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Objectivos...................................................................................10
1. Introdução.............................................................................11
2. Drogação e Circuito de Recompensa do Cérebro..............12
2.1. Resenha Histórica do Uso de Drogas.............................15
2.2. Conceito de Droga...........................................................16
2.3. Consumo de Drogas........................................................17
2.3.1. Causas do consumo de drogas.....................................18
2.4. Drogodependência...........................................................18
2.5. Características das Drogas.............................................20
2.6. Tipos de Drogas...............................................................21
3. Sistema de Recompensa.......................................................21
3.1. Neurónios Dopaminérgicos............................................23
3.2. Drogas e Prazer...............................................................24
4. Conclusão..............................................................................26
5. Referências Bibliográficas...................................................27
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Objectivos
Objectivos Gerais
O objetivo do presente artigo é apresentar uma reflexão de caráter histórico
Objectivos Especificos
-
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1. Introdução
Este trabalho aborda as questões relacionadas com o consumo de drogas e seus efeitos
e o circuito de recompensa do cerebro. Constatou-se que o consumo de drogas é uma realidade
em Angola e que o álcool é a droga com prevalência mais elevada. A liamba e o tabaco têm
ainda taxas de prevalência altas. A heroína é a é a droga com prevalência mais baixa Os
consumos começam na adolescência pelo haxixe, a gasolina, a liamba e o álcool. A heroína é a
droga que é consumida com idades mais elevadas.
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2. Drogação e Circuito de Recompensa do Cérebro
(Godoy, 2014)
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Percebemos no exemplo dado acima, sobre a corrupção policial, como a
distinção projetada pela justiça produz inconsistências ao ser trabalhada na prática, já
que o critério para diferenciação é subjetivo. Assim, fica claro que um morador de
favela residente em um local que possui tráfico de drogas pode facilmente ser
apreendido como traficante. O que permite compreender o perfil da maioria daqueles
que são presos por tráfico de drogas.
Outro fator importante, informado pela Infopen, é que para as mulheres houve
um aumento de encarceramento por tráfico de drogas de 34% em 2005 para cerca de
63%, em 2016.
De forma geral, “os criminosos autuados e presos pela conduta descrita como
tráfico de drogas são constituídos por homens e mulheres extremamente pobres,
com baixa escolaridade e, na grande maioria dos casos, detidos com drogas sem
portar nenhuma arma.”.
(...) Hoje em dia, o principal alvo da arbitrariedade policial são os mais vulneráveis
e indefesos da sociedade brasileira: o pobre, o trabalhador rural e sindicalistas,
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grupos minoritários, crianças e adolescentes abandonados, muitos vivendo nas
ruas. Muita dessa violência é alimentada por uma discriminação enraizada na
sociedade contra os pobres e as minorias raciais, que são em sua maioria vítimas de
homicídio. A prisão arbitrária e a tortura são práticas policiais muito comuns.
(Pinheiro, 1997: 2)
Como dito acima, a lei de drogas brasileira sempre é debatida pensando na sua
eficácia. É sempre a visão de um combate diário que predomina: seja o combate por
meio da repressão policial, muitas vezes de forma truculenta, ao tráfico de drogas, seja o
combate em uma forma mais branda, com investimentos voltados para a assistência dos
usuários. A repressão ao tráfico é sem dúvida a principal ação do Estado: as medidas
repressivas ainda são vistas como o principal mecanismo para a redução da violência
nas cidades e a diminuição do tráfico de drogas no Brasil. Para muitos ainda vale a frase
“olho por olho, dente por dente”. A violência do crime deve ter uma resposta à altura. É
o que ressalta Pinheiro (1997: 4) ao dizer que “é muito forte o apelo para que os atos de
violência se legitimem como facilitadores de resolução de conflitos”.
Não pretendo, contudo, dizer que não existem comportamentos violentos por
parte de alguns usuários da cocaína, droga esta que está no centro do meu estudo, mas,
sim, afirmo a necessidade de olhar para o quadro mais geral, para podermos perceber a
situação de quem sofre abusos de forma restrita dentro do ambiente familiar.
