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A INEFICÁCIA DE UMA POSSÍVEL LEGALIZAÇÃO DA


MACONHA E SEUS IMPACTOS NA SOCIEDADE BRASILEIRA

Aluno: Matheus Bruneli de Souza


Professor: Leandro Siqueira Lima

INTRODUÇÃO
Seja no âmbito político, social e econômico, o tema legalização das
drogas, em especial da maconha, está presente nos discursos da população
civil. Existem vários fatores para que essa pauta seja de modo preponderante,
uma delas que estimulam uma possível legalização, se encontra presentes na
mídia em geral, seja na apologia nas músicas, filmes, séries e até mesmo no
teatro. Mas afinal, quando que começou o uso da maconha no Brasil e a sua
existência?
A história da maconha no Brasil tem seu início com a própria
descoberta do país. A maconha é uma planta exótica, ou seja, não é
natural do Brasil. Foi trazida para cá pelos escravos negros, daí a sua
denominação de fumo de Angola. O seu uso disseminou-se
rapidamente entre os negros escravos e nossos índios, que
passaram a cultivá-la. Séculos mais tarde, com a popularização da
planta entre intelectuais franceses e médicos ingleses do exército
imperial na Índia, ela passou a ser considerada em nosso meio um
excelente medicamento indicado para muitos males.(CARLINE EA,
2006, p.1)

O presente trabalho também buscará a apresentar sobre os riscos


do uso recreativo da erva, para a saúde do indivíduo, todavia também
será abordado sobre o que acarretaria para a população, sendo essa
erva legalizada.
Por ser tratar de grave problema de cunho social, certamente
não se deve ocultar esta questão. Muito se discute sobre o poder
econômico que o narcotráfico possui em todo o mundo. Além disso,
os comércios ilegais de drogas ilícitas, como a maconha, nutrem
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diferentes problemas em nossa sociedade, como o tráfico de drogas


e a disseminação da violência ( CARVALHO, 2007).
Entretanto, apesar da sua ilegalidade, a maconha é
prontamente encontrada e consumida por qualquer pessoa que tenha
interesse. O estilo de vida urbano, que acompanha os residentes de
capitais e das cidades do interior, tem gerado o aumento no uso de
drogas e o aumento no número de indivíduos dependentes. Com
isso, a oferta dessas substâncias ilícitas tem crescido, causando,
assim, importante movimentação financeira e, consequentemente,
aumento do poder de diferentes facções criminosas (BURGIERMAN,
2002).

Visando esclarecer numa forma bem didática, o presente trabalho


dedica-se em esclarecer o quão desastroso seria uma possível legalização da
maconha no Brasil, mostrando a frustração que ocorreu com o nosso vizinho
Uruguai, e os efeitos que essa droga causa no indivíduo.
A metodologia utilizada nesta pesquisa é baseada num
procedimento bibliográfico, a pesquisa bibliográfica é uma
classificação de pesquisa quanto ao objeto, e pode ser independente,
como se estruturar como ponta pé inicial de outro estudo (ANDRADE,
2017).
Quanto à forma de abordagem, será utilizada a qualitativa com objetivos
de adquirir dados sobre o imposto sobre grandes fortunas, dados de utilização
em outros países a modo de interpretar os mesmos através de materiais já
produzidos e estudados por outros autores, como define:
A pesquisa qualitativa pode ser definida como a que se fundamenta
principalmente em análises qualitativas, caracterizando-se, em
princípio, pela não utilização de instrumental estatístico na análise
dos dados. Esse tipo de análise tem por base conhecimentos teórico-
empíricos que permitem atribuir-lhe cientificidade. (ZANELLA, 2013,
p. 35)

