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INTRODUÇÃO
Neste segundo ebook procurei trazer e responder dúvidas comuns sobre
nutrição e escolhas alimentares diárias. Fiz amplas pesquisas sobre os temas
que geram mais equívocos e incertezas, assim como respostas à respeito.
A ideia é elucidar os leitores sobre tais dúvidas, utilizando uma abordagem
prática, direta, de fácil leitura e com base em princípios bioquímicos e
fisiológicos, respeitando as variações individuais, sejam elas dadas por
idade, gênero, condições sociais e alterações fisiológicas.
Ao final do ebook, trago também alguns capítulos extras do novo livro, ainda
em digitação, sobre suplementação e pesquisas científicas a respeito, como
forma de agradecimento pelo grande apoio que venho recebendo de todos
vocês em minhas redes sociais.
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SUMÁRIO
1. Quem acorda perto do horário de almoço, deve tomar café da manhã
normalmente ou ir direto almoçar?
2. Como me alimentar pela manhã?
3. O que comer antes do treino?
4. O que comer depois do treino?
5. O que comer na última refeição?
6. Quantos gramas de gorduras devo comer?
7. Posso comer gorduras a noite?
8. Quantos gramas de carboidrato devo comer?
9. Qual melhor horário para consumir carboidratos?
10. Quantos gramas de proteína devo comer diariamente?
11. Proteína ajuda a manter a massa magra no processo de emagrecimento?
12. Preciso ingerir proteínas em todas as refeições?
13. Quanto de proteína no pós treino?
14. Excesso proteico faz mal aos rins e ossos?
15. Treino a noite. Preciso jantar após o treino ou basta um shake com whey
protein?
16. Quais são os tipos de açúcar existentes?
17. Quais as principais funções das fibras?
18. Fibras: qual a diferença entre solúveis e insolúveis?
19. Há como consumir fibras em excesso?
20. Como calcular meu gasto energético diário?
21. Quantas refeições ao dia são necessárias?
22. Preciso fazer Bulking e Cutting?
23. Dá pra ganhar massa muscular e perder gordura ao mesmo tempo?
24. Como perder gordura localizada?
25. Quantas calorias devo reduzir para emagrecer?
26. E para engordar, quantas calorias a mais?
27. Qual a percentagem de gordura ideal para homens e para mulheres?
28. Dias sem treino, preciso manter a dieta?
29. Quando posso começar a tomar suplementos?
30. É necessário suplementar nos dias que não vou a academia?
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31. Quanto de água devo tomar?
32. Agora que sei a quantidade de água, quais são os valores de cada
micronutriente diários?
33. O que é índice glicêmico e para que serve?
34. O que é carga glicêmica e para que serve?
35. É necessário dia do lixo?
36. Não consigo ficar sem comer doces. Quando posso consumi-los?
37. Frutas demais engordam?
38. Quais as melhores frutas para emagrecimento?
39. Qual a melhor forma de preparar a batata-doce?
40. Quais os diferentes tipos de arroz?
41. Não gosto de arroz integral, posso comer o arroz branco?
42. Quais condimentos posso usar para minha comida não ficar com gosto de
isopor?
43. O que olhar numa lista de ingredientes para saber se o alimento é
realmente saudável?
44. Como saber se um pão é realmente integral?
45. O que são alimentos com fitoquímicos?
46. O que é o efeito térmico de um alimento?
47. Posso tomar proteína de soja no pós treino?
48. Quais são os tipos de soja e as diferenças entre eles?
49. Proteína de soja causa impotência?
50. Qual a diferença entre farelo de aveia, farinha e aveia em flocos?
51. Como diminuir o colesterol sanguíneo?
52. Gema de ovo: quantas posso comer?
53. Devo evitar glúten?
54. Retirei o glúten e me senti bem. Sou sensível então?
55. Glúten engorda?
56. Quais os benefícios do leite de vaca?
57. Ele contém antibióticos e hormônios?
58. Por que só o ser humano é o único animal que bebe leite depois de adulto?
59. Leite causa pedra nos rins?
60. Leite engrossa a pele?
61. O cálcio do leite é melhor ou pior absorvido?
62. Há alguma situação que me faça diminuir ou não consumir leites?
63. É possível ganhar massa muscular com dieta vegetariana ou vegana?
64. Devo suplementar quando sigo uma dieta vegetariana ou vegana?
65. Chá verde ajuda a emagrecer?
66. Tem efeitos colaterais?
67. Bebidas energéticas entram na dieta?
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68. Quais são os principais adoçantes?
69. Adoçantes fazem bem? Ajudam a emagrecer?
70. Suco de frutas naturais: posso tomar?
71. Gelatina ajuda a fortalecer a pele?
72. Quais alimentos são indicados na TPM?
73. Quais alimentos ajudam a evitar flacidez ou reduzi-las?
74. Qual a diferença entre produtos diets, lights e zero?
75. O que é gordura vegetal hidrogenada?
76. Tapioca ajuda no emagrecimento?
77. Quais lanches rápidos posso comer durante o trabalho?
78. Barra de proteínas são úteis?
79. Dieta HCG funciona para emagrecer?
80. Dieta dos pontos ajuda a emagrecer?
81. Quais são os benefícios da dieta paleolítica?
82. E os malefícios?
83. É indicada para perder PESO?
84. Meu peso na balança não muda. O que fazer?
85. Preciso comer mais só que não consigo, pois me sacio fácil. O que fazer?
86. Óleo de canola é saudável?
87. Qual o melhor óleo de cozinha?
88. Óleo de coco é saudável?
89. E quanto a farinha de coco?
90. Carne de porco faz mal?
91. Com tantas informações e controvérsias na internet, em quem acreditar?
92. O que são alimentos de época?
93. O que é o valor biológico de um alimento?
94. Como se calcula o valor calórico de um alimento?
95. Posso substituir totalmente os alimentos por suplementação?
96. A pirâmide alimentar é útil?
97. Quais são suas desvantagens?
98. Vitamina A: quais são suas funções e o que causa sua deficiência e seu
excesso?
99. Vitamina D: quais são suas funções e o que causa sua deficiência e seu
excesso?
100. Vitamina E: quais são suas funções e o que causa sua deficiência e
seu excesso?
101. Vitamina K: quais são suas funções e o que causa sua deficiência e
seu excesso?
102. Vitamina B1: quais são suas funções e o que causa sua deficiência?
103. Vitamina B2: quais são suas funções e o que causa sua deficiência?
104. Vitamina B3: quais são suas funções e o que causa sua deficiência?
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105. Vitamina B5: quais são suas funções e o que causa sua deficiência?
106. Vitamina B6: quais são suas funções e o que causa sua deficiência?
107. Vitamina B7: quais são suas funções e o que causa sua deficiência?
108. Vitamina B9: quais são suas funções e o que causa sua deficiência?
109. Vitamina B12: quais são suas funções e o que causa sua deficiência?
110. Vitamina C: quais são suas funções e o que causa sua deficiência?
111. Quais são as não-vitaminas?
Capítulos extras:
001. DHEA
002. Tribulus Terrestris
003. ZMA
004. L-Carnitina
005. Creatina (dosagens, antes e depois do treino, particularidades com o
carboidrato)
006. CLA
007. BCAA
008. Glutamina
009. L-arginina
010. Arginina com citrulina
011. Beta-alanina
012. Pré treinos em geral
013. Multivitamínicos
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1- Quem acorda perto do horário de almoço, deve
tomar café da manhã normalmente ou ir direto
almoçar?
É importante não levar como regra que o almoço deverá conter mais
nutrientes e o jantar menos ou subdividir em refeições grandes e pequenas
conforme hábito brasileiro. Suas necessidades para cada período irão ditar
qual deve ser o volume da refeição.
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por exemplo, em um dia corrido sem tempo para se alimentar, não irá trazer
grandes diferenças no metabolismo, caso esse tempo não te deixe em jejum
extremamente prolongado, não te faça ingerir quantidades calóricas muito
menores do que as recomendadas ou não respeite o tempo de digestão do
alimento, que é variável dependendo da quantidade principalmente de
gorduras e proteínas.
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proteicos e iogurtes naturais são boas escolhas. Mais uma vez, o que definirá
seus resultados, além da escolha de alimentos, é a quantidade necessária para
atingir o valor calórico.
Para grande parte dos treinos anaeróbicos e aeróbicos, é necessária uma fonte
de energia rápida: a glicose. Ela irá te ajudar a suportar melhor a intensidade
do treino, evitando a gliconeogênese, ou seja, a formação de glicose através
de outros substratos, como lipídeos e proteínas que, durante o treinamento,
diminuirá seu desempenho.
Uma porção proteica também pode ser eficaz. Além da quebra de proteínas
que ocorre durante a sessão de treinos, o fracionamento
desse macronutriente durante o dia é necessário, já que sua taxa de absorção
para formação de tecido é limitada, sendo uma estratégia
inteligente acrescentá-lo em todas ou quase todas as refeições.
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Apesar de todas essas dicas, a alimentação pré treino pode ser bem subjetiva
e específica para cada indivíduo. Muitos podem consumir gordura antes do
treino e não ter desconforto gástrico, além de claro, a resistência à insulina
ser muito variável de pessoa para pessoa. O que dei aqui foram dicas gerais
que irão satisfazer as necessidades de quase todas as situações
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5- O que comer na última refeição?
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dia. Cada grama de gordura possui 9kcal, então a quantidade de gramas ao
dia seria entre 44gr e 77gr.
A American Heart Association recomenda que 25 a 35% das calorias totais
da dieta venham de lipídios, sendo menos que 7% de gordura saturada,
menos que 10% de gordura poli insaturada e menos que 20% de gordura
monoinsaturada, números bem próximos da DRI.
Se você evita gorduras a noite pensando que o consumo delas, assim como
o de carboidratos, irá te engordar, pode repensar agora mesmo.
As gorduras são moléculas de lenta digestibilidade, sendo assim, não te
engordarão se forem consumidas nas quantidades ideais, seja qual for o
horário.
O problema é que, justamente pela sua lenta digestibilidade, seu consumo a
noite poderá atrapalhar o sono. Noites mal dormidas são associadas a
diminuição da taxa metabólica e aumento de apetite, por diminuírem a
produção de leptina, hormônio da saciedade.
Concluindo, consuma em doses pequenas, de uma forma que não atrapalhe
seu sono. Caso mesmo pequenas doses atrapalhem, consuma outro
macronutriente e altere o horário das gorduras na dieta.
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Repare que eu escrevi "números menores", ou seja, ainda assim é necessária
a presença de carboidratos, mesmo que em baixas quantidades.
As quantidades de carboidrato variam entre 5gr/kg a 10gr/kg corporal, ou
seja, se tenho 70kg, o valor fica entre 350gr (não confunda com calorias) a
700gr por dia de carboidrato. Para elucidar melhor, 100gr de arroz branco
possuem 28gr de carboidrato. Uma banana prata possui 18,2 gramas do
macronutriente.
Outra forma de se calcular, é seguindo a recomendação da DRI (Dietary
Reference Intakes), que indica que, para adultos, 45 a 65% das calorias
diárias devem vir de carboidratos.
Obviamente, há exceções para os números citados acima, principalmente em
atletas ou indivíduos com algum distúrbio metabólico.
O valor a ser escolhido vai depender das calorias totais ingeridas (estas
dependendo do seu objetivo/necessidade), da quantidade proteica e de
lipídios.
Por exemplo, em uma dieta visando o emagrecimento, a utilização de
proteínas é maior, normolipídica geralmente, e a quantidade de carboidratos
menor, sendo ingeridos em períodos de recuperação ou de necessidade de
fonte rápida de energia.
Exemplificando, se você possui 60kg e sua necessidade de calorias para
emagrecimento é de 2000 kcal, a quantidade dos carboidratos pode ficar
entre 240 gramas à 300 gramas diariamente, ou 1000 kcal (50% de 2000).
Cada grama de carboidrato gera 4 kcal, sendo assim, 1000 kcal dividindo por
4 é igual a 250 gramas de carboidrato ao dia.
Os cálculos demonstrados aqui não alteram a necessidade de um
nutricionista, já que o mesmo terá uma visão mais específica da sua real
necessidade, observando objetivos, rotina, exames bioquímicos e
semiológicos, assim como possíveis distúrbios metabólicos.
Também há dietas low carb, preconizando dietas com números ainda
menores de carboidratos, porém seria falta de responsabilidade indica-la em
um livro sem avaliar a real necessidade de cada um, já que sua errada
utilização pode acarretar em menor gasto calórico a longo prazo.
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9- Qual melhor horário para consumir
carboidratos?
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Almoço - 20 % - 455 kcal
Pré treino - 20% - 455 kcal
Pós treino - 20% - 455 kcal
Ceia - 10% - 227 kcal
Os casos acima não são regras, apenas exemplos comuns para ajudar o
entendimento. Horários de treinos diferentes, assim como resistência à
insulina, rotina de trabalho entre outros fatores, alteram a tabela, que deve
ser sempre individualizada.
Reparem que dei exemplos de pessoas que se exercitam a noite, justamente
para quebrar o mito de não ingerir carboidratos neste período.
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Isso vai depender do seu peso, das suas atividades durante o dia e claro, de
problemas fisiológicos caso existam.
Para verificar essa hipótese, 46 mulheres obesas e pré obesas foram divididas
em grupos com ingestão normal de proteína (18% das calorias diárias) e
ingestão altamente proteica (30% das calorias diárias). A dieta delas também
continha um déficit calórico de 750 kcal e foi seguida regularmente durante
12 semanas.
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Ao final do estudo¹, verificou que, mesmo todas perdendo peso, a
manutenção da massa muscular foi maior no grupo com alta ingestão
proteica, principalmente das mulheres obesas. O estudo também verificou
que a alta ingestão proteica trouxe mais saciedade e que as lipoproteínas e
funções renais foram minimamente alteradas, mostrando que essa
quantidade não causa problemas renais em indivíduos sem pré-disposição.
20 jovens atletas de resistência também foram analisados em grupos
contendo 15% de proteína diária e 35%. O grupo que ingeriu 15% de proteína
perdeu mais peso, porém o grupo que ingeriu 35% manteve a massa magra,
fator muito importante para composição corporal e gasto energético diário.