Continuando sobre o tema da estigmatização dos usuários de drogas, lembremos das
diversas campanhas morais, muitas vezes apelando para os valores religiosos, em que
determinados comportamentos são considerados sagrados ou puros, e outros profanos
ou impuros. Lembremos, por exemplo, das perseguições religiosas no século XV, ou da
Santa Inquisição em que o mal deveria ser exterminado através do fogo.
(...) Ah! Disse que era viciado, doente... dei uma de maluco. Nessas horas tem
que apelar!” Para se fazer de louco o rapaz teatralizou: “falei frases desconexas
e até mesmo simulei um surto para poder convencer os policiais que era um
caso perdido!
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(...) Se tiver pega de carro não vai ser o pegueiro, vai ser o jovem que dirigia o
carro tal, tem nome, mas traficante não, virou uma categoria fantasmática, é 30
uma categoria policial que migrou para a academia, para o jornalismo, para a
psicologia e que não tem cara, não é mais humana. É uma coisa do mal.
Zaccone (2007).
Podemos então perceber que a figura de usuário e traficante carregam em suas costas
um estereótipo construído pela visão policial e intensificado socialmente no meio da população.
Na verdade, o “medo” do traficante, o pavor das drogas ilícitas e dos seus efeitos
sobre o comportamento dos jovens, a necessidade de se combater o “crime
organizado” e guerrear contra um inimigo declarado, justificam, no Brasil, a
manutenção da militarização do modelo repressivo contra as drogas.’’
(Machado, 2010: 7)
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fenómeno. Assim começa a produção de novas plantas mais potentes de drogas. Nesta fase
aparecem as drogas consideradas semi-sintéticas como a heroína, sintetizada, em 1874, a partir
da morfina por Wright.
Assim Wright (2000) realça que os Opiáceos são extraídos de uma planta designada
pupila do sono papa ver somniferum, cultivada no sul da Ásia. É um produto de secreção de
planta recolhido da incisão das cápsulas que aparecem sob forma de seiva branca que coagula e
seca ao sol.
Segundo Pastor (2001), cerca do ano 1500 a.C., existiram indicações da utilização da
folha coca como anestésico para a cirurgia cerebral; relata também que a cocaína produz uma
acção anti-fadiga; o aumento do nível de glicose no sangue; acelera a pressão arterial; aumenta
efectividade cardíaca e melhor; ventilação pulmonar.
A partir do século XIX, teve lugar o desenvolvimento de uma 2ª fase desse fenómeno.
Nesta fase, o ser humano isola-se dos princípios activos vegetais (alcalóide) para produção de
novas e potentes drogas, mas continua a dependência nas plantas. Aparecem assim as drogas
consideradas semi-sintéticas, como a heroína, sintetizadas, em 1874, apartir da morfina por C.R.
Wright.
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“Toda substância que, introduzida no corpo por qualquer dos mecanismos de
administração clássicos dos medicamentos (inalação, ingestão, fricções etc.) ou
novos (administração parenteral, endovenosa, etc.), tenha tal produto utilidade
terapêutica ou não seja capaz de produzir uma modificação na conduta do
sujeito, condicionada pelos efeitos imediatos, (psicoactividade) ou persistentes,
de tal natureza que existe uma evidente renuncia ao uso continuado do produto”
(Freixa, 1981)
Droga (fr. droga; ing.drug), segundo a acepção francesa, substância que possui
probabilidades farmacológicas na medida em que conduza uma tolerância e a uma dependência
e, na maioria das vezes, à toxicomania. A tradução e o uso da palavra anglo-saxónica drug são
impróprias; este último termo corresponde a qualquer substância natural ou artificial que,
devido á natureza química, a estrutura a função de certos órgãos. Ao contrário deste sentido
alargado, é conveniente reservar o uso da palavra droga ás substâncias, ilegais ou não, utilizadas
para um fim teoricamente não farmacêutico de busca de prazer, de evitamento de dor física ou
psicológica ou de redução dos (efeitos do desmame).
