camada de t erra de
3cm. Pode-se usar, t am-
bém, uma camada de cal
sobre o mont e, para evit ar
o mau cheiro e o apareci-
ment o de moscas.
Após uma semana, veri-
ficar a t emperat ura, fazen-
do um buraco no meio da
pilha e encost ando a mão:
• se est i ver quent e, r e-
vi r ar, apr ovei t ando par a
umedecer o mat er i al ;

51
Capit ulo IX - Compost agem: preparo do compost o orgânico
COMO AUMENTAR A VELOCIDADE DA DECOMPOSIÇÃO

Criar ót imas condições para a decomposição:


• Fazer o balanço correto ent re ar, água, mat éria seca e mat éria verde;
• Picar os componentes - pedaços menores aument am a superfície de
cont at o dos microrganismos para t rabalharem, aument ando assim, a
velocidade de decomposição;
• Tamanho da pilha do compost o deve t er aproximadament e 3 a 4m de
largura, 1,5 a 1,8m de alt ura e compriment o variável, de acordo com
o espaço disponível;
• Faça a aeração da pilha pelo menos uma vez por semana;
• Deixe a pil ha sempre úmida, pois quando seca, diminui a ação
dos microrganismos.

VANTAGENS DO COMPOSTO PARA O SOLO E AS PLANTAS

Font e de lent a liberação de nut rient es;

Excelent e est rut urador do solo (forma pequenos grânulos, aj udan-


do na ret enção e drenagem da água e na aeração);

Aument a a capacidade de infilt ração de água, reduzindo a erosão;

Grande at ivador da vida do solo;

Permit e o aument o de t eor de mat éria orgânica, aument ando a


capacidade de ret enção de água;

Aument a a saúde e a resist ência das plant as;

Aument a a capacidade de ret enção de nut rient es no solo, evit an-


do perdas por erosão e lavagem;

Mant ém est áveis a t emperat ura e os níveis de acidez do solo (pH);

Dest ruição do poder de germinação de sement es de plant as dani-


nhas e de organismos causadores de doenças.

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Capit ulo IX - Compost agem: preparo do compost o orgânico
X. TRATOS CULTURAIS
Helen Elisa C. R. Bevilacqua

53
Capit ulo X - Trat os cult urais
A fim de proporcionar às plant as melhores condições para seu desen- • Afofamento do solo - é a chamada escarificação do solo. Consist e em
volviment o e produção, é necessária a execução de diversos tratos cul- romper a crost a superficial que t ende a se formar, especialment e em solo
turais. Essas operações devem ser execut adas na época cert a e com argiloso, dificult ando o desenvolviment o das plant as. É feit a com ancinho
t odo cuidado. (rast elinho) ou com o sacho, de preferência com o solo um pouco úmido.
As hort aliças de raízes necessit am de uma escarificação com maior fre-
São eles: qüência do que as folhosas.
• cobertura morta - consist e em cobrir o solo com vários t ipos de
mat eriais, que podem ser: capim cort ado, serragem, palha de t rigo ou • Raleação ou desbaste - consist e na eliminação das plant as menos
de milho, casca de amendoim ou de girassol, ou bagacinho de cana. É desenvolvidas para deixar espaço adequado ent re as plant as rest ant es,
ut ilizada para: prot eger o solo do sol f ort e e das chuvas, ret er a umi- permit indo que elas cresçam bem. Feit a quando as plant as t êm mais de
dade nat ural do solo, mant er a t emperat ura do solo mais amena, evi- 5cm de alt ura, naquelas hort aliças de semeadura diret a, t ant o nas co-
t ar erosão f acilit ando a inf ilt ração da água no solo e mant er os nut ri- vas como nos cant eiros.
ent es mais disponíveis ao acrescent á-los ao solo pela decomposição da
mat éria orgânica imit ando a nat ureza. A cobert ura do solo deve ser • Desbrota - ut ilizada para eliminar o excesso de brot os e galhos para
f eit a, principalment e, após a semeadura (t omando-se o cuidado para arej ar a plant a, a luz poder penet rar com maior facilidade e t ambém
ret irá-la assim que as sement es comecem a germinar, evit ando o est i- eliminar o excesso de frut os, para haver um melhor desenvolviment o dos
olament o das plânt ulas) e logo depois do t ransplant e, quando as plan- que rest aram. É ut ilizada na couve, no t omat e, na abobrinha, na berinj e-
t as est ão mais suscept íveis à f alt a de água, o que poderá af et ar o la, no melão e na melancia. Sem a desbrot a a plant a fica parecendo uma
cresciment o normal delas. moit a, cresce muit o em volume e os frut os, ou as folhas, não at ingem o
t amanho ideal para comercialização. Essa operação é feit a quando a plant a
• Controle do mato (capinas) - operação que pode ser feit a manual- j á est á um pouco desenvolvida e pode ser usada como font e de mudas que
ment e, ou com o auxílio de enxada ou do sacho, ut ilizada para mant er a dão origem a novas plant as adult as, como é o caso da couve.
cult ura “ no limpo” , ist o é, sem plant as daninhas (que são t odas aquelas
plant as diferent es das que foram plant adas). Deve-se ret irá-las apenas • Amontoa - em cert as cult uras é necessário chegar t erra ao pé da
nos est ágios iniciais, para evit ar a compet ição com água, luz e nut rien- plant a, após cert o grau de desenvolviment o, para que as raízes ou t u-
t es. Depois o “ mat o” não mais at rapalha, aj udando at é, prot egendo o bérculos fiquem ent errados (como é o caso da bat at a, cenoura, bet erra-
solo, formando uma “ cobert ura viva” , auxiliando na diminuição da t em- ba, rabanet e, nabo, et c.).
perat ura do solo, prot egendo as plant as cont ra vent os fort es, abrigando
inimigos nat urais das pragas e sendo um excelent e indicador das condi- • Estaqueamento - é f eit o
ções do solo. Algumas plant as t razem minerais do subsolo para garant ir para algumas hort aliças que
a fert ilidade da camada superficial. Deve-se fazer o cont role do mat o necessit am de suport e para
nos períodos mais secos. evit ar o seu cresciment o em
cont at o com a t erra, ou pro-
• Cobertura plástica - é semelhant e à cobert ura mort a, pois mant ém o t eção cont ra vent os ou ex-
solo mais fresco. É mais fácil que a cobert ura mort a e reduz a evapora- cesso de produção, como é
ção de água no solo, no ent ant o, é mais cara e isola de um vez as t rocas o caso da ervilha-t ort a, f ei-
gasosas de oxigênio e nit rogênio, não permit indo uma respiração t ot al j ão-vagem, pepino, t omat e,
do solo. piment ão, berinj ela, et c. As

54
Capit ulo X - Trat os cult urais
t repadeiras se prendem sozinhas, mas out ras plant as precisam ser
amarradas com barbant e, cipó, t ira de pano, arame, t ira de borra-
cha, et c. , sem apert ar muit o para não quebrar o caule.

• Estiolamento - com o salsão e a chicória, faz-se o est iolament o, que é


uma amarração não muit o apert ada das hast es que ficam logo abaixo
das folhas. É feit a quando as plant as t êm mais ou menos 30cm de alt ura
e serve para dar um t om branco-creme às folhas, t ornando-as apet it osas
para o consumo.

• Irrigação - a água é essencial para as pl ant as. A f al t a del a ret arda


o cresciment o, piora a qual idade do produt o, acel era a mat uração
e diminui a produt ividade. As pl ant as precisam de mais água após a
semeadura e após o t ranspl ant e e, de modo geral , as hort al iças de
f ol has precisam de mais água e os t ubércul os, como a bat at a, ce-
noura, al ho e cebol a não precisam t ant o, especial ment e próximo à
col heit a. As regas devem ser diárias, del icadas, sem j at os f ort es,
sempre nas horas mais f rescas do dia (f inal da t arde ou de manhã
cedo). Quando f eit a no f inal da t arde, a umidade do sol o permane-
ce por mais t empo.

55
Capit ulo X - Trat os cult urais
ANOTAÇÕES
XI. QUALIDADE DA ÁGUA UTILIZADA
NA IRRIGAÇÃO DE HORTALIÇAS
Eduardo Lanzoni Nóbrega
INTRODUÇÃO MEDIDAS PREVENTIVAS

