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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE
Nutrição
Aplicada à Medicina Estética

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

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CURSO DE
Nutrição
Aplicada à Medicina Estética

MÓDULO I

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
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do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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SUMÁRIO

MÓDULO I
1 CONSIDERAÇÕES SOBRE A BELEZA
2 EVOLUÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES
3 ENVELHECIMENTO
4 DESARMONIA CORPORAL
4.1 CELULITE
4.2 FLACIDEZ
4.3 ESTRIAS
4.4 GORDURA LOCALIZADA
5 COMPULSÃO ALIMENTAR
6 ANOREXIA
7 BULIMIA
8 ORTOREXIA

MÓDULO II
9 CARBOIDRATOS
10 FIBRAS
11 PROTEÍNAS
12 LIPÍDIOS
13 VITAMINAS E SAIS MINERAIS
14 ÁGUA

MÓDULO III
15 EQUILÍBRIO ALIMENTAR EM ESTÉTICA
16 INFLUÊNCIA DA DIETA NOS TRATAMENTOS ESTÉTICOS
16.1 TRATAMENTOS PARA A CELULITE

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16.2 TRATAMENTOS PARA A FLACIDEZ
16.3 TRATAMENTOS PARA AS ESTRIAS
16.4 TRATAMENTOS PARA A GORDURA LOCALIZADA
17 SAÚDE DA PELE
18 OBESIDADE
19 EMAGRECIMENTO

MÓDULO IV
20 DIETAS DA “MODA”
21 SHAKES E SUBSTITUTOS ALIMENTARES
22 NUTRIENTES ESPECÍFICOS EM ESTÉTICA
23 ALIMENTOS PREMIADOS
24 NUTRICOSMÉTICOS
25 FITOESTRÓGENOS
26 ALIMENTOS TERMOGÊNICOS
27 SIMBIÓTICOS, PROBIÓTICOS E PREBIÓTICOS
28 ORGÂNICOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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MÓDULO I

1 CONSIDERAÇÕES SOBRE A BELEZA

Na história da humanidade, o conceito de estética sofreu muitas


transformações, mas a busca pela manutenção da juventude sempre esteve
presente. A valorização da imagem se alterou ao longo do tempo. No século XVI, o
conceito de belo estava associado ao excesso de peso, uma vez que ser magro era
sinal de pobreza. Com o surgimento do espartilho, o corpo estilo “violão” ganhou
destaque e a cintura fina começou a ser valorizada. Nos anos 1970 a mulher passou
a adotar a silhueta magra.
Nas décadas de 1970 e 1980 as atenções se voltaram para o corpo e a
estética, como um contraponto à despreocupação dos hippies. A cirurgia facial se
popularizou. O objetivo principal era a redução da flacidez e das rugas, sinais
comuns em indivíduos acima dos 60 anos. As técnicas de Medicina Estética
ganharam importância com a busca pela prevenção dos sinais de envelhecimento,
por ser menos invasiva e por apresentar resultados satisfatórios. Destaca-se o laser,
peeling, toxina botulínica e substâncias de preenchimento.
Na década de 1990, as próteses de silicone ganharam destaque, assim
como o corpo modelado pela atividade física. Houve em alguns momentos a
valorização da magreza absoluta, mas prevalece hoje a silhueta “escultural”,
modelada pela atividade física, alimentação especializada e pelos modernos
procedimentos estéticos.
A beleza já pode ser moldada. Próteses, lipoaspiração, limpeza de pele,
maquiagem definitiva, unhas postiças, tinturas capilares, são hoje comuns e
acessíveis à maior parte do público preocupado com a valorização da imagem e/ou
autoestima. Neste contexto, o profissional de saúde precisa ser muito cauteloso e ter
a sensibilidade de identificar o objetivo do cliente quando o mesmo procura
tratamentos na área estética. A popularização de tais técnicas pode favorecer a

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busca desenfreada pelo corpo perfeito, comprometendo severamente a saúde física
e principalmente a saúde emocional.
O perigo está quando as emoções estão confusas, influenciadas por
questões existenciais, frustrações, etc. A busca pela beleza pode muitas vezes
sinalizar conflitos internos e, neste caso, a indicação de terapia especializada é
fundamental. Por outro lado, a busca pela beleza sadia aumenta satisfatoriamente a
autoestima, favorecendo a qualidade de vida e potencializando o bem estar físico e
mental.

