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Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

APOSTILA
INTRODUÇÃO À NUTRIÇÃO ESTÉTICA

INSTITUTO ANA PAULA PUJOL


Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

ELABORAÇÃO:

Professora Drª Ana Paula Pujol


Nutricionista – CRN10 0559

 Doutorado em Educação pela Universidade Católica de Santa Fé


 Especialização em Nutrição e Qualidade de Vida pela Faculdade Dom Bosco
 Graduação em 2000 pela Universidade do Vale do Itajaí -UNIVALI
 Diretora de ensino do Instituto Ana Paula Pujol. Co-autora do livro Nutrição em
Estética (editora Atheneu), Autora do livro "Nutrição Aplicada à Estética", Editora
Rúbio, RJ
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

SUMÁRIO

MÓDULO 1 – INTRODUÇÃO À ESTÉTICA E NUTRIÇÃO..................................................................................... 6


1.1. ATUAÇÃO DO NUTRICIONISTA NA ÁREA DE ESTÉTICA E MERCADO DE TRABALHO .................................. 6
1.2. LEGISLAÇÃO ............................................................................................................................................ 11
1.3. CORPO E MODA ...................................................................................................................................... 13
1.4. Evolução da moda ................................................................................................................................... 13
1.5. Evolução no padrão de beleza e mídia .................................................................................................... 13
MÓDULO 2 – BASES EM RECURSOS MANUAIS, MECÂNICOS E COSMÉTICOS EM ESTÉTICA ........................ 15
2.1 RECURSOS MANUAIS ............................................................................................................................... 16
2.1.1 Massagem modeladora ........................................................................................................................ 16
2.2 Drenagem Linfática Manual ..................................................................................................................... 16
2.1.3 Crioterapia ............................................................................................................................................ 17
2.2 RECURSOS MECÂNICOS ........................................................................................................................... 17
2.2.1 Ultrassom terapêutico .......................................................................................................................... 17
2.2.2 Sonoforese ............................................................................................................................................ 18
2.2.3 Frequência do Ultrassom ...................................................................................................................... 18
2.2.4 Manthus................................................................................................................................................ 18
2.2.5 Eletrolipoforese .................................................................................................................................... 19
2.2.6 Endermoterapia .................................................................................................................................... 19
2.2.7 Corrente Russa (Eletroestimulação)...................................................................................................... 19
2.2.8 Carboxiterapia ...................................................................................................................................... 20
2.2.9 Radiofrequência (Accent, Thermacool, Termage, Spectra) ................................................................... 20
2.2.10 Peeling ................................................................................................................................................ 20
2.3 BASES EM COSMETOLOGIA ...................................................................................................................... 21
2.3.1 Definições e Conceitos .......................................................................................................................... 21
2.3.2 Evolução da Cosmetologia .................................................................................................................... 22
2.3.3 Formulações Cosméticas ...................................................................................................................... 22
2.3.4 Veículos ou Excipientes ......................................................................................................................... 22
2.3.5 Princípio ativo ....................................................................................................................................... 23
2.3.6 Aditivos ................................................................................................................................................. 24
2.3.7 Procedimentos estéticos que modificam a permeabilidade cutânea ................................................... 24
MÓDULO 3 - ALIMENTAÇÃO, NUTRIÇÃO NAS DESORDENS ESTÉTICAS ......................................................... 24
3.1 ACNE ......... ................................................................................................................................................. 24
3.1.2 Tratamento da permeabilidade intestinal ................................................................................................ 26
3.1.3 Dieta Anti-inflamatória ............................................................................................................................ 26
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

3.1.4 Índice Glicêmico.............................................................................................................................


3.1.5 Dieta Hiperlipídica .................................................................................................................................... 28
3.1.6 Acne e Leite .............................................................................................................................................. 28
3.1.7 Acne e Micronutrientes............................................................................................................................ 28
3.2 FOTOPROTEÇÃO .......................................................................................................................................... 29
3.2.1 Antioxidantes ........................................................................................................................................... 30
3.2.2 Vitamina C e E .......................................................................................................................................... 30
3.2.3 Carotenóide - Betacaroteno ..................................................................................................................... 31
3.2.4 Ômega ...................................................................................................................................................... 32
3.2.5 Óleo de Macadâmia e de Prímula ............................................................................................................ 32
3.2.6 Flavonóides .............................................................................................................................................. 32
3.2.7 Chá Verde ................................................................................................................................................. 33
3.2.8 Selênio.... ................................................................................................................................................. 33
3.2.9 Fibro edema gelóide ................................................................................................................................ 33
3.2.10 Alguns alimentos funcionais para tratamento do FEG: .......................................................................... 35
3.3 CABELOS.... .................................................................................................................................................. 35
3.3.1 Proteínas .................................................................................................................................................. 36
3.3.2 Cisteína e Cistina ...................................................................................................................................... 36
3.3.3 Colágeno Hidrolisado ............................................................................................................................... 37
3.3.4 Silício....... ................................................................................................................................................. 37
3.3.5 Zinco......................................................................................................................................................... 37
3.3.6 Ferro......................................................................................................................................................... 37
3.3.7 Dieta Anti-inflamatória ............................................................................................................................ 38
3.3.8 Biotina..... ................................................................................................................................................. 38
3.3.9 Selênio...................................................................................................................................................... 38
3.3.10 Manganês............................................................................................................................................... 38
3.3.11 Água...... ................................................................................................................................................. 39
3.4 UNHAS......................................................................................................................................................... 40
3.4.1 Fisiologia da Unha .................................................................................................................................... 40
3.4.2 Unhas Quebradiças .................................................................................................................................. 41
3.4.3 Colágeno hidrolisado................................................................................................................................ 41
3.5 ENVELHECIMENTO CUTÂNEO ..................................................................................................................... 42
3.5.2 Vitamina C ................................................................................................................................................ 42
3.5.3 Vitamina E ................................................................................................................................................ 43
3.5.4 Flavonóides .............................................................................................................................................. 43
MÓDULO 4 - SUPLEMENTOS E FITOTERÁPICOS EM ESTÉTICA .......................................................................... 44
4.1 ACNE......... .................................................................................................................................................. 45
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4.2 ENVELHECIMENTO CUTÂNEO ...........................................................................................................


4.3 CABELOS E UNHAS ...................................................................................................................................... 48
4.4 FOTOPROTEÇÃO .......................................................................................................................................... 50
4.5 FIBRO EDEMA GELÓIDE ............................................................................................................................... 51
4.6 FITOTERÁPICOS EM ESTÉTICA ..................................................................................................................... 51
4.6.1 ALGUMAS DEFINIÇÕES ............................................................................................................................. 52
4.6.2 EXEMPLO DE PRESCRIÇÃO ....................................................................................................................... 57
REFERÊNCIAS................................................................................................................................................. 92
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MÓDULO 1 – INTRODUÇÃO À ESTÉTICA E NUTRIÇÃO

A Nutrição Estética é o novo campo no cenário da saúde, campo este que consegue aliar o
cuidado nutricional por meio dos requisitos fundamentais da dietoterapia, prevenindo e tratando
não apenas as doenças crônicas não transmissíveis, mas também as desordens estéticas que
acometem nossos clientes/pacientes.
Nessa apostila da disciplina de Introdução à Nutrição Estética você será apresentado ao
mercado de trabalho na área de Nutrição Aplicada à Estética como novo segmento de trabalho
para o nutricionista, além de conhecer a legislação vigente pertinente ao Nutricionista,
promovendo assim, o conhecimento das distintas áreas de atuação no âmbito da Nutrição
Aplicada à Estética.
No decorrer da apostila, também será possível refletir sobre os padrões de beleza impostos
pela mídia, bem como conhecer a evolução da moda e dos padrões de beleza ao longo dos
tempos, para assim termos uma visão crítica e global desse contexto no qual a Nutrição Estética
está envolvida e, diretamente, influenciada.
Além disso, nesse âmbito, será descrito os fundamentos da cosmetologia e os recursos
eletroterápicos envolvidos, tanto os recursos manuais quanto os mecânicos, pois estes fazem
parte do universo da estética e são potenciais coadjuvantes nos tratamentos das desordens
estéticas. E, por último, será abordada a conduta nutricional para o tratamento das desordens
estéticas, como dieta anti-inflamatória, índice glicêmico, além dos micronutrientes e
nutricosméticos envolvidos no tratamento nutricional.
Nesse sentido, ratifica-se a importância da Nutrição Estética e seu papel fundamental para
oferecer ao cliente/paciente saúde e bem-estar, já que a “Beleza começa de dentro!”

1.1. ATUAÇÃO DO NUTRICIONISTA NA ÁREA DE ESTÉTICA E MERCADO DE TRABALHO

A preocupação com a beleza nos dias atuais vem aumentando constantemente em paralelo à
evolução da área Estética Corporal e Facial que evolui de maneira rápida e contínua nos últimos
anos, juntamente com a indústria da beleza que faz grandes investimentos em busca de técnicas
cada dia mais avançadas e que possibilitam às pessoas atenuar sensivelmente os sinais do tempo.
Por isso, é crescente a demanda de serviços ligados à beleza e à melhoria da aparência física,
provocando, nos últimos anos, um forte impacto na demanda de bens e serviços que contribuem
para a beleza aliada à saúde.
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O Brasil atualmente até 2011 era o terceiro maior mercado consumidor de


produtos cosméticos, segundo dados do Euromonitor International. Em 2012 o País ultrapassou o
Japão e se tornou o segundo lugar. O país também impera como segundo lugar no ranking
mundial de plásticas, perdendo apenas para os EUA (SOCIEDADE INTERNACIONAL DE CIRURGIA
PLÁSTICA, 2011). No quesito, consumo de produtos de beleza, no Brasil 79% das mulheres usam
artigos de beleza todos os dias. E gastam em média R$ 80 por mês com esses produtos
(ABIHPEC,2012).
Atualmente, há uma nova tendência para a busca de procedimentos estéticos menos
invasivos com pouco ou nenhum corte, como por exemplo, um lifting ao invés de cirurgia plástica
ou ultracavitação ao invés de uma lipoaspiração, como confirmação em um estudo que
demonstra as tendências atuais neste campo com o seguinte perfil de pacientes: menos
procedimentos invasivos, porém, com atenção total ao corpo, envolvendo o máximo de recursos
tecnológicos disponíveis de atenção com um mínimo de riscos e mesma eficiência.
Neste sentido, aumenta a busca popular pelas “Cápsulas da Beleza” conhecidas como
Nutricosméticos, nutrientes ou compostos de drogas vegetais ou uma mistura deles
apresentados em formas farmacêuticas como cápsulas, sachês, gomas, shakes, entre outros.
A popularização dos “nutricosméticos” desperta o interesse de profissionais como mais uma
ferramenta para atingir saúde e resultados estéticos, e dos pacientes pela praticidade da compra
e por ser mais uma opção para melhorar a aparência na exclusão de procedimentos invasivos.
A tendência dos “nutricosméticos” teve início na Europa e EUA utilizando o termo “Beauty
from Within”, traduzindo, “A beleza começa de dentro”. A associação de grandes empresas como
Loreal®, em cosméticos, e a Nestlé®, em alimentos, desenvolvem suplementos nutricionais com
fins estéticos reforçaram a relação de nutrientes com a beleza.
A obtenção destes produtos pode ser tanto por indicação profissional, quanto por conta
própria o que traz a falsa sensação à população leiga de total segurança e nenhuma
contraindicação. Neste sentido, amplia-se a necessidade da formação de profissionais
especializados com domínio dos princípios técnico-científicos e éticos; um profissional atento às
novas tendências e munido de conhecimentos científicos, abandonando o senso comum que
algum tempo atrás era tão comum na área da Estética e Beleza.
Do mesmo modo, a literatura nacional e internacional cada vez mais elucidado a relação da
nutrição com a estética corporal e facial contemplando acne, envelhecimento cutâneo, fibro
edema gelóide (celulite), flacidez, cabelos e unhas. Paralelo, os recursos manuais, cosméticos e
eletroterápicos em estética, também podem ter resultados otimizados com uma conduta
nutricional aplicada a cada objetivo estético.
A busca por orientação nutricional tem crescido de forma exponencial. Não há registro sobre
o incremento e a dimensão dessa demanda, mas observa-se que ela tem aumentado em diversos
cenários, que vão desde a rede básica de saúde até clínicas e consultórios. Adicionalmente, o
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contínuo e crescente reconhecimento da Ciência Nutrição tem contribuído para o


desenvolvimento de pesquisas que evidenciam seu caráter interdisciplinar. Os estudos da
nutrição contemplam diversas áreas e tendem a desenvolver nos profissionais, a escolha de uma
linha de pesquisa, aperfeiçoamento e área de atuação específica. São exemplos de estudos na
área da nutrição: cardiologia, nefrologia, oncologia, esportiva, entre outras e, adicionalmente, a
linha de NUTRIÇÃO APLICADA A ESTÉTICA.
O nutricionista, por sua vez, não pode se manter alheio ao conhecimento produzido e às
novas possibilidades de produção de pesquisa, nem tampouco às necessidades manifestadas pela
sociedade em busca de conhecimentos científicos que abranjam a nutrição e a estética. A
prescrição dietética e promoção de práticas alimentares saudáveis devem estar contextualizadas
com a influência que o público recebe do meio midiático, especialmente na área de estética e
beleza.

1.1.1 Áreas em Nutrição Estética


O nutricionista atuante em nutrição estética é o profissional que aplica a ciência da nutrição
com o objetivo de tratar, atenuar ou prevenir desordens estéticas como:
 Fibro Edema Gelóide (celulite
 Flacidez dérmica
 Flacidez muscular
 Hipercromias
 Alopécias
 Desidratação cutânea
 Acne

A nutrição estética abrange a proteção da pele contra os efeitos nocivos da exposição solar
por meio da fotoproteção oral, a conduta nutricional no pré e pós operatório de cirurgias
plásticas, bem como nos tratamentos estéticos.

1.1.2 Locais de atendimento


Por meio da experiência de 13 anos atuando na área de Nutrição e Estética, tenho observado
que o mercado de trabalho está cada vez mais amplo, abrindo um leque de diversos segmentos
que podem ser explorados na área de nutrição e estética, a saber:
 Consultório
 Clínica de Estética
 Centro Estético
 Consultório de dermatologia
 Cirurgia Plástica
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 Academias
 Personal Estetic Diet
 Farmácia de Manipulação
 Nutricosméticos (desenvolvimento de produtos e SAC)
 Salão de Beleza

a) Atuação em clínicas de Estética e Spa´s


O nutricionista em consultório pode atuar individualmente desenvolvendo a conduta
nutricional específica ao objetivo estético e necessidades do paciente ou desenvolvendo
parcerias na clínica, incluindo o tratamento nutricional no Programa de Tratamento Estético
Personalizado (“pacote de serviço”). Essa inclusão pode envolver a avaliação nutricional
(perimetria, adipometria, análise da composição corporal, peso e estatura) e o Plano Alimentar. O
Programa de Tratamento Estético Personalizado tem como objetivo otimizar o resultado
proposto do tratamento estético escolhido. Sendo assim, o plano alimentar deve ser elaborado
respeitando os métodos e horários escolhidos do tratamento. Como por exemplo, se o paciente
escolheu o tratamento para redução de celulite, é interessante a prescrição de um plano
alimentar com uma dieta anti-inflamatória, com baixo índice glicêmico e hipossódica. Nesse local,
o nutricionista pode trabalhar com o atendimento convencional com hora marcada, ou apenas
oferecendo orientações nutricionais enquanto realiza atendimento com outros profissionais.

b) Atuação em clínicas de Dermatologia, Fisioterapia e Medicina Estética


A nutrição pode potencializar e atuar como coadjuvante nos tratamentos estéticos procurados
nesses locais, principalmente para acne, alopecia, dermatites, doenças de unhas, fibroedema
geloide, lasers, peelings dentre outros. Nesse local de atuação, o nutricionista pode firmar
parcerias com o médico e o fisioterapeuta para oferecer ao paciente um tratamento completo e
com resultados mais rápidos.

c) Atendimento domiciliar (Personal Estetic Diet)


Nesse tipo de atendimento, o nutricionista realiza visitas na residência do paciente para
verificar os hábitos e preferências alimentares, bem como a rotina da família. É feita também a
avaliação física e estética, para então, a partir da análise desses dados, planejar o cardápio
semanal de acordo com o objetivo. Além disso, o nutricionista elabora a lista de compras, realiza
o acompanhamento no mercado demonstrando as melhores formas de compras e escolha dos
produtos e ainda ensina a melhor forma de obter o aproveitamento dos nutrientes,
armazenamento e tipos de panelas utilizados.
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d) Cirurgia plástica
Na área de cirurgia estética, o trabalho interdisciplinar (cirurgião plástico, enfermagem,
anestesista, fisioterapeuta ou tecnólogo em estética) pode envolver a atuação do nutricionista, o
qual desenvolve o Plano Alimentar Pré e Pós-Cirúrgico promovendo a recuperação e redução dos
danos da cirurgia. A atuação do nutricionista nesse contexto abrange a avaliação nutricional
anterior ao procedimento cirúrgico, o acompanhamento nutricional, bem como a elaboração e
supervisão de cardápios. Nesse tipo de paciente, é necessário conferir se o mesmo está com
todos os exames laboratoriais normais antes da cirurgia, incluindo basicamente: hemograma
completo, coagulograma, glicemia de jejum, ureia, cretinina, proteínas totais e frações e
sorologia para hepatite e HIV. Para o nutricionista que escolher atuar nessa área, é necessário
que ele tenha conhecimento sobre os tipos de cirurgia plástica (lipoaspiração, abdominoplastia,
mamoplastia, gluteoplastia, dentre outras), além de compreender o processo de cicatrização, o
qual envolve várias fases: inflamatória, epitelização, fibroplasia e remodelação, considerando que
a partir dessas fases será elaborado o plano alimentar específico.

e) Consultoria
O nutricionista pode prestar serviços a empresas de nutracêuticos ou nutricosméticos por meio
da realização de pesquisas em laboratório e/ou campo, atendimento ao consumidor,
treinamento técnico para vendedores e representantes e desenvolvimento de produtos. Pode
também atuar na área educacional aplicada a profissionais das áreas de Estética e de Nutrição.

f) Academias e clubes desportivos


Os frequentadores de academia e clubes necessitam aliar o exercício com a alimentação para
atingir seus objetivos e melhorar o desempenho. Nesse contexto, o nutricionista deve adaptar o
plano alimentar com os objetivos, horários e modalidade praticada pelo paciente. Muitas vezes,
além do plano alimentar, será necessário uma suplementação nutricional, que caberá ao
nutricionista também prescrever. Além disso, esportistas tendem produzem maior quantidade de
radicais livres e, dependendo da modalidade, ainda estão sujeitos à maior exposição de radiação
ultravioleta, devendo o profissional nutricionista atuar nessas questões.

g) Centro estético
Os centros de estética tem por objetivo o tratamento corporal e facial por meio de protocolos
que envolvem cosméticos e terapias, sendo que a legislação exige que o proprietário seja um
profissional de estética, devidamente qualificado e credenciado. Nessa área de atuação, o
nutricionista possui atividades semelhantes àquelas desenvolvidas na clínica de estética, sempre
objetivando a otimização dos tratamentos estéticos escolhidos. Nesse local, o nutricionista
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também pode trabalhar com o atendimento convencional com hora marcada ou


apenas oferecendo orientações nutricionais enquanto o cliente realiza atendimento com outros
profissionais.

i) Farmácias de manipulação
A atuação do nutricionista nessas áreas é de suma importância, considerando que o
nutricionista especializado em estética possui conhecimento técnico e prático para contribuir no
desenvolvimento de produtos e nutricosméticos, tanto para a melhora da saúde como para o
tratamento e prevenção das desordens estéticas. Além de atuar na linha de desenvolvimento, o
nutricionista pode realizar atendimento no Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) para
sanar as dúvidas dos clientes em relação aos produtos oferecidos.

j) Salão de beleza
O nutricionista que atua nesse local possui atividade semelhante ao atendimento da clínica e
do centro de estética, já em nesses locais os indivíduos buscam por bem-estar e beleza. Porém,
nesse caso, sua atividade está mais direcionada à saúde dos cabelos e unhas, considerando que
uma alimentação adequada, bem como o uso de nutricosméticos, é responsável pela melhora
desses anexos cutâneos tão valorizados por mulheres e homens. Nesse local, o nutricionista
também pode trabalhar com o atendimento com hora marcada ou apenas oferecer orientações
nutricionais durante o atendimento com outros profissionais.