Desde 1854, quando John Snow descobriu a relação exist ent e ent re o O agricult or poderá preservar a água de seu manancial t omando os
consumo de água cont aminada e a incidência de Cólera em Londres, as seguint es cuidados dent ro de sua propriedade:
ações relat ivas à manut enção da pot abilidade da água passaram a ser
eleit as como priorit árias no âmbit o da saúde pública. 1. dispor adequadament e os esgot os das casas at ravés da const rução
Conceit ualment e a água é uma necessidade vit al para qualquer ser de fossas secas ou sépt icas com poço absorvent e;
vivo e é ut ilizada para inúmeras finalidades. Em função do uso a que se
dest ina deve apresent ar det erminadas caract eríst icas. Assim a água ut i- 2. mant er uma dist ância mínima de 30 met ros ent re a fossa e qual-
lizada para beber denomina-se água pot ável. quer manancial de água, e sempre em cot a mais baixa em relação ao
A pot abilidade de uma água é definida at ravés de um conj unt o de poço de água;
parâmet ros e padrões est abelecidos por normas e legislações sanit árias.
Est abelecer um padrão de pot abilidade é definir, para cada parâme- 3. as áreas de criação de animais deverão est ar dist ant es no mínimo
t ro, um valor ou concent ração a part ir da qual seu consumo pode induzir 30 met ros de qualquer manancial de água e sempre em cot a mais baixa
a riscos à saúde. em relação ao poço de água;
Um padrão serve como base ou norma para avaliação de qualidade
ou quant idade. O padrão de pot abilidade da água, def inido na Port a- 4. prot eger adequadament e os poços f reát icos por meio da cons-
ria n. º 36, de 19 de j aneiro de 1990, do Minist ério da Saúde, é um t rução de muret a que impeça o acesso de águas cont aminadas ao
conj unt o de valores máximos permissíveis das caract eríst icas f ísico- poço e val et as diversoras de água de chuva, mant endo o poço sem-
químicas, microbiológicas e organolépt icas das águas dest inadas ao pre f echado.
consumo humano.
A água considerada cont aminada para irrigação é aquela que con- POSSÍVEIS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS ATRAVÉS DA ÁGUA
t ém uma concent ração superior a 1000 colif ormes f ecais por 100ml
de amost ra. A água é normalment e habit ada por vários t ipos de microorganismos
Para fins de avaliação da qualidade de água dest inada à irrigação, o de vida livre e não parasit ária, que dela ext raem os element os indispen-
produt or deverá efet uar um cont role por meio de análises bact eriológi- sáveis a sua sobrevivência. Ocasionalment e são int roduzidos organismos
cas, da seguint e forma: pat ogênicos, que ut ilizando a água como veículo, const it uem-se um pe-
1. uma amost ragem a cada dois meses com a freqüência mínima de 6 rigo sanit ário pot encial.
amost ras por ano, para águas de superfície; Ent re os vários gêneros e espécies de microorganismos não pat ogêni-
2. uma amost ragem a cada t rês meses com freqüência de 4 amost ras cos present es no int est ino humano, aqueles conhecidos como Grupo
por ano, para águas subt errâneas; Coliforme passaram a ser denominados indicadores da presença de mi-
3. a água de irrigação será considerada adequada se 80% das amos- croorganismos pat ogênicos em água de abast eciment o.
t ras colet adas anualment e at enderem ao padrão est abelecido e os 20% É int eressant e not ar que a quase t ot alidade dos microorganismos pa-
rest ant es das amost ras não apresent arem mais de 4000 coliformes fe- t ogênicos é incapaz de viver em sua forma adult a ou de reproduzirem-se
cais (Escherichia coli) por 100ml; fora do organismo que lhes serve de hospedeiro. Port ant o, t êm vida
4. o produt or deverá mant er laudos das análises efet uadas, para fins limit ada quando se encont ram na água, ist o é, fora do hospedeiro.
de apresent ação à aut oridade sanit ária, bem como regist ro dos pont os Os microorganismos pat ogênicos são classicament e agrupados em ví-
onde foram colet adas as amost ras para análise laborat orial. rus, bact érias e helmint os.

58
Capit ulo XI - Qualidade da água usada na irrigação de hort aliças
Classificação ambient al das infecções relacionadas com a água Principais agentes bacterianos causadores de toxinfecção alimentar

GRUPO DESCRIÇÃO EXEMPLOS/ AGENTE ETIOLÓGICO AGENTE SINTOMAS PERÍODO DURAÇÃO PRINCIPAIS
1 – Transmissão hídrica. Ocorre quando o agent e - Diarréia: cólera/ Vibrio choleraesal- INFECCIOSO DE INCUBAÇÃO DA DOENÇA FONTES
encont ra-se na água monelose/ Salmonella sp.- Febres en-
t éricashepat it e A / vírus A da hepa-
t it eascaridíase/ Ascaris lumbricoides Baci l l us cer eus Diarréia event u- 1 a 6 horas 24 horas Aliment os
e St r ept ococcus al, f ebre rara e
2 –Transmissão relaciona- Ocorre quando o agent e se Escabiose/ Sar copt es scabi aet raco- aur eus vômit o freqüent e
da com a higiene. manif est a sob condições ma/ Chl amydia t rachomat is
inadequadas de higiene Escherichia coli Diarréia aquosa, 12 horas a 3 dias 3 a 5 dias Alimentose água
ent erot oxigênica f ebr e var i ável ,
3 – Transmissão baseada Ocorre a partir do contato do Esquist ossomose/ vômit o event ual
na água. homem com um agente que Schist osoma mansoni
desenvolve parte do ciclo vi- Sal monel l a Diarréia past osa, 8 horas a 2 dias 5 a 7 dias Alimentose água
tal em animal aquático não t if óide f ebr e e vômi t o
event ual
4 – Transmissão por inse- Ocorre quando o agent e Dengue/ vírus da dengue - vet or: Ae-
t o vet or que se procria ent ra em cont at o com o des aegypt i malária/ Pl asmodium sp. Vibrio cholerae Diarréia pode ser 7 horas a 5 dias 3 a 5 dias Alimentose água
na água. homem at ravés da picada - vet or: Anophel es sp.f ilariose/ Wu- profusa e aquosa,
do inset o chereria bancrof t i – vet or: Cul ex sp. vômit o comum

Font e: Secret aria do Est ado da Saúde – CVE. Font e: Secret aria do Est ado da Saúde – CVE.

59
Capit ulo XI - Qualidade da água usada na irrigação de hort aliças
ANOTAÇÕES
XII. IDENTIFICAÇÃO E CONTROLE
DE PRAGAS E DOENÇAS
Juscelino Nobuo Shiraki
O apareciment o das pragas e doenças é o result ado de um desequilí- rem enviados às regiões de floresciment o e frut ificação das plant as e
brio nut ricional das plant as. Uma plant a bem nut rida, vivendo em ambi- que podem t ornar as plant as saudáveis em suscept íveis ao at aque de
ent e sadio, é menos suscept ível a doenças e at aques de pragas. E a base pragas e doenças, mesmo quando cult ivadas organicament e.
da saúde das plant as é o solo.
Num solo onde foi feit a a calagem e a adubação orgânica, as plant as Assim como existem fatores favoráveis ao aparecimento das pragas e
sint et izam nas folhas compost os orgânicos simples (aminoácidos, açúca- doenças, existem fatores que favorecem a resistência das plantas:
res, amidos, ent re out ros) na quant idade cert a para a plant a (sem ex- • solos ricos em mat éria orgânica favorecem a microvida (no processo
cesso ou falt a) e que são levadas para regiões de cresciment o e armaze- de decomposição a microvida libera no solo compost os orgânicos be-
nament o, onde é met abolizado rapidament e em compost os orgânicos néficos para a plant a).
complexos (prot eínas, celulose, enzimas, carboidrat o, lignina, lipídios, • a mat éria orgânica propicia uma melhor est rut uração do solo e uma
ent re out ros). melhor aeração.
Porém, quando por algum mot ivo, há um acúmulo e circulação na • durant e o processo de decomposição da mat éria orgânica, há uma
seiva da plant a de compost os orgânicos simples (produzidas em grande lent a liberação de macro e micronut rient es, possibilit ando que a plant a
quant idade, por exemplo) é que ocorrerá o at aque de pragas e doenças ‘ escolha’ os nut rient es na quant idade de que necessit am, e assim,
(inset os, ácaros, nemat óides, fungos, bact érias e vírus), e a razão do beneficiando a plant a.
at aque é simples, pois est es organismos só conseguem se aliment ar de • ut ilização de plant as adapt adas ao local (evit a oest resse).
subst âncias orgânicas simples porque não possuem enzimas que degra- • ut ilização de mat eriais que forneçam, de modo lent o, os macro e
dam subst âncias orgânicas complexas. micronut rient es ao solo (rocha moída, por exemplo).

Existem diversos fatores que alteram o metabolismo das plantas, e Cult ivando as plant as organicament e, como sabemos, a incidência de
que favorecem o aparecimento de pragas e doenças: pragas e doenças diminui sensivelment e, porém, se por algum mot ivo
• Ut ilização de adubos químicos de alt a solubilidade/ concent ração que houver um aument o, podemos ut ilizar os defensivos alt ernat ivos para
eliminam a microvida do solo e impossibilit a as plant as de “ escolher” diminuir est e at aque.
os element os químicos de que necessit am, t ornando-as, t ambém, in-
capazes de cont rolar a ent rada desses element os químicos. Nest e Além do uso desses defensivos alternativos, podemos adotar outros
processo, são produzidos em grande quant idade, os compost os orgâ- procedimentos para proteger as plantas, tais como:
nicos simples que circulam na seiva e assim, a plant a t orna-se sus- • uso de caldas prot et oras (caldas ricas em subst âncias orgânicas, ut i-
cept ível às doenças e pragas; lizadas com o obj et ivo de aument ar a resist ência das plant as, como a
• Falt a ou excesso de água, que provoca est resse naplant a e, conse- calda bordalesa e os biofert ilizant es);
qüent ement e, há uma alt eração no seu met abolismo; • uso de plant as defensivas (com ação inset icida eut ilizadas t ambém
• Compact ação do solo pelo uso de máquinas agrícolas (para o preparo para repelir os inset os);
do solo). Nest e processo, a infilt ração da água é prej udicada, bem • plant as companheiras (associação de plant as com ação repelent e
como, a aeração do solo (pouca aeração); dent ro do local onde est á sendo feit o o cult ivo);
• Uso de defensivos agrícolas (inset icidas, fungicidas, herbicidas, en- • plant as benéf icas (mant er plant as que servem de abrigo e repro-
t re out ros) que alt eram o met abolismo da plant a e provocam um dução dos inset os que se aliment am das pragas – os chamados ini-
acúmulo dos compost os orgânicos simples; migos nat urais);
• Uso de variedades não adapt adas à região; • iscas e armadilhas (o seu emprego consist e em auxiliar no combat e
• Degradação de compost os orgânicos complexos em simples, para se- aos inset os e lesmas e no monit orament o da sua quant idade);