2 EVOLUÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES

É por meio do alimento que o ser humano retira os nutrientes para a


sustentação de seu organismo e da sua combinação depende um corpo saudável ou
doente. A história da alimentação é antiga. Acredita-se que o homem teria
começado a se alimentar de frutos e raízes após observar o comportamento de
outros animais. Com a evolução da espécie, começou a ingerir carne crua e
moluscos, até que aprendeu a assar e cozinhar com o domínio do fogo. Descobriu
outros alimentos e formas de consumi-los. Passou a selecionar, modificar e evoluiu
tanto que hoje já utiliza o alimento como potente colaborador no tratamento de
doenças e como principal responsável pela saúde e qualidade de vida.
Estudos mostram que o homo sapiens, por exemplo, alimentava-se de carne
de caça, que eram abatidas diariamente e assadas. O homem de Neanderthal
parece ter sido antropófago, segundo a análise de fósseis. Acredita-se que a
primeira “sobremesa” tenha sido o mel de abelhas, que já existia há milhões de
séculos antes do homem.
Profundas mudanças climáticas e ambientais estimularam a migração de
homens e animais. Andando de um lugar para outro, os homens primitivos
perceberam que sementes que caíam, germinavam. Desenvolveram a agricultura,
arco e flecha e passaram de nômades a moradores em pequenas aldeias. No
período paleolítico passaram a se organizar em sociedade.

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No período neolítico (10.000 a 4.000 a. C.), se inicia a base de nossa
alimentação tradicional. Os povos egípcios associavam a saúde e longevidade aos
prazeres da mesa. Eram conhecedores dos segredos da farmacopeia e
propriedades das ervas medicinais e já ligavam a alimentação com a cura de
moléstias.
Por volta dos séculos V a X d.C., já eram considerados os efeitos
preventivos da alimentação. Textos de Hipócrates já evidenciavam a associação de
alimentos com o combate a doenças. Na Idade Média se destacavam três sabores
fundamentais: forte, doce e ácido. Na Idade Moderna a agricultura passa a ser
utilizada também para fins comerciais. Na Idade Contemporânea a agricultura
cresceu e o açúcar, antes privilégio da elite, se difundiu na alimentação popular.
Observando-se a evolução do processo alimentar, conclui-se que a cultura
tem forte influência nos hábitos alimentares. O homem pré-histórico comia de tudo.
Já o homem moderno age de forma bem diferente. Os israelitas podiam comer
gafanhotos e esses são ainda apreciados em toda a África do Norte. No Nordeste,
os sertanejos comem preás e camaleões. Nativos da Amazônia comem macacos
assados. Hindus não comem carne de vaca, pois acreditam serem sagradas. Já os
europeus acham que a mesma é indispensável na mesa.
A relação entre alimentação e religião está na Bíblia. As religiões proíbem o
consumo de certos alimentos e tornam outros sagrados. O pão há mais de dois mil
anos é tido como alimento sagrado por muitos povos. A cozinha brasileira sofreu
influência da cozinha portuguesa, indígena e africana, sendo obviamente adaptada
de acordo com a cultura local.
Africanos trouxeram uma cozinha de “miscigenação”. Com os europeus,
principalmente os portugueses, foram aprendidas técnicas de agricultura e criação
de animais. Também houve contribuição no ensinamento de produtos derivados de
leite, como o queijo, além dos embutidos, defumados e fabricação dos doces.
Nas últimas décadas ocorreram mudanças importantes nos hábitos
alimentares dos brasileiros. O alimento, que antes era utilizado para saciar a fome,
passou a ser parte integrante de reuniões, festas, etc. O conhecimento sobre eles
também evoluiu bastante. Antes, coadjuvante, hoje tem papel principal na
longevidade e qualidade de vida. Estudos científicos comprovam o poder de certos
alimentos e sua influência na saúde humana.

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Com períodos de fome e doenças, nossos ancestrais realizaram
experimentos alimentares que hoje vem à tona, com a comprovação científica de
seus efeitos benéficos à saúde. Povos romanos descreveram as propriedades
protetoras do repolho. As sementes da abóbora são apontadas por estudiosos como
benéficas para a saúde da próstata. Fato este já descrito pela tradição herbal
europeia.
Em contrapartida, o aumento no número de alimentos industrializados
associados à vida moderna, falta de tempo e stress do dia a dia, favoreceu
alterações no padrão alimentar que nem sempre correspondem ao ideal. É cada vez
maior o número de indivíduos acima do peso e/ou com problemas de saúde
relacionados à alimentação desequilibrada. Essa não está necessariamente
relacionada à alta ou baixa ingestão alimentar, mas à inadequada ingestão de
nutrientes necessários para a qualidade de vida.