JUSTIFICATIVA DO TEMA
O fator preponderante para abordar o tema apresentado, é por conta
do grande caos social que está ocorrendo da sociedade Brasileira, por conta do
uso de entorpecentes, sendo de especial a maconha, que é considerada como
a “porta de entrada” para outras drogas mais pesada. É interessante que ao
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usar essa frase (“porta de entrada” para outras drogas mais pesadas), ocorre
uma centena de críticas e demagogias para classificar essa afirmação como
algo errado de se falar, pois o álcool é um grande vilão, e o uso da maconha
que é o denominado como esse grande agente, por conta dos preconceitos
que existe na sociedade em face dos usuários da mesma, entretanto
abordaremos que não é dessa forma que procede.
A discussão sobre o uso hedonista, que significa o uso recreativo está
sendo observada pela sociedade Brasileira, uma vez que a iniciativa parte das
famílias e dos muitas vezes dos parópios usuários, que requerem soluções
para os seus danos e sofrimentos acalentados.
O motivo desse trabalho tem como objetivo principal demonstrar o
quanto prejudicial para a sociedade Brasileira seria uma possível legalização
da droga. Alertando para os leitores, os riscos de uma possível legalização da
maconha em território Brasileiro, com o objetivo de ensinar numa forma bem
didática que a melhor maneira de amenizar os prejuízos que essa droga
oferece na sociedade não é de forma alguma legalizando.

DELIMITAÇÃO DO TEMA
Serão abordados os possíveis impactos negativos da legalização da
maconha no Brasil, sendo apresentadas evidências científicas dos danos que
essa droga traz ao ser humano, com as pesquisas e informações coletadas, a
partir desse estudo saberemos que os argumentos favoráveis a legalização
não é o mais favorável para a sociedade, de ser um meio eficaz em favor da
saúde pública Brasileira.

PROBLEMA DA PESQUISA
A maneira rasa e muita das vezes ideológicas com que tratam um tema
que pode afetar diretamente milhares de famílias brasileiras, com isso, dado o
crescente número de dependentes, se acendem nas pautas políticas
partidárias a falsa solução para esses problemas.
Dados do Escritório das Nações Unidas para Drogas e
Crimes indicam que o uso da Cannabis Sativa, popularmente
conhecida como maconha, tem crescido globalmente, o que
acarretou em discussões da temática por pesquisadores de diversas
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partes do mundo (UNODC, 2015). Além do mais, ela é a terceira


substância mais utilizada em todo o mundo, ficando atrás apenas do
álcool e do cigarro (HALL; WEIER, 2015)
A sociedade Brasileira com todos os problemas de saúde pública
existente se sentirá mais segura legalizando ou não a Cannabis Sativa?

OBJETIVOS

GERAL
O objetivo desta pesquisa é demonstrar eventuais malefícios na
sociedade Brasileira, caso seja legalizada a Cannabis Sativa, popularmente
conhecida como Maconha.

ESPECÍFICOS

a) Impactos em curto prazo na sociedade com a legalização.

b) Apontar seus danos à saúde, decorrentes do uso recreativo da


Cannabis Sativa

c) Analisar as experiências internacionais com a legalização da Cannabis


Sativa, demonstrando os impactos causados na sociedade.

HIPÓTESE
O melhor meio de acabar com o tráfico não é legalizando, não se pode
resolver um problema decorrente da sociedade, tornando ele aceitável. Assim
como não podemos legalizar o homicídio pelo simples fato de esse crime não
ter fim, não podemos criar meios legais para que o indivíduo possa está
comercializando ou usando de forme livre a Cannabis Sativa.

METODOLOGIA
A ciência utiliza-se de um Método que lhe é próprio, o
Método científico, elemento fundamental do processo do
conhecimento realizado pela ciência para diferenciá-la não só do
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conhecimento comum, mas também das demais modalidades de


expressão da subjetividade humana, como a filosofia, a arte e a
religião. (SEVERINO, 2007, p 102).
Através desta maneira de pensar, a metodologia utilizada neste estudo,
será de natureza básica, de maneira que discute conhecimentos preexistentes,
questionando os mesmos em busca de uma melhor compreensão acerca do
assunto.
O procedimento adotado foi bibliográfico, a pesquisa bibliográfica é
uma classificação de pesquisa quanto ao objeto, e pode ser
independente, como se estruturar como ponta pé inicial de outro
estudo (ANDRADE, 2017).
Quanto a forma de abordagem, será utilizada a qualitativa com objetivos de
adquirir dados sobre o imposto sobre grandes fortunas, dados de utilização em
outros países a modo de interpretar os mesmos através de materiais já
produzidos e estudados por outros autores, como define:
A pesquisa qualitativa pode ser definida como a que se
fundamenta principalmente em análises qualitativas, caracterizando-
se, em princípio, pela não utilização de instrumental estatístico na
análise dos dados. Esse tipo de análise tem por base conhecimentos
teórico-empíricos que permitem atribuir-lhe cientificidade. (ZANELLA,
2013, p. 35)
Ademais, será utilizado o método de pesquisa com o objetivo
exploratório, visando esclarecer entendimentos, a pesquisa foi realizada
através de livros e pesquisa em conteúdos por profissionais, disponíveis na
internet acerca do assunto.