62
Capit ulo XII - Ident if icação e cont role de pragas e doenças
• cont role biológico (é a int rodução, aument o e conservação da popu- folhas, ao longo das nervuras, de onde sugam a seiva. Medem cerca de
lação de inimigos nat urais, com o emprego de inset icidas biológicos 1mm e apresent am uma secreção cerosa branca em seu dorso. Sua eli-
para o cont role de pragas); minação t ambém pode ser feit a at ravés de predadores como a j oaninha
• desinfecção dos cant eiros at ravés da solarizaçãodo solo, ut ilização ou com uma solução de calda de fumo em corda. São encont radas nas
de vapor d’ água, cal virgem e adubos verdes; raízes de alcachofra, cenoura, nos brot os novos da bat at a.
• barreiras veget ais (ut ilização de cercas vivas - linhas de árvores -
para evit ar vent os fort es que danificam e disseminam doenças, cau- Tripes - são facilment e ident ificados nas horas quent es
sando t ambém o est resse nas plant as). do dia, quando ficam voando em t orno da plant a. São
bast ant e pequenos, com corpo alongado e fino, medindo
PRAGAS de 0,5 a 4mm de compriment o, com dois pares de asas
franj adas. Em geral são escuros e sugam a seiva das plan-
São causadas por vários t ipos de organismos, visíveis ou não a olho t as, causando deformação nas folhas e brot os. O at aque dest as pragas é
nu, t ais como: ácaros, pulgões, cochonilhas, nemat óides, lesmas, cara- reconhecido por duas caract eríst icas: a presença de picadas pret as e a
cóis, lagart as, t ripes, ent re out ros. presença de manchas esbranquiçadas, provocadas pela perda da seiva e
da clorofila at ravés das picadas. Para o seu cont role, ut iliza-se uma
Pulgões - são inset os sugadores, com 3 a 5mm, que se aloj am solução de fumo em corda com sabão neut ro. São comuns em alho,
nos brot os das plant as, roubando-lhes t oda a seiva. Em geral t omat e, berinj ela e piment ão.
são verdes, mas algumas espécies possuem coloração que vai
do vinho ao pret o. Eles se reproduzem rapidament e, causan- Ácaros - são pequenos aracnídeos (“ parent es” das ara-
do o at rofiament o das folhas e brot os. Ent ret ant o, é fácil nhas) que se aloj am na part e inf erior das f olhas, onde
combat ê-los, esmagando-os manualment e ou aplicando-se a t ecem uma t eia muit o f ina, que dá impressão de uma som-
calda de fumo. Out ro mét odo é at ravés de inimigos nat urais, os chama- bra prat eada. As f olhas at acadas enrolam-se, chegando a
dos predadores, como, por exemplo, as j oaninhas que comem os pul- secar. Para combat er os ácaros ut iliza-se uma solução de
gões. Port ant o nunca as elimine. Encont rados nas crucíferas (couve, f umo em corda com sabão. Encont ramos em t omat e, be-
brócoli, repolho), nas cucurbit áceas (abóbora, abobrinha, pepino), no rinj ela, piment ão, bat at a.
quiabo, no t omat e, berinj ela, piment ão.
Formigas - as formigas cort adeiras (saúvas e quen-
Cochonilha-com-escama - são inset os sugadores que parecem peque- quéns) são as principais pragas numa hort a. São
nas verrugas de 3 a 5mm aderidas nos ramos novos e folhas. Por ext raírem inset os de coloração marrom que causam danos
t oda a seiva da plant a, est a vai definhando, podendo rapidament e morrer. às plant as, cort ando suas f olhas. Como cont role pode-se ut ilizar pão
Para eliminá-las é indicado fazer pulverizações quinzenais de uma mist ura embebido em vinagre, ou prevent ivament e plant ar o gergelim em vol-
de calda de fumo com óleo emulsionável, na proporção de 10ml de óleo t a da hort a. A presença de f ormigas é muit o comum em plant as inf es-
para cada lit ro de água. Essas são mais difíceis de serem encont radas nas t adas por pulgões e cochonilhas com ou sem escama. Podem ser mi-
hort aliças, sendo mais encont radas no loureiro e em cit ros. Obs.: o óleo núsculas, medindo cerca de 3mm, ou maiores, alcançando 0, 5cm, com
emulsionável pode ser subst it uído pelo sabão neut ro ou sabão de côco. coloração pret a, avermelhada ou amarelada. São chamadas f ormigas-
doceiras, porque se aliment am da excreção açucarada dessas pragas.
Cochonilha-sem-escama - t ambém conhecida pelo nome de pulgão Em t roca, elas at acam os predadores dos pulgões, como as j oaninhas.
branco, a cochonilha–sem-escama em geral se aloj a nas hast es e nas Encont radas na bat at a, quiabo.

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Capit ulo XII - Ident if icação e cont role de pragas e doenças
Lesmas e caracóis - são moluscos que agem à noit e; de- caules e folhas, sugando-lhes a seiva. Se o solo est iver cont aminado por
voram as folhas, raspando-as e fazendo grandes buracos. est as pragas, o seu cont role pode ser feit o com o plant io do cravo-de-
Escondem-se durant e o dia em lugares úmidos e sombrea- defunt o ou t aget es (Taget es pat ula) que possui component es com a propri-
dos (t roncos, folhas caídas, pedras). Podem ser at raídos edade de impedir a reprodução dos nemat óides, ou ent ão preparando uma
para armadilhas com cervej a ou cascas de melão e melan- solução de alho com sabão a ser j ogada no solo. Algumas plant as são muit o
cias e depois ext erminadas manualment e. São encont radas sempre em sensíveis ao nemat óide, como a cenoura, a salsa, o piment ão.
locais com muit a umidade.
Mil-pés / Piolho-de-cobra - são pequenos art rópodos (miriápodos) de
Tatuzinho - são crust áceos que, quando molest ados, enro- coloração marrom-escura, que possuem corpos alongados e cilíndricos,
lam o corpo em forma de bola. Vivem escondidos embaixo formados por numerosos segment os que podem at ingir at é cem. Apre-
de t roncos e pedras, at acando brot os t enros, rasgando-os e sent am dois pares de apêndices locomot ores por segment o. Geralment e
perfurando-os. O combat e mais eficaz ao t at uzinho é at ravés de regas se escondem sob pedras, buracos e fundações, at acando plant as vivas
com uma solução de sulfat o de cobre ou creolina – em geral, uma só (comendo a raiz). Para diminuir o at aque deve-se aument ar a quant ida-
aplicação j á os elimina. Também são encont rados em locais muit o úmi- de de mat éria orgânica no solo.
dos (geralment e os sombreados).
Doenças
Lagartas - a presença de lagart as é not ada pelo surgiment o de sua
excreção caída sobre as folhas (bolot as verdes ou pret as). As lagart as São causadas por microrganismos (vírus, bact érias e fungos), obser-
são larvas de borbolet as ou mariposas, com um aparelho bucal mast iga- váveis soment e com o auxílio de um microscópio. A melhor forma de
dor muit o fort e, por isso conseguem cort ar folhas com muit a rapidez. combat er as doenças é a prevenção, pois, a maioria delas são muit o
Para eliminá-las, ret ire-as manualment e ou use lagart icida a base de difíceis de serem t rat adas.
esporos de bact érias (Bacillus t huringiensis), encont rado em loj as de
j ardinagem (marcas: Dipel, Agropel, Manapel). Encont radas em bat at a, Ferrugem - são manchas na part e inferior das
couve, brócoli, repolho, alface, alcachofra, cenoura, almeirão, acelga, folhas, causadas por fungos, que variam de
alho, cebola, quiabo, t omat e, berinj ela, piment ão. coloração do pardo ao laranj a-avermelhado.
Em geral aparecem em locais onde a t empe-
Besouros - apresent am-se nas mai s vari adas f ormas, t amanhos rat ura é amena, mas, com alt a umidade. Para
e col oração, i ndo do amarel o-esverdeado ao marrom-avermel ha- prevenir a ferrugem, evit e regas excessivas e
do. Dei xam vári os buracos arredondados em f ol has, f l ores e cau- proporcione um bom arej ament o das plant as.
l es. Suas l arvas t ambém são noci vas, al i ment ando-se da rai z do Para combat ê-las ut ilize calda bordalesa.
veget al . Para el i mi ná-l os, ret i re-os manual ment e ou ut i l i ze uma
sol ução de ól eo de anona em água. Encont rados na bat at a, t oma- Oídio - é causada por f ungos, que inf ect am t oda a part e aérea da
t e, beri nj el a, pi ment ão. plant a. A principal caract eríst ica da presença dest a doença é o apare-
ciment o de manchas esbranquiçadas que post eriorment e se t ornam
Nematóides - são vermes microscópicos, incolores a esbranquiçados. acinzent adas sobre f olhas, bot ões e ramos novos. Os principais causa-
Em geral, not a-se a presença de nemat óides quando a plant a repent ina- dores do apareciment o do oídio são a alt a umidade e a baixa t empera-
ment e murcha, sem nenhuma causa aparent e. Esses vermes aliment am-se t ura. Para cont rolá-lo, pode-se ut ilizar uma solução de permanganat o
de raízes em decomposição, mas podem at acar t ecidos vivos, como raízes, de pot ássio + cal + água, ou uma solução de água com leit e.

