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DIABETES

PARTE II – TERAPIA NUTRICIONAL


N UT RIÇÃO CLÍN ICA I
Profª Leila Viana
OBJETIVOS DO TRATAMENTO
DIETOTERÁPICO
➢ Alcançar e manter estado nutricional
adequado;
➢ Atingir metas individualizadas de
glicemia;
➢ Retardar ou prevenir as complicações
Sociedade Brasileira de Diabetes, 2017 -2018; BRASPEN, 2020. do diabetes;
➢ Melhorar saúde e qualidade de vida
através de uma nutrição equilibrada.
TERAPIA NUTRICIONAL
➢ O plano alimentar deve ser definido, prescrito e acompanhado, pois este fará
parte de um processo educativo contínuo;
➢ Devem também levar em consideração as alterações no estilo de vida que o
indivíduo possa fazer e manter;
➢ As preferências culturais e financeiras precisam ser analisadas, respeitando as
escolhas individuais, e os pacientes devem estar envolvidos nas decisões.

Sociedade Brasileira de Diabetes; BRASPEN, 2020.


TERAPIA NUTRICIONAL
➢ A determinação das necessidades nutricionais do paciente com DM deve levar
em consideração o estado nutricional, o controle glicêmico, hidroeletrolítico e as
comorbidades associadas;
➢ Para jovens com Diabetes tipo 1: promover ingestão energética adequada a
fim de assegurar desenvolvimento e crescimento normais, integrar a
insulinoterapia aos hábitos alimentares e atividade física;
➢ A meta calórica e de macronutrientes, em pacientes com DM, deve ser
individualizada, considerando os objetivos da Terapia Nutricional e a condição
clínica do paciente.

American Diabetes Association, 2019; BRASPEN, 2020.


DIETOTERAPIA
➢ A perda de peso é recomendada para os pacientes que apresentem
sobrepeso ou obesidade, para melhorar o controle glicêmico, reduzir dosagens
de medicamentos, reduzir fatores de risco para doenças cardiovasculares e
promover a qualidade de vida;
➢Para todos os pacientes com sobrepeso ou obesidade, a perda peso de, no
mínimo, 5% do peso inicial, com manutenção desta perda, é recomendada,
tanto no DM como no pré-diabetes;
➢ Por outro lado, o DM esta relacionado também com a perda de peso
involuntária, principalmente no DM1, já que a insulina é um hormônio
anabólico;
➢ Estudos apontam também que é comum encontrar desnutrição em pacientes
diabéticos hospitalizados e em idosos.
BRASPEN, 2020.
DIETOTERAPIA - APORTE CALÓRICO
➢ A meta calórica e de macronutrientes, em pacientes com DM, deve ser
individualizada, considerando os objetivos da Terapia Nutricional e a condição
clínica do paciente.

➢ Para pacientes diabéticos eutróficos não críticos, recomenda-se 25-35


kcal/kg/dia. Sendo que acima de 30kcal/kg/dia favorece o ganho ponderal;

American Diabetes Association, 2019; BRASPEN, 2020.


DIETOTERAPIA - APORTE CALÓRICO
➢ Pacientes com sobrepeso e obesidade, para perda ponderal, recomenda-se o
déficit calórico.
➢ Redução de 500 – 1000kcal/dia;
➢ 20 – 25 kcal/kg/dia.

American Diabetes Association, 2019; BRASPEN, 2020.


DIETOTERAPIA - CARBOIDRATO
➢Em relação à quantidade, os carboidratos devem constituir 45-60% do valor
total da energia, mas é essencial que a distribuição seja individualizada;

➢ Deve ser incentivado consumo de carboidratos com alta densidade de


nutrientes, ricos em fibras e minimamente processados. Os planos alimentares
devem incluir vegetais, frutas, grãos integrais e produtos lácteos;

American Diabetes Association, 2019; BRASPEN, 2020.


DIETOTERAPIA - CARBOIDRATO
➢Sacarose pode ser consumida por indivíduos com DM, desde que a quantidade
consumida seja considerada no total de carboidratos e que represente menos
de 5% do valor total da energia;
➢ A composição adequada de macronutrientes a cada refeição também é
fundamental (contendo mais de um macro por refeição), assim como a
ingestão suficiente de fibras (mínimo de 14g por dia para cada 1000 kcal).