Em um estudo diferenciado³, cientistas testaram 23 homens saudáveis e as
funções cognitivas entre os grupos que ingeriram 1.5gr/kg de proteína e
3.0gr/kg de proteína. A conclusão foi que o grupo com alta ingestão proteica
aumentou significativamente seu tempo de reação. A possível explicação é
o aumento de aminoácidos de cadeias ramificadas no plasma (BCAAs),
assim como a fenilalanina.
¹Leidy HJ, Carnell NS, Mattes RD, Campbell WW - Higher protein intake
preserves lean mass and satiety with weight loss in pre-obese and obese
women. Obesity (Silver Spring). 2007 Feb;15(2):421-9.
² Mettler S, Mitchell N, Tipton KD. - Increased protein intake reduces lean
body mass loss during weight loss in athletes. Med Sci Sports Exerc. 2010
Feb;42(2):326-37
³ Jakobsen LH, Kondrup J, Zellner M, Tetens I, Roth E. Effect of a high
protein meat diet on muscle and cognitive functions: a randomised
controlled dietary intervention trial in healthy men. Clin Nutr. 2011
Jun;30(3):303-11
Não é necessário, embora seja difícil não ingeri-las, já que estão presentes
não só em carnes, ovos e laticínios, como em leguminosas e até mesmo
oleaginosas.
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A ingestão proteica é indicada para diminuir a carga glicêmica da refeição
mais baixa, já que proteínas diminuem a velocidade de absorção da glicose,
para manter o ‘pool’ de aminoácidos na corrente sanguínea, já que não são
armazenados de forma significativa no metabolismo, além de aumentar o
efeito térmico da refeição.
Isso não significa que seja regra a ingestão proteica em cada refeição, apenas
que é uma ótima solução em dietas hiperproteicas, para diminuição de
gordura corporal, para manter a massa muscular, e para manter a glicemia
em níveis adequados, principalmente em diabéticos.
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Conclusões: A ingestão de 20 gramas de proteína é suficiente para
estimular SPM e SPA após exercícios de resistência.
Esse é apenas mais um dos estudos que demonstra que manter um ‘pool’ de
aminoácidos na corrente sanguínea, consumindo doses menores de proteína,
porém de forma constante, é uma maneira eficaz de sinalizar a hipertrofia
muscular.
¹ Moore DR, Robinson MJ, Fry JL, et al. Ingested protein dose response of
muscle and albumin protein synthesis after resistance exercise in young men.
Am. J. Clin. Nutr. 89: 161-8
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5- Diferentes tipos de proteínas podem mudar a biodisponibilidade dos
aminoácidos.
6- O tempo de ingestão das proteínas são componentes importantes em um
programa de treinamento, essencial para recuperação adequada, função
imune, crescimento e manutenção da massa magra.
7- Sob certas circunstância, aminoácidos em forma de suplementos, como
BCAA’s, podem melhorar a performance e recuperação dos exercícios
(capítulo exclusivo para esse suplemento de brinde no final do livro).
¹ Martin WF, Armstrong LE, Rodriguez NR. Dietary protein intake and
renal function. Nutr Metab (Lond). 2005 Sep 20;2:25.
Caso não seja possível realizar as duas refeições em tempo hábil, o ideal é
evitar as fontes de rápida digestibilidade, realizando uma refeição completa
em macronutrientes, como por exemplo um lanche com atum e vegetais e
um iogurte com aveia, dando mais saciedade e diminuindo o tempo de
digestão.
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Dessa forma, o catabolismo noturno é menor e a recuperação prolongada.
Importante ressaltar que a perda proteica ou manutenção dependerá muito
mais do quanto ingeriu de proteína durante o dia, em quantidade fracionada,
do que em um único período.
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Xarope de milho de frutose: Feito predominantemente de frutose, além de
glicose e maltose. Assim como o xarope de milho e o açúcar refinado, é um
alimento altamente relacionado a obesidade.
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19- Há como consumir fibras em excesso?
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NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA SEGUNDO OMS (2001)
SEDENTÁRIA:
Passa o dia sentado, sem grandes esforços físicos. Caminhadas para
atividades cotidianas (GEB x 1,40 para homens e GEB X 1,69 para
mulheres).
Homem eutrófico
662 - (9,53 * idade) + Coeficiente de atividade física (CAF) * [(15,91 * peso)
+ (539,6 x altura)]
Mulher eutrófica
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354 - (6,91 * idade) + Coeficiente de atividade física (CAF) * [(9,36 * peso)
+ (726 x altura)]
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Mulher eutrófica ativa: 1,27
Mulher eutrófica muito ativa: 1,45
A terceira formula utilizada, feita por Cuuningham em 1991, serve tanto para
atletas homens como mulheres.
Para calculá-la, é necessário ter em mãos o percentual de gordura.
Segue a fórmula abaixo:
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TMB = 370 + 1360,8
TMB = 1730,8
TBM/24 = 72,11kcal/hora
Sono = 72,11 * 1(Fator de atividade) * 8 (horas dormidas) = 576,88
Musculação = 72,11 * 4,50 * 1 (horas realizando a atividade) = 324,49
Caminhada = 72,11 * 3 * 1 (horas realizando a atividade) = 216,33
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Lembrando que o ideal para calcular é consultar-se com um nutricionista que
entenda seus gastos energéticos assim como as intensidades de cada
atividade praticada por você diariamente.
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casa, repleta de compromissos como reuniões e viagens, é totalmente
inviável e desnecessário.
Ingerir também duas refeições ao dia, embora muitos acreditem que pode ser
realizável, já que nosso tempo de digestão é longo em um volume alto de
refeições, pode ocasionar alguns problemas como diminuição na absorção
de nutrientes, já que cálcio e ferro, por exemplo, utilizam o mesmo sítio de
ligação, ou seja, concorrerão pela absorção. Outros problema seria um alto
volume de glicose sanguínea, dependendo da carga glicêmica da refeição, já
que haveria menor fracionamento ao longo dia e assim, maior resposta
insulínica, podendo aumentar também o índice de gordura corporal.
Para terminar ainda há o fator de saciedade, ou seja, em um volume tão baixo
de refeições, podemos sentir fome entre os dois períodos, porém como não
há a preparação para uma rotina alimentar mais apropriada, ‘beliscar’
alimentos nutricionalmente ruins pode virar um hábito.
A ingestão de 4 a 6 refeições se adequa a rotina da maioria da população,
tornando possível o correto fracionamento de macronutrientes, assim como
a divisão de minerais, evitando a baixa absorção. A glicemia também é mais
facilmente controlada dessa forma, assim como a saciedade.
Fatores sociais também são melhores adaptados, já que quatro, cinco ou seis
refeições não são difíceis de serem preparadas ao longo do dia,
principalmente se levarmos em conta que nem todas elas serão levadas como
refeições principais.
Mais uma vez, esses números não são regras, apenas soluções de fácil
realização para maioria das pessoas e também servem como quebra de mito
de que quanto mais refeições melhor. A correta ingestão calórica, assim
como suas frações, ainda é a principal forma de se chegar aos resultados.
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trará mais dificuldade na fase de diminuição de gordura, assim como deixará
seu corpo visualmente pior.
O mesmo raciocínio vale para o cutting. Cortar demais as calorias fará com
que seu corpo faça gliconeogênese, utilizando proteínas como forma de
energia, retirando elas tanto da ingestão quanto da massa muscular. Isso
diminuirá seu peso porém também diminuirá seu volume muscular, o que
não é indicado caso deseje um corpo harmonioso e simétrico.
Uma boa maneira, tanto para aumento quanto para diminuição calórica é
calcular seu gasto energético diário, que ensinarei mais abaixo, e adicionar
ou remover 500 calorias, dependendo do objetivo. Os valores podem ser
aumentados gradativamente, conforme seu corpo se adapta, porém deve-se
respeitar seu gasto mínimo energético, assim como o excesso de
macronutrientes. Ninguém melhor do que um nutricionista para calcular e
avaliar esses valores.
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As mudanças demoram mais para aparecer, porém caso não deseje variações
mais drásticas, como diminuição rápida de gordura ou aumento rápido de
massa corporal, essa é a melhor forma.
Dividir em ciclos menores os períodos de aumento de massa magra e de
perda de gordura também é uma forma de alcançar seus objetivos.
Por exemplo, nas duas primeiras semanas do mês aumentar a ingestão
calórica e de carboidratos para aumento de massa magra e nas duas semanas
seguintes diminuir a ingestão calórica, de carboidratos e aumentar a ingestão
de proteínas, para perda gordura.
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25- Quantas calorias devo reduzir para
emagrecer?
Após a adaptação, uma redução maior poderá ser feita, diminuindo mais 200
ou 300kcal por dia, respeitando novamente as necessidades diárias.
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26- E para engordar, quantas calorias a mais?
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PERCENTUAL DE GORDURA PARA HOMENS
Idade 18 - 25 26 - 35 36 - 45 46 - 55 56 - 65
Excelente 4a6% 8 a 11% 10 a 14% 12 a 16% 13 a 18%
Bom 8 a 10% 12 a 15% 16 a 18% 18 a 20% 20 a 21%
Acima da
12 a 13% 16 a 18% 19 a 21% 21 a 23% 22 a 23%
Média
Média 14 a 16% 18 a 20% 21 a 23% 24 a 25% 24 a 25%
Abaixo da
17 a 20% 22 a 24% 24 a 25% 26 a 27% 26 a 27%
Média
Ruim 20 a 24% 20 a 24% 27 a 29% 28 a 30% 28 a 30%
Muito
26 a 36% 28 a 36% 30 a 39% 32 a 38% 32 a 38%
Ruim
Idade 18 - 25 26 - 35 36 - 45 46 - 55 56 - 65
Excelente 13 a 16% 14 a 16% 16 a 19% 17 a 21% 18 a 22%
Bom 17 a 19% 18 a 20% 20 a 23% 23 a 25% 24 a 26%
Acima da
20 a 22% 21 a 23% 24 a 26% 26 a 28% 27 a 29%
Média
Média 23 a 25% 24 a 25% 27 a 29% 29 a 31% 30 a 32%
Abaixo da
26 a 28% 27 a 29% 30 a 32% 32 a 34% 33 a 35%
Média
Ruim 29 a 31% 31 a 33% 33 a 36% 35 a 38% 36 a 38%
Muito Ruim 33 a 43% 36 a 49% 38 a 48% 39 a 50% 39 a 49%
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28- Dias sem treino, preciso manter a dieta?
Uma vez eu ouvi na academia alguém falando assim: "Você não precisa de
suplementos antes de pelo menos 3 meses de treino". Será que ao completar
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90 dias, nossos músculos, nosso tecido adiposo, nossos hormônios passa a
ter algum sinal metabólico diferente para permitir o uso de suplementos?
ÓBVIO QUE NÃO!
Até porque o tema suplementos é bem amplo, dadas tantas as opções que
temos no mercado. Shakes proteicos nada mais são que proteínas em pó. Ou
seja, seu corpo irá absorver quase que da mesma forma. Assim
como maltodextrina, dextrose, hipercalóricos são carboidratos em pó (a
maioria de péssima qualidade, a propósito). Não há um período específico
para o uso, há a necessidade de um aporte nutricional maior.
Se você não consegue atingir as calorias necessárias, seja por falta de tempo,
ou pelo alto volume delas, suplementos como os citados acima podem se
ajustar ao seu objetivo. Agora, caso apenas queira substituir alimento por
suplementação, saiba que é uma péssima (e cara) escolha.
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A adição de shakes é feita quando há, por exemplo, uma grande necessidade
proteica, glicídica ou calórica. O primeiro caso é mais visto em dietas para
emagrecimento ou quando há necessidade de manutenção da massa muscular
e grande demanda energética.
Já a adição de mais carboidratos e calorias, mais comum quando o objetivo
é aumentar massa muscular ou performance e resistência em atividades
físicas. Junta-se a isso uma rotina agitada, sem tempo para muitas refeições,
e os alimentos são substituídos por shakes para maior facilidade.
No caso de dietas extremamente calóricas ou difícil adaptação do
paciente/atleta ao maior volume alimentar, shakes são adicionadas para
acréscimo calórico com menor volume estomacal. Por esses fatores, é
necessária uma correta interpretação do por que ingerir suplementos deste
tipo em dias sem treino. Se a rotina desses dias permitir atingir as
necessidades nutricionais apenas por alimentos, trocar os mesmos pela
suplementação apenas por comodidade nunca será uma boa ideia. Caso a
ingestão calórica seja muito alta, mesmo em dias isentos de treinos, a adição
de suplementos pode ser indicada quando a alimentação não supre o
recomendado.
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É necessário também repor a perda que ocorre durante o exercício. Uma boa
maneira de quantificar essa perda é se pesando antes e logo após a realização
do treinamento já que boa parte do peso alterado é devido a perda hídrica
(não, você não perdeu gordura assim tão rápido e não, suor não significa
perda de tecido adiposo e sim perda de água e eletrólitos). Exercícios
intensos e prolongados podem diminuir a concentração hídrica em até 1,5
litros por hora no organismo.
Atletas de endurance durante treinos e provas prolongadas precisam dar
devida atenção a essa perda, repondo durante as atividades e utilizando
bebidas energéticas com solutos com carboidratos e cloreto de sódio.
A fórmula caseira utiliza uma porção de 8% de carboidrato e 0,15 de sal para
cada 100ml de água, ou seja, em um litro de água são adicionados 80gr de
maltodextrina, por exemplo, e 1,5gr de sal.
A melhor forma para perceber se a ingestão de água está correta não é esperar
a sede e sim utilizar a coloração da urina. Abaixo, uma tabela indicando a
correta coloração, porém é necessário frisar que excesso de corantes pode
alterar essa forma de medir.
39
32- Agora que sei a quantidade de água, quais são
os valores diários de cada micronutriente?
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
33- O que é índice glicêmico e para que serve?
54
IG BAIXO IG MÉDIO IG ALTO
55
de um alimento ou preparação em específico, recomendo o site:
www.glycemicindex.com
É uma das poucas fontes confiáveis, mas infelizmente está em inglês, sendo
necessário, para aqueles que não dominam a língua, traduzir antes de
pesquisar o nome do alimento.
56
Com esses cálculos, podemos perceber que mesmo a melancia tendo índice
glicêmico maior que o arroz branco, ela terá uma carga menor de glicose
sendo absorvida, já que sua porção de carboidratos é significativamente
menor que a do arroz branco.
