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A propagação de

informações sobre Cannabis

através da arte

V Curso Livre Sobre Cannabis Medicinal

Bruno Zelada Passos e Victoria do Nascimento

Estudante - Universidade Paulista (Unip) e Assistente de Marketing - Instituto


Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP)
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1 - SUMÁRIO:

2 - INTRODUÇÃO: 3

3 - DESENVOLVIMENTO: 4

4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS: 10

5 - BIBLIOGRAFIA: 11

6 - ANEXOS: 13
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2 - INTRODUÇÃO:

No presente trabalho foi elaborada uma produção artística em forma de poema sobre a

distorção do uso da cannabis ao longo dos séculos que culminou em sua proibição, mas que

está atualmente sendo revertida.

O poema foi elaborado com base nos conhecimentos apresentados em algumas aulas

do V Curso Livre Sobre Cannabis Medicinal, que serão especificadas e articuladas com a

produção na seção de desenvolvimento desse trabalho final.

A produção se justifica pela necessidade da propagação desse tipo de conteúdo a fim

de desmistificar o uso adulto e medicinal da Cannabis. Apesar dos grandes avanços na

medicina e legislação de diversos países, a população comum ainda precisa ser educada

através de conteúdos curtos, de fácil leitura, com informações de qualidade e que despertem o

interesse do público geral. A liricidade da forma escolhida, o poema, pode ser vista como um

fator cativante e mesmo de viralização do conteúdo através do possível compartilhamento nas

redes sociais, que beneficiaria ainda mais o objetivo de propagação das informações.

Na próxima seção será possível conferir a produção e suas articulações com os

conteúdos das aulas.


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3 - DESENVOLVIMENTO:

Como vimos ao decorrer do V Curso Livre Sobre Cannabis, a relação dos seres

humanos com a Cannabis é muito antiga, povos de diferentes culturas e etnias utilizavam

dessa planta para diversos fins, sendo essa uma das primeiras plantas a ser “domesticada”

pelos seres humanos, bem como a domesticação de animais, o que é comum ainda hoje.

Na segunda aula do curso sobre o uso tradicional, fitoterápico e espiritual, são

apresentados diversos exemplos de como a planta era utilizada pelos nossos ancestrais em

diversas partes do mundo, assim como os vestígios históricos dessas formas de uso e de suas

primeiras aparições.

Historicamente, há registros de indicações terapêuticas da Cannabis na China e


no Egito antigo, que datam de 4.000 a.C., assim como na medicina Ayurvedica e
Indo- Europeia entre 2.000 e 1.000 a.C. Ainda antes de Cristo, o uso medicinal da
Cannabis foi vastamente difundido pela cultura Greco-Romana para epilepsia, raiva,
ansiedade, inflamações, dores de dente e de cabeça, e bronquite. O médico grego
Claudius Galen observou que a Cannabis era amplamente consumida em todo o
Império Romano, inclusive as mulheres da elite romana usavam para aliviar dores de
parto (GABRILLI. Um Panorama da Cannabis Medicinal no Brasil, 2019).

Conforme visto em aula, a Cannabis passou por um processo de evolução junto do

homem, que ao longo do tempo descobriu seu potencial terapêutico e medicinal, religioso e

espiritual, da indústria têxtil e outras formas de produção, entretenimento, entre outros.

Da expansão das plantações para as Américas pelos conquistadores espanhóis e


portugueses (até com finalidade prática para uso de suas fibras em cordas para
navegação e tecidos), passando por Napoleão e o médico irlandês William
O’Shaughnessy, a Cannabis foi usada durante milênios para tratar náuseas,
reumatismo, epilepsia, infecções e dores de parto, entre outras aplicações. O revés
aconteceu a partir de 1.914, quando o governo dos Estados Unidos declarou ser
crime e proibiu o uso e a venda, expandindo esse conceito para o resto do mundo,
silenciando todo o conhecimento médico e científico já consolidado (GABRILLI.
Um Panorama da Cannabis Medicinal no Brasil, 2019).