1.2. LEGISLAÇÃO
A nutrição estética é um novo campo no cenário da saúde, voltada para a implementação de
um cuidado nutricional que, além dos requisitos fundamentais da dietética e dietoterapia
aplicadas à prevenção ou ao tratamento de doenças crônicas não transmissíveis, atenda também
às “necessidades estéticas” dos pacientes (SCHNEIDER, 2009)
A partir disso, a atuação do nutricionista é amparada segundo a Lei nº 8.234, de 17 de
Setembro de 1.991, Art. 3º, a qual afirma que é atividade privativa ao Nutricionista a “assistência
e educação nutricional a coletividades ou indivíduos, sadios ou enfermos, em instituições
públicas e privadas e em consultório de nutrição e dietética.
Ainda nesse contexto, a Resolução nº 380, de 28 de dezembro de 2005, dispõe sobre a
definição das áreas de atuação do nutricionista e suas atribuições e dá outras providências, como
no caso da Nutrição Clínica. O nutricionista atuante nessa área é responsável pelas atividades de
alimentação e nutrição realizadas nos hospitais e clínicas, nas instituições para idosos, nos
ambulatórios e consultórios, nos bancos de leite humano, nos lactários, nas centrais de terapia
nutricional, nos spa’s e em atendimento domiciliar. Sendo assim, o nutricionista com
especialização em Estética, enquadra-se nessa atuação área de atuação.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

Ainda na área de atuação da Nutrição Clínica, inclui-se também o atendimento


do Personal Diet. De acordo com a Resolução nº 380, de 28 de dezembro de 2005, o atendimento
domiciliar caracteriza-se pela assistência a clientes ou pacientes que necessitem de cuidados
nutricionais específicos, realizado em ambiente domiciliar. No caso do Personal Estetic Diet, o
nutricionista presta uma consultoria domiciliar individual ou familiar que oferece um plano
alimentar completo, envolvendo todas as etapas do processo alimentar, desde a aquisição do
alimento até seu consumo, contemplando um programa de mudanças gradativas no sentido da
adoção de uma alimentação saudável que atenda as queixas de saúde e estética dos
pacientes/clientes.
Em relação às denominações atribuídas ao nutricionista com pós-graduação em Nutrição
Estética, podem-se utilizar as seguintes formas: Nutricionista Clínico Estético, Nutrição Clínica
Estética, Nutrição em Estética e Nutrição Aplicada à Estética. Porém, caso o nutricionista queira
obter o título de especialista pela ASBRAN, segundo a Resolução do CFN nº. 416/200, o registro
do título pode ser instituído nas seguintes áreas de atuação: Alimentação Coletiva, Saúde
Coletiva, Nutrição em Esportes e Nutrição Clínica, sendo que nesta insere-se o nutricionista pós-
graduado em Estética.
O título de especialista pode ser obtido por mérito, caso atinja o mínimo de 70 pontos na
análise curricular. Caso a pontuação do currículo atinja entre 56 e 69 pontos, é necessário prestar
a prova da ASBRAN.
Ainda nesse contexto, vale a pena salientar a diferença entre especialização e especialista, já
que há muitas dúvidas a esse respeito:
- Especialização: curso de especialização em uma área específica, que pode estar ligada a
graduação em nutrição ou não. Profissional deve utilizar a expressão “Especialização em Nutrição
Hospitalar”, por exemplo.
- Especialista: profissional graduado que acumula conhecimentos de uma área específica, por
atuação identificada com sucesso na referida área e reconhecida por entidade técnico-científica.
Profissional deve utilizar a expressão “Especialista em Nutrição Clínica”, por exemplo.
No que diz respeito à solicitação de exames laboratoriais no âmbito da Nutrição Estética, a lei
nº 8.234/91 dispõe que o nutricionista pode fazer solicitação de exames laboratoriais necessários
ao acompanhamento dietoterápico, desde que relacionados com a alimentação e nutrição
humanas. A resolução do CFN nº 236/2000 complementa essa lei estabelecendo critérios
sobre a solicitação de exames laboratoriais na área de Nutrição Clínica, ratificando que compete
ao nutricionista a solicitação de exames laboratoriais com a finalidade de acompanhamento do
tratamento dietoterápico e evolução do estado nutricional do paciente.
Quanto à solicitação de exames laboratoriais pelos planos de saúde, de acordo com a
resolução nº 211/2010 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o plano ambulatorial
inclui cobertura de consulta e sessões com nutricionista.
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1.3. CORPO E MODA

1.4. Evolução da moda


Desde os primórdios da existência humana, o corpo foi fabricado pela cultura. Os padrões
estéticos consensualmente adotados pela cultura sempre dizem respeito aos conceitos vividos
num dado período sócio histórico, sendo que parte do sonho de consumo em relação à moda é a
construção estética do corpo para integrar-nos ao padrão de imagem vigente (PUJOL, 2011).
A evolução da moda acompanha os padrões estéticos e vice-e-versa, fazendo com que o corpo
assuma diferentes características em diversos períodos da história. Na Grécia antiga qualquer
preocupação com o corpo era proibida, devendo o corpo estar sempre coberto. Já na metade do
século XIV, a moda surge a partir do seu aspecto comercial, com homens e mulheres usando
roupas que marcassem mais o corpo, com vestimentas mais elaboradas, salientando o tórax e os
ombros marcados (PUJOL, 2011).
Na década de 50/60, era da eclosão das musas de Hollywood e de Marilyn Monroe,
considerada a mulher mais sexy do mundo do século XX, da consagração das louras, da
sensualidade das roupas com cavas, fendas e decotes, o “corpo ideal”, com manequim 42, cintura
72/74 centímetros e quadril 98, na virada do século XXI, o tipo considerado “ideal”, que antes era
da atriz hollywoodiana, hoje o “padrão” é de top model, vestindo manequim 36, com cintura
50/60 centímetros e quadril 80 (BRANDINI, 2007).
Assim, a moda possui função importante na mudança do ideal de corpo no transcorrer do
tempo, funcionando com uma carteira de identidade e de afirmação, sendo que esse
comportamento sempre foi um fenômeno presente na relação homem-mundo (LIPOVETSKY,
1989).

1.5. Evolução no padrão de beleza e mídia


Atualmente estão sendo expressos em vários meios de comunicação em massa “novos
padrões corporais” e a sociedade sofre um grande impacto ao tentar se adaptar a estes novos
modelos. Neste contexto, a mídia tem um papel fundamental ao enfatizar ao mesmo tempo uma
capacidade de consumo associada a uma crescente responsabilização do indivíduo perante o seu
corpo (ANDRADE, CEZAR, & NAVARRO, 2007; SUDO, LUZ, 2007).
Baseando-se no fato que o ser humano recorre ao corpo como critério de identidade, a mídia
recorre ao excesso de investimentos com temas relacionados à beleza e à aquisição do corpo
perfeito, padrões de estética corporal que são largamente difundidos em campanhas geralmente
acompanhadas de personalidades famosas com seus depoimentos e dicas de como manter a
forma ou de como resistir a “tentação” da comida, de imagens da mulher moderna, atrelando a
elas, de forma subliminar, sucesso, felicidade, dinamismo, bem-estar pessoal, e outras
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

características dotadas de simbolismo. Assim, o corpo e todo o instrumental


utilizado para projetá-lo como símbolo de poder passam a ser perseguidos como bens simbólicos,
na tentativa de neutralizar o mal-estar gerado pela fragmentação da identidade (ANDRADE, BOSI,
2003; SANTOS, 2007; RUSSO, 2005).
Em estudo exploratório, os autores identificaram que as dietas estavam presentes com
diferentes propósitos em diversos sites: sites de dietas tradicionais já popularmente conhecidas,
como a dieta da Lua, dieta das proteínas; oferta de programas de dietas balanceadas ou
específicas para promover o emagrecimento, dietas para patologias específicas, como diabetes e
doenças coronarianas; sites de dicas em geral sobre dieta; sites de receitas light, tabelas de
calorias, matérias correlacionadas e depoimentos em alguns sites pessoais; spas; simpatias;
informações sobre temas como os perigos das dietas rigorosas, bulimia e anorexia; psicologia
comportamental relacionada com dieta e obesidade; atividade física em geral esportes -
fisiculturismo - e academias; cirurgias para obesidade mórbida; transtornos alimentares; software
para avaliação nutricional; grupos terapêuticos de emagrecimento; da Associação Brasileira dos
Gordinhos; venda de produtos como refeições congeladas, produtos naturais, dietéticos e
fitoterápicos para emagrecer; kits-emagrecimento; como também sites contrários ao movimento
de culto ao corpo, e inúmeros outros (SANTOS, 2007).
Segundo um estudo de Auricchio & Massarollo (2007), verificou-se predomínio do sexo
feminino sobre o masculino com 88,64%. As mulheres são mais estimuladas, pela sociedade, a
estimar seu valor pessoal como dependente da sua atração física, gerando assim, maior
insatisfação corporal. A idade média predominante foi de 47,5 anos, onde nesta faixa etária
desejam restaurar a aparência física que reflita juventude e vigor.
Sabemos que a baixa autoestima e a insatisfação com a imagem corporal são fatores de risco
para transtornos alimentares, levando a um julgamento de si indevidamente baseada na forma
física, cuja avaliação se encontra comprometida por uma distorção cognitiva da percepção da
autoimagem, debilitada por práticas inadequadas de controle de peso e comportamentos
alimentares anormais (ANDRADE, BOSI, 2003).
Sendo assim, a insatisfação com a imagem corporal aumenta à medida que a mídia expõe
belos corpos, fato este que tem determinado, nas últimas décadas, uma compulsão a buscar a
anatomia ideal. (DAMASCENO, 2006).
O Brasil, no quesito insatisfação corporal aparece dente os primeiros colocados. Um estudo
envolvendo 3.200 mulheres, entre 18 e 64 anos de idade, de dez países (entrevistas realizadas
entre fevereiro e março de 2004), EUA, Canadá, Inglaterra, Itália, França, Portugal, Holanda,
Brasil, Argentina e Japão) mostrou o Brasil como segundo lugar em insatisfação com a aparência
física, perdendo apenas para o Japão (ETCOFF et al.,2004).
Outro estudo, realizado em 2011 revelou que apenas 4% das mulheres em todo o mundo
consideram-se bonitas, e que a ansiedade sobre a aparência começa em uma idade precoce. Em
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

um estudo com mais de 1.200 jovens de 10 a 17 anos, a maioria das meninas


(72%) disseram que sentiram uma enorme pressão para ser bonita. O estudo também constatou
que apenas 11% das meninas de todo o mundo se sentem confortáveis usando a palavra bonita
para descrever sua aparência, mostrando que há um aumento da pressão universal de beleza e
uma diminuição na confiança das meninas à medida que envelhecem. Adicionalmente, 80% das
mulheres concordam que toda mulher tem algo lindo na aparência física, mas não o veem na sua
própria beleza (ETCOF, 2010).
Para o nutricionista que trabalha com saúde, bem estar e, atualmente, acrescenta ao rol de
benefícios a melhora da aparência física e autoestima, é necessário que trabalhe a autoestima
dos pacientes/clientes a fim de que sejam mais generosos com o seu biotipo, por muitas vezes
incoerente aos padrões de beleza estabelecidos pela sociedade moderna. É necessário atuar na
linha tênue entre a saúde, beleza e autoestima com base em conceitos fundamentados na ciência
da nutrição.

“Antes da estética ou padrões de beleza estabelecidos pela sociedade a


nutrição aplicada à estética deve priorizar a saúde e melhora da
autoestima”

A aliança multidisciplinar entre o psicólogo e o nutricionista é fundamental em alguns casos, pois


ao psicólogo cabe auxiliar o indivíduo a melhorar sua autoestima, habilidades sociais, conhecer a
si mesmo e suas reais motivações, e auxiliar a pessoa a se aceitar e se sentir bem como ser
humano acima de tudo.

MÓDULO 2 – BASES EM RECURSOS MANUAIS, MECÂNICOS E


COSMÉTICOS EM ESTÉTICA

Os recursos manuais, mecânicos e cosméticos são diversificados e complexos. A indústria,


cada vez tem investido em pesquisas e novas tendências de recursos para tratamento e
prevenção de desordens estéticas.
Para tanto, apresentarei algumas técnicas utilizadas em estética no que concernem os
recursos manuais, mecânicos e cosméticos.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

2.1 RECURSOS MANUAIS

2.1.1 Massagem modeladora


A pressão, a direção e a quantidade de manobras na massagem modeladora, podem
proporcionar efeitos sobre os sistemas nervoso, circulatório e muscular (TACANI, 2004).
A massoterapia produz a estimulação mecânica dos tecidos, por meio da aplicação rítmica
de pressão e estiramento. A pressão comprime os tecidos moles e estimula os receptores
sensoriais, produzindo sensação de prazer ou bem-estar. (WOOD, BECKER, 1990).
A massagem tem efeito mecânico local decorrente da ação exercida na área massageada e
de uma ação reflexa, indireta, por liberação local de substâncias vasoativas.
Em termos de circulação sanguínea localizada, a massagem produz efeitos de deslocamento
intermitente do líquido nos vasos e aumento da velocidade do fluxo e da troca de substâncias
com as células tissulares. Como efeito secundário, há aumento de irrigação sanguínea periférica,
da concentração de eritrócitos e da excreção renal da água (DE DOMENICO, 1998).
Na circulação sanguínea ocorre também o chamado efeito reflexo, verificado principalmente
na manobra de deslizamento. Ele proporciona vasodilatação capilar por desencadeamento dos
mecanismos vaso-reflexos que intensificam a circulação e melhoram as condições de trocas
iônicas nos tecidos. Por ação nervosa, produzem sedação.

2.2 Drenagem Linfática Manual


A Drenagem Linfática Manual (DLM) é um método de massagem altamente especializado,
realizado por meio de pressões suaves, lentas e rítmicas, que seguem o trajeto do sistema
linfático. Isto proporciona a drenagem de líquidos e a estimulação de defesa imunológica,
aumentando a diurese, a eliminação de toxinas e desenvolvendo com isso o equilíbrio do
organismo (GUELFI; SIMÕES, 2002)
A técnica de DLM é complexa, representada por um conjunto de manobras muito
específicas, que atuam basicamente sobre o sistema linfático superficial, visando drenar o
excesso de líquido acumulado no interstício, nos tecidos e dentro dos vasos, através das
anastomoses superficiais linfo linfáticas axilo-axilar e axilo-inguinal (MARX; CAMARGO, 2000).
Na prevenção e tratamento do fibro edema gelóide (celulite), por exemplo, o objetivo da
drenagem é drenar o excesso de líquido acumulado nos espaços intersticiais, mantendo o
equilíbrio das pressões tissulares e hidrostática. A pressão mecânica da massagem elimina o
excesso de fluido e diminui a probabilidade de fibrose, expulsando o líquido do meio tissular para
os vasos venosos e linfáticos.
 Indicações: A massagem de drenagem linfática é indicada nos casos de: edemas, linfedemas,
fibro edema gelóide, queimaduras, enxertos, acne;
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

 Contraindicações: casos de: processos infecciosos, neoplasias, trombose


venosa profunda, erisipela (GUIRRO; GUIRRO, 2002).

2.1.3 Crioterapia
A crioterapia consiste em uma técnica à base de princípios ativos que promove uma
sensação de frio no organismo. É usada como coadjuvante nos tratamentos de gordura localizada
e tem como objetivo ativar o catabolismo nos tecidos adiposos, com base no princípio de que um
corpo, ao sofrer resfriamento, reage para manter sua temperatura normal, estimulando a
utilização de lipídios depositados nos adipócitos (células de gordura) como fonte de energia.
O hipotálamo estimula a liberação hormonal para ativar a termogênese e manter a
temperatura em níveis normais. Os ácidos graxos livres são, então, utilizados como substratos
energéticos pelas mitocôndrias para produção de calor, aumentando, dessa forma, o dispêndio
energético (BACELAR et al. 2005)
Os vasos cutâneos contraem-se até a temperatura de 15º C. Nesse ponto alcança-se a
máxima vasoconstrição, proveniente do aumento da sensibilidade dos vasos à estimulação
nervosa, que se deve a um reflexo que atinge a medula e regressa até os vasos. Com
temperaturas inferiores a 15º C, os vasos começam a dilatar-se. A dilatação depende de um
efeito local direto do frio sobre os próprios vasos.
Essa redução na temperatura local gera uma reação defensiva local ou de termogênese,
devido à vasodilatação superficial (que provoca aceleração do metabolismo local).

2.2 RECURSOS MECÂNICOS


Dentre os recursos mecânicos, descreverei o ultrassom terapêutico, eletrolipoforese,
endermoterapia e a corrente russa.

2.2.1 Ultrassom terapêutico


Caracterizado por produção de vibrações mecânicas acústicas de alta frequência que se
propagam através dos tecidos biológicos (GUIRRO et al. 1996; LONGO, 2001; ROBERTSON;
BAKER, 2001).
O ultrassom terapêutico tem efeito térmico e mecânico:
 Térmico: produção de calor decorrente da agitação das moléculas dos tecidos. (YOUNG,
1998).
 Mecânicos: cavitação; Correntes acústicas; Ondas Estacionárias; Micro massagem
(MACHADO, 1991).
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

2.2.2 Sonoforese
Técnica que utiliza o ultrassom terapêutico para aumentar a penetração de princípios ativos
através da pele e dos tecidos subcutâneos. A vibração de alta frequência promovida pelo
equipamento de ultrassom potencializa a absorção destas substâncias.

2.2.3 Frequência do Ultrassom


A frequência do Ultrassom no Brasil é de 1 MHz ou 3 MHz (cada cabeçote de tratamento
apresenta apenas uma frequência de emissão). Entretanto em Estética, a frequencia de 3 MHz é
mais utilizada. (HAYES, SANDREY e MERRICK, 2001)
A frequência de 1 MHz: penetra muito além da pele nos tecidos biológicos (até 6,5 cm de
profundidade) e a de 3 MHz: penetra toda a extensão da pele (epiderme, derme, hipoderme) e
tecido adiposo (cerca de 2,5cm de profundidade) (GUIRRO et al., 1996b; YOUNG, 1998).
Dentre as modalidade e Emissão do Ultrassom, há a emissão contínua e a pulsada.
 Emissão contínua: produz aquecimento dos tecidos biológicos. Este efeito fisiológico
favorece o tratamento da celulite (FUIRINI; LONGO, 1996).
 Emissão pulsada: não produz aquecimento dos tecidos, apenas vibração. Emissão indicada
para o pós cirúrgico imediato. (GUIRRO et al., 1996b).
Já a Intensidade pode variar de 0,3 a 0,6 W/cm² e (atinge cerca de 2 cm de profundidade)
(GUIRRO et al., 1996). A intensidade do ultrassom também determina a profundidade de
penetração do princípio ativo.
Contraindicações: o ultrassom pode ser uma terapia efetiva, ou um risco potencial,
dependendo de como é aplicada esta modalidade. Existem listas de contraindicações e
precauções como: áreas isquêmicas, tromboflebite e varizes, diretamente sobre endopróteses e
implantes metálicos, sobre útero gravídico, tumores cancerígenos, sistema nervoso, áreas
anestesiadas, infecção ativa, gônadas, área cardíaca, olhos, hemofílicos não tratados e placas
epifisárias (YOUNG, 1998; STARKEY, 2001; FUIRINI e LONGO, 1996; LOW e REED, 2001; GIRRO e
GUIRRO, 2002).
2.2.4 Manthus
Reúne três importantes mecanismos: correntes elétricas estereodinâmicas de média
frequência (que estimulam o sistema linfático), eletroporação (ondas eletromagnéticas que
abrem os poros para facilitar a penetração de princípios ativos específicos contra a gordura
localizada) e ultrassom (ondas de calor que aceleram o metabolismo local).
Umas das vantagens do aparelho é que no aplicador existem 3 cabeçotes de ultrassom,
aumentando a área de atuação e a potência total do tratamento. Através da transmissão de uma
corrente elétrica, o aparelho atinge até 4 cm da camada de gordura abaixo da pele.
O Manthus, aparelho computadorizado, é colocado diretamente sobre a pele, após aplicação
de um gel lipossomado. Programado para expor a paciente por menos tempo à incidência das
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

ondas eletromagnéticas, é seguro e indolor e sua sensação das correntes vai de


acordo com a sensibilidade da cliente.

2.2.5 Eletrolipoforese
Trata-se de um procedimento que consiste em veicular ondas elétricas de intensidade e de
frequência definidas. Vários pares de agulhas finas (0,3mm) e longas (5 a 15cm), desempenhando
o papel de eletrodos, são ligadas a correntes de baixa intensidade, criando um campo elétrico
entre elas (GUIRRO; GUIRRO, 2002; PARIENTI, 2001).
As correntes elétricas polarizadas de baixa intensidade e grande largura de pulso atingem a
curva de estimulação do Sistema Nervoso Autônomo Simpático (SNAS), estimulando a liberação
de catecolaminas (adrenalina). Dessa forma, a lipólise da gordura central ocorre pela estimulação
de receptores β-adrenérgicos.
A intensidade da corrente utilizada varia de 5 a 40 mA e a frequência é escolhida entre 5 e
500 Hz. A duração da sessão é de 50 minutos, sendo realizada uma vez por semana. O número de
sessões varia de 3 a 6, sendo que a implantação das agulhas pode ser alterada a cada sessão de
acordo com a localização dos enchimentos celulíticos (PARIENTI, 2001).
Atribui-se ao tratamento uma modificação do meio intersticial, que favorece trocas
metabólicas, e ainda lipólise. (GUIRRO; GUIRRO, 2002).

2.2.6 Endermoterapia
Método de tratamento que utiliza equipamentos que produzem aspiração (sucção),
acrescidos de uma mobilização tecidual efetuada por rolos motorizados localizados no cabeçote.
Produz uma mobilização profunda da pele (tecido tegumentar), permitindo um aumento na
circulação sanguínea superficial e consequente hiperemia. (LOPES, 2003; SILVA, 2002)
2.2.7 Corrente Russa (Eletroestimulação)
De acordo com Weineck (1991), na eletroestimulação, a contração muscular não ocorre
devido a um impulso comandado pelo SNC (sistema nervoso central), mas devido a um estímulo
elétrico.
As correntes russas consistem em uma corrente de média frequência homogeneamente
alternada de 2.500Hz, aplicada como uma série de disparos separados. Ocorrem, assim, 50
períodos de 20ms de duração que consistem em um disparo de 10ms e um intervalo de 10ms.
Cada disparo de 10ms contém 25 ciclos de corrente alternada, ou seja, 50 fases de 0,2ms de
duração.
Indicação: estimulação e/ou fortalecimento da musculatura em condições patológicas (ex:
pós-operatório), fortalecimento no esporte de alto nível; fortalecimento muscular tecidual na
área da estética corporal (ex.: flacidez abdominal, glútea, membros superiores/ inferiores).
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

2.2.8 Carboxiterapia
A Carboxiterapia é o termo conhecido na terapêutica subcutânea (hipodérmica) do Anidro
Carbônico - CO2 – Gás Carbônico através da infusão nos tecidos com pressão controlada.
A ação da carboxiterapia é baseada em dois mecanismos: vasodilatação e aumento do fluxo
sanguíneo. O gás carbônico aumenta o fluxo de oxigênio para os tecidos (pele, gordura) ao
melhorar a circulação no local da aplicação. Um tecido melhor oxigenado aumenta a taxa
metabólica local e estimula síntese de colágeno pelos fibroblastos, contribuindo para cicatrização
e firmeza da pela.
O segundo mecanismo de ação se deve à distensão da pele pelo gás, isso leva a uma
retração do tecido distendido e consequente melhora da flacidez. Uma vez que a carboxiterapia
também estimularia a formação de colágeno e novas fibras elásticas, ela também pode ser
indicada para o tratamento de estrias, olheiras e rejuvenescimento facial e corporal.