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Sendo assim, o consumo de drogas ao ser ilegal e perigoso, em potência, oferece um
risco considerável e pode ser, portanto um desafio. A experiência de droga pode supor também
um reconhecimento considerável por parte dos elementos da mesma idade. Os indivíduos e
jovens do grupo de adolescente vêm o desvio à lei como brilhante, emocionante e atrevido.
Segundo a O.M.S (2006), Um jovem drogado arrastado pela polícia, achou o acto
como excitante e como algo que valia a pena. E ficou contente com esta aventura. Outros jovens
experimentam a droga para entrar no grupo dos drogados. Comportamento de risco é o conjunto
de acções realizadas por um individuo causando probabilidade de danos ao nível da vida.
Pobreza;
Falta de escolaridade;
Desemprego;
Síndrome de abandono;
Más companhias;
Depressão económica;
Lares superpovoados.
2.4. Drogodependência
A busca ou o consumo das substâncias particulares é tão antiga como o mundo vegetal
donde a maior parte delas provém, e o homem (tal como os animais) aprendeu a conhecêlas, a
evita-las, a consumi-las e até mesmo a sacraliza-las. É interessante considerar que as moléculas
vegetais possuem receptores específicos no cérebro, aptos a reconhecê-las e com os quais elas
interagem para produzir os seus efeitos.
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Devido os seus potenciais efeitos deletérios, para além do prazer ou do alivio
procurado, as drogas encontram-se no seu centro de um problema social que se tornam mais
dramático pelo carácter ilícito da sua obtenção. A procura e a oferta constituem um mercado
relevante ao qual se acho conveniente chamar “ o meio da droga “ que rege o acesso ao tóxico e
o custo de uma dose absorvida. A distinção entre droga dura, menos dura e tolerada é mais
social que médica não tem uma base científica rigorosa.
Entre as drogas que possuem efeitos nocivos consideráveis e que colocam problemas
reais de saúde pública, podem citar-se o álcool e o tabaco: a nicotina e o álcool são drogas legais
cujo consumo é encorajado em numerosas sociedades.
(O.M.S,1982).
“É uma situação complexa na qual a estrutura social a que está emerso o sujeito, as
relações grupais e exposição ao produto formam um enredo que expressa o
comportamento do drogado que origina não só uma conduta de procura mas os
câmbios e modificações de relações do sujeito com a família, com o seu modo de
trabalho e com seu grupo a que pertence, de tal magnitude ao pertencer no tempo
que na ausência de acções farmacológicas conhecidas, o sujeito vive a superação
do produto com angústia e ansiedade e com um modelo de procura característico
para cada espécie do produto”.
(Freixa
, 1981).
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Sendo assim, a dependência é um padrão desadaptado da utilização de substâncias
levando a défice ou sofrimento clinicamente significativo manifestado por três ou mais dos
seguintes: ocorrendo em qualquer ocasião no mesmo período de 12 meses.
(Yurrita, 2009).
Antes de entrar no tema da classificação das drogas, convém tratar os problemas que
qualquer taxonomia comporta assim deve considerar-se:
Uma mesma droga pode produzir distintos efeitos: segundo a situação do consumo,
segundo o sujeito consumidor (personalidade, hábito, etc.), segundo a via e forma de
administração e, sobretudo, segundo a dose administrada.
Uma droga nunca produz um só efeito sobre o comportamento: o álcool, por exemplo,
é um depressor, produz sono, é um anestésico, pode produzir alucinações etc.
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Aos efeitos sobre o comportamento se designa de forma vaga e indeterminada: os
diferentes termos (euforizantes, alucinogénios, etc.), são, além disso, utilizados frequentemente
com diferentes significados por distintos autores e investigadores.