No poema produzido para esse trabalho final, de título Folha de bordo holandes, essa

relação milenar é representada pelas raízes fortes da primeira estrofe: Entorpecido por idéias

inconscientes/ Que me fazem refletir/ Através de uma verdade etimológica/ Vejo raízes firmes/
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Que sustentam uma árvore/ Uma planta sagrada/ Que foi sufocada/ Por mãos intoxicadas. A

verdade etimológica se refere ao sentido etimológico da palavra droga

Origem da palavra: droga vem da palavra droog (holandês antigo) que


significa folha seca. Isto porque, antigamente, a maioria dos medicamentos era à
base de vegetais.

Droga: qualquer substância que é capaz de modificar a função dos


organismos vivos, resultando em mudanças fisiológicas ou de comportamento.

[...] Medicamento ou fármaco: é a droga que atuando em organismos vivos,


provoca efeitos benéficos ou úteis.

Tóxico: é a droga que administrada em organismos vivos produz efeitos


nocivos. (DEPARTAMENTO DE PSICOBIOLOGIA UNIFESP/EPM. Drogas. Sem
data de publicação).

Atualmente as verdadeiras raízes da cannabis são desconsideradas devido ao processo

de “intoxicação” que a planta sofreu ao ser colocada num hall de substâncias realmente

tóxicas, poluindo sua imagem aos olhos da sociedade e sendo tratada não mais como algo

sagrado, mas maculoso. No trecho do artigo Relatório Mundial sobre Drogas 2021 avalia que

pandemia potencializou riscos de dependência, sobre o congresso de Viena no dia 24 de

junho de 2021, publicado no site do Escritório de Ligação e Parceria no Brasil da United

Nations Office on Drugs and Crimes (UNODOC), temos o seguinte:

Cerca de 275 milhões de pessoas usaram drogas no mundo inteiro no último ano,
enquanto mais de 36 milhões sofreram de transtornos associados ao uso de drogas,
de acordo com o Relatório Mundial sobre Drogas 2021. O documento foi divulgado
hoje pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). O
Relatório aponta que, durante os últimos 24 anos, a potência da cannabis aumentou
em até quatro vezes em algumas partes do mundo. Apesar de a porcentagem de
adolescentes que perceberam a droga como prejudicial ter caído em até 40%,
persistem evidências de que o uso da cannabis está associado a uma variedade de
danos à saúde. Os mais afetados são os usuários regulares a longo prazo.
(RELATÓRIO. Escritório de Ligação e Parceria no Brasil, 2021)

Deixando evidente como a maconha continua sendo relacionada a transtornos

associados ao uso de drogas e vista como uma droga prejudicial associada a uma variedade de

danos à saúde.
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O título do poema se refere a uma folha canadense semelhante à folha da Cannabis, a

origem holandesa da palavra droga, que diz respeito às “folhas secas” que serviam de base

para os medicamentos na antiguidade. Na segunda estrofe do poema Chega o outono/ As

folhas secas caem/ Varridas para fora do quintal/ Emergindo uma nova atração/ Guiada não

mais pelas mãos de deus/ Mas sim pela intoxicação. Vemos um reforço de como essas folhas

secas da Cannabis perderam o sentido terapêutico e ganharam um novo significado de droga,

que foge ao seu sentido etimológico medicinal e se torna somente uma forma de

entretenimento sujo.

As ideias eugênicas no campo científico combateram as terapias


tradicionais e facilitaram a adesão às terapias alopáticas e, ao mesmo tempo, criaram
novos inimigos para legitimar o desenvolvimento de sistemas prisionais e
manicomiais. A investigação da metodologia científica adotada para a produção dos
resultados basilares do proibicionismo demonstrou que o resultado era produzido
antes mesmo da idealização do estudo, ou ainda, a partir da compilação de obras
literárias, dicionários, textos de jornais e causos populares. Mas foram suficientes
para estabelecer como conceito principal a relação entre a maconha e práticas
criminosas (ZANATTO. Da utopia à realidade ou a importância de recuperar as
perdas do progredir, 2017).