2.2.9 Radiofrequência (Accent, Thermacool, Termage, Spectra)


A radiofrequência tripolar é um tratamento indicado tanto para o rosto como para o corpo.
Consiste no uso de um laser especial que eleva a temperatura da pele de 36 a 42º C,
aproximadamente, atingindo a derme, tecido gorduroso subcutâneo e muscular.
Esta tecnologia tem a capacidade de estimular a produção de colágeno e o remodelamento
da pele, melhorando a flacidez cutânea, o aspecto da celulite flácida e o contorno corporal.
Assim, a Radiofrequência tem como objetivo obter uma lesão térmica controlada na derme com
o estímulo subsequente da neocolagênese e síntese de elastina pelos fibroblastos, dando mais
elasticidade à pele. Desta forma, a radiofrequência promove:
 Vasodilatação e aumento da circulação sanguínea;
 Aumento da atividade metabólica e enzimática;
 Diminuição da viscosidade dos líquidos;
 Alteração no tecido colagenoso;
 Estimulação nervosa com efeito analgésico;
 Contração das fibras de colágeno.

2.2.10 Peeling
Quando um agente esfoliativo ou produto químico específico é aplicado na pele, as camadas
superiores renascem e, após alguns dias, descamam. Isto expõe uma camada nova, com uma
textura mais lisa e coloração mais uniforme. Somado a isso, a esfoliação estimula o crescimento
de novas células, esticando a pele, diminuindo as rugas.
Portanto, pode efetivamente melhorar a textura da pele, eliminar sardas e manchas
irregulares, dano solar (incluindo lesões pré-cancerosas, rugas finas) e diminuir cicatrizes de acne.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

Os peelings são classificados como físicos/mecânicos e químicos, tendo como


objetivo descamar a pele para promoção da renovação celular. (GOMES; SANTOS, 2005).
O Peeling físico ou mecânico submete a pele ao esfregaço com substâncias abrasivas, já os
peelings químicos promovem a retirada da camada da pele com substâncias químicas específicas
que atingem camadas superficiais até camadas mais profundas da pele.
De acordo com a profundidade da pele em que agem os peelings são classificados em:
 Peeling muito superficial – age estrato córneo;
 Peeling superficial – age na epiderme;
 Peeling médio – age na derme papilar, só deve ser realizado por médico;
 Peeling profundo – age na derme reticular, só deve ser realizado por médico.
Dentre as funções da técnica destacam-se:
 Redução da coesão entre as células;
 Alteram o pH da pele levando a ruptura das ligações de queratina;
 Desobstrução do folículo;
 Aumento da permeação;
 Aumento da renovação celular;
 Os AHAS promovem umectação do extrato córneo;
 Estimulam os fibroblastos;
 Redução de manchas superficiais;
 Aumento do metabolismo basal local;

2.3 BASES EM COSMETOLOGIA

2.3.1 Definições e Conceitos


Cosméticos são produtos que atuam na superfície da pele com a finalidade de higienizar,
limpar, lubrificar, hidratar, nutrir, retardar o envelhecimento e embelezar o ser humano. São
formulados com as mais diversas substâncias e elaborados de forma a não causar reações
indesejáveis.
Cosmetologia é a ciência que estuda a formulações cosméticas e os produtos para higiene
adequados ao tipo cutâneo, a fim de preservar a beleza e a saúde da pele e dos cabelos.
Os produtos cosméticos são os recursos técnicos adequados para a manutenção e o
aperfeiçoamento da estética do corpo humano. (PEYEREFITTE; MARTINI; CHIVOT, 1998). São
produtos considerados de efeito físico e não fisiológico, são formulações de uso tópico que,
quando adequadamente utilizados sobre a pele ou cabelos sadios, proporcionam resultados
satisfatórios sem interferir nos processos normais do metabolismo celular. Pelo contrário, devem
colaborar para que esses processos ocorram com o intuito de melhorar a qualidade da pele e de
seus anexos.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

2.3.2 Evolução da Cosmetologia


Ao longo dos anos a cosmetologia tem evoluído e se associado a outras áreas do
conhecimento, como fitoterapia, aromaterapia, aromacologia, e cronobiologia, além de se
subdividir em varias vertentes, como cosmecêutica, fitocosmética ,neurocosmética e outras, o
que torna a cosmetologia cada vez mais uma ciência multidisciplinar.

2.3.3 Formulações Cosméticas


As formulações cosméticas destinam-se ao cuidado, melhoramento da pele e seus anexos,
sem causar efeitos indesejáveis (BARATA, 2001; CARVALHO, DRAELOS,1999).
Veículos ou excipientes, princípios ativos e aditivos compõem as formulações cosméticas.
Essas substâncias podem ser formadas por um ou mais componentes de origem vegetal, animal
ou mineral e podem se naturais ou sintéticas.

2.3.4 Veículos ou Excipientes


São substancias inertes com a finalidade de dar a forma final ao cosmético, transportar, favorecer
ou abrandar os efeitos dos princípios ativos.

a) Emulsão
As emulsões apresentam-se na forma de cremes, leites e loções cremosas. São classificadas como
A, O (água ,óleo), A, O, A, (água, óleo ,água) e O, A, O (óleo, água, óleo).

b) Gel
É um sistema coloidal formado por duas fases, sendo uma fase dispersora liquida (água,
álcool, propilenoglicol, acetona) e outra fase dispersa sólida (agentes gelificantes). Existem dois
tipos principais de gel: aquoso e gel-creme. As características e funções do gel são determinadas
pela base veicular, mais precisamente a fase dispersora. Quando adicionado ao álcool, o gel
torna-se adstringente, e os ativos definirão sua ação.

c) Líquido
Veículo simples, em que o principal componente é a água. É utilizado na formulação de
loções cosméticas. Há dois tipos de loção: Loção aquosa, Loção adstringente ou hidro alcoólica.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

d) Pó
Veiculo indicado para produtos preparados e conservados em estado seco sem qualquer
umidade, como talco, pó facial, maquiagem em pó e máscaras argilosas secativas.

e) Veículos vetoriais
São estruturas projetadas para carrear ativos hidrossolúveis ou lipossolúveis até as camadas
mais profundas da epiderme. São lipossomos, nanosferas e silanóis.
Lipossomas ou Lipossomos são pequenas vesículas compartilhadas sólidas, cujo
revestimento é formado por uma camada biomolecular de glicerofosfolipidios, muito similar à
estrutura da membrana plasmática. Os lipossomos liberam seu conteúdo de princípios ativos na
primeira célula viva que encontram.
Nanosferas são estruturas poliméricas porosas e inertes, capazes de fixar em sua superfície
ou armazenar em seu interior ativos de natureza diversa, liberados lenta e gradativamente, à
medida que o vetor vai sendo absorvido pelo tecido, em um processo que leva em torno de 12
horas.
Silanóis ou silício orgânico, devido à afinidade do silício com organismo, o silanol é um vetor
cosmético com grande capacidade de penetração cutânea e absorção celular. Outro efeito
benéfico é que ele opõe-se a formação de radicais livres, pois torna a membrana celular mais
resistente aos ataques das moléculas reativas, normalizando a bioatividade celular, reduzindo a
oxidação e o processo de involução cutânea e acelerando o processo de hidratação.

É importante salientar que não basta que o princípio ativo seja eficaz no
tratamento da celulite, por exemplo, mas ter a garantia que chegará ao tecido alvo (tecido
gorduroso subcutâneo e/ou derme), seja através dos veículos vetoriais ou de recursos
elétricos, como o ultrassom, que favorecem a permeabilidade dos princípios ativos.

2.3.5 Princípio ativo


É uma das substâncias químicas ou biológicas que atua sobre as células teciduais de várias
maneiras. Em uma formulação é o elemento com ação ou efeito mais acentuado (MAGALHÃES,
2000).
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

2.3.6 Aditivos
São substâncias usadas nas formulações cosméticas, com ação aromatizante, corante ou
conservante. Os aditivos conservantes podem ser classificados em bactericidas, fungicidas ou
oxidantes.

2.3.7 Procedimentos estéticos que modificam a permeabilidade cutânea


Os principais procedimentos estéticos que alteram a permeabilidade cutânea são:
 Limpeza de pele profunda: a desobstrução dos ostios (via de penetração transanexial)
aumenta a permeabilidade cutânea.
 Hidratação: a pele hidrata tem maior permeabilidade.
 Peeling: os peelings físicos e químicos diminuem a hiperceratinização, os peelings
químicos também amolecem o cimento que une as células de queratina, facilitando a
permeação dos ativos.
 Alteração do pH: como o pH da pele é normalmente ácido, a aplicação de trietanolamiba
com vapor de ozônio (O), ou com alta frequência ( de 3 a 5 minutos), torna a pele mais
alcalina, aumentando sua permeabilidade.
 Outros procedimentos: massagem vapor de ozônio, calor, alta frequência e produtos
hiperemiantes aumentam o fluxo sanguíneo, a hidratação e a permeabilidade cutânea.

MÓDULO 3 - ALIMENTAÇÃO, NUTRIÇÃO NAS DESORDENS ESTÉTICAS

3.1 ACNE
Acne vulgar é a doença de pele mais comum nos Estados Unidos, afetando aproximadamente
17 milhões de pessoas. Isso significa 80% das pessoas entre 11 e 30 anos, sem distinção de raça,
etnia ou gênero (KRANING; ODLAND, 1979). A acne tem importante impacto econômico e social
em visitas a médicos, medicações, absenteísmo, assim como no efeito negativo à autoimagem e
padrão de beleza, especialmente durante o período emocional crítico da adolescência. Pessoas
com acne podem julgar-se com menor valor que as outras e socialmente inaceitáveis.
A acne severa pode causar desfiguração e cicatrizes, agravando o quadro psicossocial já presente
nesta condição. Por causa da natureza multifatorial da acne, os tratamentos tentam modificar um
pouco mais destes fatores patogênicos. A experiência clínica tem mostrado que as combinações
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

de terapias, que afetam múltiplos aspectos da fisiopatologia são elaboradas para


atingir o objetivo e ajudar na administração e resolução do problema (BERSON et al., 2003).

O problema fundamental é a diferenciação da célula sebácea, subjacente à produção


de sebo. A acne não irá desenvolver-se sem sebo, e o sebo não será produzido sem a
estimulação hormonal de androgênio às células sebáceas. A estimulação do hormônio
masculino é um pré-requisito e uma estimulante à acne vulgar, sendo que androgênio é
fundamental para o crescimento e desenvolvimento da glândula sebácea.

A inflamação da acne aumenta quando há uma grande secreção de hormônio, na


adolescência. Em mulheres, esta é a causa de metade dos casos de acne que persiste até a idade
adulta. O excesso de androgênio nestas mulheres se dá por desequilíbrios hormonais, como a
síndrome do ovário policístico (SOPC) (ZOUBOULIS et al., 2005).
Acredita-se que a hiperinsulinemia seja a alteração bioquímica, central e, provavelmente,
hereditária da SOPC, já que é reconhecida a associação do hiperandrogenismo com a resistência
à insulina (RI). Existem três tipos de acne: o comedonal (presença de comedão aberto e ou
fechado), o papilopustular (presença de pápulas e ou pústula) e o nodular (presença de nódulos).
Cada tipo resulta de um processo de fisiopatologia multifatorial na unidade pilo sebácea:
produção de sebo, hiperqueratinização folicular, proliferação e colonização por
Propionibacterium acnes e liberação de mediadores inflamatórios. A severidade da acne é
diagnosticada de acordo com o Tratado de Classificação da Severidade da Acne, que classifica a
acne em branda, moderada e severa, baseado no número e tipo de lesões. A determinação do
tipo de acne e sua severidade servem como guia para o tratamento (DAVID; LIAO, 2003).
De acordo com os autores, o grau de severidade da acne pode ser avaliado a partir dos
sistemas de classificação de Habif e de Leeds modificada, que consiste na determinação do grau
de severidade de acordo com:
• Quantidade das lesões inflamatórias:
- Ligeira: algumas (<10) pápulas/pústulas e ausência de nódulos;
- Moderada: muitas (10-20) pápulas/ pústulas e/ou alguns nódulos;
- Severa: numerosas (>20) pápulas/pústulas e/ou muitos nódulos;
• Presença de cicatrizes;
• Persistência de drenagem purulenta;
• Presença de fístulas;
• Outros fatores: repercussões psicossociais, dificuldades laborais e resposta inadequada a
terapêutica.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

Apesar de alguns médicos dermatologistas afirmarem que não há relação


entre a acne e a nutrição, diversos estudos científicos tem elucidado esta relação na prevenção e
como coadjuvante no tratamento da acne. É importante ressaltar que a principal causa da acne é
a hipersecreção sebácea, devido à alteração hormonal (principalmente hormônios andrógenos),
que pode ser mediada por diversos fatores, entre eles o nutricional. Através dos estudos
analisados, a relação da nutrição com a acne ocorre principalmente em nível de lesões
papilopustular.

3.1.2 Tratamento da permeabilidade intestinal


A relação entre a pele e intestino ocorre no momento do desenvolvimento embrionário, já
que os dois órgãos são provenientes do mesmo folheto embrionário. O aumento da
permeabilidade intestinal pode gerar aumento da absorção de toxinas e macromoléculas como já
visto. Essas substâncias contribuirão para gerar radicais livres que geram uma resposta imune
associada à alergia. O aumento da permeabilidade também reduz a absorção de nutrientes,
sendo que a carência de alguns nutrientes poderia influenciar no quadro da acne,
Lembrando que uma das principais causas do aumento da permeabilidade é a constipação e
disbiose intestinal. Portanto, para tratamento da permeabilidade intestinal indica-se prebióticos,
probióticos, fibras solúveis, insolúveis, glutamina, gordura e água.
Dentre os prebióticos, destacam-se a inulina e fruto oligossacarídeos (FOS), que são
fermentados pelo cólon, dependendo da população bacteriana que varia de um indivíduo para o
outro. Essa fermentação dá origem a AGCC (ácidos graxos de cadeia curta), como o acetato,
propianato e butirato, interferindo no metabolismo da glicose e dos lipídeos, os quais são
desencadeadores da liberação de toxinas e desordens como a acne vulgar.
Exemplos de probióticos (alimentos enriquecidos com lactobacilos vivos): Danone Activia®,
Yakult®, Biofibras®, entre outros. Por isso, é importante incluir alimentos ricos em fibras, como
frutas e verduras cruas, sementes (linhaça, aveia, gérmen de trigo) e óleos (ricos em Ômega 3),os
quais que além de favorecer o deslizamento do bolo fecal é um potente nutriente anti-
inflamatório.

3.1.3 Dieta Anti-inflamatória


As lesões clínicas da acne (pápula, pústula, nódulos e cistos) são processos inflamatórios e,
através da dieta, podemos modular a inflamação.
Estudos averiguados por autores Werbach (2001); Danby (2005); Jibaja & Léon (2006); Smith
et al.,(2007); Vázquez e Sandoval (2008), observaram que nas sociedades tribais (não
ocidentalizadas) como Inuit e Oquinauana Islanders, cuja alimentação era rica em fibras, ômega-
3, mediadores anti-inflamatórios de baixo (IG) estavam praticamente ausentes da acne vulgar,
mas ao aderirem à dieta ocidental passaram a surgir os primeiros focos da doença.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

Estudos piloto realizados por Costa (2007) e colaboradores, envolveram uma


suplementação rica em AGE (Ácidos Graxos Essenciais) (Liviten® L- cápsulas gelatinosas moles
contendo 1.000 mg de ácidos graxos poli-insaturados de origem vegetal e 3mg de vitamina E).
Referentes aos fatores etiopatogênicos próprios da acne vulgar e percebeu-se:
 Alteração nos componentes do sebo dos portadores de Acne vulgaris, em comparação
aos indivíduos sãos.
 Alteração do ácido linoléico (AL), ômega-6 que desprotege a parede epitelial glandular,
atacado pelos ácidos graxos livres, obtidos pela hidrólise das triglicérides através das lípases
do P. acnes, acarretando hiperqueratinização infundibular e inflamação dérmica.
 Observaram que os indivíduos que fizeram uso do produto rico em AGE (Liviten® L)
tiveram uma insignificante melhora histopatológica do que aqueles que usaram placebo. O
sebo manifesta-se sempre que um antígeno ou estímulo inflamatório apareça na forma de
TNF-α (fator alfa de necrose tulmoral), IL-1(interleucina-1), IL-6 (interleucina-6).
Desta forma, o consumo de Ômega 3 para prevenção e tratamento da acne consiste, então,
em estabelecer uma dieta rica em ácidos graxos ômega-3 capazes de reduzir a liberação de
prostaglandinas pró-inflamatórias (Prostaglandinas 2 e Leucotrieno B4) e favorecer a liberação de
prostaglandinas anti-inflamatórias (Prostaglandinas 3).

3.1.4 Índice Glicêmico


Dietas de alto índice glicêmico provocam hiperinsulinemia (excesso de insulina no sangue). A
hiperinsulinemia favorece a liberação do hormônio IGF1 que age diretamente na glândula
sebácea aumentando a produção de sebo.
Smith e colaboradores (2007) aplicaram uma dieta de baixo (IG) a 32 homens, na faixa etária
de 15 a 25 anos. Ao final de 12 semanas, constatou-se o decréscimo de 59% da acne. Jibaja &
Léon (2006); Smith et al.,(2007); Vázquez et al., (2008) observaram em populações como o Japão,
Zâmbia e Nigéria, cujas dietas priorizam a comida típica, de baixo (IG), houve poucos vestígios da
acne, apresentado sob uma boa genética, população magra, ausente de hipertensão, rara
resistência insulínica e de alto índice de expectativa de vida.
Dietas de IG, segundo Jibaja & Léon (2006), causam hiperinsulinemia aguda, ativando o
sistema endócrino mediante a queratinização folicular das glândulas sebáceas e o fator de
crescimento insulínico (IGF-1) no transportador protéico (IGFBP- 3), aumentando desta forma,
diretamente, a produção de sebo. Explicando assim a fisiopatologia, de uma das manifestações
cutâneas do hiperandrogenismo: a acne, que acomete estruturas-alvo dos andrógenos, a unidade
pilossebácea e a pele (YARAK et al., 2005).
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

3.1.5 Dieta Hiperlipídica


Trabalhos realizados por Katsuda e colaboradores (2005) foram publicados exaltando as
fontes do substrato do lipídio sebáceo provir de uma dieta gordurosa. Já que esses ácidos graxos
livres estocam-se no infundíbulo glandular por um vasto período de tempo, irritando o epitélio,
passando de uma hiperqueratinização à inflamação alterando a etipatogênese da acne vulgar.
Entretanto, autores conservadores ao definirem seu respaldo sobre o tema insistem em
garantir que uma alimentação lipídica não causa acne, e sim o estresse psicológico gerado pelo
ato da ingestão. Porém, contradizem-se ao anunciar soluções paliativas para acne como dietas de
eliminação e afastamento de ambientes gordurosos (REVEES & MAIBACH, 2000; MACEDO, 2005).
Borelli (2004) vincula a piora da acne a determinados produtos ingeridos, resultando em
alergia alimentar a determinados alimentos.

3.1.6 Acne e Leite


Alguns estudos tem relacionado a acne ao consumo de leite por dois fatores:
1. Hormônios derivados da progesterona e da di-idrotestosterona
2. Hormônios aplicados nos animais.
De acordo com estudos realizados por Danby (2005), há um vínculo do consumo de leite e
produtos lácteos ao surgimento da acne, a ingestão exacerbada de leite animal, expõe desta
forma o homem aos hormônios produzidos por vacas “prenhas”.
Estes hormônios são intoleráveis ao organismo humano, principalmente aos adolescentes em
fase de intensa atividade hormonal. Para o autor, o leite contém hormônios derivados da
progesterona como também da di-idrotestosterona (DHT) e seus precursores mediam mudanças
no “homem pilossebáceous”. O autor estimava que estes precursores ao chegarem ao folículo
piloso humano, fossem detidos pela inibição da 5α-redutase, porém sua ação é totalmente
bloqueada, devido ao fato de já terem sofrido desta ação ainda na glândula mamária bovina.
Exibindo o homem a potentes agonistas para os quais não estão preparados.

3.1.7 Acne e Micronutrientes


 ZINCO - Para Werbach (2001), os níveis de zinco no sangue costumam estar diminuídos em
indivíduos que possuem acne do que em pessoas de pele normal. Autor reforça que o nível de
zinco, mesmo estando adequado no sangue, pode estar reduzido na pele, pois a pele detém 20%
do zinco total do organismo (FILGUEIRA & FILGUEIRA, 1984). Porém para Neto (2003), sua
deficiência pode ser decorrente de doenças intestinais (como a constipação e a
hiperpermeabilidade intestinal), estando associada a lesões da pele, cicatrização retardada e
resposta imunológica alterada.
 SELÊNIO - em estudo-piloto, este micronutriente apresentou ser efetivo no tratamento de
pústulas devido à sua função de combater infecções. Em indivíduos nos quais os níveis
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

sanguíneos de peroxidase de glutationa (enzima selênio-dependente) estavam baixos,


aumentou e melhorou o aspecto da acne.
 VITAMINA A - tem-se revelado uma grande aliada contra acne, estudos sugerem que seu
uso em concentrações altas, responde rapidamente. Mas em doses elevadas demais pode tornar-
se perigosa devido à sua toxicidade, apresentando defeitos congênitos (quando utilizados na
gravidez), aumento da gordura no sangue, fígado e inflamação intestinal (WERBACH, 2001).
Entretanto Azevedo (2007) enfatiza a importância da vitamina A na prevenção da acne e
manutenção da pele, indicando o uso de suas fontes diariamente.

3.2 FOTOPROTEÇÃO
Tipos de Radiação Ultravioleta:

É a radiação que tem o maior comprimento de onda, penetra na pele a atinge a derme.
Contribui para a pigmentação da pele, envelhecimento precoce da pele e
UV-A
imunossupressão. A radiação UV-A quase não é filtrada pela camada de ozônio
presente na atmosfera e chega facilmente a superfície.

Pode provocar queimadura na pele (vermelhidão), supressão do sistema imunológico,


diversos problemas dermatológicos, entre eles o câncer de pele e o envelhecimento
UV-B
precoce. A radiação UV-B é filtrada pela camada de ozônio, mas uma parte chega a
superfície.

