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1. Saúde pública e dependência: A legalização das drogas pode levar a um aumento do consumo e, consequentemente, a
problemas de saúde pública. A disponibilidade facilitada das substâncias pode resultar em maior número de pessoas
experimentando e desenvolvendo dependência, o que acarreta consequências negativas para a saúde física e mental dos
usuários.
2. Aumento da criminalidade não relacionada às drogas: A legalização das drogas pode reduzir a criminalidade associada ao
tráfico de entorpecentes, mas também pode resultar em um aumento da criminalidade não relacionada às drogas. Alguns
argumentam que a legalização pode criar um ambiente propício para crimes como furtos, roubos e violência decorrentes do
consumo excessivo ou de comportamentos de pessoas sob efeito de drogas.
3. Prejuízos sociais e econômicos: A legalização das drogas pode gerar custos sociais e econômicos significativos para a
sociedade. Isso inclui gastos com programas de prevenção, tratamento e reabilitação de usuários, bem como impactos
negativos em áreas como produtividade, educação e segurança pública.
4. Aumento do consumo em grupos vulneráveis: Argumenta-se que a legalização das drogas pode levar a um aumento no
consumo, especialmente entre grupos vulneráveis, como adolescentes e pessoas de baixa renda. Esses grupos podem ter
maior dificuldade em resistir ao acesso facilitado e em lidar com os efeitos adversos do uso de drogas.
5. Danos à família e à comunidade: O consumo de drogas pode causar danos significativos às famílias e comunidades. A
legalização pode agravar esses danos, aumentando os problemas relacionados ao uso de drogas, como negligência familiar,
abuso infantil, instabilidade social e impactos negativos no desenvolvimento das comunidades.
Legalização das drogas (Por Bárbara Fuzário de Oliveira)
Muito se discute sobre a influência da legalização das drogas em todo meio jurídico, mercado negro e direito ao livre arbítrio.
Mas qual o “x” da questão? Realmente o mercado do tráfico cairá? É pueril acreditar que o tráfico internacional de drogas encerrará
suas atividades ilícitas, pois este já está enraizado e conectado mundialmente, inclusive em países que já legalizaram o consumo de
entorpecentes. A criminalidade diminuirá? A “Lei de drogas” veio flexibilizando e despenalizando o artigo 28, no qual o usuário não
será levado a cárcere por estar portando para uso, mas continua sendo uma infração de menor potencial ofensivo. Encarcerar o
usuário de substâncias entorpecentes talvez não seja a solução, mas é notório ressaltar que toda essa questão se trata de saúde
pública, devendo desta maneira aplicar a Justiça Terapêutica, como trata a lei, na qual há a disponibilização gratuita do
encaminhamento do usuário a estabelecimento de saúde para um tratamento especializado. [...]
Conforme dados da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a decisão de usar drogas interfere sim no direito coletivo,
pois de acordo com as pesquisas, para cada dependente de drogas, existem mais quatro pessoas afetadas, em média, no âmbito
familiar e de diversas formas, atingindo cerca de 30 milhões de brasileiros. [...] Nos últimos tempos muito se tem discutido sobre as
medidas de prevenção contra o uso de drogas, pois o seu consumo vem crescendo a cada dia mais entre os adolescentes, bem como
em todo o mundo. As mortes causadas diretamente pelo uso de drogas aumentaram em 60%, entre 2000 e 2015 (UNITED NATIONS
OFFICE ON DRUGS AND CRIME, 2018).