REFERENCIAL TEÓRICO

CONSEQUÊNCIAS EM CURTO PRAZO COM A LEGALIZAÇÃO


A diferença entre legalizar e descriminalizar é que com a
legalização não existe proibição, onde o governo teria uma
responsabilidade da criação de uma nova lei para essa legalização,
com normas e regras de uso e comércio, para um controle de
mercado. Para aqueles que defendem essa linha de legalizar o uso
não só da maconha, mas também de outras diversas drogas ilícitas,
vide na resolução de problemas do mercado ilegal, diminuir o tráfico,
contudo podendo gerar impostos. (ARAUJO, Tarso)
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Na descriminalização, o uso livre da maconha, ou seja, o recreativo


deixará de ser crime, (como em quase todas as vezes, o usuário não tem
punição) todavia o tráfico de entorpecente deixará de ser crime, vejamos o que
dispõe o artigo 33 da lei 11.343;
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir,
vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo,
guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda
que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal
ou regulamentar:

Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500


(quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à


venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda,
ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação
legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à
preparação de drogas;

II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo


com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em
matéria-prima para a preparação de drogas;

III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a


propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que
outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de
drogas.

IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto


químico destinado à preparação de drogas, sem autorização ou em desacordo
com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado,
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quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal


preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de


droga: (Vide ADI nº 4.274)

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300


(trezentos) dias-multa.

§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa


de seu relacionamento, para juntos a consumirem:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700


(setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas
previstas no art. 28.

§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas


poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em
penas restritivas de direitos , desde que o agente seja primário, de bons
antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre
organização criminosa. (Vide Resolução nº 5, de 2012)

Vivemos em uma sociedade que o será prevalecido não é o que um


indivíduo quer, e sim o que a maioria deseja, sendo representada pelo
congresso nacional.
Abolitio criminis é uma expressão latina utilizada em Direito Penal.
Significa a extinção do crime devido à publicação de lei que extingue o delito
anteriormente previsto no ordenamento jurídico.
As pessoas não se dão noção, que uma vez você legalizando a
maconha, deixando de ser crime, todas as pessoas que foram presas no
tráfico, automaticamente seriam liberados para as ruas. O traficante ele é
normalmente preso no tráfico, porque dificilmente o Policial Militar prenderá um
traficante na favela, por um crime a não ser o tráfico, por que o tráfico é muito
fácil de ser provado, uma vez que você encontra a droga, o usuário e o
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dinheiro, e a venda, o policial não ficará investigando se essa pessoa era um


assassino, se esse indivíduo fazia lavagem de dinheiro, ou se era um
estuprador. Fato é, que se legalizar, no dia seguinte terá muitos traficantes
sendo soltos nas ruas, sendo assim, a sociedade estaria mais tranquila com a
questão da criminalidade?
O que é o criminoso? Alguém já discutiu com a namorada, ou com o
pai e a mãe? Se sim, porque muitas pessoas não agride fisicamente? Porque o
indivíduo tem valores que sabe que isso é errado, ou seja, matar alguém é
errado, roubar é errado. O traficante, muitas das vezes é a pessoa que tem os
valores deturpados, e com o uso contínuo da droga, esse comportamento tem
a tendência de se agravar.

RISCO PARA A SAÚDE COM USO RECREATIVO DA CANNABIS


SATIVA

O uso recreativo da Cannabis Sativa, popularmente conhecida como a


maconha, possui uma série de malefícios para a saúde e o bem-estar do ser
humano. Para enriquecer o presente estudo, traremos a seguir um estudo
desenvolvido com profissionais excelentes do Hospital Santa Mônica, que
desde 1969 contribui para a reabilitação da saúde física e mental do
paciente e promove sua reinserção social, com uma vida digna e
autônoma.Fundado pelo Doutor Romolo Bellizia:
Qualquer elemento ingerido ou consumido pelo corpo humano afeta seu
equilíbrio, seja positiva ou negativamente. Não é diferente quando analisamos
os efeitos do uso da maconha. Entender como essa droga afeta o
funcionamento do seu organismo é importantíssimo para adquirir mais
consciência em prol de uma vida saudável.
Existem os efeitos superficiais e imediatos, associados a sensações
momentâneas de prazer. Normalmente, são aquilo que motiva seus usuários a
fazer uso da substância. Mas também há os efeitos de longo prazo, que podem
comprometer a vida de quem usa e de todos à sua volta.
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O mais interessante, porém, é saber que seus mecanismos de prazer


podem ser substituídos por outros alimentos e atividades, o que traz um alívio
muito mais eficiente e eficaz às dores e tristezas de quem busca a maconha.