Comparativo da dieta do homem primitivo x homem moderno

HOMEM PRIMITIVO HOMEM MODERNO


Alimentos integrais Alimentos refinados
Alimentos ricos em fibras Alimentos pobres em fibras
Alimentos ricos em nutrientes Alimentos empobrecidos em nutrientes
Alimentos consumidos crus Alimentos processados pelo calor
Menor teor de gordura saturada Alto teor de gordura saturada
Ausência da adição de açúcar e sódio Excesso de açúcar e sódio
Ausência de fermentos e antibióticos Excesso de fermentos e antibióticos
Ausência de agrotóxicos e aditivos Excesso de agrotóxicos e aditivos
químicos químicos

A chamada “fome oculta” está se expandindo em toda a população,


independente de classe social, idade ou sexo. Segundo a Organização Mundial da
Saúde (OMS), “fome oculta” é a necessidade orgânica de um ou mais nutriente,
mesmo não existindo sinais de carência. Na realidade existem alterações silenciosas
que deixam sequelas, independente do peso do indivíduo.
Os sintomas são geralmente percebidos em longo prazo ou até mesmo
ignorados e podem culminar com o desenvolvimento de doenças como câncer,
osteoporose, hipertensão, doenças cardiovasculares entre outras.
São comuns:
- Dores musculares;

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- Fraqueza, cansaço, indisposição;
- Dificuldade de concentração;
- Maior vulnerabilidade a infecções.

Estudos indicam que ao mesmo tempo em que declina a ocorrência da


desnutrição em crianças e adultos num ritmo acelerado aumenta a prevalência de
sobrepeso e obesidade na população brasileira. Estabelece-se, dessa forma, um
antagonismo de tendências temporais entre desnutrição e obesidade, definindo uma
das características marcantes do processo de transição nutricional no país (Batista
Filho, M. & Rissin, A., 2003).
Dados epidemiológicos têm demonstrado que o sobrepeso e obesidade,
antes prevalentes nas regiões mais ricas, hoje são comuns em regiões de baixa
renda. A transição epidemiológica no campo da nutrição é hoje resultado de uma
série de fatores que influenciam diretamente na saúde e qualidade de vida. Merece
destaque a melhora na habitação e saneamento, a mudança de hábitos alimentares,
níveis de ocupação regional, renda, acesso a informações, escolaridade, melhor
acesso aos serviços de saúde entre outros.
A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) relativa aos anos de 2008 e
2009 trará pela primeira vez informações sobre a evolução dos hábitos alimentares
da família brasileira. Serão considerados dados como o consumo de alimentos
orgânicos, DIET e LIGHT e ainda hábitos considerados de desenvolvimento
sustentável.

3 ENVELHECIMENTO

Com o avanço da Medicina, a expectativa de vida tem aumentado bastante e


associado a este aumento está a preocupação com a saúde e qualidade de vida.
Estima-se que em 2025 o Brasil será a sexta nação do mundo com pessoas com
mais de 70 anos e o contingente que mais crescerá é o dos cidadãos acima de 80
anos.

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Hoje, cerca de 13,5 milhões de idosos já somam 8% da população e a
expectativa para os próximos 20 anos será de 31,8 bilhões. Ainda não existe uma
definição precisa acerca do envelhecimento fisiológico normal. O envelhecimento é
determinado basicamente por fatores como hereditariedade, ambiente e estilo de
vida. Corresponde a um processo contínuo, em que ocorre um declínio progressivo
de todas as funções fisiológicas. Envolvem alterações de peso, redução na
velocidade dos reflexos, aumento da gordura corporal, redução de massa muscular,
diminuição da quantidade de água corporal, etc.
Muitas teorias tentam explicar o mecanismo de envelhecimento, mas
nenhuma delas, até o momento, consegue compreender satisfatoriamente todo o
processo. Em relação às funções fisiológicas, as mudanças são relevantes.

TABELA 1 - DECLÍNIO DAS FUNÇÕES DE ACORDO COM A IDADE


SISTEMA ORGÂNICO DECLÍNIO FUNCIONAL

Presbiopia
Sentidos Redução da capacidade auditiva
Diminuição do paladar e olfato

Deterioração da função contrátil intrínseca


Sistema Cardiovascular Redução da condutividade
Redução do enchimento ventricular
Aumento da pressão arterial

Diminuição da elasticidade pulmonar


Sistema Respiratório Redução da capacidade respiratória
Menor eliminação de muco
Diminuição da PO2 arterial

Aumento do risco de infecção secundária


Diminuição da imunidade celular

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Diminuição do número de células T
Sistema Imunológico Aumento das células T supressoras
Redução das células T auxiliares
Perda das células de memória
imunológica
Redução nos títulos de anticorpos contra
antígenos conhecidos
Aumento da autoimunidade