Com a exposição ao sol há o estímulo para produção de melanina, pigmento que protegem as
células dos efeitos nocivos do sol. Quanto mais clara a pele, menor a produção de melanina,
apesar dos números dos melanócitos não alterarem significativamente entre peles claras e
escuras.
A exposição excessiva ou prolongada da pele à radiação ultravioleta resulta em várias
alterações cutâneas chamadas de foto envelhecimento. A severidade deste envelhecimento
depende principalmente da duração e intensidade da exposição solar e da cor da pele e sua
capacidade de bronzear: quanto maior a intensidade e duração da exposição solar e quanto mais
clara e mais difícil de bronzear, maior será o dano que o sol poderá causar.
Clinicamente o foto envelhecimento pode provocar alterações na textura e na cor da pele,
uma vez que colágeno e elastina são lesados, deixando-a áspera, seca e amarelada. Também
pode induzir o surgimento de manchas, dilatar pequenas veias, rugas, flacidez, ressecamento
entre outros. Por fim, não se pode omitir a participação UV em induzir o câncer de pele.
A utilização de uma dieta apropriada com uso de nutrientes antioxidantes, como pró-vitamina
A, carotenóides, flavonóides, vitamina E, vitamina C e minerais, como o selênio, em doses
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

adequadas e principalmente com a hidratação constante, protegem a pele e


outros tecidos contra os efeitos dos radicais livres produzidos naturalmente no organismo
gerados pela radiação ultravioleta da luz solar e pela poluição ambiental.
Desta forma, por meio da alimentação, podemos reduzir os efeitos maléficos do sol como
eritema, câncer e envelhecimento.
Os principais nutrientes envolvidos são
* Antioxidantes (Vitamina C, Vitamina E, Selênio
* Beta caroteno
* W3
* Flavonóides (Proantocianidinas, Antocianinas)

3.2.1. Antioxidantes
Os alimentos, principalmente as frutas vermelhas e legumes, também contém agentes
antioxidantes, tais como as vitaminas C, E, e A, a clorofilina, os flavonóides, carotenóides e outros
que são capazes de restringir a propagação das reações em cadeia e as lesões induzidas pelos
radicais livres.
Algumas fontes de antioxidantes:

Alimento Antioxidante

Mamão -caroteno
Brócolis Flavonóides
Laranja Vitamina C
Chá Catequinas
Cenoura -caroteno
Tomate Carotenóides
Salsa Flavonóides
Espinafre Clorofilina

3.2.2 Vitamina C e E
Ao ser absorvida pelo organismo, a radiação UV induz a formação de radicais livres. A vitamina
C e vitamina E atuam estabilizando estes radicais e impedindo os danos nos tecidos.
A Vitamina C protege melhor o dano dos raios UVA, e a vit. E dos raios UVB, sendo que este
tem demonstrado inibir o eritema produzido por UVB.
A exposição ao sol pode destruir o colágeno (fibras que dão sustentação a pele) e a Vitamina C
é fundamental para síntese do colágeno, o que ressalta a importância desta vitamina.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

Considerando que a radiação solar pode causar envelhecimento, a Vitamina E


é um forte protetor da membrana celular, melhora a microcirculação cutânea, inibe a
peroxidação dos lipídeos cutâneos, ocasionado principalmente pelos Raios Ultravioletas B (UVB),
além de aumentar o valor da dose mínima eritematosa (DEM) e melhorar a eficácia dos produtos
solares (HERNANDEZ; FRESNEL, 1999).

3.2.3 Carotenóide - Betacaroteno


O betacaroteno é um carotenóide e não atua na produção de melanina, e sim é armazenado
nos queratinócitos (células da epiderme), no mesmo local que o pigmento melanina e
armazenado.
Com a radiação solar, os carotenóides atuam como refletores parciais dos raios UVA e UVB,
diminuindo a absorção e estabilizando radicais livres liberados. A oxidação do betacaroteno
promove também um aspecto de bronzeado dourado e contribui para duração do bronzeado.
Portanto, o betacaroteno não acelera o bronzeamento, mas a coloração amarelada que dá à pele
pode proteger contra os raios ultravioleta.
É importante ressaltar que o consumo de betacaroteno deve ser diário, ao menos 20 dias
antes da exposição ao sol, porque ele se armazena nos queratinócitos, havendo a necessidade da
renovação celular para que chegue à superfície e desenvolva seu papel fotoprotetor. Este
período é necessário para que haja renovação celular, ou seja, os queratinócitos que estavam em
baixo migrem para a superfície.
O betacaroteno e encontrado em verduras como cenouras, tomates, vegetais verdes e em
frutas como laranja, mamão e manga.

RECEITA

SUCO PARA BRONZEAMENTO


Ingredientes
1 manga
½ mamão papaia
suco de 4 laranjas (somente o suco)
1 cenoura pequena cozida
200 ml de água
Modo de Preparo
Bater todos os ingredientes no liquidificador
Rende 4 porções
1 copo de 250 ml fornece 15 a 20 mg de betacaroteno.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

3.2.4 Ômega
O uso do óleo do peixe contendo Ômega 3 impede a ativação da proteína C quinase,
diminuindo assim a produção de fatores responsáveis pela lesão cutânea, melhorando o eritema,
infiltração e descamação da pele (SADTMAN, 1990)

3.2.5 Óleo de Macadâmia e de Prímula


Uma das consequências da exposição ao sol é o ressecamento da pele. O óleo de macadâmia
e de prímula tem sido relacionado ao aumento da hidratação cutânea. O óleo de macadâmia é
rico em Ômega 7(ácido palmitoléico) e pode ser encontrado na secreção sebácea natural da pele,
principalmente nos bebês, crianças e adolescentes.
O consumo de 1 dose de 1500 mg via oral de óleo de Prímula, duas vezes ao dia, junto com as
refeições, melhora hidratação e parâmetros de elasticidade da pele (MUGGLI, 2005).

3.2.6 Flavonóides
Os flavonóides apresentam uma série de atividades biológicas antioxidantes, quimioprotetora,
anticarcinogênica, anti-inflamatória (redução de eritema, que é a vermelhidão causada pelos
raios UVB na pele). Os flavonóides e catequinas são encontrados no chá verde e chá preto, sendo
que vários estudos vem sendo desenvolvidos por pesquisadores em várias regiões do mundo
para comprovar a eficácia da ação desses chás como quimioprotetor e antioxidante (BRASH et al,
1996). As principais fontes de flavonoides são:

Frutas Uva, cereja, amora, morango, laranja, jabuticaba entre outros


Vegetais Batata, couve-flor, repolho branco, cebola, alho e outros

Sementes e grãos Soja, cacau, castanhas, feijão e outros

Alimentos ricos em flavonoides como o cacau, podem fornecer fotoproteção e redução do


eritema, aumento do fluxo sanguíneo dos tecidos cutâneos e subcutâneo e aumento na
densidade e hidratação na pele (redução da aspereza da pele).
A ingestão de cacau pode promover a fotoproteção e manutenção da saúde da pele, porque
aumenta o fluxo sanguíneo dos tecidos cutâneos e subcutâneos; aumenta a densidade da pele e,
portanto, a sua hidratação; aumenta também a espessura da epiderme; diminui a perda de água
e a aspereza e descamação da pele.
As proantocianidinas (extraídas da uva) apresentam forte efeito inibitório das enzimas
metaloproteinases 1 e 2, causadoras do envelhecimento cutâneo, melhorando a elasticidade e
flacidez da pele além de ser associado ao aumento da produção de melanina.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

3.2.7 Chá Verde


O chá verde, nome popular dado para a infusão obtida a partir da planta Camellia sinensis, é
rico em catequinas, que são potentes antioxidantes, principalmente por catequinas do tipo
Epigalatocatequinas galato (ECGC). Dentre os efeitos observados, podem-se citar a inibição da
lipoperoxidação e dos danos causados ao DNA pelas Espécies Reativas de Oxigênio, a inibição da
imunossupressão e da inflamação cutânea induzida pela radiação UV, a indução de apoptose nas
células tumorais e inibição do crescimento do tumor induzido pela radiação UV100 (KATIYAR,
1999)
O extrato do chá verde, fornecido oralmente ou aplicado sobre a pele de animais, inibe
formação de tumores de pele induzidos por carcinógenos químicos ou pela radiação ultravioleta
B (UVB).
Quando aplicado ECGC à pele do rato, percebeu-se que previne a lesão induzida pelos raios
UVB devido a sua ação antioxidante, diminuindo a formação de radicais livres (KATIYAR et al,
2001).

3.2.8 Selênio
Estudos comprovam que o uso oral do selênio preveniu lesões ao DNA causadas pela radiação
ultravioleta, diminuem o processo inflamatório na pele, agindo sobre a interleucina-2 e outras
respostas dessa natureza, bem como reduziu a apoptose celular, aumentando a capacidade
antioxidante celular (SCOTTI; VELASCO, 2003).
Alimentos ricos em selênio são: castanha-do-pará, nozes, alho, tomate, milho, soja, lentilha,
aves, frutos do mar, tanto peixes como crustáceos (TAGLIARI, 2006).

3.2.9 Fibro edema gelóide


Alguns outros termos são utilizados para designar a celulite, na tentativa de adequar o nome
às alterações histomorfológicas encontradas: lipodistrofia localizada, hidrolipodistrofia ginóide,
paniculopatia edemato-fibroesclerótica e paniculose, lipoesclerose nodular, lipodistrofia ginóide.
No entanto, a denominação fibro edema gelóide tem-se demonstrado como o conceito mais
adequado para descrever o quadro, pois retrata de forma abrangente os achados
histopatológicos descritos por diversos autores (GUIRRO; GUIRRO, 2002).
Segundo GUIRRO e GUIRRO (2002), é uma infiltração edematosa do tecido conjuntivo
subcutâneo, não inflamatória. Mas esta afirmação é questionada, já que o tecido adiposo libera
mediadores inflamatórios como a Interleucina – 6. Então, pode haver processo inflamatório no
quadro de Fibro edema Gelóide.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

O FEG pode ser definido como uma patologia multifatorial, que resulta na degeneração
do tecido adiposo, passando pelas fases de alteração da matriz intersticial (GUIRRO; GUIRRO,
2002; KEDE e SABATOVICH, 2003).
A teoria atualmente aceita é que o início das transformações ocorre na matriz intersticial,
mediante alteração bioquímica dos seus constituintes principais, que sofrem uma
hiperpolimerização. As alterações do tecido conjuntivo perivascular produzem diminuição do
tônus venoso e aumento da fragilidade capilar, favorecendo a ruptura e o surgimento de micro
hemorragias. Assim, a matriz tem sua viscosidade aumentada, com prejuízo de suas principais
funções (GUIRRO; GUIRRO, 2002; KEDE; SABATOVICH, 2003).
Trata-se de um tecido mal oxigenado, subnutrido, desorganizado e sem elasticidade,
resultante de um mau funcionamento do sistema circulatório e das consecutivas
transformações do tecido conjuntivo (GUIRRO; GUIRRO, 2002).
Dentre etiopatogenia do FEG é importante analisar as diversas teorias quanto à origem do
fibro edema gelóide para, então, perceber a evolução que se deu nas pesquisas dessa área.
Campos (1992), Ciporkin e Paschoal (1992) e Guirro (2002) consideram seis teorias, dentre elas,
a teoria hormonal.
O fator hormonal justifica-se pelo fato do estradiol ser o principal causador de FEG.
Alterações da produção, uso de medicamentos com estes hormônios, desequilíbrio entre
estrógeno e progesterona, testosterona, hormônios da tireoide, hormônios das glândulas
suprarrenais, podem desencadear ou agravar a FEG por vários mecanismos. Eles interferem no
metabolismo das gorduras, na circulação linfática e venosa, facilitam a retenção de água e sal e,
além disso, coordenam a deposição de gordura no abdome, quadril e coxas, para dar ao corpo o
aspecto feminino.
Para Ciporkin e Paschoal (1992), o fibro edema gelóide possui uma etiologia multifatorial,
porém interligada, onde os fatores atuam em cima de condições genéticas favoráveis, que
somados a vários outros fatores endógenos e exógenos, tanto gerais quanto locais,
desencadeiam uma reação, em cascata lenta e progressiva, que recai sobre a região do tecido
dermo-subdérmico.
De acordo com Zimmermann (2004), sempre que a mulher sofre um aumento excessivo de
peso devido uma alimentação hipercalórica, este ocorre primeiro nas áreas ginóides, antes de se
estender ao resto do corpo e estas regiões são preferenciais ao desenvolvimento da celulite.
A conduta nutricional na prevenção e tratamento do FEG deve contemplar os parâmetros
abaixo:
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

Dieta anti-inflamatória
Desintoxicante
Normo ou hipocalórica
Tratamento de disbiose intestinal/ Hiper PI
Hipossódica
Antioxidante
Dieta de Baixo IG
Dieta para elasticidade da derme (suplementos
como silício, colágeno hidrolisado, vit. C)

3.2.10 Alguns alimentos funcionais para tratamento do FEG:


 Algas: fonte de iodo,equilibra o trabalho da glândula tireoide, evitando flutuações hormonais.
 Arroz integral: contém fibras, vitaminas do complexo B e minerais (magnésio e cromo),
favorecendo a digestão do açúcar e o funcionamento do intestino.
 Aveia: rica em silício, reorganiza as fibras de sustentação da pele e previne a formação das
ondulações.
 Azeite de oliva extravirgem e óleo de linhaça: tem ação anti-inflamatória, ou seja, combate os
edemas acarretados pela celulite.
 Castanha do Pará: rica em selênio, um importante antioxidante contra o envelhecimento
celular.
 Folhas verde-escuras: fonte de clorofila, melhoram a circulação e desintoxicam o organismo.
 Lima-da-pérsia: limpa o sistema linfático e desintoxica o fígado.
 Maçã: fonte de pectina, um tipo de fibra que neutraliza as toxinas presentes no organismo.
 Missô (pasta de soja fermentada): é riquíssimo em probióticos naturais, que favorecem o
intestino, além de ajudar a desintoxicar e desinchar.
 Shiitake: de todos os cogumelos, é o que contém mais lentinan, substância que reforça as
defesas do organismo e tem o poder de diminuir o processo inflamatório.

3.3 CABELOS
O cabelo é dividido em três fases: fase de crescimento ou ANÁGENA, cada fio desenvolve-se
independentemente, por cinco a seis anos. No adulto, 90% do cabelo estão nesta fase. A fase
Anágena pode ser tardia, o que retarda o crescimento do fio. Fase CATÁGENA, estágio mais
curto de vida que dura algumas semanas. A parte mais profunda do folículo torna-se mais curta e
próxima ao couro cabeludo
Fase de queda ou TELÓGENA, quando os fios entram em repouso e não crescem mais.
Aproximadamente 10% do cabelo, num adulto, está nesta fase. Ao fim da fase telógena, os fios
caem. Entre queda e crescimento os fios se renovam. Acima de 20% a 30% de fios na fase
telógena significa queda excessiva.
Dentre os tipos de alopecia descritos na literatura, alopecia areata, alopecia androgênica e
eflúvio telógeno podem estar associados a questões de cunho nutricional.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

O cabelo é afetado nas deficiências protéicas, vitaminas e de sais minerais. A


má nutrição influencia no crescimento do pêlo, na estrutura da haste e às vezes na cor (EBLING,
DAWBER, 1986). A deficiência de nutrientes está intimamente relacionada com o retardo
da fase anágena (fase de crescimento) e aceleramento da fase telógena (queda do cabelo) do fio.
Alguns nutrientes fazem parte da composição do fio, dentre eles destacam-se proteínas (alfa-
queratina), ferro, cobre, zinco, iodo, vinte diferentes tipos de aminoácidos (com ênfase no
aminoácido cistina), lipídios e água. Como a raiz do cabelo possui uma boa irrigação sanguínea,
substâncias trazidas pelo sangue podem ser incorporadas no cabelo durante sua formação.
A nutrição, desta forma, influencia diretamente na composição nutricional dos fios,
considerando que comumente as deficiências energético-protéicas favorecem cabelos
quebradiços e sem brilho, principalmente devido ao comprometimento da barreira capilar.
No que concerne às deficiências nutricionais acerca da alopecia, nutrientes como proteínas,
aminoácidos como cistina, cisteína, colágeno hidrolisado, silício, ácido ascórbico, zinco, ferro,
ácidos graxos essenciais, biotina, vitamina B12, selênio, água e cobre estão descritos na literatura
a saber.

3.3.1 Proteínas
O cabelo é composto por 45% de carbono, 28% de oxigênio e 15% de nitrogênio. Desta forma,
88% do cabelo é composto por proteínas (alfa queratina) sendo outros elementos como ferro,
cobre, zinco, iodo, hidrogênio e enxofre perfazendo em média 12%. (PAULA, 2001).
A deficiência de aminoácidos leva à diminuição do crescimento dos cabelos e influencia na
diferenciação dos cabelos. Cerca de 27% das proteínas dos cabelos são compostas de
fenilalanina, isoleucina, triptofano, metionina, leucina, valina, lisina e treorina.
Deficiência destes aminoácidos inicialmente causa diminuição na velocidade de crescimento,
com afinamento dos cabelos e, finalmente alopecia difusa. Existe também aumento da proporção
de telógenos, o que leva a um tricograma telógeno (CAMACHO, RANDALL, PRICE, 2000).

3.3.2 Cisteína e Cistina


No que diz respeito à atividade da queratogênese, parece que a cistina pode ser usada como
auxílio terapêutico em alopecia androgênica. Como de fato pode ser verificada, uma
suplementação dietética de cistina parece produzir uma modificação na composição
aminoacídica das queratinas dos cabelos provocando os valores alterados a voltarem ao normal
(BRUNO, C.; MORGANTI,P.; GIARDINA, A., 2008)
A cisteína é uma das mais importantes fontes de enxofre orgânico, participa da síntese de
glutationa, assim como da síntese de proteínas, a partir de sua conversão à Cistina.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

A Queratina tem cerca de 15% de Cisteína e Cistina, sendo importante fator


para a pele e cabelo, sendo que pacientes com queda de cabelo, em geral, têm baixos níveis
sanguíneos de Cistina. (OLSZEWER, 2004).

3.3.3 Colágeno Hidrolisado


Colágeno hidrolisado associado tem demonstrado muitos benefícios ao cabelo, estimulando
seu crescimento e proporcionando seu desenvolvimento de fios com maior diâmetro. Este
resultado sugere efeito positivo quanto ao uso de suplementos como auxiliar no tratamento de
alopecias (OLSZEWER, 2004).

3.3.4 Silício
O Silício tem demonstrado estimular crescimento de unhas e cabelos, e a associação do silício
com o colágeno hidrolisado mais aminoácidos sulfurados são benéficos ao desenvolvimento de
proteínas fibrosas como o cabelo.
Barel et al (2005) administraram trabalho utilizando silício na forma de ácido ortosilícico que,
segundo autores, aumenta a concentração de hidroxiprolina na derme de animais. O efeito desta
foi avaliado na pele, unhas e cabelos em forma de trabalho randomizado, duplo-cego, controlado
por placebo administrado via oral por 20 semanas. O suplemento melhorou a aspereza da pele,
as propriedades anisisotrópicas da mesma e as propriedades mecânicas de cabelos e unhas
frágeis.

3.3.5 Zinco
Alguns autores sugerem que a dosagem de zinco no cabelo reflete a adequação da ingestão
dietética, porém, para igual concentração de zinco na dieta, os valores nos cabelos variam,
desconhecendo-se quais necessidades fisiológicas que fazem flutuar esses níveis (MCKENZIE,
1979).
Para Geilen e Peytavi, (2000) o zinco é um fator de crescimento e desenvolvimento dos
cabelos. Sua deficiência pode causar cabelos finos, quebradiços, sem brilho e avermelhados
(DAWBER, VAN NESTE, 1996).

3.3.6 Ferro
O ferro é um dos componentes mais importantes para a saúde do cabelo. A deficiência
deste mineral, mesmo na ausência de anemia evidente, está associada à queda difusa de cabelos
(EPSTEIN, 1999)
Laboratorialmente encontramos uma diminuição nos níveis séricos de ferro, sendo que em
20% dos casos não acompanha anemia. Kantor et al (2003) avaliaram os níveis de ferritina em
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

mulheres com alopecia. Pacientes com alopecia areata e alopecia androgenética


apresentaram níveis significativamente menores de ferritina, quando comparadas com o grupo
controle.

3.3.7 Dieta Anti-inflamatória


Para prevenção da queda de cabelo, sugere-se conduta nutricional anti-inflamatória, incluindo
consumo de ácidos graxos essenciais e antioxidantes, pois podem inibir a produção de Citocinas
como a Interleucina 1 associada à queda de cabelo.
Na Alopecia Areata, umas das características fisiopatológicas é a inflamação peri bulbar
(BERGFELD, 1989). Já na Alopecia Androgênica, sugere-se que a liberação de citocinas
inflamatórias, como a 1 - (IL-1), possa contribuir para a queda de cabelo (EBLING, DAWBER,
ROOK, 1986). A Interleucina tipo 1 alfa aumenta a queda de cabelo (GROVES, MIZUTANI, KIEFFER,
1995).
Citocinas levam à transformação de anágeno em telógeno e estão relacionadas com alopecia
Areta (HOFFMANN, 1999). Citocinas também estão envolvidas na alopecia ocasionada pela
hiperplasia siringolinfóide, linfomas e estado leucêmico do linfoma cutâneo de células T
(HOFFMANN, 2000)

3.3.8 Biotina
A biotina é importante para o desenvolvimento do folículo piloso. Sua deficiência causa
alopecia difusa e despigmentação dos cabelos (GEILEN; PEYTAVI; ORFANOS; 2000). As vitaminas
do Complexo B, especialmente a Biotina, têm importante ação antioxidante atuando na saúde da
pele, dos cabelos e do sistema nervoso (SMITH; ANDERSON, 1995).

3.3.9 Selênio
O Selênio mantém integridade de unhas e cabelos. Sua falta causa perda de cabelo e deixa as
unhas frágeis e sujeitas a fungos. Porém, seu excesso pode causar deformação em unhas e
cabelos.
O selênio é importante em vários processos antioxidantes. Sua deficiência pode causar
clareamento dos cabelos. Após suplementação adequada de selênio poderá haver recuperação
da cor dos cabelos (GEILEN; PEYTAVI; ORFANOS, 2000).

