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Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia no apoio ao tratamento Prof.

José Aroldo Filho


goncalvesfilho@nutmed.com.br
do excesso de peso

OBESIDADE Condições materno / placentárias  fatores de risco:

Patologia caracterizada pelo acúmulo excessivo de Nutricionais:


gordura corporal em um nível que compromete a saúde  Restrição ou excesso calórico
dos indivíduos.  Restrição protéica (taurina / glicina)
 Restrição de micronutrientes (ferro, cálcio e folato)
Tratamento do excesso de peso  Fundamental avaliar as
causas que levaram ao excesso de peso. Deve-se Ambientais:
investigar possíveis morbidades associadas.  Temperatura ambiente
 Hipóxia
A etiologia da obesidade é complexa e multifatorial,  Agentes exógenos (fumo)
resultando da interação de genes, ambiente, estilos de
vida e fatores emocionais. Agentes terapêuticos
Tratamento do excesso de peso  balanço energético Circulação utero-placentária
negativo!
Condição de saúde materna

Programação metabólica  Indução, deleção ou


desenvolvimento prejudicado de estruturas corporais
permanentes ou de sistemas fisiológicos por estimulação
precoce ou injúria em um período sensível. Consequências
funcionais no longo prazo.

Déficit de desenvolvimento  Perda prematura de


estruturas e capacidade funcional em sistemas orgânicos

Alteração em:
 Neurônios;
 Cardiomiócitos;
 Células β-pancreáticas;
 Células musculares esqueléticas.

Adaptações embrionárias e fetais  Alterações no


fornecimento de nutrientes nos períodos embrionários,
fetal ou neonatal. Mudanças permanentes moleculares e
celulares em órgãos e tecidos ou novos set points para
Gasto energético total (GET) diário = ∑ função de sistemas fisiológicos.
 Taxa metabólica basal (60% a 70%)
 Efeito térmico dos alimentos (10%) Restrição de substratos durante embriogênese,
 Gasto de energia com atividade física (componente organogênese e vida fetal  adaptações neuroendócrinas
variável, cerca de 20% a 30% do GET) maternas e/ou fetais.
 Diminuição de hormônios anabólicos (insulina, IGF,
Uso de substâncias bioativas e fitoterápicos + Hábitos hormônios tireoidianos, GH);
alimentares saudáveis + Mudança de estilo de vida =  Aumento de hormônio de estresse (glicocorticóides e
Melhora da atividade das células adiposas. catecolaminas).

FISIOPATOLOGIA E CONSEQUÊNCIAS METABÓLICAS Programação de set points em sistemas fisiológicos:


 Alterações em sistemas cardiovasculares, renais,
Janelas críticas: Programação metabólica e Epigênese metabólicos, dentre outros;
 Alteração na regulação neuroendócrina do balanço
 Célula primordial energético, homeostase e crescimento.
 Célula madura
 Ovulação Resultados orgânicos / funcionais da restrição de substrato
 Fertilização  zigoto em períodos críticos pré-natais:
 Diferenciação
 Organogênese DIMINUIÇÃO:
 Crescimento fetal e desenvolvimento de respostas  Síntese de insulina / capacidade secretória;
sistêmicas integradas  Massa muscular esquelética;
 Crescimento e desenvolvimento pós-natal  Função cardiovascular e renal.
 Puberdade
 Gestação AUMENTO:
 Produção hepática de glicose;

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 Atividade HHA (Hipotálamo-hipófise-adrenal)   Intolerância à glicose
alteração da regulação da fome/saciedade e set points  Diminuição da Taxa de Filtração Glomerular
GH/IGF  Aumento do volume intravascular
 Aumento da reatividade vascular
Aumento do suprimento de substratos em períodos  Hipertensão arterial
neonatal, pós-natal e vida adulta:  Hipertrofia cardíaca
 Aumento da atividade insulínica em adipócitos  Risco de doença cardiovascular
 Aumento do apetite
 Obesidade visceral
 Aumento dos AGL circulantes

Alterações hipotalâmicas  controle neuroendócrino de


fome e saciedade.

Duas populações de neurônios no núcleo arqueado de


hipotálamo possuem efeito oposto no ato de se alimentar:
- POMC
- NPY/AGRP

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uma dúzia de outros hormônios – coletivamente
conhecidos como adipocinas.

Pelo menos duas delas alteram diretamente as respostas


tissulares à insulina, que regula o quanto de glicose as
células assimilam e usam como combustível.

Estômago vazio (representado em verde na ilustração)

A grelina é produzida por glândulas do estômago 20 a 30


minutos antes da refeição. Não se conhece o gatilho para
sua liberação, mas ela pode enviar para o cérebro um sinal
de prontidão do estômago.

Alimentado (representado em vermelho na ilustração)

A distensão estomacal e intestinal é transmitida ao cérebro


via nervos espinais e vago. Receptores de nutrientes no
POMC (Pro-Opio-Melanocortina)  inibe o comportamento fígado também enviam sinais neurais que indicam que o
alimentar. alimento ingerido está sendo degradado.
 Neurônios da POMC são ativados por estímulos
Níveis circulantes de insulina, secretada do pâncreas, e
ANOREXIGÊNICOS;
glicose, derivada do alimento ingerido, refletem a situação
 Liberam derivados alfa-MSH (melanocortina);
alimentar e a energia imediatamente disponível.
 O alfa-MSH é um agonista do neurônio MC4R. Colecistocinina (CCK) e PYY são peptídios fabricados
pelos intestinos e secretados na corrente sangüínea após
Inibidores da Ingestão (anorexígenos): a refeição.
 Hormônio melanócito estimulante (α-MSH)
 Leptina Energia armazenada (representada em amarelo na
 Serotonina (5-HT) e noradrenalina ilustração)
 Hormônio estimulante de corticotrofina (CRF)
 Insulina A leptina é produzida pelo tecido adiposo em quantidades
 Colecistocinina (CCK) proporcionais à gordura nele contido. A proteína 4
 Peptídeo semelhante ao glucagon (GLP) transportadora de retinol (RBP4) também aumenta com os
 Transcriptos regulados pela cocaína e anfetamina níveis de gordura e reduz a resposta de outros tecidos à
(CART) insulina. A adiponectina acentua as respostas celulares à
 Peptídeo YY (PYY) glicose e à insulina, mas os níveis de adipocina caem na
obesidade.
NPY  estimula o comportamento de se alimentar.
 São ativados por estímulos orexigênicos;
 Inibem ambos, POMC e MC4R;
 Liberam AGRP e GABA.

Estimulantes da Ingestão (orexígenos):


 Neuropeptídeo Y (NPY)
 Proteína relacionada ao agouti (AGRP)
 Hormônio concentrador da melanina (MCH)
 Orexinas A e B
 Endorfinas
 Galanina
 Aminoácidos : glutamato e GABA
 Cortisol
 Grelina

Reguladores de curto e longo prazo de consumo alimentar:


Sinais importantes que estimulam as respostas
reguladoras de energia pelo cérebro e tecidos do corpo
emanam dos órgãos digestivos e da própria gordura.

São indicadores de curto prazo da situação alimentar do


corpo – como os impulsos nervosos e os peptídios
secretados e gerados logo antes e depois das refeições –
e também informações de longo prazo sobre a situação da
energia armazenada do corpo.