Redução das respostas hormonais a


estímulos
Sistema Endócrino Deterioração da tolerância à glicose
Diminuição dos androgênios e estrogênios
Diminuição das respostas da
noradrenalina

Deterioração da resposta a privação de


líquidos
Sistema Nervoso Declínio de reflexos
Autônomo Aumento da suscetibilidade à hipotermia
Redução da motilidade gastrointestinal

Os sinais externos mais comuns do envelhecimento se refletem na pele,


cabelos, unhas e ainda na distribuição de gordura corporal. Já está bem
documentado que a exposição solar é a causa mais significativa de aceleração do
processo de envelhecimento cutâneo. O envelhecimento da pele pode ser de dois
tipos:

- Intrínseco (natural): mais suave, lento e gradual. A textura da pele é lisa,


homogênea, tem pouco número de manchas e discreta formação de rugas.

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- Fotoenvelhecimento (devido aos danos causados pela radiação
ultravioleta): mais agressivo e responsável pelo aparecimento de rugas, manchas e
até câncer de pele. A cútis é áspera, nodular e espessada.

Observando-se a figura abaixo é possível identificar os sinais da exposição


solar. A pele das mãos, mais exposta ao sol, é bem mais enrugada e envelhecida
que a pele das coxas, normalmente menos exposta à radiação ultravioleta.

FIGURA 1 – EXEMPLOS DE PELE EM EXPOSIÇÃO AO SOL

FONTE: Disponível em: <www.revistauptodate.com.br>. Acesso em: 20 de julho de 2012.

A luz visível e a radiação infravermelha também causam prejuízos à pele e


suas ações vêm sendo muito pesquisadas nos últimos anos. Os cabelos perdem a
tonalidade natural e na pele são observadas rugas, perda de elasticidade e
ressecamento. O aparecimento destas características é mais precoce em indivíduos
de pele seca quando comparados aos pacientes de pele oleosa.
O tabagismo também está relacionado com a quantidade de rugas
profundas. Entre outras alterações clínicas, são frequentes o aparecimento de
coloração acinzentada da pele, maior ressecamento e o aumento do número de
neoplasias malignas cutâneas. Com a menopausa há redução nos níveis de
estrógeno, consequentemente diminuição na síntese do colágeno e aumento do
envelhecimento da pele.
No corpo há o aparecimento ou aumento da gordura localizada e a redução
de massa magra reflete perda do tônus e da força muscular, ocasionando flacidez. O
combate ao envelhecimento é a grande preocupação de quem procura

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procedimentos no campo da estética. Com o uso de cosméticos, tratamentos e até
cirurgias, busca-se a todo o momento retardar os efeitos da idade.
A alimentação também deve ser associada aos protocolos de tratamento,
sendo indispensável para garantir resultados adequados. A ingestão de alimentos
antioxidantes deve ser valorizada e não pode faltar na dieta do cliente. Com os
avanços da Medicina, muitas alterações comuns ao envelhecimento podem ser
prevenidas e/ou amenizadas, com o intuito de garantir saúde e qualidade de vida.
No entanto, deve-se ter bom senso e atenção especial a fim de identificar a grande
diferença existente entre vaidade e obsessão.

4 DESARMONIA CORPORAL

Antes de ser um problema de “gente fútil”, a autoimagem está associada à


autoestima, que por sua vez tem forte relação com a qualidade de vida. Obviamente
é necessário um bom-senso quando se trata da aparência estética, mas não há
como negar a sua importância na vida moderna.
O conjunto de alterações que afetam a estética corporal, em especial de
mulheres, recebe o nome de Síndrome da Desarmonia Corporal, descritas pela
primeira vez pelo Prof. Dr. Miguel Francischelli Neto. Caracteriza-se pela presença,
muitas vezes associada, de celulite, estrias, flacidez, além da gordura localizada e
alterações musculares. Não apresenta relação com o excesso de peso e também
não tem faixa etária prevalente.
O descontrole alimentar tem sido descrito como forte responsável por este
tipo de problema, também merecendo atenção fatores como hereditariedade, ação
hormonal, sedentarismo, etc. O preconizado como ideal para a distribuição corporal
é o percentual de gordura em torno de 20% e o de massa magra (formada por
músculos, ossos e órgãos) em torno de 80%.
A recuperação da forma corporal e a correção dos problemas presentes na
Síndrome da Desarmonia Corporal envolvem tratamentos estéticos e/ou cirúrgicos
associados à alimentação equilibrada e atividade física regular e orientada.