American Diabetes Association, 2019; BRASPEN, 2020.


DIETOTERAPIA – PROTEÍNA
➢ O DM é considerado um acelerador do processo de envelhecimento, e está
associado com redução da força muscular, pior qualidade do músculo e maior
perda da massa muscular, resultando em maior incidência de sarcopenia;
➢ Portadores de DM poderiam se beneficiar de dieta hiperproteica, uma vez
que essa dieta está relacionada com o aumento da saciedade e do GET e, assim,
contribuir para o controle ponderal e metabólico. Portanto, a meta proteica
deve ser individualizada;
➢A Terapia Nutricional com foco na proteína, associada ao exercício físico
regular, deve ser encorajada nos idosos com DM e sarcopenia;

American Diabetes Association, 2019; BRASPEN, 2020.


DIETOTERAPIA – PROTEÍNA
➢A quantidade de proteína deve ser de 15% a 20% do valor total da energia,
com prioridade em proteínas de alto valor biológico. Como também consumir
1 a 1,5 gPTN/kg/ dia promove benefícios para o controle glicêmico e na
saciedade, além da manutenção de massa muscular;

American Diabetes Association, 2019; BRASPEN, 2020.


DIETOTERAPIA – LIPÍDEO

➢ Ainda há muitos debates em


relação a quantidade de gorduras
para diabéticos, mas a
recomendações mais aceitas indicam
a distribuição de 20 a 35% do valor
total da energia.

American Diabetes Association, 2019; BRASPEN, 2020.


CONDUTA DIETOTERÁPICA

Sociedade Brasileira de Diabetes, 2017-2018.


TERAPIA NUTRICIONAL
➢ Pacientes em uso contínuo de metformina devem ser rastreados para
deficiência de vitamina B12 anualmente e, se apresentarem deficiência dessa
vitamina, esta deve ser corrigida.

Valor de referência do exame Resolução de prescrição nutricional:


laboratorial: ANVISA, 1998 → 1000 mcg
ANVISA, 2018 → 9,94 mcg
180 – 883 pg/mL

Prescrever forma ativa → Metilcobalamina


Sublingual
BRASPEN, 2020.
TERAPIA NUTRICIONAL
➢ A deficiência de VITAMINA D também é evidente em indivíduos com diabetes e está
relacionada com o mau controle glicêmico;
➢ Os efeitos positivos da vitamina D seriam a sensibilidade à insulina e a sua secreção,
bem como a diminuição do estado inflamatório;
➢ Não há evidências suficientes, todavia, quanto ao benefício da suplementação em
indivíduos com diabetes que não apresentem deficiência desse nutriente.

Valor de referência do exame


laboratorial:
Suplementação:
- Até 60 anos: >20 ng/ml
- Grupo de risco: >30 ng/ml Colecalciferol: até 4000 UI/dia
Sociedade Brasileira de Diabetes, 2017-2018.
TERAPIA NUTRICIONAL
➢ A deficiência do mineral ZINCO também pode ser comum em diabéticos;
➢ Essas alterações parecem estar relacionadas com aumento das concentrações de
HbA1c;
➢ A suplementação de zinco traz benefícios ao controle glicêmico de indivíduos com
DM1 e DM2. O zinco parece regular a função das ilhotas pancreáticas e promover a
homeostase glicêmica;
➢ Indivíduos com diabetes sem deficiência de zinco não apresentam efeitos adicionais
da suplementação.
Valor de referência do exame Suplementação:
laboratorial:
Zinco quelado: até 30mg/dia
70 a 120 ug/dl ANVISA 2018
Sociedade Brasileira de Diabetes, 2017-2018.
TERAPIA NUTRICIONAL
➢ A depleção crônica de MAGNÉSIO em DM1 tem sido associada à polineuropatia;
➢ Estudo com diabéticos tipo 1 concluiu que a suplementação de magnésio está
relacionada com a redução das frações lipídicas aterogênicas;
➢ A suplementação deste micronutriente não deve ser prática rotineira, pois precisa ser
individualizada conforme sua deficiência.

Valor de referência do exame Suplementação:


laboratorial:
Magnésio quelado: até 350mg/dia
1,7-2,6 mg/dL ANVISA 2018

Sociedade Brasileira de Diabetes, 2017-2018.