Controlar a carga glicêmica das refeições é uma excelente maneira de evitar
a obesidade ou diminuí-la já que a insulina, sendo um hormônio anabólico,
também pode aumentar o tecido adiposo.
Outras formas de se reduzir a velocidade de absorção da glicose é consumir
carboidratos com fibras, como por exemplos legumes crus ou cereais
integrais, além de proteínas e gorduras. Resumindo, refeições de forma
balanceada.
Outra falácia comum é que devemos dar um "susto" no organismo para não
entramos no efeito platô da dieta.
Embora o efeito platô realmente exista, não é preciso se encher de açúcar ou
outros alimentos processados para quebrá-lo. As variações periódicas na
dieta existem justamente para isso.
Passar um dia inteiro comendo mal só irá atrapalhar sua recuperação pós
treino assim como seu rendimento. Isso sem contar os diversos malefícios a
saúde que uma alimentação rica ultra processada traz.
Se você usa isso como desculpa, pare agora.
Agora consumir alimentos que não estão na dieta apenas por fatores
psicológicos, é totalmente compreensível, contanto que o consumo seja
moderado e não frequente.
Uma reeducação alimentar leva tempo. São mudanças drásticas de hábitos
para grande maioria das pessoas, portanto deve ser feita aos poucos, sem
grandes restrições, para que não haja desistência.
Portanto, darei abaixo algumas dicas de quando consumir alguns alimentos,
principalmente doces, sem prejudicar tanto a dieta.
57
36- Não consigo ficar sem comer doces. Quando
posso consumi-los?
58
As frutas, além de frutose, também são constituídas de glicose e sacarose,
variando suas quantidades.
Isso quer dizer que, não é que por ser uma fruta, ela terá apenas, ou em maior
parte, frutose em sua composição.
A banana, por exemplo, tem muito mais glicose e sacarose do que frutose,
assim como o melão, que é constituído principalmente de sacarose.
Outro fato importante é que a frutose das frutas é diferente do xarope de
frutose, utilizado principalmente em produtos industrializados.
O xarope de frutose é uma solução concentrada de açúcar, muito relacionado
a obesidade, diabetes mellitus tipo 2, além de deficiência de micronutrientes.
A frutose natural da fruta é um nutriente importante para formação de energia
e restauração de glicogênio.
Negligenciando a ingestão de frutas, também são perdidas as fibras,
vitaminas e minerais presentes nas mesmas. Caso não haja uma
compensação alimentar, o déficit gerado atrapalha processos importantes no
organismo, como metabolização de carboidratos, formação de energia,
formação de hemácias, entre outros.
A ingestão recomendada de frutas ao dia é de 2 a 3 porções, sempre variando
o tipo de fruta consumida, assim como os horários de ingestão durante o dia,
para melhor aporte e metabolização ao longo das 24 horas. Algumas pessoas
demonstram desconforto gastrointestinal ao consumi-las antes do treino,
portanto ingeri-las em outros horários, como ao acordar, após o almoço ou
como lanche da tarde pode ser mais recomendado, caso nenhum deles
coincida com o período pré treinamento, obviamente.
59
Pensando em perder gordura, a ideia principal será utilizar frutas com baixas
calorias e baixo índice glicêmico.
A melancia é uma ótima opção, tendo apenas 15 calorias a cada 100gr.
Morango, lima, framboesa, pêssego e melão também, com cerca de 30
calorias a cada porção de 100gr.
A ameixa fresca, a cereja, a maçã, a pera e o damasco possuem baixo índice
glicêmico, servindo também como opções.
O kiwi, a laranja e a uva, apesar de terem médio índice glicêmico, podem ser
ingeridos também, já que sua carga glicêmica é baixa.
Ingerir frutas com outros macronutrientes, como gorduras (nozes, castanhas,
amêndoas) e proteínas (iogurtes naturais, shakes proteicos, ovos, carnes
magras) irá reduzir a velocidade de absorção da glicose, sendo útil tanto na
saciedade, quando na perda de gordura.
60
Vale frisar que o cozimento pode diminuir os micronutrientes presentes no
alimento, principalmente vitaminas do complexo B e C. Técnicas como
utilizar pouca água, não retirar a casca, não cozinhar por muito tempo, evitar
cortes em excesso, começar a cocção com fogo alto e utilizar cocção a vapor
irão prevenir a perda de nutrientes.
Arroz integral – Como não perde a camada interna do grão, mantem todos
os micronutrientes, sendo rico também nas vitaminas B. Possui mais fibras
e proteínas, portanto tem seu valor glicêmico menor.
61
41- Não gosto de arroz integral, posso comer o
arroz branco?
A maior reclamação daqueles que seguem uma dieta mais rígida é a falta de
sabor, seja por limitar os alimentos utilizados ou restringir temperos
habituais, como sal, shoyo, entre outros molhos industrializados.
Como a lista é grande e as variações são imensas, irei listar aqui os principais
e mais fáceis de serem encontrados, assim como suas funções.
62
Alho - Fonte de alicina, reduz o colesterol, fortalece o sistema imunológico
e melhora o sistema circulatório. Ação antiviral e antifúngica também são
observadas.
Cebola - Também ajuda na circulação, além de ação antimicrobiana por
possuir quercetina.
Limão - Possui vitamina C, sendo um ótimo antioxidante. Sua casca possui
d-limoneno, muito utilizado para prevenção e tratamento de câncer.
Vinagre de maça - Combate radicais livres, por ser antioxidante, ajudando
no sistema imunológico, saúde do cabelo e pele. Possui baixíssimo valor
calórico (1.28kcal em uma colher de sopa).
Mostarda - Antioxidante pela presença de quercetina, luteolina e kaempferol.
Também contém curcuma, substancia anticancerígena. Deve ser consumida
na sua forma pura, como semente, não de forma industrializada, encontrada
em mercados.
Alecrim - Melhora a circulação. Possui carnosol, substância que atua contra
o câncer de mama, câncer de cólon, câncer de próstata, câncer de pele e
leucemia.
Gengibre - Potente termogênico, auxiliando no emagrecimento, além de ação
anticoagulante e vasodilatadora.
Manjericão - É digestivo e antisséptico. Possui eugenol, atuando também
como anti-inflamatório. Também combate os radicais livres, sendo repleto
de antioxidantes como orientina e vicenina
Orégano - Antioxidante por conter ácido fenólico e flavonoides. Também é
antiviral, anti-inflamatório, antisséptico e anestésico por possuir terpeno,
pineno, borneol, linalol e terpineno
Hortelã - O mentol presente nela combate o mau hálito. Auxilia na produção
de enzimas digestivas e no combate à infecções do trato respiratório
Pimentas - Efeito termogênico, ajudando no emagrecimento, além de serem
diuréticas. Também possuem efeito anti-inflamatório
63
43- O que olhar numa lista de ingredientes para
saber se o alimento é realmente saudável?
64
65
Reparem na imensa diferença entre um iogurte e outro. O segundo, repleto
de flavorizantes, acidulantes, edulcorantes e reguladores, passa muito longe
de ser um alimento natural, enquanto que o primeiro usa simplesmente
matérias primas do próprio leite.
Mais uma vez, a ordem dos produtos que aparecem na lista representa a
quantidade deles presente no alimento. Um alimento com maltodextrina em
primeiro lugar nessa lista estará repleto deste açúcar, o que não é uma boa
opção em grande parte dos casos, principalmente para diabéticos.
66
Embora seja realmente integral, seus emulsificantes, acidulantes e
conservadores trazem controvérsias científicas quando o assunto é saúde,
devendo seu consumo ser o mínimo possível.
67
Isoflavonas: Reduzem o colesterol LDL, prevenindo o aparecimento de
doenças cardiovasculares. Também tem ação contra cânceres de origem
hormonal, como câncer de próstata, ovário e mamas. Encontradas
principalmente na soja e seus derivados.
68
O maior efeito térmico das proteínas não significa um melhor resultado para
emagrecimento em dietas sem carboidratos ou sem gorduras, apenas
constituídas de proteínas.
Carboidratos são necessários principalmente para poupar massa muscular,
gerar energia, evitar que proteínas sejam utilizadas para outros fins formando
corpos cetônicos.
Lipídeos, por sua vez, são importantes para formação de hormônios,
manutenção do colesterol, absorção de vitaminas e também servem como
isolantes térmicos e formação da membrana celular.
Porém é importante frisar que dietas hiperproteicas são sim de grande valia
para redução de tecido adiposo e manutenção de massa muscular, sendo
comumente utilizadas para estes fins e sem riscos para os rins em indivíduos
saudáveis, como já explicado nesse ebook.
¹Acheson KJ, Blondel-Lubrano A, Oguey-Araymon S, Beaumont M,
Emady-Azar S, Ammon-Zufferey C, Monnard I, Pinaud S, Nielsen-
Moennoz C, Bovetto L. Protein choices targeting thermogenesis and
metabolism. Am J Clin Nutr. 2011 Mar;93(3):525-34
69
47- Posso tomar proteína de soja no pós treino?
70
Necessário frisar que a adição de suplementos proteicos só é indicada para
aqueles que não conseguem atingir suas necessidades recomendadas
diariamente apenas com a alimentação.
¹Douglas Kalman, Samantha Feldman,1 Michele Martinez,1 Diane R
Krieger,1 and Mark J Tallon. Effect of protein source and resistance training
on body composition and sex hormones. J Int Soc Sports Nutr. 2007
²Acheson KJ1, Blondel-Lubrano A, Oguey-Araymon S, Beaumont M,
Emady-Azar S, Ammon-Zufferey C, Monnard I, Pinaud S, Nielsen-
Moennoz C, Bovetto L. Protein choices targeting thermogenesis and
metabolism. Am J Clin Nutr. 2011 Mar;93(3):525-34
71
48- Quais são os tipos de soja e as diferenças
entre eles?
72
69 homens japoneses também tiveram suas concentrações séricas de
testosterona, estrona, estradiol e di-hidrotestosterona relacionadas ao uso de
soja em um estudo de questionário de frequência alimentar.
As concentrações de estradiol (principal hormônio feminino) foram inversas,
de forma significante, a ingestão de produtos de soja. Já as concentrações de
estrona foram inversas, porém de forma não significativa. As concentrações
de testosterona livre e total foram inversamente correlacionadas ao uso da
soja, porém também de forma não significativa.
Um estudo² que demonstrou queda de testosterona, contava com um
indivíduo com números do hormônio muito acima do comum na primeira
semana. Como seus níveis de testosterona decaíram durante os 42 dias de
estudo, a média da testosterona total ao final do experimento ficou menor do
que a média do início, mas apenas graças a este indivíduo, como vemos no
quadro abaixo.
73
Reparem que os outros participantes da pesquisa sofreram pouca ou
nenhuma alteração, principalmente dos dias 0 a 28, onde foram
administrados as doses de 52gr de proteína de soja em pó.
Mais um estudo³, demonstrou hipogonadismo e baixa libido em um jovem
de 19 anos, com diabetes tipo 1.
Durante o estudo, o participante passou a adotar uma dieta vegetariana
extremamente rica em soja, com 360mg de isoflavonas ao dia, o que pode
ter diminuído seus níveis de testosterona. A dieta consistia em tofu, molho
de soja, leite de soja, biscoitos a base de soja, feijões de soja e soy nuts, um
tipo de snack feito à base de soja. Após cessar a dieta, os níveis de
testosterona retornaram aos poucos. Vejam no quadro abaixo a recuperação
após cessar a dieta:
74
²Goodin S1, Shen F, Shih WJ, Dave N, Kane MP, Medina P, Lambert GH,
Aisner J, Gallo M, DiPaola RS. Clinical and biological activity of soy protein
powder supplementation in healthy male volunteers. Cancer Epidemiol
Biomarkers Prev. 2007 Apr;16(4)
³Siepmann T1, Roofeh J, Kiefer FW, Edelson DG. Hypogonadism and
erectile dysfunction associated with soy product consumption. Nutrition.
2011 Jul-Aug;27(7-8):859-62.
A aveia pode ser dividida conforme seu processo de produção em três tipos:
flocos de aveia, farelo de aveia e farinha.
Não há uma escolha ruim e uma boa, e sim especificidades de cada tipo de
aveia que irão se adequar conforme seu objetivo.
Farelo de aveia: Obtido pela casca do grão, é o mais completo em fibras. Por
ser rico em fibras, o farelo de aveia é o mais indicado para melhorar o trânsito
intestinal, diminuir colesterol e dar saciedade. O farelo de aveia é uma ótima
opção para acompanhamento com shakes proteicos em refeições menores,
diminuindo a sensação de fome.
75
acompanhar a porção de aveia, além da escolha em fibras. Uma porção de
farelo de aveia com frutas batidas com casca terá um índice glicêmico muito
menor do que alguma receita feita a base de farinha de aveia e açúcar, por
exemplo.
76
Abacate - Alimento rico em gordura insaturada, associada a diminuição do
colesterol. Por ser rico também em omega-9, pode auxiliar no aumento de
HDL também.
Azeite extra virgem: o azeite puro, ou seja, o extra virgem, possui em uma
porção 86% de gordura monoinsaturada, agindo assim como alimento
cardioprotetor. Apesar de ser um alimento altamente calórico, sendo fonte
pura de gordura, também é rico em vitamina E, poderoso antioxidante. Seu
consumo na forma crua, usado para temperar alimentos e principalmente
saladas, é mais indicado para o aproveitamento total dos nutrientes.
Chia - Com 34% de fibras por porção, é fonte também de gordura insaturada,
sendo uma ótima opção para diminuição do LDL e manutenção do HDL.
77
extremamente calórico, seu consumo deve ser moderado, principalmente em
indivíduos que desejam perda de tecido adiposo.
Maçã - "An apple a day keeps the doctor away (Uma maçã ao dia mantem o
doutor longe)". Esse ditado é verdadeiro quando se trata da diminuição do
colesterol. Tanto a pectina, fibra presente na maçã, quanto os
polifenóis, ajudam na redução do colesterol sanguíneo. Estudos publicados
no Journal of Functional Foods demonstraram que o consumo de uma maçã
ao dia pode reduzir o colesterol em até 40% em adultos de 40 a 60 anos.
78
Tomate - Pela ação do licopeno, poderoso antioxidante, o tomate é um ótimo
alimento para diminuição e prevenção do colesterol alto. Pode ser consumido
em forma de suco também.
