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devidamente regulamentadas e aptas ao cultivo e dispensação de fitoterápicos
derivados de Cannabis a seus pacientes.
O movimento pacífico de enfrentamento capitaneado por estas entidades
sociais vêm consolidando, em todo o país, experiências legítimas de cultivo, produção,
avaliação, orientação e acompanhamento de pessoas e famílias em processo de
acolhimento terapêutico com Cannabis.
Apesar do ecossistema proibicionista circundante, as associações vêm se
fortalecendo por meio de efetiva interação institucional estabelecida com universidades
e centros de pesquisa, através da celebração de parcerias para o desenvolvimento de
protocolos técnicos, bem como da realização de atividades pragmáticas referentes às
tecnologias de seleção genética, produção e avaliação do potencial farmacológico de
extratos e variedades botânicas.
Em um cenário em que vigora um elevado custo nos tratamentos à base de
extratos importados de Cannabis, as associações nacionais estabelecem como
fundamento a promoção irrestrita do acesso à medicina canabinoide via Sistema
Único de Saúde, especialmente a pessoas e famílias em situação de
vulnerabilidade socioeconômica.
As associações canábicas são representantes legítimas da sociedade na
construção de uma plataforma política antiproibicionista, na circulação de saberes
práticos e conhecimentos científicos, no acolhimento de pessoas sob diversas
condições de saúde, na educação, na condução de pesquisas e na participação ativa nos
debates públicos em direção à consolidação de políticas de drogas e de saúde que
reflitam os interesses expressos pela sociedade.
Estas entidades assumem o lugar de difusoras de conhecimentos diversos
sobre a planta, sobre saúde e sobre acesso aos direitos. Ao oportunizar o contato de
pacientes e familiares com médicos, advogados, pesquisadores e ativistas, as
associações promovem a produção e circulação de conhecimentos de maneira original
e inovadora através da interlocução com as pessoas, suas histórias de vida e suas
demandas por saúde e direitos. Assim, as associações atingem a adesão de novos
membros para sua pauta em clara convergência com a pauta dos pacientes que as
procuram.
Estes coletivos promovem a mediação entre ciência, medicina, justiça e
sociedade civil, além de estimularem a educação cívica através do engajamento político
em direção à regulamentação do uso adulto e medicinal da maconha. O movimento
associativo representa, portanto, um modelo alternativo de educação, controle social e
uso responsável da maconha, o qual deve ser difundido com a intenção de potencializar
a participação da sociedade civil na implementação de um processo legitimo de
regulamentação que deve incluir necessariamente as dimensões do auto cultivo e do
cultivo associativo.
O modelo de organização associativo corresponde a uma efetiva tecnologia
social em defesa da saúde e do direito de todas as pessoas que demandam o acesso
legal à Cannabis. É preciso elevar o debate, de forma que se mantenha a receptividade
e a disponibilidade ao diálogo, percebendo com perspicácia o auspicioso cenário que se
descortina à nossa frente quanto aos ganhos expressivos no campo da saúde pública,
do bem viver, no meio ambiente e nas relações de produção e consumo.
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3. Acolhedeira: vanguarda do associativismo canábico maranhense
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fitocanabinoides extraídos do material vegetal, culminando na eficácia terapêutica por
meio de efeito comitiva (entourage effect)1.
A composição fitoquímica e a concentração dos fitoterápicos são
frequentemente avaliadas através de um protocolo de Cromatografia Líquida de Alta
Eficiência, um procedimento químico em que é possível separar os componentes de
determinada mistura de substâncias com o objetivo de identificá-los, quantificá-los e
purificá-los.
O protocolo de identificação e quantificação de fitocanabinoides de extratos de
Cannabis é resultante de parceria institucional da Acolhedeira com pesquisadores da
Universidade Federal do Maranhão (UFMA), do Piauí (UFPI) e de Viçosa, MG (UFV).
Dentre os principais fitocanabinoides identificados e quantificados nos fitoterápicos da
Acolhedeira, destacam-se as formas ácidas CBG-A, THC-A, CBD-A, CBC-A, THCV-A e seus
respectivos correspondentes moleculares estáveis: CBG, THC, CBD, CBC e THCV, todos
com reconhecida atividade terapêutica.
No vasto universo da ciência e medicina canabinoide há um abundante e
crescente conjunto de conhecimentos apontando para a necessidade de
aprofundamento da pesquisa e difusão social dos saberes construídos em torno da
Cannabis como uma planta ancestral de uso terapêutico. O acúmulo de evidências
clínicas reflete o que a biologia, a história cultural e a farmacologia nos apresentam:
Cannabis é conhecimento, justiça social, saúde e bem viver.
CONTATO INSTITUCIONAL
www.acolhedeira.org
https://linktr.ee/acolhedeira
@acolhedeira
acolhimento@acolhedeira.org
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Mecanismo bioquímico em que os fitocanabinoides e as demais moléculas da planta interagem em
processo de sinergia e favorecem a atividade modulatória do sistema endocanabinoide.