TERAPIA NUTRICIONAL
➢ O CROMO é um mineral muito estudo em indivíduos com diabetes, os estudos
demonstram que o cromo:
➢ Melhora a sensibilidade a insulina;
➢ Regula a glicemia.

Suplementação:

Cromo (quelado ou policonato): até 250mcg/dia


ANVISA 2018

Sociedade Brasileira de Diabetes, 2017-2018.


TERAPIA NUTRICIONAL
➢ Não há recomendação de uso rotineiro de
suplementação de micronutrientes em pacientes
com DM sem deficiência comprovada;
➢ Não se recomenda o uso sistemático de vitamina D,
zinco ou cromo para melhora do controle glicêmico
ou complicações relacionadas ao DM. Cada caso
deve ser avaliado individualmente.

American Diabetes Association, 2019; BRASPEN, 2020.


HIPERGLICEMIA NO PACIENTE
HOSPITALIZADO
➢ A glicose é o substrato preferencial para produção de energia em situações de
emergência e vários são os fatores que podem contribuir para um descontrole
glicêmico, incluindo a fase aguda da doença grave ou pós-operatório de cirurgia
de grande porte, sendo as alterações nos hormônios contra-regulatórios,
aumento das citocinas inflamatórias, gliconeogênese e a resistência periférica à
insulina algumas das características da resposta neuroendócrina ao estresse
agudo levando à hiperglicemia. Essa resposta metabólica ao estresse pode
gerar de 50% a 75% das necessidades de glicose durante a doença, sendo o
músculo esquelético um dos principais fornecedores deste substrato,
contribuindo para o catabolismo proteico.

BRASPEN, 2020; DITEN, 2011.


HIPERGLICEMIA NO PACIENTE
HOSPITALIZADO
➢Desta forma a Terapia Nutricional individualizada pode proporcionar
benefícios metabólicos e clínicos para estes indivíduos. A conduta
dietoterápica deve ser baseada nas diretrizes citadas anteriormente, além de
levar em consideração o quadro clínico atual do paciente e as possibilidades
terapêuticas da Instituição.

BRASPEN, 2020; DITEN, 2011.


HIPERGLICEMIA NO PACIENTE
HOSPITALIZADO
➢ A Terapia Nutricional individualizada
proporcionará benefícios metabólicos e clínicos
para estes indivíduos;
➢ A conduta dietoterápica deve ser baseada nas
diretrizes citadas anteriormente, além de levar
em consideração o quadro clínico atual do
paciente e as possibilidades terapêuticas da
Instituição. Além de abordar questões pessoais
para facilitar a criação de um plano de alta
BRASPEN, 2020; DITEN, 2011.
hospitalar.
HIPERGLICEMIA NO PACIENTE
HOSPITALIZADO
➢ A gastroparesia diabética (GPD) é uma complicação frequente em indivíduos
com DM1 e DM2 e ocorre por degeneração das células nervosas do plexo
mioentérico, determinando hipomotilidade antral, contrações tônicas intensas
no piloro e ausência de esvaziamento gástrico. As consequências clínicas da
GPD incluem a indução de sintomas gastrointestinais (saciedade precoce,
distensão abdominal, refluxo, náusea, vômito), alteração na absorção de drogas
e desestabilização do controle glicêmico. Os sintomas de gastroparesia
aumentam o risco nutricional por déficit calórico e proteico.

DITEN, 2011.
HIPERGLICEMIA NO PACIENTE
HOSPITALIZADO
➢Em casos de gastroparesia, pode-se adotar algumas estratégias nutricionais
para otimizar o esvaziamento gástrico:
➢ Maior fracionamento e menor volume das refeições, orientar mastigação;
➢ Dieta com baixo teor ou isenta de fibras e com menor quantidade de lipídios;
➢ Para pacientes em Terapia Nutricional Enteral a dieta isomolar e com
gotejamento/infusão deverá ser instituída.