79
Porém um praticante de atividade física, sem doenças como
hipercolesterolemia, ou diabetes tipo 2 pode ter sua ingestão aumentada,
adequando-a sempre aos valores de macro e micronutrientes presentes nas
suas necessidades.
Além do colesterol, a gema também possui gorduras saturadas. As duas
substâncias, em quantidades adequadas, são necessárias para sintetizar
hormônios importantes, como testosterona e estrógeno.
E ainda não acabou. Quando você consome a gema, você ingere também
vitamina A, vitamina E, vitamina D (um dos poucos alimentos que contem
essa vitamina), vitamina K, zinco, ferro, cálcio, carotenoides (agentes
antioxidantes), luteína e zeaxantina (protetores contra doenças oculares),
vitaminas do complexo B, e mais proteínas do que somente se ingerisse a
clara, tornando o ovo inteiro o alimento de valor biológico disponível mais
alto que existe. Outra substância presente é a colina, responsável pela
sinalização de neurotransmissores
Para terminar, além de todos esses benefícios, a gema também é fonte de
HDL, colesterol considerado bom, responsável pela diminuição do colesterol
ruim no sangue.
A melhor forma de consumo é cozinhando os ovos, já que a sua forma cru,
além de possuir avidina, substância responsável pela menor absorção da
biotina, pode conter Salmonela, perigosa bactéria que causa diarreia, vômitos
e náuseas. Sobre sua forma frita, dependerá do óleo utilizado, o qual dediquei
um capítulo exclusivo na parte final do ebook.
80
1% da população mundial é alérgica ao glúten, ou seja, sofrem de doença
celíaca. Esses indivíduos sofrem de uma reação autoimune, fazendo com que
suas células do intestino ataquem a proteína, causando diarreias constantes.
Após identificado o diagnóstico como positivo, o celíaco deve retirar
completamente o glúten da sua alimentação. Há casos de não celíacos que
demonstram sensibilidade ao glúten. Falarei mais abaixo sobre.
Bom frisar também que não é porque um alimento tem no rótulo 'gluten-free'
que ele necessariamente é saudável. O cuidado com o rótulo nutricional e
com os ingredientes contidos deve ser o mesmo, já que muitas vezes outros
estabilizantes podem ser usados para manter a consistência original do
produto.
81
55- Glúten engorda?
Os autores da dieta sem glúten defendem a ideia de que mesmo pessoas não-
celíacas podem ser sensíveis ao glúten, sofrendo de cefaléia, inchaço
abdominal, cansaço, entre outros mal-estares após a ingestão de nutriente.
Os sintomas acima são muito genéricos e podem ser atribuídos a diversos
outros fatores, como refeições pesadas, excesso de açúcar, estresse
emocional, dentre tantos outros.
82
¹Gastroenterology. 2013 Aug;145(2):320-8.e1-3. doi:
10.1053/j.gastro.2013.04.051. Epub 2013 May 4 - See more at:
http://iconosquare.com/viewer.php#/detail/1192345289917994470_225062
820
83
58- Por que só o ser humano é o único animal que
bebe leite depois de adulto?
84
A presença do oxalato não indica que os alimentos que o contem devam
deixar de ser consumido, muito menos que deva-se ingerir mais leite, já que
o cálcio em excesso também é associado a pedra nos rins. Uma alimentação
moderada nas duas substâncias, assim como a ingestão de água e de frutas
cítricas (o citrato presente nelas dificulta a formação de cálculos) já servirá
como medida preventiva para prevenção de pedras nos rins.
Resumidamente, o consumo moderador de leite diminui o oxalato,
prevenindo a formação de cálculos.
85
61- O cálcio do leite é melhor ou pior absorvido?
86
62- Há alguma situação que me faça diminuir ou
não consumir leites?
87
Para quem não consome também ovos e/ou leites, as opções alimentares
proteicas se tornam menores, porém ainda assim é possível alcançar a
quantidade ideal proteica diária.
Antes de mais nada é importante ressaltar que, embora vegetais e
leguminosas possuam proteínas em sua composição, sendo a base do
argumento para o maior consumo deles em dietas vegetarianas/veganas, é
necessário analisar o quanto dessas proteínas é de alto valor biológico, ou
seja, o quanto delas possui aminoácidos essenciais.
Tais aminoácidos, como não são sintetizados pelo nosso organismo,
precisam ser consumidos diariamente. São eles: fenilalanina, histidina,
isoleucina, lisina, leucina, valina, triptofano, treonina e metionina.
Portanto, não só a ingestão de alimentos proteicos é importante, como a
variação deles também. Darei algumas dicas de como alcançar a ingestão
apropriada dos aminoácidos essenciais e das necessidades proteicas diárias
1 - Consuma soja.
2 – Combine arroz com feijão na mesma refeição.
3 – Aumente a ingestão proteica trocando o arroz branco pelo arroz de quinoa
4 – Inclua o tempeh na dieta.
5 – Não apenas a soja e o feijão são boas fontes de leguminosas. Não se
esqueça das ervilhas, lentilhas e grão-de-bico.
6 –Oleaginosas também possuem proteína. Castanhas, nozes e amêndoas são
ótimas opções e devem ser consumidas de forma moderada, dada sua alta
concentração lipídica.
7 – Suplementação proteica. Caso seja necessário, suplementos podem
ajudar a alcançar a quantidade de proteínas necessária. A ingestão
suplementar de proteínas isoladas de soja, de arroz, de ervilha e até mesmo
de bcaa’s é indicada quando há déficits, que não possam ser corrigidos pela
alimentação.
88
64- Devo suplementar quando sigo uma dieta
vegetariana ou vegana?
Cálcio
Sua recomendação é de 1000 mg por dia para o adulto saudável
Uma porção de 100 gramas de linhaça contém 211 mg de cálcio, sendo rica
também em gordura poli-insaturada.
Amêndoas, por sua vez, possuem 237 mg do mineral em uma porção de 100
gramas.
Todos esses alimentos são extremamente calóricos, por isso seu consumo
deve ser feito de forma moderada.
O extrato soja, assim como o grão de bico, também são fontes de cálcio,
contendo respectivamente 200 mg e 114 mg, a cada porção de 100 gramas,
sendo menos calóricos dos que os alimentos citados acima.
89
O pão de forma feito de aveia possui cerca de 100mg a cada 100gr, podendo
também ser ingerido caso necessário.
Ferro
O ferro heme é melhor absorvido pelo nosso organismo, porém isso não
significa que o ferro não-heme seja absorvido de maneira insuficiente.
90
Alimentos fortificados com ferro também são opções, embora sejam feitos,
em sua maioria, de farinha refinada, limitando o seu consumo.
1-Evite alimentos ricos em oxalatos nas refeições com mais ferro. Espinafre,
acelga, folhas de beterraba e chocolate atrapalham a absorção do mineral.
91
Multivitamínicos também são repletos de outras vitaminas, que podem ser
desnecessárias e até mesmo atrapalhar a absorção de outros nutrientes, como
o cálcio que interfere na metabolização do ferro, portanto seu uso deve ser
apenas com orientação médica ou nutricional e específico para a deficiência,
caso ela exista.
Analisando esses três micronutrientes e a como alcançar suas necessidades,
nota-se que apenas a vitamina B12 necessita de alimentos fortificantes ou
suplementação, enquanto que o cálcio e o ferro podem ser atingidos, mesmo
em dietas veganas, consumindo alimentos fontes e, no caso do ferro,
seguindo técnicas adequadas para sua absorção.
92
Kajimoto e colaboradores5 avaliaram 195 indivíduos durante doze semanas
para observar os efeitos das catequinas no emagrecimento.
Um grupo ingeriu 444,3mg/dia de catequinas em duas doses ao dia, o outro
grupo 695,9mg/dia de catequinas em três refeições ao longo do dia, e o
último grupo ingeriu placebo.
Tanto o grupo de altas doses quanto o de baixa, demonstraram um pequeno
decréscimo na área total de gordura e na gordura visceral, além de
decréscimo de colesterol total e LDL.
¹Hasler CM. Functional foods: benefits, concerns and challenges. A position
paper from the American Council on Science and Health. J Nutr. 2002;
132(12):3772-81.
²Chen D, Wang CY, Lambert JD, Ai N, Welsh WJ, Yang CS. Inhibition of
human liver catechol-O-methyl transferase by tea catechins and their
metabolites: structure-activity relationship and molecular-modeling studies.
Biochem Pharmacol. 2005; 69(10):1523-31.
³Dulloo AG, Duret C, Rohrer D, Girardier L, Mensi N, Fathi M, et al.
Efficacy of a green tea extract rich in catechin polyphenols and caffeine in
increasing 24-h energy expenditure and fat oxidation in humans. Am J Clin
Nutr. 1999; 70(6):1040-5.
4
Ota N, Soga S, Shimotoyodome A, Haramizu S, Inaba M, Murase T, et al.
Effects of combination of regular exercise and tea catechins intake on energy
expenditure in humans. J Health Science. 2005; 51(2):233-6.
5
Kajimoto O, Kajimoto Y, Yabune M, Nakamura T, Kotani K, Suzuki Y, et
al. Tea catechins with a galloyl moiety reduce body weight and fat. J Health
Science. 2005; 51(2):161-71.
93
O consumo entre as refeições também é o mais indicado, evitando interferir
na biodisponibilidade dos nutrientes nas refeições maiores.
A cafeína presente também tem sua dose sugerida por estudos², sendo de
4mg/kg em adultos saudáveis e 1mg/kg em jovens abaixo de 18 anos.
¹ADA Reports. Position of the American Dietetic Association: functional
foods. J Am Diet Assoc. 2004; 104(5):814-26.
²Barone JJ, Roberts H. Caffeine consumption. Food Chem Toxicol. 1996;
34(1):119-29.
94
é associada a hipoglicemia reativa, causando fadiga, cefaleia, irritabilidade,
apetite aumentado, etc. Também é uma péssima escolha para indivíduos com
diabetes ou pré-diabetes.
Como pré treino, sugiro uma alimentação menos industrializada cerca de
uma hora antes, com carboidratos integrais e proteínas. A ingestão de cafeína
e até mesmo taurina pode ocorrer pouco tempo antes do treino, apenas se
necessário, e sempre respeitando as doses indicadas. Algumas pessoas se
adaptam facilmente a ingestão de cafeína e criam dependência. Portanto,
algumas pausas são necessárias, não tornando como hábito a ingestão diária.
95
Acessulfame K: Também não é reconhecido pelo metabolismo e excretado
diretamente pelos rins, ou seja, não tem valor calórico. 15mg por kg corporal
é o recomendado. A diferenciação desse adoçante para outros é a sua maior
resistência a altas temperaturas, sendo usado principalmente para preparação
de sobremesas.
Sucralose: Feito a partir da sacarose, dissacarídeo composto de glicose e
frutose. Sua recomendação é de 5mg por kg e também é resistente a altas
temperaturas. Aprovado pela FDA e também isento de calorias. Tem sabor
mais doce que o Acessulfame K.
Fonte: Position of the American Dietetic Association: use of nutritive and
nonnutritive sweeteners.
96
de sabores adoçados demasiadamente, sendo os mesmos considerados
produtos mais seguros e benéficos.
1
Wu T, Bound MJ, Standfield SD, Bellon M, Young RL, Jones KL, Horowitz
M, Rayner CK. Artificial sweeteners have no effect on gastric emptying,
glucagon-like peptide-1, or glycemia after oral glucose in healthy
humans. Diabetes Care, 2013. 36: e202-e203.
²Position of the American Dietetic Association: use of nutritive and
nonnutritive sweeteners. J Am Diet Assoc. 2004 Feb;104(2):255-75.
97
71- Gelatina ajuda a fortalecer a pele?
98
Os alimentos fontes de piridoxina, ou seja, vitamina B6, controlam os efeitos
da aldosterona, hormônio que reduz a excreção de sódio causando inchaço.
Cereais integrais e folhas vegetais verdes escuras são ótimas fontes dessa
vitamina.
Azeite, abacate e amêndoas, por conterem vitamina E, também são
aconselhados, ajudando a diminuir a sensibilidade dos seios. O abacate e a
amêndoa também são ricos em triptofano, aminoácido precursor da
serotonina, hormônio do bem-estar.
A ingestão de fibras ajuda a dar saciedade diminuindo a compulsão por doces
durante o dia. A aveia, principalmente em farelo, é uma ótima opção.
O zinco, presente em carnes magras e ostras, ajuda a diminuir a irritabilidade,
insônia e ansiedade.
Para terminar, laticínios com pouca gordura, ovos, sementes de girassol e
gergelim também ajudarão no bem-estar, auxiliando seu metabolismo a
produzir mais serotonina.
99
leguminosas, como por exemplo arroz integral e feijão ou ervilhas, irão te
trazer esses três aminoácidos em doses suficientes.
A vitamina C, assim como a vitamina A, tem efeito protetor contra fatores
que causam o envelhecimento, diminuindo os radicais livres e colaborando
para síntese de colágeno. Frutas como kiwi, laranja, limão, acerola e goiaba
possuem boas quantidades dessa vitamina.
O zinco é um mineral que poucos dão o correto valor mas que participa de
mais de 100 funções orgânicas e deve ser ingerido nas suas corretas
proporções, conforme indicadas no capítulo deste livro sobre
micronutrientes. Tem feito antioxidante, ajudando na manutenção da pele
saudável e pode ser encontrado principalmente em ostras. Como ostras são
alimentos de difícil acesso para partes da população, amêndoas, carnes
bovinas, ovos e nozes são indicados também como fontes.
Aveia, nozes, avelãs, batatas-doces, abacaxis e bananas são fontes de
magnésio, mais um mineral importante na saúde da pele.
O consumo adequado de água assim como atividades físicas, diminuindo o
sedentarismo, devem ser práticas regulares, melhorando a saúde da pele,
tonificando os músculos e assim diminuindo a flacidez.
100
que o original, porém é sempre importante comparar. Um produto com
redução de sódio, por exemplo, não terá redução de calorias, já que
micronutrientes não têm valor calórico.
Alimentos zero são muito parecidos com os diets. Um produto zero pode não
ter caloria alguma. Ter zero calorias não significa que o alimento é saudável.
Um produto repleto de sódio pode indicar nenhuma caloria, porém é uma
péssima escolha para hipertensos. Também pode conter doses elevadas de
conservantes, adoçantes, flavorizantes, entre outros.
Gorduras que sofrem hidrogenação tem um ponto de fumaça mais alto e mais
consistência do que a sua forma natural.