Além da leptina, que informa ao cérebro sobre os níveis de


gordura do corpo, as células adiposas secretam quase

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Desequilíbrios funcionais do excesso de peso Defeito na sinalização intracelular de insulina – produção
- Insulina de citoquinas pró-inflamatórias
- Cortisol
Indivíduos obesos apresentaram duas vezes mais TNF e
Causas de resistência à insulina: RNAm nos adipócitos que indivíduos magros, sendo esta
 Fatores nutricionais que impedem a ligação da correlação positiva com o aumento do IMC. Os níveis de
insulina ao seu receptor; IL-6 e IL-1 também estão aumentados em obesos.
 Defeitos de sinalização intracelular nos tecidos-alvo
(genética); • TNF-α contribui para a redução da sensibilidade à
 Aumento da produção de citocinas inflamatórias. ação da insulina. Suprime a fosforilação e a atividade do
receptor tirosina quinase (IR) e do substrato 1 do receptor
de insulina (IRS-1) nos músculos e no tecido adiposo, o
que reduz a síntese e a translocação do transportador de
glicose GLUT-4 para a membrana, comprometendo a
captação de glicose via ação de insulina. A redução da
sensibilidade periférica à insulina favorece o aumento da
gliconeogênese hepática e a redução do clearence de
glicose pelos músculos esqueléticos e pelo tecido adiposo,
induzindo hiperinsulinemia.

O aumento do TNF no tecido adiposo acarreta diminuição


da expressão dos transportadores GLUT-4. A redução do
peso corporal desses indivíduos está associada à
diminuição do TNF-α.
Fatores nutricionas:
• IL-6  aumenta o influxo de ácidos graxos livres. Está
GLICOTOXICIDADE  efeito tóxico relacionado ao associada à inibição da migração do GLUT-4, com
consumo de carboidratos
• IL-18  promove instabilidade de placas
LIPOTOXICIDADE  efeito tóxico relacionado ao ateroscleróticas, sendo mais propensas à ruptura. Está
consumo de lipídios associada com resistência à insulina, hiperglicemia e
hiperfagia.
Glicotoxicidade
• Proteína ligadora do retinol 4  produzida pelo tecido
Ingestão de carboidratos de alto índice glicêmico pode adiposo visceral na presença da obesidade e da
ocasionar: resistência à insulina, sendo considerada marcador da
• Lipogênese; expansão do tecido adiposo intra-abdominal e da
• Aumentar os níveis de triglicerídeos circulantes; inflamação subclínica. Parece existir existência de uma
• Depletar as vitaminas do complexo B, vitamina C e associação positiva entre o aumento das concentrações
cromo; séricas da RBP4 e os parâmetros da síndrome metabólica,
• Diminuir a saciedade e oxidação de lipídeos; como a hipertensão arterial, as dislipidemias e o aumento
• Causar irritabilidade e hiperatividade; do IMC. A expressão da RBP4 é relacionada inversamente
• Aumentar a ingestão alimentar compulsiva (mediada às concentrações de GLUT4, evidenciando a importância
pelo neuropeptideo Y); desta proteína na regulação do metabolismo da glicose.
• Hipertrofia pancreática e hiperinsulinismo;
• Aumento da produção de cortisol. • Zinco-alfa2-glicoproteína  a ZAG ou AZPG1 é uma
proteína secretada pelos adipócitos de indivíduos obesos,
Lipotoxicidade sugerida como candidata potencial na modulação do peso
corporal. A ação desta citocina está associada à redução
Em razão da intensa atividade da LPL em obesos, da síntese de ácidos graxos e aumento de lipólise. Na
observa-se: presença de inflamação crônica de baixo grau, a produção
• Aumento dos triglicerídeos nos adipócitos; de citocinas pró-inflamatórias, como o TNF-α, constitui um
• Aumento do fluxo de ácidos graxos livres no fígado; fator importante na regulação da ZAG.
• Diminuição da extração hepática da insulina, com
hiperinsulinemia sistêmica. Estratégias dietéticas para modificação de perfil
insulinêmico
A exposição prolongada à hiperglicemia e à
hiperinsulinemia resulta na diminuição da expressão de Inclusão de CHO de baixo IG à dieta  Ricos em
enzimas lipolíticas e altera o potencial para oxidação de fitoquímicos, presença de fibra viscosa e fontes de cromo
ácidos graxos. elementar (cereais integrais). Atuam favoravelmente no
metabolismo da glicose Melhoram a sensiblidade à
O alto consumo de saturados e de W-6 está diretamente insulina.
relacionado com menor sensibilidade à insulina, alterando
o metabolismo do ácido araquidônico (via inibição da δ 5- WOLEVER (2000)  presença de amido resistente e
desaturase) e desviando a cascata para produção de fibras viscosas em alimentos de baixo IG auxiliam na
eicosanóides pró-inflamatórios. produção de AGCC que retardam a taxa de absorção de
glicose.

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PEREIRA ET AL (2002)  dietas com 55% CHO (de baixo DE LUCCA: 1 a 3g/dia de GLA  Diminuição do potencial
IG) podem diminuir em 10% os níveis de insulina de jejum inflamatório associado à obesidade.
e em 13% a resistência à insulina comparadas às dietas
ricas em CHO refinados. Introdução de W3 à dieta  Diminuição da síntese de
PGI2 em 60% e de LTB4 em 75%. Redução de citocinas
Uso de ácidos graxos poli-insaturados para melhora de pró-inflamatórias (IL-1, IL-6 e TNF-α).
controle glicêmico  uso de W3 e W6-GLA.
RICCARDI (2000)  3 a 4g/dia de W3.
CALDER ET AL (2004)  W6-GLA (gama linolênico),
presente em prímula e girassol (~10% dos AG do óleo)  Vitamina D e cálcio  Estudos apontam que a deficiência
não se acumula na membrana plasmático e é utilizado na de cálcio e alterações séricas de vitamina D poderiam
síntese de eicosanóides antiinflamatórios. contribuir para lipogênese.

Inclusão de prímula / girassol à dieta  Diminuição de A membrana nuclear do adipócito possui receptor de
eicosanóides pró-inflamatórios, redução de citocinas pró- vitamina D (VDR)  tecido adiposo é responsivo à
inflamatórias (IL-1, IL-6 e TNF-α). atividade desta vitamina.

Vitamina D  (+) secreção de insulina. Deficiência de porém existem vertentes que tentam explicar esse
Vitamina D  resistência à insulina: fenômeno.
 Risco de DM2
 Risco de excesso de peso (?)
A vitamina D é lipossolúvel, por isso é sequestrada e fica
A vitamina D possui efeito anti-PPAR-gama (adipócito). armazenada nos adipócitos.

O fator de transcrição do PPAR-gama foi classicamente Isso reduz a biodisponibilidade dela e aciona o hipotálamo
associados com funções de lipogênese e homeostase para gerar uma cascata de reações que leva ao aumento
metabólica. da sensação de fome e redução do gasto energético, de
modo a compensar a falta da mesma.
PPAR-γ  necessário para diferenciar adipócitos.
Entre essas reações está o aumento do hormônio da
Adipócitos  PPAR-γ regula a expressão de numerosos paratireoide (PTH), que promove lipogênese e pode
genes envolvidos no metabolismo de lipídeos  Acil-CoA modular a adipogênese por meio da supressão do receptor
sintetase e lipase lipoprotéica (LPL). de vitamina D.

O mecanismo pelo qual a vitamina D influencia a O aumento da gordura corporal pode agravar a deficiência
adiposidade corporal não está completamente elucidado, de vitamina D que, por sua vez, pode aumentar ainda mais
o acúmulo de gordura e gerar um ciclo.

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Cortisol  A obesidade central é associada com aumento O filo Bacteria é o predominante e é subdivido em 4
do cortisol sérico, estimulando o consumo calórico (lipídico divisões:
e glicídico). Os receptores hipotalâmicos estimuladores de Firmicutes (64%; gram +);
neuropeptídeo Y são mediados por cortisol. Bacteriodetes (23%; gram -),
Protobacteria (8%; gram -) e a
Alteração no metabolismo de cortisol: Actinobacteria (3%; gram +).
 Aumento do clearence
 Turnover anormal do cortisol
 Alteração no metabolismo no tecido adiposo
 Aumento da produção de cortisol, via sistema
hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA)

Estratégias dietéticas para modulação de cortisol:

O fracionamento da dieta diminui os níveis de cortisol.

Outros agentes implicados na modulação de cortisol:


L-Theanina  aminoácido do chá verde;
L-Triptofano  presente em oleaginosos, soja e laticíneos;
Ômega 3  presente em peixes, linhaça e chia.