É preciso uma atenção a mais aos jovens, pois é na adolescência que forma sua personalidade e individualidade, conforme
levantamentos recentes, o uso e abuso de substâncias psicoativas (SPA´s) permanece estável no mundo, porém, o número de
usuários dependentes cresce cada vez mais. A elevada prevalência no consumo de SPA`s entre os jovens constituem uma ameaça
ao seu bem-estar e a sua saúde, bem como sua qualidade de vida, acarretando prejuízos individuais e sociais. “A melhor maneira de
abordar o problema do uso e abuso de drogas entre os jovens é a prevenção. E quando se fala em atuar com jovens, a escola é
sempre lembrada como o local de excelência onde esta tarefa deve se desenvolver” (SEIBEL; TOSCANO JR., 2001, p. 43). Segundo
pesquisas, as principais drogas das quais os adolescentes fazem uso no País são o álcool, a maconha e o tabaco (SANCHEZ;
OLIVEIRA; NAPPO; 2004; SCHENKER; MINAYO, 2005).
Uma pesquisa realizada em Porto Alegre permitiu concluir que 54% das vítimas de homicídio apresentaram resultado positivo
para alguma das três substâncias (bebida alcoólica, THC, cocaína ou alguma combinação entre elas), do total de exames, foi
constatado que 30% das vítimas de homicídio apresentaram resultado positivo para THC, ou seja, maconha (MORALES, 2016).
Os programas de prevenção ao uso indevido de drogas são considerados a intervenção mais importante, sobretudo com a
juventude. Há três níveis de prevenção ao uso de drogas, onde estes devem ser trabalhados para evitar o ingresso dos jovens ao
mundo das substâncias entorpecentes (MEYER, 2003). A prevenção primária quer evitar ou retardar a experimentação do uso de
drogas. Portanto, refere-se ao trabalho que é feito junto aos alunos que ainda não experimentaram, ou jovens que estão na idade em
que costumeiramente se inicia o uso. A prevenção secundária tem como objetivo atingir pessoas que já experimentaram e que fazem
um uso ocasional de drogas, com intuito de evitar que o uso se torne nocivo, com possível evolução para a dependência. Na
prevenção secundária o encaminhamento para especialista também pode e muitas vezes é indicado como forma preventiva de evitar
danos maiores a saúde. A prevenção terciária corresponde ao tratamento do uso nocivo ou da dependência. Portanto este tipo de
atenção deve ser feita por um profissional de saúde, cabendo à escola identificar e encaminhar tais casos (MEYER, 2003, p. 3) [...].
TRATAMENTO DISPONIBILIZADO AO DEPENDENTE QUÍMICO À LUZ DA LEI 11.343/06: A Lei n.° 11.343, de 23 de agosto de 2006
(Lei de Drogas) instituiu o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – SISNAD, bem como prescreveu medidas para a
prevenção do uso indevido, para a atenção e reinserção social dos usuários e dependentes de drogas (BRASIL, 2006). [...]
Conseguinte, no artigo 18 preconiza as atividades de prevenção. O uso das drogas traz um grande e devastador risco aos
dependentes, podendo desencadear quadros críticos na psiquiatria, conforme diz o médico Antonio Geraldo da Silva, presidente da
Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP): A droga, quando consumida, piora todos os quadros psiquiátricos, que já atingem até 25%
da população, como depressão, ansiedade e bipolaridade. A maconha pode desencadear as primeiras crises graves. Passamos anos
esclarecendo os malefícios do cigarro, lutamos para reduzir o uso de bebida alcoólica, e a pergunta que fica é: a quem interessa e por
que a legalização da maconha fumada deve ser fomentada? (SILVA, [201-?] apud A GUERRA…, 2014, online).
Vale salientar que não é somente o usuário que é atingido pelos malefícios do uso da droga, este muitas vezes entra em um
sistema de criminalidade para adquirir a substância ilícita, donde furta pertences de seus descendestes, cônjuges e familiares. É
notório destacar que a família da pessoa usuária também é vítima desta substância destruidora, que além da perda material, veem dia
após dia seu ente destruir-se gradativamente, em razão de sua dependência química [...].
Disponível em: https://canalcienciascriminais.com.br/legalizacao-das-drogas-nao-e-o-caminho-para-diminuir-a-violencia/.