101
76- Tapioca ajuda no emagrecimento?
102
77- Quais lanches rápidos posso comer durante
o trabalho?
103
78- Barra de proteínas são úteis?
Barras proteicas podem ser extremamente úteis no dia a dia, sendo utilizadas
principalmente em refeições intermediárias. Porém, toda solução
extremamente prática exige atenção.
Diversas barras ditas proteicas possuem mais carboidratos do que proteínas,
outras a quantidade é a mesma e algumas poucas possuem mais proteína.
Olhem por exemplo a tabela nutricional da marca Nu3, sabor paçoca:
Informações
Porção de 30g (1 unidade)
Quantidade porção
Valor Energético 130kcal = 545kJ
Carboidratos 12g
Proteínas 12g
Gorduras Totais 3,6g
Gorduras Saturadas 1,8g
Gordura Trans 0g
Fibras Alimentares 0,2g
Sódio 240mg
Vitamina C 2,3mg
Vitamina E 0,5mg
Vitamina D 0,25mg
Vitamina B2 0,07mg
Vitamina B12 0,12mcg
104
Reparem em três coisas:
1-O alto valor calórico para uma barra de apenas trinta gramas.
2-A quantidade de carboidratos é igual a quantidade de proteínas, mesmo
sendo denominada barra PROTEICA.
3- A quantidade alta também de sódio, chegando a 10% dos valores
recomendados diariamente em apenas uma barra.
105
Retirei a tabela abaixo diretamente de um site de vendas. Reparem que a
quantidade de sódio é um pouco menor, há boas doses de proteínas, porém
há bastante carboidrato também, principalmente açúcar, o que pode não ser
indicado em refeições intermediárias. Olhando em sua lista de ingredientes,
podemos encontrar xarope de glicose, maltodextrina, gordura vegetal e
emulsificantes.
106
Mais uma barra a analisar é a VO2 da Integral Médica.
107
79- Dieta HCG funciona para emagrecer?
108
para perda de peso, redistribuição de gordura, redução de apetite ou sensação
de bem-estar.
¹ Greenway FL, Bray GA.- Human chorionic gonadotropin (HCG) in the
treatment of obesity: a critical assessment of the Simeons method. West J
Med.
² Rabe T, Richter S, Kiesel L, Runnebaum B. [Risk-benefit analysis of a
hCG-500 kcal reducing diet (cura romana) in females]. Geburtshilfe
Frauenheilkd. 1987 May;47(5):297-307.
109
A ideia é bem prática, afinal fica mais fácil fazer uma contagem calórica com
essas medições, levando em conta que há na internet diversas tabelas
pontuando os alimentos de acordo com suas calorias.
Porém há vários fatores que fazem com que essa dieta não seja apropriada.
Primeiro é a sugestão de perder 4kg ao mês. Uma boa aparência e saúde não
é medida na balança. Perder peso apenas por perder não significa ser mais
saudável. Músculos pesam, glicogênio pesa, líquidos pesam. Você pode
perder 4kg no mês mas, se fizer da forma errada, arrisco a dizer que nem
metade desses 4kg será de gordura eliminada.
Sugerir consumir um número x calorias ao dia também não está certo.
Conforme demonstrado nesse livro, há diversas variáveis ao decidir o tanto
de calorias ao dia como: peso total, peso livre de gordura, nível de atividade
física, redução gradual de calorias, etc.
Imaginem um indivíduo obeso sedentário que consome 3000 kcal ao dia.
Reduzir para 1200 seria comprometer totalmente a saúde do paciente,
diminuir o metabolismo basal tornando-o propenso a acumular mais gordura,
causar fadiga, cefaleia, irritabilidade, deixando a dieta algo pesaroso e difícil
de ser seguida.
Outro exemplo seria uma corredora de maratona que necessita de mais
calorias ao dia para repor suas necessidades, mesmo em dietas de perda de
gordura, afinal o nível de atividade física é alto, dado o treinamento
excessivo. Dependendo do seu peso e treinamento, 1200 kcal seria um
número irrisório, podendo diminuir a massa muscular, velocidade de
recuperação e performance.
“Bom, então basta eu calcular corretamente as calorias e transformá-las em
pontos?” Também não. É preciso definir de onde virão essas calorias
também, ou seja, de carboidratos, proteínas e gorduras.
No texto explicativo copiado acima, a divisão dos macronutrientes segue as
recomendações dietéticas, o que está correto. Porém elas são modificáveis
conforme as necessidades de cada um. A maratonista citada acima poderia
precisar de muito mais que 60% de carboidrato para atingir seus objetivos,
dependendo do nível de treinamento e adaptação a dieta. O obeso, também
citado, poderia aumentar sua dose proteica um pouco acima das
recomendações para aumentar a termogênese alimentar, respeitando é claro,
suas necessidades e seus resultados de exames bioquímicos.
110
Para terminar, essa dieta não leva em consideração a carga glicêmica da
refeição. Como exemplo, uma refeição pão francês e leite condensado daria
58 pontos pela dieta. Uma outra refeição com filé de frango grelhado médio
e uma unidade pequena de batata doce alcançaria 85 pontos. Desnecessário
dizer qual é mais saudável, considerando o número de fibras, proteínas e
carboidratos integrais, que diminuem consideravelmente a carga glicêmica.
Também há as vitaminas e minerais que não entram na conta, podendo
causar déficits, principalmente em pessoas não habituadas à variar os
vegetais, consumir frutas diariamente e diversificar as fontes de carboidratos,
proteínas e gorduras, mantendo a dieta de acordo com os valores
recomendados de micronutrientes.
Por todos esses fatores, contar calorias/pontos em uma dieta não é
recomendável. Há diversas variáveis a se considerar tanto nos alimentos
como nos indivíduos. Como registro, lembrem-se que 500 calorias de um
fast food com refrigerante absorverão de forma diferente de 500 calorias
vindas de uma refeição com arroz integral, feijão, uma porção de carne
magra, com legumes temperados com azeite. Nem preciso dizer qual é a
indicada, certo?
111
Seguir essa dieta exige uma reeducação alimentar extrema. Por proibir o uso
de alimentos industrializados e aumentar o consumo de proteínas, gorduras,
frutas e vegetais, acaba se tornando uma dieta rica fibras, antioxidantes, alta
em aminoácidos essenciais, ômega-3 e sem adição de açúcar, conservantes,
flavorizantes ou outros aditivos alimentares.
82- E os malefícios?
112
laticínios. Deve-se haver então uma maior preocupação com a ingestão de
cálcio e sua biodisponibilidade, conceito melhor explicado no capítulo sobre
leite e cálcio nesse ebook.
Mais um detalhe é o consumo liberado de oleaginosas. A Castanha-do-pará
contem selênio, mineral muito importante para funções antioxidantes e
melhora de funções hepáticas. Importante ressaltar que esse mineral também
é encontrado no salmão e no fígado de boi, alimentos também liberados na
dieta paleolítica. Porém, um alto consumo de selênio é tóxico e poderá causar
cansaço muscular, congestão vascular, dermatite e queda capilar, além de
perder suas funções antioxidantes.
113
Porém, apesar da dieta baixa em carboidrato ter apresentado melhores perdas
de peso, também demonstrou uma queda significativa de massa muscular em
comparação a dieta baixa em gorduras e rica em carboidratos.
Nenhuma mudança significativa foi vista em densidade óssea, perfil lipídico
e hormonal entre os dois grupos.
Os autores concluem que essas mudanças dietéticas podem ser benéficas
principalmente no tratamento da obesidade, embora mais estudos sejam
necessários comparando o efeito dessas dietas a longo prazo, tanto na massa
corporal, quanto nos perfis lipídicos e hormonais.
Essa mudança dietética acrescentando mais gorduras, proteínas e diminuindo
as fontes de carboidratos pode ser benéfica para redução de peso a curto
prazo.
A dieta paleolítica traz consigo diversos benefícios, diminuindo a ingestão
de produtos refinados, ultra processados e aumentando a ingestão de frutas e
vegetais. Porém, cuidados são necessários. Como dito acima, ingestão
114
excessiva de um único alimento ou macronutriente não é recomendável nem
saudável.
Atletas de alto nível que utilizam princípios da dieta paleolítica geralmente
aumentam a ingestão de carboidratos em períodos próximos as provas ou
treinamentos e claro, possuem acompanhamento nutricional. As mudanças
corporais são significativas mas cuidados devem ser tomados para prevenir
a perda de massa muscular, mantendo um aspecto saudável e simétrico,
assim como a correta ingestão de micronutrientes, sem déficits ou excessos,
podendo assim ser considerada benéfica.
¹Bonnie J. Brehm, Randy J. Seeley, Stephen R. Daniels, and David A.
D’Alessio. A Randomized Trial Comparing a Very Low Carbohydrate Diet
and a Calorie-Restricted Low Fat Diet on Body Weight and Cardiovascular
Risk Factors in Healthy Women
Em primeiro lugar, esquecer a balança. Ela não irá mostrar sua quantidade
de gordura apenas, e sim sua quantidade de gordura, sua massa muscular, o
peso dos seus ossos, órgãos, glicogênio, quantidade de água, dentre tantas
outras coisas.
Pensem no seguinte exemplo. Duas mulheres com 60 kg entram em uma
dieta. Após 3 meses, uma perdeu 8 kg, sendo 3 de gordura e 5 de massa
muscular. A outra perdeu apenas 3kg, porém ao realizar a bioimpedância, foi
notado que na verdade perdeu 5kg de gordura e ganhou 2kgs de massa
muscular. Ou seja, por mais que a balance demonstre um menor resultado,
uma delas ganhou mais musculatura e perdeu mais gordura, mantendo um
corpo mais bonito, rígido e provavelmente mais simétrico.
Agora, se mesmo avaliando apenas a massa gorda do corpo, você não está
vendo mudanças, talvez seja hora de repensar a dieta. Ela pode conter um
déficit muito grande de calorias, diminuindo seu metabolismo basal. Ela
pode também estar repleta de açúcares disfarçados, principalmente em
alimentos industriais ditos como saudáveis. Pode estar má distribuída, dando
115
pouca preferência para gorduras e proteínas e com excesso de carboidratos.
Por último, pode ser que seu corpo já esteja totalmente adaptado e seja hora
de realizar algumas mudanças. Alterar a dieta e a rotina de treinamento para
ganho de massa muscular ou melhora de performance, mudar o
balanceamento dos macronutrientes, pensando em aumentar o estoque de
glicogênio, velocidade de recuperação e assim também aumentar a massa
muscular podem ser ótimas opções para quebrar esse feito platô e forçar o
organismo a novas adaptações. Permanecer por meses em uma mesma dieta
ou em um mesmo objetivo pode ser ineficaz e desmotivacional.
Algumas dicas para aqueles que precisam ganhar massa muscular mas têm
tendência ao emagrecimento e rápida saciedade:
- Pare de fazer pequenas refeições com pouco valor nutricional. Nada de
comer bolos, coxinhas, sucos industrializados apenas com a desculpa de
ingerir mais calorias. Aproveite esse espaço para ingerir comida de verdade,
como lanches naturais, frutas e oleaginosas e mesmo mais porções de
alimentos geralmente ingeridos em refeições grandes, como carnes, batatas,
vegetais, ovos, etc.
- Acrescente azeite como tempero. Além de altamente calórico, o azeite
possui gordura boa e antioxidantes. Sua gordura ajuda na formação de
hormônios sexuais, a gerar energia e a aumentar o saldo energético diário.
- Sucos de frutas naturais são ótimas opções. Por terem menos fibras, dão
menos saciedade e aumentam o valor calórico, já que geralmente possuem
uma porção maior de frutas. Você também mantêm alta a ingestão de
vitaminas e minerais, pouco valorizados porém indispensáveis na formação
de massa magra.
- Diminua as fibras. Como dito acima, as fibras ajudam a dar saciedade. Em
algumas refeições, você pode sair da regra de comer sempre alimentos
integrais, trocando-os por outras de suas versões. Não falo aqui de trocar
industrializados por versões com mais açúcar ou derivados e sim trocar o
116
arroz integral pelo branco, ou a batata-doce pela inglesa. Muito cuidado ao
realizar sempre essas trocas, já que a ingestão de micronutrientes será menor,
devendo ser compensada de outra maneira, seja com acréscimo de vegetais,
frutas, ou em uma refeição extra.
-Se necessário suplemente. Caso mesmo com a adição de mais refeições,
você ainda necessite de mais calorias, faça uma boa suplementação. Shakes
proteicos ou hipercalóricos podem te ajudar a alcançar seu objetivo. Porém,
muito cuidado ao escolher o suplemento. Diversas fabricantes utilizam como
principal ingrediente de seus shakes a maltodextrina, ou seja, puro açúcar, e
ainda cobram caro por isso. Ingerir um carboidrato tão facilmente digerido e
absorvido em excesso irá aumentar mais as chances de criar gordura do que
criar massa muscular. Prefira sempre aqueles que possuem amido como
ingrediente principal e lembrem-se que suplementação é apenas uma forma
de acrescentar macro e micronutrientes na dieta e não deve ser ingerida
substituindo refeições.
A palavra canola foi registrada em 1979 pelo Canadá, para descrever uma
nova semente, vinda de mudanças genéticas do óleo de colza, porém com
um teor muito menor de ácido erúcico (ômega 9 monoinsaturado que em
excesso pode ser fatal). Antes conhecido como um dos óleos mais
saudáveis, o óleo de canola foi alvo de críticas de alguns médicos, que
alegavam que seu uso era impróprio por ter sido modificado geneticamente
e assim, suas propriedades nutricionais não são favoráveis.
Para elucidar essa questão, trouxe uma meta análise abrangendo 76
estudos. Essa meta análise excluiu artigos que não foram feitos em
humanos, artigos patrocinados pela indústria e artigos não intervencionais.
5 estudos demonstraram que o óleo de canola foi capaz de diminuir os
níveis de triglicerídeos em cerca de 12,2%.
5 de 7 estudos também avaliaram os efeitos de margarina ou maionese
feitas com óleo de canola, mostrando uma redução de 3,3% a 21,7%,
comparado com grupos com dietas utilizando 12% das calorias provindas
de ácidos graxos saturados.
117
Diversos estudos também compararam a ingestão de óleo de canola a
ácidos graxos saturados e verificaram uma redução de 16,2% no LDL,
colesterol considerado ruim. Outros estudos compararam a ingestão de
canola a outros óleos como o de palma e o de coco, verificando uma
diminuição de LDL em 8,9%.