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Capit ulo XII - Ident if icação e cont role de pragas e doenças
Míldio - é causada por f ungos; a ident if icação do míldio é f eit a • Doenças causadas pelo excesso de nitrogênio (N)
at ravés de manchas irregulares pardas na part e superior das f olhas e
de uma película branca-acinzent ada em sua f ace inf erior. A alt a umi-
dade e o f at o das plant as serem colocadas bast ant e próximas umas AGENTE CAUSADOR (DOENÇA) PLANTAS ATACADAS
das out ras, f avorece a ocorrência dessa doença, que t ambém at aca Al t ernaria spp.(pint a pret a) fumo, t omat e
os ramos e brot os novos. Para cont rolar o míldio, espace as mudas, Bot ryt is spp. (mofo cinzent o) videira, morango
de modo a f avorecer a vent ilação e evit e o excesso de umidade. Para Erwinia spp. (podridão mole) bat at a
combat ê-lo, pode-se ut ilizar a calda bordalesa, cavalinha (Equi se- Erysiphe spp. (oídio) cereais, frut as
t um sp. ) + água, permanganat o de pot ássio + água, alho + sabão +
Peronospora spp. (míldio) alface, videira
óleo mineral + água.
Puccinea spp.(ferrugem) cereais
Podridão por fungos - at aca caul es, dei xando as par t es i nf ec- Pseudomonas spp. (mancha foliar) fumo, feij ão, pepino, couve
t adas r essecadas e escur eci das, úmi das em excesso e com man-
chas pr et as, l evando o veget al à mor t e. A pr i nci pal causa da po-
dr i dão por f ungos são os sol os sat ur ados de umi dade que pr opor - • Doenças causadas pela deficiência de boro (B)
ci onam ambi ent e adequado par a o seu desenvol vi ment o. Como
pr evenção, evi t e o excesso de umi dade e, par a combat ê-l a, pul - AGENTE CAUSADOR (DOENÇA) PLANTAS ATACADAS
ver i ze com f ungi ci das a base de cobr e, que são pouco t óxi cos
Bot ryt is cinerea (mofo cinzent o) couve-flor
(cal da bor dal esa, por exemplo).
Erysiphe cichoracearum (oídio) Girassol
Mancha bacteriana - são manchas necrót icas, ou sej a, pret as e Erysiphe graminis (oídio) cevada, t rigo
secas, irregulares ou redondas, que at acam as f olhas. Não exist e meio Fusarium oxysporum (murcha de fusarium) tomate
de combat ê-las, port ant o, quando inf est ado, o veget al deve ser ar- Phoma bet ae (mancha phoma) bet erraba
rancado o quant o ant es, para não af et ar os demais. Para prevenir as Puccinia t rit ici (ferrugem) Trigo
inf est ações de manchas bact erianas, recomenda-se aument ar o es-
paçament o ent re as plant as, proporcionando assim uma boa vent ila-
ção, pois é a f alt a de aeração e a alt a umidade que provocam o sur- • Doenças causadas pela deficiência de cobre (Cu)
giment o da doença.

RECEITAS PARA O CONTROLE AGENTE CAUSADOR (DOENÇA) PLANTAS ATACADAS


DE PRAGAS E DOENÇAS Erwinia spp. e Phyt ophora spp. bat at a
(canela pret a e requeima)
Erysiphe cichororacearum (oídio) fumo
1)ADUBAÇÃO DO SOLO E FOLIAR Peronospora spp. (míldio) alface, videira
(QUÍMICA OU ORGÂNICA) Puccinia t rit ici (ferrugem) t rigo
Tant o o excesso, como a deficiência de nut rient es t ornam as plant as St rept omyces spp. (sarna) bat at a
suscept íveis às doenças ou pragas: Ust il ago t rit ici (carvão) t rigo

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Capit ulo XII - Ident if icação e cont role de pragas e doenças
• Pragas e doenças controladas através da pulverização de nutrientes 5) Anona (Annona r et i cul at a - condessa ou cor ação-de-boi , An-
nona mur i cat a - gr avi ol a)
• Óleo de sement es de Anona diluído a 10%.
PRAGAS/ DOENÇAS/ PLANTAS NUTRIENTES Modo de fazer: diluir 1 lit ro de óleo de anona em 9 lit ros de água.
Ferrugem do café calda viçosa Aplicar logo em seguida.
Infest ação de pulgões nas plant as pot ássio + boro/ para cit rus: Indicações: i nset i ci da, pul gões, gaf anhot o, t raça das crucíf e-
ras, besouros.
adicionar cobre
Lagart a rosada do algodão molibdênio + fósforo 6) Arruda (Rut a graveolens)
Vaquinhas nas plant as adicionar mat éria orgânica • 8 ramos de 30cm de compriment o e com folhas, 1 lit ro de água, 19
Vírus dourado em feij oeiro cálcio (concha moída) + boro lit ros de espalhant e adesivo de sabão de coco.
Modo de fazer: bat er os ramos com folhas de arruda no liquidificador
com 1 lit ro de água. Coar com pano fino e complet ar com 19 lit ros de
2) AGAVE – SISAL (Agave sisalana) solução de espalhant e adesivo com sabão de coco.
• 5 folhas médias machucadas (bat er com porret e), deixar de molho Indicações: pulgões, cochonilhas sem carapaça, alguns ácaros.
em 5 lit ros de água por 2 dias. Modo de preparo do espalhant e adesivo de sabão de coco: 500 a 1000
Modo de usar: aplicar 2 lit ros dest a solução no olheiro principal do gramas de sabão de coco, 100 lit ros de água.
formigueiro e t apar os demais para que as formigas não fuj am. Modo de fazer: aquecer 5 lit ros de água com o sabão. Após t ot almen-
Indicações: saúvas. t e dissolvido, diluir est a solução para 100 lit ros de água.

3) Alho 1 (Allium sat ivum) 7) Calda Bordalesa


• 100g de alho, 0,5 lit ro de água, 10g de sabão, 2colheres de café de • 200g de sulfat o de cobre, 200g de cal virgem, 20lit ros de água.
óleo mineral. Modo de fazer: para seu preparo ut ilizar vasilhame de plást ico, de
Modo de fazer: os dent es de alho devem ser finament e moídos dei- ciment o amiant o ou de madeira. Colocar o sulfat o de cobre enrolado em
xando em repouso durant e 24 horas em 2 colheres de óleo mineral. pano, em forma de saquinho. Dissolver na véspera em 5 lit ros de água.
Dissolver 10 gramas de sabão em 0,5 lit ro de água. Em out ro vasilhame, mist urar cal virgem em 15 lit ros de água. Após ist o,
Ant es de usar o preparado, filt rar e diluir o mesmo em 20 part es de mist urar ambos, mexendo sempre.
água, podendo no ent ant o ser ut ilizado em out ras concent rações de Para medir a acidez, pegue uma faca de aço (não inox) e mergulhe a
acordo com a sit uação. part e da lâmina durant e 3 minut os nessa mist ura. Não escurecendo, a
Indicações: pulgões, míldio e ferrugem. calda est ará pront a. Caso cont rário, adicione mais cal virgem.
Quando pront a, t em validade para 3 dias, devendo para isso colocar
4) Alho 2 uma colher de açúcar ant es de pulverizar.
• 3 cabeças de alho, 1 colher grande de sabão picado. Aplicar no início da doença, podendo ser mist urada com o ext rat o de
Modo de fazer: amassar as cabeças de alho mist urando em parafina fumo, confrei ou calda de cinza. No verão, em plant as novas, deve ser
líquida. Diluir est e preparado para 10 lit ros de água adicionando o sa- usada em concent ração 50%menor.
bão. Pulverizar logo em seguida. Nunca pulverize a calda com sol quent e e, se aplicada em t empera-
Indicações: repelent e de inset os, bact érias, fungos, nemat óides, ini- t ura muit o baixa, perde a sua eficácia.
bidor de digest ão de inset os. Indicações: diversas doenças como rubelose, melanose, gomose, ver-

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Capit ulo XII - Ident if icação e cont role de pragas e doenças
rugose, revest iment os fúngicos, requeima, sept oriose, pint a pret a, an- adicionar 2 lit ros de água. Deixar em repouso por 24 horas. Pulverizar
t racnose, mancha do olho de rã, cercosporiose, míldio (Peronospora), nas plant as.
podridão de frut os, mancha púrpura, ferrugem. Diversas pragas: vaqui- Indicações: repelent e de inset os.
nhas, cigarrinhas verdes, t ripes.
13) Casca de cebola e alho, canela em pó e água
8) Café • cascas de cebola, alho, canela em pó e água
• pó de café Modo de fazer: encher um prat o fundo com cascas de cebola e alho,
Modo de fazer: ut ilizar o café na dosagem de 0,1%ou na dosagem de 2%. adicionar 2 lit ros de água e um pacot e de canela em pó. Deixar em
Indicações: lesmas e caracóis, repelent e (0,1%) e cont role (2%). repouso por uma noit e. Coe e borrife nas plant as.
Indicações: fungos, bact érias, repelent e de formigas (associado a
9) Camomila (Mat ricaria camomilla) isso, há uma redução da quant idade de pulgões e de cochonilhas).
• 50 gramas de flores de camomila, 1 lit ro de água.
Modo de fazer: mist urar 50 gramas de flores de camomila em 1 lit ro 14) Cebola ou cebolinha verde (Allium cepa e Allium f ist ulosum)
de água. Deixar de molho durant e 3 dias, agit ando a mesma 4 vezes ao • 1kg de cebola ou cebolinha verde, 10 lit ros de água.
dia. Após coar, aplicar a mist ura 3 vezes a cada 5 dias. Modo de preparo e uso: cort ar a cebola ou cebolinha e mist urar em
Indicações: doenças fúngicas. 10 lit ros de água, deixando o preparado curt ir durant e 10 dias. No caso
da cebolinha, deixe curt ir por 7 dias. Para pulverizar as plant as, ut ilizar
10) Cavalinha 1 (Equiset um arvense) 1 lit ro da mist ura para 3 lit ros de água.
• 200g de ramos de cavalinha, 10 lit ros de água. Indicações: repelent e de pulgões, lagart as e vaquinhas.
Modo de preparar: ut ilizar 200g de ramos bem secos de cavalinha
picada ou moída, mergulhadas em 10 lit ros de água durant e 20 minut os. 15) Cerveja com sal
Coar bem e aplicar o líquido no solo e em t orno da base da plant a com o • cervej a e sal
auxílio de pulverizador ou regador. Para obt er melhor result ado, no dia Colocar a noit e, pert o das plant as at acadas um prat o raso com a
ant erior encharque bem a área em t orno da plant a. Não aplicar sobre as mist ura de cervej a e um pouco de sal. Na manhã seguint e as lesmas
folhas das plant as nest a concent ração. est arão dent ro do prat o. Possibilit a o cont role mecânico, uma vez que
Indicações: doenças fúngicas, fungos de solo. est a associação apresent a-se bast ant e at rat iva.
Indicações: at rat ivos para lesmas.
11) Cavalinha 2 (E. arvense)
• 300g de cavalinha, 10 lit ros de água. 16) Chuchu (Sechium edule)
Modo de preparo: ferver 300g de cavalinha seca em 10 lit ros de água • Chuchu, sal.
durant e 20 minut os. Fazer cinco diluições sucessivas de 1 lit ro da solu- Colocar dent ro de lat as rasas, como as de azeit e cort adas ao meio,
ção para 9 lit ros de água. Aplicar sobre a hort a, a part ir de out ubro, de pedaços de chuchu, adicionando sal. Est a mist ura é bast ant e at rat iva
preferência pela manhã, em t empo seco. para lesmas e caracóis, possibilit ando seu cont role mecânico.
Indicações: míldio, doenças fúngicas. Indicações: at rat ivo de lesmas e caracóis.