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4.1 CELULITE

A celulite (lipodistrofia ginoide), definida como uma inflamação celular,


atualmente é considerada doença e não uma simples deformação estética.
Manifesta-se no tecido conjuntivo localizado embaixo da pele, devido à soma de
várias alterações que são acionadas por fatores como:
- herança genética;
- sedentarismo;
- problemas circulatórios;
- alimentação inadequada;
- cigarro;
- álcool;
- estresse;
- desequilíbrio hormonal.

Esses fatores determinam modificações, como a compressão dos vasos


locais e a projeção do tecido gorduroso, o que ocasiona as conhecidas ondulações.
As manifestações da celulite são de acordo com o estágio em que a mesma se
encontra.

Estágio I: ocorre uma alteração das células do tecido adiposo, porém a


região afetada não apresenta modificação circulatória e nem dos tecidos de
sustentação. Não há sinais visíveis na pele e também não há dor.

FIGURA 2 – CELULITE GRAU 1

FONTE: Disponível em: <www.mesoclin.com.br>. Acesso em: 20 de julho de 2012.

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Estágio II: já existe alteração circulatória por compressão das microveias e
vasos linfáticos. O sangue e a linfa (líquido que banha as células) ficam “represados”
e, consequentemente, ocorre um edema intercelular. Também há um endurecimento
do tecido de sustentação e as irregularidades na pele ficam aparentes, mas ainda
não existe dor.

FIGURA 3 – CELULITE GRAU 2

FONTE: Disponível em: <www.mesoclin.com.br>. Acesso em: 20 de julho de 2012.

Estágio III: a celulite neste estágio apresenta o aspecto “casca de


laranja” e fica dolorida. A fibrose se instala e a circulação acaba comprometida.
Podem aparecer vasinhos e microvarizes, além da sensação de peso e cansaço nas
pernas.

FIGURA 4 – CELULITE GRAU 3

FONTE: Disponível em: <www.mesoclin.com.br>. Acesso em: 20 de julho de 2012.

Estágio IV: é a fase considerada mais grave, com as fibras duras, formando
nódulos e a circulação prejudicada. A pele apresenta depressões e tem aspecto

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acolchoado. As pernas ficam pesadas, inchadas e doloridas e a sensação de
cansaço é frequente, mesmo sem esforço.

FIGURA 5 – CELULITE GRAU 4

FONTE: Disponível em: <www.mesoclin.com.br>. 20 de julho de 2012.

4.2 FLACIDEZ

A flacidez é provocada pela perda de elementos do tecido conjuntivo como


fibroblastos, elastina e colágeno. Essa perda faz com que a rede de elementos se
torne menos densa, tirando a firmeza entre as células. É comum ocorrer em um
mesmo indivíduo a flacidez muscular, mais profunda (resultante da menor tonicidade
do músculo) junto à tissular ou dérmica (resultado do rompimento das fibras de
colágeno, por exemplo).
As causas podem ser herança genética, excesso de sol
(fotoenvelhecimento), falta de exercícios, excesso de peso, alimentação inadequada,
emagrecimento acelerado e até má postura. Outro fator que ocasiona esse processo
é o aumento do tecido gorduroso em detrimento da massa muscular. O indivíduo
sedentário que passa muitas horas sentado, por exemplo, tem grande facilidade
para o desenvolvimento da flacidez. O tecido adiposo, por ser de preenchimento,
aumenta o volume na tentativa de minimizar o trauma mecânico e o músculo flácido
facilita a deposição da gordura.
Hábitos alimentares inadequados geralmente vêm acompanhados de
acúmulo de gordura, o que também favorece a flacidez cutânea devido à dificuldade

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no processo de nutrição da pele. Vestuário inadequado contribui para o
desenvolvimento da flacidez, devido à má circulação sanguínea e linfática.

4.3 ESTRIAS

Estrias também apresentam relação com a flacidez. Diferentemente de


outros problemas como celulite e obesidade, elas não estão diretamente ligadas à
gordura localizada. Manifestam-se em pessoas de todas as idades e portes físicos.
Suas causas são variadas e envolvem o crescimento acelerado (em especial na
puberdade), aumento de peso, gravidez ou uso crônico de medicamentos à base de
corticosteroide.
A estria se forma quando a pele, excessivamente estirada, ultrapassa sua
capacidade de distensão e se rompe. Suas bordas, ao cicatrizarem, formam uma
linha deprimida na superfície da pele. Ao contrário do que muitos acreditam, não há
cura total para o problema. As estrias avermelhadas, mais recentes, apresentam
maior resposta ao tratamento estético, uma vez que suas células possuem maior
capacidade regenerativa. Já as estrias brancas, consideradas mais antigas, terão
sua aparência amenizada com o tratamento.