Microbiota intestinal e obesidade

Estima-se que existam 10 microrganismos por grama de


microbiota intestinal, dominada principalmente por
anaeróbios (95%) e composta por 500 a 1000 espécies.

O microbioma (genoma bacteriano) é mais de 10 vezes


Dietas ricas em proteínas e pobres em CHO teve efeitos
maior que o humano, deste modo, a microbiota intestinal é
prejudiciais à saúde do hospedeiro, por reduzir Roseburial
entendida como um órgão metabólico externo.
e Eubacterium e consequente redução na produção de
butirato.
A microbiota pode ser classificada em três filos: Eukarya,
Bacteria e Archaea.
O impacto de dietas ocidentais, ricas em polissacarídeos,
Eukarya  eucariontes
sobre a microbiota tem sido estudado.
Bacteria e Archaea  procariontes

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A ingestão de dietas ricas em fibras de polissacarídeos
promove aumento na relação Bacteriodetes/Firmicutes, Fiaf  desempenha papel na adaptação metabólica de
acompanhado de aumento de AGCC. jejum
 O FIAF inibe a atividade da LPL
Já com a ingestão de dieta rica em proteína e gordura e  Alteração de microbiota  ↓ Fiaf
pobre em fibras aumenta a Proteobacteria.
Microbiota intestinal  Absorção de subprodutos de
Disbiose  Microorganismos de baixa virulência se tornam digestão que induzem lipogênese hepática  (+) ChREBP
patogênicos  Desequilíbrio quantitativo e qualitativo (+) SREBP-1  ↑ absorção intestinal de glicose, ↑na
instalado  Afetando negativamente a saúde do indivíduo. extração energética a partir dos componentes de alimentos
não digeridos, ↑ glicemia e ↑ insulinemia.
Obesidade  Doença complexa, multifatorial,
caracterizada por acumulação de tecido adiposo 
Desequilíbrio entre a ingestão e o gasto calórico + Fatores
psicológicos e ambientais podem contribuir para
predisposição para a adipogenicidade.

Envolvimento da microbiota intestinal na regulação da


homeostase energética  Ley et al (2005): Camundongos
germ free possuíam 40% menos gordura corporal total em
comparação aos com microbiota intestinal normal (mesmo
estes últimos com ingestão calórica até 30% inferior).

Camundongos germ free assemelhados aos convencionais


(recebimento de flora do ceco de um camundongo normal):
↑60% na gordura corporal e ↑ resistência à insulina
Papel da microbiota na gênese da obesidade (?).

Ley et al (2006)  Observação da microbiota intestinal


fecal em 12 indivíduos obesos que participaram de um
programa de perda de peso por consumir dietas restritas
por um ano. Após a perda de peso: ↑ Bacteroides e
↓Firmicutes.

EVASYON (2009)  Composições microbiota fecal de


adolescentes com sobrepeso e obesos. 10 semanas de
restrição de energia + exercício  Redução >4 kg de peso
corporal e ↑ significativo na população do grupo de INTERAÇÃO DIETA E INFLAMAÇÃO
Bacteroides.
Alteração da microbiota : Elevação de marcadores
Mecanismos propostos: inflamatórios IL-1, TNF-α, IL-6
Diminuição da síntese de tecido adiposo branco  Papel
do Fiaf (fasting-induced adipose factor ) Resistência à insulina  Dietas ricas em gorduras e
pobres em fibras (“dieta ocidental”) : inflamação de baixo
grau

Alteração negativa da microbiota intestinal


 ↑ bactérias gram negativas ( possuem LPS)
 ↓ Biffidubacterias

Ácidos graxos de cadeia curta (AGCC)  ligantes


fisiológicos dos receptores GPR43 e 41, expressos em
diversas células (imune, endócrinas e adiposas).

GPR43 e 41 inibição da lipólise; (+) diferenciação dos


adipócitos e ↑ tecido adiposo.

AGCC  Reguladores do metabolismo energético, da


imunidade e da expansão do tecido adiposo.

Estratégias dietéticas para modulação de microbiota


intestinal  ABORDAGEM ADICIONAL A TERAPÊUTICA
 tratamentos com a manipulação da flora intestinal com
antibióticos; ProBIO; PreBIO; SimBIO.

Lee e colaboradores (2006)  efeito anti-obesidade do


Lactobacillus rhamnosus PL 60  Produção de ácido
linoléico conjugado (CLA), ↓Gordura abdominal e ↓peso.

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Kadooka et al (2010)  Lactobacillus gasseri SBT 2055
(LG2055)  Efeito positivo na redução de gordura
abdominal e efeito benéfico no tratamento de desordens
metabólicas.

Suplementação de FOS (frutoligossacarídeos)  Melhora


na tolerancia à glicose
 ↑ sensibilidade à insulina
 ↓ grau de inflamação / endotoxemia
 ↓ citocinas pró-inflamatórias (plasmáticas e tecido
adiposo)
 ↑ Bifidobacterium SSP

Suplementação de oligofrutose (>20g/12 semanas):


 Redução de peso
 Menor ingestão calórica
 Melhora da tolerância à glicose
 ↓ grelina pós-prandial
 ↑ resposta ao peptídeo YY

Abordagem farmacológica do tratamento do excesso


de peso – prescrição de medicamentos sintéticos é
EXCLUSIVA MÉDICA!

Recomendada a:
 pacientes obesos com índice de massa corporal (IMC)
maior ou igual a 30 kg/m²; ou
 pacientes com sobrepeso (IMC maior ou igual a 27
kg/m²) que tenham comorbidades associadas
(hipertensão arterial, DM tipo 2, dislipidemia e
obesidade central).

Indicações:
-perda de peso; e
-manutenção da perda de peso (quando a medicação é
usada em conjunto com modificações na dieta e a prática Percentual de gordura corporal
regular de exercícios físicos).  Análise por dobras cutâneas (?)
 Análise por bioimpedância (?)
Categorias de medicamentos:  Estimativa com circunferência de cintura (?)
Atuam sobre o SNC modificando o apetite;
Aumentam a termogênese Bioimpedância elétrica (BIA)  método não invasivo,
Atuam sobre o sistema gastrointestinal inibindo a absorção rápido, com boa sensibilidade, indolor.
de gorduras.
Para realizar o exame, é necessário tomar algumas
Nos Estados Unidos, a agência de controle de remédios medidas para evitar erros de análise:
(Food and Drug Administration – FDA) aprova, atualmente,
 Suspender o uso de medicamentos diuréticos de 24
apenas dois medicamentos para ajudar o paciente a
horas a 48h antes do teste;
perder peso: sibutramina e orlistat.
 Estar em jejum de pelo menos 4 horas;
TRATAMENTO DO EXCESSO DE PESO  CONDUTA  Estar em abstinência alcoólica por 24 a 48 horas;
DIETÉTICA  Evitar o consumo de cafeína 24 horas antes do teste.
 Estar fora do período pré menstrual;
Avaliação nutricional  Levar em consideração os  Não ter praticado atividade física intensa nas últimas
antecedentes pessoais, familiares, socioculturais. 24 horas;
 Urinar pelo menos 30 minutos antes da medida;
Abordar possíveis fatores desencadeadores e  Permanecer pelo menos 5 -10 minutos de repouso
mantenedores do excesso de peso. absoluto em posição de decúbito dorsal antes de
efetuar a medida.
Observar hábitos alimentares, atividade física, estilo de
vida e aspectos psicológicos. Contraindicação absoluta para a realização do teste:
Portadores de marcapasso e gestantes
Antropometria:
Peso Recomenda-se beber 2 litros de água no dia anterior: o
Altura nível de desidratação e a temperatura ambiente também
História de ganho de peso podem apresentar alguma influência na qualidade das
Circunferência de cintura informações.
Circunferência de quadril

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Critérios para seleção das estratégias de tratamento da obesidade:

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Dietas desbalanceadas em calorias:  Termogênese Facultativa  mediado pela ingestão
dietética e ativação do Sistema Nervoso Simpático
Podem ser subdivididas em: (SNS). Estimulação de receptores beta-adrenérgicos.
 Dietas ricas em PTN: 40 – 45% VET; Acredita-se que corresponda a cerca de 40% da
 Dietas de baixa gordura: 30 – 35% VET; Termogênese Induzida pela Dieta.
 Dietas de baixo CHO : 20 – 25% VET.
 Dietas pobres em calorias. Gasto energético basal diminui em resposta a restrição
calórica  Pacientes com excesso de peso  Diminuição
Induzem sucesso e perda de peso apenas com no GEB e diminuição da taxa de perda de peso em dietas
acompanhamento de um profissional nutricionista ou de menor valor calórico.
médico.
Recentemente tem-se aumentado o interesse em produtos
Fornecem de 800 a 1200 calorias (mulheres) ou 800 a que auxiliem a perda de peso  Ingredientes bioativos não
1500 calorias (homens). calóricos. Balanço Energético: alterando o gasto
energético e (+) a oxidação de substratos (em especial
Necessitam de suplementação vitamínica e minerálica. tecido adiposo), promovendo sensação de apetite.

Segundo as características da dieta, as dietas Ferramentas de manejo da obesidade, incluindo o


hipocalóricas desbalanceadas podem promover: consumo de cafeína, capsaicina e diferentes chás, como o
 Efeito io-iô (reganho de peso ou ciclo de peso) ; verde, branco e chá oolong  Gasto energético (4-5%) e
 Maior flacidez, em especial em idosos; oxidação de gordura (10-16%). Propostos como
 Efeito rebote/transgressões dietéticas; estratégias para perda de peso e manutenção do peso.
 Aspecto andróide (efeito endócrino);
Alimentos termogênicos  maior dificuldade ao processo
 Agrava deficiência de micronutrientes;
digestivo  (+) Atividade SNS (VRF aumento de PA), (+)
 Rápido abandono da dieta;
Termogênese Facultativa, aumento de temperatura
 Promove pouca saciedade. corporal e aumento do Gasto Energético.
Dieta hipocalórica balanceada: plano mais prescrito e
Elementos estudados:
indicado. - cafeína;
- capsaicina e capsiato;
Baseadas no consumo alimentar do cliente. - catequinas;
 Reduz-se de 500 a 1000kcal frente ao consumo - lipídios isolados;
dietético. - alho; e
 Dieta equilibrada, rica em proteína (15 – 20%), pobre - proteína da dieta.
em gorduras (<30%) e adequada em CHO (45 a 60%).
 É o método mais comum e flexível para promover TRATAMENTO DO EXCESSO DE PESO  APOIO
perda de peso com adequação em micronutrientes. FITOTERÁPICO

Hipocalórica balanceada  Pode-se reduzir no máximo Tratamento da obesidade:


1000kcal conforme consumo. Uso do método direto?  Modificação do estilo de vida, e
 Ausência de sucesso de tratamentos conservadores:
farmacoterapia.

Métodos anti-obesidade disponíveis são:


 agentes farmacológicos moduladores da homeostase
energética; e
 Baseia-se na redução de CHO totais – 45% a 60%  inibidores de absorção.
VET;
 Redução do consumo de lipídos – 25 a 30% VET; Verificação de estudos que façam uma comparação direta
entre as diferentes intervenções disponíveis para o
 Aumento da ingestão de proteínas – 1,0 a 1,5g/kg (20
tratamento da obesidade.
a 25% VET)
Intervenção mais segura e mais efetiva na manutenção do
Uso de alimentos termogênicos no apoio ao
peso em longo prazo.
tratamento do excesso de peso:

Interação do Gasto Energético Basal com a ingestão de


alimentos  TID: Menor componente. Influencia cerca de
10% do Gasto Energético Basal.

Componentes da TID: Termogênese Obrigatória e


Facultativa.

 Termogênese Obrigatória  Digestão, absorção,


transporte e estoque de nutrientes. Modulado por
fatores como atividade de sistema nervoso
parassimpático e tolerância à glicose.

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Fitoterápicos de ação termogênica CHÁ VERDE (Camellia sinensis) – parte utilizada: folhas.

1. Chá verde Compostos bioativos: Catequinas (50 – 95%), alcalóides,


óleo essencial, bioflavanóides, teogalina, ácido gálico,
Camellia sinensis é uma espécie da família Theaceae, ácido quinico, cafeína (1 – 5%) e taninos.
popularmente conhecida como chá e chá-da-índia.
Marcador / padronizador: polifenóis catequinas.
Esta mesma espécie dá origem a milhares de chás
diferentes, de acordo com as condições de cultivo, coleta, Indicações/Ações terapêuticas por via oral: Estimula a
preparo e acondicionamento das folhas. beta-oxidação, antioxidante, estimulador beta-adrenérgico.

Tipos de chás: Posologia: ESP 50% catequinas; 250mg; 1-2x ao dia.


 Chá branco (não fermentado, produzido das mais
tenras folhas, mais raro e caro), Obs.:
 Chá verde (levemente fermentado),  Pode alterar pressão arterial;
 Chá oolong (com fermentação mediana, com  Evitar uso concomitante com anticoagulantes ou
características gustativas próximas ao chá verde), antiagregantes plaquetários;
 Chá vermelho (as folhas são prensadas e maturadas  Reduz a absorção de ferro e folato;
em barris) e  Risco de hepatotoxicidade;
 Chá preto (bem fermentado e forte).  Não ingerir em jejum.

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2. Pimenta doce
Indicações/Ações terapêuticas por via oral: Ativação de
Capsicum annuum é uma espécie de planta do gênero receptores vaniloides tipo 1 (intestino). Parece interferir no
Capsicum, nativa do México. A variedade mais comum gasto energético (aumento), oxidação de gorduras
desta espécie é o pimentão. (aumento) e no apetite (diminuição).

Outras variedade são algumas das mais conhecidas Posologia: ESP 40% de capsinoides totais; 15mg; 1-2x ao
pimentas mexicanas, por exemplo: o jalapenho, o poblano dia.
e o ancho. É desta espécie que derivam as especiarias
pimenta-caiena e páprica.
Obs.: Pode alterar pressão arterial. Por ser expresso em
PIMENTA DOCE (Capsicum annuum) – parte utilizada: capsinoides totais, pode-se ter resposta secretória de
frutos. gastrina e consequente hipercloridria / irritação gástrica.

Compostos bioativos: Capsinoides (capsaicina e capsiato).


Marcador / padronizador: capsonóides totais.

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3. Laranja amarga A erva-mate (Ilex paraguariensis), também chamada mate
ou congonha, é uma árvore da família das aquifoliáceas,
A laranja-azeda ou laranja-amarga (Citrus aurantium) é originária da região subtropical da América do Sul.
uma espécie de citrino da família Rutaceae.
É consumida como chá (quente ou gelado), chimarrão ou
Estudos clínicos mostram que componentes do citrus tereré no Brasil, no Paraguai, na Argentina, no Uruguai, na
aceleram o metabolismo, promovendo um maior gasto de Bolívia e no Chile.
calorias e, consequentemente, a queima de estoques de
gordura. ERVA MATE (Ilex paraguaiensis) – parte utilizada: folhas.

LARANJA AMARGA (Citrus aurantium) – parte utilizada: Compostos bioativos: Flavonoides, terpenóides, xantinas
frutos. (cafeína, teofilina, teobromina), saponinas e taninos.