3.3.10 Manganês
É essencial para a assimilação do mecanismo dos carboidratos e lipídios, atuando sobre a
cutícula do cabelo na sua ideal lubrificação e proteção com barreira lipídica. Existem vários
trabalhos que relacionam sua falta à existência da alopecia, sendo que vários tratamentos contra
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

a queda de cabelos o utilizam como aditivo essencial, seja ele considerado pela
sua ação direta na síntese de vitaminas do complexo B, ou pelo fortalecimento do bulbo capilar.

3.3.11 Água
O conteúdo de água é um fator importante para o cabelo e para a pele. A cutícula, presente
na superfície do fio do cabelo, tem um papel importante na retenção de água no cabelo, sendo
que os aminoácidos são responsáveis por hidratar a cutícula.
Cabelos sem brilho e ressecados sinalizam cutículas bastante danificadas devido à diminuição
da quantidade de aminoácidos. Foi demonstrado que xampus, condicionadores e agentes para
tratamento, contendo certos tipos de aminoácidos, evitam que a cutícula capilar se abra, devido
ao aumento da capacidade de retenção de água. (PAULA, 2001)
A tabela 2 apresenta os principais nutrientes envolvidos com a alopecia e suas respectivas
fontes.

NUTRIENTE FONTES ALIMENTARES

Proteína (Cistina, Carne bovina, clara de ovo, peixe, carne suína, Oleaginosas e
cisteina) leguminosas, leite e derivados
Gelatina e carnes. Ossos, cartilagens e tendões de carne,
Colágeno hidrolisado
frango e peixes. Geléia de mocotó.
Silício Trigo, aveia, arroz, banana e feijão
Carnes bovinas, de frango e peixe, camarão, ostras, fígado,
Zinco grãos integrais, castanhas, cereais, legumes e tubérculos. Leite
e derivados, ostras, mariscos, cereais, nozes e feijão.
Carne bovina, vísceras, feijão, beterraba, vegetais verde-
Ferro
escuros.
Peixes como Salmão, sardinha, truta, arenque, cavala, atum,
Ômega 3 bacalhau
Óleo de linhaça, azeite de oliva extra virgem
Grãos de cereais e seus respectivos óleos, como germe de
Vitamina E trigo, milho, soja e amendoim, ovos, fígado, carnes, peixes e
produtos lácteos, noz, castanhas, azeite de oliva e azeitona.
Chá verde, Frutas vermelhas, Cogumelos, Soja, chá preto,
Flavonóides
frutas e verduras em geral
B12 - fígado e rim, leite e derivados, ovos, peixe e carnes de
Vitaminas do Complexo B
músculo.
(Biotina, B2 e B12)
Biotina - Fígado de boi, chocolate, gema de ovo, amendoim.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

B2 - ovo inteiro, fígado de bovino frito, fígado de porco, rim


de bovino, fígado de galinha
Damasco, aveia, soja, agrião, pêssego, amêndoa, carne bovina,
Manganês
feijão, noz, espinafre.
Castanha do Para, nozes, alho, tomate, milho, soja, lentilha,
Selênio
aves, frutos do mar (peixes e crustáceos)
Frutas cítricas, brócolis, pimentão, couve, tomate, cheiro
Vitamina C
verde.
Pimenta, Chá verde, frutas vermelhas, gengibre, cúrcuma,
Outros anti-inflamatórios semente de linhaça.

3.4 UNHAS

3.4.1 Fisiologia da Unha


Segundo Lima, Rego e Montenegro (apud NOVOTNY; FEUZER; WATANABE, 2008), as unhas
são compostas por queratina, proteína endurecida encontrada também na pele e nos cabelos e
produzidas pelas células da matriz da unha. São várias as suas funções, entre elas a de apreender
e manejar objetos, proteger o tecido da ponta dos dedos, além de refletir, através de suas
alterações, doenças e condições graves cutâneas ou mesmo internas. As unhas garantem firmeza
dos dedos, sem elas não seria possível executar nem mesmo um movimento simples, sem correr
o risco de sentir dor.
O aparelho ungueal é muito mais que apenas a unha, funciona como um sistema do
organismo, com características especiais. É formado por várias estruturas conforme descritas por
Bailey et al. (1973).
- Raiz Ungueal: é quem forma a lâmina ungueal (unha), está na região superior e inferior da
base da lâmina, pode ser vista nos primeiros dedos, como um semicírculo branco, a lúnula;
- Dobra proximal: é a borda de pele que está na base da lâmina ungueal;
- Dobras laterais: são as bordas de pele nas laterais das unhas;
- Borda livre: é a parte distal da lâmina ungueal, ou seja, a que cortamos;
- Leito ungueal: é a pele que está colada à lâmina ungueal, também participa da formação da
lâmina;
- Lâmina ungueal: mais chamada de unha, é uma placa de queratina dura, aderida ao leito
ungueal e formada por ele e pela matriz ungueal. Recobre a extremidade posterior da última
falange dos dedos;
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

- Eponíquio: é a chamada cutícula, porção de pele aderida à lâmina ungueal na


sua porção proximal, que serve para proteger a raiz contra a entrada de umidade, substâncias
químicas e agentes infecciosos.
O crescimento das unhas é contínuo durante a vida, graças a um processo de proliferação e
diferenciação de células epiteliais da raiz da unha, que gradualmente se queratinizam para
formar a placa córnea (DÂNGELO; FATTINI, 1988).

3.4.2 Unhas Quebradiças


Hábitos alimentares adequados às necessidades nutricionais auxiliam no crescimento e na
saúde das unhas, já que a falta de alguns nutrientes e vitaminas podem deixá-las quebradiças e
frágeis.
A ingestão insuficiente de vitaminas do complexo B pode provocar listras nas unhas e a falta
de cálcio pode torná-las secas e quebradiças. A deficiência de vitamina C e ácido fólico pode ter
uma responsabilidade parcial pelo aparecimento de problemas nas unhas.
A biotina e as demais vitaminas do complexo B juntamente com aminoácidos, vitaminas C e E,
auxiliam o corpo a produzir queratina e outras proteínas importantes para o desenvolvimento de
unhas fortes;
 Fontes de vitamina C: Laranja, pimentão amarelo, mamão e morango.
 Fontes de vitamina E: Vegetais de folhas verdes escuras, nozes, sementes e grãos integrais.
 Fontes de biotina: peixe de água salgada, gema cozida, levedura e grãos integrais.
 Fontes de vitaminas do Complexo B: ovo, carne, aves e leite.

3.4.3 Colágeno hidrolisado


Rosemberg (1955) realizou um estudo com casos de unhas quebradiças, utilizando ingestão de
7g colágeno hidrolisado. Cinquenta pacientes foram estudados, e destes, quarenta e três que
ingeriram colágeno hidrolisado diariamente por três meses apresentaram melhora da estrutura
da unha. Os oito pacientes que apresentaram recorrência de unhas quebradiças puderam
novamente controlar o problema com a ingestão de colágeno hidrolisado. Cinco de doze casos de
unhas psoriáticas melhoraram com colágeno hidrolisado, mas esta não apresentou efeito em
onicomicose e outras condições patológicas.
Frequentemente podemos encontrar indivíduos com manchas brancas nas unhas, o que pode
identificar, por exemplo, uma deficiência de selênio e/ou zinco. Além disso, associando o sintoma
de manchas brancas nas unhas, as unhas quebradiças indicam deficiência de outros nutrientes,
como ácido linoléico, cálcio, ferro e zinco.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

3.5 ENVELHECIMENTO CUTÂNEO

As técnicas de rejuvenescimento vêm-se aperfeiçoando não apenas pelos avanços


tecnológicos, mas também pela preocupação da população com a saúde e a aparência física, bem
como em decorrência da maior longevidade.
O processo de envelhecimento ocorre tanto por causas genéticas, mudanças hormonais
associadas à menopausa (envelhecimento intrínseco), quanto por influências ambientais, como
luz solar, vento, umidade, doenças dermatológicas, fumo, álcool, alimentação.(MARZULLI,
MAIBACH, 1996).
As modificações da pele que ocorrem pelo envelhecimento intrínseco levam a ressecamento,
flacidez, alterações vasculares, rugas e diminuição da espessura da pele.(FITZTPATRICK et al,
1999)
O envelhecimento cutâneo devido à exposição ao sol é conhecido como "foto
envelhecimento" e conduz à degeneração das fibras elásticas e colágenas, ao aparecimento de
manchas pigmentadas e à ocorrência de lesões pré-malignas ou malignas. A radiação UV propicia
a formação dos radicais livres produzidos e, com isso, eleva o número de lesões oxidativas não
reparadas, que alteram o metabolismo e são responsáveis pelo envelhecimento precoce, e
elevam o risco de aparecimento de câncer cutâneo.
A prevenção do envelhecimento cutâneo pode ser otimizada através de alimentos
fotoprotetores, antioxidantes e suplementos alimentares.

3.5.2 Vitamina C
A Vitamina C é o antioxidante mais abundante no organismo, especialmente na pele. Com o
processo de envelhecimento, há modificações quantitativas de dois tipos de colágeno (I e II),
descritas tanto in vitro como in vivo, relacionadas à intensidade de irradiação UV (GUARATINI;
MEDEIROS; COLEPICOLO, 2007;). Assim sendo, esta vitamina é fundamental para a formação das
fibras colágenas participando da hidroxilação da prolina para a formação da hidroxiprolina
existentes em praticamente todos os tecidos do corpo (derme, cartilagem e ossos), regenera o
radical tocoferila formado na reação do tocoferol com radicais e atua como um antioxidante in
vivo (AZULAY et al., 2003;).
As principais fontes de vitamina C são acerola, kiwi, camu-camu, limão, brócolis, pimentão,
couve, tomate. Dentre as frutas, deve-se dar preferência às fortemente pigmentadas como
manga, pêssego, acerola, mamão, melão (amarelo), goiaba, mangaba, etc., por conterem,
caroteno e outros carotenóides, além de elevados conteúdos de vitamina C (PERRICONE, 2005).
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

3.5.3 Vitamina E
A vitamina E, por ser uma vitamina lipossolúvel, acumula-se nas membranas celulares
protegendo a estrutura da célula da peroxidação dos lipídios, estabiliza as membranas
lisossomiais, mitocondriais e dos capilares favorecendo assim a resistência eritrocitária, participa
do metabolismo das prostaglandinas na síntese do ácido araquidônico (KINLEY et al., 1999)
A vitamina E ou tocoferol, além de estabilizar as bicamadas lipídicas no estrato córneo, é um
dos mais importantes inibidores da peroxidação lipídica em animais, por capturar radicais
peroxila (BURTON et al., 1998). Glândulas sebáceas são as responsáveis pela sua secreção na
superfície cutânea, bem como de outros tocoferóis e tocotrienóis, sendo a região da face com
maior concentração desta substância. Por ter sua eficácia comprovada, esta vitamina é muito
utilizada na prevenção do fotoenvelhecimento da pele.
As principais fontes alimentares desta vitamina são grãos de cereais e seus respectivos óleos,
como gérmen de trigo, milho, soja e amendoim, tendo como outras fontes ovos, fígado, carnes,
peixes e produtos lácteos (TAGLIARI, 2006).

3.5.4 Flavonóides
Os flavonóides são compostos, contendo unidades C6C3C6, e fazem parte do metabolismo
secundário de plantas. São encontrados em leguminosas, frutas, flores e folhas (HARBORNE;
WILLIAMS, 2000). Eles atuam como antioxidantes na inativação dos radicais livres, em ambos os
compartimentos celulares, lipofílicos e hidrofílicos (HARTMAN; SHANKEL, 1990).
A propriedade apresentada pelos flavonóides em inibir tanto a via da ciclooxigenase quanto
da 5-lipoxigenase no metabolismo do ácido araquidônico pode contribuir para propriedades anti-
inflamatórias (ROSIMAR et al., 2002).
Os compostos fenólicos como proantocianidinas, antocianidinas, flavonóis e flavonas podem
inibir os processos da oxidação em certos sistemas, mas isso não significa que eles possam
proteger as células e os tecidos de todos os tipos de danos oxidativos. Esses compostos podem
apresentar atividade pró-oxidante em determinadas condições (BIANCHI; ANTUNES, 1999). Estes
compostos também são marcantes em sua capacidade de estabilizar o colágeno tipo II e III.
Recomenda-se a suplementação com extratos concentrados ou o consumo de frutas ricas em
proantocianidinas, como a uva, para o programa de retardo ao envelhecimento (TAGLIARI, 2006).
Os flavonóides estão naturalmente presentes em frutas, sendo que algumas apresentam altas
concentrações de determinados grupos. Morango, amora e açaí, predominam determinados
grupos de flavonóides como antocianinas, flavonóis e flavonas (ALMEIDA et al., 2006).
A variedade na alimentação pode garantir o consumo de antioxidantes para prevenção do
envelhecimento cutâneo, bem como suplementos orais consumidos, pois o conjunto de
nutrientes presentes nos alimentos é que parece propiciar proteção à saúde e não um nutriente
isolado (LEVINE et al., 1996). Há controvérsias com relação ao beneficio da suplementação, pois
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

os estudos com frutas e hortaliças apresentam resultados mais significativos no


que diz respeito à proteção da saúde que estudos com nutrientes isolados.
Os dados referentes às necessidades de alguns antioxidantes, bem como a recomendação
média para a população e dose máxima tolerável estão compilados na publicação “Dietary
Reference Intakes for Vitamin C, Vitamin E, Selenium and Carotenoids” (MONSEN, 2000). A
literatura é bastante contraditória no que diz respeito às recomendações. Apesar dos avanços na
área, os dados disponíveis são insuficientes, pois não consideram a variação das necessidades
dietéticas entre diferentes indivíduos com estados fisiológicos distintos.

RECEITA - SUCO REJUVENESCEDOR

 1 xícara de folhas verde escuras)


 Frutas vermelhas (20g de amora, 3 unidades de morango, 200ml de suco de uva concentrado)
 1 colher (sobremesa) rasa de colágeno hidrolisado em pó sem sabor
 2 Castanhas do Pará
BATER NO LIQUIDIFICADOR
Consumir à noite.

MÓDULO 4 - SUPLEMENTOS E FITOTERÁPICOS EM ESTÉTICA

Por conta da falta de estudos que justifiquem o uso, da presença de possíveis contaminantes e
agentes não declarados, do uso indiscriminado e desnecessário e, principalmente, para reforçar o
papel dos alimentos e de uma dieta planejada no cumprimento dos objetivos da prática de
exercício, as fontes alimentares devem ser recomendadas e incentivadas como a primeira opção,
sempre que possível. Além de ser fonte dos nutrientes os alimentos também trazem os
benefícios dos nutrientes adicionais, fitoquímicos e do custo, em geral menor do que o dos
suplementos.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

O conjunto de nutrientes presentes nos alimentos parece propiciar proteção à


saúde, e não um nutriente isolado (CERQUEIRA; MEDEIROS; AUGUSTO, 2007). De fato, os
nutrientes não atuam sozinhos, mas agem sinergicamente.
Para fins estéticos, cada vez mais se tem evidenciado na literatura a relação do consumo de
suplementos estéticos com a beleza. Mas a prescrição de nutrientes é pertinente a médicos e
nutricionistas e estes são os únicos profissionais legalmente habilitados para a prescrição destes.
As legislações relacionadas à prescrição de suplementos e fitoterápicos estão descritas a
saber:
- Portaria nº 32, de 13 de janeiro de 1998;
- Lei nº 8.234, de 17 de setembro de 1991;
- Resolução Conselho Federal de Nutricionistas nº 390/2006;
Estes documentos são encontrados na íntegra nos sites www.anvisa.gov.br e www.cfn.org.br
É importante que haja avaliação global do cliente antes da prescrição e salientar que os
estudos científicos são muito restritos com relação às doses recomendadas para fins estéticos e,
quando disponíveis, muitos deles ultrapassam as UL’s. Neste caso, o nutriente passa a ser
considerado pela Legislação Vigente como MEDICAMENTO.
4.1 ACNE

NUTRIENTE FUNÇÃO

Glutamina Tratamento intestinal:

Energia para enterócitos;

Aumenta altura das vilosidades;

Melhora função imune

Probióticos Tratamento intestinal:

Síntese de enzimas: lactase, peptidases, proteases

Produção de Ácidos Graxos de Cadeia Curta (AGCC) (butirato – 40 a 50%


da energia necessária para os enterócitos)

Previne adesão de patógenos por competição dos sítios receptores

Selênio Indivíduos com acne têm menores níveis sanguíneos de selênio.

O selênio, em estudos-piloto, apresentou ser efetivo no tratamento de


pústulas devido a umas de suas funções de combater infecções. Como
resultado, indivíduos nos quais os níveis sanguíneos de peroxidase de
glutationa (enzima selênio-dependente) estavam baixos após a
suplementação de selênio houve um aumento dos níveis séricos e
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

melhorou o aspecto da acne.

(WERBACH, 2001)

Zinco O zinco é um mineral antioxidante, por ser co–fator da enzima superóxido


dismutase (SOD)

O estresse oxidativo atua como causa da inflamação já que os radicais


livres são potentes ativadores do fator de transcrição NF-kappa .

A ingestão adequada de zinco, e também de manganês, além de atuar no


combate aos radicais livres, auxilia no suporte à função imunológica.

Aumenta a produção de citocinas anti-inflamatórias, como a IL-2

Magnésio A deficiência de magnésio aumenta a produção de IL-1x e IL-6 que estão


envolvidas com a produção de proteínas de fase aguda na inflamação.

Cobre Possui ação antibiótica local, estimula os processos de defesa orgânicos e


aumenta a resistência às infecções virais e microbianas.

De acordo com Kelley, Daudu, Taylor (1995), uma dieta deficiente em


cobre, feita em 11 homens saudáveis, afetou diversos marcadores da
imunidade, inclusive diminuição na produção de IL-2 (citosina anti-
inflamatória), deixando o organismo debilitado e susceptível a desordens
como a acne vulgar.

Piridoxina A utilização da suplementação de vitamina B6 (Piridoxidina) segundo


resultados de estudos, evidenciados por Werbach (2001), atribuem a
diminuição dos sintomas relacionados à tensão pré-menstrual e
exacerbações cutâneas em mulheres que tomaram piridoxina diariamente,
uma semana antes e durante do período menstrual.

Antioxidantes- Parece que a acne inflamatória é mediada em parte pela geração de


peróxido de hidrogênio dos neutrófilos.
Betacaroteno
Espécies oxigênio-reativas, em especial o radical hidroxila, o peróxido de
Vitamina E
hidrogênio e o radical superóxido, geradas por fagócitos, como os
neutrófilos, têm importante papel de mediação inflamatória da acne
(AKAMATSU, HORIO, 1998)

Estimula liberação de prostaglandinas anti-inflamatórias.


Anti-inflamatórios
Ômega 3
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

4.2 ENVELHECIMENTO CUTÂNEO

NUTRIENTE FUNÇÃO

Colágeno Hidrolisado
Com o passar do tempo o colágeno vai tornando-se mais
rígido, tendo um declínio anualmente, as fibras elásticas
perdem força, associada a uma redução da água, que por sua
vez diminui a adesão, migração e desenvolvimento celular
(SADICK,2002).

O estudo de Kantor e Cols, (2002) apresentou efeitos


benéficos nas rugas periorbitais e em todas as características
de envelhecimento facial com mínimos efeitos adversos.

Melhora elasticidade, hidratação e reduz rugas (COSGROVE ,


FRANCO , GRANGER et al,2007; MATSUDA, KOYAMA,
HOSAKA et al, 2006)

Silício Orgânico
O Silício faz parte da estrutura do colágeno e elastina,
proteoglicanas e glicoproteínas. Com o envelhecimento, o
teor de Silício no indivíduo diminui, portanto sua reposição é
essencial para regeneração dos tecidos danificados, e evita
maiores danos como: degradação da membrana celular,
desidratação dos tecidos, aparecimento de rugas,
envelhecimento precoce, processo lento de cicatrização,
entre outros.

Ácido ortosilício previne o fotoenvelhecimento e firma a pele.

É imprescindível na formação de hidroxiprolina, na


estimulação da ornitina aminotransferase (enzima importante
na formação de colágeno), na reparação e combate ao
envelhecimento da pele. (KUO, CHEN, WU , CHEN , LEE,2002)

Taurina
Hidratante e eficaz na promoção da hidratação em
queratinócitos da epiderme humana e combate a
desidratação (JANEKE et al, 2003)
Antioxidante e Anti-aging, combate o estresse oxidativo e
previne o envelhecimento.
Pomegranate
Antioxidante e clareador da pele (SINGH, CHIDAMBARA,
JAYAPRAKASHA,2002).
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

Vitamina C
Protege proteases como colagenase do ataque de oxidantes,
sendo que baixos níveis podem levar a uma relativa
desproteção das células ao estresse oxidativo.

Os efeitos anti-inflamatórios da vitamina C podem ser


atribuídos a sua ação sobre a regulação do metabolismo do
ácido aracdônico e das prostaglandinas. Considerando que o
processo inflamatório pode acelerar o envelhecimento
cutâneo através do estresse oxidativo, a vitamina C poderia
perfazer a suplementação.

Previne a peroxidação lipídica por sua reação com o -


tocoferol na membrana, ativando-o, ou seja, regenerando a
vitamina E (OXIDADA et al. 2002)

4.3 CABELOS E UNHAS

NUTRIENTE FUNÇÃO

Aminoácidos A deficiência de aminoácidos leva à diminuição do


crescimento dos cabelos e influencia na diferenciação dos
cabelos.

Cerca de 27% das proteínas dos cabelos são compostas de


fenilalanina, isoleucina, triptofano, metionina, leucina, valina,
lisina e treorina.

Existe também aumento da proporção de telógenos, o que


leva a um eflúvio telógeno (CAMACHO, RANDALL, PRICE,
2000).

Cistina Segundo Fratti et al., (1998), a cistina afeta positivamente os


processos melanogenéticos contribuindo, desta forma, para a
manutenção da pigmentação do cabelo.

No que diz respeito à atividade da queratogênese, parece que


a cistina pode ser usada como auxílio terapêutico em alopecia
androgênica. Como de fato pode ser verificada, uma
suplementação dietética de cistina parece produzir uma
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

modificação na composição aminoacídica das queratinas dos


cabelos provocando os valores alterados a voltarem ao
normal (BRUNO, C.; MORGANTI,P.; GIARDINA, A., 2008)

Cisteína A Queratina tem cerca de 15% de Cisteína e Cistina, sendo


importante fator para a pele e cabelos.