Muito desse processo é conectado ao racismo estrutural, como pudemos ver

claramente nas aulas do módulo jurídico do curso, em especial na aula sobre proibicionismo,

que exemplificou como os elementos da cultura negra foram criminalizados no Brasil e no

mundo.

Em suma, a política proibicionista vem sendo aplicada como uma lei


discriminatória contra etnias não brancas e de baixo potencial econômico. Esse
mercado paralelo, embora bastante rentável, é ilusório como forma de ascensão
social. Raros são os exemplos de pessoas que enriqueceram por conta do varejo das
drogas. Quem lucra de fato com este comércio não sofre as consequências da guerra.
A proibição faz com que os vultosos lucros do consumo sejam monopolizados por
empresários, políticos e banqueiros que arrecadam os bônus da inflação provocada
pelo trânsito das substâncias proibidas de seu local de origem ao consumidor final
(FILEV. Revisem as políticas de drogas, 2017).

Sendo a Cannabis um elemento comumente ritualístico em algumas religiões africanas

e asiáticas, ela também sofreu um processo não só de criminalização, mas também de

demonização quase literal, sendo popularmente referida como erva do diabo, um desvio

completo de suas origens.


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É sempre válido lembrar que nos anos 1940, ao lado do acirramento do


proibicionismo, a lei de prática ilegal da medicina foi aprovada, desferindo forte
golpe em curandeiros e herbalistas. O discurso em curso desde o início do século
XX ganhou maior vitalidade e nas escolas de medicina, as terapias tradicionais à
base de plantas passaram a ser tratadas na esfera da superstição e da ignorância dos
mais pobres, “carentes de cultura própria”, assim como os consumidores de
maconha. Nesse sentido, podemos dizer que a difusão das terapias alopáticas, o
fortalecimento político dos setores médicos e consolidação do progresso enquanto
mito dominante é indissociável da proibição da maconha, um poderoso fitoterápico
do período (ZANATTO. Da utopia à realidade ou a importância de recuperar as
perdas do progredir, 2017).

Na terceira estrofe Ars medicinae desafogará/ Mostrando o caminho/ Folhas/ laranjas

ornamentais a balançar/ No sereno do luar temos o uso da expressão Ars medicinae, latim

para a arte da medicina, que vem abrindo espaço para a Cannabis no senso comum e,

consequentemente, para a legalização. O uso da chamada medicina tradicional tem ganhado

força nos últimos anos - o que podemos entender como parte de um processo atual de retorno

à natureza junto da popularização de modos de vida como o veganismo, minimalismo,

ambientalismo, entre outros - levantando reflexões sobre os efeitos colaterais nocivos de

medicamentos modernos e incentivando, assim, o uso de remédios naturais. O mais potente

fitoterápico conhecido pelo homem é a Cannabis e, por isso, faz sentido a grande força que o

ativismo canábico tem ganhado nos últimos tempos, culminando no grande avanço que foi a

sua remoção da lista de drogas com alto potencial de dependência da OMS no ano de 2020. O

movimento de negação ao Capital traz consigo a negação da ideia de medicina moderna

baseada somente em drogas patenteadas para máximo lucro da indústria farmacêutica, que foi

estabelecida por Rockefeller. O re-reconhecimento da medicina tradicional traz consigo o

re-reconhecimento da Cannabis como planta sagrada.

Nas terceira e quarta estrofes do poema, é tratado o assunto mais polêmico relacionado

à Cannabis, sua psicoatividade, ainda pouco explorada cientificamente devido à proibição e

ao preconceito: Um psicotrópico que desperta/ Ilumina e revela/ Não só pode te aproximar/

Se dispõe a te tratar/ E nosso futuro pode salvar/ Basta permitir um olhar/ Sem a ofuscar/ E

na luz de Deus vai encontrar/ O brilho oculto do luar.