Compostos bioativos: Bioflavonóides, substâncias Marcador / padronizador: alcalóides.


amargas, tangeritina e as aminas: sinefrina, N-
metiltiramina, hordenina, octopamina e tiramina. Indicações/Ações terapêuticas por via oral: Estimulante
físico e metal (infuso como chá alimento), antioxidante,
Marcador / padronizador: sinefrina retarda esvaziamento gástrico, redução da gordura
visceral (aumento de AMPc).
Indicações/Ações terapêuticas por via oral: Termogênico.
afinidade ao receptor Beta3 (presente nos adipócitos,
músculo e fígado) mas de forma não específica. Posologia: Não há padronizações do uso de Ilex
paraguaiensis.
Posologia: ESP 6% de sinefrina; 200mg; 1-3x ao dia.
No Brasil há a venda do extrato seco vetorizado na forma
Obs.: Pode alterar pressão arterial. Interage com de Pholia Negra®, com dose diária de 50 a 150mg antes
medicamentos inibidores da MAO. das principais refeições (30 minutos antes das principais
refeições).
4. Erva mate | Pholia negra®
Efeitos colaterais: aumento de pressão arterial e insônia.

13
Fitoterápicos de ação na modulação metabólica Indicações/Ações terapêuticas por via oral: modulação
metabólica.
1. Garcínia
Posologia: ESP 50% ácido hidroxicítrico (HCA); 500mg; 3-
A Garcinia cambogia é uma planta originária das florestas 6x/dia.
do Camboja, sul da África e Polinésia.
O HCA é inibidor da citrato liase (conversão de CHO em
Essa fruta contém, em sua casca, ácido hidroxicítrico LIP)  saciedade.
(HCA), de composição similar ao ácido cítrico, ao qual se
tem atribuído papel importante no metabolismo dos ácidos Contraindicações: pode interagir com hipoglicemiantes e
graxos, carboidratos e inibição do apetite. agentes hipolipidemiantes.

Os constituintes com ação na obesidade são lactonas Toxicidade: aplasia medular.


hidroxicítricas (HCA) e fibras (pectinas, predominantes na
polpa do fruto). 2. Manga africana

O HCA inibe a ação da ATP citrato-liase, inibindo Árvore natural da África e do Sudeste Asiático. O fruto é
lipogênese. uma grande drupa com polpa fibrosa.

O mecanismo de ação pelo qual o HCA promove a A composição de ácidos graxos das sementes o ácido
diminuição da lipogênese, está relacionado com a inibição mirístico (33-70%), ácido láurico (20-59%), ácido oleico (1-
da clivagem do citrato, pela enzima ATPcitrato 11%), ácido palmitico (2%) e ácido esteárico (1%).
desidrogenase.
MANGA AFRICANA (Irvingia gabonenses) – parte
Ao inibir a clivagem o HCA impede a liberação de acetil- utilizada: sementes.
CoA, substrato necessário para a síntese dos ácidos
graxos, gerando um aumento do glicogênio hepático, Componentes principais:
diminuindo assim o apetite e o ganho de peso. Ácido elágico, mono-, di-, e tri-O-metil-elágico e alguns
glicosídeos de cadeia longa.
Quando as taxas de glicogênio hepáticas estão elevadas,
diminui-se a expressão de receptores de glicose em O uso de um extrato de sementes de I. gabonensis tem
fígado, promovendo sinais cerebrais de saciedade. sido estudado como fonte de fibra dietética útil para
diminuir as concentrações de colesterol e glicose em
O HCA estimula a liberação de serotonina, que aumenta a diversas patologias, incluindo diabetes e obesidade.
sensação de bem estar e reduz o apetite.
O uso de um extrato de sementes de I. gabonensis tem
Estudos indicam que o HCA reduz a síntese hepática de sido estudado como fonte de fibra dietética útil para
colesterol e de ácidos graxos, com redução dos níveis diminuir as concentrações de colesterol e glicose em
séricos de triglicerídeos e colesterol (modelo animal). diversas patologias, incluindo diabetes e obesidade.

GARCINIA (Garcínia cambogia) – parte utilizada: frutos. O esvaziamento gástrico é retardado e a absorção de
glicose em nível intestinal é reduzida, conduzindo a uma
Compostos bioativos: melhor sensibilidade à insulina nos tecidos.

Antocianosídeos, compostos fenólicos (bioflavonóides, O uso de um extrato de sementes de I. gabonensis tem


xantonas - HCA). sido estudado como fonte de fibra dietética útil para
diminuir as concentrações de colesterol e glicose em
Marcador / padronizador: ácido hidroxicítrico. diversas patologias, incluindo diabetes e obesidade.

14
Atenção: Ausência de estudos em humanos e de
O esvaziamento gástrico é retardado e a absorção de segurança:
glicose em nível intestinal é reduzida, conduzindo a uma
melhor sensibilidade à insulina nos tecidos.  Coleus forskohlii (Coleus®)
 Cereus sp. (Koubo®)
Este extrato também foi demonstrada em modificar a  Hibiscus sabdariffa (Hibisco)
distribuição de fosfolipídios, o que reduz as concentrações  Persea americana (Abacateiro)
plasmáticas de colesterol e os triglicerídeos totais.
Fitoterápicos de ação na inibição da digestão
Através da modulação do fator PPAR-γ, Irvingia
Gabonensis atua no metabolismo de carboidratos, melhora Os agentes inibidores de amilase e lipase pancreática são
a sensibilidade à insulina. os agentes de escolha, dado impacto dos mesmos na taxa
de absorção de carboidratos, lipídios e consequente apoio
Melhora a sensibilidade à leptina, reduz proteína C reativa no controle glicêmico e lipêmico.
e inibe amilase pancreática.
Fitoterápicos comumente relatados em literatura são:
NGONDI et al (2005)  ECR duplo-cego em 40 indivíduos  Feijão branco (Phaseolus vulgaris);
obesos  I. gabonensis ou placebo na dose de 1,05g três  Cissus (Cissus quadrangulares) e
vezes/dia por 1 mês  Redução de 5,25 kg de peso  Manga africana (Irvingia gabonenses)
corporal total (P <0,001), redução de colesterol total, LDL-
C e triglicérides e aumento do HDL-C. 1. Feijão branco
Posologia: Três espécies de feijão são muito cultivadas no Brasil:
 Phaseolus vulgaris, o feijão comum.
Não há padronizações do uso de Irvingia gabonensis.
 Vigna unguiculata, vulgarmente chamado de feijão de
corda, predominante na região Nordeste e na
No Brasil há a venda do extrato seco patenteado na forma
Amazônia
de Ayslim®, com posologia de100mg, duas vezes ao dia,
antes das principais refeições.  Cajanus cajan, feijão-guandu ou andu, comum no
Nordeste
Contraindicações: não utilizar em pacientes com diabetes.
Feijão branco (Phaseolus vulgaris) – parte utilizada: frutos.
3. Café verde
Compostos bioativos:
Coffea canephora (Café Robusta; sin. Coffea robusta) é Inibidores de enzimas, lectinas, fitatos, oligossacarídeos, e
uma espécie de café originária da África Ocidental. polifenóis.

É cultivado principalmente na África e no Brasil onde é Quercetina, campferol, ácido p-cumárico, ácido ferúlico,
chamado às vezes de Conillon. ácido p-hidroxibenzóico e ácido vanílico, rafinose,
estaquiose, verbascose e ácido fítico.
Possui duas vezes mais cafeína que o Coffea arabica.
Celleno et al. (2007)
CAFÉ VERDE (Coffea canephora) – parte utilizada: folhas.
- Suplemento dietético contendo 445mg de extrato seco
Componentes principais: padronizado de P. vulgaris a 56% de faseolamina, por 30
ácido clorogênico e cafeína. dias de tratamento
- Dieta de 2000 a 2200 calorias
Estudos in vitro demonstraram que o acido clorogenico,
em particular o acido 5-cafeionilquinico reduziu a absorção Reduções significativas de peso corporal (4%), massa
intestinal de glicose e inibiu a atividade da glicose-6- gorda (10%), e circunferências da cintura / quadril (3% e
fosfatase. 1,3%, respectivamente).