A peroxidação lipídica é o processo em que radicais livres agridem os
ácidos graxos poli insaturados, resultado em ruptura de membranas
celulares, mutações do DNA, formação de resíduos químicos e oxidação
dos lipídios insaturados.
Essa peroxidação foi comparada a gordura do leite e ao azeite de dendê e
nenhuma diferença significativa foi notada no uso do óleo de canola.
Coagulação sanguínea e marcadores de inflamação também foram
avaliados, sem mudanças significativas na maioria dos estudos.
O aumento de antioxidantes do grupo que utilizou óleo de canola foi
notado em metade dos estudos, enquanto que nos outros não houve
diferença significativa.
A imagem abaixo resumirá bem as mudanças vistas com o uso do óleo de
canola e também as mudanças não encontradas.
118
Legenda: TC= Colesterol total, TAG=Triacilglicerídeos
Para aqueles que desejam se aprofundar mais, segue também as tabelas
comparativas com as legendas ao final.
119
Legenda: CO= Óleo de canola, FO=Óleo de linhaça, SFA= Ácidos graxos
saturados, SO=Óleo de girassol, No change = sem mudanças entre os grupos,
120
Decrease = Queda no grupo Óleo de canola, Improved = Aumento no grupo
Óleo de canola
Para terminar, as tabelas comparativas de colesterol total assim como suas
partes e triacilglicerol.
121
122
Legenda: TC= Colesterol Total, LDL = Low Density Lipoprotein, HDL =
High Density Lipoprotein, TAG=Triacilglicerol CO=Óleo de canola.
C=Grupo controle, E%=Porcentagem de calorias ingeridas, LEAR = Low
erucic acid rapessed (outro nome para óleo de canola); MUFA=Acidos
graxos monoinsaturados, NS= Não significante, OO=Óleo de oliva,
P=Paralelo, PUFA=Ácidos graxos poli insaturados, R=Randomizado,
RO=Óleo de colza, SB=Estudo cego, SFA= Ácido graxo saturado, SO=
Óleo de girassol, TFA=Gordura trans
Reparem que, apesar de alguns entusiastas clamarem que a adaptação
genética que o óleo de canola sofreu ser danosa, os estudos científicos
mostram o contrário, provando que seu uso ainda é benéfico.
Caso o leitor ainda assim possua ressalvas contra seu uso, pode utilizar
frigideiras específicas que não necessitam de óleo para fritar seus alimentos,
dando à devida atenção a substituição das propriedades da canola por outro
alimento com propriedades parecidas, como o azeite extra virgem, por
123
exemplo, podendo ser utilizado como tempero. Sobre o processo de fritar
óleos em alta temperatura, falarei na pergunta abaixo de forma mais
específica.
124
Reparem nas quantidades significativas de gorduras poli-insaturadas do óleo
de soja, de milho e girassol, que são usados por boa parte da população.
Reparem também que a manteiga, assim como dendê são ótimas fontes de
gorduras saturadas, ou seja, praticamente não sofrem oxidação. O azeite de
oliva e o óleo de canola entram como principais óleos de cozinha de fonte
monoinsaturada. Algumas gorduras como margarina e pequi, coloquei a
nível de informação, embora seu uso seja menos comum.
Para terminar, os principais óleos poli-insaturados também são fontes de
ômega 6, nutriente que em excesso é pós-inflamatório, deixando o relativo a
doenças cardiovasculares principalmente.
Calcular a gordura dos óleos em sua dieta também é essencial, ainda mais se
há excesso de alimentos fritos. Para aqueles que desejam algo mais prático,
a recomendação é utilizar frigideiras sem óleo, atentando-se a substituir as
gorduras utilizadas nos óleos por outras gorduras na alimentação,
principalmente as fontes de ômega 3, como peixes de água doce já que,
quando consumidas sem o aumento de temperatura, não sofrem danos
oxidativos e possuem ação cardioprotetora.
125
88- Óleo de coco é saudável?
126
² Assunção ML, Ferreira HS, Santos EAF, Cabral Jr R, Florêncio MMT.
Effects of dietary coconut oil on the biochemical and anthropometric
profiles of women presenting abdominal obesity. Lipids. 2009; 44:593–
601.
³ SILVA, R. S. M.; FORTES, R. C.; SOARES, H. F. Efeitos da
suplementação dietética com óleo de coco no perfil lipídico e
cardiovascular de indivíduos dislipidêmicos. Brasília Med. v.48, n.1, p.42-
49. 2011.
Sobre ser pouco nutritiva, a carne de porco é rica em vitaminas B6, B12,
tiamina, riboflavina, cálcio, fósforo, zinco e ferro. Um dos seus diferenciais
é a alta concentração de potássio, importante para pessoas com pressão alta.
127
A carne suína apresenta baixos teores de gordura se retirada a pele e no
interior dos músculos encontramos apenas 1,1 a 2,4 % de gordura. Essa
quantidade equivale a encontrada na carne de frango e é menor que a da carne
bovina (2,5%) e ovina (6,5%).
128
Estudos de casos e controles são epidemiológicos observacionais. Eles
levantam uma hipótese porém também não dão uma verdade absoluta. Por
exemplo, pessoas que comem mais carnes vermelhas têm um índice maior
de doenças cardíacas. Isso não significa que carne vermelha causa esse tipo
de doença, já que pode haver outros fatores como obesidade, hábitos
alimentares ruins, ingestão excessiva de álcool, etc.
Os estudos de coorte utilizam acompanhamento tentando identificar qual
foi o fator de risco. Temos como exemplo os que acompanharam fumantes
por longo tempo e notaram uma maior incidência de câncer de pulmão,
após comparar também outras variáveis, como atividades físicas e hábitos
alimentares.
Para terminar, temos os ECRs (estudos clínicos randomizados), onde
pessoas são sorteadas para participarem de dois ou mais grupos e são
analisadas durante certo tempo. Por exemplo, dois grupos com um
ingerindo tribulus terrestris e outro placebo durante um mês e comparando
as taxas de testosterona para provar se a erva aumenta ou não esse
hormônio.
E a principal evidência científica é a meta-análise ou a revisão sistemática
de ECRS. Nisso, diversos ECRs são comparados, variando idade,
população, presença ou não de doenças e chegando a uma conclusão.
Por exemplo, a meta análise 'Evidence of health benefits of canola oil'
analisou 73 artigos ECRs, após ampla busca, e comparou os efeitos do óleo
de canola nos níveis de colesterol e proteínas de inflamação, chegando a
conclusão de que o óleo é sim saudável, contrariando a opinião de alguns
especialistas.
Por isso, meus caros, antes de verem alguém falando que algo tem
evidência científica, procurem saber qual tipo de evidência é essa.
129
Meta
análise
ECRs
Coortes
Caso/controle
Relatos de casos
Opiniões de especialistas
Estudos em animais
Pesquisas in vitro
São aqueles que estão em sua época de safra. Possuem menos agrotóxicos,
mais nutrientes e custam menos, já que sua produção é em larga escala e
utiliza menos química. Cada mês tem sua safra, conforme abaixo:
Janeiro
Legumes: abóbora, abobrinha, beterraba, pepino, pimentão, quiabo e
tomate
130
Frutas: abacaxi, carambola, coco-verde, figo, fruta-do-conde, mamão,
maracujá e melancia
Verduras: alface, cebolinha, couve, salsa e salsão
Pescados: bacalhau, cação, dourado, linguado e pescada-amarela
Fevereiro
Legumes: abóbora, gengibre, milho-verde, pepino, pimentão, quiabo e
tomate
Frutas: abacate, ameixa, carambola, figo, fruta-do-conde, goiaba, jaca,
maçã e pera
Verduras: cebolinha, escarola, hortelã, louro e repolho
Pescados: atum, bacalhau, bonito, cação, merluza e sardinha
Março
Legumes: abóbora, abobrinha, berinjela, beterraba, cará, chuchu, jiló, nabo,
pepino, quiabo e tomate
Frutas: abacate, abacaxi, ameixa, banana (maçã, goiaba e nanica), goiaba,
jaca, limão, maçã e pera
Verduras: acelga, alface, alho-poró, coentro, escarola, repolho e rúcula
Pescados: cação, corvina, linguado, merluza, pintado, sardinha e tainha
Abril
Legumes: abóbora, abobrinha, berinjela, beterraba, cará, chuchu, gengibre
e inhame
Frutas: abacate, banana-maçã, caqui, jaca, kiwi, maçã e pera
Verduras: alface, alho-poró, almeirão, escarola e repolho
Pescados: bagre, bonito, cação, corvina, linguado, merluza e tainha
131
Maio
Legumes: abóbora, abobrinha, batata-doce, berinjela, beterraba, cará,
cenoura, chuchu, mandioca, mandioquinha e nabo
Frutas: abacate, banana-maçã, caqui, kiwi, jaca, maçã, pera e tangerina
Verduras: alho-poró, almeirão, erva-doce, louro, nabo e rabanete
Pescados: bagre, bonito, lambari, linguado, tainha e traíra
Junho
Legumes: batata-doce, berinjela, cenoura, ervilha, inhame, mandioca e
mandioquinha
Frutas: carambola, kiwi, laranja-lima e tangerina
Verduras: agrião, coentro, couve, escarola, espinafre e mostarda
Pescados: atum, camarão, caranguejo, lambari, porquinho, sardinha, siri e
tainha
Julho
Legumes: cenoura, cogumelo, ervilha, inhame, mandioca, mandioquinha,
milho-verde, palmito e pepino
Frutas: carambola, kiwi, laranja-lima e tangerina
Verduras: agrião, coentro, couve, escarola, espinafre e mostarda
Pescados: atum, cavalinha, espada, pargo, pescada, sardinha e trilha
Agosto
Legumes: cará, cenoura, ervilha, inhame, mandioca e pimentão
Frutas: caju, carambola, laranja-pera, lima, maçã, tangerina e morango
Verduras: agrião, couve, couve-flor, escarola, espinafre, mostarda e rúcula
Pescados: atum, cação, corvina, espada, lambari, porquinho e sardinha
Setembro
132
Legumes: cará, cogumelo, ervilha, inhame, pimentão e rabanete
Frutas: abacaxi, banana-nanica, caju, jabuticaba, laranja-lima, laranja-pera
e mexerica
Verduras: almeirão, couve, couve-flor, escarola, espinafre, louro e orégano
Pescados: atum, corvina, lambari, sardinha e tilápia
Outubro
Legumes: alcachofra, aspargo, berinjela, beterraba, ervilha, fava, pepino e
tomate caqui
Frutas: abacaxi, acerola, banana-nanica, banana-prata, caju, manga,
jabuticaba e lima
Verduras: almeirão, cebolinha, coentro, espinafre, hortelã e mostarda
Pescados: atum, bonito, corvina, lambari, linguado, pintado, salmão e
tilápia
Novembro
Legumes: aspargo, berinjela, beterraba, cenoura, nabo, pepino, pimentão e
tomate
Frutas: abacaxi, acerola, banana-nanica, banana-prata, caju, coco-verde,
mamão, manga, melancia e pêssego
Verduras: alho-poró, brócolis, cebolinha, erva-doce e espinafre
Pescados: bonito, corvina, dourado, espada e manjuba
Dezembro
Legumes: beterraba, cenoura, cogumelo, pimentão, tomate e vagem
Frutas: ameixa, cereja, damasco, figo, lichia, manga, melancia, melão e
nectarina
Verduras: almeirão, cebolinha, erva-doce, rúcula, salsa e salsão
Pescados: bagre, bonito, dourado, espada, manjuba, salmão e truta
133
93- O que é o valor biológico de um alimento?
134
94- Como se calcula o valor calórico de um
alimento?
Vale ressaltar que não possuir calorias não torna o alimento mais saudável,
assim como ser rico em gorduras, macronutriente mais calórico, não o torna
engordativo. O azeite por exemplo, alimento repleto de lipídios, pode
engordar menos do que um doce rico em açúcar (carboidrato), mesmo
sendo mais calórica, já que possui gorduras poli insaturadas e, diferente do
açúcar, não estimula a insulina (hormônio altamente anabólico que, em
excesso, aumenta o tecido adiposo). Também por ser gordura, estimula
saciedade e alguns hormônios que atuam na lipólise.
135
clínica e prescrição dos mesmos, já que boa parte do que utilizam
suplementos são atletas sem problemas de saúde. Resumindo, pessoas
saudáveis não necessitam de suplementação.
136
96- A pirâmide alimentar é útil?
Pela pirâmide ser simples, pode ser algo seguido pela maioria da população,
utilizada para limitar doces e consumir em quantidades adequadas frutas,
legumes e verduras, assim como ter uma pequena noção de grupos
alimentares e de como substituir um alimento por outro. Em suas
recomendações também há a sugestão de fracionar as refeições em seis vezes
ao dia, consumir cerca de 2000 calorias e realizar atividades físicas.
137
Por ser bem simples e visual, a pirâmide é um excelente guia para quem não
tem noção alguma de como se alimentar corretamente, porém ela tem suas
desvantagens, que citarei abaixo
Para terminar, não basta apenas consumir as frações indicadas de cada grupo.
Deve haver uma associação correta dos macronutrientes, assim como suas
correlações ao horário e as atividades a seguir, sejam elas de gasto energético
ou descanso, buscando atingir o objetivo de forma mais eficiente. Você não
vai consumir três porções de carboidratos antes de ficar sentado em uma
cadeira de escritório, por exemplo, ou não vai consumir gorduras e proteínas
logo após o treino, caso deseje rápida recuperação de glicogênio.
138
98- Vitamina A: quais são suas funções e o que
causa sua deficiência e seu excesso?
Após absorvidas no fígado, são estocadas por semanas e, por essa razão, o
organismo pode sobreviver consumindo outras fontes alimentares que não as
contenham. Essas vitaminas tem como características gerais necessitarem da
bile para absorção, serem solúveis em lipídeos e tóxicas quando em excesso.
Falarei individualmente de cada uma abaixo, porém as quantidades para cada
gênero e idade estão em tabelas específicas no capítulo “Agora que sei a
quantidade de água, quais são os valores diários de cada micronutriente?”.
139
99- Vitamina D: quais são suas funções e o que
causa sua deficiência e seu excesso?