DITEN, 2011.
DIETOTERAPIA
PACIENTE DIABÉTICO EM TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL
CETOACIDOSE DIABÉTICA
➢ A cetoacidose diabética (CAD) é o resultado de um estado de grave
deficiência de insulina, sendo a principal causa de hospitalização e de casos
letais associados ao diabetes em crianças;
➢ O diagnóstico clássico de cetoacidose é definido por: glicemia > 300 mg/dl; pH
< 7,3 e bicarbonato < 15 mEq/l; cetonemia e/ou cetonúria.
➢Os sintomas iniciais são poliúria, polidipsia e polifagia. O quadro evolui com
náuseas, vômitos e dor abdominal. Consequentemente desenvolvem-se
desidratação, alteração do nível de consciência e coma.

Sociedade Brasileira de Diabetes, 2006.


CETOACIDOSE DIABÉTICA
Na cetoacidose existe um decréscimo na quantidade de insulina circulante
associado à elevação dos homônios contra-regulatórios, incluindo glucagon,
catecolaminas, cortisol e hormônio do crescimento (GH), o que acarreta
aumento da produção hepática e renal de glicose, diminuição da utilização
periférica da mesma, hiperglicemia e hiperosmolaridade. Paralelamente ocorre
a lipólise, com liberação de corpos cetônicos, cetonemia e acidose metabólica. A
associação entre hiperglicemia e acidose causa diurese osmótica, com
conseqüente desidratação e desequilíbrio eletrolítico. O estágio mais avançado é
de extrema desidratação celular, contração do volume plasmático, hipoperfusão
cerebral e alteração progressiva do estado de

Sociedade Brasileira de Diabetes, 2006.


CETOACIDOSE DIABÉTICA
➢ O primeiro objetivo diante de um paciente em cetoacidose é restabelecer as
condições básicas de vida através de tratamento agressivo e rápido de choque e
instabilidade hemodinâmica. Depois do suporte básico à vida, a hidratação,
correção hidroeletrolítica e da acidose devem ser feitas lentamente →
tratamento clínico.
➢ A Terapia Nutricional visa contribuir para o tratamento clínico, após a
estabilização do quadro, seguindo as diretrizes descritas anteriormente.

Sociedade Brasileira de Diabetes, 2006.


E A DIETA
LOW
CARB?
DIETA LOW CARB E DIABETES?
Em 2020 a Sociedade Brasileira de Diabetes publicou uma nota técnica com o assunto
“Low-Carb e Diabetes”:
➢ Dieta Low Carb é uma dieta com menor teor de carboidratos, ainda não há consenso
na literatura em relação a sua proporção, podendo ser até 45% de carboidratos.
➢ “...As dietas low-carb podem até melhorar o controle glicêmico no DM1, mas há
evidências limitadas para apoiar seu uso rotineiro no tratamento destes pacientes... Os
desfechos em longo prazo, especialmente em crianças e adolescentes, são
desconhecidos... A utilização de dietas com muito baixo teor de carboidratos é
controversa, sem segurança comprovada e com impacto desconhecido sobre o
crescimento. Também é importante avaliar o impacto metabólico da substituição de
carboidratos por proteínas e gorduras em longo prazo, uma vez que podem ocorrer
estímulos para dislipidemias associados ao aumento da ingestão de ácidos graxos
saturados, ganho de peso e outros desfechos clínicos...”
DIETA LOW CARB E
DIABETES?
➢No geral, os estudos existentes são principalmente em
indivíduos auto-selecionados que praticam manejo intensivo
de insulina, juntamente com restrição de carboidratos. A
adesão à esta dieta parece ser desafiadora e faltam
resultados validados;
➢ Sugerem ainda que: “O profissional que optar por
aconselhar dietas low-carb no DM1, mesmo com as
evidências limitadas, deve considerar todas as
individualidades do paciente e ponderar os benefícios e
todos os possíveis prejuízos mencionados anteriormente
antes de utilizar esta estratégia, além de garantir
acompanhamento rígido quanto à segurança da dieta.”
DIETA LOW CARB E
DIABETES?
Na revisão sistemática realizada por DYSON
constatou que:
➢ As dietas com baixo teor de carboidratos
parecem ser seguras e eficazes a curto
prazo, mas não mostram qualquer
superioridade em comparação com dietas
de maior teor de carboidratos e não
podem ser recomendadas como o
tratamento padrão para pessoas com
diabetes tipo 2.