FIGURA 6 – EXEMPLO DE PELE COM ESTRIAS

FONTE:Disponível em: <www.acorporalle.com.br/ESTETICA/corporais.htm>. Acesso em: 25


de julho de 2012.

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4.4 GORDURA LOCALIZADA

Segundo Kacth & McArdle (1996), apud TRIBESS et al (2003), a gordura


corporal pode ser classificada no organismo humano sob duas formas:

- Gordura essencial: consiste na gordura armazenada internamente nos


principais órgãos, intestinos, músculos e nos tecidos ricos em lipídios presentes no
sistema nervoso central. Esse tipo de gordura é indispensável para o funcionamento
fisiológico satisfatório do organismo.

- Gordura armazenada: consiste na gordura estocada no tecido adiposo,


internamente revestindo vários órgãos e em grande volume na camada de gordura
subcutânea.

Uma questão importante a ser comentada e que merece destaque nas


clínicas de estética é justamente a gordura localizada. Bastante comum na
população, não é encontrada apenas nos indivíduos acima do peso. Pelo contrário,
muitas pessoas com peso adequado apresentam acúmulo de gordura em
determinada região corporal e a mesma não sofre muita variação com a prática de
atividade física, massagens ou emagrecimento.

FIGURA 7 – EXEMPLO DE GORDURA LOCALIZADA

FONTE: Disponível em: <http:// www.jiunlimited.com/em/sign_in/índex>. Acesso em: 17 jul.


2009.

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As causas da gordura localizada são variadas e envolvem alimentação
inadequada, alterações hormonais, hereditariedade, sedentarismo, etc. A localização
da “gordura extra” vai depender da característica genética de cada um, sendo mais
comum na região abdominal, culote, coxas, glúteos, dorso, axilas e joelhos.

5 COMPULSÃO ALIMENTAR

Objeto de estudo desde 1959, a compulsão alimentar é considerada uma


patologia dentro do grupo dos transtornos alimentares. Em resumo, foi descrita
como sendo a ingestão de enormes quantidades de comida em um pequeno espaço
de tempo, seguida de sentimentos de desconforto físico e autocondenação.
Ela pode estar presente em vários transtornos do comportamento alimentar,
como na anorexia, bulimia nervosa e no transtorno da compulsão alimentar
periódica. A forma mais incontrolável de compulsão alimentar é chamada em inglês
de “binge eating” e o diagnóstico é comprovado quando há relato de episódios de
excesso alimentar pelo menos duas vezes por semana nos três últimos meses.
Estudos demonstram um ciclo característico da doença, em que há a
vontade de comer algo seguido da ingestão rápida, exagerada e escondida. Após,
vem o arrependimento, a sensação de raiva de si mesmo, depressão e assim
ciclicamente. Deve-se ter o cuidado para não incluir no grupo de indivíduos com o
problema, todos aqueles que se encontram acima do peso ideal e que ingerem
grande quantidade de alimentos eventualmente.
Tal comportamento pode ser reflexo da restrição alimentar proporcionada
por dietas de emagrecimento muito limitadas e não caracterizam a doença. Por outro
lado, a compulsão pode surgir em indivíduos não obesos e também por ocasião da
mesma proposta de dieta restrita, associada a uma alimentação desequilibrada.
Longos períodos de jejum também podem levar a ataques compulsivos,
como é o caso dos indivíduos que fazem grande privação alimentar durante o dia e
que a noite comem exageradamente. A “Síndrome do Comer Noturno” vem

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recebendo a atenção de especialistas e suas principais características são o
excesso alimentar a noite, a falta de apetite pela manhã e/ou durante o dia e a
insônia. Na realidade, é uma combinação de transtorno alimentar, transtorno do
sono e do humor.
O indivíduo com a compulsão alimentar periódica apresenta desequilíbrio
bioquímico dos neurotransmissores responsáveis pelo controle da saciedade.
Quando os níveis de serotonina estão baixos, a tendência a ingestão alimentar
principalmente de doces ou energéticos aparece como um mecanismo de
compensação. Sabe-se que esses alimentos são estimulantes naturais da
serotonina e dopamina. Indivíduos depressivos podem desenvolver uma espécie de
dependência química com a comida, uma vez que a mesma auxilia no equilíbrio dos
níveis bioquímicos do cérebro.
O tratamento da compulsão alimentar envolve equipe multidisciplinar. Há
necessidade de reeducação alimentar, atividade física regular e orientada, uso de
medicações quando necessário, terapia e mudança nos hábitos de vida.

