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Resumo
Abstract
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The purpose of this article in discussing the theme "Decriminalization of drug use"
was to construct a discussion about how best to associate Brazilian society with the
culture of drug use. In addition, throughout this article, criticisms were directed to
notes about the way in which users are viewed and treated by society and justice and
it is worth mentioning in this work the notes that were made on how the " poor and
black in the midst of this social situation. To carry out the discussions and notes that
were made in the course of this article, an intense research was done in works and
articles online in order to seek opinions and studies made by specialists, professors
and jurists in this subject, to give structure and a better foundation theoretical
approach to the subject. In the course of these studies, it can be concluded that
criminalizing drugs with the intention of combating trafficking and protecting public
health are flawed policies, since repression of drug use generates absurd
expenditures to the state, in addition to of corroborating for the maintenance of the
marginalization and death of the young, poor and black population that is always the
target of persecution in this environment. Thus, the best tool to harmonize social
interaction, combat drug trafficking and cherish the individual's freedom of choice is
the decriminalization of drug use.
Introdução
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racismo institucional, devido a segregação de tratamento gerada pelos setores de
aplicação dessa lei no Estado.
Para tratar dessa temática, foram utilizados alguns métodos de pesquisa, com
o intuito de dissertar com mais clareza sobre tal problemática. Foram eles, a
pesquisa bibliográfica através de obras literárias e artigos científicos em conjunto a
análise de casos concretos na sociedades brasileira.
Desenvolvimento
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A sociedade através de sua soberania, seu poder e sua histórica construção
social escolhe quais condutas devem receber o rótulo de crime, ou seja, que serão
estabelecidas como um comportamento divergente, ilegal, ilícito, errado que se
opõe a lei e aos costumes de tal povo. As escolhas variam de acordo com a
sociedade e seu momento histórico, cada uma de acordo com seus costumes,
interesses e cultura, institui as suas regras e princípios comuns. Muitas condutas
ainda permanecem como crimes muito mais por uma tradição que por legitimidade
do controle penal. Nem sempre a melhor forma de se proteger um bem jurídico, ou
as pessoas, é através da criminalização.
2. Direitos do Usuário
Ainda se tratando das questões expostas acima, vale ressaltar que o perfil
dos indivíduos aqui criminalizados e intitulados - não como usuário (punidos de
forma mais branda) mas como traficantes, é o mesmo perfil de cidadãos que mais
morrem, sofrem violência e possuem dificuldades de acesso a educação, saúde, etc.
São os negros, pobres e jovens que de forma recorrente continuam sendo a classe
mais prejudicada seja direta ou indiretamente pelo Estado. Mesmo que seja de
conhecimento geral que existam vários perfis de "consumidores de drogas", há um
grau acentuado de vulnerabilidade do jovem negro, contudo,o branco, adulto e com
poder econômico é basicamente esquecido pelas autoridades quando se trata de
qualquer uma das áreas da persecução penal. Esse fato, faz com que se concretize
a ideia de que, a lei é punitiva apenas para aqueles que não possuem condição de
se defenderem legalmente e que já possuem a sua figura estereotipada como
criminoso.
Outro aspecto trabalhado pelo autor e que possui forte relação com o que foi
exposto é a temática do tráfico privilegiado. Através do Capítulo 16: "Tráfico
privilegiado", ele salienta o significado dessa expressão e explica como é feita a sua
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aplicação, o intuito dela é realizar um redução penal para pessoas condenadas que
tenham por exemplo bons antecedentes e seja réu primário. Em um primeiro ponto
ela é realmente um bom meio para atuar a favor das pessoas condenadas,
entretanto deve-se ter um olhar crítico acerca de sua aplicação. Ela tem uma
tendência a funcionar apenas para o perfil de pessoas rotineiramente privilegiadas
na lei, são aquelas que possuem boas condições financeiras, tem um bom
advogado, dentre outros requisitos.
Além disso, ao " retirar a pena " do uso individual de drogas eleva a discussão
em uma perspectiva mais ampla, provocando a formulação e o desenvolvimento de
políticas públicas de saúde. O principal avanço dessa lei é retirar do campo da
ilegalidade uma discussão que deve ser tratada como objeto de política pública, e
aos poucos é possível diminuir o estigma constituído em torno do usuário de drogas.
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Ainda se tratando do viés positivo da Lei de Drogas, acrescenta-se a ideia da
diminuição do estigma do usuário, o fato de que a mesma pode ser vista como uma
precursora da preservação da figura do consumidor de droga, ou seja, foi através
dela que pelo menos na teoria, esses passarem a ter um aparato jurídico de defesa
contra a opressão policial e dos outros setores da justiça.
Após dez anos da aplicação da atual Lei de Drogas, é possível constatar que
esta é mais um sofisticado exercício de manutenção invisível do racismo brasileiro.
O racismo não surge a partir da atual Lei de Drogas, mas a partir da observação da
mesma, é possível perceber a ação de um conjunto de instrumentos que têm como
resultado a morte de vidas negras, pois é a população negra quem compõe os
dados de homicídios e encarceramento no país. Esse revestimento de relações
históricas do corpo negro na sociedade, ainda hoje, faz com que os crimes
cometidos contra a população negra não sejam entendidos como crime, e sim como
uma ação legítima do Estado sobre esse seguimento social. Ademais, acerca desse
assunto, segundo A Mestre e Doutora em Serviço Social, Políticas Sociais e
Movimentos Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo-PUC/SP
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Não se pode também deixar de apontar o fato de que há alguns
consumidores, que em razão da dependência, não têm discernimento, ou seja farão
da descriminalização das drogas um meio de sustento ao seu vicio, o que acontece
também com o alcoólatra, mas nem por isso se vê a repulsa ao dono do boteco. A
diferença entre o dono de um bar que vende cachaça e um pequeno traficante não é
natural, mas fruto de uma escolha social, equivocada, de criminalizar o vendedor de
drogas e não o de qualquer outra bebida, essa questão mostra como há um jogo de
interesses entre as grandes empresas que dominam o mercado do tabaco e do
álcool e o governo. O que ocorre é uma grande troca de favores para se chegar a
lucros absurdos.
Conclusão
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Para realizar o desenvolvimento de tal estudo, foi preciso inicialmente
estabelecer os critérios e modo como ocorreu a criminalização de drogas na
sociedade brasileira, tanto pelo viés jurídico quanto pelo viés social. Para dar
continuidade e para dar mais credibilidade e conteúdo a discussão, foi utilizada a
opinião e a obra de diversos especialistas na área, além do próprio Estado do
Uruguai que avançou nesse meio ao legalizar a maconha e a partir de tal
implementação apresentou um aumento o combate ao tráfico. Ainda se tratando da
opinião dos estudiosos, ficou claro para muitos deles que a descriminalização seria
uma ótima ferramenta no contexto atual pois, além de combater o tráfico, iria atuar
para a diminuição do encarceramento de jovens pobres e negros que são as
principais vítimas da opressão estatal.
Referências
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NABUCO, José. A Rocinha mostra que o caminho é a descriminalização das drogas.
DCM, 2017. Disponível em:
<https://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-rocinha-mostra-que-o-caminho-e-a-
descriminalizacao-das-drogas-por-jose-nabuco/>
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