Perda de memória
O uso da maconha traz um efeito devastador na chamada memória de
curto prazo. Ela é gerenciada no cérebro, mais especificamente no hipocampo,
essencialmente ligado às funções de aprendizagem no ser humano.
Em um organismo afetado pela droga, o cérebro é impedido de registrar
novas memórias.
Assim, o uso prolongado da droga pode dificultar a assimilação de
coisas simples, como as regras de legislação para tirar carteira de motorista ou
procedimentos básicos para viajar de avião. Ele receberá as informações, mas
ao precisar acioná-las em seu cérebro, terá maiores dificuldades que o normal,
ou simplesmente não conseguirá.
Essa é uma importante reflexão a ser feita, pois esses exemplos do cotidiano, a
princípio, parecem simples de serem executados. Mas a habilidade para
executar essas simples tarefas diminuirá consideravelmente com o consumo
regular de drogas como a maconha.

Desencadeamento de comportamentos violentos


Com o nível de raciocínio diminuído ou mais lento, a percepção da vida
é consideravelmente afetada. A dependência, que será abordada a seguir,
comandará as ações do consumidor de Cannabis, que poderá tomar atitudes a
todo custo para alimentar o constante estado eufórico que o efeito do
entorpecente provoca.
Não é incomum, por exemplo, que dependentes químicos e usuários de
maconha contraiam dívidas, tenham comportamentos violentos e proporcionem
outros males à sua vida e de quem está à sua volta.
É importante a família e pessoas mais próximas estarem sempre alertas,
pois a violência pode acontecer a qualquer momento, sendo comum que os
dependentes cometam roubos, furtos e, caso o grau de dependência seja
maior, possa até mesmo matar alguém.
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Ou seja, seus efeitos são bidirecionais, afetando tanto a saúde quanto o


ambiente em que eles vivem.

Dependência
A dependência de qualquer tipo de tóxicos vai variar de uma pessoa
para outra, pois tem relação direta com a idade, genética e condições mentais
já existentes. Quanto mais jovem for o usuário, mais serão os efeitos e danos
no organismo, especialmente no desenvolvimento mental.
É importante ressaltar que a dependência ocorre porque o cérebro vai se
ajustar à substância e assim reduzir o número de receptores e a função da
dopamina. Quando isso acontece, o dependente passa a usar uma quantidade
cada vez maior da droga, buscando experimentar o efeito de antes.
A dependência é desencadeada pelo organismo que, uma vez
acostumado com a utilização da droga, demandas doses maiores para se
satisfazer. Caso essa necessidade não seja satisfeita, surgem os efeitos da
abstinência.
As sensações colaterais da dependência impulsionam o usuário a
buscar novamente a droga para aliviar suas novas crises, e porque não, suas
dores e carências emocionais.
Outro fator importante da dependência é que, por ser uma resposta do
organismo, é muito difícil iniciar o uso de alguma substância entorpecente e
não ficar submisso a ele.

Doenças pulmonares e cardíacas


O consumo da maconha envolve sua queima e consequente absorção
pelo aparelho respiratório. Portanto, é impossível que o pulmão não sofra com
os efeitos do uso prolongado dessa droga.
Quando ela é queimada, outros elementos tóxicos são absorvidos pelo
organismo, como amônia e cianeto de hidrogênio. Com o tempo, o usuário da
droga desenvolve tosse crônica, dificuldades respiratórias e produz catarros e
mucos em excesso, entupindo frequentemente suas vias nasais. Tais
ocorrências podem, por exemplo, impedir ou diminuir a capacidade de uma
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pessoa de caminhar, praticar esportes e fazer outras atividades normais do dia