Pacientes com queda de cabelo em geral, têm baixos níveis


sanguíneos de Cistina e Taurina.

Colágeno hidrolisado Colágeno hidrolisado associado a aminoácidos sulfurados tem


demonstrado muitos benefícios ao cabelo. Estimula
crescimento, hidratação e diâmetro do fio.

Silício Orgânico A associação do silício com o colágeno hidrolisado mais


aminoácidos sulfurados são benéficos ao desenvolvimento de
proteínas fibrosas como o cabelo.

Zinco Para Geilen e Peytav (2000), o zinco é um fator de


crescimento e desenvolvimento dos cabelos.

Sua deficiência pode causar cabelos finos, quebradiços, sem


brilho e avermelhados (DAWBER; VAN NESTE; 1996).

Ferro O ferro é um dos componentes mais importantes para a


saúde do cabelo.

A deficiência deste mineral, mesmo na ausência de anemia


evidente, está associada à queda difusa de cabelos (EPSTEIN,
1999).

Anti-inflamatório Na Alopecia Androgênica, sugere-se que a liberação de


citocinas inflamatórias, como a 1 - (IL-1), possa contribuir
Ômega 3 para a queda de cabelo (EBLING; DAWBER; ROOK; 1986).
A Interleucina tipo 1 alfa aumenta a queda de cabelo
(GROVES, MIZUTANI, KIEFFER, 1995).
Citocinas levam à transformação de anágeno em telógeno e
estão relacionadas com alopecia Areta (HOFFMANN, 1999).

Beta Caroteno A observação dos baixos níveis de beta caroteno em


pacientes com alopecia pode ser explicada pela condição
inflamatória.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

Sugere-se o consumo de betacaroteno como coadjuvante no


tratamento da Alopécia. (SONI, McLAREN, SHERERTZ, 1999).

Biotina A biotina é importante para o desenvolvimento do folículo


piloso. Sua deficiência causa alopecia difusa e
despigmentação dos cabelos (GEILEN, PEYTAVI, ORFANOS,
2000).

A Biotina também pode prevenir a progressão da calvície, já


que a estimulação da biossíntese capilar resulta de sua ação
no metabolismo protéico.

4.4 FOTOPROTEÇÃO

NUTRIENTE FUNÇÃO

Vitamina C
A radiação UV gera a formação de radicais livres.

Por sua ação na biossíntese de colágeno e por seu efeito


redutor de radicais livres, a vitamina C frente à exposição
solar poderia atuar como fotoprotetor (AZULAY, 2003).

Beta Caroteno
O betacaroteno é capaz de evitar reações de foto
sensibilidade, especialmente as produzidas por raios 400-760
nm. Não atua na produção de melanina, mas deposita-se nos
queratinócitos. Quando oxidados (pelos raios solares)
estabilizam radicais livre e provocam um aspecto de
bronzeado “dourado”.
Óleo de Prímula
Melhora hidratação e parâmetros de elasticidade da pele
(MUGGLI, 2005).

Ômega 3
Reduz prostaglandinas e leucotrienos e citocinas pró-
inflamatórias.

Proantocianidinas e flavonóides
Alimentos ricos em flavonóides como o cacau, podem
fornecer fotoproteção e redução do eritema, aumento do
fluxo sanguíneo dos tecidos cutâneos e subcutâneo e
aumento na densidade e hidratação na pele (redução da
aspereza da pele).
Procianidinas (presentes semente da uva) favorecem síntese
de melanina, prevenindo formação de melasmas.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

4.5 FIBRO EDEMA GELÓIDE

NUTRIENTE FUNÇÃO

Whey Protein Antioxidante, atua na desintoxicação das células e dos


tecidos, neutralizando xenobióticos e radicais livres,
principalmente EROS ( BOUNOUS, 1997).

Brocolinol® Indol-3-carbinol tem sido identificado como um potente


indutor de enzimas da chamada Fase 2 de desintoxicação e de
várias outras enzimas no tecido hepático.

Colágeno hidrolisado Melhora da elasticidade da pele.

Anti-inflamatórios Redução de Interleucinas da série 6 e TNF α

Ômega 3

Antioxidantes Redução de radicais livres

Vitamina C

Vitamina E

Selênio

Pycnogenol® O Pycnogenol® é um extrato de casca de pinheiro-marítimo,


que contém mais de 90% de proantocianidinas, compostos
com uma grande biodisponibilidade que atravessam com
facilidade a barreira hemato-encefálica e têm uma forte
afinidade com o colágeno. Presença de ácidos orgânicos
como: ácidos hidroxicerâmicos, ácido cafêico, ferrílico, gálico
e vanílico

4.6 FITOTERÁPICOS EM ESTÉTICA


Desde os primórdios da humanidade, o tratamento e a cura de enfermidade se restringiam ao
uso de plantas naturais. Este arsenal de plantas terapêuticas era utilizado já que a alopatia ainda
não era tão evidente e buscavam desta estratégia para cura de doenças.
Parece evidente no nosso cotidiano a busca de chás, cápsulas fitoterápicas para redução da
“celulite”, como diuréticos naturais, “chás” para emagrecer, entre outros, porque percebe-se que
os medicamentos alopáticos podem trazer efeitos colaterais em sua maioria.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

A origem da palavra “fitoterapia” deriva de duas palavras gregas: phyton, que


significa planta, e trehapico, que significa tratamento. Sendo assim, a fitoterapia é uma
terapêutica caracterizada pelo uso de plantas medicinais em suas diferentes formas
farmacêuticas. No entanto, no Brasil, para que um medicamento seja considerado fitoterápico,
ele não deve ter, em sua composição, substâncias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal.

4.6.1 ALGUMAS DEFINIÇÕES


FITOTERÁPICO: é o produto obtido empregando-se exclusivamente matéria, assim como pela
reprodutibilidade e constância de sua qualidade. Sua eficácia e segurança é valida através do
levantamento etnofarmacológicos de utilização, documentações tecno-científicas em publicações
ou ensaios clínicos fase 3.
PLANTAS MEDICINAIS: todo e qualquer vegetal que possui em um ou mais órgãos substancias
que podem ser utilizadas com fins terapêuticos ou que sejam precursores de fármacos
semissintéticos.
DROGA VEGETAL: planta medicinal ou suas partes após processo de coleta, estabilização e
secagem, podendo ser nas formas íntegras, rasuradas, triturada ou pulverizada.
PÓS: plantas cortadas e depois moídas. Os pós devem ser empregados na obtenção de extratos
ou algumas vezes podem se usadas como tal.
INFUSO: preparação extrativa que resulta do contato da planta com água fervente. Indicado para
folhas e flores.
DECOCTO: preparação extrativa onde os princípios ativos são extraídos com agua até a ebulição.
Mais indicado para raízes, cascas e rizomas.
MACERADO: preparação extrativa realizada a frio que consiste em colocar a parte da planta
dentro de um recipiente contendo água, álcool ou óleo. Ao fim do tempo previsto, filtra-se o
líquido.
EXTRATOS: são preparações liquidas, sólidas ou semissólidas obtidas pela extração de drogas
vegetais frescas ou secas, por meio liquido, extrator adequado, seguida de uma evaporação total
ou parcial e ajuste do concentrado a padrão previamente estabelecido.
TINTURA: extração hidro alcóolica, onde se utiliza sempre a planta seca na proporção de 20%
(vinte por cento).
ALCOOLATURA: extração hidro alcóolica, onde se utiliza sempre a planta fresca na proporção de
50% (cinquenta por cento).

Na tabela abaixo, apresento alguns fitoterápicos como coadjuvante no equilíbrio de alterações


relacionadas à estética. É importante salientar que para prescrição de suplementos é necessário
conhecimento das formas farmacêuticas, interações com alimentos, medicamentos e fitorápicos
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

entre si. Sugiro que realizem cursos na área com carga horária considerável a fim
de obter conhecimento teórico-prático que embasem a prescrição de fitoterápicos com
segurança.

FUNÇÃO FITOTERÁPICO (s)

Camellia Sinensis – Chá verde


Moduladores da Resistência à insulina
Ginseng asiático

Boswelia Serrata

Curcumina
Anti-inflamatórios
Unha de Gato

Bardana

Evelhecimento cutâneo Panax Ginseng


(Fotoprotetor, renovador celular, antioxidante,
hidratante)

Polypodium leucotomos

Chá verde
Fotoproteção
Procianidinas

Pomegranate

Fibro Edema Gelóide Chapéu de couro


(diuréticos)
Cavalinha

Castanha da Índia

Centela Asiática

Dente de leão, chapéu de couro e


salsaparilha
(desintoxicação)

Cicatrização Panax Ginseg


Cicatrizante e regenerador baseado na
estimulação do fator de crescimento
endotelial (Vascular Endothelial Growth
Factor) e IL – 1 β
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

A prescrição dos suplementos deve ser realizada com letra legível contemplando o
fitoterápico, forma farmacêutica, posologia de fácil compreensão, tempo estimado de consumo e
identificação do profissional, bem como inscrição no Conselho Regional de Nutrição.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

PRODUTO APELO MIDIÁTICO

Imedeen Classic® Suavizar linhas finas, rugas de expressão e manchas da pele.

Permite, mediante distribuição de ingredientes ativos através


do fluxo sanguíneo, melhorar a firmeza e a densidade cutânea
Inneov Fermeté®
do rosto e corpo.

O Imedeen Time Perfection, que protege e restaura o DNA


das células,
Emedeen Time Perfection®
• Otimiza o equilíbrio de hidratação.
• Elimina olheiras e bolsas dos olhos.
• Reduz significativamente sinais do envelhecimento.

Colagentek® é um alimento proteico, em forma de pó, para


preparo da bebida que fornece a quantidade ideal de
Colagentek®
Colágeno Hidrolisado com vitaminas e minerais quelatos que
favorecem a saúde da pele e articulações.

Perda difusa de cabelos (perda de cabelo por razões


desconhecidas). Alterações degenerativas na estrutura de
cabelo (cabelo enfraquecido, fino, não-maleável, quebradiço,
Pantogar® sem vida, opaco e sem cor); cabelos danificados pela luz do
sol e radiação UV; prevenção do aparecimento de fios
brancos. Desordens no crescimento das unhas (unhas
quebradiças, rachadas e pouco maleáveis).

Queda de cabelos, cabelos quebradiços, oleosos e


danificados, disceratoses foliculares - provocada por
Hair Intern®
hipotricose (redução de pelos), ictiose (ressecamento e
descamação) e hipovitamonoses A, D e B6).

Ajuda o mecanismo de proteção contra o sol,


complementando a nutrição de seu organismo fornecendo
Imedeen Tan Optimizer®
potentes antioxidantes que protegem suas células, junto com
o seu protetor solar habitual, dos efeitos nocivos dos raios
UV.

Complexo vitamínico para combater a queda de cabelos,


fortalecer as unhas e prevenir o envelhecimento da pele.
Fortalece e protege as células da pele, favorecendo o
Dermavite®
aumento da síntese de colágeno, a qual é uma substância
fundamental na formação das fibras do tecido conjuntivo.

Gelape® Estimular a síntese das proteínas que dão sustentação e


elasticidade a sua pele

O colágeno hidrolisado é o principal constituinte da fórmula.


A ingestão dietética de colágeno hidrolisado fornece ao
organismo aminoácidos específicos para síntese endógena de
colágeno. É necessária em situações em que esta síntese está
diminuída, como no processo natural de envelhecimento e
em situações caracterizadas pelo aumento do consumo, como
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

Skin Complex® no aumento da atividade física, em processo de


emagrecimento em processo de cicatrização de feridas.

Gordura localizada, celulite, excesso de peso, insuficiência


circulatória, retenção de líquidos e depuração de toxinas.
Emagril®

CeluDrain® Contêm componentes para a eliminação de líquidos em


excesso, permitindo uma diminuição do volume corporal.
Esses componentes permitem também a eliminação da pele
tipo casca de laranja, característica da celulite.

A cafeína é o estimulante mais ingerido no mundo. Um


Slim Life®
estudo publicado no Journal of Cosmetic Dermatology
garante que a cafeína é aliada no combate contra a celulite,
pois tem um agente lipolítico capaz de quebrar as gorduras
localizadas que tanto perseguem a beleza feminina. O Óleo de
Semente de Uva é conhecido pela intensa proteção contra os
radicais livres, que são os responsáveis pelo envelhecimento
das células.

Maxxi 30® O Zinco possui benefícios cientificamente comprovados, é


muito conhecido por neutralizar os radicais livres formados na
pele, clareando manchas. Estudos realizados nos Estados
Unidos mostraram que o colágeno hidrolisado aumenta a
elasticidade e firmeza da pele prevenindo a formação de
rugas, atenua estrias, promove o fortalecimento das unhas, o
crescimento capilar, etc. Seu benefício é percebido com o uso
contínuo. Já a vitamina C tem grande poder antioxidante. E a
vitamina E ajuda no bom funcionamento do sistema
imunológico.
É um suplemento nutricional facilmente digerível formulado
Collagen Life®
para estimular o aumento da produção de colágeno em todo
o corpo. Proporciona hidratação, firmeza e elasticidade,
favorece a tonicidade da pele e da massa muscular, além de
ajudar no processo natural de queima de gorduras e açúcares
mais efetivamente.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

4.6.2 EXEMPLO DE PRESCRIÇÃO

Clinica XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

25/09/2013

CLIENTE: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Complementação Nutricional

1) Uso oral:

Betacaroteno – 15 mg

Vitamina E – 20 mg

1 dose ao dia com o almoço

30 doses - Cápsulas

Período estimado de consumo: 30 dias

Profissional (nome e assinatura): xxxxxxxxxxx

CRN n. xxxxx
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

FITOTERÁPICOS EM ESTÉTICA - 2

Desde os primórdios da humanidade, o tratamento e a cura de enfermidade se


restringiam ao uso de plantas naturais. Este arsenal de plantas terapêuticas era utilizado já que
a alopatia ainda não era tão evidente e buscavam desta estratégia para cura de doenças.

Parece evidente no nosso cotidiano a busca de chás, cápsulas fitoterápicas para

redução da “celulite”, como diuréticos naturais, “chás” para emagrecer, entre outros, porque
percebe-se que os medicamentos alopáticos podem trazer efeitos colaterais em sua maioria.

A origem da palavra “fitoterapia” deriva de duas palavras gregas: phyton, que significa

planta, e trehapico, que significa tratamento. Sendo assim, a fitoterapia é uma terapêutica
caracterizada pelo uso de plantas medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas. No
entanto, no Brasil, para que um medicamento seja considerado fitoterápico, ele não deve ter,
em sua composição, substâncias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal.

1.1 Prescrição de fitoterápicos

A resolução publicada recentemente pelo Conselho Federal de Nutrição N° 525/2013


regulamenta a prática da fitoterapia pelo nutricionista, atribuindo-lhe competência para, nas
modalidades que especifica prescrever plantas medicinais, drogas vegetais e fitoterápicos
como complemento da prescrição dietética e, dá outras providências.

A resolução descreve que o nutricionista poderá adotar a fitoterapia para


complementar a sua prescrição dietética somente quando os produtos prescritos tiverem
indicações de uso relacionadas com o seu campo de atuação e estejam embasadas em estudos
científicos ou em uso tradicional reconhecido.

De acordo com a vigente resolução a partir de três anos da data de publicação da


respectiva resolução, ou seja, em julho de 2016, dentre os nutricionistas, somente aqueles
que tiverem especialização lato sensu ou título de especialista pela ASBRAN, poderão
prescrever medicamentos fitoterápicos (industrializados ou manipulados), por via oral, sem
estar associado na mesma forma farmacêutica a nutrientes/compostos bioativos e que sejam
isentos de prescrição médica.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

Fitoterápicos sob prescrição médica

Os fitoterápicos que estão classificados “sob prescrição médica” conforme Resolução nº 89,
de 16 de março de 2004; Resolução nº 5, de 11 de dezembro de 2008; Resolução nº10, de 09
de março de 2010 e Resolução nº 17, de 24 de fevereiro de 2000), até a publicação desta obra
são:

 Arctostaphylos uva-ursi Spreng / Uva-ursi;

 Cimicifuga racemosa (L.) Nutt. / Cemicifuga;

 UrbEchinacea purpurea Moench / Equinácea;

 Ginkgo biloba L. / Ginkgobiloba;

 Hypericum perforatum L. / Hipérico;

 Piper methysticum Forst. f. / Kava-kava;

 Valeriana officinalis / Valeriana.

Recomenda-se ao nutricionista o acompanhamento das publicações da Anvisa, que


atualizam com frequência a relação de drogas vegetais notificadas e a lista de medicamentos
fitoterápicos de registro simplificado.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

1.2 Quais fitoterápicos podem ser prescritos pelo nutricionista sem especialização em
fitoterapia ou especialista pela ASBRAN?

Plantas medicinais e drogas vegetais, para preparo de chás (uso oral) poderão ser
prescritos por graduados em nutrição, independente de deter título de Pós-graduação Latu
sensu ou especialização pela ASBRAN. Ainda de acordo com a resolução N° 52/2013 plantas
medicinais e drogas vegetais devem ser preparadas unicamente por decocção, maceração ou
infusão, conforme indicação, não sendo admissível que sejam prescritas sob forma de
cápsulas, drágeas, pastilhas, xarope, spray ou qualquer outra forma farmacêutica, nem
utilizadas quando submetidas a outros meios de extração, tais como extrato, tintura,
alcoolatura ou óleo, nem como fitoterápicos ou em preparações magistrais.

1.3 O que deve conter na receita?

A prescrição de plantas medicinais ou drogas vegetais deverá ser legível, conter o


nome do paciente, data da prescrição e identificação completa do profissional prescritor
(nome e número do CRN, assinatura, carimbo, endereço e forma de contato) e conter todas as
seguintes especificações quanto ao produto prescrito:

I - nomenclatura botânica, sendo opcional incluir a indicação do nome popular;

II - parte utilizada;

III - forma de utilização e modo de preparo;

IV - posologia e modo de usar;

V - tempo de uso.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

Sempre que disponível na literatura científica o nutricionista deve incluir na


prescrição a padronização do marcador da parte da planta prescrita, a forma ou meio de
extração, e a forma farmacêutica, exclusivamente para consumo via oral.

1.4 Observações importantes

A prescrição de preparações magistrais e de fitoterápicos far-se-á exclusivamente a


partir de matérias-primas derivadas de drogas vegetais, não sendo permitido o uso de
substâncias ativas isoladas, mesmo as de origem vegetal, ou das mesmas associadas a
vitaminas, minerais, aminoácidos ou quaisquer outros componentes.

A resolução vigente ressalta ainda que ao adotar a Fitoterapia o nutricionista deve


basear-se em evidências científicas quanto a critérios de eficácia e segurança, considerar as
contra indicações e oferecer orientações técnicas necessárias para minimizar os efeitos
colaterais e adversos das interações com outras plantas, com drogas vegetais, com
medicamentos e com os alimentos, assim como os riscos da potencial toxicidade dos produtos
prescritos.

Para melhor compreendermos os termos da resolução

I - Fitoterapia – Método de tratamento caracterizado pela utilização de plantas medicinais em


suas diferentes preparações, sem a utilização de substâncias ativas isoladas, ainda que de
origem vegetal, sob orientação de um profissional habilitado.

Nota: A fitoterapia engloba a utilização de plantas medicinais in natura, de drogas vegetais, de


derivados de drogas vegetais e de medicamentos fitoterápicos.

II - Droga vegetal – Planta medicinal ou suas partes, que contenham substâncias ou classes de
substâncias responsáveis pela ação terapêutica, após processo de coleta, estabilização e/ ou
secagem, podendo ser íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada;

III - Derivado de droga vegetal - Produto de extração da planta medicinal in natura ou da


droga vegetal, podendo ocorrer na forma de extrato, tintura, alcoolatura, óleo fixo e volátil,
cera, exsudato e outros;

IV - Plantas medicinais - Espécie vegetal cultivada ou não, utilizada com propósitos


terapêuticos. Chama-se planta fresca aquela coletada no momento do uso e planta seca a que
foi submetida à secagem, quando se denomina droga vegetal;
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

V - Decocção - Preparação que consiste na ebulição da droga vegetal em água


potável por tempo determinado. Método indicado para partes de droga vegetal com
consistência rígida tais como cascas, raízes, rizomas, caules, sementes e folhas coriáceas;

VI - Infusão – Preparação que consiste em verter água fervente sobre a droga vegetal e, em

seguida tampar ou abafar o recipiente, por período de tempo determinado. Método indicado
para partes da droga vegetal de consistência menos rígida tais como folhas, flores,
inflorescências, e frutos, ou com substâncias ativas voláteis;

VII - Maceração com água: Preparação que consiste no contato da droga vegetal com água à
temperatura ambiente, por tempo determinado para cada droga vegetal. Esse método é
indicado para drogas vegetais que possuam substâncias que se degradam com o aquecimento;
VIII - Fitoterápico: Produto obtido de planta medicinal ou de seus derivados, exceto
substâncias isoladas, com finalidade profilática, curativa ou paliativa.

IX - Preparação magistral: É aquela obtida em farmácia, aplicando-se as boas práticas de


manipulação (BPM), a partir de prescrições de profissionais habilitados ou da indicação pelo
farmacêutico e solicitação de compra, dispensados aos usuários ou à seu responsável e que
estabelece uma relação prescrição-farmacêutico-usuário.

X - Posologia: Descreve a dose de um medicamento, os intervalos entre as administrações e a


duração do tratamento (Resolução RDC nº 134 de 13/09/2001).

XI - Forma Farmacêutica: Estado final de apresentação que os princípios ativos farmacêuticos


possuem após uma ou mais operações farmacêuticas executadas com ou sem a adição de
excipientes apropriados, a fim de facilitar a sua utilização e obter o efeito terapêutico
desejado, com características apropriadas a uma determinada via de administração.