DYSON, Pamela. Low Carbohydrate Diets and Type 2 Diabetes: What is the Latest Evidence? Diabetes Ther, v. 6, p. 411–424, 2015.
DIETA LOW CARB E DIABETES?
Na revisão sistemática realizada por BROUNS (2018)
constatou que:
➢ A melhora da sensibilidade a insulina e redução dos
níveis de glicose em jejum com a Dieta hipocalórica e
Low Carb, está mais relacionada aos resultados na
perda de peso e não necessariamente com a
proporção de carboidratos em si;
➢ Os efeitos a curto prazo das dietas Low Carb são
positivos na perda de peso e no controle da glicose
no sangue, mas informou que os efeitos a longo prazo
não foram estudados;
BROUNS, Fred. Overweight and diabetes prevention: is a low-carbohydrate–high-fat diet recommendable? European Journal of Nutrition. 57(4): 1301–1312, 2018.
DIETA LOW CARB E DIABETES?
Na revisão sistemática realizada por BROUNS (2018) constatou que:
➢ A única maneira de obter uma resposta seria conduzir estudos controlados a
longo prazo (mínimo de 2 anos) nos quais a ingestão de carboidratos, gordura,
energia e fibra alimentar são monitoradas cuidadosamente junto com as
mudanças no peso corporal. Esses estudos são difíceis de realizar e caros, por
isso ainda não foram realizados.

BROUNS, Fred. Overweight and diabetes prevention: is a low-carbohydrate–high-fat diet recommendable? European Journal of Nutrition. 57(4): 1301–1312, 2018.
HIPOGLICEMIA
Terapia Nutricional:
➢Glicemias de 50 – 70 = ingerir 15 gramas
de carboidratos;
➢ 15 gramas de CHO = 150 ml de
refrigerante comum ou 01 colher de sopa
de açúcar ou 01 gel de glicose ou 03 balas;
➢ Caso a glicemia esteja abaixo de 50,
deve-se duplicar essa dose. Aguarde 15
minutos e meça novamente sua glicemia.
Se ainda estiver em estado hipoglicêmico,
repita a operação.
FRUTOSE
➢ É o açúcar mais utilizado pela indústria alimentícia
devido sua estabilidade → xarope de milho concentrado
em frutose é mais doce que a glicose, não decanta e nem
atrai água após longo período de prateleira.
➢ Excesso de frutose industrial no fígado provoca ações
biológicas capaz de aumentar colesterol, triglicerídeos,
liberação de ácido úrico, inflamação, resistência a
insulina...

A FRUTOSE DAS FRUTAS NÃO É PREJUDIACIAL


E SIM A FRUTOSE INDUSTRIAL.

JOHNSON, Richard; et al. Sugar, Uric Acid, and the Etiology of Diabetes and Obesity. DIABETES, VOL. 62, OCTOBER 2013.
FIBRAS
➢Segundo a ANVISA (Resolução RDC n.40 de 21/03/2001)
“Fibra é qualquer material comestível
que não seja hidrolisado pelas enzimas endógenas
do trato digestivo de humanos ...”

➢ INSOLÚVEIS: Lignina, celulose, hemicelulose.


➢ SOLÚVEIS: Pectinas, gomas, inulina, FOS, B – glicanos, hemicelulose
FIBRAS
➢ A quantidade de carboidrato é semelhante ao alimento refinado, porém
possui outros benefícios, como:
➢ Aumenta o tempo de mastigação;
➢ Aumenta o volume do conteúdo estomacal;
➢ Retarda o esvaziamento gástrico;
➢ Reduz velocidade de digestão de carboidrato e lipídeo;
➢ Estimulam o trânsito intestinal;
➢ Alimento para bactérias probióticas;
➢ Maior teor de antioxidante.
FIBRAS
➢ A fibra dietética é considerada um componente
chave na alimentação saudável.
➢ Os benefícios de saúde das fibras incluem a
prevenção de diabetes mellitus tipo 2, doenças
cardiovasculares e câncer de cólon.
➢ Ao modular a ingestão, digestão, absorção e
metabolismo dos alimentos, as fibras também
reduzem o risco
de hiperlipidemia , hipercolesterolemia e hiperglicemi
a.