12) Casca de cebola 17) Cinamomo (ou Sant a Bárbara) (Melia azedarach)
• cascas de cebola, 2 lit ros de água • sement es maduras ou em pó (500g), 1 lit ro de álcool e 1 lit ro de água.
Modo de fazer: encher um prat o fundo com cascas de cebola e depois Mist urar a água ao álcool e colocar as sement es nessa mist ura. Deixar

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Capit ulo XII - Ident if icação e cont role de pragas e doenças
descansar por 4 dias. Depois de pront o pode ser armazenado em vidros 22) Fumo 2
escuros. Quando for ut ilizar, diluir 1 lit ro dessa mist ura em 10 lit ros de • 20cm de fumo de corda, 0,5 lit ro de água.
água e pulverizar as plant as. Modo de preparo: cort ar 20cm de fumo de corda e deixar de molho
Indicações: inset icida cont ra gafanhot os, pulgões e cochonilhas. durant e um dia em 0,5 lit ro de água. Preparada a solução, mist ure com
espalhant e adesivo e pulverize o mais breve possível. Não guarde essa
18) Coentro (Coriandrum sat ivum) mist ura por mais de 8 horas, pois sendo a nicot ina volát il, o produt o
• Folhas de coent ro, 1 lit ro de água. preparado perde o seu efeit o. No caso de hort aliças e medicinais, acon-
Modo de preparo: cozinhar 10 folhas int eiras de coent ro em 1 lit ro de selha-se a respeit ar um int ervalo mínimo de 12 dias ant es da colheit a.
água por 10 minut os. Espere esfriar, coe e pulverize sobre as plant as. Indicações: pulgões, cochonilhas, grilos, vaga-lumes.
Indicações: ácaros e pulgões. Obs.: Ut ilizar em baixas concent rações, pois é um inset icida de largo
espect ro que pode eliminar t ant o as pragas como os inimigos nat urais.
19) Detergente e água Quando aplicado, esperar t rês dias, ant es de consumir.
• Det ergent e neut ro, água Não aplicar nas plant as da família das solanáceas (t omat e, j iló, berin-
Modo de fazer: mist ure part es iguais de água e det ergent e, de prefe- j ela, piment a), pois pode ser t ransmissor de vírus para essas cult uras.
rência neut ro, e inj et e a mist ura com uma seringa nas frest as por onde
as formigas saem. 23) Fumo 3
Indicações: formigas doceiras. • 100g de fumo de corda, 0,5 lit ro de álcool, 0,5 ilt ro de água, 100
gramas de sabão de coco.
20) Farinha de trigo Modo de preparo: mist urar 100g de f umo em corda cort ado em pe-
• Farinha de t rigo, água dacinho com meio lit ro de álcool, mais meio lit ro de água, deixando
Modo de fazer: 20g de farinha de t rigo e 1 lit ro de água. Pulverizar curt ir por 15 dias. Decorrido esse t empo, dissolver o sabão em 10 lit ros
nas plant as em dia quent e, seco e com sol. de água e j unt ar com a mist ura j á curt ida de f umo e álcool. Pulverizar
Indicações: pulgões, ácaros, lagart as (impede que os inset os fiquem nas plant as, nest a concent ração, quando o at aque de pragas é int enso
nas folhas). ou diluir at é 20 lit ros de água no caso de baixa inf est ação de pragas.
No caso de hort aliças, respeit ar um int ervalo mínimo de 12 dias ant es
21) Fumo 1 (Nicot iana t abacum) da colheit a.
• 1 kg de f ol has e t al os de f umo picados, 50g de sabão, 15 l it ros Indicações: pulgões, cochonilhas, grilos, vaga-lumes, vaquinhas, lagartas.
de água. Obs.: Ut ilizar em baixas concent rações, pois, é um inset icida de largo
Modo de preparo: mist urar as f olhas e t alos de f umo com água e espect ro que pode eliminar t ant o as pragas como os inimigos nat urais.
sabão. Deixar est a mist ura repousar durant e um dia. Pulverizar logo Quando aplicado, esperar t rês dias, ant es de consumir.
em seguida. Não aplicar nas plant as da família das solanáceas (t omat e, j iló, berin-
Indicações: ferrugem, t ripes, mosca branca, minadora de folha, pul- j ela, piment a), pois pode ser t ransmissor de vírus para essas cult uras.
gões e ácaros.
Obs.: Ut ilizar em baixas concent rações, pois é um inset icida de largo 24) Gergelim (Sesamum indicum)
espect ro que pode eliminar t ant o as pragas como os inimigos nat urais. • sement es de gergelim
Quando aplicado, esperar t rês dias, ant es de consumir. Modo de usar: o uso de sement es de gergel im como iscas, para
Não aplicar nas plant as da família das solanáceas (t omat e, j iló, berin- ninhos pequenos de f ormigas, na base de 30 a 50g ao redor do ol hei-
j ela, piment a), pois pode ser t ransmissor de vírus para essas cult uras. ro, uma vez que as f ormigas vão carregar as sement es para dent ro

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Capit ulo XII - Ident if icação e cont role de pragas e doenças
do f ormigueiro, mist urando com as f ol has. O gergel im l ibera subs- 30) Pó da casca de crustáceos
t âncias que inibem o cresciment o dos f ungos que servem de al imen- • Pó de casca de crust áceos
t o para as f ormigas. Modo de usar: aplicar no solo (ação: aument o da população de fungos
Indicações: saúvas. que degradam a quit ina, os quais consumirão ovos de nemat óides que
t ambém possuem quit ina) ou polvilhar nas plant as (ação: uma vez polvi-
25) Losna (Art emisia absint hium) lhado nas plant as, inicia-se a produção de subst âncias como fit oalexi-
• 300g de folhas seca de losna e 1 lit ro de água. nas, quinonas, t erpenóides, fenóis e t anino, que são responsáveis pela
Modo de preparo: Ferver as folhas na água por dez minut os e depois repelência e resist ência das plant as aos inset os).
complet ar com 10 lit ros de água. Pulverizar as plant as. Indicações: cont role de nemat óides do solo.
Indicações: lesmas, caracóis, lagart as.
31) Pão caseiro
26) Leite 1 • Pão caseiro, vinagre.
• 1 lit ro de leit e int egral, 99 lit ros de água. Modo de usar: colocar pedaços pequenos de pão caseiro embebido em
Modo de usar: mist urar os dois component es acima e aplicar a cada vinagre próximo às t ocas, ninhos, carreadores e em locais onde as formi-
10 dias sobre as cult uras. gas est ão cort ando. O produt o int roduzido na aliment ação das formigas
Indicações: vírus de mosaico e oídio. começa a criar mofo pret o e ferment a. Isso é t óxico e mat a as formigas.
Indicações: formigas saúvas.
27) Leite 2
• Est opa ou saco de aniagem, água, leit e. 32) Permanganato de potássio e cal
Modo de usar: dist ribuir no chão, ao redor das plant as, est opa ou • 125g de permanganat o de pot ássio (KMnO4), 1kg de cal virgem, 100l
saco de aniagem molhado com água e um pouco de leit e. Pela ma- de água.
nhã, vire a est opa ou o saco ut ilizado e mat e as lesmas que se reuni- Modo de fazer: diluir primeirament e o permanganat o de pot ássio em
ram embaixo. um pouco de água quent e, para acelerar o processo. A cal t ambém deve
Indicações: at rat ivo de lesmas. ser queimada a part e, colocando um pouco de água. Complet e para 100
lit ros, incluindo a solução do permanganat o.
28) Mel e ácido bórico Indicações: míldio, oídio.
• Mel e ácido bórico
Modo de fazer: mist ure duas colheres de sopa de ácido bórico e um 33) Sabão
pouco de mel. Pincele a mist ura em pedaços de cart olina e espalhe-os • 1 kg de sabão neut ro, 100 lit ros de água.
pela hort a. Modo de fazer: dissolver o sabão neut ro em 5 lit ros de água quent e.
Indicações: formigas doceiras. Após isso dissolver em 95 lit ros de água.
Indicações: t ripes, pulgões, cochonilhas, lagart as.
29) Nim (Azadiracht a indica)
34) Sulfato de cobre e creolina
Óleo emulsionável: ...................... 5ml/ lit ro de água. • Sulfat o de cobre, creolina.
Doses Sement es secas: .......................... 30-40g/ lit ro de água. Modo de f azer - 1 a 2 colheres de caf é (2 a 4g) de sulf at o de cobre,
Folhas secas: .............................. 40-50g/ lit ro de água. 1 lit ro de água, 50ml de creolina (ou ¼ de copo).
Indicações: inset icida, repelent e, inibidor de ingest ão. Indicações: t at uzinhos.