a dia.
O componente ativo da maconha, o tetra-hidrocarbinol (THC),
responsável pelos efeitos alucinógenos e de relaxamento do corpo, é
transportado no organismo por meio do sangue. Além do THC, várias
substâncias tóxicas também são lançadas na corrente sanguínea, causando
aceleração dos batimentos cardíacos.
Segundo estudos realizados nos EUA, pessoas com doenças cardíacas
preexistentes, desconhecidas ou não, agravam os efeitos de suas doenças ao
utilizarem a maconha. Aumento do risco para desenvolvimento de
transtornos mentais e psiquiátricos
Se um indivíduo possui propensão ao desenvolvimento de transtornos de
ordem mental ou psiquiátrica, a maconha poderá iniciar seu desencadeamento.
Riscos como a aceleração da esquizofrenia e outros distúrbios psicóticos
podem afastar ainda mais o indivíduo do convívio da sociedade. Cria-se assim
um ciclo vicioso, pautado no acúmulo de motivações para que ele continue
procurando a droga.
Transtornos afetivos de bipolaridade, de ansiedade, depressão e humor
podem, inclusive, terem seus efeitos e surtos ampliados com o uso da
cannabis. Isso vale também para os impactos negativos nas fases agudas do
uso da maconha.
A ansiedade, por exemplo, é considerada um mal da sociedade e muitas
pessoas fazem relatos sobre seus efeitos danosos. Porém, pode ser tratada de
diversas maneiras, inclusive sem interferências clínicas, por meio da prática de
atividades físicas e do acompanhamento psicológico.

Efeitos do uso da maconha em adolescentes


O organismo do adolescente enfrenta uma das maiores revoluções
hormonais de toda a vida. Se isso muitas vezes deixa o jovem confuso sobre
seus sentimentos, a ponto de despertar seu interesse por alívios imediatos,
também potencializa os efeitos da maconha em seu corpo.
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Um estudo conduzido pela Universidade Duke, demonstrou que pessoas que


começaram a consumir maconha ainda na adolescência perderam, ao menos 8
pontos em avaliações de QI entre seus 13 e 38 anos.
A grande questão não está no teste em si, mas no fator inteligência e
capacidade de raciocínio, que mesmo depois da interrupção do uso da droga,
não foram recuperados. Muitos pais incentivam o uso da droga, na
adolescência, sem conhecer os efeitos que podem acompanhar o jovem por
toda a vida.
Quando um adolescente utiliza a droga, fragiliza todo seu sistema,
muitas vezes potencializando alguma fraqueza que pode trazer danos
irreversíveis à vida.
Os efeitos do uso da maconha trazem uma série de consequências
negativas, gerando carências emocionais e de autoestima. Muitas vezes, tais
carências fragilizam ainda mais o usuário, que busca na droga a solução para
os problemas que a droga mesmo contribui para agravar.
Problemas como depressão, ansiedade, baixo desempenho escolar, entre
outras, podem ser administrados com soluções muito mais eficazes, saudáveis
e definitivas.

EXPERIÊNCIAS INTERNACIONAIS COM A LEGALIZAÇÃO DA MACONHA

O primeiro país em nível Federal a legalizar para o uso recreativo a


maconha, foi o Uruguai no ano de 2014, logo a seguir tivemos o Canadá. A
seguir veremos um pouco mais, sobre os resultados da legalização a nível
Federal, tendo como exemplo o nosso vizinho Uruguai.

A legislação de 2013 avançou com relação a outra que está em vigor


desde 1971, que permite que qualquer cidadão porte, em pequena quantidade
e para consumo próprio, qualquer substância ilícita –o texto ainda vigora para
outras drogas, da cocaína à heroína.

Em 2013, porém, na gestão da Frente Ampla, na presidência de José


“Pepe” Mujica, criou-se uma legislação bem mais abrangente.
O texto estabelece que o Estado se responsabilize por plantação, produção,
armazenamento, distribuição e venda da maconha. Para ter acesso, é preciso
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se registrar no Ministério da Saúde e ser uruguaio ou ter documento de