KACKMARCZYK, Melissa M. et al. Journal Metabolism, v. 61, e. 8 , agosto de 2012 , páginas 1058-1066.
ADOÇANTES
Os edulcorantes, também chamados de
adoçantes artificiais ou adoçantes não
nutritivos ou adoçantes de baixa caloria
ou adoçantes intensos, fornecem doçura
mais intensa e nenhuma ou poucas
calorias por grama e são usados ​em
bebidas, produtos dietéticos,
medicamentos e até mesmo enxaguantes
bucais.
ADOÇANTES
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (2020):
➢ O Uso dos edulcorantes auxiliam na redução do
consumo de calorias e carboidratos;
➢ Há fortes evidências de que os adoçantes
artificiais são seguros para pessoas com diabetes
desde que consumidos sem exageros;
➢ No entanto, seu uso não é essencial e deve ser
acompanhado com cautela em certos indivíduos de
alto risco, como mulheres grávidas e lactantes,
diabéticos, pacientes com enxaqueca e epilepsia e
crianças.
ADOÇANTES
CONCLUSÃO DE PESQUISAS:
➢ Tem sido sugerido que a sensação do sabor doce
mesmo sem calorias pode promover o apetite, levando
ao maior consumo alimentar e ganho de peso.
➢ Alguns estudos observaram aumento nos níveis de
glicose e insulina, após refeição contendo aspartame e
sucralose, semelhante à refeição contendo sacarose.
➢ Os dados demonstram que os adoçantes artificiais
desempenham um papel ativo no trato gastrointestinal,
desde as papilas gustativas como também nas células
secretoras na mucosa intestinal.
SHARMA, Arun, et al. Artificial sweeteners as a sugar substitute: Are they really safe? Indian Journal Pharmacol. May-Jun; 48(3): 237–240, 2016 .
ADOÇANTES
STEVIA / ESTÉVIA
➢ Seu composto cristalino branco (esteviosídeo) é o adoçante natural à base de ervas
sem calorias e é 100-300 vezes mais doce do que o açúcar de mesa;
➢ Todos os principais órgãos científicos e regulatórios globais determinaram que os
glicosídeos de esteviol de alta pureza são seguros para consumo pela população em
geral;
➢ As evidências até o momento mostram que os glicosídeos de esteviol são seguros, não
carcinogênicos e não hipertensivo e têm impacto mínimo na microbiota
intestinal. Estudos em humanos não relataram efeitos colaterais gastrointestinais
negativos;
➢Não há evidências que mostrem um aumento no apetite por açúcar ou produtos doces
contendo estévia são consumidos.
SAMUEL, Priscilla et al. Supplement: Stevia Leaf to Stevia Sweetener: Exploring Its Science, Benefits, and Future Potential. The Journal of Nutrition. July 6, 2018.
ADOÇANTES
XILITOL E ERITRITOL
➢ São poliálcools encontrados em alguns tipos de plantas e frutas, utilizados em uma
variedade de produtos alimentícios e de higiene bucal como substitutos do açúcar;
➢A ingestão de Xilitol e Eritritol retardou o esvaziamento gástrico, contribuindo para o
prolongamento da saciedade. Quanto à liberação de insulina, o uso de eritritol não
promoveu alteração e o xilitol causou discreto aumento;
➢O xilitol parece ter impacto na glicemia apesar de ser menor que o açúcar, o eritritol
tem menor poder adoçante sendo necessária maior quantidade para obter o dulçor
esperado e ambos podem causar desconforto gastrointestinal em algumas pessoas,
como flatulência e cólicas;
➢ São edulcorantes calóricos. Valor Calórico:
➢ Xilitol= 2,4 kcal/g Eritritol= 0,2kcal/g
CONSIDERAÇÕES EDULCORANTES

