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BACHARELADO EM DIREITO
BELO HORIZONTE
2023
DESCRIMINALIZAÇÃO DO PORTE DE DROGAS PARA USO PESSOAL PELO STF
CONTRA
RESUMO
Este artigo vem com a finalidade de ressaltar o objetivo de apresentar os pontos contrários a
descriminalização das drogas, quem é contra argumentam que manter a descriminalização é
importante para evitar o aumento do consumo de drogas, restringir o tráfico e proteger á
sociedade contra os problemas associados ao uso descontrolado dessas substâncias. Além disso,
questionamos se á descriminalização seria realmente eficaz na prática, dadas as dificuldades de
implementação e controle. O debate no STF reflete a busca por um equilíbrio entre a ordem
pública e os direitos individuais.
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
As drogas ilícitas chegaram ao brasil no final do século XIX, período em que havia um
processo acelerado de urbanização e industrialização que resultou em condições miseráveis de
trabalho e de existência para a maior parte da população. Portanto, com essas questões sociais,
a classe trabalhadora buscou um refúgio do mundo conturbado e com constantes mudanças
nos vícios deselegantes, estes caracterizados pelo alcoolismo e maconhismo, uma vez que os
vícios elegantes que eram morfina, cocaína e heroína, apenas eram consumidos por pessoas da
alta classe social
Desse modo, fato é que desde os primórdios dos tempos, o Brasil possui concentração
de poder econômico nas mãos dos mais ricos, no qual os mais pobres são a maioria da
população. Dessa forma, a falta de poder econômico da população à época gerou um consumo
exarcebado de álcool e maconha por aqueles que buscavam uma “fuga do mundo real”.
Assim, com o passar do tempo as drogas concentradas nas mãos dos mais ricos,
começaram a ser desejadas pelos desafortunados que não obtinham condições de arcar com os
custos de drogas ilícitas tão caras como a cocaína, heroína e morfina, fazendo com que os
traficantes à época começassem a diluir as drogas comercializadas, bem como fabricar mais
para atender a essa população que não detinha de renda suficiente.
Portanto, o consumo próprio de drogas ilícitas causa danos à saúde como a destruição
de neurônios, diminuição a capacidade de pensar; desenvolvimento de doenças psiquiátricas
como depressão ou esquizofrenia; lesões no fígado; desenvolvimento de doenças contagiosas,
como AIDS ou hepatite.
Dessa forma, diante do exposto acima, a liberação do porte de drogas ilícitas para
consumo próprio contraria um direito fundamental e constitucional de todo Brasileiro,
fazendo com que tal liberação se torne inconstitucional por violar tal direito, uma vez que a
decisão do consumo de drogas não é um direito individual e afeta o coletivo, no momento em
que a dependência gerada pelo uso constante pode causar alucinações ao individuo colocando
em risco a segurança das pessoas que convive com o usuário.
As drogas são classificadas pelos efeitos que causam no sistema
nervoso, podendo ser:
Depressoras: diminuem as atividades cerebrais e possuem alguma
propriedade analgésica. Causa sonolência e desatenção.
Estimulantes: aumentam a atividade cerebral. causa aumento da
atenção, euforia e pensamento acelerado.
Perturbadoras: causa alucinações ou ilusões.
Vejamos abaixo a história de um dos vários usuários de drogas, que tentam recomeçar
sua vida longe delas atualmente.
Matheus, 18 anos, estudante, Florianópolis (SC)
1 ano e 4 meses longe das drogas
"Na época, morava com meu pai e meu irmão. Comecei fumando
maconha e com o tempo usei todas as substâncias possíveis. Me
identifiquei no crack e foi quando minha vida começou a se destruir,
perdi tudo. Meu pai não tinha mais controle sobre mim, que ainda era
menor de idade. Meu pai ficou doente, teve câncer e, após um mês,
ele faleceu.