residência permanente.
Então, pode-se comprar o produto desse cultivo, por enquanto em
apenas 17 farmácias no país. A quantidade é de 40 g por mês, sendo 10 g por
semana. A produção e a distribuição não foram interrompidas durante a
pandemia.
O Estado no entanto,não consegue produzir o suficiente para os que
desejam comprar nas farmácias. Há apenas duas empresas que conseguiram
licença para produzir, uma uruguaia e outra canadense, e a quantidade não
atende à demanda.
“Os pacotes se esgotam em questão de segundos quando chegam”, diz
à Folha Sérgio Redin, 56, responsável pela farmácia Antártida. Para evitar as
filas que se formavam no começo, os estabelecimentos passaram a fazer
reservas online.
“É difícil comprar, para cada reserva precisamos ficar insistindo em mais
de uma farmácia até conseguir”, conta Nahum Martínez, 19, que apareceu para
buscar seus pacotes enquanto a reportagem estava na farmácia”.
Um forte argumento que denominados partidos políticos utilizam como
meio para a legalização da maconha, é que com a legalização
consequentemente o tráfico acabaria, algo que foi um fracasso no Uruguai,
pois uma vez legalizando o número de usuários tende a aumentar.

“Uruguai
No Uruguai, que aprovou a legalização em 2013, a situação
também evidencia o fracasso da política de flexibilização em relação
às drogas. Segundo levantamento de 2017, a legalização não
implicou em redução dos números relacionados ao tráfico, sendo que
o número de assassinatos pelo narcotráfico aumentou. Além disso,
houve aumento de apreensão de maconha ilegal entre 2015 (2,52
toneladas) e 2016 (4,305).

Uma outra situação que vem ocorrendo no Uruguai é o surgimento de


um “mercado cinza”, consistente no desvio de maconha de fazendas de
produção que funcionam com autorização do governo, para serem vendidas no
mercado ilegal.
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Um estudo de 2018, elaborado por especialistas de quatro


universidades uruguaias e pelo Observatório Uruguaio de Drogas, relata que
após a legalização da maconha, houve um crescimento de 66% no índice de
pessoas que declaram ter consumido a erva, sendo que entre os adultos de 55
a 65 anos, o crescimento foi de 229%, seguido pelas faixas etárias entre 35 e
44 anos (144%) e entre 45 e 54 anos (125%)
Uma vez legalizando a maconha, o consumo e a fabricação irão
progressivamente aumentar, com isso é real a tendência de acontecer um
desgaste da saúde pública no Brasil, uma vez que o usuário tem a necessidade
de aumentar a dosagem da droga, para satisfazer ainda mais o seu organismo,
sendo assim uma vez frustrado o ápice de seu prazer com o uso da maconha,
ele procurará “soluções” em outras drogas para sustentar a sua dependência
que infelizmente obteve.

REFERENCIAS

ARAUJO, Tarso. Almanaque das drogas, São Paulo: Leya, 2012.

BURGIERMAN, D. R. A verdade sobre a maconha. Super Interessante, São


Paulo, e. 179, p. 32- 40, ago., 2002.

CARVALHO, S. A política criminal de drogas no Brasil: estudo criminológico e


dogmático da Lei 11.343/06. 4ª Edição. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007.

CARLINE EA, 2006, PG.1)


https://www.scielo.br/j/jbpsiq/a/xGmGR6mBsCFjVMxtHjdsZpC/?lang=pt#

Hospital Santa Monica. 2018 “Efeitos do uso da maconha: entenda as


consequências em longo prazo do uso da erva”.
https://hospitalsantamonica.com.br/efeitos-do-uso-da-maconha-entenda-as-
consequencias-a-longo-prazo-do-uso-da-erva/

LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006.


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm
Artigo 33 Parágrafo 1º, 2º, 3º, 4º

Lucas de Morais Gualtieri. 2021. “O fracasso das experiências internacionais


de legalização das drogas: “Por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento”.
https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/fracasso-experiencias-
internacionais-legalizacao-das/
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Sylvia Colombo Danilo Verpa. 2020 “Maconha estatal no Uruguai ainda


decepciona usuários”. https://arte.folha.uol.com.br/mundo/2020/estado-alterado-as-
politicas-para-drogas-pelo-mundo/uruguai/desafios-da-legalizacao/

UNODC, United Nation Office on Drugs and Crime. 2020 "Relatório Mundial
sobre Drogas 2020: consumo global de drogas aumenta, enquanto COVID-19 impacta
mercados, aponta relatório"

ZANELLA, Liane Carly Hermes. Metodologia de Pesquisa, 2° edição,


Florianópolis: editora UFSC, 2011, p. 35.

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