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Apesar de todo o seu potencial terapêutico, a Cannabis Sativa não se resume somente

à medicina. O uso ritualístico, espiritual ou religioso também revela grandes potenciais ainda

muito condenados. Uma substância psicoativa, como o estigmatizado THC, pode iluminar e

revelar nossos lados mais humanos e frágeis, o que pode implicar em uma bad trip, como são

conhecidas as experiências psicodélicas desagradáveis. Muitas vezes as chamadas bad trips

são apenas um reflexo da falta de conhecimento sobre o uso espiritual da planta, que pode

acarretar em más experiências, como muito bem explicado no trecho da entrevista de autoria

desconhecida abaixo:

A: “A experiência psicodélica é divertida?”

B: “Não. Este é um mito propagado pelo fato de que algumas substâncias (tais como
a Cannabis) frequentemente proporcionam experiências divertidas e prazerosas.
Como nossa cultura prefere ignorar um conhecimento mais amplo sobre este tema,
estabelece-se uma linha erroneamente tênue entre os psicodélicos propriamente ditos
e outras classes de psicoativos. Assim, muitas vezes se cria um contexto social que
direciona o indivíduo à falsa perspectiva de que a experiência psicodélica é
recreativa. Por exemplo: ser golpeado brutalmente não é agradável sob nenhum
ponto de vista, mas o MMA é um esporte muito cativante. De maneira similar, por si
só a experiência psicodélica não é divertida, mas acaba sendo culturalmente
condicionada para tal. Este fenômeno pertence exclusivamente ao mundo
contemporâneo, dado que não há qualquer registro histórico anterior ao século XX
do uso supostamente recreativo de substâncias psicodélicas (cogumelos, peiote,
iboga, ayahuasca etc.).Então por que todos parecem estar se divertindo horrores
nessas raves e festivais psicodélicos? Primeiro, porque geralmente utilizam doses
consideravelmente aquém do necessário para uma experiência efetivamente
psicodélica. Segundo, porque quando a mente de uma pessoa desse círculo cultural
de fato ingressa a um plano psicodélico (o que costuma ser subjetivamente muito
assustador), classifica-se este tipo de experiência como uma “bad trip”, por pura
falta de conhecimento. Não existem bad trips... O que existem são pessoas que não
têm a menor ideia da função da atividade psicodélica. Esta função é aproximar o
indivíduo à realidade, e não afastá-lo da mesma”.

A: ‘‘E por que isso não pode ser divertido? ''

B: ‘’Porque o plano psicodélico conduz à consciência da absoluta fragilidade


humana frente à natureza em estado bruto. Quando se está diante das portas do
infinito (e qualquer definição menos superlativa não condiz com uma experiência
psicodélica de fato), dramaticamente despido de qualquer ilusão egocêntrica, o
próprio conceito de diversão se dissolve na profundidade avassaladora da
experiência. Em outras palavras, ela tem tanta graça quanto passar um ano sozinho
numa ilha deserta (e é igualmente instrutiva).

A viagem psicodélica introspectiva pode levar a reflexões evolutivas, profundas

conexões com o sagrado. Assim, a Cannabis pode ser interpretada, como é feito no poema,

como uma salvadora, uma panaceia não só para males físicos, mas também espirituais,
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psíquicos e ambientais através do uso completo de seu potencial terapêutico, ritualístico e

para fabricação de produtos biodegradáveis alternativos aos plásticos e afins.


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4–CONSIDERAÇÕES FINAIS:

O potencial de cura da Cannabis Sativa é imensurável, podendo salvar-nos do estado

de adoecimento físico, psicossocial e ambiental em que nos encontramos atualmente. Para

isso, basta nos permitirmos um olhar verdadeiro à planta pelo que ela é, despindo-nos da

ignorância, da negação de pesquisas científicas e do preconceito em suas mais variadas

manifestações. É só através do fácil acesso a informações de qualidade sobre os benefícios e

malefícios da planta que deixaremos de ofuscar o seu brilho sagrado, que há tanto foi

ocultado, devolvendo-a para as mãos de Deus e iluminando o futuro das próximas gerações.

