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CENTRO UNIVERSITARIO UNA LINHA VERDE

BACHARELADO EM DIREITO

ALINE VALADARES SILVA


ANA CLARA CORREIA DIAS BATISTA
ANA LUIZA DE SOUZA GOMES
CARLOS EDUARDO COPATE
GABRIEL FONTES DA COSTA
GABRIEL MOISÉS DE BARROS SILVA
KÊNIA CRISTINA BORGES MARQUES
LAYS CRISTINA MARINHO
MIRELLA GONÇALVES PINHEIRO

DESCRIMINALIZAÇÃO DO PORTE DE DROGAS PARA USO PESSOAL PELO


STF
A favor

BELO HORIZONTE
2023
DESCRIMINALIZAÇÃO DO PORTE DE DROGAS PARA USO PESSOAL PELO
STF:
A FAVOR

RESUMO
Este artigo vem finalidade de ressaltar objetivo de apresentar os pontos, A favor da
descriminalização do porte de drogas, argumenta-se que isso poderia direcionar os esforços
legais para questões mais urgentes, abordar o problema das drogas como uma questão de
saúde pública. Além disso, destacam-se os aspectos relacionados aos direitos individuais e à
autonomia do cidadão sobre seu próprio corpo. No entanto, há oposição com base em
preocupações com a segurança pública e os impactos sociais, levantando questionamentos
sobre como equilibrar a liberdade pessoal com a necessidade de proteger a sociedade contra
os potenciais danos do uso de drogas.

INTRODUÇÃO
Analisando a atual situação de violência urbana no Brasil, o STF passou a
considerar a descriminalização do porte de drogas para uso pessoal, tendo em vista que há
muitos países como o Uruguai que já adotaram essas medidas com vendas em farmácias
autorizadas, o uso dessas substâncias irá conceder maior participação do estado no processo
de capitalização do produto, possibilitando assim um melhor controle do tráfico de drogas,
além de que reduziria o custo para que as pessoas não precisem utilizar da violência para arcar
com o alto gasto. Dessa maneira, vale ressaltar que muitas drogas possuem propriedades
medicinais que auxiliam no tratamento de doenças, sendo assim, ao contrário do cigarro e o
álcool que possuem regulamentação, a descriminalização das drogas, não quer dizer haverá
liberação geral, a principal ideia é deixar de tratar os usuários como criminosos, facilitando o
acesso ao sistema de saúde e diminuindo a população carcerária.

DESENVOLVIMENTO
A descriminalização do porte de drogas envolve a mudança das leis para tratar o
porte de pequenas quantidades de drogas para uso pessoal como uma infração
administrativa, em vez de um crime passível de punições mais severas, como prisão.
No dia 2 de agosto de 2023 foi suspenso no Brasil o julgamento, a respeito da
descriminalização do porte de drogas para o uso pessoal formando um placar de 5 votos a 1
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para descriminalizar somente o porte de maconha para o consumo pessoal. O STF ainda vai
decidir se pode determinar se a medida vai valer para todos os tipos de drogas ou somente a
maconha, além de definir a quantidade que deve ser considerada para se caracterizar
consumo próprio.
Podemos ressaltar que descriminalizar não é o mesmo que legalizar pois na
legalização, as drogas são vendidas de forma controlada e regulamentada e na
descriminalização a posse de pequenas quantidades para o consumo próprio não é
considerado crime, mas a venda e produção ilegais podem ser sempre punidas perante a lei.
O artigo 28 da Lei de Drogas (Lei 11.343/2006) retirou a pena de prisão para casos
de posse de drogas para consumo pessoal, mas ainda assim manteve o consumo como crime,
vejamos:

Artigo 28 : “Para determinar se a droga se destinava a consumo pessoal, o juiz


atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições
em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à
conduta e aos antecedentes do agente.”

Vejamos trecho de um documento que foi enviados ao STF que cita a


marginalização, com repressão ao tráfico, de grupos já vulnerabilizados e defende a
inconstitucionalidade do Artigo 28 também pela violação á intimidade a á vida privada:

“Além da violação aos primados da lesividade, da intimidade e da vida privada,


conclui se que também o malogro da política repressora aplicada a usuários e dependentes de
drogas, que contribui para estigmatização e marginalização de grupos historicamente
vulnerabilizados, o que serve de forte argumento ao reconhecimento da inconstitucionalidade
do artigo 28 da Lei n° 11.343/2006.”

Na maioria das vezes as pessoas que são abordadas são tratas como tranficantes do
que usuárias e isso tem feito com que aumente o número de presos no Brasil, fazendo com
que o país seja a terceira maior porpulação carcerário do mundo. Por não haver essa
diferenciação faz com que as penas sejam aplicadas de maniera mais dura, dependendo de
diversos fatores.

A inexistência de critérios objetivos para distinguir entre o usuário e o traficante


não apenas reflete o racismo estrutural presente na nossa sociedade, mas também resulta em
uma tendência de encarcerar principalmente pessoas negras e pobres, o que distorce
gravemente os dados em comparação com pessoas brancas e de maior status social. Por
exemplo, uma pesquisa destacou como a justiça paulista condenou de forma desproporcional
pessoas negras por tráfico de drogas. Essa pesquisa também revelou que no estado
mencionado a população carcerária é de 240.000 detentos para 131 mil vagas disponíveis, ou
seja, uma taxa de ocupação de 183%, de acordo com os dados de 2016 do Departamento
Penitenciário Nacional. Além disso, 56% dos presos são negros e 44% são brancos.