Segundo Lewin (1924), apesar destas inconveniências, vamos dar algumas das
classificações mais relevantes:
Fantásticas: mes, Calina, cannabis. São agentes das ilusões, de forma sensações.
Inebrantias: éter, clorofórmio, álcool etc. São embriagantes, depois de uma primeira
fase de excitação cerebral, dá lugar a uma depressão de tal excitabilidade.
Excitantes: cafeína, cacau, café, chá, noz de cola, arsénio sem alterar a procuram um
estado de estimulação cerebral subjectivamente.
3. Sistema de Recompensa
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1. Cocaína
2. Anfetaminas
3. Etanol
4. Nicotina
5. Maconha
6. Opióides
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Essas substâncias ao se ligarem aos receptores na ATV e no NAcc promovem o envio de um
sinal que aumenta a liberação de dopamina, ativando o sistema de recompensa. Assim como a
nicotina, os opióides são capazes de inibir a inibição provocada pelo GABA, tornando os efeitos
da dopamina na fenda sináptica mais duradouros.
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ocorrências (internas e externas) e «decisores» que implicam as estruturas que devem intervir na
resposta.
Como referem Angel, P. e col, (2000): "...os neurónios dopaminérgicos (em particular
as projecções mesolímbicas) apenas são activados por estímulos que adquiriram previamente
um sentido e um significado, através da história e do desenvolvimento do animal ou do
indivíduo, em particular nos domínios, emocionais e/ou motivacionais...".
Pela sua implicação no controlo dos estados emotivos - e pela sua activação por
estímulos que adquiriram previamente um significado emocional - os neurónios dopaminérgicos
pertencem, com as estruturas límbicas que inervam (nucleusaccumbens, córtex pré-frontal e
certas regiões do hipotálamo), a um «sistema de recompensa» cerebral que, como refere
Marques-Teixeira (1998): "...de uma forma natural, está na base dos comportamentos que
asseguram a manutenção da vida...".
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estimular-se, passando inclusivamente a descurar as suas necessidades mais vitais (fome, sede,
sono), até à morte. Em consequência, tornou- se aparente a hipótese, da existência no cérebro de
um sistema de recompensa que produziria, pela sua estimulação, uma «satisfação cerebral», ou
referindo de outro modo, um prazer.
A área tegmental ventral (o núcleo mesencefálico que reúne os corpos celulares dos
neurónios dopaminérgicos sensíveis ao «prazer»), constitui a região que dá lugar ao
comportamento mais importante de auto-estimulação. Esta estrutura é integrada por vários
receptores como, opiáceos, nicotínicos, canabinóides e gabaminérgicos que permitem às drogas
estimular, directa (cannabis, nicotina) ou indirectamente (morfina, heroína) a actividade
dos neurónios dopaminérgicos. Relativamente ao álcool, a sua acção sobre o sistema
dopaminérgico parece resultar de processos, simultaneamente directos e indirectos.
Como referem Angel, P. e col. (2000): “... esta convergência do efeito das diferentes
substâncias adictivas sobre os neurónios dopaminérgicos (mesolímbicos) explica as sensações,
em particular de prazer, experimentadas aquando da toma de «droga» e permite compreender
porque é que o toxicodependente pode substituir sem dificuldade, um produto por outro. Ela
explica de igual modo à dependência psíquica, isto é, a necessidade compulsiva, quase
irreprimível, de consumir a substância adictiva, a fim de experimentar os seus efeitos de reforço,
que origina um comportamento de procura activa do produto.".
Todavia, o sistema dopaminérgico nos efeitos de reforço das drogas, não parece
estar implicado de forma exclusiva.
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4. Conclusão
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5. Referências Bibliográficas
6. Revan, 2002. sobre o tráfico de drogas no Rio de Janeiro. Niterói: Ed. EDUFF, 1998.
UFPB - PRIMA FACIE, 2011. Zimmerman,the jornal.Addiction Reserch foundation of
Ontario.
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