69
Capit ulo XII - Ident if icação e cont role de pragas e doenças
35) Mamona (Ricinus Communis) Indicações: vírus do vira-cabeça do t omat eiro. Aplicar em t omat ei-
• folhas e t alos verdes de mamona ros 10 a 15 dias após a germinação (com dois pares de folhas) e repet ir
Modo de fazer: t rit urar no liquidificador, de 1 a 2kg de folhas e t alos a cada 48/ 72 horas at é quando iniciar a frut ificação.
verdes de mamona na água e depois diluir em 20 lit ros de água.
Indicações: saúvas (int roduzir o líquido nos olheiros). 39) Farinha de osso, casca de ovo triturado, carvão vegetal
• 0,5 copo de farinha de osso, 0,5 copo de casca deovo t rit urado, 0,5
36) Manipueira (Manihot esculent a) copo de carvão moído.
• mandioca crua Modo de fazer: mist urar t udo e dist ribuir em volt a dos cant eiros.
Manipueira é o suco de aspect o leit oso, ext raído por compressão da Indicações: repelent e de formigas cort adeiras.
mandioca ralada. Para o cont role da saúva, ut ilizar 2 lit ros de manipuei-
ra no formigueiro para cada olheiro, repet indo a cada 5 dias.
Em t rat ament o de cant eiro cont ra pragas de sol o, regar o cant ei-
ro usando 4 l it ros de manipueira por met ro quadrado, 15 dias ant es
do pl ant io.
Para o cont role de ácaros, pulgões, lagart as, usar uma part e de mani-
pueira e uma part e de água, acrescent ado 1% de açúcar ou farinha de
t rigo. Aplicar em int ervalos de 14 dias.
Indicações: formigas, pragas de solo, ácaros, pulgões, lagart as.

37) Pimenta e fumo (Capsicum spp. e Nicot iana t abacum)


• 50g de fumo de rolo, 1 punhado de piment a malaguet a, 1 lit ro de
álcool, 250g de sabão em pó.
Modo de f azer: dent ro de 1 lit ro de álcool, colocar o f umo e a
piment a picados, deixando essa mist ura curt ir durant e 7 dias. Para
usar essa solução, diluir o cont eúdo em 10 lit ros de água cont endo
250g de sabão em pó ou det ergent e dissolvido. No caso de hort aliças
e plant as medicinais, aconselha-se a respeit ar um int ervalo mínimo
de 12 dias ant es da colheit a.
Indicações: pulgões, vaquinhas, grilos, lagart as.

38) Primavera (Bougainvilea spect abilis)


Maravilha (Mirabilis j alapa)
• 1 lit ro de f olhas de primavera ou maravilha (rosaou roxa), 1 lit ro
de água.
Modo de fazer: j unt ar 1 lit ro de folhas maduras e lavadas de primave-
ra ou maravilha com a água e bat er no liquidificador. Coar com pano fino
e diluir em 20 lit ros de água. Pulverize imediat ament e (nas horas fres-
cas do dia). Obs.: não pode ser armazenado.

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Capit ulo XII - Ident if icação e cont role de pragas e doenças
Capit ulo XII - Ident if icação e cont role de pragas e doenças

Pragas / Doenças Número das receitas


Ácaros 6, 18, 20, 21, 36
Alt ernaria (pint a pret a) 1
Ant racnose 7
Bact érias 4, 7, 13
Besouro 5
Caracóis 8, 16, 25
Carvão 1
Cercosporiose 7
Cigarrinha verde 7
Cochonilha sem carapaça 7, 17
Cochonilha com carapaça 7, 22, 23, 33
Podridão mole (Erwinia spp.) 1
Ferrugem (Puccinia spp.) 1, 3, 7, 18
Formigas cort adeiras + doceiras 2, 13, 24, 31, 35, 36, 39 (+ 19, 28)
Fungos 4, 9, 11, 13
Fungos de solo 10
Gafanhot os 5, 17
Gomose 7
Grilos 22, 37
Inset os - repelent e de amplo espect ro 4, 5, 12, 14, 29
Inset os - inibidor da digest ão 4, 29
Lagart as 1, 14, 20, 23, 25, 33, 36, 37
Lesmas 8, 15, 16, 25, 27
Mancha f oliar (Pseudomonas spp.) 1
Mancha púrpura 7
Melanose 7
Míldio 1, 3, 7, 11, 32
Minadora de folhas 21
Mofo cinzent o (Bot ryt is spp.) 1
Mosca branca 21
Nemat óides 4, 30
Oídio (Erysiphe spp.) 1, 26, 32
Pint a pret a 7
Podridão da raiz e f rut os 7
Podridão 7
Pragas do solo 36
Pulgões (Aphis spp.) 3, 5, 6, 14, 17, 18, 20, 21, 22, 23, 33, 36, 37
Requeima (Phyt ophyt ora inf est ans) 7
Revest iment os fúngicos 7
Rubelose 7
Saúvas (At t a spp.) 2, 31, 39
Sept oriose 7
Tat uzinho 34
Traça das crucíf eras 5
Tripes 7, 21, 33
Vaquinhas 1, 7, 14, 23, 37
Verrugose 7
Vírus do mosaico e vira cabeça 26, 38
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ANOTAÇÕES
XIII. ROTAÇÃO E CONSORCIAÇÃO
DE CULTURAS, ALELOPATIA
Helen Elisa C. R. Bevilacqua
ROTAÇÃO DE CULTURAS CONSORCIAÇÃO DE CULTURAS

Após a col hei t a deve-se r evol ver o sol o do cant ei r o novamen- Desde as mai s ant i gas ci vi l i zações, j á era ut i l i zado o pl ant i o
t e, f azer a adubação e escol her uma nova cul t ur a, t omando-se o conj unt o de pl ant as companhei ras, que produzem associ ações ve-
cui dado de não pl ant ar a mesma hor t al i ça, ou espéci e da mesma get ais f avoráveis e somam f orças para crescerem mel hores, ou sej a,
f amíl i a, no mesmo l ugar. Isso por que o pl ant i o cont ínuo de uma a consorci ação.
mesma hor t al i ça ou de out r as da mesma f amíl i a acaba esgot ando At ualment e, a consorciação vem sendo ret omada pelos adept os da
o sol o em r el ação aos nut r i ent es específ i cos (N, P, K), os r equer i - agricult ura orgânica, porém não exist e ainda muit a pesquisa em relação
dos em mai or quant i dade, t or nando o desenvol vi ment o das pl an- ao assunt o.
t as mai s f r aco. Sabemos que não exist em fat ores isolados, mas sim int er-relações
A presença cont inuada de uma mesma plant a ou out ras da mesma ent re t odos os seres vivos. Na nat ureza as plant as de t amanhos e espé-
família at raem e mant êm cada vez mais doenças e predadores “ especí- cies diferent es vivem j unt as, explorando cada uma, o solo ao seu modo,
ficos” dessas plant as. Isso pode t ornar inviável o cult ivo daquela plant a enriquecendo-o de maneira diferent e com subst âncias orgânicas por elas
naquele local. produzidas. A microvida daí result ant e t ambém é bast ant e diversifica-
Em geral, recomenda-se f azer a rot ação a cada plant io, alt ernando- da. Bast a que uma espécie sej a ret irada desse ambient e para que t odos
se as hort aliças de f olhas (couve, alf ace, almeirão, et c. ), de raízes os out ros fat ores sej am alt erados.
(bet erraba, cenoura, nabo, rabanet e, et c. ) e de f rut os ou f lores (t o-
mat e, ervilha, brócoli, couve-f lor, et c. ). O melhor, porém, é f azer a Um t est e para saber se duas cult uras são amigas ou inimigas: arran-
rot ação de cult uras com f amílias dif erent es. Por exemplo: piment ão ca-se a raiz de uma delas, sacudindo-a cuidadosament e. Coloca-se a
ou t omat e (solanáceas e f rut os), f azendo rot ação com a rúcula (brassi- t erra que caiu da raiz num pano ou prat o e plant am-se nela 50 a 100
cácea e f olha), ou rabanet e (brassicácea e raiz), pois pert encem a sement es da out ra cult ura. Faz-se o mesmo em areia lavada, ou
f amílias dif erent es. simplesment e num pano permanent ement e molhado. Se as semen-
Devem-se incluir t ambém leguminosas na rot ação (feij ão-vagem, fei- t es da t erra nascerem mais rapidament e e em maior porcent agem
j ão comum, ervilha, grão-de-bico), pois, além de melhorar a est rut ura do que aquelas colocadas na areia ou pano molhado, é porque foram
do solo, irão incorporar o nit rogênio ao solo. beneficiadas pela plant a “ doadora” . Se as sement es da areia ou pano
A seqüência de cult uras de famílias diferent es deve ser observada nascerem primeiro, é sinal de que as duas cult uras não se “ gost am” .
desde o plant io inicial da hort a. Bast ará subst it uir a cult ura do primeiro
cant eiro pela cult ura do últ imo e ir subst it uindo em série at é o penúlt i- Ao modif icar um ecossist ema nat ural para produzir aliment os, o
mo ficar no lugar deixado vago pelo últ imo. homem deve procurar reconst it uir o máximo possível essa riqueza e
Também é import ant e a presença de flores na hort a, para que elas essa diversidade.
possam at rair os inset os, impedindo que as hort aliças sej am at acadas Numa hort a é preciso “ descobrir” quais os exemplos de consorciação
por eles, ou mesmo, at raindo inset os que sej am inimigos nat urais das que dão melhor result ado, pois exist em plant as amigas e aquelas que
pragas dos legumes e verduras plant ados. não devem ficar próximas (“ inimigas” ). Um exemplo é do pepino e o
Um l embret e: sempre que acabar uma col hei t a, i ncorpore os girassol, que não devem ficar j unt os, pois ambos compet em por quant i-
rest os da cul t ura no sol o, para mel horar suas condi ções f ísi cas e dades idênt icas do mesmo nut rient e, o boro. Exist em plant as t ambém,
evi t ar a prol i f eração de i nset os. Se suspei t ar que uma pl ant a est á que eliminam subst âncias que inibem o cresciment o de plant as vizinhas,
doent e, ret i re-a do cant ei ro, col oque num saco de l i xo e l eve-a além de provocar o amadureciment o precoce de flores e frut os (essa
para f ora da hort a. subst ância é o et ileno, produzido pelo dent e-de-leão).