Consequentemente tem-se efeito hipoglicemiante e GRUBE et al (2014)  P. vulgaris; ESP (500mg de


lipolitico. princípio ativo – faseolamina)  12 semanas de dieta
hipocalórica; Manutenção de peso após perda (24
Posologia: ESP 50% ácido clorogênico, 150 – 300mg/dia. semanas de intervenção).

Contraindicações: não utilizar em pacientes com No final do estudo, o grupo que recebeu P. vulgaris
hipertensos ou que utilizam inibidores da MAO. perderam uma média de 2,91 ± 2,63 kg em peso corporal,
em comparação com 0,92 ± 2,00 kg no grupo de placebo
Toxicidade/Contraindicações: (p <0,001).

Verificam-se interações entre o café e alguns fármacos Durante a fase de manutenção de peso, 36 de 49
antidepressivos inibidores da MAO e a tiramina, presente pacientes (73,5%) foram capazes de manter o seu peso,
no café, o que pode conduzir a crises de hipertensão; mesmo sem restrições dietéticas.

Interações entre a teofilina, utilizada como broncodilatador Nenhum evento adverso grave ou relacionados foram
e broncoas relatados ao longo do período combinado de 36 semanas.

15
Os resultados indicam que a P. vulgaris é segura e eficaz Konjac (Amorphophallus konjac ) – parte utilizada: raiz.
tanto para perda de peso quanto manutenção do peso
perdido. Compostos bioativos:
A raiz de konjac é muito rica em vitaminas, minerais e
Posologia: Pó: 250 a 500mg; 1-2x ao dia, 30 minutos antes fibras. Ele também contém selênio, ferro, fósforo, potássio
das refeições ricas em amido. e cálcio. A raiz também contém muitos tipos de
aminoácidos essenciais e ácidos graxos poliinsaturados.
Contraindicações: mulheres grávidas, diabéticos insulina
dependente e indivíduos insulina dependente. Das fibras, destaca-se a glucomanana, que retém água,
forma gel, promove saciedade e retarda a absorção de
Efeitos colaterais: distensão abdominal, gases e diarreia. glicose.

2. Cissus Posologia: 1500 a 2000mg de pó, antes das principais


refeições.
Cissus quadrangularis é uma planta da mesma família da
uva, que tem sido utilizada como erva medicinal por Efeitos colaterais: pode promover inchaço, dor abdominal,
diversos povos orientais. gases e diarréia.

Originária do Sudeste Asiático e também da África, é muito Não administrar por via oral, na forma de pó, em doses
popular na Índia, onde tem sido aplicada há muito séculos superiores a 500mg, pois, devido ao efeito higroscópico,
na tradicional medicina ayurvédica. pode causar asfixia.

Compostos bioativos: 2. Guar


 5HTP;
 Flavonóides e indanos, Guar é uma goma obtida das sementes da Cyamopsis
 Fitoesteróis e ceto-esteroides. tetragonolobus ou da Cyamopsis psoraloides, nativas da
Índia.
C. quadrangulares apresenta eficaz ação na inibição de
lipase e amilase. Cultivada também no Paquistão (onde se concentram os
produtores), é utilizada na indústria de alimentos.
Proporciona perda de peso através de redução do
estresse oxidativo e da redução da absorção de lipídeos e É uma goma de sementes, utilizada como espessante e
carboidratos de dieta. aditivo alimentar.

Posologia: ES (20:1) 150mg 2 vezes ao dia; 30 minutos GUAR (Cyamopsis tetragonolobus) – parte utilizada:
antes das refeições. sementes.

Contraindicações: não utilizar em pacientes com diabetes. Compostos bioativos:


Goma guar.
OBEN et al (2008)  ECR 10 semanas, envolvendo 72
participantes obesos ou com sobrepeso. Placebo (250mg), Guar tem sido utilizado para redução dos níveis de
Cissus quadrangulares (150mg), e combinação Cissus colesterol a partir do aumento da excreção dos ácidos
(150mg) / Irvingia (100mg). biliares em fezes e uma diminuição da absorção de lipídios
dietéticos.
Em termos de alteração percentual média intragrupo
desde o início até 10 semanas, o placebo, CQ e grupos de A perda de peso pode ser conseguida pelo aumento da
combinação CQ-IG perdeu 2,1%, 8,8% (p <0,05), e 11,9% excreção fecal de lipídios e pela sensação de plenitude e
(p <0,05), respectivamente. de saciedade precoce.

Atenção: Ausência de estudos em humanos e de Posologia: 1 a 2g, 3 vezes ao dia, um pouco antes ou
segurança! durante as refeições.
 Cassia noname (Cassiolamina®)
 Opuntia fícus-indica (Neopuntia®) Cada dose da Goma Guar, deve ser dispersa em 150 ml
de água gelada.
Fitoterápicos de ação no aumento da saciedade
3. Griffonia
1. Konjac
A Griffonia simplicifolia é uma planta nativa de países
Konjac, também conhecido como Amorphophallus konjac, como Gana e Tongo, no Oeste da África.
é uma planta perene, nativa do Japão, China e Indonésia.
Suas sementes são utilizadas como suplemento natural
Konjac parece ser benéfica para certas condições de por serem fonte de 5- hidroxitriptofano (5-HTP), um
saúde, tais como colesterol elevado, constipação e precursor direto de serotonina.
obesidade.
Griffonia (Griffonia simplicifolia) – parte utilizada:
Amorphophallus konjac toma uma forma de massa sementes.
gelatinosa quando misturado com água.
Compostos bioativos:
5-HTP.
16
O extrato seco padronizado apresenta no mínimo 95% de
5-HTP. É uma planta nativa do Brasil sendo comumente
encontrada nos estados de Minas Gerais, Bahia, Acre e
Indicações/Ações terapêuticas: auxilio no processos de Goiás.
depressão e compulsão alimentar, por estímulo às vias
serotoninérgicas. As propriedades terapêuticas dessa planta podem estar
atribuídas à presença de ativos como a cafeína, potássio,
Posologia: taninos, alantoína e ácidos graxos.
ESP 95% 5HTP; 50mg; 6/6h.
PORANGABA (Cordia ecalyculata) – parte utilizada: planta
Contraindicações: pacientes em uso de antidepressivos, inteira.
medicamentos ISRS ou ISRSN e pacientes em uso de
bebidas alcoólicas. Compostos bioativos:
Alantoína, ácido alantóico
Acima de 70mg por dose promove epigastralgia. (dose
máxima de 300mg/dia). Indicações/Ações terapêuticas: sacietógeno, redução da
gordura visceral e diurética.
4. Gymnema
Posologia:
A Gymnema sylvestre é uma planta da família Não há padronizações do uso de Cordia eucalyculata. No
Asclepiadaceae, natural das florestas tropicais das áreas Brasil, Seu extrato super concentrado (20:1) foi registrado
central e sul da Índia e também na África. sob a marca PholiaMagra ® ou Lipoless®, com dose diária
de 150 a 300mg antes das principais refeições (30 minutos
Seu uso já fora descrito, como diurético adstringente, antes das principais refeições).
tônica, estimulante cardíaca, circulatório e urinário, entre
outras. Efeitos colaterais: aumento de pressão arterial e insônia.

As folhas da Gymnema silvestre, possuem entre outras 6. Pinus


substâncias, o ácido Gimnêmico, farmacologicamente
ativo, responsável pelas propriedades hipoglicemiantes, Pinus koraiensis é uma espécie de pinheiro originária do
antidiabéticas e adaptogêníca da planta. Velho Mundo, mais precisamente da região da Ásia.

A Gymnema é capaz de reduzir a concentração de glicose, Ricas em ácido pinoléico, suas cascas são objeto de
mediada por estímulo direto à liberação de Insulina, ou estudo para desenvolvimento de agente antiobesidade
estímulo de um ou mais hormônios entéricos, estimulador de peptídeos anorexigênicos.
responsáveis pelos sinais lnsulinogênicos, promovendo
assim, consequente liberação de insulina. Posologia: Não há padronizações do uso de Pinus
koraiensis.
GYMNEMA (Gymnema sylvestre) – parte utilizada: folhas.
No Brasil há a venda de pó patenteado como PinnoThin®,
Compostos bioativos: com dose usual de 3,0g, duas vezes ao dia, antes das
Ácidos gimnêmicos. principais refeições  Ausência de estudos de segurança!