140
Ela está presente principalmente nas gorduras, como óleos de cártamo,
canola, milho, soja, sementes de girassol, amêndoas e castanhas-do-pará. O
processo de aquecimento durante longos períodos diminui a quantidade de
vitamina E nos óleos (não se esqueça de ler o capítulo sobre óleos de cozinha
para escolher a melhor fonte).
141
102- Vitamina B1: quais são suas funções e o que
causa sua deficiência?
Primeiro irei explicar o que são vitaminas hidrossolúveis.
142
integrais. Sua quantidade é reduzida na luz, portanto o armazenamento
incorreto dos alimentos pode prejudicar a ingestão da mesma.
143
neuromusculares. Em sua forma ativa, ela se torna acetil-coa, participando
ativamente do metabolismo dos carboidratos.
O espinafre é uma das fontes dessa vitamina, junto a bifes de fígados, peitos
de frango, batatas doces ou inglesas, feijão, soja, peixes e algumas frutas
como a banana.
144
107- Vitamina B7: quais são suas funções e o que
causa sua deficiência?
145
109- Vitamina B12: quais são suas funções e o que
causa sua deficiência?
146
Embora seja hidrossolúvel, altas doses também são tóxicas. Flatulência,
diarreias, náuseas além de alta absorção de ferro em pessoas que consomem
esse mineral em doses excessivas são sintomas vistos quando há o abuso
dessa vitamina, principalmente em forma suplementar.
147
CAPÍTULOS EXTRAS: GUIA CIENTÍFICO DE
SUPLEMENTAÇÃO
Deixarei aqui alguns capítulos do meu próximo ebook que contará com um
guia científico de suplementação, com a análise de alguns suplementos feitas
por estudos científicos.
ZMA, L carnitina, CLA, Creatina, Tribulus Terrestris, DHEA, Beta-alanina,
arginina, pré treinos em geral e multivitamínicos serão analisados nos
próximos capítulos.
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DHEA
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Em um estudo² diferenciado, 16 homens, 8 com média de idade entre 18 e
29, e 8 com média entre 45 e 64, receberam 50mg de DHEA ou placebo antes
de um treino HIIT.
Os resultados demonstraram que a suplementação elevou os níveis de
testosterona livre nos homens de meia idade e preveniu que esses níveis
caíssem durante o treino intervalado.
Porém, em 19 jovens, de idade entre 18 e 29 anos, não treinados, a
suplementação de 50mg ou de 150mg de DHEA não aumentou os níveis de
testosterona sérica, estrona, estradiao, lipídios e enzimas do fígado³.
Outro estudo randomizado comparou a ingestão de DHEA versus a ingestão
de androstenediona (hormônio intermediário na produção de testosterona,
estrona e estradiol).
40 homens saudáveis e treinados, com idade média de 48 anos, ingeriram
duas vezes ao dia 50mg de DHEA, placebo ou androstenediona durante 12
semanas.
Ao final do estudo, nenhum dos grupos apresentou diferenças significativas
na massa muscular, força ou níveis de testosterona.
A suplementação de DHEA tem se mostrado eficaz apenas em pessoas de
meia idade, seguindo a maioria das pesquisas. Os resultados não foram
significativos na maioria dos estudos em jovens, treinados ou não, e este
tema carece de mais estudos, não sendo recomendável a suplementação até
o momento.
¹ Kenny AM1, Boxer RS, Kleppinger A, Brindisi J, Feinn R, Burleson JA.
Dehydroepiandrosterone combined with exercise improves muscle strength
and physical function in frail older women. J Am Geriatr Soc. 2010
Sep;58(9):1707-14.
² Liu TC1, Lin CH, Huang CY, Ivy JL, Kuo CH. Effect of acute DHEA
administration on free testosterone in middle-aged and young men following
high-intensity interval training. Eur J Appl Physiol. 2013 Jul;113(7):1783-92
³ Brown GA1, Vukovich MD, Sharp RL, Reifenrath TA, Parsons KA, King
DS. Effect of oral DHEA on serum testosterone and adaptations to resistance
training in young men. J Appl Physiol (1985). 1999 Dec;87(6)
150
TRIBULUS TERRESTRIS
Tribulus terrestres é uma erva nativa de regiões como sul da Europa e sul da
Ásia, que promete aumentar a massa muscular, devido a estimulação de
produção natural de testosterona. Mas será que isso é verdade?
Um estudo¹ avaliou as mudanças corporais induzidas pela tribulus, assim
como as taxas de testosterona em atletas da elite de rúgbi.
Durante 5 semanas, 22 atletas, foram divididos em dois grupos de 11, onde
um dos grupos ingeria 450mg de tribulus e o outro ingeria placebo. Os dois
grupos continuaram com seus treinos de força assim como seus padrões de
alimentação. Após essas 5 semanas, nenhuma diferença foi notada em força,
aumento de massa muscular e testosterona entre esses grupos.
Outro estudo² avaliou 15 homens treinados, divididos em grupos placebo ou
tribulus (esses consumiam 3.21mg/kg/dia). Peso corporal, composição
corporal, força máxima, ingestão dietética e até mesmo efeitos no humor
foram avaliados durante oito semanas nos dois grupos e nenhuma mudança
foi constatada.
Para finalizar, um artigo científico³ avaliou a ingestão de tribulus terrestris
em 21 homens divididos em três grupos de 7, durante 4 semanas. O primeiro
grupo ingeriu 20mg/kg/dia, o segundo 10mg/kg/dia enquanto que o terceiro
era um grupo controle, ingerindo placebo. Nenhuma diferença na
concentração sérica de testosterona, androstenediona (hormônio
intermediário da via metabólica para produção de testosterona) e hormônio
luteinizante (estimulante das células de Leyding a produzirem testosterona)
foi notada.
Embora muitos relatem melhoras tanto na força quanto na libido, a ciência
mostra que tal efeito tem mais evidências psicológicas e sugestivas,
demonstrando que a ingestão da erva em forma suplementar não altera
hormônios responsáveis por tais mudanças em indivíduos saudáveis.
¹ Rogerson S1, Riches CJ, Jennings C, Weatherby RP, Meir RA, Marshall-
Gradisnik SM. The effect of five weeks of Tribulus terrestris
supplementation on muscle strength and body composition during preseason
training in elite rugby league players. J Strength Cond Res. 2007 May
151
² Antonio J1, Uelmen J, Rodriguez R, Earnest C. The effects of Tribulus
terrestris on body composition and exercise performance in resistance-
trained males. Int J Sport Nutr Exerc Metab. 2000 Jun
³ Neychev VK1, Mitev VI. The aphrodisiac herb Tribulus terrestris does not
influence the androgen production in young men. The aphrodisiac herb
Tribulus terrestris does not influence the androgen production in young men.
ZMA
152
Anthony Almada, and Richard B. Effects of Zinc Magnesium Aspartate
(ZMA) Supplementation on Training Adaptations and Markers of
Anabolism and Catabolism. J Int Soc Sports Nutr. 2004;
² Koehler K1, Parr MK, Geyer H, Mester J, Schänzer W. Serum testosterone
and urinary excretion of steroid hormone metabolites after administration of
a high-dose zinc supplement. Eur J Clin Nutr. 2009 Jan;63
³ Sudesh K. et al. (1982), Effect of Oral Zinc Therapy on Gonadal Function
in Hemodialysis Patients, Annals of Internal Medicine
4
Prasad AS, Mantzoros CS, Beck FW, Hess JW, Brewer GJ. Zinc status and
serum testosterone levels of healthy adults. Source: Department of Internal
Medicine, Wayne State University School of Medicine, Detroit, Michigan,
USA
L-CARNITINA
153
Após os 30 dias, não houve efeito na redução corporal, ingestão calórica,
taxa metabólica de repouso e quociente respiratório em repouso.
Um outro estudo², feito com mulheres com sobrepeso, suplementadas com
carnitina (4g/dia por oito semanas), que praticavam atividade física
regularmente, não demonstrou alterações no peso e tampouco na gordura
corporal entre os grupos.
Porém, pode ser eficaz em portadores de doenças renais, neuropatia diabética
e doenças cardiovasculares, tendo efeito vasodilatador e antioxidante³.
Mais uma vez, os estudos demonstram outro suplemento que pode ser útil
apenas em quem tem algum tipo de doença ou deficiência, não sendo
necessário em pessoas saudáveis e tampouco melhorando performance ou
perda de gordura.
¹ Christianne de Faria Coelho, João Felipe Mota,Fabrício César de Paula
Ravagnani, Roberto Carlos Burini The supplementation of L-carnitine does
not promote alterations in the resting metabolic rate and in the use of
energetic substrates in physically active individuals
² Villani RG1, Gannon J, Self M, Rich PA. L-Carnitine supplementation
combined with aerobic training does not promote weight loss in moderately
obese women. Int J Sport Nutr Exerc Metab. 2000 Jun
³ Christianne de Faria Coelho; João Felipe Mota; Euclésio Bragrança;
Roberto Carlos Burini. Aplicações clínicas da suplementação de L-carnitina.
Rev. Nutr. vol.18 no.5 Campinas Sept./Oct. 2005
CREATINA
Muitos pensam que a creatina serve para ganhar massa e força, enquanto
outros creem que a função dela é gerar potência em exercícios de explosão.
Será que ela cumpre alguma dessas funções tão acreditadas?
Basicamente, a creatina é a junção dos aminoácidos metionina, arginina e
glicina. Ela pode tanto ser sintetizada no nosso organismo, quanto ingerida
154
através da dieta, principalmente em fontes como carnes de porco, fígado,
salmão, frango, etc.
Explicando de forma breve, o papel da Creatina é reciclar o pool de ATP
durante exercícios supra máximos, evitando a fadiga durante os primeiro
segundos da atividade¹.
Em estudo duplo cego, 14 homens treinados foram divididos, durante 6 dias,
em dois grupos de sete, sendo o primeiro grupo creatina e o segundo grupo
placebo.
Os dois grupos executaram 5 sets de exercícios de supino e agachamentos
com salto em três ocasiões (T1, T2 e T3). Antes de T1, os grupos não foram
suplementados. Entre T1 e T2, os dois grupos receberam placebos e entre T2
e T3, o grupo creatina ingeriu 25gr do suplemento enquanto que o outro
grupo recebeu a quantidade equivalente em placebo.
A suplementação com creatina resultou em melhora significativa no pico de
força durante os 5 sets de agachamentos com saltos e supinos. Após a
suplementação, o lactato pós exercício foi significativamente mais alto no
grupo creatina, assim como um aumento de massa corporal, que atingiu a
média de 1,4kg.
Em mais um estudo³, foi avaliada a ingestão de creatina de forma oral na
composição corporal, força de flexores de cotovelo e fadiga de extensores de
joelho em vinte homens entre 60 e 82 anos também de forma duplo cega. Os
indivíduos foram divididos em grupos creatina (20gr) e placebo durante dez
dias, seguidos respectivamente por 4g e placebo por vinte dias. Testes foram
feitos antes da suplementação e após 10 e 30 dias de suplementação. Não
houve diferenças significativas em massa e densidade corporal, assim como
massa livre de gordura e força. Ao final do estudo, é concluído que a
suplementação de creatina pode causar efeitos benéficos diminuindo a fadiga
muscular em homens acima de 60 anos, porém não alterando a composição
corporal.
Mihic e colaboradores4 avaliaram a massa livre de gordura, pressão
sanguínea, creatinina sérica e creatina quinase em homes e mulheres
fisicamente ativos. 15 homens e 15 mulheres foram divididos neste estudo
duplo cego em grupos placebo e creatina, ingerindo 20 gramas durante 5
dias. Não houve alterações na pressão sanguínea, creatinina sérica e
clearence de creatinina (usado para avaliação renal). Em contraste, a
suplementação aumentou a massa livre de gordura, assim como a massa
155
corporal, sem mudanças na gordura, sendo tais efeitos maiores nos
indivíduos de sexo masculino.
156
de creatina junto a carboidratos simples aumentam a retenção do suplemento
e que a retenção não foi aumentando quando o exercício foi realizado antes.
Uma revisão feita por Graham AS, Hatton RC, mostra que os autores, após
pesquisarem diversas pesquisas feitas de 1966 a 1999, chegaram à conclusão
de que a creatina pode aumentar a performance em exercícios de alta
intensidade e curta duração, porém sendo ineficaz em exercícios de
endurance. O suplemento também foi relacionado a ganho de peso, cãibras,
desidratação, diarreia e tontura, porém parece ser bem tolerado em estudos
de curto prazo.
Em uma revisão de 22 estudos, os autores verificaram que a força muscular
(1, 3 ou 10 repetições máximas) seguidos de suplementação de creatina em
treino de resistência foi 8% maior que dos grupos placebo, em média. Esse
número aumentou para 14% de diferença positiva para creatina quando
compararam a resposta em levantamento de peso. Os autores concluem que
há evidencias significativas de que a creatina durante treinos de resistência é
mais efetiva em aumentar a força muscular e a performance no levantamento
de peso do que o treino de resistência apenas, apesar das respostas serem
altamente variáveis.
¹ Rawson ES, Volek JS. Effects of creatine supplementation and resistance
training on muscle strength and weightlifting performance
Embora haja poucos estudos comparando efeitos pré e pós treino, um deles
avaliou 19 praticantes saudáveis de atividades físicas.
Divididos em grupos pré e pós, os participantes ingeriram 5gr imediatamente
antes ou imediatamente após os exercícios durante 4 semanas, sendo que nos
dias sem treino o consumo era livre.
Poucas mudanças foram observadas no grupo que ingeriu pós treino, sendo
mais visíveis no peso corporal livre de gordura e na força.
Nisso, os autores concluem que o consumo pós treino traz resultados
superiores após 4 semanas.
¹ Jose Antonio* and Victoria Ciccone. The effects of pre versus post workout
supplementation of creatine monohydrate on body composition and strength
157
CREATINA FAZ MAL AOS RINS?
Uma dúvida muito comum e que alguns anos atrás foi uma das razões da
creatina não ser liberada no Brasil é essa.
Graças a diversos estudos e evidências científicas, hoje já é possível afirmar
que a creatina não causa dano renal nem hepático.
Em um dos estudos publicado na Revista Brasileira de Medicina do Esporte¹,
trinta e cinco praticantes de musculação foram distribuídos aleatoriamente
em três grupos: placebo com doze, CRE1 com doze também e CRE2 com
onze.