Me senti destruído, perdi o rumo e passei a viver só em função da
droga. Todo dia, toda noite, com chuva e com sol eu estava usando.
Cada vez queria usar mais, a droga já não me satisfazia como antes.
Foi quando a morte do meu pai me trouxe um despertar espiritual e
decidi me internar. Nesse momento, minhas irmãs voltaram a se
aproximar de mim e me internaram em uma comunidade terapêutica.
Lá eu aprendi muito sobre a irmandade de Narcóticos Anônimos e,
quando saí, passei a frequentar
as reuniões da NA. Fui muito bem recebido e consegui me sentir
importante para alguém.
Achava que ia morrer usando e hoje venho apreendendo que o NA
está de porta abertas para me acolher e me ajudar. Para me manter
longe da droga, ainda preciso me vigiar, saber o que vou fazer. Evito
algumas pessoas e lugares. Tudo o que é ruim para mim hoje eu evito.
Procuro decidir tudo da maneira mais correta, calculo e tomo a atitude
certa com responsabilidade. O primeiro passo para parar de usar é ter
o desejo. Tem que querer muito. É difícil, eu sei. Cada dia eu faço a
decisão de não usar. Eu tenho o desejo, eu tenho a vontade de ficar
limpo. Com tudo isso aprendi a preservar a minha vida. A coisa mais
importante que tenho hoje é a minha vida." Disponível em:
https://www.minhavida.com.br/materias/materia-14575
À vista desse desígnio, o Conselho Federal de Medicina e a Associação Brasileira de
Psiquiatria se posicionou no sentido de que a descriminalização do consumo de drogas pode
ocasionar no aumento do consumo, no comprometimento a saúde dos usuários e pública, bem
como no fortalecimento do narcotráfico. Ademias, a Associação de Delegados de Polícia do
Brasil (Adepol) acrescentou que a descriminalização ocasiona no aumento do consumo,
portanto, mais usuários significa mais traficantes e consequentemente, mais violência no país.
Visto isso, é de fácil entendimento que com mais violência outro direito fundamental
garantido pela Constituição Federal seria ferido, uma vez que o Estado tem o dever de
fornecer segurança à população, de modo que a liberação das drogas para consumo próprio
feriria dois direitos fundamentais inerentes a dignidade da pessoa humana.
Sendo muito clara em sua redação, a aplicação de uma sanção menos punitiva
para quem porta drogas para consumo próprio, não ferindo, dessa forma, nenhum direito
constitucional, uma vez que a manutenção dessas medidas deverá se manter.
Ademais, cabe ressaltar que para descriminalizar o porte para consumo próprio
teríamos que descriminalizar também, a produção de drogas o que geraria um grande
problema no controle das quantidades produzidas, que poderia ocasionar problemas até
mesmo na importação e exportação dessas, uma vez que tudo que e produzido no Brasil
atualmente é exportado para fora. assim, parte desse entendimento foi firmado pelo
respeitado Ministro Luís Barroso ao relatar que há uma inconsistência em descriminalizar o
porte, mas manter criminalizada a produção da droga. Portanto, o ministro sugeriu que o
Congresso observe com atenção o exemplo de países nos quais o mercado é legalizado.
Desse modo, para ele a questão deve ser tratada como um caso de saúde pública, e não na
ótica criminal.
CONCLUSÃO
Lei nº 13.840, de 5 de junho de 2019. Brasília: Diário Oficial da União. BRASIL. Política
Nacional sobre Drogas. Disponivel em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2006/lei/l11343.htm
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/08/stf-julga-descriminalizacao-das-drogas-
conheca-argumentos-contra-e-a- favor.shtml#:~:text=ARGUMENTOS%20CONTRA%20A
%20DESCRIMINALIZA%C3%87
%C3%83O%20DAS%20DROGAS&text=Em%20nota%20conjunta%20divulgada%20no,ao
%20uso%20terap%C3%AAutico%20da%20Cannabis.