Indicações/Ações terapêuticas: através de sua propriedade Atenção  agentes em discussão!


adaptogênica, promove-se a homeostase da glicose
sanguínea, pelo aumento dos níveis de insulina sérica.  Plantago ovata  a indicação da ANVISA é para
Síndrome do Intestino Irritável (prescrição médica) e
A melhora da resistência insulínica promoveria feito para constipação ocasional .
sacietógeno.
 Hoddia gordonii  ausência de estudos de segurança
Posologia: ESP 25% ácidos gimnêmicos; 250mg; 1-3x/dia.
Infusão: 2g de folhas secas rasuradas/xícara (2-3x/dia);  Caralluma fimbriata  PROIBIDA pela ANVISA em
Pó: 2-4g de folhas secas pulverizadas (2-3x/dia). 2010 (RE ANVISA 5.915/2010).

Aumenta a secreção de insulina, inibe a captação intestinal


de glicose, altera a percepção do paladar doce. TRATAMENTO CIRURGICO DO EXCESSO DE PESO
Contraindicações: pode interagir com hipoglicemiantes. CANDIDATOS A CIRURGIA BARIÁTRICA
5. Porangaba | Pholia magra® Insucesso no tratamento clínico convencional
(medicamentoso, orientação alimentar, atividade física,
O gênero Cordia é constituído por cerca de 2.000 espécies acompanhamento psicológico)
difundidas nos trópicos, nas regiões temperadas e árticas.
IMC ≥ 35 com co-morbidades ou IMC ≥ 40
A Cordia ecalyculata Vell ou Cordia salicifolia Cham é
popularmente conhecida pelos nomes porangaba,
cafezinho, café-do-mato, chá-de-frade, louro-salgueiro e
louro-mole.
17
IMC entre 30 e 35 na presença de comorbidade que Acima de 65 anos : avaliação individual pela equipe
tenham obrigatoriamente a classificação “grave” por um multidisciplinar, considerando risco cirúrgico, presença de
médico especialista na respectiva área da doença. comorbidades, expectativa de vida, benefícios do
emagrecimento.
Também obrigatória a constatação de “intratabilidade
clínica da obesidade” por um(a) Endocrinologista. Levar em conta na escolha do procedimento limitações
orgânicas da idade, como osteoporose.
Recomendação: a equipe cirúrgica e a instituição
hospitalar envolvidas devem manter registro de “indicação Não há contraindicação formal em relação a essa faixa
especial por comorbidez grave” nestes casos, anexando etária isoladamente.
documento emitido por especialista na área respectiva da
doença Em relação ao tempo da doença

Idade: Apresentar IMC e comorbidade sem faixa de risco há pelo


menos 2 anos e ter realizado tratamentos convencionais
Abaixo de 16 anos : não há estudos suficientes que prévios e ter tido insucesso ou recidiva do peso, através de
corroborem esta indicação, com exceção aos casos dados colhidos na história clínica.
Síndromes Genéticas onde devem ser operados com o
consentimento da família disposta ao acompanhamento de Essa exigência não se aplica: em casos de pacientes com
longo prazo do paciente. IMC maior que 50 e para pacientes com IMC entre 35 a 50
com doenças de evolução progressiva ou risco elevado.
Não há dados seguros também que contraindiquem os
procedimentos ou comprovem haver prejuízos aos Contraindicações:
pacientes submetidos a cirurgias da obesidade nesta faixa  Risco anestésico
etária.  Hipertensão portal com varizes esofagogástricas
 Limitação intelectual significativa em pacientes sem
Recomendação : avaliação de riscos pelo cirurgião e suporte familiar adequado
respectiva equipe multidisciplinar, registro e documentação  Quadro de transtorno psiquiátrico atual não
detalhada, aprovação expressa dos pais ou responsáveis. controlado, incluindo-se uso de álcool ou drogas
ilícitas
Entre 16 a 18 anos: sempre que houver indicação e
consenso entre a família e equipe multidisciplinar. Observação: Quadros psiquiátricos graves, porém sob
controle, não contraindicam os procedimentos.
Entre 18 e 65 anos: sem restrições, quando indicado.
TIPOS DE PROCEDIMENTOS:

18
Banda gástrica ajustável

Complicações nutricionais:
 Ferro: ingestão reduzida e a diminuição de suco
gástrico. Déficit 25-52%. Mínima suplementação de
50mg ferro elementar/dia.
 Nenhuma complicação nutricional
 Cálcio e Vitamina D: ingestão reduzida e diminuição
de suco gástrico. Déficit 10-50%. Mínima
suplementação de 1000-1500mg cálcio /dia.
Sleeve
 Vitamina B12: ingestão reduzida, diminuição de suco
 Gastrectomia tubular ou cirurgia da manga gástrica.
gástrico e ausência fator intrínseco. Déficit 37%.
 Por videolaparoscopia.
 Grampeamento em tubo. Bypass em Y-Roux
 Este tubo gástrico têm em média de 150 a 200 ml.
 Ressecção do fundo gástrico (↓ grelina).

19
VANTAGENS  Operação de grande porte
 Segura  Alterações metabólicas e eletrolíticas importantes
 Eficiente  Controle clínico permanente
 Longa avaliação disponível  Exclusão de duodeno
 Gastrorestritiva e disabsortiva  DEP importante

DESVANTAGENS
 Operação de grande porte
 Controle clínico permanente
 Exclusão gastroduodenal
 Vômitos (FobiCapella)
 Estenose (Higa)

Implicações nutricionais:
 Deficiência de vitaminas lipossolúveis ( ↓ 50%
absorção de vitamina A, D e K, mesmo recebendo
suplementação);
 Desnutrição protéico-calórica (18% cursam com
hipoalbuminemia);
Técnicas mistas disabsortivas  25% cursam com hipocalcemia;
 32% cursam com anemia carencial
 Diarréia e desidratação.
VANTAGENS
 Segura
Evolução da dieta no pós-operatório
 Eficiência em grandes obesos
 Longa avaliação disponível
 Maior conforto na ingestão

DESVANTAGENS

20
21
22
23
- Vitaminas lipossolúveis;
- Metabolismo ósseo
PTH intacto;
Cálcio em urina de 24h;
Osteocalcina.

Anualmente:
- Zinco;
- Selênio.

SUPLEMENTAÇÃO PÓS-INTERVENÇÃO
ROTINAS LABORATORIAIS PÓS-OPERATÓRIAS
1. Bypass em Y-Roux
1. Bypass gástrico em Y-Roux
Estômago:
A cada 3-6 meses:
Menor produção de ácido comprometendo a absorção
- Hemograma completo / plaquetas;
ferro, ácido fólico e vitamina B12.
- Eletrólitos;
- Glicose;
Jejuno proximal:
- Status de ferro / ferritina;
Alteração enzimática interferindo absorção de vitaminas
- Status de Vitamina B12 (Ácido metilmalônico);
complexo B (em especial ácido fólico), Vitaminas A, D e E,
- Homocisteína;
ferro, cálcio, fósforo, zinco e magnésio.
- Provas de função hepática (GGT opcional);
- Perfil lipídico;
Duodeno excluso:
- Status de vitamina D (25-hidroxivitamina D).
Comprometimento da absorção de micronutrientes
principalmente as vitaminas lipossolúveis, cálcio, ferro,
magnésio, zinco, tiamina e vitamina B12.
Opcional:
- PTH intacto;
2. Sleeve
- Tiamina;
- Status de folato (folato eritrocitário).
Menor produção de ácido que interfere na absorção de
ferro, ácido fólico, cálcio e vitamina B12.
2. Derivação biliodigestiva:
Trânsito duodeno-jejunal mais acelerado.
A cada 3-6 meses:
- Hemograma completo / plaquetas;
Prejuízo na absorção de zinco, ferro e selênio.
- Eletrólitos;
- Glicose;
3. Disabsortivas
- Status de ferro / ferritina;
- Status de Vitamina B12 (Ácido metilmalônico);
Deficiência de vitaminas lipossolúveis (↓50% absorção de
- Homocisteína;
vitamina A, D e K);
- Provas de função hepática (GGT opcional);
- Perfil lipídico;
Desnutrição protéico-calórica;
- Albumina e pré-albumina;
- Status de folato (folato eritrocitário).
Diarréia e desidratação.
A cada 6-12 meses:

24
Cálcio: Deficiência menos comum - absorção em todo TGI.

Suplementação de 1200-1500mg dia de cálcio na forma de Na ausência de suplementação ou ingestão adequada os


citrato preferencialmente em doses divididas, associado a estoques de folato podem se esgotar em poucos meses de
vitamina D 3.000UI/dia. pós-operatório.