6 ANOREXIA

A doença ficou conhecida nos anos 70, quando a cantora Karen Carpenter
morreu de desnutrição causada pela anorexia. Considerada como uma disfunção
alimentar, não tem uma causa única e envolve aspectos fisiológicos, psicológicos e
sociais. Afeta principalmente as mulheres, em especial adolescentes entre 12 e 20
anos e sua principal característica é a extrema restrição de alimentos devido ao
medo exagerado de engordar.

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FIGURA 8 – EXEMPLO DE PACIENTE COM ANOREXIA

FONTE: Disponível em: <http://duard.com.br/blog/fotos-anorexia-nervosa>. Acesso em: 20


de julho de 2012.

Muitas vezes silenciosa, a doença pode levar à morte por carência de


nutrientes. Implica em tratamento por equipe multidisciplinar e vigilância constante,
uma vez que o risco de recaída é grande. O uso de medicamentos como os
antidepressivos muitas vezes é necessário, assim como o acompanhamento
nutricional e de terapia psicológica.

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FIGURA 9 – EXEMPLOS DE PACIENTES COM ANOREXIA

FONTE: Disponível em: <http://duard.com.br/blog/fotos-anorexia-nervosa>. Acesso em: 20


de julho de 2012.

O grande empecilho encontrado pelos profissionais de saúde é justamente o


fato das anoréxicas não entenderem ou não aceitarem que estão doentes. Tal
comportamento leva geralmente à recusa ao tratamento.
A questão emocional não deve ser esquecida. Especialistas observaram que
muitas vezes a repulsa ao alimento, a distorção da imagem corporal e a obsessão
pela magreza têm fundamentos em situações vividas na infância. Os transtornos

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alimentares podem estar em muitos casos relacionados com separações, violência
dentro de casa e/ou excesso de insegurança agravado pela família ou ambiente
escolar.
São sintomas comuns na anorexia:
- Medo exagerado de ganhar peso;
- Imagem corporal distorcida, excesso de perfeccionismo;
- Excesso de exercícios físicos;
- Hábitos alimentares muito severos;
- Uso de diuréticos, laxantes, hormônios e pílulas para emagrecer;
- Depressão, tristeza, sentimentos de culpa, tendências suicidas, transtornos
de ansiedade e alterações de humor, isolamento da família e amigos.

É consequência da desordem causada pela baixa ingestão alimentar:


- Desnutrição (algumas chegam a pesar aproximadamente 36 kg ou até
menos), pele seca e amarelada, cabelos secos, finos e quebradiços;
- Desidratação;
- Hipotermia;
- Hipotensão, bradicardia, arritmia cardíaca;
- Baixa resistência a infecções;
- Anemia;
- Perda de massa muscular;
- Amenorreia (falta de menstruação);
- Intolerância ao frio;
- Infertilidade nos casos mais graves;
- Redução da motilidade gástricas, constipação crônica;
- Osteoporose, desmineralização óssea;
- Erosão do esmalte dentário (provocado pelos vômitos), cáries.

Não se pode esquecer a influência do “mundo moderno”, em que muitas


vezes a beleza está associada ao padrão de magreza acentuada. O profissional de
saúde precisa ter cuidado redobrado quando se trabalha com a questão estética.
Com tantos tratamentos e facilidades existentes, é necessário cautela e bom-senso
para identificar a grande diferença existente entre vaidade e doença.

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7 BULIMIA

Muito frequente em mulheres jovens, pode ocorrer também em homens e


mulheres de mais idade. Embora seja difícil mapear o número real de pessoas que
sofrem da doença, estima-se que a mesma atinja de 3% a 7% da população. Em
1743 foi descrito no Dicionário Médico da Universidade de Londres um quadro
clínico denominado “True Boulimus” (verdadeira bulimia, em uma tradução livre),
caracterizado por intensa preocupação com a comida e pela ingestão voraz em um
curto espaço de tempo, seguidos de períodos de jejum. Também se destacou uma
segunda variante “Caninus Appetitus”, em que os episódios de voracidade são
seguidos pelo comportamento compensatório de vômito.
Nos termos atuais a bulimia corresponde a um transtorno alimentar
caracterizado por episódios frequentes de grande ingestão de alimentos seguidos de
forte sentimento de culpa e de um comportamento voltado para se evitar o ganho de
peso. Os bulímicos provocam vômitos e/ou fazem uso de laxantes ou diuréticos em
uma tentativa de “eliminar” o que foi consumido. É frequente o excesso de exercícios
físicos e/ou períodos de restrição alimentar severas.
Os vômitos autoinduzidos representam o comportamento compensatório
mais comumente utilizado pelos pacientes que sofrem de bulimia e são provocados
geralmente após os episódios de compulsão ou várias vezes ao dia. Muitas vezes
na bulimia o paciente não apresenta redução de peso, o que acaba por dificultar a
detecção da doença. Ao contrário das anoréxicas, a bulímica geralmente tem bom
comportamento social, afetivo e profissional. Estudos demonstram que muitos
pacientes levam até 10 anos para buscar tratamento.
O problema envolve uma série de questões e pode trazer consequências
sérias de saúde se não for descoberto a tempo. São complicações clínicas comuns:
- Arritmia cardíaca;
- Inflamação na garganta, esofagite;
- Vômitos com sangue;
- Distúrbios eletrolíticos;
- Face inchada e dolorida, devido à hipertrofia das glândulas parótidas;

