apresentar os prós e os contras relacionados a legalização do comércio de drogas com observância a questão da segurança pública e dos países que já legalizaram o comércio de drogas ilícitas. Para tanto, foi desenvolvida uma pesquisa exploratória e descritiva, realizada a partir de um estudo bibliográfico e documental, cujo método de construção foi o dedutivo, tratando-se, portanto, de uma pesquisa de natureza básica e de abordagem qualitativa. A partir disso, foi possível observar que a guerra das drogas, que se encontra instalada no Brasil e em alguns outros países, contribuem muito para a desigualdade social e para o aumento da criminalidade. De modo que, por outro lado, os países que desistiram da guerra e aceitaram regulamentar e até legalizar o consumo, comércio e até mesmo a produção da maconha, já conseguiram obter bons resultados, especialmente no que diz respeito à criminalidade. Assim sendo, conclui-se que a legalização ou a simples regulamentação e liberação de determinada quantidade para venda, consumo e produção, como é o caso do Uruguai, já se refere a uma evolução no contexto da segurança pública, minimizando os gastos e os esforços nesse sentido.
PALAVRAS-CHAVE: Legalização. Drogas.
Segurança Pública.
ABSTRACT: The present study aimed to
present the pros and cons related to the legalization of the drug trade, observing the issue of public safety and the countries that have already legalized the trade in illicit drugs. Therefore, an exploratory and descriptive research was developed, based on a bibliographic and documentary study, whose construction method was the deductive one, being, therefore, a research of a basic nature and with a qualitative approach. From this, it was possible to observe that the drug war, which is installed in Brazil and in some other countries, contributes a lot to social inequality and to the increase in crime. So, on the other hand, the countries that gave up the war and accepted to regulate and even legalize the consumption, trade and even the production of marijuana, have already managed to obtain good results, especially with regard to crime. Therefore, it is concluded that the legalization or the simple regulation and release of a certain amount for sale, consumption and production, as is the case of Uruguay, already refers to an evolution in the context of public security, minimizing expenses and e!orts in that direction.
KEYWORDS: Legalization. Drugs. Public
security.
ABSTRACTO: El presente estudio tuvo como
objetivo presentar los pros y los contras relacionados con la legalización del tráfico de drogas, observando el tema de la seguridad pública y los países que ya han legalizado el tráfico de drogas ilícitas. Por ello, se desarrolló una investigación exploratoria y descriptiva, basada en un estudio bibliográfico y documental, cuyo método de construcción fue el deductivo, siendo, por tanto, una investigación de carácter básico y con enfoque cualitativo. A partir de eso, fue posible observar que la guerra contra las drogas, que está instalada en Brasil y en algunos otros países, contribuye mucho a la desigualdad social y al aumento de la criminalidad. Así que, por otro lado, los países que abandonaron la guerra y aceptaron regular y hasta legalizar el consumo, el comercio y hasta la producción de marihuana, ya han logrado obtener buenos resultados, especialmente en lo que respecta a la criminalidad. Por tanto, se concluye que la legalización o la simple regulación y liberación de una determinada cantidad para la venta, consumo y producción, como es el caso de Uruguay, ya remite a una evolución en el contexto de la seguridad pública, minimizando gastos y esfuerzos en ese sentido.
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PALAVRAS CLAVE: Legalización. Drogas.
Seguridad Pública.
1. INTRODUÇÃO
O presente estudo versa na temática da
legalização do comércio de drogas no contexto da segurança pública. Há muito tempo, se configura no direito penal uma grande polêmica acerca das condutas relacionadas ao uso e comércio de substâncias psicoativas ilícitas, popularmente conhecido como drogas ilícitas. São diversos os debates em relação a esse tema, tendo em vista as consequências que o uso desse tipo de substância provoca no corpo humano, deixando o usuário alucinado, fora de si, com transtornos de humor, agressivos, entre muitos outros sintomas.
Porém, por outro lado, tem-se a discussão
acerca da legalização e assim, entende-se a liberação do uso e comércio das drogas ilícitas como forma de frear a marginalização e contribuir com as questões que envolvem a segurança pública. Pois, diversos estudos apontam para a relação entre a repressão às drogas e o surgimento do tráfico, contribuindo assim, para o aumento da criminalidade.