Nota: Os produtos na forma de cápsulas, comprimidos, xaropes, soluções, ou em qualquer


outra forma farmacêutica, não são necessariamente medicamentos, pois a definição de
medicamentos envolve outros aspectos além da forma farmacêutica.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

1.5 Fitoterapia e Nutrição Estética

Além da alimentação, o nutricionista pode aliar a fitoterapia ao plano alimentar do seu


paciente, não considerando apenas as doenças crônicas não-transmissíveis, mas também as
desordens estéticas associadas. Para isso, é fundamental o conhecimento sobre os
fitoterápicos, incluindo seus mecanismos de ação, dose diária recomendada e possíveis efeitos
colaterais, objetivando uma prescrição ética e eficiente.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

FITOTERÁPICOS NA ACNE

Diversas desordens estéticas estão associadas com desequilíbrios hormonais como,


por exemplo, o hipoestrogenismo e o envelhecimento cutâneo, o estrogênio e a celulite,
hormônios androgênicos e alopecia androgenética masculina, dentre outras associações
que necessitam de atenção e tratamento.

Em relação à acne, os hormônios androgênicos são importantes desencadeadores


por estimularem a produção sebácea e a divisão celular das glândulas sebáceas. Quando a
causa da acne possui relação com hiperandrogenismo, fitoterápicos antiandrogênicos
podem reduzir a produção sebácea, especialmente por meio da inibição da 5 alfa
redutase, a qual é responsável pela transformação da testosterona em di-
hidrotestosterona, fazendo assim com que reduza a produção de sebo.

A prolactina em excesso também pode contribuir para o desenvolvimento da


acne, considerando que níveis muito altos de prolactina vão reduzir a produção
de progesterona, que por sua vez estimula níveis altos de prolactina,
estimulando a lipogênese por aumento da captação da glicose pela insulina, bem como
pode promover resistência à insulina.

 Extrato seco de Soja (Glycine max):


Mecanismo de ação: rico em isoflavonas, pode aumentar a produção de estrógenos
que, por sua vez, reduz a atividade das glândulas sebáceas (SÜDEL; VENZKE; MIELKE,

2005). É considerada um fitoterápico antiandrogênicos por inibir a 5 alfa redutase.


Dose diária sugerida: 100mg de extrato de soja (40% de isoflavona).


Efeitos colaterais: ausência de efeitos tóxicos hepáticos e renais pelo uso crônico de
isofavonas de soja nas quantidades e tempo do estudo. A soja é contraindicada para
mulheres com histórico de câncer de mama e alterações tireoidianas (RIBEIRO et
al.,2011; VINAGRE; SOUZA, 2011).
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

 Prunus africana (Pygeum):

 Mecanismo de ação: é considerado um fitoterápico antiandrogênico por inibir a 5


alfa redutase. Pygeum contem ésteres de ácido ferúlico, os quais diminuem a
produção de prolactina e a conversão de testosterona para di-hidrotestosterona
(WALTON; WYATT; CUNLIFFFE, 1998).

 Dose diária sugerida: 50 a 100 mg de extrato seco padronizado para conter 13% de
fitoesteróis duas vezes ao dia. Para minimizar distúrbios gastrintestinais, ingerir nas
refeições ou com leite (ANFARMAG, 2005).

 Efeitos colaterais: pode produzir ligeiras perturbações gástricas como diarreia, dor
gástrica e náuseas, atribuídas aos taninos. Podem ocorrer efeitos no metabolismo de
androgênio e estrogênio (ANFARMAG, 2005).

 Vitex agnus castus:

 Mecanismo de ação: é indicado para desordens relacionadas com a função


hormonal. Possui glicosídeos iridóides e flavonoides que contribuem para o estímulo
na liberação de dopamina e leva à redução de prolactina. O equilíbrio hormonal
acontece após 10 dias de tratamento, mas o benefício completo, após seis meses ou
mais de tratamento (MILEWICZ et al., 1993).

 Dose diária sugerida: 50mg a 1000mg por dia (VIN DIE et al., 2009).

 Efeitos colaterais: pode ocasionar problemas gastrointestinais, dor de cabeça,


vertigem, cansaço e boca seca (ROEMHELD-HAMM, 2005). Devido aos efeitos
dopaminérgicos do fitoterápico, poderá ocorrer interação medicamentosa, com o
enfraquecimento da ação dos antagonistas da dopamina administrados
conjuntamente. Não é recomendado o seu uso em conjunto com terapia de reposição
hormonal (DANIELLE et al., 2005).
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

 Óleo de prímula (Oenothera biennis) ou borragem (Borago Officinalis):

 Mecanismo de ação: é rico em GLA (Ácido Gamalinolênico). Os metabólitos do


ácido gamalinolênico (GLA) são precursores de pequenas moléculas biologicamente
ativas (eucanoides e derivados), que regulam características da atividade celular.
Níveis baixos de GLA e de seus metabólitos resultam em uma redução dos níveis de
PGE1 (Protaglandinas E 1) e levam a uma exagerada resposta da glândula sebácea à
prolactina (FRASSON et al., 2011).

 Dose diária sugerida: 1g

 Efeitos colaterais: não há evidências de efeitos colaterais descritos na literatura


(FORMULÁRIO DE DERMATOLOGIA, 2011).

 Curcuma longa

 Mecanismo de ação: devido às suas propriedades antibacterianas e anti-


inflamatórias é excelente para o tratamento e prevenção da acne. A ação anti-
inflamatória do açafrão inclui a redução os níveis de histamina e o aumento da
produção de cortisona pelas glândulas suprarrenais, além de inibir a liberação da
citoquina TNF-α, a qual é pró-inflamatória, e inibir também o gene inflamatório que
produz enzimas COX-2 (RATHAUR et a., 2012).

 Dose diária sugerida: 2 a 10g (JIAO et al., 2009)

 Efeitos colaterais: não há evidências de defeitos colaterais descritos na literatura

(RATHAUR et a., 2012).

 Alecrim (Rosmarinus officinalis)

 Mecanismo de ação: o carnosol, ácido carnósico e ácido rosmarínico, exercem


diversas atividades immumodulatórias in vitro, sendo que o ácido rosmarínico suprime
significativamente a produção de IL - 8, enquanto que os outros dois compostos
inibiram a produção de IL - 1β, diminuindo assim a inflamação (TSUNG-HSIEN et
al.,2013).


Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

 Dose diária sugerida: 500 mg de extrato seco padronizado a 6% de ácido


romarínico

Efeitos colaterais: em estudo realizado em ratos utilizando 500 mg/kg de alecrim, ocorreu
decréscimo significativo nos níveis de testosterona e redução de fertilidade em ratas
(NUSIER; BATAINEN; DARADKAH; 2007).

REFERÊNCIAS

ANFARMAG - Prunus africana, 2005

DANIELLE, C.; THOMPSON, C. J.; PITTLER, M. H.; ERNST, E. Vitex agnus castus:
Asystematic review of adverse events. Drug Satety, v. 28, p.319-332, 2005.

FRASSON A, et al. Doenças da mama: guia prático baseado em evidências. São Paulo:
Atheneu, 2011

FORMULÁRIO DE DERMATOLOGIA – Série Clínica, Science Health Care, 89 p., 2011. JIAO,et
al. Curcumin, a cancer chemopreventive and chemotherapeutic agent, is a

biologically active iron chelator. Blood.v, 113, n. 2, p. 462–9, 2009.

MILEWICZ, A et al.. Vitex agnus castus extract in the treatment of luteal phase defects due to
latent hyperprolactinemia. Results of a randomized placebo-controlled double- blind study.
Arzneimittelforschung, 1993 Jul;43(7):752-6.

NUSIER MK; BATAINEH HN; DARADKAH, HM. Adverse effects of rosemary (Rosmarinus
officinalis L.) on reproductive function in adult male rats. Exp Biol Med, v. 232, n. 6, p.809-13,
2007.

RATHAUR, P. et al. Turmeric: the golden spice of life. IJPSR, v. 3, n. 7, p. 1987-1994,2012.

RIBEIRO, G. A. et. al. Avaliação dos efeitos das isoflavonas de soja em ratas com
hipoestrogenismo induzido. Cad. Pesq., São Luís, v. 18, n. 1, jan./abr. 2011.

ROEMHELD-HAMM, B. Chasteberry. American Family Physician, v. 72, p. 821-824, 2005.

TSUNG-HSIEN, T. et al. Rosmarinus officinalis Extract Suppresses Propionibacterium acnes–


Induced Inflammatory Responses. Journal of Medicinal Food, v. 16, n. 4, p. 324-333, 2013.

VINAGRE, A. L. M.; SOUZA, M. V. L. Interferências na absorção de levotiroxina e dificuldades no


manuseio de pacientes com hipotireoidismo na unidade de terapia intensiva: relato de dois
casos e revisão de literatura. Rev Bras Ter Intensiva., v. 23, n. 2, p.242-248, 2011.

VAN DIE, MD et al. The Journal of Alternative and Complementary Medicine. August, 2009,
15(8): 853-862

SÜDEL, K.M.; VENZKE, K.; MIELKE, H.; et al. Novel aspects of intrinsic and extrinsic aging of
human skin: beneficial effects of soy extract. Photochem Photobiol; v. 81, n.3, p. 581-7, 2005.

WALTON S, WYATT E, CUNLIFFFE WJ. Genetic control of sebum excretion and acne. A twin
study. Br J Dermatol., v. 118, n.3, p. 393-396, 1998.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

3. ENVELHECIMENTO CUTÂNEO

O envelhecimento cutâneo é um processo biológico complexo que afeta várias


camadas da pele, embora a maioria dessas mudanças seja percebida apenas na derme.
Dentre as alterações cutâneas que acometem os indivíduos, pode-se citar o
espessamento da pele, linhas de expressão, rugas superficiais e/ou profundas, flacidez
dérmica, dentre outras (PUJOL, 2011).

Estas alterações cutâneas podem estar relacionadas com os hábitos alimentares,


sedentarismo, estresse e fatores hormonais. Dentre estes, ressalta-se o fator hormonal
envolvido com o hipoestrogenismo, considerando que o estrógeno na pele possui função
sobre o colágeno, hidratação, atividade mitótica da camada basal e influencia no tônus e
elasticidade da pele (PUJOL, 2011).

 Extrato seco de Soja (Glycine max):

 Mecanismo de ação: a soja é rica em prolina e hidroxiprolina, aminoácidos


presentes no colágeno da pele. Além disso, sabe-se que o hipoestrogenismo contribui
para o envelhecimento cutâneo, sendo que a soja possui propriedade fitohormonal
(SÜDEL, K.M.; VENZKE, K.; MIELKE, 2005). O S-equol, metabólito da daidzeína da soja,
reduz linhas finas (pés de galinha) em mulheres pós menopausa (CAVALINI;
ROSSI,2009).

 Dose diária sugerida: 150mg de extrato seco padronizado a 40% de isoflavona.

 Efeitos colaterais: ausência de efeitos tóxicos hepáticos e renais pelo uso crônico
de isofavonas de soja nas quantidades e tempo do estudo. A soja é contraindicada
para mulheres com histórico de câncer de mama e alterações tireoidianas (RIBEIRO et
al., 2011; VINAGRE; SOUZA, 2011).
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

 Pycnogenol® (Pinus pinaster):

 Mecanismo de ação: extrato de cortiça de pinheiro-marítimo, é um potente antioxidante,


contém entre 65 e 75% de proantocianidinas. Este flavonoide, além do alto potencial
antioxidante, possui forte afinidade com o colágeno (GRIMM; SCHÄFER; HÖGGER, 2004)

 Dose diária sugerida: 50mg a 300mg (LIU et al., 2004).

 Efeitos colaterais: Foi bem tolerado em estudos clínicos, com ocasionais queixas
gastrointestinais relatadas (LIU; ZHOU; ROHDEWALD, 2004).

 Açaí extrato seco (Euterpe oleracea):

 Mecanismo de ação: possui elevado teor de antocianinas, atua na prevenção e redução


das doenças relacionadas a efeitos nocivos de radicais livres. Devido a sua composição, ajuda a
manter um sistema imunológico saudável, podendo auxiliar também em muitas doenças e
problemas de pele, como acne, dermatite atópica e nos tratamentos anti-idade (ROSSO, 2006)

 Dose diária sugerida: 300mg

 Efeitos colaterais: não há evidências de defeitos colaterais descritos na literatura.

 Extrato de Camellia sinensis:

 Mecanismo de ação: possui ação antioxidante, podendo prevenir a fotocarcinogênese,


exercendo efeitos protetores em edemas cutâneos resultantes da exposição à radiação UV-B.
Adicionalmente melhora a elasticidade e inibe as metaloproteinases responsáveis pela
degradação do colágeno. (AFAQ; MUKHTAR, 2006).

 Dose diária sugerida: 250mg

 Efeitos colaterais: o consumo diário de chá obtido de 65g de folhas, durante 5 anos,
pode levar a levar a disfunção hepática, problemas gastrointestinais como obstipação e
irritação gástrica, poliúria, diminuição do apetite, insônia, hiperatividade e
hipertensão. As bases xantínicas, sobretudo a cafeína, apresentam uma ação diurética e
estimulante do sistema nervoso e cardiorrespiratório. Indivíduos com hipotireoidismo, gastrite
e hipertensão arterial devem evitar o consumo (SENGER; SCHWANKE; GOTTLIER, 2010).
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

 Extrato de semente de uva (Vitis vinífera):

 Mecanismo de ação: as principais funções de proantocianidinas são atividade antioxidante e


estabilização do colágeno e da elastina. Atua diretamente na redução da fragilidade capilar e
melhora o fornecimento de oxigênio para as células, além de atuar sinergicamente com a
vitamina C (YAMAKOSHI et al., 2004).

 Dose diária sugerida: 360 a 720mg por dia (KIESEWETTER et al., 2000).

 Efeitos colaterais: não há evidências de efeitos colaterais descritos na literatura.

 Extrato de cassis/ Active Cassis Extract 30®/ Ribes nigrum L.:

 Mecanismo de ação: tem atividade antioxidante, além de proteger contra raios


ultravioletas e clareamento da pele (NAKAMURA; MATSUMOTO; TODOKI, 2002).

 Dose diária sugerida: 200mg/ dosagem máxima 500mg.

 Efeitos colaterais: não há evidências de efeitos colaterais descritos na literatura.

REFERÊNCIAS

AFAQ, F.; MUKHTAR, H. Botanical antioxidants in the prevention of photocarcinogenesis


and photoaging. Exp Dermatol. v. 15, n. 9, p.678-84, 2006.

CAVALLINI, DCU; ROSSI, EA. Equol: efeitos biológicos e importância clínica de um metabólito
das isoflavonas. Alim. Nutr. Araraquara, v.20, n.4, p. 677-684, out./dez. 2009

GRIMM, T.; SCHÄFER, A.; HÖGGER, P. Antioxidant activity and inhibition of matrix
metalloproteinases by metabolites of maritime pine bark extract (pycnogenol). Free Radical
Biology and Medicine, v. 36, n. 6, p. 811-822, 2004.

KIESEWETTER H et al. Efficacy of orally administered extract of red vine leaf AS 195 (folia
vitis viniferae) in chronic venous insufficiency (stages I–II). A randomized, double-blind,
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Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

4. HIDRATAÇÃO

 Óleo de cártamo (Carthamus Tinctorius):

 Mecanismo de ação: o ácido gamalinolênico está presente no óleo de prímula. Esse é


utilizado para hidratar, diminuindo a perda de água transepidérmica e melhorando as funções
elásticas da pele (MUGLI, 2005; ZIBOH; MILLER; CHO, 2000).

 Dose diária sugerida: 500mg

 Efeitos colaterais: a longo prazo pode promover aumento da resistência à insulina, elevação
da glicose e insulina de jejum, elevação da peroxidação lipídica e redução de HDL-colesterol em
indivíduos com síndrome metabólica (dislipidemia, hipertensão) (LIMA; CAVALCANTI, 2008).

 Vaccinium vitis idaea L

 Mecanismo de ação: Promove a redução das rugas e manchas, ao mesmo tempo em que
aumenta o clareamento, a maciez, a elasticidade e a hidratação da pele (WANG et al., 2005).

 Dose diária sugerida: 150mg

 Efeitos colaterais: não há evidências de efeitos colaterais descritos na literatura.

REFERÊNCIAS

LIMA de, C. S.; CAVALCANTI, T. D. G. Influência da suplementação de ácido linoléico


conjugado (cla) sobre a composição corporal de homens e mulheres. Revista Brasileira de
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Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

5. ALOPECIA

Existem diversos tipos de alopecia que se manifestam de acordo com a fase do ciclo de
crescimento que são acometidos. A alopecia androgenética é uma característica clínica de
queda de cabelo, a qual possui uma condição genética comum, sendo produzida pela ação dos
andrógenos circulantes. Assim, o folículo capilar produz fios mais finos, menores e
depigmentados (PUJOL, 2011).

 Óleo de semente de abóbora (Cucurbita spp):

 Mecanismo de ação: demonstrou inibir a formação de DHT (di-hidrotestosterona) através


do efeito inibitório sobre a 5-alfa-redutase atividade. A inibição da formação de DHT também
é conhecida por ser benéfico para o crescimento do cabelo quando há queda dependente da
idade (HONG; KIM; MAENG, 2009)

 Dose diária sugerida: 150mg

 Efeitos colaterais: não há evidências de efeitos colaterais descritos na literatura.

 Extrato seco de Soja (Glycine max):

 Mecanismo de ação: a ativação do gene que codifica uma enzima envolvida na perda
de cabelo androgenética (5alpha-reductase; o alvo da droga finasterida, para alopecia
androgenética) foi inibida por ambos e aumentada por genisteína e, em menor medida,
daidzeína.

 Dose diária sugerida: 100mg de extrato de soja (40% de isoflavona).

 Efeitos colaterais: ausência de efeitos tóxicos hepáticos e renais pelo uso crônico de
isofavonas de soja nas quantidades e tempo do estudo. A soja é contraindicada para
mulheres com histórico de câncer de mama e alterações tireoidianas (RIBEIRO et al., 2011;
VINAGRE; SOUZA, 2011).
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

 Extrato de Camellia sinensis:

 Mecanismo de ação: pode reduzir a queda de cabelo por inibir a 5 alfa redutase. Esta
enzima converte testosterona em di-hidrotestosterona, fator que aumenta a oleosidade capilar
e contribui para a alopecia, especialmente, a androgenética. Os compostos fenólicos e
polifenois possuem ação significante na alopecia. Cita-se então as catequinas, que estimulam a
microcirculação e favorecem a nutrição na raiz do folículo piloso (KWON et al., 2007).

 Dose diária sugerida: 250mg

 Efeitos colaterais: o consumo diário de chá obtido de 65g de folhas, durante 5 anos,
pode levar a disfunção hepática, problemas gastrointestinais como obstipação e irritação
gástrica, poliúria, diminuição do apetite, insônia, hiperatividade e hipertensão. As bases
xantínicas, sobretudo a cafeína, apresentam uma ação diurética e estimulante do
sistema nervoso e cardiorrespiratório. Indivíduos com hipotireoidismo, gastrite e
hipertensão arterial devem evitar o consumo (SENGER; SCHWANKE; GOTTLIER, 2010).

 Pygeum africanum:

 Mecanismo de ação: contém ésteres de ácido ferúlico (docosanol-n e tetracosanol) que


reduzem os níveis de prolactina. Este hormônio pode contribuir para a redução da
dihidrotestosterona e, por sua vez, contribui para o tratamento da alopécia
androgênica (SIMONS et al., 1998).

 Dose diária sugerida: 50mg (2 vezes ao dia) ou 100mg (1 vez ao dia ) (CHATELAIN; AUTET;
BRACKMAN, 1998).

 Efeitos colaterais: a maioria dos estudos relatam uma ausência de quaisquer efeitos
adversos significativos do Pygeum, embora tenha havido queixas raras de diarreia,
constipação, tonturas, dores de estômago e distúrbios visuais (ISHANI et al.,2000)
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

ESTIMULANTES DO CRESCIMENTO CAPILAR:

 Extrato de semente de uva (Vitis vinifera):

 Mecanismo de ação: tem capacidade de estimular o crescimento capilar. Alguns estudos


mostraram que as proantocianidinas presentes no extrato da semente de uva estimulam a
atividade das células epiteliais e induzem a fase anágena nos bulbos pilosos (TAKAHASHI et al.,
2003).

 Dose diária sugerida: 360 a 720mg por dia (KIESEWETTER et al., 2000)

 Efeitos colaterais: não há evidências de efeitos colaterais descritos na literatura.

ALOPÉCIA POR ESTRESSE EMOCIONAL:

A relação entre as questões emocionais da personalidade e distúrbios dermatológicos tem


sido um desafio para os médicos que buscam aprimorar a efetividade da terapia dermatológica,
uma vez que os mecanismos psicológicos ainda não estão claramente definidos. A
demonstração científica da participação de fenômenos psiquiátricos na gênese de Alopecia
Areata é muito difícil. A possível explicação bioquímica dos mecanismos patogênicos
provocados por condições emocionais estaria na produção de neuromediadores capazes de
interferir na imunidade (RIVITTI, 2005).

 Rhodiola rosae:

 Mecanismo de ação: efeito protetor dos neurotransmissores (serotonina e dopamina),


aumentando a sua atividade, por inibição da sua destruição enzimática e prevenindo a sua
diminuição, causada pela excessiva liberação dos hormônios do estresse. Aumenta também o
transporte dos precursores da serotonina (triptofano e 5-hidroxitriptófano) no cérebro
(DARBINYNAN, 2000)

 Dose diária sugerida: 200 a 400mg (DIMPFEL, 2013)

 Efeitos colaterais: não há evidências de efeitos colaterais descritos na literatura (EARNEST,


2004).
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

 Griffonia simplicifolia:


Mecanismo de ação: o 5-hidroxitriptofano, o principal componente ativo da semente
da Griffonia simplicifolia. O extrato padronizado disponível no Brasil contém 99% de 5-HTP,
sendo considerado fonte natural deste aminoácido. De forma indireta, pode reduzir a queda de
cabelo por diminuir o estresse e potencializar os efeitos das catequinas (AGREN et al., 1991).

 Dose diária sugerida: 25mg.

 Efeitos colaterais: Não utilizar associado a medicamentos inibidores da MAO, antidepressivos


ou no caso de doenças cardiovasculares, além de insuficiência renal grave. Pode gerar
sonolência, náuseas, tontura e cefaleia. Efeito adverso mais comum é náusea. Alguns
trabalhos também revelam a desinibição sexual com o uso concomitante de triptofano e
neurolépticos ou inibidores MAO. Em estudos animais, o uso de triptofano em altas doses (1,6
g/Kg de peso em ratos) ocasionou sintomas de toxicidade, levando à morte em virtude do
acúmulo de produtos de seu metabolismo, e os que sobreviveram ficaram com sequelas
(KAPCZINSKI, 1999).