Sociedade Brasileira de Diabetes


CONSIDERAÇÕES EDULCORANTES

Sociedade Brasileira de Diabetes


CONSIDERAÇÕES EDULCORANTES

Sociedade Brasileira de Diabetes


AÇÚCAR DE COCO

ÍNDICE GLICÊMICO =
35
CONTAGEM DE
CARBOIDRATOS
➢ Estratégia nutricional que permite conhecer
a quantidade de carboidratos contida nos
alimentos para que haja uma programação
nas refeições. Oferecendo à pessoa com
diabetes maior flexibilidade em sua
alimentação, de acordo com seu estilo de vida.
➢ Pode ser utilizada por portadores de DM1
em terapia insulínica convencional, ou terapia
intensiva com múltiplas doses, ou com bomba
de infusão, e por DM2 em uso de
medicamentos orais ou apenas em tratamento
Sociedade Brasileira de Diabetes, 2016. dietético.
CONTAGEM DE
CARBOIDRATOS
➢ A contagem de carboidratos é utilizada
desde 1935 na Europa e foi uma das
estratégias utilizadas no Diabetes
Control and Complications Trial (DCCT).
A partir do relatório da American
Diabetes Association, em 1994, passou a
ser recomendada como mais uma
ferramenta nutricional.
➢ No Brasil, começou a ser utilizada de
Sociedade Brasileira de Diabetes, 2016. forma isolada em 1997, e, hoje, vários
grupos têm utilizado a contagem de
carboidratos de forma sistemática.
CONTAGEM DE CARBOIDRATOS
➢ OBJETIVOS :
➢Controle da glicemia e triglicerídeos;
➢Prevenção e tratamento do Diabetes;
➢Previsão das refeições;
➢Controle alimentar em dias de festas e viagens;
➢Maior flexibilidade!

Sociedade Brasileira de Diabetes, 2016.


CONTAGEM DE CARBOIDRATOS
QUEM PODE UTILIZAR A CONTAGEM DE CARBOIDRATOS?
Para ser um bom candidato à contagem de carboidratos, é preciso:
➢ Motivação;
➢ Disciplina;
➢ Trabalho em equipe.

O nutricionista definirá a quantia de calorias, de macro e micronutrientes que o


paciente deverá ingerir ao dia para manter-se saudável. Também definirá
quanto de carboidrato deve ser consumido diariamente e em cada refeição.

Sociedade Brasileira de Diabetes, 2016.


CONTAGEM DE CARBOIDRATOS
➢ O carboidrato, embora saudável, é o nutriente
que tem maior efeito sobre a glicemia, já que a
totalidade (100%) do que é ingerido transforma-
se em glicose. Esta é a razão principal que o
coloca como foco do nosso tratamento.
➢ A contagem de carboidratos é a chave do
tratamento do diabetes e deve ser inserida no
contexto de uma alimentação saudável. Esses
carboidratos devem vir das frutas, dos vegetais e
de grãos integrais.

Sociedade Brasileira de Diabetes, 2016.


CONTAGEM DE CARBOIDRATOS
Proporção e tempo do macronutriente que é transformado em glicose:
➢ 100% DO CARBOIDRATO INGERIDO É TRANSFORMADO EM GLICOSE → 15min
à 2h
➢ PROTEÍNA entre 35 a 60% → 3 a 4horas
➢ LIPÍDEO somente 10% → 5horas.

QUAIS ALIMENTOS NÃO PRECISAMOS CONTAR CARBOIDRATOS?

Vegetais / Queijo / Carnes de Boi, Aves e Pescados e Ovos / Azeite, Maionese e


Creme de Leite / Água, Café, Chá e Adoçantes
Sociedade Brasileira de Diabetes, 2016.
CONTAGEM DE CARBOIDRATOS
COMO APLICAR:
➢DM 1: Este esquema é o mais fisiológico que temos até o momento, no qual a
quantidade de insulina ultra rápida é aplicada de acordo com o que o paciente irá
ingerir. Aqui também deve-se conhecer a quantidade de carboidratos a ser ingerida
em cada refeição. No entanto, o indivíduo pode variar os horários e a quantidade
de alimentos que quer ingerir (tanto para mais quanto para menos), desde que
aplique a quantidade de insulínica ultra rápida em cada refeição.

➢ DM 2: Para aplicar a contagem de carboidratos no Diabetes tipo 2, com controle


apenas com dieta e atividade física ou com antidiabéticos orais, deve-se conhecer a
quantidade de carboidratos que deve ser ingerida em cada refeição e manter esta
quantidade sempre. Sociedade Brasileira de Diabetes, 2016.
CONTAGEM DE CARBOIDRATOS
COMO APLICAR:
➢ A relação de insulina:carboidrato pode variar de
acordo com idade, peso e controle glicêmico do
indivíduo. Critério a ser definido pelo médico.
➢ REGRA GERAL 1 unidade de insulina para cobrir 15
gramas de carboidratos.
➢ Em CRIANÇAS E ADOLESCENTES essa proporção
geralmente é diferente, 1U de insulina para 20 - 30g
de carboidratos.