74
Capit ulo XIII- Rot ação e consorciação de cult uras, aleopat ia
As plant as exalam cheiros e expelem subst âncias pela raiz, que sele-
cionam a vida ao redor delas, podendo causar efeit os posit ivos ou nega-
t ivos sobre as plant as vizinhas. Com isso, elas podem se aj udar e se
complement ar mut uament e, ou se prej udicar, não apenas na ocupação
do espaço, na ut ilização da água, de luz e de nut rient es, mas t ambém
por meio de int erações bioquímicas chamadas de efeit os alelopát icos.
A alelopatia é definida como qualquer efeit o causado diret a ou indi-
ret ament e por um organismo sobre out ro (plant as, microrganismos, ví-
rus, fungos) at ravés da liberação no meio ambient e, de produt os quími-
cos por ele elaborados (as chamadas subst âncias met abólicas), que, no
caso das plant as, t êm funções de prot eção ou defesa delas cont ra o
at aque de microrganismos e inset os.
Essas subst âncias são liberadas pela: decomposição de f olhas e ou-
t ras part es da plant a, exsudação de met abólit os pelas raízes, lavagem
pela chuva ou sereno, de grande quant idade de met abólit os orgânicos
e inorgânicos e pela liberação de subst âncias volát eis pelas plant as.
Na verdade a consorciação bem-feit a t em sido uma das mais eficazes
medidas de prevenção de doenças, especialment e com o uso de plant as
repelent es e at rat ivas. Os inset os são ext remament e sensíveis aos odo-
res. Assim, podem-se usar ervas aromát icas como repelent es (como a
arruda, salsa, cravo-de-defunt o, cebolinha, cebola, hort elã, camomila,
manj ericão, ent re out ras), dist ribuídas pelos cant eiros ao lado de plan-
t as que queremos prot eger. Além de podermos ut ilizá-las sob a forma de
ext rat os, em pulverizações. Ou ut ilizar as plant as at rat ivas para at rair
inset os e pragas, evit ando que a plant a principal sej a at acada. Exem-
plo: caruru, beldroega, ent re out ras.
O uso de cobert ura verde ou mort a com rest os de veget ais, visando
o cont role de plant as daninhas é o exemplo mais ant igo do aproveit a-
ment o econômico da alelopat ia. Além da supressão das plant as dani-
nhas, exerce import ant e ef eit o na conservação do solo e na manut en-
ção da umidade.
A segui r, uma t abel a com exempl os de pl ant as companhei r as
e ant agoni st as.

75
Capit ulo XIII- Rot ação e consorciação de cult uras, aleopat ia
PLANTAS COMPANHEIRAS ANTAGONISTAS
ABÓBORA milho, vagem, acelga, chicória e amendoim bat at a e legumes t uberosos
ALFACE cenoura, rabanet e, morango, pepino, alho-porró salsa, girassol
ACELGA vagem ——
ALHO E CEBOLA alf ace, bet erraba, morango, camomila, t omat e, couve ervilha, f eij ão
AMENDOIM abóbora ——
BATATA f eij ão, milho, repolho, t aget es, berinj ela, alho, ervilha, couve abóbora, pepino, girassol, t omat e, abobrinha
BERINJELA f eij ão, vagem ——
BETERRABA cebola, alf ace, nabo, couve, vagem f eij ão-t repador
CEBOLINHA cenoura, couve ervilha, f eij ão
CENOURA ervilha, alf ace, manj erona, f eij ão, cebola, cebolinha, rabanet e, alecrim, t omat e endro
CHICÓRIA rúcula, vagem, rabanet e ——
ERVILHA cenoura, nabo, rabanet e, pepino, milho, f eij ão, abóbora, milho, ervas aromát icas cebola, alho, bat at a, gladíolos
ESPINAFRE morango, f eij ão, bet erraba, couve-f lor ——
FAMÍLIA BRASSICACEAE plant as aromát icas, bat at a, aipo, bet erraba, cebola, alf ace morango, t omat e, f eij ão-t repador, manj erona
(REPOLHO, COUVE,
BRÓCOLI, COUVE-FLOR)
FEIJÃO-TREPADOR milho, abóbora, rúcula, chicória, acelga, rabanet e cebola, bet erraba, girassol
MILHO batata, ervilha, feijão, pepino, abóbora, melão, melancia, trigo, girassol, rúcula, nabo, rabanete, quiabo, mostarda, serralha gladíolos
MORANGO espinaf re, alf ace, t omat e, f eij ão-branco repolho, couve, f uncho
MOSTARDA milho —-
NABO ervilha, f eij ão, alecrim, hort elã, milho t omat e
PEPINO girassol, f eij ão, milho, ervilha, rabanet e, alf ace bat at a, ervas aromát icas
QUIABO milho —-
RABANETE alf ace, ervilha, pepino, agrião, cenoura, espinaf re, milho, vagem, chicória acelga
RÚCULA chicória, vagem, milho, alf ace salsa
SALSA t omat e, aspargo, roseiras alf ace, rúcula
SERRALHA t omat e, cebola, milho ——
SALSÃO (AIPO) alho-porró, t omat e, couve-f lor, repolho, couve ——
TOMATE cebola, cebolinha, salsa, t aget es, cenoura, serralha bat at a, repolho, pepino, f eij ão

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Capit ulo XIII- Rot ação e consorciação de cult uras, aleopat ia
XIV. COLHEITA DAS HORTALIÇAS
Adão Luiz C. Mart ins