Nesse sentido, o presente estudo gira em
torno do seguinte problema de pesquisa: como a legalização do comércio de drogas no Brasil pode contribuir com a segurança pública, no sentido de reduzir a criminalidade?
Assim sendo, objetiva-se apresentar os prós e
os contras relacionados a legalização do comércio de drogas com observância à questão da segurança pública e dos países que já legalizaram o comércio de drogas ilícitas. Como objetivos específicos estabeleceu-se: - Desenvolver um breve histórico sobre o consumo, conceito e combate às drogas; - Analisar a Lei de Drogas (Lei nº 343/2006) e o comércio de drogas no Brasil com foco na segurança pública; e - Expor as teorias penais como modelo de fundamentação para legalização das drogas ou para justificar a proibição, levando em consideração países que já legalizaram algum tipo de entorpecente como o Uruguai e o Estado da Califórnia, nos EUA.
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A questão da legalização das drogas é um
tema de grande repercussão e debate, entretanto, sem definitivas resoluções. De modo que, muito se discute sobre a diferenciação entre descriminalização e legalização, e de como ambas iriam impactar no combate à criminalidade, contribuindo para a redução do crime organizado, isto é, grupos e facções criminosas que tem como principal fonte de sobrevivência o tráfico de drogas ilícitas (BATISTA, 2018, p. 1). Grupos estes que tem crescido cada vez mais no cenário brasileiro, destruindo famílias, matando inocentes, e causando inúmeros problemas para a segurança pública.
Assim, de acordo com Ganem (2016, p. 1), com
a descriminalização, isto é, a retirada da matéria relativa ao consumo de drogas do âmbito penal, não significa dizer que todos passarão a usar drogas, é necessário compreender que, a descriminalização não tem como consequência lógica o uso, haveria regulamentações para tal medida, assim como existem países em que o uso de bebidas alcoólicas é permitido e não é considerado crime, mas não pode ser consumida em público, logo a conduta não é criminalizada e o consumo não é liberado.
Além disso, observa-se um crescente índice
de menores de idade, que não podem ser presos, trabalhando dentro destas facções, corroborando assim, para o fracasso da política criminal. Ao citar o Observatório de Favelas (2009, p. 24), Xavier (2013, p. 16), diz que, o comercio de drogas usa sistematicamente a população infanto-juvenil, com os menores de 18 anos representando entre 50% e 60% da mão de obra empregada neste serviço em funções armadas ou não armadas.
Observa-se assim, que a questão das drogas
impacta negativamente a sociedade como um todo, marginalizando as crianças e adolescentes, que muitas vezes por falta de oportunidade e busca por meios fáceis, ou melhor, rápidos de ganhar dinheiro se sujeitam a trabalhar para estes grupos criminosos. E por outro lado, colocando em risco a vida de pessoas inocentes, já que, por ser proibido, os preços para se obter pouco quantidade de drogas são altíssimos, fazendo com que os dependentes roubem e matem quem quer que seja para conseguir satisfazer a sua necessidade e sair da abstinência.
Apesar do crescente interesse pela
legalização do consumo e venda de drogas por parte das autoridades e estudiosos do assunto, conforme foi apresentado, ainda se tem muito o que analisar, pois, as controvérsias ainda são muitas (ROCHA, 2016). Por isso, faz-se necessário analisar o processo de legalização de outros países como por exemplo, o Uruguai e o estado da Califórnia nos EUA, que legalizaram a maconha para se ter uma ideia dos prós e contras da liberação, é necessário também analisar como funciona a atual lei das drogas no seu uso e como o direito solucionaria tal questão.
Nesse sentido, o trabalho se justifica no
âmbito social conforme foi apresentado, e, sobretudo, por tratar de questões que envolvem a segurança pública e, se apresenta com relevância acadêmica pois, busca trazer os dois lados do problema, analisando também as questões que envolvem a saúde do usuário e que irá impactar, consequentemente, na saúde pública também.