Manter níveis de Vitamina D3 >30ng/ml. Recomendação : 400mcg/dia.

Vitamina D: Vitamina B12:

Absorvida preferencialmente no jejuno e no íleo. Deficiência comum nas cirurgias bariátricas.


As recomendações para suplementação de vitamina D no
pós-operatório para prevenir perdas ósseas são variáveis. Prevenção: 350-500mcg/dia na forma oral/sublingual ou
3000mcg a cada 6 meses na forma intramusucular (IM).
Prevenção: 1000-3000UI/dia Tratamento:1000-2000mcg/dia por via oral/sublingual
Tratamento: 50.000-100.000UI/semana em caso de ou1000mcg/semana IM até a correção.
deficiência severa
Prescrição IM- exclusiva médica
Ferro:
Vitamina A:
Avaliar marcadores: ferritina, Hb, VGM
Fatores que diminuem a absorção: taninos, cálcio, Vários fatores contribuem para o risco de deficiência nos
refrigerantes, mate, café pacientes submetidos ao ByPass, incluindo o estresse
Fatores que aumentam a absorção: presença ácido, doses oxidativo, má absorção e ingestão insuficiente de lipídeos
fracionadas de vitamina C(<1gdia) e de alimentos ricos em vitamina A.

Observar possíveis anemias não associadas à ferro: Prevenção: feita com multivitamínico de rotina.
Vitamina B12, folato, zinco, selênio, cobre e proteína. Tratamento: 10.000UI/dia

Prevenção: Ferro elementar (quelato) 40-60mg/dia ao dia Vitamina B1(tiamina):


por via oral associado a vitamina C (dose fracionada) para
melhorar a absorção do ferro. Deve ser mantida na rotina de suplementação
multivitamínica.
Tratamento: Ferro elementar (quelato)100-200mg/dia
meses associado a vitamina C ou infusão endovenosa de Carência evidenciada 8-15 semanas de pós-op.
ferro.
Deficiência severa - reposição EV 500mg/dia (3ª 5 dias),
Avaliar interferência do ferro na absorção de cálcio, zinco e 250mg/dia (3ª 5 dias), e posteriormente via oral 100mg/dia
magnésio (pacientes bariátricos necessitam de múltiplas até resolução dos sintomas.
suplementações).
Prescrição EV (endovenosa) - exclusiva médica
Ácido Fólico :
Zinco:

25
A deficiência de zinco deve ser considerada em pacientes Prioridade deve ser dada ao perfil de aminoácidos
com relato de disgeusia, picamalácia, alopecia e disfunção presentes quando o suplemento for a única fonte proteica
erétil. da dieta.

Recomendação: A ingestão protéica deve ser individualizada com


 15mg/dia (quelato) - manutenção; base nas recomendações por idade, sexo e peso.
 40-50mg/dia (quelato) - carência.
 Para alopécia, em cada 8-15mg de Zn deve-se O mínimo proposto é de 60g dia , com adequação para
associar 1mg de cobre quelato. 1,5g/kg dia ;

Selênio: Reposição acima de 2,1g/kg dia deve ser avaliado em


cada caso.
Absorvido no duodeno e jejuno proximal.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
Deficiência tem a cardiomiopatia como manifestação mais
comum. Miosite, fraqueza e mialgia são outras Segal KR, Albu J, Chun A, Edano A, Legaspi B, Pi-
manifestações. Sunyer FX. Independent effects of obesity and insulin
resistance on postprandial thermogenesis in men. J Clin
Prevenção: polivitamínico de rotina. Invest 89: 824–833, 1992.
Tratamento: suplementação específica - 50-300mcg/dia.

Biodisponibilidade: Schwartz RS, Jaeger LF, Veith RC. Effect of clonidine on


the thermic effect of feeding in humans. Am J Physiol
A absorção de vitaminas lipossolúveis junto com Regul Integr Comp Physiol 254:R90–R94, 1988.
hidrossolúveis fica prejudicada na mesma formulação.
Ludy MJ, Moore GE, Mattes RD. The effects of capsaicin
A maior parte dos minerais não está na forma quelato o
and capsiate on energy balance: critical review and meta-
que provoca interação entre eles e consequente baixa
biodisponibilidade. analyses of studies in humans. Chem Senses. 2012
Feb;37(2):103-21.
Avaliar a prescrição de medicamentos x horários
administração. Lennon D, Nagle F, Stratman F, Shrago E, Dennis S.
Diet and exercise training effects on resting metabolic rate.
 A proporção ideal de cálcio/magnésio é 2:1; Int J Obes 1985, 9:39-47.
 A proporção ideal de ferro/zinco é de 4:1;
 A proporção ideal de zinco/cobre é de 15:1;
Donahoe CP, Lin DH, Kirschenbaum DS, Keesey RE.
 O cromo está na forma de cloreto, de baixa
biodisponibilidade; Metabolic consequences of dieting and exercise in the
 Zinco e ferro inibem absorção cobre : razão segura treatment of obesity. J Consult Clin Psychol 1984, 52:827-
Cu/Zn <1; Cu/Se < 300; Zn/Cu < 15. 36

Suplementação proteica: Lee TA, Li Z, Zerlin A, Heber D. Effects of


dihydrocapsiate on adaptive and diet-induced
A deficiência de proteína é a mais comumente relatada thermogenesis with a high protein very low calorie diet: a
entre os macronutrientes.
randomized control trial. Nutr Metab (Lond). 2010 Oct
É observada principalmente após as técnicas cirúrgicas 6;7:78
disabsortivas ou mistas (DBP/DS e BGYR).
Kovacs EMR, Mela DJ. Metabolically active functional
Estima-se que apenas 57% da proteína ingerida é food ingredients for weight control. Obes Rev. 2006 7:59–
absorvida após o bypass intestinal. 78.
A ingestão de proteína deve ser avaliada periodicamente,
em cada consulta nutricional. Westerterp-Plantenga MS, Diepvens K, Joosen AMCP,
Be´ rube´ -Parent S, Tremblay A. Metabolic effects of
Na presença de deficiência proteica clínica ou subclínica, spices, teas, and caffeine. Physiol Behav. 2006. 89:85–91.
mesmo na ausência de vômitos ou intolerância alimentar,
os pacientes devem ser tratados com dieta hiperproteica. Belza A et al. The effect of caffeine, green tea and tyrosine
on thermogenesis and energy intake. Eur J Clin Nutr. 2009
Módulos de proteína estão amplamente disponíveis no
Jan;63(1):57-64. Epub 2007 Sep 19.
mercado.

Porém, fatores como sabor, textura, solubilização, Hursel R, Westerterp-Plantenga MS. Thermogenic
absorção e custo são considerados importantes na ingredients and body weight regulation. Int J Obes (Lond).
escolha desses suplementos. 2010 Apr;34(4):659-69.

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