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Capit ulo XIV - Colheit a das hort aliças
Cada hort aliça apresent a, em det erminada fase de seu cresciment o, • Beterraba: aos 60-70 dias para semeadura direta e 90-100 dias para mu-
suas melhores caract eríst icas de sabor, palat abilidade, aparência e qua- das transplantadas, com as raízes com 6 a 8cm de diâmetro, ainda tenras.
lidade. É nessa ocasião que ela deve ser colhida. • Brócoli: colher a “ cabeça” cent ral e os brot os lat erais quando est ive-
A hort aliça colhida ant es de seu complet o desenvolviment o apresen- rem com coloração verde-int enso e os bot ões ainda est ão fechados.
t a-se t enra, mas sem sabor. Por out ro lado, se for colhida t ardiament e, • Cebola: colher quando o bulbo at ingir o t amanho máximo, indicado
est ará fibrosa ou com o sabor alt erado. pelo amareleciment o e secament o da part e aérea (folhas), sendo
O reconheciment o do pont o de col heit a é f eit o pel a idade da que alguns cult ivares apresent am t ombament o ou “ est alo” .
pl ant a, desenvol viment o das f ol has, hast es, f rut os, raízes ou out ras • Cenoura: quando as folhas inferiores começarem a amarelecer e
part es que serão consumidas, ou pel o amarel eciment o ou secamen- secar, e as superiores se abrirem, chegando a encost ar as pont as na
t o das f ol has. superfície do solo.
De modo geral, as hort aliças folhosas e de hast es são colhidas quando • Couve: colhem-se as folhas quebrando o pecíolo rent e ao caule, dei-
est ão t enras; as de flores, quando os bot ões est ão fechados; as de fru- xando sempre, j unt o ao brot o cent ral da plant a, 4 a 5 folhas menores
t os, quando as sement es não est ão complet ament e formadas e as de em cresciment o.
raízes e bulbos, quando est ão complet ament e desenvolvidas. • Couve-flor: cort ar a “ cabeça” com um grupo de folhas para prot egê-la.
Seguem abaixo dicas sobre colheit a para as diferent es hort aliças: • Jiló: col her os f rut os com t esoura, enquant o verdes e no t ama-
• Abóboras e morangas: para abobrinhas verdes a colheit a inicia-se nho máximo.
aos 80 a 90 dias da semeadura, quando os f rut os at ingem o t amanho • Melancia: aos 40-45 dias da abert ura da flor, quando ocorre o seca-
pref erido pelo mercado (25cm em São Paulo - abobrinha Menina ment o da gavinha, localizada no mesmo nó do frut o; o secament o do
Brasileira); para abóboras maduras ou “ secas” - aos 120 a 150 dias, pedúnculo; a alt eração da cor da mancha de encost o de branca para
quando os f rut os apresent am os pedúnculos bem secos e a casca amarela-clara; som oco e resist ência à pressão pela unha.
resist ent e à penet ração da unha; para morangas: 90 a 150 dias, • Nabo: colher quando as folhas baixeiras começarem a amarelecer.
dependendo da cult ivar. • Pepino: colhe-se quando os frut os at ingirem o pont o comercial (cai-
• Abobrinha italiana: os frut os com cerca de 20cm e com a polpa pira: 12 a 14cm compriment o; Aodai e j aponês: frut os t enros, verde-
muit o t enra e as sement es ainda imat uras. escuros, com 20 a 25cm).
• Alface: colhe-se quando a plant a ou “ cabeça” at ingir o desenvolviment o • Quiabo:o pont o ideal de colheit a ocorre 4-7 dias da queda da flor,
máximo, porém, com as folhas t enras e sem indícios de floresciment o. quando os frut os est ão ainda t enros, pouco fibrosos, podendo-se que-
• Alho: aos 110-140 dias para as cult ivares precoces e 140-170 dias brar a pont a facilment e ao se pressionar com o dedo.
para as de ciclo médio, quando ocorre amareleciment o e secamen- • Rabanet e: col her aos 30-40 di as, quando as raízes apresent a-
t o da part e aérea da plant a e pelo “ est alo” (t ombament o) em al- rem f ormat o gl obul ar, cor vermel ho-i nt enso e com cerca de 3cm
guns cult ivares. de di âmet ro.
• Almeirão e rúcula: colhem-se as folhas mais desenvolvidas, deixan- • Repolho: colhe-se quando a “ cabeça” apresent ar-se bem compact a,
do-se as folhas mais novas do miolo da plant a. fechada, com as folhas int ernas bem coladas umas às out ras; as fo-
• Batata: aos 90-115 dias, após o secament o complet o e nat ural da lhas de cobert ura começam a enrolar-se levement e para t rás, expon-
part e aérea da plant a. do as int ernas, mais claras.
• Berinjela: colhe-se quando os frut os est iverem bem coloridos, bri- • Tomate: para mesa, inicia-se a colheit a 50 dias após o floresciment o
lhant es, com a polpa macia e firme e com 16-20cm de compriment o; e dura de 2 a 3 meses, colhendo-se o frut o maduro, de vez ou verde,
colher pela manhã, cort ando o pedúnculo (deixar 3-4cm do mesmo de acordo com a preferência do mercado; para indúst ria: colher no
aderido ao frut o para evit ar podridões). est ádio de frut os vermelhos.

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Capit ulo XIV - Colheit a das hort aliças
XV. CULTIVO DE HORTALIÇAS
EM RECIPIENTES
Helen Elisa C.R.Bevilacqua

79
Capit ulo XV - Cult ivo de hort aliças em recipient es
Quem gost a de cult ivar a t erra ou quer descobrir esse prazer, mes- poroso; pois, devido ao volume limit ado do vaso, com o t empo, leva a
mo que não t enha um sít io ou um quint al grande, pode desf rut ar de uma alt a concent ração de raízes, exigindo um elevado supriment o de
uma pequena produção própria de hort aliças sempre fresquinhas e muit o oxigênio e uma rápida remoção de gás carbônico.
mais nut rit ivas. Assim, a t erra ut ilizada poderá ser a de j ardim, mist urada com t erra
Qualquer lugar que t enha a luz do sol por, pelo menos 4 horas diárias, veget al (t erra pret a), em volumes iguais.
pode ser ut ilizado para se colocar um recipient e, que pode ser um balde Caso a t erra de j ardim sej a bast ant e argilosa, devemos adicionar um
velho, um vaso de cerâmica, uma garrafa de refrigerant e, ou caixas de pouco de areia para melhorar a drenagem e aument ar a aeração do
madeira, onde pode-se cult ivar as verduras e os legumes. subst rat o (50% de compost o orgânico, 40% de t erra de j ardim e 10% de
areia de rio).
A ESCOLHA DO RECIPIENTE
ESCOLHA DO LOCAL PARA OS RECIPIENTES
Para o plant io, podem-se ut ilizar recipient es de qualquer mat erial
resist ent e à umidade (exceção para lat as met álicas que enferruj am), Deve ser em local arej ado, com um mínimo de 4 horas de luz solar direta.
como vasos de cerâmica, sacos plást icos, t ubos de plást icos cort ados,
pneus cort ados, j ardineiras, vasos de plást icos, baldes plást icos, bacias, REGAS
garrafas de refrigerant es, ent re out ros. A profundidade da peça vai de-
pender do t ipo de veget al a ser plant ado. Regar quando not ar que a t erra começa a secar, evit ando o excesso
de água. Mant er o solo sempre úmido.
PARA O CÁLCULO DE PROFUNDIDADE
RASO: NO MÍNIMO 15cm MÉDIO: NO MÍNIMO 25cm FUNDO: NO MÍNIMO 30cm EXEMPLOS DE RECIPIENTES
Alface Bet erraba Almeirão
Alho Cebola Cenoura
Coent ro Espinafre Chuchu
Rabanet e Nabo redondo Couve-f lor
Rúcula Pepino Piment ão
Salsa Tomat e

DRENAGEM Vasos f eit os com pneus cort ados


e f undo de madeira

Todos os recipient es devem t er f uros no f undo e devem est ar cober-


t os com uma pequena camada de cascalho, pedra brit ada, cacos de
vasos de cerâmica, ou argila expandida e sobre ela, uma pequena ca-
mada de areia ou mant a de drenagem para o escoament o do excesso Tubos de PVC cort ados e f echados nas
de água. l at erais com madeira

A ESCOLHA DO RECIPIENTE
Devido ao volume limit ado do vaso, o solo do recipient e (subst rat o, Jardineiras col ocadas em suport e em
no caso), deve ser rico em nut rient es, e t ambém, deve ser bast ant e f orma de escada

80
Capit ulo XV - Cult ivo de hort aliças em recipient es
TABELA DE SELEÇÃO DE HORTALIÇAS
HORTALIÇA TIPO DE PLANTIO ESPAÇAMENTO ÉPOCA ÉPOCA DE
OU SEMEADURA (cm)ent re linhas x ent re plant as DE PLANTIO COLHEITA
J F M A M J J A S O N D
Abobrinha it aliana cova 100 x 60 x x x x x x x x x x x x 40-60 dias
Acelga definit iva ou sement eira 20 x 40 x x x x x x x 70 dias
Agrião sement eira ou mudas 20 x 20 x x x x x x 40-70 dias
Alcachofra mudas 200 x 100 x x x 100-140 dias
Alface de inverno sement eira 25 x 25 ou 30 x 30 x x x x x x x 45-80 dias
Alface de verão sement eira 25 x 25 ou 30 x 30 x x x x x 45-80 dias
Almeirão definit ivo 25 x 15 x x x x x x x 60-80 dias
Aspargo sement eira ou mudas 200 x 30 x x x 3º ano
Bat at a definit ivo 80 x 30 x x x x x x x x x x 90-115 dias
Bat at a-doce definit ivo 80 x 25 x x x x x x x x x x 110-165 dias
Berinj ela em saquinhos 150 x 80 x x x x x 90-120 dias
Bet erraba definit ivo 20 x 10 x x x x x x x x x x x x 60 dias
Brócoli inverno sement eira 100 x 50 x x x x x x x 80-100 dias
Brócoli verão sement eira 100 x 50 x x x x x 80-100 dias
Cebola sement eira 40 x 10 x x x x 120-150 dias
Cebolinha sement eira 40 x 5 x x x x x x x x x x x x 70-100 dias
Cenoura inverno definit ivo 20 x 5 x x x x x x 80-120 dias
Cenoura verão definit ivo 20 x 5 x x x x x x 80-120 dias
Chicória sement eira 30 x 30 x x x x x x x 80-100 dias
Coent ro definit ivo 20 x 10 x x x x x x 50-80 dias
Couve-mant eiga sement eira 100 x 50 x x x x x x x x x x x x 80-90 dias
Couve-flor inverno sement eira 80 x 50 x x x x x x x 90-100 dias
Couve-flor verão sement eira 80 x 50 x x x x x 90-100 dias
Espinafre definit ivo 25 x 5 x x x x x x 30-40 dias
Ervilha definit ivo 40 x 20 x x x 60-140 dias
Feij ão-vagem cova 100 x 60 x x x x x 50-80 dias
Jiló sement eira 120 x 80 x x x x x x x x 60-90 dias
Mandioquinha definit ivo 70 x 30 x x x 8-11 meses
Most arda sement eira 30 x 20 x x x x x x x 45-50 dias
Nabo definit ivo 30 x 15 x x x x x x x x 55 dias
Pepino cova 100 x 60 x x x x x x 40-60 dias
Piment ão sement eira 100 x 40 x x x x x x 100-120 dias
Quiabo definit ivo 100 x 40 x x x x x 70 dias
Rabanet e definit ivo 20 x 8 x x x x x x x x x x x x 25-30 dias
Repolho inverno sement eira 60 x 40 x x x x x 90 dias
Rúcula definit ivo 20 x 5 x x x x x x x x x x x x 40-50 dias
Salsa definit ivo 30 x 10 x x x x x x x x x x x x 50-60 dias
Tomat e sement eira 80 x 60 x x x x x x x 100-120 dias
Época de pl ant io para região sudest e

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Capit ulo XV - Cult ivo de hort aliças em recipient es
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