Para o alcance dos objetivos foi desenvolvida
uma pesquisa cujo método foi o dedutivo, tendo em vista que, irá partir de um assunto geral, que é o consumo e o comércio de drogas ilícitas para chegar a uma possível resposta quanto as vantagens e as desvantagens da legalização em relação as questões que envolvem a segurança pública. Trata-se de uma pesquisa de natureza básica e de abordagem qualitativa, uma vez que, não foi utilizado dados numéricos para análise dos resultados, bem como não houve nenhuma aplicação prática, os dados teóricos foram analisados e interpretados pelo autor (PRODANOV; FREITAS, 2013).
De acordo com o autor supracitado, quanto
aos objetivos, trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva, pois, buscou-se investigar as questões que envolvem a legalização do comércio de drogas e ainda, descrever o que já se tem na literatura acerca desse tema em relação aos países que já adotaram a legalização. Assim, foi desenvolvida uma pesquisa bibliográfica e documental, a fim de compreender melhor a questão do consumo de drogas, bem como a sua proibição em relação aos aspectos do Direito Penal e da Lei das Drogas em vigência, e ainda, entender como foi e como tem sido a legalização no Uruguai e no Estado da Califórnia, nos EUA.
A partir disso espera-se obter mais
informações acerca do processo de legalização do comércio de drogas e o impacto que isso apresenta no contexto da segurança pública. Evidenciando, com base no Direito Penal e na experiência de países que já legalizaram o comércio de drogas ilícitas, se isso contribuiu com a redução da criminalidade, bem como, analisar o contexto do comércio e consumo de drogas no Brasil, buscando fazer um paralelo entre os países para assim concluir sobre os benefícios e possíveis malefícios em adotar esse cenário para o país.
Como forma de organizar a exposição das
ideias do presente trabalho o mesmo encontra-se dividido em cinco seções, sendo elas: a presente introdução, que contextualiza e situa o leitor sobre o que está sendo discutido; o capítulo dois abordando de forma geral questões envolvendo as drogas, evidenciando o histórico, o conceito, os tipos e as práticas de combate ao consumo de drogas; em seguida, o capítulo três, que versa sobre a legislação vigente acerca das drogas e o cenário em que esse consumo encontra-se no Brasil, levando em consideração, sobretudo a segurança pública.
Fechando o desenvolvimento tem-se o
capítulo quatro, tratando sobre o ponto de vista do Direito Penal em relação à legalização e o entendimento do assunto a partir dos países que já legalizaram o comércio de algumas drogas ilícitas. Por fim, na quinta seção tem-se a conclusão, onde é evidenciado as principais informações obtidas, buscando responder ao problema de pesquisa e esclarecer sobre o alcance dos objetivos propostos.
2. ASPECTOS GERAIS SOBRE AS DROGAS
2.1 BREVE HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DO
CONCEITO DO TERMO DROGA
As drogas existem desde muitos anos, desde
a antiguidade já se fazia uso das plantas e substâncias que são consideradas, na atualidade, como drogas prejudiciais à saúde. De acordo com Araújo e Moreira (2004) as plantas psicoativas, isto é, plantas que provocam algum efeito no organismo, as quais podem-se citar, estimulante, calmante, alucinógenos, entre outras, são utilizados e consumidos desde os ancestrais do homem, entretanto, ao longo dos anos, a forma de consumo e os consumidores foram sendo alterados até que, nos dias de hoje, chegou-se ao atual e polêmico problema que envolvem o uso das drogas, sobretudo, aquelas consideradas ilícitas.
Nesse sentido, Nunes e Jólluskin (2007)
apresentam que, nos primórdios e por muitos anos, o consumo de drogas esteve vinculado e associado aos cultos religiosos, de acordo com as autoras, acreditava-se que o consumo de plantas psicoativas promovia um elo entre a realidade e ao que era divino. Contudo, com o passar dos anos, o uso das drogas passou a receber outras finalidades, sendo elas: terapêuticas e festivas, que contribuíram para a construção de um verdadeiro negócio. Assim, as autoras apresentam que: as drogas, transversais a tempos e a culturas, incomodaram a Religião, encolerizaram o Direito, comprometeram a Economia e constituíram uma tentação para a Arte (NUNES; JÓLLUSKIN, 2007, p. 233).