Sociedade Brasileira de Diabetes, 2016.


CONTAGEM DE CARBOIDRATOS
CONTAGEM DE CARBOIDRATOS
COMO APLICAR:

Sociedade Brasileira de Diabetes, 2016.


CONTAGEM DE CARBOIDRATOS
COMO APLICAR:
Exemplo de uma refeição:

Neste caso seria necessário 3 doses


de insulina ultrarápida
CONTAGEM DE CARBOIDRATOS
COMO APLICAR:

➢ Disponibilizar ao paciente uma lista de equivalentes → No MANUAL DE


CONTAGEM DE CARBOIDRATOS da Sociedade Brasileira de Diabetes tem lista
de alimentos com porções e quantidade de carboidratos.
➢ Ensinar o paciente a verificar rótulos;
➢ Somente iniciar após o paciente receber e compreender todas as
orientações.
Medir as glicemias antes de cada refeição e duas horas após fazê-las é importante
para verificar o efeito dos alimentos e da medicação sobre a sua taxa glicêmica.

Sociedade Brasileira de Diabetes, 2016.


ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS
PARA O PACIENTE DM 2
➢ Realize de 5 a 6 refeição ao dia, evite
ficar longos períodos em jejum;
➢ Evite beliscar durante o dia;
➢ Mastigue bem os alimentos, coma
devagar;
➢ Consuma frutas diariamente, uma por
vez e sempre que possível com a casca;
➢ Consuma verduras e legumes
diariamente, procure deixar o seu prato
colorido, rico em saúde e sabor;
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS
PARA O PACIENTE DM 2
➢ Você deve consumir com moderação os
alimentos fontes de carboidratos, como pão,
bolacha, torrada, arroz, macarrão, aipim, batata,
entre outros. Siga sempre a porção estabelecida
em seu plano alimentar;
➢ Prefira sempre a versão integral dos
carboidratos, para auxiliar no controle glicêmico;
➢ Consuma fibras diariamente, como aveia,
linhaça, chia, alimentos integrais, frutas e
verduras. A fibra é sua aliada no controle da
diabetes, além de favorecer a saciedade,
funcionamento intestinal e reduzir o colesterol;
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS
PARA O PACIENTE DM 2
➢ Evite o consumo de alimentos doces e
açucarados, como balas, sorvetes,
refrigerante, sucos artificiais, tortas, bolos,
sobremesas, guloseimas em geral;
➢ Sua dieta deve ser restrita em açúcar
branco, açúcar mascavo, açúcar demerara,
melado, mel;
➢ Caso seja necessário utilizar adoçante
prefira a base de Stévia;
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS
PARA O PACIENTE DM 2
➢ Sempre que possível inclua uma fonte de
proteína em todas as refeições, como
carnes, ovos, leites e derivados;
➢ Prefira consumir carnes brancas, como
frango e peixe;
➢ Ao consumir leite e iogurte prefira sua
versão desnatada, e queijos brancos;
➢ Evite frituras e reduza o consumo de
alimentos gordurosos. Prefira preparações
grelhadas, cozidas, assadas ou outra
preparação com controle na adição de
óleo;
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS
PARA O PACIENTE DM 2
➢Reduza o consumo de alimentos industrializados,
como embutidos, refrigerantes, enlatados,
macarrão instantâneo, gelatinas, barras de
cereais, biscoitos recheados;
➢ Os alimentos DIET ZERO AÇÚCAR podem ser
consumidos com moderação, e evite seu consumo
diário;
➢ Controle a adição de sal (pode indicar a
quantidade), e temperos prontos. Prefira sempre
os ingredientes naturais: orégano, manjericão,
alho, cebolinha, salsinha, entre outros;
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS
PARA O PACIENTE DIABÉTICO
➢ Hidrate-se, tome de 6 a 8 copos
diariamente (adequar conforme peso);
➢Pratique atividade física regularmente!!!

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