 Extrato seco Camu Camu (Myrciaria dúbia):

 Mecanismo de ação: essa planta tem um elevado potencial funcional,


principalmente por apresentar altos teores de ácido ascórbico, além da presença de
carotenóides e antocianinas. A planta também apresenta composição de ácidos graxos
monoinsaturados, poli-insaturados, saturados e o ácido graxo predominante é a- linolênico
(ZANATA, 2004)

 Dose diária sugerida: 500mg

 Efeitos colaterais: não há evidências de efeitos colaterais descritos na literatura.


Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

REFERÊNCIAS

AGREN, H.; REIBRING, L.; HARTVIG, P. et al. Low brain uptake of L-(IIC) 5-
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CHATELAIN, C; AUTET, W; BRACKMAN, F. Comparison of once and twice daily dosage forms of
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double-blind study, with long-term open label extension. Urology, v. 54, p.473 – 478, 1999.

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KAPCZINSKI, F.; BUSNELLO, J.; ABREU, M. R.; CARRÃO, A. D. Aspectos da Fisiologia do


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RIVITTI, E. A. Alopecia Areata: Revisão e atualização. An Bras Dermatol, v. 80, n. 1, 57-68, 2005.

SENGER, A. E. V.; SCHWANKE, C. H. A.; GOTTLIER, M. G. V. Chá verde (Camellia sinensis) e suas
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TAKAHASHI, T . et al.Research Laboratories; and Y Watanabe, Watanabe Dermatological. Clinic


Posted: May 6, 2003, from the December 2001.

ZANATTA, C. F. Determinação da composição de carotenoides e antocianinas de camu- camu


(Myrciaria dúbia) Dissertação apresentada à Faculdade de Engenharia de Alimentos da
Universidade Estadual de Campinas, para obtenção do Título de Mestre em Ciência de
Alimentos. Campinas, SP: [s.n.], 2004.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

6. DIURÉTICOS

Cavalinha (Equisetum ssp):


Mecanismo de ação: rica em B- sitosterol, flavonóides, coumarinos e silício. Seu
mecanismo de ação é aumentar o volume urinário e a excreção urinária de sódio, tendo
efeito diurético e natriurético (LEMUS et al, 1996).


Dose diária sugerida: 80mg


Efeitos colaterais: é contraindicado nas disfunções cardíacas e renais, em casos de gastrite e
úlcera duodenal. Deve-se evitar o uso por períodos longos, pois pode ocasionar dores de
cabeça, tenesmo (sensação dolorosa na bexiga ou na região anal, provocada pela necessidade
frustrada de urinar ou defecar), anorexia e disfagia. Equisetum arvenses também pode
ocasionar a deficiência de iamina e diminuir os níveis de glicose sérica em pessoas com
diabetes (SILVEIRA, 2008).


Castanha da Índia (Aesculus Hippocastanum):


Mecanismo de ação: possui como princípio ativo escina, que estimula a diurese. Estudos
mostram que tem sido utilizada em casos de insuficiência venosa crônica, hemorróidas e pós-
operatório de formação de edema periférico. A escina mostrou eficácia terapêutica, tendo
propriedades de antiedema e anti-inflamatório. O mecanismo de ação se refere à liberação
de veias PGF2 (prostaglandina F2), antagonista de 5-HT (5-hidroxi triptofano) e histamina,
reduzindo o catabolismo dos tecidos mucopolissacarídeos, salientando ainda os mecanismos
da ampla atividade terapêutica da escina (MARTIN, 1990; SIRTORI, 2001).


Dose diária sugerida: 200mg

 Efeitos colaterais: reações como espasmo muscular, náusea moderada, vômito e


urticária raramente podem ocorrer. Doses adequadas em geral são bem toleradas, enquanto
que a escina (princípio ativo do fitoterápico) ocasionalmente pode provocar gastrite, quando
administrada na forma de infusão ou extrato fluido. Em altas doses pode causar efeitos
colaterais como tonturas, dor de cabeça, dores de estômago e prurido, além de irritar o trato
gastrointesinal. Pacientes com insuficiência renal, hepática ou com lesões da mucosa digestiva
não devem consumir o fitoterápico. Não deve ser utilizado em casos de distúrbios
hemorrágicos conhecidos e recomenda-se não administrar via oral por períodos superiores a
seis meses (ESCOP, 2003). Também não se recomenda associar com sais alcalinos, ferro,
iodo e taninos, já que podem interferir com a absorção.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

 Centela Asiática (Centella asiatica (L.) Urban):

 Mecanismo de ação: é normalizadora do tecido conjuntivo e estimula a microcirculação,


diminuindo o edema e a gordura localizada (FEDERICO et al, 2006; MELO, 2007).

 Dose diária sugerida: 200mg

 Efeitos colaterais: de modo geral a Centela é bem tolerada nas doses adequadas. Altas
doses por via oral pode provocar cefaleias, verigens, hipotensão arterial e estados
narcóicos leves a moderados. Tem apresentado, em alguns casos, efeitos hepatotóxicos e
depressores do Sistema Nervoso Central (SNC). Quando consumida em doses acima de 50
mg por Kg de peso, há uma possível implicação de carcinogênese de pele, dermatite
alérgica, prurigem e fotosensibilidade. É contraindicada a pessoas alérgicas às plantas
angiospérmicas da família Apiaceae; Esta família inclui espécies como a salsa e a cenoura
(MELO, 2007). Em alguns pacientes se observou uma elevação do colesterol total e desta
forma deve-se prescrever com muita cautela nos casos de hipercolesterolemia familiar
(NEWALL, 1996). Indivíduos com alterações hepáticas como hepatite também devem evitar o
uso.

REFERÊNCIAS

ESCOP Monographs: the scienific foundaion for herbal medicinal products. Thieme New
York, 2003.

FEDERICO M. R. et al. Tratamento de celulite (Paniculopatia Edemato Fibroesclerótica)


utilizando fonoforese com substância acoplante à base de hera, centella asiática e castanha da
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MELO, J. G. et al. Qualidade de produtos à base de plantas medicinais comercializados no Brasil:


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NEWALL, C. L.; ANDERSON, J.; PHILLIPSON. J. D. Herbal Medicines-A Guide for Healthcare
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SIRTORI, C. R., Aescin: pharmacology, pharmacokinetics and therapeutic profile.


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plantas medicinais e fitoterápicos: uma realidade. Rev. bras. farmacogn., v.18, n.4, p. 618-626,
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Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

7. FLACIDEZ

 Extrato seco de Soja (Glycine max) e Extrato de semente de uva (Vitis vinífera):

 Mecanismo de ação: possuem atividade estrogênica para indução de fibroblastos na síntese


de proteína, especialmente, como colágeno e elastina (SÜDEL et al, 2005; BACHUR et al, 2009).

 Dose diária sugerida: Extrato seco de Soja (Glycine max): 150 mg; Extrato de
semente de uva (Vitis vinífera): 200mg

 Efeitos colaterais: Soja: ausência de efeitos tóxicos hepáticos e renais pelo uso crônico
de isofavonas de soja nas quantidades e tempo do estudo. A soja é contraindicada para
mulheres com histórico de câncer de mama e alterações tireoidianas (RIBEIRO, 2011; VINAGRE,
2011). Há receio de que o consumo de doses elevadas pode causar crescimento de tecido
anormal no útero. Resveratrol: não há evidências de efeitos colaterais descritos na literatura.


Solanum lycopersicum:


Mecanismo de ação: a exposição solar é a principal causa da degradação do colágeno
e, portanto, pode contribuir para a flacidez dérmica.. Além do licopeno ser um importante
antioxidante, promove fotoproteção por aumentar a resistência da pele quando exposta à
radiação UVB (STAHL, 2001).


Dose diária sugerida: 10mg


Efeitos colaterais: em doses elevadas, os carotenoides podem ter o seu efeito pró- oxidante.
Altas concentrações podem alterar as propriedades de membranas biológicas,
influenciando a permeabilidade a toxinas, ao oxigênio ou metabólitos (CERQUEIRA, 2007; El-
AGAMEY, 2004).
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

REFERÊNCIAS

BACHUR, C. K. et al. Suplementação dietética com resveratrol na promoção da saúde: uma


revisão sistemática. Rev Bras Nutr Clin , v.24 , n. 1, p. 23-28, 2009.

CERQUEIRA, F. M.; MEDEIROS, M. H. G.; AUGUSTO, O. Antioxidantes dietéticos: controvérsias e


perspecivas. Quim. Nova, v. 30, n.2, p. 441-449, 2007.

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Biochem. Biophys., v. 430, p. 37-48, 2004.

RIBEIRO, G. A. et. al. Avaliação dos efeitos das isoflavonas de soja em ratas com
hipoestrogenismo induzido. Cad. Pesq., São Luís, v. 18, 2011.

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casos e revisão de literatura. Rev Bras Ter Intensiva, v. 23, n. 2, p.242-248, 2011.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

8. PRÉ E PÓS PEELING

 Polifenóis de cacau (Theobroma cacao):

 Mecanismo de ação: fornece fotoproteção, eleva o fluxo sanguíneo dos tecidos cutâneo e
subcutâneo, aumenta densidade e hidratação na pele (redução da aspereza), além de
possuir atividade antioxidante (RICHELLE, 2010).

 Dose diária sugerida: 800 mg

 Efeitos colaterais: o único efeito adverso do cacau pode estar relacionado a doses elevadas
por suas sementes conterem cafeína que pode causar efeitos secundários relacionados, tais
como nervosismo, aumento da frequência urinária, insônia e um aumento no baimento
cardíaco (ALTERMANN et al, 2008).

 Picnogenol® (Pinus pinaster – extrato seco):

 Mecanismo de ação: é composto por proantocinidinas e ácidos orgânicos, tais como


glicosídeos fenólicos e ésteres de ácido vanílico, ferúlico, paraidroxibenzoico, cafeico e gálico
ligados à glicose e taxifolina. Os ácidos orgânicos ligados à glicose são altamente biodisponíveis
e, entre outros benefícios, agem como antiinflamatórios. Outras atribuições são inibir a
peroxidação lipídica e reduzir a citotoxicidade induzida por raios UVB além de neutralizar
radicais superóxidos provenientes do sistema xantina-xantina oxidase (SALIOU et al, 2001;
SIME, 2004).

 Dose diária sugerida: 100 mg

 Efeitos colaterais: até o momento é considerado um agente seguro, sem toxicidade e


desprovido de efeitos colaterais sérios.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

 Solanum lycopersicum:

 Mecanismo de ação: contribui para a proteção das células contra danos oxidativos causados
por radicais livres em virtude da sua ação antioxidante (ALLEMANN, 2008).

 Dose diária sugerida: 5 mg

 Efeitos colaterais: em doses elevadas, os carotenoides podem ter o seu efeito pró- oxidante.
Altas concentrações podem alterar as propriedades de membranas biológicas, influenciando a
permeabilidade a toxinas, ao oxigênio ou metabólitos (CERQUEIRA; MEDEIROS; AUGUSTO,
2007; El-AGAMEY, 2004).

 Óleo de Prímula (Oenothera biennis):

 Mecanismo de ação: melhora hidratação e parâmetros de elasticidade da pele


(MUGGLI, 2005).

 Dose diária sugerida: 500 mg

 Efeitos colaterais: não há evidências de efeitos colaterais descritos na literatura.

 Luteína e Zeaxantina:

 Mecanismo de ação: a luteína e seu isômero, a zeaxantina, também são


encontrados na pele e a administração de luteína, associada com outros
carotenóides e antioxidantes, tem demonstrado ser eficaz contra danos causados pelos radicais
livres induzidos na pele humana, incluindo os riscos associados à luz ultravioleta e resultou em
melhorias diretas na pele densidade, hidratação e elasticidade. (ROBERTS; GREEN, 2009)

 Dose diária sugerida: Luteína – 12 mg; Zeaxantina – 1,5 mg

 Efeitos colaterais: em doses elevadas, os carotenoides podem ter o seu efeito pró- oxidante.
Altas concentrações podem alterar as propriedades de membranas biológicas, influenciando a
permeabilidade a toxinas, ao oxigênio ou metabólitos (CERQUEIRA; MEDEIROS; AUGUSTO,
2007).
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

 OLI-OLA™

 Mecanismo de ação: um extrato 100% natural da oliva produzido por cultura orgânica.
Possui alta concentração de compostos fenólicos (hidroxitirosol) que além de possuírem alta
capacidade antioxidante, é capaz de promover efeito peeling na pele, como os peelings
químicos e físicos.

 Dose diária sugerida: 300mg

 Efeitos colaterais: não há evidências de efeitos colaterais descritos na literatura.

REFERÊNCIAS

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Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

9. PRÉ E PÓS-CIRÚRGICO

FITOTERÁPICOS ANTI-INFLAMATÓRIOS E PARA AUMENTO DA IMUNIDADE:

A prescrição do fitoterápicos no pré e pós-cirúrgia objetiva principalmente a melhora


do sistema imunológico, considerando que dentre as respostas sistêmicas destaca-se a redução
da síntese de albumina e ferritina, além do aumento da proteína C-reativa, da ceruloplasmina e
de outras proteínas relacionadas com os processos imunitários.

O uso de fitoterápicos com ação anti-inflamatória é recomendado a partir do terceiro

dia após o procedimento cirúrgico, pois nas primeiras 36 horas ocorre a fase inflamatória, onde
os macrófagos são atraídos pelos produtos de agregação plaquetária, utilizando os fatores de
crescimento para coordenar a migração e ação dos fibroblastos e da angiogênese.

 Echinacea sp.

 Mecanismo de ação: o uso da Echinacea é devido a sua função de possível aumento


da imunidade. Dentre seus compostos bioativos, podemos citar: alcamidas e cetonas, ácidos
cafeico, derivados (compostos fenólicos, fenilpropanóides) e polissacarídeos (HALL, 2003).
Além desses compostos bioativos, estudos relatam que a suplementação de Echinacea
aumentou os níveis de IL-6. A produção de IL-6 está relacionada com a produção de IgA por IL-
6, porque esta estimula o crescimento de células β de maturação e crescimento de anticorpos
no plasma (JANEWAY, 2001).

 Dose diária sugerida: 100 mg/kg a 200 mg/kg (HAARBERG, 2011).

 Efeitos colaterais: em longo prazo, mais de oito semanas de uso, parece promover
imunossupressão e, teoricamente, pode aumentar o risco de complicações cirúrgicas, como
dificuldades de cicatrização e infecções oportunistas. Deve ser usada com cautela em pacientes
com asma, atopia ou rinite alérgica. Seu potencial hepatotóxico deve ser considerado, apesar
de existirem poucos dados na literatura (BOULATTA; NACE, 2000)
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

 Curcuma longa

 Mecanismo de ação: possui ação anti-inflamatória, reduzindo os níveis de


histamina e o aumento da de inibir a liberação da citoquina TNF-α, a qual é pró-inflamatória,
e inibir também o gene inflamatório que produz enzimas COX-2 (RATHAUR et a., 2012).

 Dose diária sugerida: 2 a 10g (JIAO et al., 2009)

 Efeitos colaterais: não há evidências de defeitos colaterais descritos na literatura


(RATHAUR et a., 2012).

FITOTERÁPICO CICATRIZANTE:

 Centella asiática

 Mecanismo de ação: Centella asiática é utilizada em casos de insuficiência venosa crônica e


varicoses, além de melhorar a integridade do tecido conjuntivo, cicatrização de feridas e
melhora da permeabilidade capilar (MCKAY, 2001).

 Dose diária sugerida: 100 a 200mg

 Efeitos colaterais: pode causar efeitos sinérgicos quando combinados com sedativos,
ansiolíticos, anti-inflamatórios, diuréticos, agentes hepatotóxicos, agentes hormonais ou
vasodilatadores, podendo causar hepatotoxicidade (ROWE; BAKER,2009). Tem apresentado,
em alguns casos, efeitos hepatotóxicos e depressores do Sistema Nervoso Central. Quando
consumida em doses acima de 50 mg por Kg de peso há uma possível implicação de
carcinogênese de pele, dermatite alérgica associada com a aplicação tópica, prurigem e
fotosensibilidade. É contraindicada a pessoas alérgicas às plantas angiospérmicas da família
Apiaceae. (MELO et al., 2007).
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

FITOTERÁPICOS CONTRAINDICADOS NO PRÉ E PÓS OPERATÓRIO:

Os fitoterápicos descritos abaixo são contraindicados no pré e pós-operatório devido à


interferência no processo de coagulação sanguínea. A coagulação sanguínea é o processo que
resulta na formação de um coágulo de sangue objetivando parar a hemorragia de um vaso
sanguíneo danificado, fator presente nas cirurgias plásticas. A partir disso, vários agentes
farmacológicos podem afetar o processo de coagulação negativamente.

 Allium sativum:

 Mecanismo de ação: possui a capacidade de inibir ou desativar a formação de


trombina, aumentar fatores anticoagulantes, impedir o desenvolvimento de formação
de trombos, bem como aumentar a concentração de fibrinogênio no plasma em doses
elevadas (CHAN; YIN; CHAO, 2007). Ajoeno, outro derivado de alho, também demonstra inibir a
agregação plaquetária in vitro. O mecanismo de inibição da agregação de plaquetas pelos
constituintes do alho pensa-se que funcionam através da inibição da mobilização de cálcio (QI
et al., 2000).

Dose diária sugerida: 240 a 960mg (RIED; FRANK; STOCKS, 2013).

 Efeitos colaterais: recomenda-se a suspensão do seu uso, na forma de alimento ou


fitoterápico, sete dias antes do procedimento cirúrgico, a fim de reduzir o risco de
complicações cirúrgicas e pós-cirúrgicas, como hemorragias, ou em caso de haver o uso de
medicamento antiagregantes plaquetários (ALI et al., 2000).

 Gengibre (Zingiber officinale):

 Mecanismo de ação: mostra ação antiinflamatória, antioxidante, anti-plaquetário, hipotensor


e efeito hipolipemiante em estudos in vitro e com animais (NICOLL; HENEIN, 2009).

 Dose diária sugerida: doses de 5 g ou mais demonstrou atividade anti-plaquetas


significativo (NICOLL; HENEIN, 2009).

 Efeitos colaterais: possíveis complicações incluem sangramento perioperatório


prolongado, devido à inibição da enzima tromboxano sintetase, além de hiperglicemia, sendo
recomendada a suspensão do uso sete dias antes da cirurgia (ANG-LEE; MOSS; YUAN, 2001).
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

 Ginkgo biloba

 Mecanismo de ação: possui ação antiplaquetária, por conter antagonistas do fator


ativador de plaquetas; age também na prevenção da hipertensão arterial, redução da
viscosidade do sangue. Inibe a tromboxano sintetase, o que pode aumentar cirurgicamente o
sangramento. Alguns autores sustentam a visão de que a combinação de Ginkgo biloba com
drogas anticoagulantes ou antiplaquetários representa um sério risco à saúde (BONE, 2008)

 Dose diária sugerida: dose diária: 80 a 240 mg de extrato padronizado (BRASIL,2004).

 Efeitos colaterais: é recomendada a suspensão de uso de uso 36 horas antes da cirurgia,


devido à inibição da tromboxano sintetase (ANG-LEE; MOSS; YUAN, 2001).

 Kava-kava

 Mecanismo de ação: o mecanismo de ação das cavalactonas ainda não está bem
esclarecido, existindo dados contraditórios sobre a interação destas, principalmente da
dihidrocavaína, com o receptor do ácido gama-aminobutírico (GABA), sendo que um trabalho
remete ao aumento dos sítios de ligação (modulação) nestes receptores, ocorrendo uma
redução significativa nas descargas neuronais (YUAN et al., 2002).

 Dose diária sugerida: 60 a 120mg de kavapironas (BRASIL, 2004).

 Efeitos colaterais: é recomendada a suspensão de uso 2 semanas antes da cirurgia.


Kava kava pode prolongar os efeitos de anestésicos barbitúricos. É demonstrado em estudos in
vitro que pode causar disfunção plaquetária através de inibição da síntese do tromboxano.
Pode causar também toxicidade hepática.

 Erva-de-são-joão (Hypericum perforatum):

 Mecanismo de ação: é usado para tratar a depressão e ansiedade por inibir a


receptação de serotonina noradrenalina e dopamina. Induz a via do citocromo P450, alterando
o metabolismo de muitos fármacos metabolizados por essa via, podendo assim predizer riscos
devido às interações dos medicamentos que também são metabolizados por essa via.
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

 Dose diária sugerida: dose diária: 0,9 a 2,7g de hipericina (BRASIL, 2004)

 Efeitos colaterais: considerando o uso frequente de retinoides em grande parte das cirurgias
plásticas, principalmente o ácido retinoico, além do uso do laser e doxiciclina, o uso da
erva de São-João deve ser evitado. Recomenda-se a suspensão de uso duas semanas antes do
procedimento cirúrgico (CHENG; HUNG; CHIU, 2000)

 Valeriana (Valeriana officinalis L.):

 Mecanismo de ação: esta planta é capaz de induzir sedação, modulando a neurotransmissão


de ácido gama-aminobutírico. Além disso, a valeriana pode aumentar os efeitos sedativos de
anestésicos através de uma ação sinérgica portanto, não deve ser combinada com
benzodiazepínicos e barbitúricos (ROWE; BAKER, 2009). Assim, um estudo relatou que os
animais que receberam uma combinação de midazolam e valeriana levou significativamente
mais tempo para emergir da anestesia em comparação com aqueles tratados apenas com
midazolam (CHAPLIN et al., 2007).

 Dose diária sugerida: 120mg (SOLDATELLI; RUSCHEL; ISOLAN, 2010).

 Efeitos colaterais: Valeriana deve ser evitada sempre que são utilizados medicamentos
sedativos, ou seja, benzodiazepínicos, barbitúricos e álcool e que podem causar prolongada
anestesia. Os pacientes podem sofrer de abstinência com a interrupção da terapia (JOHNSTON,
2003).
Introdução à Nutrição Aplicada à Estética

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