Por muito tempo droga significava fármaco,
palavra de origem grega (pharmakós), e que fazia referência àquilo que tinha o poder de transladar as impurezas, tudo o que era usado como oferta e sacrifício aos deuses era chamado de fármaco, e para os gregos, estes elementos poderiam causar tanto o bem quanto o mal, tanto a vida quanto a morte, tudo iria depender da quantidade ingerida, da pureza da substância, das condições e dos motivos que levavam a sua utilização. Dessa forma, estudiosos e fundadores da medicina científica concluíram que, as drogas seriam substâncias capazes de contribuir e proporcionar sensações para o corpo humano, entretanto, caso este não vencesse elas, ele seria vencido (ARAÚJO; MOREIRA, 2004; NUNES; JÓLLUSKIN, 2007).
Observa-se assim que as substancias
psicoativas estão presentes na vida humana desde a antiguidade, assim, tem-se que elas são um fenômeno antigo e persistente, não estando presente, apenas em regiões que eram desprovidas de vegetação. Além disso, as finalidades para o uso destas eram diversos, tanto para fins religiosos e de sacramento quanto para fins festivos e de obtenção de prazer ou ainda de forma medicamentosa, na busca da cura (MEDEIROS; TÓFOLI, 2018).
Esse cenário passou a mudar a partir da
expansão do mercantilismo e o movimento de descobrimento das drogas. Segundo Araújo e Moreira (2004), a partir do século XVIII, passou a ser desenvolvida com as substâncias psicoativas, uma grande quantidade de experiências científicas, de modo que, passou-se a produzir inúmeros medicamentos com base nos alcaloides destas plantas. Dentre os surgimentos da época, destaca-se, em 1860, a sintetização da cocaína pela primeira vez. E, a partir dos estudos desenvolvidos por Freud acerca desta substância, a mesma passou a ser prescrita para o tratamento de ansiedade e depressão, e, com isso, o consumo da cocaína se tornou, assim como as bebidas alcóolicas, algo midiático e da moda (NUNES; JÓLLUSKIN, 2007).
Dessa forma, as substâncias psicoativas
apresentaram uma mudança de valor, isto é, o que havia valor em função do seu uso e dos efeitos proporcionados ao ser humano, passou a ter valor comercial, valor de troca. Em outras palavras, a partir da Idade Moderna, as substâncias psicoativas passaram a ter valor econômico, se tornando assim, uma verdadeira mercadoria (SOUZA; CALVETE, 2017). Nessa conjuntura, passou-se a descobrir ainda mais drogas e até a produzir novas drogas, surgindo assim, laboratórios ilegais capazes de produzir psicofármacos em altíssima velocidade e com baixo custo, fatores estes que contribuíram para o surgimento de problemas sociais e que colocaram as drogas como uma grande problemática para a vida humana na atualidade (NUNES; JÓLLUSKIN, 2007).
Tal cenário fez com que, atrelado ao elevado
consumo, produção e comercialização das substancias psicoativas, surgissem os problemas sociais, sobretudo, em função da ilegalidade que a produção destas tomou e os conflitos que a mesma passou a provocar dentro do contexto social, tendo em vista que, as diferentes substâncias quimicamente manipuladas e misturadas tem levado a produção de drogas com propriedades desconhecidas e com efeitos imprevisíveis. Sem contar, a forma como estas drogas chegam aos consumidores (SOUZA; CALVETE, 2017; NUNES; JÓLLUSKIN, 2007).
Conforme se pôde observar, o conceito de
drogas foi mudando ao longo dos anos com base na forma como a mesma foi sendo usada e vista pela sociedade, ou seja, o que era apenas um elemento usado para se obter maior proximidade com questões religiosas e de cura, tornou-se um elemento de valor, capaz de mover a economia, tornando-se assim, uma verdadeira mercadoria, como Souza e Calvete (2017) apresentaram. Fatores esses que contribuíram para a criação de um comércio de drogas, que, diga-se de passagem se torna ilegal em função das misturas que são feitas de forma aleatória, trazendo consequências para a vida social do ser humano, muitas vezes, desconhecidas. Além disso, em função da quantidade monetária que gira em torno do comércio das drogas, surgiram muitos laboratórios clandestinos, o que justifica a ilegalidade da comercialização deste produto.
Nesse sentido, Torcato (2016) apresenta que,
etimologicamente, a palavra droga é derivada da palavra As Melhores droog Condições , que refere-se Só Aqui a produtos secos, no que dizGazin respeito à alimentação e à medicina.