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- Cáries dentárias e até perda de dentes;
- Desidratação;
- Dores musculares e câimbras.

A causa da doença é multifatorial e envolve questões biológicas,


psicológicas, familiares e culturais. O tratamento também é multidisciplinar e inclui
psicoterapia individual ou em grupo, ajuste e acompanhamento nutricional e uso de
medicamentos quando necessário. Têm sido descritos resultados satisfatórios com o
uso de inibidores de apetite, mas os estudos ainda não são conclusivos para
embasar uma conduta terapêutica.

8 ORTOREXIA

O termo Ortorexia foi usado pela primeira vez pelo médico americano Steven
Bratman, em 1998, para designar um grupo de indivíduos que apresentavam uma
grande preocupação em comer corretamente. O nome deriva das palavras gregas
ortho (correto) e orexis (apeptite). Considerada um distúrbio psicológico ainda não
reconhecido pela Organização Mundial de Saúde, a Ortorexia é caracterizada pela
obsessão pelos alimentos naturais associada a uma forte preocupação com a
alimentação saudável.
O paciente com tal distúrbio começa a restringir da sua dieta todo e qualquer
alimento que contenha açúcar, agrotóxicos, conservantes, enlatados, substâncias
artificiais e de procedência duvidosa ou desconhecida. Muitos não comem carne por
duvidarem da ração ingerida pelo animal.
Geralmente leem atentamente os rótulos de tudo o que compram, mastigam
dezenas de vezes antes de engolir os alimentos e ainda evitam comer fora de casa
por não confiarem na procedência da comida. Acreditam verdadeiramente que
apenas as comidas naturais fazem bem ao organismo.
Outra característica da doença é o grande problema que esses indivíduos
têm com a vida social. Por evitarem comer fora de casa, acabam se distanciando de
familiares e amigos. É comum adquirirem comportamento irritadiço e isolamento

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social. A insatisfação afetiva e emocional acaba desencadeando uma preocupação
cada vez maior com a alimentação, gerando um círculo vicioso.
Valendo-se da busca incansável pela saúde e com a comprovação dos
benefícios da alimentação saudável, os ortoréxicos não conseguem encontrar o
limite entre o cuidado com a dieta e a falta de controle ou obsessão. Tal
comportamento acaba gerando prejuízos físicos e psíquicos, além da perda da
sociabilidade.
Alguns estudiosos do assunto encontram semelhança entre a anorexia e a
ortorexia, uma vez que as duas envolvem forte preocupação com alimentos e a
sensação de culpa quando os “objetivos” não são cumpridos. Os ortoréxicos, no
entanto, não têm preocupação com o excesso de peso ou percepção errada de seu
aspecto físico.
Alguns estudiosos relatam que muitos ortoréxicos foram anoréticos e ao se
recuperarem desenvolveram a compulsão por alimentos que supostamente não
possam lhe causar danos. A ortorexia pode levar a problemas de saúde quando a
dieta não consegue atingir as necessidades nutricionais. Entre as consequências
mais comuns estão:
- desnutrição;
- anemia;
- carência de vitaminas e sais minerais.

Pode ocorrer ainda:


- baixa imunidade;
- predisposição a osteoporose devido à carência de cálcio;
- problemas renais;
- ressecamento da pele;
- distúrbios digestivos;
- depressão, ansiedade, insônia, hipocondria, fraqueza muscular e apatia
crônica.

O profissional de saúde precisa ter sensibilidade para perceber tal problema


e saber diferenciar a preocupação saudável com a saúde e a obsessão pela mesma.
A recomendação de tratamento passa por acompanhamento nutricional a fim de

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corrigir os erros e restrições alimentares. É necessário também acompanhamento
médico e psicológico.

FIM DO MÓDULO I

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