A legalização colocaria fim a parte lucrativa do negócio do narcotráfico, já que


tem se estendido no cenário político dos países. Assim , acabando com esta aliança do
narcotráfico e o poder político ao trazer para a superfície o mercado existente .

Encerrando com um fato importante que é a corrupção, a qual aumenta em todos


os níveis do governo devido a ocorrência de uma substancia que é parte de toda a classe de
autoridades e tem sido compradas, subornadas e extorquidas por narcotraficantes, criando um
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ambiente de desconfiança por grande parte da população . Dessa forma reduziria
dramasticamente o preço das drogas, ao acabar com os altíssimos custos de produção e
intervir que a proibição implica. Isto significa que muita gente que é viciada nestas
substâncias não teria que roubar , prostituir-se ou algo do tipo ,chegando ao fim de anular o
atual preço inflacionado destas substâncias. Legalizar as drogas faria com que a fabricação
dessas substâncias se encontre dentro do alcance das regulações próprias do mercado legal.
Abaixo da proibição, não existem controles de qualidade ou vendas de doses padronizadas.
O governo deixariam de desperdiçar bastante dinheiro no combate as drogas,
recursos que seriam destinados a combater os verdadeiros criminosos: os que violam os
direitos dos demais (homicidas, fraudadores, estupradores, ladrões etc). Em uma sociedade
onde as drogas são legais, o número de vítimas inocentes produzidas pelo consumo e venda
de entorpecentes seria reduzido substancialmente. Grande quantidade de pessoas que nunca
consumiram essas substâncias ou que não estão relacionadas com essa atividade se veem
prejudicadas ou perdem a vida devido as “externalidades” da guerra contra as drogas:
violência urbana, abusos policiais, confiscos de propriedades, revistas e buscas equivocadas,
entre muitos outros casos.
Assim conduzirá a sociedade a aprender a conviver com as drogas, tal e como tem
feito com outras substâncias como o álcool e o cigarro. O processo de aprendizagem social é
extremamente valioso para poder diminuir e internalizar os efeitos negativos que derivam do
consumo e abuso de certas substâncias.

CONCLUSÃO

Os textos apresentam uma variedade de argumentos relacionados à discussão sobre a


descriminalização e legalização das drogas, especialmente no contexto do Brasil. Aspectos
diversificados incluem a diferenciação entre descriminalização e legalização, com abordagem
na possibilidade de descriminalizar o porte de drogas para uso pessoal sem legalizar a venda e
produção, além do impacto na população carcerária e na vida dos usuários.
Há ênfase nas desigualdades sociais e raciais presentes no sistema judiciário,
evidenciando como a abordagem atual tende a afetar de maneira desproporcional às
populações mais vulneráveis, levando a altas taxas de encarceramento, principalmente de
indivíduos negros e de baixa renda.
Outro ponto crucial é a discussão sobre o uso medicinal da cannabis, citando estudos
que evidenciam seus potenciais benefícios no tratamento de diversas condições de saúde, bem
como testemunhos de pessoas que experimentaram melhorias significativas em suas
condições médicas após o uso controlado dessa substância.
Além disso, o debate aborda os possíveis efeitos econômicos, sociais e de saúde
pública decorrentes da legalização das drogas, como a interrupção do financiamento do
tráfico, a redução da corrupção e o realinhamento dos recursos para combater crimes mais
violentos.
As visões apresentadas são amplas e multidimensionais, considerando questões legais,
sociais, de saúde e políticas, proporcionando a complexidade do tema e a necessidade de um
debate amplo e aprofundado para buscar soluções que possam atender aos diversos aspectos
envolvidos.

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REFERÊNCIAS:

https://www.jusbrasil.com.br/artigos/estudo-de-caso-rompimento-da-barragem-
brumadinho-consequencias-juridicas-decorrentes-do-rompimento-da-barragem/1392204473

https://veja.abril.com.br/coluna/rodrigo-de-almeida/por-que-descriminalizar-o-
consumo-pessoal-de-drogas

https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2023-08/stf-retoma-julgamento-
sobre-descriminalizacao-do-porte-de-drogas

https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2023/06/20/por-que-pacientes-
que-usam-cannabis-medicinal-tambem-torcem-pela-descriminalizacao-da-posse-
de-drogas-pelo-stf.ghtml

https://saude.abril.com.br/bem-estar/maconha-como-remedio/mobile

https://www.tjmt.jus.br › CMS › GrupoPaginas

https://www.jusbrasil.com.br/artigos/10-razoes-para-legalizar-as-
drogas/135366241#:~:text=A%20legaliza%C3%A7%C3%A3o%20reduziria%2
0dramaticamente%20o,atual%20pre%C3%A7o%20inflacionado%20destas%20
subst%C3%A2ncias.

https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff01059834.htm
https://sechat.com.br/descriminalizacao-da-
maconha/#:~:text=Redu%C3%A7%C3%A3o%20da%20Criminaliza%C3%A7
%C3%A3o%20de%20Usu%C3%A1rios,n%C3%A3o%20sejam%20tratados%2
0como%20criminosos.

https://www.conectas.org/noticias/5-motivos-descriminalizar-drogas-uso-
pessoal/

https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=512815&ori=1#:
~:text=Na%20sess%C3%A3o%20desta%20quinta%2Dfeira,inconstitucionalidade%20%C3%
A0s%20apreens%C3%B5es%20de%20maconha

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