Exames bioquímicos foram realizados antes e após oito semanas de
treinamento resistido. Os grupos CRE1 e CRE2 ingeriram 20gr/dia com
creatina por sete dias e nos 53 dias subsequentes, 0,03gr/kg de massa
corporal de creatina por dia (CRE1) e 5gr/dia (CRE2). Isso significa que uma
pessoa de 70kg no grupo CRE1 ingeriu 2,1gr de creatina (70 * 0,03), por
exemplo, enquanto que todas as outras do CRE2 ingeriram 5gr do
suplemento, independentemente do peso.
Os valores de creatinina aumentaram 12,2% no grupo CRE1 e 9% no CRE2,
enquanto que no grupo placebo, diminuíram 4,7%, porém mantendo-se na
normalidade. Já os valores de função hepática também diminuíram, contudo
sem significância estatística.
Os autores concluem que a suplementação nas doses indicadas (0,03gr/kg ou
5g/dia), em indivíduos saudáveis por oito semanas não altera funções renais
ou hepáticas, sendo considera segura.
¹ Ana Paula Perillo Ferreira Carvalho; Guilherme Eckhardt Molina; Keila
Elizabeth Fontana. Suplementação com creatina associada ao treinamento
resistido não altera as funções renal e hepática. Rev Bras Med Esporte
vol.17 no.4 São Paulo July/Aug. 2011
158
CLA
159
BCAA
BCAA – Brainched-Chain Amino Acid
Dos 20 aminoácidos primários, três são os de cadeia ramificada: leucina,
isoleucina e valina. A suplementação de bcaa nada mais é do que a ingestão
direta desses três aminoácidos.
Os fabricantes de bcaas alegam que o suplemento ajuda na diminuição da
degradação proteica e muscular, e aumento da performance, diminuindo a
fadiga.
A leucina mostra-se mais eficaz em relação ao mecanismo relacionado à
insulina e ao estímulo da proteína quinase mTOR, via de sinalização para
síntese proteica.
Ajuda a reduzir a fadiga?
160
Em mais um estudo³, a ingestão de leucina (um dos aminoácidos do bcaa)
junto a carboidratos foi comparada a ingestão de carboidratos sozinhos em
períodos pós treino.
O grupo que ingeriu leucina+carboidrato obteve uma síntese proteica
muscular maior, assim como melhor balanço proteico, comparado com o
grupo que administrou apenas carboidratos.
O principal motivo da suplementação do BCAA é reduzir o triptofano,
neurotransmissor associado a fadiga, diminuindo assim a sensação de
cansaço durante o treino.
Dez homens treinados, atletas de endurance, executaram atividades de
ciclismo em intensidade 70 a 75% e, divididos em três grupos nesse estudo
duplo-cego, ingeriram 3gr de triptofano em um grupo, 6 gr de bcaa em outro
grupo, 18gr de bcaa no último grupo.
O tempo até exaustão do exercício não diferiu em nenhum dos grupos. Ao
final do estudo4, não houve diferença nem mesmo no grupo que ingeriu
triptofano, o que supostamente deveria reduzir a performance.
Percebam que mais uma vez seu uso permanece controverso. Trarei novos
estudos ao finalizar o próximo livro, porém saibam que a ingestão de
aminoácidos de forma suplementar pode não trazer nenhum benefício
quando não houver demanda sustentada pelos exercícios ou quando a dieta
já atender a demanda existente. Maior ingestão proteica ou de aminoácidos
não significará mais músculos ou melhor performance necessariamente.
¹ Camila Luana Wloch, Gustavo Schneider, Polyana Carolina de Souza,
Rafaela Liberali. Suplementação de aminoácidos de cadeia ramificada
(AACR) e seu efeito sobre o balanço proteico muscular e a fadiga central em
exercícios de endurance. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN
1981-9927
² Coombes JS, McNaughton LR. Effects of branched-chain amino acid
supplementation on serum creatine kinase and lactate dehydrogenase after
prolonged exercise. J Sports Med Phys Fitness. 2000 Sep
³ Koopman R, Wagenmakers AJ, Manders RJ, Zorenc AH, Senden JM,
Gorselink M, Keizer HA, van Loon LJ. Combined ingestion of protein and
free leucine with carbohydrate increases postexercise muscle protein
synthesis in vivo in male subjects. Am J Physiol Endocrinol Metab. 2005
Apr;288(4)
161
4
van Hall G, Raaymakers JS, Saris WH, Wagenmakers AJ. Ingestion of
branched-chain amino acids and tryptophan during sustained exercise in
man: failure to affect performance. J Physiol. 1995 Aug 1
GLUTAMINA
162
Daniel e Cavaglieri³ também não observaram diferenças entre grupo
glutamina e placebo na resposta imunológica em estudos feitos com atletas
de futebol, ingerindo 5gr pós treino durante trinta dias.
No estudo de Nia e colaboradores, 2013, observou os efeitos da L-glutamina
por eletromiografia no quadríceps após exercícios excêntricos. Dezessete
homens saudáveis foram randomizados nesse estudo duplo-cego em grupos
placebo (n=8) e L-glutamina (n=9), realizando 6 sets até exaustão de
extensores de pernas a 75% de 1RM (repetição máxima), com intervalos de
três minutos entre cada sete.
Nenhuma diferença significante foi notada entre os grupos foi notada ao
analisar marcadores de dano muscular.
Em artigo publicado no Jornal of nutrition4, o autor analisa que vários atletas
já ingerem altas doses de l-glutamina justamente pelo consumo altamente
proteico presente na alimentação,
Exercícios prologados e períodos de treinamento intenso são associados a
diminuição da concentração da glutamina plasmática, porem a ingestão em
forma de suplementos não previne essas alterações em períodos pós treino.
Doses de 20 a 30 gramas ou de 0.65gr/kg não causaram efeitos colaterais e
níveis anormais de amônia no sangue. No entanto, a suplementação de
glutamina seja para aumentar síntese de glicogênio, imunidade ou melhorar
o efeito anticatabólico tem um número muito baixo de evidencias, não
justificando o seu uso.
¹ Rogero, M.M.; Tirapegui, J.; Pedrosa, R.G.; Pires, I.S.O.; Castro, I.A.
Plasma and Tissue Glutamine Response to Acute and Chronic
Supplementation with L-glutamine and Lalanyl-glutamine in Rats. Nutrition
Research. Vol. 24. Num. 4. 2004. p. 261-270.
² Curyboaventura, M.F.; Levadapires, A.C.; Folador, A.; Albaloureiro, T.C.;
Hirabara, S.M.; Peres, F.P.; Silva, P.R.; Curi, R.; Pithon-Curi, T.C. Effects
of Exercise on Leukocyte Death: Prevention by Hydrolyzed Whey Protein
Enriched with Glutamine Dipeptide. European Journal of Applied
Physiology and Occupational Physiology. Vol. 103. Num. 3. 2008. p. 289-
294.
³ Daniel, J.F.; Cavaglieri, C.R. Suplementação de Glutamina e Resistência
Imunológica em Atletas de Futebol. Saúde em Revista. Piracicaba. Vol. 7.
Num. 17. 2005. p. 21-29
163
4
Gleeson, M. Dosing and Efficacy of Glutamine Supplementation in Human
Exercise and Sport Training. The Journal of Nutrition. Vol. 138. 2008. p.
2045S-2049S
L-ARGININA
164
ARGININA COM CITRULINA
BETA-ALANINA
165
Na conclusão, foi verificado que a suplementação de beta alanina foi eficaz
na melhoria de resistência de músculos inferiores. Não foram encontrados
efeitos aditivos na composição corporal ou força máxima.
Concentrações elevadas de carnosina são encontradas em indivíduos com
proporções elevadas de fibras rápidas. Atletas de Sprint geralmente possuem
concentrações elevadas desse dipeptídeo no músculo².
Em conclusão feita por Artioli e colaboradores a beta alanina tem como
possíveis efeitos:
-Aumento da concentração de carnosina muscular
-Redução de fadiga em exercícios de alta intensidade
-Efeito tampão, provocando melhoras no desempenho durante o exercício.
Nenhum efeito colateral foi encontrado na suplementação, apenas em doses
acima de 800mg, causando parestesia (sensação anormal sobre a pele, como
queimação, dormência, coceira).
¹ Outlaw JJ1, Smith-Ryan AE, Buckley AL, Urbina SL, Hayward S,
Wingfield HL, Campbell B, Foster C, Taylor LW, Wilborn CD. The Effects
of ß-Alanine on Body Composition and Performance Measures in Collegiate
Women. J Strength Cond Res. 2014 Dec 5
² Derave W, Everaert I, Beeckman S, Baguet A. Muscle carnosine
metabolism and beta-alanine supplementation in relation to exercise and
training. Sports Med. 2010 Mar 1;40(3):247-63.
³ Artioli GG, Gualano B, Smith A, Stout J, Lancha AH Jr.
PRÉ TREINOS
166
Em um desses estudos¹, os autores verificaram as diferenças geradas em
hormônios anabólicos, composição corporal, força muscular entre
indivíduos que ingeriram pré e pós treinos com indivíduos que ingeriram
placebo.
O pré treino era uma porção de NO-Shotgun® (whey protein, caseína, Bcaa,
creatina, beta alanina e cafeína) enquanto que o pós treino uma porção de
NO-Synthesize® (whey protein, caseína, Bcaa, creatina e beta alanina).
Os autores analisaram IGF-1, GH, Testosterona, composição corporal,
circunferências, teste de 1 repetição máxima no supino e leg press e potência
anaeróbica.
A única diferença notada entre os dois grupos durante 6 semanas de estudos,
foi justamente o teste de potência anaeróbica, aumentado no grupo que
ingeriu o pré treino.
Outro estudo², utilizando um pré treino composto de creatina, beta alanina,
taurina, leucina e cafeína avaliou os possíveis benefícios dessa
suplementação na potência anaeróbica, força muscular, composição corporal
e humor.
De forma duplo-cega, randomizada, 20 homens saudáveis consumiram 30gr
do suplemento ou 30gr de maltodextrina meia hora antes da sessão de
treinamento.
Após oito dias de estudo, a massa livre de gordura e a força no Leg Press
aumentou, de forma quase insignificante, no grupo que suplementou. O
humor não foi alterado em ambos os grupos.
Devido à grande diversidade de fórmulas patenteadas, fica difícil analisar
suplementos de pré treino de forma individualizada.
Porém, as substâncias neles encontradas, tais quais arginina, carnitina,
cafeína, creatina, beta alanina, taurina, entre outras, podem ser analisadas
individualmente.
Como o teor de cada ingrediente não é sempre divulgado, é preciso cuidado
ao escolher seu pré treino, não só pelos efeitos colaterais, como distúrbios
gastrointestinais, efeito rebote causando fadiga precoce, cefaleia, entre
outros mas também pela possível falta de necessidade de diversos
ingredientes presentes na fórmula, repleta muitas vezes de corantes e outros
aditivos químicos.
167
Caso o principal motivo para a utilização do pré treino seja o cansaço, é
necessário analisar a dieta, observando se a quantidade de nutrientes está
adequada e presente nos horários ideias.
O sono irregular e uma dieta incondizente com as necessidades não podem
ser repostos por substâncias estimulantes. Corrija sua alimentação, sua rotina
e depois reveja com seu nutricionista a real necessidade de estimulantes pré
treinos.
¹ Vogel RM, Joy JM, Falcone PH, Mosman MM, Kim MP, Moon JR. Safety
of a dose-escalated pre-workout supplement in recreationally active females.
J Int Soc Sports Nutr. 2015 Feb 21.
² Outlaw JJ, Wilborn CD, Smith-Ryan AE, Hayward SE, Urbina SL, Taylor
LW1, Foster CA. Acute effects of a commercially-available pre-workout
supplement on markers of training: a double-blind study. J Int Soc Sports
Nutr. 2014 Aug 15;11:40
MULTIVITAMÍNICOS
168
evidência alguma que demonstrasse diminuição de riscos para doenças
cardiovasculares e câncer.
Avaliando efeitos de multivitamínicos com complexo B, vitaminas E, C e
ômega-3, autores também não encontraram diferenças nas funções
cognitivas entre grupos suplementados e placebo em 12 estudos verificados².
Para piorar a situação, suplementos com Betacaroteno, altas doses de
vitamina A e vitamina E, além de não possuírem efeito benéfico relatado,
podem estar associados a maior mortalidade e devem ser evitados³ 4.
A suplementação com ácido fólico, associada a menor risco cardíaco,
também não se mostrou eficaz nesse fator, além ter aumentado o risco de
pessoas com alto nível de homocisteína, em revisões de artigos feitos de
1966 a 20095.
Após todas essas analises, é possível afirmar que o uso de multivitamínicos
é desnecessário e até mesmo fator de risco para indivíduos saudáveis.
Caso ocorra algum déficit, verificado através de sinais semiológicos junto a
exames bioquímicos, o uso pode ser sustentado para correção, sendo a dieta
também modificada para o mesmo fim.
Fora isso, o correto fracionamento de micronutrientes, assim como a
variedade alimentar ainda são as melhores maneiras de se manter saudável.
¹ Fortmann SP, Burda BU, Senger CA, Lin JS, Whitlock EP. Vitamin and
mineral supplements in the primary prevention of cardiovascular disease and
cancer: an updated systematic evidence review for the U.S. Preventive
Services Task Force. Ann Intern Med. 2013; 159:824-34.
² Lin JS, O'Connor E, Rossom RC, Perdue LA, Eckstrom E. Screening for
cognitive impairment in older adults: a systematic review for the U.S.
Preventive Services Task Force. Ann Intern Med. 2013; 159:601-12.
³ Miller ER 3rd, Pastor-Barriuso R, Dalal D, Riemersma RA, Appel LJ,
Guallar E. Meta-analysis: high-dosage vitamin E supplementation may
increase all-cause mortality. Ann Intern Med. 2005; 142:37-46.
4
Meta-analysis: high-dosage vitamin E supplementation may increase all-
cause mortality.
5
Miller ER 3rd, Juraschek S, Pastor-Barriuso R, Bazzano LA, Appel LJ,
Guallar E. Meta-analysis of folic acid supplementation trials on risk of
cardiovascular disease and risk interaction with baseline homocysteine
levels. Am J Cardiol. 2010; 106:517-27.
169
EPÍLOGO
Um grande abraço.
Felipe K. Almeida
170
.
171