Esperamos que o objetivo deste trabalho final siga crescendo, bem como a proposta do

V Curso Livre Sobre Cannabis Medicinal que surgiu nos salões da Paróquia São Francisco,

em Ermelino Matarazzo, com a missão de difundir conhecimento sobre a planta Cannabis e

os possíveis medicamentos e tratamentos dela derivados, quebrando preconceitos e, através

disso, criando maior possibilidade de ampliar o debate sobre a liberação e regulamentação em

curso nas esferas legislativas e sociais, além de aproximar o acesso ao tratamento para

pacientes de forma democrática, acessível e com orientações seguras de qualidade.


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5 - BIBLIOGRAFIA:

2ª Aula: V Curso de Cannabis Medicinal: Uso tradicional fitoterápico e espiritual da cannabis

sativa. Produção de Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Coordenação de Eliana

Rodrigues. São Paulo, Canal MoveRCam no YouTube, 2021.

8ª Aula de Cannabis Medicinal. Produção de Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

Coordenação de Eliana Rodrigues. São Paulo, Canal MoveRCam no YouTube, 2021.

DEPARTAMENTO DE PSICOBIOLOGIA UNIFESP/EPM. Drogas. São Paulo: UNIFESP,

sem data de publicação. Em: <https://www2.unifesp.br/dpsicobio/drogas/defini.htm> Acesso

em 10 jul. 2021

FILEV, Renato. Revisem as políticas de drogas. Boletim Maconhabrás, São Paulo: Maio, nº 6,

p. 5-6, 2017. Em: <https://www.cebrid.com.br/boletins/maconhabras>. Acesso em 13 jul.

2021.

GABRILLI, Mara. Um Panorama da Cannabis Medicinal no Brasil. Blog Senadora Mara

Gabrilli, São Paulo: 2019. Em:

https://maragabrilli.com.br/wp-content/uploads/2019/11/Cannabis-Medicinal.pdf> Acesso em

10 jul. 2021.
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RELATÓRIO Mundial sobre Drogas 2021 avalia que pandemia potencializou riscos de

dependência. Escritório de Ligação e Parceria no Brasil, 2021. Em:

<https://www.unodc.org/lpo-brazil/pt/frontpage/2021/06/relatorio-mundial-sobre-drogas-2021

-do-unodc_-os-efeitos-da-pandemia-aumentam-os-riscos-das-drogas--enquanto-os-jovens-sub

estimam-os-perigos-da-maconha-aponta-relatorio.html> Acesso em 14 Jul. 2021.

ZANATTO, Rafael Morato. Da utopia à realidade ou a importância de recuperar as perdas do

progredir. Boletim Maconhabrás, São Paulo: Maio, nº 6, p. 7-8, 2017. Em:

<https://www.cebrid.com.br/boletins/maconhabras>. Acesso em 13 jul. 2021.


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6 -ANEXOS

Produção artística usada como base para o trabalho:

A folha de bordo holandês

Entorpecido por idéias inconscientes

Que me fazem refletir

Através de uma verdade etimológica

Vejo raízes firmes

Que sustentam uma árvore

Uma planta sagrada

Que foi sufocada

Por mãos intoxicadas

Chega o outono

As folhas secas caem

Varridas para "fora" do quintal

Emergindo uma nova atração

Guiada não mais pelas mãos de deus

Mas sim pela intoxicação


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Ars medicinae desafogará

Mostrando o caminho

Folhas laranjas ornamentais a balançar

No sereno do luar

Um psicotrópico que desperta

Ilumina e revela

Não só pode te aproximar

Se dispõe a te tratar

E nosso futuro pode salvar

Basta permitir um olhar

Sem a ofuscar

E na luz de Deus vai encontrar

O brilho oculto do luar

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