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CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL

Gabinete do Deputado Roosevelt - Gab 14

PROJETO DE LEI Nº DE 2023


(Do Sr. Deputado Roosevelt)

Proíbe a realização de eventos que


promovam o uso de drogas
psicotrópicas ilícitas e dá outras
providências .

A CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL decreta:

Art. 1º Fica proibida, no âmbito do Distrito Federal, a realização de eventos que


promovam o uso de drogas psicotrópicas.
Parágrafo único. A proibição de que trata o caput engloba a Marcha da Maconha,
eventos, feiras, reuniões, e práticas análogas, que façam apologia à posse para consumo e
uso pessoal, relativas a substâncias ilícitas ou ilegítimas, psicotrópicas e/ou entorpecentes,
que possam causar dependência de qualquer natureza.
Art. 2º Para fins de aplicação desta Lei considera-se drogas psicotrópicas as
substâncias ilícitas com ações no sistema nervoso central (SNC) que produzem alterações de
comportamento, humor e cognição.
Art. 3º O descumprimento do disposto nesta Lei sujeita o infrator a multa de acordo
com a capacidade econômica e gravidade da infração, não podendo ser inferior a R$ 200,00
(duzentos reais), nem superior a R$ 40.000,00 (quarenta mil reais).
Parágrafo único. A multa de que trata o caput será aplicada em dobro em caso de
reincidência.
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

JUSTIFICAÇÃO
O Projeto de Lei visa diminuir a exposição sistemática de nossas crianças e
adolescentes à glamourização de uma droga capaz de causar estragos na saúde de quem a
utiliza, provocando o aumento da criminalidade e da violência com resultados maléficos ao
tecido social.
A justificação para apresentação deste Projeto de Lei, que proíbe a fatídica marcha da
maconha, baseia-se em várias razões e argumentos a depender dos objetivos e valores que
de fato a Sociedade deseja alcançar.
Hoje, os eventos que envolvem a descriminalização das drogas, equivalem a
promoção publicitária gratuita do uso da maconha. Tal publicidade pode ter efeitos adversos
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na saúde pública incluindo o aumento do consumo, o que pode levar aos mesmos problemas
decorrentes do uso do tabaco tais como, dependência psíquica e outros transtornos
acometidos na própria saúde do indivíduo.
Entre os vários efeitos adversos na saúde pública, pela glamorização do uso da
maconha, inclui o aumento do consumo e que pode levar também a outros problemas como
dependência profunda levando o dependente químico ao consumo de outros tipos mais
pesados de drogas.
Além disso, a proibição da marcha da maconha tem enfoque na proteção da saúde e
segurança pública, reduzindo a exposição de pessoas, especialmente jovens, à mensagens
pró-maconha que além de relativizar os perigos decorrentes e a criminalidade agregada ainda
incentivam seu uso.
A promoção pública do uso recreativo da maconha pode enviar a mensagem errada,
especialmente aos jovens, de que seu uso é aceitável e inofensivo.
Outro fator importante que robustece cientificamente este Projeto é que o uso da
maconha pode ter resultado na saúde tão devastador quanto aos provocados pelo tabagismo.
Em recente estudo publicado em 15/11/2022, na Revista Radiology ( Radiologia
(rsna.org) ), analisando caso-controle de fumantes, não fumantes e fumantes exclusivos de
tabaco, o uso de maconha foi associado a enfisema parasseptal, bronquiectasias,
espessamento de paredes brônquicas e impactação mucoide das vias aéreas.
O Correio Brasiliente apresentou matéria no mesmo ano de 2022 fazendo alusão à Re
vista Radiology no qual esta trazia um estudo da Universidade de Ottawa - Canadá -, onde
ficava determinado qual seria, entre a maconha e o tabaco do cigarro, o tipo de fumo que
poderia causar taxas mais elevadas de alterações inflamatórias das vias aéreas.
Neste estudo, especialista analisaram muitos exames de imagem de fumantes de
tabaco e maconha para determinar quais vícios teriam as taxas mais elevadas na inflamação
das vias aéreas. Vejamos:

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https://www.correiobraziliense.com.br/ciencia-e-saude/2022/11/5052216-
maconha-x-tabaco-estudo-observa-qual-causa-mais-riscos-as-vias-aereas.
html
Por seu turno, no mesmo ano de 2022, o STF, no bojo da (ADI) 3311 ajuizada pela
Confederação Nacional da Indústria (CNI) , conforme noticiado no portal da Corte - https://port
al.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=494113&ori=1 - considerou válidos
dispositivos legais que restringem a propaganda comercial de cigarros e demais produtos
fumígenos, independente se derivados ou não do tabaco.
Em seu voto, a Presidente do STF e Ministra Relatora da ação ROSA WEBER,
defendeu que a restrição à propaganda e as advertências sanitárias eram medidas eficazes
no combate à “epidemia do tabaco”, responsável por 161.853 mortes anuais no Brasil.
Vejamos excerto do voto:
[…]
A presidente do STF observou, ainda, que a legislação brasileira e
internacional para controle do uso do tabaco na perspectiva da saúde pública
tem suporte nos estudos científicos sobre os riscos e os impactos do
consumo desses produtos. Segundo ela, as políticas de controle e combate
ao fumo empreendidas ao longo dos anos visam desestimular o consumo,
limitando a propaganda e informando o consumidor dos riscos decorrentes. A
seu ver, a advertência sanitária pode levar o consumidor a refletir sobre a
prática.

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Público jovem
Outro ponto observado pela ministra são os indicativos de que a publicidade
de cigarro, historicamente, tem se direcionado de modo específico ao público
jovem, visando à substituição dos consumidores que paravam de fumar ou
morriam. De acordo com a presidente do STF, a realidade do setor revela
que esse público não é consumidor acidental, mas, na maioria das vezes,
alvo da busca de nova clientela.
Proporcionalidade
Ao examinar a proporcionalidade ou a ponderação dos valores em discussão
no caso, Rosa Weber concluiu que a promoção da saúde pelas medidas
questionadas, diante da reconhecida existência de perigo à saúde pública, de
proporção global, justifica a restrição da livre iniciativa e da liberdade de
expressão empresarial, de forma constitucionalmente válida.
Ela explicou que a lei impõe restrição de grau elevado, mas é necessária
para fazer frente a um problema de saúde pública de notória gravidade, que
resultou na adesão do Brasil à Convenção-Quadro das Nações Unidas para
o Controle do Tabaco, ao lado de outros 181 países.
Pois bem. Se a decisão do STF visa preservar a saúde da população e proteger o
público jovem, tais medidas precisam ser consideradas e estendidas à marcha da maconha
que nada mais é que verdadeira propaganda e chamariz para a nossa juventude porque tanto
o tabaco quanto a maconha causam efeitos danosos ao sistema respiratório.
Outro ponto relevante reside no compromisso assumido pela nossa sociedade em
priorizar a proteção da infância e da juventude. A promoção pública da maconha pode
incentivar o mercado ilegal da droga, já que as marchas frequentemente ocorrem em um
contexto que não está sujeito a regulamentações rigorosas tanto de venda quanto na
distribuição.
Ao final de cada evento em defesa das drogas, percebe-se que a intenção de fundo é
atingir o público mais jovem com a exposição de mensagens pró-maconha com o objetivo de
difundir e incentivar o consumo.
Diante do exposto, solicita-se o apoio dos Nobres Pares para a aprovação deste
Projeto de Lei, visando ao benefício da população em geral, a proteção da juventude, da
saúde e segurança pública, prevenindo que adolescentes e jovens sejam expostos a
mensagens que normalizem o uso de maconha.

Sala das Sessões, em …

DEPUTADO ROOSEVELT
PL

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Documento assinado eletronicamente por ROOSEVELT VILELA PIRES - Matr. Nº 00141, Deputado(a)
Distrital, em 09/10/2023, às 19:36:51 , conforme Ato do Vice-Presidente e da Terceira Secretária nº 02,
de 2020, publicado no Diário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº 284, de 27 de novembo de
2020.

A autenticidade do documento pode ser conferida no site


https://ple.cl.df.gov.br/#/autenticidade
Código Verificador: 95672 , Código CRC: f44380c9

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